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E-BOOK ADMINISTRAÇÃO DE MICROS E PEQUENAS EMPRESAS Entendendo o mundo das Micro e Pequenas Empresas APRESENTAÇÃO Você sabia que no mundo das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) há uma grande diversidade de opções e estilos organizacionais? Responsáveis pela maior parte do emprego da força de trabalho na economia, essas empresas também apresentam profundas desigualdades de produtividade, de acesso ao financiamento e recursos próprios para investimento e de capacidades inovativas, que levam aos mais distintos resultados. Mais do que importante, torna-se necessário o estudo específico deste segmento tão heterogêneo e fundamental para a economia e para a sociedade como um todo. Nesta Unidade de Aprendizagem, será possível explorar este mundo das MPEs e as suas potencialidades de crescimento. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Classificar os pequenos empreendimentos no contexto brasileiro.• Identificar as principais estratégias de venda adotadas pelas MPEs.• Explicar os principais diferenciais que as pessoas devem ter para serem engajadas nas empresas. • DESAFIO As micro e pequenas empresas convivem diariamente com novos entrantes no mercado de atuação assim, enfrentar a concorrência e se sobressair perante as organizações que ofertam produto e/ou serviço semelhante parece ser um dos grandes desafios aos gestores. Tendo em vista que não há muitos recursos disponíveis para investir no negócio, os gestores devem focar seus esforços nas vantagens competitivas organizacionais, uma vez que estas são uma perspectiva bastante interessante de manter em foco. Conquista-se vantagens competitivas superando os concorrentes na realização de coisas de valor para os clientes. Diante deste contexto, quais serão os principais pontos a serem considerados? Descreva pelo menos três fontes de vantagem competitiva para a sua empresa. INFOGRÁFICO No infográfico você vai observar que os pequenos negócios podem ser classificados de diversas formas. Dentre elas, destaca-se a divisão por faturamento, que contempla a classificação dos empreendimentos por receita bruta anual. Tal segmentação segue os critérios da Lei Complementar 123/2006, também chamada de Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Para além da divisão entre Micro e Pequenas Empresas, acrescentamos aqui a pessoa do Microempreendedor Individual (MEI), empresário(a) com faturamento bruto de, no máximo, R$ 81 mil ao ano e que pode ter até um empregado contratado, devendo atuar em uma das mais de 400 atividades permitidas para o segmento. CONTEÚDO DO LIVRO Diante do atual sistema econômico e a grande crescente de desemprego cada vez mais os Brasileiros tem focado suas energías em abrir seus próprios negócios, se tornando um microemprendedor. Os desafios constantes desse trabalhador informal acaba se tornando uma rotina na vida destes indivíduos. Neste capítulo, você vai estudar sobre os pequenos empreendimentos no contexto brasileiro; as principais estratégias de venda adotadas pelas micro e pequenas empresas (MPEs). Acompanhe a obra Administração de Micro e Pequenas empresas através do capítulo Entendendo o Mundo das Micro e Pequenas Empresas. Boa Leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Ligia Maria Fonseca Affonso Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Classificar os pequenos empreendimentos no contexto brasileiro. � Identificar as principais estratégias de venda adotadas pelas micro e pequenas empresas. � Explicar os principais diferenciais que as pessoas devem ter para serem engajadas nas empresas. Introdução O cenário instável da economia e o crescente aumento do desemprego no país são alguns dos aspectos que têm levado muitos brasileiros a abrir seu próprio negócio, como meio de garantir sua sobrevivência e de sua família. Nesse contexto, o trabalho informal acaba se tornando uma rotina na vida desses indivíduos, uma vez que precisam prover o mínimo de recursos para sua sobrevivência, fazendo então com que empreender seja inevitável. Essa ação vem contribuindo para o aumento da quantidade de em- presas e sua participação na economia. Além disso, essas empresas são responsáveis por empregar grande parte da mão-de-obra formal no país e respondem por 40% da massa salarial brasileira. Neste capítulo, você vai estudar sobre os pequenos empreendimentos no contexto brasileiro; as principais estratégias de venda adotadas pelas micro e pequenas empresas (MPEs) e os principais diferenciais que as pessoas devem ter para serem engajadas nas empresas. Classificação das micro e pequenas empresas Ao falamos sobre MPEs, não podemos deixar de falar sobre empreendedo- rismo, que no Brasil começou a alavancar a partir dos anos 1900, motivado pela abertura da economia e também pela grande instabilidade dos vínculos empregatícios, decorrentes da crise econômica pela qual o país passou no final do século. De lá para cá, ele vem se fortalecendo, não somente no país como no mundo, com importância significativa para o desenvolvimento econômico e social, principalmente em relação à geração de emprego e renda. Outro aspecto que merece destaque é o aumento qualitativo do empreendedorismo em nosso país, estimulado, dentre outros motivos, pela ampliação do acesso à informação sobre negócios; pelo aumento de oferta de capacitação voltada a empreendedores e pela implementação e aprimoramento de políticas pú- blicas como o Simples e a criação do Microempreendedor Individual (MEI) (DORNELAS, 2013; BRITO; PEREIRA; LINARD, 2013). Podemos elencar algumas vantagens do empreendedorismo, como ge- ração de emprego e renda; crescimento econômico; geração de produtos e serviços com melhor qualidade; desenvolvimento de novos mercados; uso da tecnologia em pequena escala; fomento de pesquisas; desenvolvimento de máquinas e equipamentos modernos para fins domésticos; surgimento de novos empreendedores; redução da economia informal; menor dependência do emprego formal; retorno financeiro, entre outras (BRITO; PEREIRA; LINARD, 2013). Isso nos mostra que as empresas, sejam grandes, micro, pequenas ou médias, são importantes para o desenvolvimento econômico de um país, uma vez que geram riqueza por meio da inovação e do aumento da pro- dutividade. Prova disso é que em 2018, no Brasil, existiam 6,4 milhões de estabelecimentos, sendo que, desse total, 99% eram MPEs, que representavam 27% do Produto Interno Bruto (PIB). Essas empresas eram responsáveis por 54% do total de empregos formais no país, o que significa que estavam empregando mais pessoas com carteira assinada que as médias e grandes empresas (SEBRAE, 2018). Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas2 Produto Interno Bruto (PIB): refere-se à soma de todos os bens e serviços que um país produz ao longo de um ano. O PIB é um dos principais indicadores econômicos de um país e, no Brasil, é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujos resultados permitem ao governo promover um crescimento maior do país por meio de políticas públicas e decisões mais assertivas (TREMEA, 2011). Vamos ver um pouco sobre essas empresas? Os pequenos empreendimentos no Brasil são formados pelas MPEs, que podem ser classificadas de acordo com o número de empregados e pelo faturamento bruto anual, e pelos MEIs. De acordo com a Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário são modalidades de microempresas ou empresas de pequeno porte, que devem ser registradas no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (BRASIL, 2006). As microempresas (ME) são aquelas que (SEBRAE, 2018): � possuem receita anual bruta igual ou inferior a R$ 360 mi; � possuem até nove empregados,no comércio e em serviços e até dezenove empregados, na indústria e no setor de construção civil. Receita bruta: refere-se ao produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria e ao preço dos serviços prestados. Ou seja, é a receita total que resulta das atividades-fim da organização (SEBRAE, 2018). Cabe destacar que a Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pe- queno Porte foi promulgada em 14 de dezembro de 2006 e atualizada pela Lei Complementar nº. 147, de 07 de agosto de 2014. Essa lei confere a essas empresas um tratamento diferenciado, visando seu crescimento, sobrevivência e competitividade (BRASIL, 2006, 2014; SEBRAE, 2018). 3Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas Veja na Figura 1 a distribuição das microempresas por região. Figura 1. Distribuição das ME por região, em %. Fonte: SEBRAE (2018). Centro-Oste: 8,5% Nordeste: 17,8% Norte: 4,6% Sul: 20,3% Sudeste: 48,8% Veja que as microempresas se concentram em maior número na região su- deste, com quase 50% do total, sendo que 60% do total da região concentradas no estado de São Paulo. Em seguida aparece a região sul, com concentração de ME em 20,3% do total, sendo que a maioria no estado do Paraná, com 40% do total da região. As ME no nordeste representam 17,8%, sendo em maior número nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco. Na região centro-oeste, as ME se concentram em 8,5%, sendo que o estado de Goiás é o que apresenta maior número de ME, seguido pelo Distrito Federal. A região norte é a que apresenta menor concentração de ME, com 4,6% do total, sendo o estado do Pará aquele que concentra a maior parte delas. Cabe destacar que o comércio é o setor que mais concentra microem- presas (47,2%), com atuação no ramo de vestuário; acessórios e produtos alimentícios. O setor de serviços vem em seguida (33%), com as atividades de transporte rodoviário de carga; contabilidade, serviços de escritório e de apoio administrativo; manutenção e reparo mecânico de automóveis. Em seguida, estão a indústria (14,5%), a construção civil (4,6%) e a agropecuária (0,7%) (SEBRAE, 2018). Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas4 Já as empresas de pequeno porte ou pequenas empresas (EPP) são aquelas que: � possuem receita anual bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00; � possuem de 10 a 49 empregados, no comércio e em serviços e de 20 a 99 empregados, na indústria e construção civil. Veja na Figura 2 a distribuição das pequenas empresas por região. Figura 2. Distribuição das EPP por região, em %. Fonte: SEBRAE (2018). Nordeste: 13,7% Sul: 22,2% Sudeste: 52,3% Norte: 3,6% Centro-Oeste: 8,3% Da mesma forma que as ME, as EPP também se concentram em maior número da região sudeste (52,3%), principalmente nos estados de São Paulo (60% da região) e Minas Gerais (19,1% da região). Novamente a região sul vem em segundo lugar na maior concentração de pequenas empresas (22,2%) onde o estado do Rio Grande do Sul é o que possui maior número de EPPs, seguido da região nordeste (13,7%), com Bahia e Pernambuco com maior número de EPP; região centro-oeste (8,3%), com a maioria no estado de Goiás, e região norte (3,6%), principalmente no estado do Pará. 5Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas Em relação ao setor, as EPP atuam principalmente no comércio (45,7%), explorando o ramo de vestuário e acessórios; produtos alimentícios, restau- rantes e peças e acessórios para veículos, e na área de serviços (38,5%), sendo os serviços de transporte de carga; medicina ambulatorial e empreendimentos imobiliários os mais explorados. Em seguida estão a indústria (9,9%); a cons- trução civil (4,2%) e a agropecuária (1,6%) (SEBRAE, 2018). Nessa categoria de pequenos empreendimentos, temos ainda os MEI, ou seja, os pequenos empresários individuais que possuem receita de até 81.000,00 (oitenta e um mil reais) por ano. Para se tornar um MEI o indivíduo não pode ser sócio ou titular de outra empresa e pode contratar no máximo um funcio- nário. Essa modalidade de empresa é regulamentada pela Lei Complementar nº. 128/2008 e oferece registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), facilitando a abertura de conta bancária, a obtenção de empréstimos e emissão de notas fiscais. Além disso, se enquadra no Simples Nacional e, dessa forma, é isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, COFINS, IPI e CSLL). Esse empreendedor ainda tem como benefícios previdenciários o direito a aposentadoria por idade e por invalidez; o auxílio doença; o auxílio maternidade e a pensão por morte, beneficiando a família (PORTAL DO EMPREENDEDOR, [2019?]; BRASIL, 2008). Simples Nacional: é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos que favorece e beneficia as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006 (BRASIL, 2019). Apesar de todas as vantagens, os pequenos empreendimentos também apresentam desvantagens ou dificuldades. Dentre essas podemos destacar a necessidade de mais horas de trabalho e dedicação ao negócio; esforço mental, emocional e até físico, algumas vezes; maior responsabilidade com os processos de trabalho; tensão e preocupação que envolvem a direção de um negócio; constante ameaça da concorrência cada vez maior; possibilidade de insucesso e a manutenção de um negócio em ambiente incerto e de riscos comuns a qualquer negócio (BRITO; PEREIRA; LINARD, 2013). Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas6 Além dessas dificuldades, a abertura de novos negócios no Brasil ainda é cercada por muita burocracia, o que acaba dificultando essa prática. Ainda assim, a taxa total de empreendedorismo (TTE) no Brasil, em 2018, foi de 38%, o que significa que 51,9 milhões de pessoas com idade entre 18 e 64 anos possuem um negócio ou estão criando algum, em um futuro próximo (IBQP, 2018). Estratégias de vendas Com certeza não é novidade para você que o mercado atual está cada vez mais competitivo, tanto em relação a produtos como em relação a serviços, em praticamente todas as áreas de negócio. Isso tem provocado uma mudança no comportamento das empresas, que deixam de pensar em produtos e serviços como centro de seu negócio, para pensar em clientes e marketing, ou seja, o centro de seu negócio é o cliente e somente dessa forma, com a concorrência cada vez mais acirrada, é possível sobreviver. As empresas precisam ter em mente que para conquistar, manter e fidelizar clientes, necessitam, antes de tudo, superar o desempenho da concorrência, administrando seus produtos ou serviços e também seus clientes (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Assim, conhecer o cliente é questão fundamental. No entanto, isso não é suficiente: é necessário construir vínculos consistentes e lucrativos, oferecendo a eles mais valor e satisfação do que seus concorrentes. Para que isso aconteça é necessário que as empresas desenvolvam e adotem estratégias competitivas de marketing, e isso vale para todas, inclusive, para as MPEs. O termo estratégia é bastante utilizado no mundo empresarial e possui vários conceitos, mas, de forma resumida, a estratégia representa os meios utilizados pela empresa para alcançar seus objetivos, reduzindo riscos e controlando as incertezas (GRAY, 2010). 7Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas Sabemos que o planejamento em longo prazo não é o forte das MPEs, que costumam tomar decisões de acordo com a necessidade e situação, ou seja, seu raciocínio é mais em curto prazo, com maior ênfase na execução do que na elaboração da estratégia. Assim, as interações das MPEs com o mercado e clientes costumam acontecer informalmente, por meio de conversas entre as partes, cujas informações vão alimentando a estratégia, o que Mintzberg et al. (2010) considera como estratégia emergente, ou seja, circunstancial (MINTZBERG et al., 2010; KOTLER; KELLER, 2012; GRAY, 2010; MA- XIMIANO, 2012). De modo geral, o sucesso nas vendasde produtos e serviços está ligado a um planejamento de marketing eficiente, elaborado a partir de informações obtidas nos micro e macrombientes e que devem ser analisadas cuidadosamente com o intuito de identificar oportunidades e ameaças e observar o movimento da concorrência, buscando inspiração nas melhores práticas e métodos apli- cados no mercado. Só assim é possível entregar aos consumidores produtos e serviços com valor agregado e que atendam às suas necessidades e melhorem sua qualidade de vida. O ambiente de marketing é influenciado por forças ambientais e sociais e constituído pelo microambiente e pelo macroambiente. No microambiente tem-se a empresa; clientes; fornecedores; distribuidores; revendedores; concorrentes e o público em geral. No macroambiente estão os fatores demográficos; econômicos; político-legais; sociais; culturais; tecnológicos e ambientais. As MPEs normalmente não possuem um setor de marketing para realizar esse planejamento, mas devem ter preocupação em conhecer os aspectos do micro e macro ambiente. Você concorda? Como é possível uma MPE sobre- viver sem conhecer seus concorrentes, seus fornecedores e seus clientes, por exemplo? Como as MPEs podem sobreviver e atuar no mercado empresarial sem conhecer e considerar o ambiente econômico e político/legal, por exemplo? Impossível, não? Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas8 Assim, pode-se dizer que só sobrevivem aquelas que conseguem se posi- cionar no mercado e, para tal, além de buscar informações sobre o ambiente, precisam dar maior atenção a sua área de atuação; conhecer bem os produtos ou serviços que oferecem; o mercado onde estão inseridas e os clientes atuais e aqueles que esperam conquistar, lembrando que, ao escolher o produto ou serviço, é preciso saber qual a sua finalidade, ou seja, o que se espera oferecer ao cliente (MAXIMIANO, 2012). Mas você deve estar se perguntando: o que a estratégia tem a ver com vendas? E eu te respondo: tem tudo a ver! Mesmo que as MPEs não possuam um setor de marketing, elas precisam vender seus produtos e serviços e devem minimamente elaborar um plano estratégico, que contenha um processo de vendas bem definido e planejado, permitindo, assim, sua comercialização e o movimento da economia. Assim, as MPEs precisam ter claros os segmentos a serem trabalhados; o mercado-alvo; o seu composto de marketing e um plano de comunicação e vendas, definindo também a forma de interação com os clientes (MAXI- MIANO, 2012; KOTLER; KELLER, 2012). O Composto de marketing ou Mix de Marketing são os termos como são conhecidos os 4P’s de Marketing, elementos básicos que sustentam uma estratégia de marketing: praça; produto; preço e promoção. Cabe destacar que esses são elementos do negócio que podem ser controlados e utilizados para planejar e resolver problemas de marketing (KOTLER; KELLER, 2012). Outras estratégias que as MPEs podem utilizar são (KOTLER; KELLER, 2012): � investir em comunicação visual: utilizar folders e panfletos, propa- gandas na mídia local, brindes personalizados, etc; � estabelecer parcerias com concorrentes indiretos: expor a marca em estabelecimentos de concorrentes que não exerçam a mesma atividade, mas que disputem o mesmo cliente que a empresa; 9Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas � investir no micromarketing: direcionar seu mix de marketing em um grupo específico de consumidores; � marketing digital: criar um site, blog, utilizar e-mail e as redes sociais para atrair consumidores e estimular as vendas. Veja na Figura 3 outras estratégias de vendas adotadas pelas MPEs. Figura 3. Principais estratégias adotadas pelas MPEs para estimular suas vendas. Fonte: SEBRAE (2017). Investir em propaganda e marketing Aumentar a variedade de produtos Investir em cursos/treinamentos Reduzir preços Aumentar o prazo das vendas Outra Nenhuma NS/NR 0% 10% 20% 30% 27% 15% 9% 7% 2% 5% 1% 1% Observe que quase 30% das MPEs adotam a propaganda e marketing como estratégia de vendas; seguida pela variedade de produtos ofertados (15%); treinamento para os vendedores (9%); redução dos preços de produtos ou serviços (7%); aumento do prazo de vendas (2%) e outras (SEBRAE, 2017). Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas10 Para saber mais sobre o relatório completo com expectativas dos pequenos negócios para 2018, acesse o link. https://qrgo.page.link/5kfrK Engajamento nas micro e pequenas empresas Você com certeza consegue imaginar o cenário empresarial em que vivemos atualmente: mundo globalizado; concorrência acirrada; ambiente imprevisível e turbulento, marcado por rápidas mudanças, entre outros aspectos, que exigem das empresas a adoção de estratégias capazes de garantir sua permanência e sobrevivência no mercado. Essa ação é um requisito para todas as empresas, inclusive para as MPEs. Nesse contexto, aumenta também a preocupação com as pessoas que trabalham nas empresas, visto que são elas as responsáveis pelo sucesso ou fracasso do negócio, ou seja, sem elas é impossível que as empresas alcancem os resultados pretendidos. Nesse contexto, há uma preocupação crescente nas empresas em atrair e reter pessoas engajadas e comprometidas com sua missão, facilitando a realização das mudanças que se fazem necessárias, para que elas se adaptem rapidamente às novas situações. Assim, elas se veem obrigadas a alterar seus modelos de gestão e adotar práticas descentralizadas, que estimulem a criatividade e a inovação. O fato é que as empresas precisam estar preparadas para enfrentar todo tipo de problemas; precisam manter o equilíbrio entre seus objetivos e os objetivos de seus funcionários e ainda fazer com que estes se envolvam e estejam motivados e comprometidos com o alcance de seus resultados. Mas, como conseguir isso? Bom, a resposta é: muitas empresas estão investindo na qualificação de seu corpo gerencial de modo que estes possam desenvolver suas habilidades de liderança ou mesmo aprender sobre ela, uma vez que facilita a interação pessoal e grupal, contribuindo para o atingimento de objetivos comuns, o que reforça a importância de ser perseguida em todas as esferas de uma organi- zação, seja pública ou privada, seja MPE, média ou grande (DUTRA, 2017). 11Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas A liderança possui muitas definições, e isso acontece porque são muitos os estudiosos que se interessaram e ainda se interessam pelo tema, o que dificulta um consenso sobre uma única definição. De qualquer forma, todas possuem em comum o fato de a liderança estar relacionada a um grupo de pessoas, ou seja, para que aconteça é necessária a presença de duas ou mais pessoas. Existe ainda outra curiosidade que envolve o tema, que é pressupor que os líderes são pessoas que já nascem prontas, ou seja, já nascem com todas as habilidades necessárias para lidar e influenciar pessoas. É claro que algumas pessoas possuem, de fato, certa facilidade em relação a isso, no entanto, não é o caso da maioria dos líderes. A liderança pode ser ensinada e aprendida por meio de metodologias formais e de experiências de vida, e qualquer pes- soa, independentemente da posição que ocupa, pode aprendê-la e exercê-la (BERGAMINI, 1994; MOTTA, 2009; MAXIMIANO, 2012). Mesmo no universo das MPEs essa estratégia deve ser adotada, prin- cipalmente porque nelas o contato entre as pessoas é mais direto, ou seja, como grande número dessas empresas estão no setor de comércio e serviços, funcionários e clientes estão mais perto e a venda de produtos ou serviços será tão eficiente quanto for a atuação desses funcionários. Visto que a liderança pode se dar a partir da relação entre duas pessoas, deve ser exercida de modo que seu efeito se traduza em maior engajamento e, consequentemente, em maior produtividade e melhor desempenho. São algumas habilidades da liderança que fazem a diferença no ambiente empresarial: saber ouvir; elogiar; desenvolver as pessoas; dar feedbacks;per- mitir a participação das pessoas nas decisões relacionadas às suas atividades; motivar; cuidar para que os recursos necessários à realização do trabalho sejam disponibilizados; prover informações claras e transparentes; solicitar ideias e sugestões; criar canais de comunicação nos dois sentidos; conhecer seus funcionários, identificando o que os motiva; estar sempre presente junto à equipe ou ao funcionário; celebrar o sucesso; propor desafios; conhecer as necessidades pessoais de cada membro da equipe, atendendo-as sempre que possível; estimular o espírito de cooperação e de equipe; promover o desen- volvimento e crescimento da equipe e formar novos líderes no ambiente de trabalho. Ou seja, essas são algumas habilidades capazes de transformar um ambiente de trabalho frio em um ambiente motivador (KOUZES; POSNER, 1991; BENNIS, 1996; MOTTA, 2009; DUTRA, 2017). Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas12 São vários os estilos de liderança existentes, e cabe ao líder adotar um ou mais, ou combinar aspectos dos vários tipos, dependendo da realidade da empresa e do perfil dos liderados. Ou seja, não existe um estilo ideal, uma receita padrão. A eficácia de cada estilo depende do efeito de cada um deles sobre o desempenho das atividades a serem realizadas e da satisfação dos liderados. Dentre os estilos de liderança existentes, vamos destacar aqui as lideranças: situacional, carismática, autocrática, democrática, laissez-faire e transformacional, além de seus impactos no engajamento dos funcionários (VIANNA; DELMAS, 2008): � Liderança situacional: aqui a liderança é exercida de acordo com a situação, com as atividades e com o perfil da equipe de trabalho. Esse líder consegue se adaptar a situações novas e inesperadas, ouve críticas e sugestões, aceita contribuições de seus liderados e está sempre pronto a ajudar a equipe a se organizar rapidamente e sempre em função da tarefa exigida pela situação. É um estilo que estimula o engajamento das pessoas, uma vez que permite a participação dos funcionários nas decisões. � Liderança carismática: aqui o líder é dominador, autoconfiante, vi- sionário, articulador e atua como um agente de mudanças. sensível ao ambiente, excelente orador e comunicador. Esses líderes são pessoas que inspiram confiança, aceitação, obediência, envolvimento emo- cional, afeição e engajamento dos seguidores, o que leva a um melhor desempenho. � Liderança democrática: permite a participação de toda a equipe na programação, divisão e decisões sobre as tarefas. O líder atua como apoiador, sugerindo alternativas sem imposição, auxilia no desenvol- vimento da capacidade de toda a equipe. É um estilo de liderança que pode ser utilizado na gestão de vendas, uma vez que a participação de toda a equipe no processo de planejamento das vendas pode motivar os liderados e leva-los a alcançar um bom nível de produtividade. � Liderança laissez-faire ou “deixa fazer”: esse tipo de liderança é mais indicado para equipes muito experientes e com espírito de iniciativa, pois, aqui o líder deixa que seus seguidores trabalharem sozinhos, intervindo apenas quando necessário ou solicitado. Talvez não seja indicado para as MPEs, pois, podem surgir muitas discussões entre os vendedores, uma vez que estes possuam dificuldade em se organizar. Isso pode gerar baio engajamento; baixa produtividade e um desem- penho insatisfatório. 13Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas � Liderança transformacional: se a MPE for altamente dinâmica e competitiva esse é o estilo adequado, uma vez qu esse líder consegue conscientizar sua equipe sobre a importância do compromisso com os objetivos do grupo, gerando empatia e alcançando alto nível de dedicação e empenho. É um líder que utiliza muito a comunicação e inspira a equipe com uma visão de futuro. Assim, consegue ter uma equipe engajada e motivada, uma vez que as tarefas são realizadas com alto nível de qualidade. � Liderança autocrática: nesse estilo, o líder também exerce grande poder sobre os membros de sua equipe, no entanto, não permite a par- ticipação destes com opiniões e sugestões sobre as tarefas a serem realizadas e sua melhoria. É um tipo de liderança não indicada para o dia a dia, visto que gera insatisfação e desmotivação, fazendo com que os funcionários trabalhem de qualquer forma, sem o engajamento necessário. Esse é um estilo que pode ser adotado quando os vendedores ainda não possuem experiência, ou seja, quando for necessária uma ação mais disciplinar em relação aos funcionários. Além desses, existem outros tipos de liderança e como já observado, o líder adota aquele que mais tenha a ver com seus valores, crenças e com a própria cultura da empresa e perfil dos liderados. Assim, podemos concluir que a liderança é um instrumento de grande potencial para alavancar os resultados e o engajamento das pessoas nas empresas, principalmente nas MPEs. Além de adotar um estilo de liderança capaz de engajar os funcionários, é preciso que elas adotem estratégias de marketing e vendas capazes de comercializar seus produtos e serviços e colocá-los em um bom posicionamento nesse mercado altamente competitivo em que vivemos atualmente. Você viu também que, apesar das dificuldades existentes no universo das MPEs e da burocracia que envolve a abertura de novas empresas, elas ainda são responsáveis por 54% do total de empregos que existem no país, gerando emprego e renda e contribuindo para o desen- volvimento da economia. Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas14 BENNIS, W. A formação do líder. São Paulo: Atlas, 1996. BERGAMINI, C. W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994. BRASIL. Lei complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Brasília, DF, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp123.htm. Acesso em: 26 jun. 2019. BRASIL. Lei complementar nº. 128 de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências. Brasília, DF, 2008. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp128.htm. Acesso em: 26 jun. 2019. BRASIL. Lei complementar nº. 147, de 7 de agosto de 2014. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, e as Leis nos 5.889, de 8 de junho de 1973, 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, 9.099, de 26 de setembro de 1995, 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 8.934, de 18 de novembro de 1994, 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e 8.666, de 21 de junho de 1993; e dá outras providências. Brasília, DF, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm. Acesso em: 26 jun. 2019. BRASIL. Simples Nacional. Brasília, DF, 2019. Disponível em: http://www8.receita.fazenda. gov.br/simplesnacional/. Acesso em: 26 jun. 2019. BRITO, A. M.; PEREIRA, P. S.; LINARD, Â. P. Empreendedorismo. Juazeiro do Norte: IFCE, 2013. DORNELAS, J. Empreendedorismo para visionários: desenvolvendo negócios inovadores para um mundo em transformação. Rio de Janeiro: LTC, 2013. DUTRA, J. S. Gestão de pessoas: realidade atual e desafios futuros. São Paulo: Atlas, 2017. GRAY, C. S. 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Entendendo o mundo das micro e pequenas empresas16 DICA DO PROFESSOR Ainda que sejam considerados pequenos empreendimentos, juntos MEIs e MPEs correspondem a 99% das empresas no Brasil. Sendo assim, ocupam uma representatividade alta na nossa economia e precisam de estratégias bem definidas e alinhadas de vendas para poderem crescer. Quais são as principais estratégias de venda a serem adotadas pelos MEIs e nas MPEs? Convido-os a assistir ao vídeo que trará algumas respostas neste sentido! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Considera-se micromarketing: A) As atividades relacionadas ao gerenciamento da loja e das mercadorias na loja que incluem determinação de preço de varejo, localização da loja, comunicação do varejo e mercadorias. B) Como uma organização direciona suas atividades de marketing e aloca seus recursos para beneficiar seus clientes. C) Ações de marketing que a empresa adotará nos próximos três, quatro ou cinco anos. D) Ações de marketing direcionadas as micro e pequenas empresas. E) Descrição do que deve ser alcançado e onde e como o esforço de venda dos vendedores deve ser empregado. Ao elaborar a estratégia de marketing da sua microempresa, você é aconselhado a estruturar um plano de ação atrelado à necessidade de compreender o ambiente 2) mercadológico em que ela está inserida. Você faz uma breve pesquisa e encontra um programa de marketing utilizado para alcançar os consumidores usando uma combinação de algumas ferramentas, chamado: A) Integração vertical. B) 3M - Mercado, Marca e Mix de Marketing. C) 4P - Produto, Preço, Promoção e Praça (Distribuição). D) 5S - Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke. E) 5W2H - What, Why, Where, When, Who, How e How much. 3) São considerados fatores ambientais em uma decisão de marketing, exceto: A) Forças sociais. B) Cultura. C) Renda do consumidor. D) Legislação relacionada ao produto. E) Equipe de trabalho. 4) São características das microempresas, com exceção de: Tem no máximo um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da A) categoria. B) Podem ser compostas de sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada e por empresário. C) Devem auferir em cada ano-calendário a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. D) Em geral, contam com no máximo dez empregados. E) Podem optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições. 5) São formas de contratação de funcionários que você, empresário de um pequeno negócio, pode adotar, exceto: A) Estágio de no máximo seis horas diárias de carga de trabalho. B) Contratação temporária, com isenção de custos adicionais como férias, 13o salário, INSS e FGTS. C) Jovem aprendiz, independente do número prévio de funcionários. D) Terceirização para reduzir os custos com mão de obra. E) Carteira assinada, sendo o empregador responsável pela garantia do 13o salário, FGTS, recolhimento de INSS, parcela do vale-transporte e de alimentação, além de férias. NA PRÁTICA Como as MPEs podem atrair e selecionar bons canditados? Por mais que as MPEs sejam espaços bastante interessantes para trabalhar e desenvolver as mais variadas competências, considerando que em muitas vezes é possível atuar em diferentes áreas da mesma organização e obter uma visão mais ampliada do negócio, nem sempre estas empresas atraem os melhores candidatos. Uma empresa que apostou na construção de um time excelente é a Clearsale, líder na prevenção de fraudes no comércio eletrônico no país. Pedro Chiamulera, ex-atleta olímpico e fundador da companhia, conta que alguns anos atrás, quando a Clearsale ainda era desconhecida no mercado, recrutar gente boa era muito mais difícil. Gostar mais de pessoas, na prática, significa saber cuidar, dar bons feedbacks e ajudar a desenvolver os outros – competências fundamentais para formar uma cultura maciça e atrair um time de alto potencial. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: MEI Entenda as diferenças entre microempresa, pequena empresa e MEI Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Micro e pequenas empresas: mercado de trabalho e implicação para o desenvolvimento SANTOS; A. L., KREIN, J. D., CALIXTRE, A. B. (orgs.) Micro e pequenas empresas: mercado de trabalho e implicação para o desenvolvimento. Rio de Janeiro: IPEA, 2012. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Administração BATEMAN, T. S.; SNELL, S. Administração. 2. ed. Porto Alegre: McGraw Hill, 2012, cap. 1. Marketing KERIN, R. A.; HARTLEY, S. W.; BERKOWITZ, E. N.; RUDELIUS, W. Marketing. 8. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2011, cap. 1. A Atividade empreendedora e as micro e pequenas empresas APRESENTAÇÃO Você sabia que o empreendedorismo não é uma atividade exclusiva das novas empresas? Ele está presente também em empresas mais antigas de todos os portes e gêneros. O comportamento empreendedor pode estar presente, inclusive, no nosso dia a dia, além do contexto profissional. No contexto das micro e pequenas empresas (MPEs), é notória sua relevância para o cenário econômico do país. O Brasil tem 2,3 milhões de MPEs (SEBRAE, 2021), sendo abertas, apenas em 2020, mais de meio milhão de novas empresas. Essas empresas geram novos empregos e contribuem significativamente para o crescimento econômico do país. Por isso, é importante compreender os fatores que contribuem para a criação desses novos empreendimentos, assim como ter o discernimento para identificar as reais oportunidades de mercado. Apesar do alto número de MPEs, muitas não sobrevivem ao primeiro ano após seu nascimento. Há muitas vantagens em ser um microempreendedor, mas também há algumas desvantagens em comparação com outras modalidades de empresa. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre os fatores que impulsionam os empreendedores a criar novos empreendimentos, bem como as oportunidades de mercado para essa modalidade. Além disso, vai saber quais são as vantagens e as desvantagens de se construir uma microempresa. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar fatores contextuais que influenciamum empreendedor a criar novos empreendimentos. • Analisar as oportunidades que um indivíduo empreendedor tem com o mercado econômico. • Evidenciar as vantagens, bem como os benefícios de se construir uma microempresa.• DESAFIO Ana está querendo empreender, porém tem grandes dificuldades para começar. Hoje, ela já tem um espaço onde pretende fazer a instalação de sua microempresa. Porém, Ana sabe que não é fácil e terá muito trabalho pela frente. Então, decidiu buscar o auxílio do SEBRAE de sua cidade. Como você explicaria a Ana as vantagens da abertura de uma microempresa? INFOGRÁFICO As MPEs têm como objetivo principal a geração de emprego, sendo essenciais para o desenvolvimento econômico brasileiro. Além disso, as MPEs vêm recebendo cada vez mais atenção do governo por meio de políticas que garantem a sobrevivência e reduzem a sua informalidade. Essas garantias podem ser encontradas na Constituição Federal de 1988 e em leis específicas. Acompanhe o Infográfico e fique por dentro dessas informações. CONTEÚDO DO LIVRO Empreendedorismo e inovação surgem a partir de algo novo quando se identifica a oportunidade de ver algo transformar-se em essencial na vida das pessoas, algo que não era pensado antes de surgir. No livro Inovação e empreendedorismo, você vai ver os caminhos rumo à evolução econômica ao empreender inovando, com destaque para a importância de um planejamento bem elaborado, de acordo com as características dos ambientes interno e externo. Inicie sua leitura pelo título O papel das pequenas e das grandes empresas até o início da página 301. Boa leitura. INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO A D M I N I S T R A Ç Ã O JOHN BESSANT JOE TIDD B557i Bessant, John. Inovação e empreendedorismo [recurso eletrônico] / John Bessant, Joe Tidd ; tradução Elizamari Rodrigues Becker, Gabriela Perizzolo, Patrícia Lessa Flores da Cunha.- Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009. Editado também como livro impresso em 2009. ISBN 978-85-7780-511-2 1. Inovação. 2. Empreendedorismo. I. Tidd, Joe. II. Título. CDU 005.591.6 Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/1922 297Capítulo 8 Empreendedorismo e Novos Negócios O papel das pequenas e das grandes empresas A relação entre o tamanho da empresa e o grau de inovação não é claro. Em tese, grandes e pe-quenas empresas possuem diferentes vantagens e desvantagens 6 : Grandes empresas estão mais aptas a explorar economias de escala e de escopo em ino-• vação, incluindo pesquisa, desenvolvimento, produção e vendas. Por exemplo, empresas grandes dominam onde grandes despesas com pesquisa e desenvolvimento (P&D) são necessárias, como nas áreas aeroespaciais ou farmacêuticas, em que há significativa produção de economias de escala, como na área automobilística ou de eletrônicos, ou 298 Parte III Prática onde vendas globais de alto volume são necessárias, como mercadorias de consumo rápido. Contudo, as grandes empresas sofrem com altos níveis de burocracia e podem negligenciar oportunidades de risco mais alto ou de volume mais baixo. Pequenas empresas são menos burocratizadas e são capazes de prosperar em nichos de• mercado menores, que podem não ser atraentes para grandes empresas. A motivação é, em geral, muito mais alta em tais organizações. Entretanto, elas carecem de recursos internos e precisam, por consequência, confiar mais em fontes externas de inovação e em parecerias para desenvolver e explorar inovações. Na prática, isso significa que nem grandes nem pequenas empresas são, inerentemente, mais ou menos inovadoras. Ao contrário, elas tendem a exibir diferentes padrões de inovação devidos a essas diferentes vantagens relativas. Em termos de inovação, o desempenho de empresas de pequeno e médio porte é facilmen- te exagerado. Estudos prévios, baseados em avaliações de inovações, indicaram que, quando ajustadas pelo tamanho, empresas pequenas criaram mais novos produtos que suas correlatas maiores. Entretanto, insuficiências metodológicas parecem minar essa mensagem clara. Quando divisões e subsidiárias de grandes organizações são removidas de tais amostras, e as inovações são ponderadas de acordo com seus méritos tecnológicos e valor comercial, o relacionamento entre tamanho da empresa e inovação é invertido: grandes empresas criam, proporcionalmente, mais inovações significativas que as pequenas e médias. Pesquisas feitas ao longo da década passada sugerem que as atividades inovadoras de em- presas de pequeno e médio porte exibem características similares entre os setores. Elas: são mais propensas a envolver inovação de produto em vez de inovação de processo;• estão centradas em produtos para nichos de mercados, em vez de mercados de massa;• são mais comuns entre produtores de produtos finais que em produtores de componentes;• envolvem, frequentemente, alguma forma de conexão externa;• tendem a estar associadas com crescimento em vendas e emprego, mas não necessaria-• mente com lucro. Diferentemente das grandes empresas, as pequenas tendem a ser especializadas (em vez de diversificadas) em suas competências tecnológicas e gama de produto. Contudo, como em grandes empresas, é impossível fazer grandes generalizações sobre suas trajetórias tecnológicas e estratégias de inovação. Kurt Hoffman e seus colegas recentemente observaram que, de um modo geral, pouca pesquisa tem se incumbido da inovação em pequenas empresas; as pesqui- sas tendem a se concentrar no pequeno grupo de espetaculares sucessos (ou fracassos) de alta tecnologia, em vez de nas muito mais numerosas pequenas empresas comuns, que lidam com a introdução de TI em seus sistemas de distribuição. 7 A Tabela 8.1 tenta categorizar essas diferenças. Até recentemente, a atenção voltou-se para o lado esquerdo da mesa – aos sucessos espetaculares e visíveis entre pequenas empresas de inovação, em especial de superstars que se tornaram grandes, e aqueles de empresas basea- das em tecnologia que, em geral, desejam se tornar grandes. Como vimos anteriormente neste capítulo, pesquisas recentes e mais sistemáticas entre atividades inovadoras e de pequenas em- presas, mostram duas outras classes de pequenas empresas com estratégias de inovação menos espetaculares, mas de importância muitíssimo maior para a economia global – fornecedores especializados de insumos produtivos e empresas cujas fontes de inovação são, principalmente, seus fornecedores. 299Capítulo 8 Empreendedorismo e Novos Negócios Superstars são grandes empresas que surgiram pequenas, com altas taxas de crescimento baseadas na exploração de uma grande invenção (por exemplo, fotografia instantânea, reprogra- fia) ou em uma rica trajetória tecnológica (por exemplo, semicondutores, softwares), permitindo às pequenas empresas explorar vantagens obtidas pelo ocupante inicial de um segmento de mer- cado, como proteção de patente (ver Capítulo 6). Inovadores de sucesso, em geral, ou acumu- laram seu conhecimento tecnológico em grandes empresas antes de deixá-las para iniciar seu próprio negócio, ou ofereceram sua invenção a grandes empresas, mas essas foram recusadas (por exemplo, a Polaroid, a Xerox). Poucos exemplos de superstars têm surgido, seja na indús- tria química nos últimos 50 anos ou – ao contrário das expectativas – em empresas de biotecno- logia nos últimos 15 anos, provavelmente porque as barreiras para entrar (em P&D, produção ou marketing) permanecem altas. Os exemplos na Tabela 8.1 mostram que superstars são, em geral, norte-americanas, em- bora encontremos exemplos europeus e japoneses. A experiência sugere que um dos principais desafios encontrados na administração de superstars é a transição de inovador original e de inovação original para nova gestão e nova linha de produtos. Além do período de crescimento espetacular, as características por trás do sucesso original podem se tornar fontes de “rigidez nuclear”. Inovadores de sucessosão, em geral, personalidades fortes que não necessariamente estimulam a diversidade de ideias e de sistemáticas dentro da empresa. Inovações de sucesso são, em geral, protegidas por patentes e outras vantagens de quem chega primeiro, que podem enfraquecer a propensão para melhoria e mudança. Essas dificuldades têm assediado empresas como a DEC, a Polaroid e a Xerox. Um exercício interessante é especular sobre o futuro de superstars atuais: o que acontecerá com a Microsoft, depois de Bill Gates, ou com Apple, depois de Steve Jobs? TABELA 8.1 Categorias de pequenas empresas inovadoras Superstars: de pequenas a grandes empresas desde 1950 Empresas de base tecnológica (EBT) Especializadas Dominadas por fornecedores Exemplos Polaroid, DEC, T I, Xerox, Intel, Micro- soft, Sony, Compaq, Casio, Benetton Iniciantes em eletrô- nica, biotecnologia e software Produtoras de mer- cadorias (máquinas, componentes, ins- trumentos, software) Produtos tradicio- nais (por exemplo, têxteis, lã, alimentí- cios) e serviços Fontes de vantagem competitiva Exploração bem- sucedida de grandes invenções e trajetó- rias tecnológicas 1.Desenvolvimento de produto ou processo em áreas especializadas e de rápido avanço 2. Privatização de pesquisa acadêmica Combinação de tec- nologias para satis- fazer necessidades de usuários Integração e adap- tação de inovações por fornecedores Tarefas principais de estratégias de inovação Preparação de subs- titutos para o in- vento (ou inventor) original 1. “Superstar” ou “fornecedor especia- lizado”? 2. Conhecimento ou dinheiro? Vínculos com usuá- rios avançados e tecnologias subja- centes Exploração de novas oportunidades com base em TI em pro- jeto, distribuição e coordenação 300 Parte III Prática Empresas de base tecnológica (EBT) são pequenos empreendimentos que surgiram, recentemente, a partir de grandes empresas e grandes laboratórios, em campos como eletrô- nicos, software e biotecnologia. São, em geral, especializadas em suprir componentes-chave, subsistemas, serviços ou técnicas para grandes empresas, as quais podem, frequentemente, ser seus ex-empregadores. Ao contrário da crença amplamente difundida, a maioria das EBT, em eletrônicos e software, surgiram de laboratórios corporativos e do governo envolvidos em atividades de desenvolvimento e teste. É somente com o advento da biotecnologia (e, mais recentemente, do software) que laboratórios de universidades se tornaram fontes regulares de EBT, reforçando, assim, as fortes conexões diretas que sempre existiram entre a pesquisa com base na universidade e a indústria farmacêutica. Contudo, alguns observadores criticam essa tendência e temem que a “privatização” da pesquisa acadêmica em biotecnologia reduza, em longo prazo, a taxa de progresso científico e inovação e a contribuição da mesma para o bem- estar econômico e social. A gestão das EBT enfrenta dois grupos de problemas estratégicos: O primeiro relaciona-se com as perspectivas de crescimento de longo prazo. Muito • poucas pequenas empresas de base tecnológica podem se tornar superstars, uma vez que elas fornecem principalmente produtos de “nicho” especializado, com sinergias não óbvias ou grandiosas com outros mercados. O quanto a empresa irá crescer ou até quando irá sobreviver dependerá sempre de sua capacidade de negociar a transição da primeira para a segunda (melhorada) geração de produtos e de sua capacidade de de- senvolver competências administrativas de apoio. O quanto a EBT irá crescer depende da segunda escolha estratégica – se a gestão objetiva • maximizar o valor do negócio em longo prazo ou, meramente, procura um aumento de re- ceita e independência. Assim, proprietários de pequenas empresas frequentemente vendem seus empreendimentos poucos anos depois e vivem de seus investimentos. Pesquisadores de universidades criam empresas de consultoria ou para aumentar suas rendas pessoais (efeito BMW) ou para encontrar receita suplementar para suas pesquisas acadêmicas e atividades de ensino em períodos de escassez financeira. Fornecedores especializados projetam, desenvolvem e implementam inputs para a pro- dução, na forma de equipamentos, instrumentos e (cada vez mais) softwares, e interagem, de maneira próxima, com seus (em geral, grandes) clientes em crescimento tecnológico. Realizam relativamente pouca P&D formal, mas são, contudo, uma importante fonte ativa de desenvolvi- mento de inovações significativas, com importantes contribuições sendo realizadas pela equipe de projeto e produção. Finalmente, a maioria das pequenas empresas encaixa-se na categoria dominadas por fornecedores, tendo fornecedores de inputs de produção como principais fontes de tecno- logia. Essas empresas dependem fortemente de seus fornecedores para suas inovações e, portanto, tendem a ser incapazes de adequar a tecnologia específica da empresa enquanto fonte de vantagem competitiva. A tecnologia torna-se mais importante no futuro, com a es- fera crescente de possíveis aplicações de TI oferecidas por fornecedores, especialmente em atividades de serviço como distribuição e coordenação. Um espectro crescente de pequenas empresas necessita, portanto, obter competências tecnológicas para que as mesmas estejam aptas a especificar, comprar, instalar e manter sistemas de software que ajudem a aumentar sua competitividade. Se essas competências se tornarem diferenciadas, as competências cen- trais serão menos claras, dado que podem ser adotadas por empresas pequenas. Vantagens diferenciadas surgirão somente onde competências centrais são difíceis de imitar, a saber, 301Capítulo 8 Empreendedorismo e Novos Negócios em desenvolvimento e operação de sistemas complexos. Entre pequenas empresas, é menos provável que tais competências surjam nas que usam softwares do que entre aquelas que for-necem serviços de software. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR É preciso avaliar muitos pontos na hora de decidir abrir uma empresa. Estar bem informado e ter certeza do que se quer é o primeiro passo para determinar o sucesso do negócio. O vídeo da Dica do Professor tem como objetivo abordar os pontos fundamentais na hora de montar uma empresa. Confira. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Os fatores que motivam o empreendedor na abertura de novos negócios apresentam duas forças propulsoras: a oportunidade e a necessidade (VALLIERE, 2010). Sobre esses fatores, assinale a alternativa correta. A) O conhecimento prévio do mercado antecede o reconhecimento de oportunidades e impacta diretamente a tomada de decisões do empreendedor. B) A oportunidade é consequência da criação de um negócio pela falta de alternativa satisfatória de trabalho e renda. C) Quando a motivação do empreendedor é por necessidade, os empresários podem escolher a melhor opção, contemplando suas competências empresariais. D) A necessidade decorre do investimento em um novo negócio a fim de aproveitar uma circunstância favorável percebida no mercado. E) O empreendedor nem sempre precisa estar consciente de que tem a capacidade necessária para iniciar o negócio. 2) Sobre as vantagens e desvantagens de se constituir uma microempresa, de acordo com Bessant e John (2009), assinale a alternativa correta. A) As MPEs são mais burocratizadas do que as grandes empresas. B) A estrutura organizacional das MPEs é mais complexa e, por isso, o clima organizacional tende a ser menos satisfatório. C) As MPEs são capazes de prosperar em nichos de mercado menores, que podem não ser atraentes para grandes empresas. D) As MPEs são menos propensas a envolver inovação de produto em vez de inovação de processo. E) As MPEs tendem a estar associadas com alta lucratividade, mas não necessariamente com crescimento de vendas e empregos.3) Quando se fala de benefícios das microempresas, pode-se dizer que as licitações independem do órgão licitante. De acordo com a Lei Complementar Federal n.o 123/2006, assinale a alternativa correta. A) A MPE é prioridade quanto ao critério de desempate em contratação de licitações. B) Somente na assinatura do contrato será exigida a regularidade jurídica. C) A microempresa será automaticamente declarada vencedora se a proposta for superior ao melhor preço em até 15%. D) Na participação de licitações, as microempresas são dispensadas nos 5 primeiros anos de sua existência. E) A microempresa terá prioridade sempre que for apresentada juntamente com uma empresa de pequeno porte. 4) Podem utilizar o Programa Simples Nacional do Governo (benefícios) as empresas que têm determinadas características dentro do mercado. Assinale a alternativa que indica uma dessas características. A) EPP cuja receita bruta é superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (base legal: art. 3o, I e II, da Lei Complementar n.o 123/2006). B) Respeita, pelo menos, duas das condições previstas na Lei Complementar n.o 123/2006. C) Esteja em dia com sua documentação e suas obrigações. D) Esteja em sociedade com as demais MPEs de seu município. E) Caracteriza, para uso do Simples Nacional, a pessoa jurídica que tem lucro bruto entre R$ 4.500.000,00 e igual ou inferior a R$ 7.500.000,00. 5) Apesar de exercerem atividades diversificadas, vedadas e de pouca representatividade no mercado, as microempresas têm também características específicas quanto à inscrição no Programa Simples Nacional, respeitando alguns parâmetros. Assinale a alternativa que contém esses parâmetros. A) Para fazer uso da opção do Simples Nacional, pode ser realizado o processo pela internet, sendo válida para todo o ano em curso da empresa. B) Embora exerçam diversas atividades e tenham apenas uma delas vedada, independentemente da atividade impedida, não poderão participar do Simples Nacional. A opção do Simples Nacional poderá ser realizada somente no mês de dezembro do ano C) em curso. D) Excepcionalmente em situações emergenciais, a opção do Simples Nacional poderá ser realizada em qualquer período. E) Após a decisão de optar pelo Simples Nacional, é irretratável para todo o ano, podendo ser solicitada a exclusão a qualquer momento. NA PRÁTICA A atividade empreendedora e a criação de novos negócios são grandes motores de crescimento para economia, além de serem também uma forma de empoderar indivíduos com perfil empreendedor. A partir da identificação de uma boa oportunidade de mercado, é possível aliar a solução de problemas críticos da sociedade a uma atividade rentável e lucrativa para os empreendedores. Neste Na Prática, você vai conhecer o caso de uma microempresa que transforma cadeiras de rodas em veículos. Confira. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Como é a Lei da Micro e Pequena Empresa Assista ao vídeo e saiba quais são seus direitos, assegurados pela Lei da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar n.o 123/2006). Entenda como a Lei Geral classifica os negócios pela receita bruta anual e saiba quando os pequenos negócios devem ter tratamento diferenciado. Clique e fique por dentro. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O que é o Simples Nacional? Confira o site do Simples Nacional e saiba mais sobre o assunto. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Inovação em Micro e Pequenas Empresas: Uma Visão dosAgentes Locais de Inovação do Sebrae em Aracaju - SE. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Empresas familiares APRESENTAÇÃO Você sabia que no ambiente empresarial as pessoas atuam basicamente para alcançar o seu sustento e realização profissional? Na maioria das vezes, traz uma relação entre pessoas movidas por dinheiro, status e poder. Já em uma empresa familiar um componente importante são os sentimentos que a formam e são cultivados entre os seus integrantes. Em uma dose maior do que nos demais empreendimentos, estes sentimentos influenciam e são responsáveis pelas relações nas empresas familiares, fazendo com que isso se torne, ao mesmo tempo, positivo e com um potencial destrutivo à condução dos negócios. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai explorar mais este mundo das empresas familiares, que juntas são responsáveis por mais de 60% do PIB brasileiro e por mais da metade dos empregos formais no Brasil, tamanha a sua importância e necessidade de profissionalização da gestão. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as principais causas de conflito que afetam os negócios nas empresas familiares. • Indicar as principais características das empresas familiares.• Reconhecer a importância da gestão de pessoas nas empresas familiares.• DESAFIO Conforme a pesquisa global sobre empresas familiares realizada pela PWC em 2014, uma empresa familiar pode ser definida como aquela em que pelo menos um representante da família está envolvido na gestão ou na administração da empresa. Considerando esta característica, grande parte das empresas brasileiras se encaixam nesse perfil. Para melhor assessorar seus clientes, você resolve fazer uma listagem das vantagens e das desvantagens/desafios de se manter uma empresa com uma estrutura familiar. Mencione pelo menos cinco itens sobre cada um justificando suas respostas. INFOGRÁFICO Muitas empresas familiares alcançam sucesso nas suas áreas de atuação graças ao talento, ao esforço e ao desempenho de seus fundadores. Mas criar um negócio que alcança várias gerações depende de um alinhamento de interesses entre todas as partes envolvidas, propiciando uma visão de futuro com sustentabilidade nas relações e nos negócios. Para tanto, estabelecemos três níveis de atuação que precisam ser levados em conta na preparação das pessoas e da própria empresa, por meio de alguns documentos que precisam formalizar intenções e regras a serem seguidas, a fim de mitigar riscos e conflitos. Veja a figura! CONTEÚDO DO LIVRO Devido às peculiaridades na sua formação, as empresas familiares distinguem-se das demais empresas, portanto sua gestão também requer alguns cuidados para evitar que conflitos internos em potencial prejudiquem os negócios. Acompanhe o trecho do livro "A empresa familiar no divã: uma perspectiva psicológica", no qual destacam-se os fenômenos estruturais das relações da empresa familiar, as principais causas de conflitos e os distintos desafios que impõem à liderança e à propriedade. inicie sua leitura pelo título Objetivos conflitantes na empresa familiar até o início da página 57. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! DICA DO PROFESSOR As pequenas e médias empresas são, na maioria, estruturas familiares. E mais da metade destas empresas morre muito jovem, com poucos anos de existência, muitas vezes por motivos que poderiam ter sido evitados, como os conflitos internos. Neste vídeo, será abordada a importância da gestão de pessoas nas empresas familiares. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Em relação aos conflitos que podem surgir nas empresas familiares, todas as alternativas estão corretas, exceto: A) Em uma empresa que ainda se encontre em sua fase inicial de desenvolvimento, a tomada de decisões costuma concentrar-se nas mãos do fundador que, além de conduzir e dirigir o empreendimento, é também o chefe da família. B) Manter um grupo de familiares unidos torna-se mais fácil à medida que a família cresce, pois as múltiplas gerações assumem diferentes posições de liderança e de propriedade. C) Com o aumento do número de descendentes, é possível que se gaste mais tempo exercendo atividades políticas que elaboram maneiras de levar a empresa adiante. D)Em transições geracionais planejadas precariamente, a política familiar pode se converter em uma grande distração, uma vez que as decisões racionais são subjugadas pela emoção. E) O princípio da "família em primeiro lugar" faz sentido para os empreendedores que começam seu negócio, e trabalham duro nele, normalmente para sustentar suas famílias. 2) Correspondem às características de uma "família empresária", com exceção de: A) Tem em seu núcleo os mesmos membros de uma empresa familiar. B) O tipo de vínculo que rege as relações na empresa é mais profissional do que em uma empresa familiar. C) Ascendem aos cargos mais altos do negócio aqueles que têm o melhor desempenho. D) As decisões são quase sempre tomadas com base nas emoções. E) Os papéis e as responsabilidades dos familiares em relação à empresa estão baseados em um conjunto claro de regras. 3) Uma pequena empresa tradicional e de propriedade familiar, atua em um ambiente relativamente estável e adota estratégia de negócio conservadora e defensiva. Nesse contexto, a estratégia de recursos humanos relativa à política de benefícios aos funcionários deve priorizar: A) Remuneração variável. B) Remuneração por competências. C) Participação acionária. D) Remuneração fixa. E) Remuneração por desempenho. 4) Uma empresa de controle familiar, que atua na área agroindustrial de alimentos, conquistou recentemente grandes clientes e precisa ampliar seu quadro operacional de empregados. O mercado de trabalho está demandante e, portanto, é necessário atrair os funcionários por meio de um sistema de bonificação variável, que não modifique a propriedade familiar e tenha foco no desempenho da atividade. Qual critério deve ser central em uma proposta de bonificação variável? A) Ampliação de horas extras. B) Aumento de salários. C) Ganhos por produtividade e redução de perdas. D) Bônus sobre o aumento de patrimônio da empresa. E) Opção de compra de ações. 5) O plano de cargos e salários é uma ferramenta de gestão de pessoas importante a ser utilizada nas empresas familiares, sobretudo para evitar conflitos. Sobre essa política, todas as alternativas estão corretas, exceto: A) A política de administração de cargos e salários tem por objetivo reconhecer a capacitação profissional e o desempenho dos seus funcionários. B) É responsável pela identificação, diagnóstico e análise do comportamento de um colaborador durante um certo intervalo de tempo, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico e sua relação com os parceiros de trabalho etc. C) Os salários serão administrados dentro das faixas salariais de cada classe de cargos. D) Todo funcionário deve ser admitido preferencialmente com salário no início da faixa salarial estabelecida para o seu cargo. E) Os aumentos por promoção vertical são concedidos aos funcionários que passam a ocupar cargos incluídos em uma classe superior à classe atual do cargo, dentro da estrutura de cargos e de salários. NA PRÁTICA Quando os sentimentos auxiliam na concepção das estratégias das empresas familiares. A formulação de estratégias nas empresas familiares pode se dar de maneira diferente ao que ocorre nas demais empresas. A maioria dos processos de planejamento estratégico busca ideias e oportunidades "de fora", como as mudanças no mercado ou ações da concorrência, por exemplo. Já as empresas familiares, na maioria das vezes, geram estratégias adaptativas "de dentro", desenvolvendo abordagens estratégicas consistentes com suas próprias competências e cultura. Assim, o que a empresa é, motiva pelo o que ela se torna, em vez de deixar os objetivos moldarem as operações. Em vez de seguir uma necessidade do mercado documentada e quantificável, a família segue uma paixão específica e compartilhada entre os membros. Estas estratégias não se baseiam em caprichos e na vontade das lideranças, elas evoluem a partir da cultura da empresa, de seus valores, de história, de liderança e de ambiente. Do seu próprio jeito, cada nova geração de liderança assume, defende e então adapta as estratégias às condições de mercado. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Publicações sobre Empresas Familiares PricewaterhouseCoopers (PwC): Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE) Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Gestão de empresa familiar Fatores críticos de sucesso na governança e sucessão do grupo familiar XZ Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Formas de entradas - Criar uma nova empresa APRESENTAÇÃO Embora o Brasil seja um dos países com mais empreendedores no mundo, isso não quer dizer que seja fácil criar uma nova empresa. Chega-se ao número de três em cada dez brasileiros que possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio, que requer alguns passos fundamentais para que as chances de sucesso sejam maiores. Nesta Unidade de Aprendizagem serão abordados estes tópicos complexos, mas muito interessantes e importantes neste processo. Além disso, você vai conhecer os estágios-chave de criação de um novo empreendimento e as estratégias de expansão do negócio. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar o que é preciso na hora de abrir uma empresa.• Identificar os estágios-chave do processo de criação de um novo empreendimento.• Descrever as estratégias de expansão do negócio.• DESAFIO Ao observar uma situação, você pensou em uma alternativa ainda não apresentada pelo mercado para aquele problema que estava ali na sua frente. Você teve uma grande ideia para um novo negócio! Partindo desta necessidade, quais são estes estágios? Mencione pelo menos quatro passos e/ou ações que você pretende realizar para que sua ideia seja transformada em um novo negócio rentável. INFOGRÁFICO Os resultados são uma fonte de informações muito válida para saber como andam os negócios e o que é preciso fazer para a empresa crescer. Mas e quando eles não são positivos? O que pode estar faltando? Veja na figura os três principais motivos pelos quais as empresas fracassam. CONTEÚDO DO LIVRO Quais são os primeiros passos ao planejar a abertura de um novo negócio? Acompanhe o trecho selecionado do livro "Inovação e empreendedorismo", para identificar os estágios-chave do processo de criação de um novo empreendimento. Inicie sua leitura pelo título Processos e estágios para a criação de um novo empreendimento até o final do item Avaliar a oportunidade e continue no título Aquisição de recursos e financiamento. Boa leitura. INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO A D M I N I S T R A Ç Ã O JOHN BESSANT JOE TIDD B557i Bessant, John. Inovação e empreendedorismo [recurso eletrônico] / John Bessant, Joe Tidd ; tradução Elizamari Rodrigues Becker, Gabriela Perizzolo, Patrícia Lessa Flores da Cunha.- Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009. Editado também como livro impresso em 2009. ISBN 978-85-7780-511-2 1. Inovação. 2. Empreendedorismo. I. Tidd, Joe. II. Título. CDU 005.591.6 Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/1922 305Capítulo 8 Empreendedorismo e Novos Negócios Processos e estágios para a criação de um novo empreendimento Estágios-padrão para a criação de um novo empreendimento incluem: Avaliação de oportunidade para um novo empreendimento – geração, avaliação e apri-• moramento do conceito de negócio. Desenvolvimento de plano de negócio e decisão com relação à estrutura do empreen-• dimento. Aquisição de recursos e financiamento necessários para a implementação – incluindo• apoio especializado e possíveis parcerias. Crescimento e acompanhamento do empreendimento, bem como obtenção de resulta-• dos a partir desse – como criar e extrair valor de negócio. O novo empreendimentoenfrentará diferentes desafios em estágios diferentes para realizar uma transição de sucesso para o próximo estágio, o que os pesquisadores chamam de “momen- tos críticos”: Reconhecimento de oportunidade• – na interface entre fases de pesquisa e construção de oportunidades. Exige a capacidade de conectar uma tecnologia específica ou know- how com uma aplicação comercial, e baseia-se em uma combinação bastante rara de habilidade, experiência, aptidão, insight e circunstâncias. Uma questão-chave aqui é a capacidade de sintetizar conhecimento científico e perspectivas mercadológicas, que aumentam com o capital social do empreendedor – contatos, parcerias e outras intera- ções de redes de contato. Compromisso empreendedor • – ações e persistência sustentada que vincula o empreen- dedor ao surgimento do negócio. Isso, em geral, exige uma difícil tomada de decisão pessoal – por exemplo, permanecer ou não como acadêmico – bem como a evidência de investimentos financeiros diretos para o empreendimento. Credibilidade do empreendimento • – é fundamental para o empreendedor obter os re- cursos necessários para adquirir recursos financeiros e outros, para o negócio funcio- nar. Credibilidade é uma função de equipe de empreendimento, clientes-chave e outros capitais sociais e relacionamentos. Exige relacionamentos próximos com patrocinado- res, financistas e outros para criar e manter a conscientização e a credibilidade. A falta de experiência de negócio e a dificuldade em reconhecer suas próprias limitações são um problema-chave aqui. Uma solução é contratar os serviços de um “empreendedor suplente”. Como um experiente empreendedor observa, “os acadêmicos não tão inte- 306 Parte III Prática ligentes ou inseguros querem suas mãos em tudo. Essas prima donnas fazem uma ba- gunça completa, não chegam a lugar algum com suas empresas e acabam desapontados profissional e financeiramente”. Avaliar a oportunidade Um erro em muitas discussões sobre empreendedorismo é que elas partem do princípio de que a oportunidade já foi identificada e que tudo que resta é desenvolver e obter recursos para essa oportunidade. Entretanto, na prática, um empreendedor novato pode ter somente uma vaga ideia sobre a base de um novo empreendimento. Fontes comuns de ideias para um novo empreendimento incluem: Extensões ou adaptações de produtos ou serviços existentes. • Aplicação de produtos ou serviços existentes em segmentos de mercado diferentes ou • recentemente criados ou em pontos de preço diferentes, por exemplo, companhias aé- E M P R E E N D E D O R I S M O E M A Ç Ã O Aprendendo com usuários na IDEO A IDEO é uma das mais bem-sucedidas empresas de consultoria de projetos do mundo, localizada em Palo Alto, Califórnia, e em Londres, no Reino Unido. Ela ajuda grandes empresas industriais e consumidores, em todo o mundo, a projetar e desenvolver novos e inovadores produtos e serviços. Por trás de sua típica excentricidade californiana reside um processo testado e experimentado para desenvolver projetos de sucesso: Entender o mercado, o cliente e a tecnologia. • Observar usuários e usuários potenciais em situações da vida real. • Visualizar novos conceitos e usuários que possam utilizá-los, por meio de protótipos, modelos e • simulações. Avaliar e refinar os protótipos em uma série de iterações rápidas. • Implementar o novo conceito, visando à comercialização. • O primeiro passo fundamental é alcançado pela observação atenta de usuários potenciais em contexto. Como argumenta Tom Kelly, da IDEO: Não somos grandes admiradores de grupos focais. Também não damos muita atenção à pesquisa de mercado. Vamos até à fonte. Não aos “especialistas” no interior de uma empresa (cliente), mas às pessoas que usam o produto ou algo similar ao que desejamos criar (…) acreditamos que devemos ir além, colocando-nos no lugar de nossos clientes. Na verdade, acreditamos que não é suficiente perguntar às pessoas o que elas pensam sobre um produto ou uma ideia. Aos clientes, pode faltar vocabulário ou gosto para explicar o que está errado e, espe- cialmente, o que está faltando. O próximo passo é desenvolver protótipos que ajudem a avaliar e a refinar as ideias capturadas dos usuários. “Um enfoque repetitivo em relação aos problemas é um dos fundamentos de nossa cultura de protótipos (…) você pode fazer protótipos de qualquer coisa – um novo produto ou serviço, ou uma promoção especial. O que conta é movimentar a bola para frente, atingindo parte de seus objetivos.” Fonte: Kelly, T. (2002). The Art of Innovation: Lessons in Creativity from IDEO. HarperCollins Business, New York. 307Capítulo 8 Empreendedorismo e Novos Negócios reas de baixo custo, tais como Ryanair e Easyjet, ou o aspirador de pó da Dyson, que adaptou a tecnologia centrífuga a partir da aplicação industrial. Adição de valor a um produto ou serviço existente, por exemplo, mecanismos de procu- • ra na rede para áreas específicas, de viagens e de seguro, tais como TravelJungle.co.uk ou Confused.com. Desenvolvimento de um produto ou serviço completamente novo. • Os fatores determinantes fundamentais de oportunidades para novos empreendimentos são: Fatores econômicos – por exemplo, mudanças em receita disponível; • Desenvolvimentos tecnológicos – que podem reduzir (ou aumentar) as barreiras de • entrada no negócio; Tendências demográficas – por exemplo, o envelhecimento da população, mais tempo • de lazer; Mudanças regulatórias – por exemplo, exigências ambientais, saúde e segurança. • Todas essas fontes em potencial podem ser identificadas mais prontamente e acessadas atra- vés do uso de abordagens sistemáticas para a sondagem e a busca que defendemos nos Capítulos 1 e 2. Uma fonte útil de ideias é examinar como possíveis usuários vivem e trabalham e identifi- car necessidades não satisfeitas ou as melhores formas de oferecer produtos e serviços existentes, conforme apresentado no quadro abaixo. Apresentamos o desdobramento da função qualidade no Capítulo 5, mas aqui ela também é útil para ajudar e avaliar oportunidades e compará-las com ofertas de competição existente, conforme apresentado no quadro da página ao lado. Desenvolver o plano de negócio A razão principal para desenvolver um plano de negócio formal para um novo empreendimento é atrair financiamento externo. Entretanto, ele está a serviço de uma função secundária importante. Um plano de negócio pode oferecer um acordo formal entre fundadores com relação ao desenvol- vimento inicial e futuro do empreendimento. Um plano de negócio pode reduzir falsas ilusões, por parte dos fundadores, e evitar discussões subsequentes com relação a responsabilidades e recompen- sas. Também pode ajudar a traduzir metas ambíguas ou abstratas em necessidades operacionais mais explícitas e apoiar tomadas de decisão subsequentes e identificar trade-offs. Dos fatores controláveis por empreendedores, o planejamento de negócio possui o efeito mais significativamente positivo no desempenho do novo empreendimento. Contudo, existem muitos fatores incontroláveis, como opor- tunidades de mercado, que possuem uma influência ainda mais significativa sobre o desempenho. Um típico plano de negócio formal inclui as seguintes seções: Detalhes do produto ou serviço. • Avaliação de oportunidades de mercado. • Identificação de clientes-alvo. • Barreiras de entrada no negócio e análise de concorrente. • Experiência, especialização e compromisso de equipe de administração. • Estratégia para determinação de preço, distribuição e vendas. • Identificação e planejamento de riscos-chave. • Cálculo do fluxo de caixa, incluindo pontos de equilíbrio e análise de sensibilidade. • Recursos financeiros e outros que o negócio exige. • 308 Parte III Prática E M P R E E N D E D O R I S M O E M A Ç Ã O Desdobramento da função qualidade (QFD) para avaliar oportunidades O desdobramento da função qualidade (QFD) é uma técnica útil para traduzir exigências de clientes em necessidades de desenvolvimento,
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