Buscar

empreendedorismo_-_uni_3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
UNIDADE 3
MERCADO EMPREENDEDOR
ObjEtIvOs DE APRENDIzAgEM
 A partir desta unidade você estará apto(a) a:
•	 conhecer o conceito de pequena e média empresa;
•	 entender as questões legais na constituição da empresa;
•	 saber a importância do registro de marcas e patentes;
•	 entender o conceito de inovação;
•	 adequar as inovações ao tipo de organização;
•	 conhecer as tendências para as empresas empreendedoras.
PLANO DE EstUDOs
Esta unidade está dividida em três tópicos e ao final de 
cada um você encontrará atividades que ajudarão a refletir sobre 
o conteúdo estudado.
tÓPICO 1 – PEQUENAs E MÉDIAs EMPREsAs (PMEs)
tÓPICO 2 – PERsPECtIvAs PARA O EMPREENDEDORIsMO
tÓPICO 3 – tENDÊNCIAs EM EMPREENDEDORIsMO
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Na Unidade 1 estudamos o conceito do empreendedorismo e as características do 
empreendedor e sua contribuição para a sociedade. Na Unidade 2 aprendemos a importância 
do Plano de Negócio no projeto do empreendimento, bem como para a sua gestão. Vimos 
também como elaborar um Plano de Negócios eficiente e como colocá-lo em prática. Falamos 
também em micro e pequenas empresas.
Na Unidade 3 estudaremos o conceito da pequena e média empresa, o que é necessário, 
além de uma boa ideia e um Plano de Negócios eficiente, para colocar essa empresa em 
funcionamento e alguns cuidados que o empreendedor precisa ter para proteger o seu negócio.
Veremos também que empreendedorismo e inovação são parceiros e que caminham 
sempre juntos de mãos dadas, mas como fazer para adequar a inovação ao tipo de organização? 
É o que veremos no Tópico 2.
Para finalizar o nosso Caderno de Estudos, analisaremos como cultivar a cultura 
empreendedora dentro das organizações, sejam pequenas, médias ou grandes. E quais as 
tendências para o empreendedorismo? Estudaremos esses assuntos no Tópico 3.
PEQUENAs E MÉDIAs EMPREsAs 
(PMEs)
1 INtRODUÇÃO
tÓPICO 1
UNIDADE 3
2 CONCEItO DE PME NO bRAsIL
Há vários conceitos de micro, pequena e média empresa no Brasil. Em geral, eles levam 
em consideração critérios quantitativos, como número de empregados ou faturamento anual bruto 
(para definições internacionais de micro, pequenas e médias empresas). Os critérios quantitativos 
são econômicos e, ao conceituar pequenas empresas, ajudam a explicar seu comportamento. 
UNIDADE 3TÓPICO 1142
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Os critérios qualitativos são largamente utilizados para definir o tamanho da empresa. 
Eles representam uma imagem mais fiel das empresas, uma vez que focam essencialmente 
sua estrutura interna, na sua organização e nos estilos de gestão. 
Critérios quantitativos e qualitativos é a interseção de ambos, podemos citar como 
exemplo: o Decreto-Lei nº 486, de 03/03/1969, que define o pequeno comerciante pelas 
seguintes bases: natureza artesanal da atividade, predominância do trabalho próprio e de 
familiares, capital empregado e renda bruta anual.
Caro(a) acadêmico(a), as definições que veremos agora foram extraídas da Cartilha do 
Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte do Sebrae (2011).
Microempresa é um conceito criado pela Lei nº 7.256/84 e, atualmente, regulado pela 
Lei nº 9.841, de 5.10.99, que estabelece normas também para as empresas de pequeno porte, 
em atendimento ao disposto nos artigos 170 e 179 da Constituição Federal, favorecendo-as 
com tratamento diferenciado e simplificado nos campos administrativo, fiscal, previdenciário, 
trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. (SEBRAE, 2011).
Uma segunda classificação é a que utiliza como critério o volume monetário ou 
econômico da empresa. Esta classificação é utilizada pelas leis federais e estaduais para 
fins de tributação, considerando os limites de faturamento e seu enquadramento como 
micro e pequena empresa. A Lei Federal nº 9.841, de 5.10.99, classifica-as de acordo com o 
limite de R$ 244.000,00 para microempresa, e para as de pequeno porte, de R$ 244.000,01 
até R$ 1.200.000,00, como já aludido anteriormente. No âmbito estadual, a Lei nº 10.669, 
de 24.10.00, alterou os limites a partir de janeiro de 2001: microempresa R$ 120.000,00; 
empresas de pequeno porte classe A R$ 720.000,00 e classe B - R$ 1.200.000,00. (SEBRAE, 
2011).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Serviço Brasileiro de Apoio 
às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), utilizam por base a quantidade de pessoas que 
trabalham nessas empresas. Sendo considerada microempresa aquela que emprega até 
nove pessoas no ramo de atividade de comércio e serviços e até dezenove pessoas na 
indústria. A pequena empresa emprega de dez a quarenta e nove pessoas no comércio e 
serviços e de vinte a noventa e nove pessoas na indústria. (SEBRAE, 2011).
As principais leis que dizem respeito às micro e pequenas empresas são as seguintes:
1. Decreto nº 3.474, de 19.05.2000, regulamenta a Lei nº 9.841, de 5.10.99, que institui o 
Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
2. Lei nº 9.841, de 5.10.99, Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, 
regulamenta o tratamento para as micro e pequenas empresas.
UNIDADE 3 TÓPICO 1 143
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
3. Lei nº 9.317, de 5.12.96, Lei do Simples Federal, tratamento fiscal concedido às micro e 
pequenas empresas. (SEBRAE, 2011).
FONTE: Disponível em: <jus.com.br/.../as-micro-e-pequenas-empresas-como-propulsoras-do->. 
Acesso em: 20 jan. 2012.
Com o advento do novo Estatuto, a microempresa e a empresa de pequeno porte 
continuam a ser regidas por leis distintas, isto porque a Lei do Simples não foi revogada, 
estando, portanto, em plena vigência.
Assim, o novo Estatuto passa a prever tratamento favorecido às microempresas e 
empresas de pequeno porte nos campos não abrangidos pela Lei do Simples. Isso quer 
dizer que enquanto o Estatuto tem por objetivo facilitar a constituição e o funcionamento 
da microempresa e da empresa de pequeno porte, assegurando o fortalecimento de sua 
participação no processo de desenvolvimento econômico e social, o Simples estabelece 
tratamento diferenciado nos campos dos impostos e contribuições, conforme menciona 
Sebrae (2011).
Conclui-se, portanto, que são duas as leis das microempresas e empresas de 
pequeno porte em vigor: o novo Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte 
e a Lei nº 9.317/96 (Simples). Cada qual com o seu conceito de receita bruta e exigências 
para enquadramento, próprios.
Dessa forma, nada impede que uma mesma empresa seja considerada microempresa 
perante o novo Estatuto e empresa de pequeno porte segundo a Lei do Simples. Nada impede 
também que uma mesma empresa esteja enquadrada como microempresa ou empresa de 
pequeno porte segundo as regras do novo Estatuto, mas impedida de optar pelo sistema 
Simples.
FONTE: Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/751/leis-da-microempresa-e-empresa-de-
pequeno-porte-e-o-novo-estatuto>. Acesso em: 20 jan. 2012.
De acordo com a definição nacional (Despachos Normativos nº 52/87, nº 38/88 e 
Aviso constante do DR nº 102/93, Série III), são PME as empresas que, cumulativamente, 
preencham os seguintes requisitos:
	empreguem até 500 trabalhadores (600, no caso de trabalho por turnos regulares);
	não ultrapassem 11 971 149 euros de vendas anuais;
	e não possuam nem sejam possuídas em mais de 50% por outra empresa que ultrapasse 
qualquer dos limites definidos nos pontos anteriores.
FONTE: Disponível em: <www.portaldaempresa.pt ›... › perguntas frequentes › criação da empresa>. 
Acesso em: 20 jan. 2012.
UNIDADE 3TÓPICO 1144
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
O IBGE classifica os empreendimentos com base nos setores econômicos, adotando 
diferentes tipologias em função do número de pessoas ocupadas: 
Microempresa Pequena Média
Indústria Até 19 pessoas ocupadas. De 20 a 99 pessoas. De 100 a 499 pessoas.
Comércio Até 9 pessoas ocupadas. De 10 a 49 pessoas. De 50 a 99 pessoas.
serviço Até 9 pessoas ocupadas. De 10 a 49 pessoas. De50 a 99 pessoas.
FONTE: IBGE (2010)
A legislação do Simples, regime tributário simplificado do Governo Federal, adota a 
seguinte classificação:
•	 Microempresa: faturamento bruto anual até R$ 240.000,00.
•	 Pequena empresa: faturamento bruto anual de R$ 240.00,01 a R$ 2.400.000,00.
A multiplicidade de critérios de enquadramento dificulta a implementação de políticas 
nacionais de apoio às micro e pequenas empresas. As MPE’s são hoje em todo o mundo, e 
destacadamente no Brasil, um segmento dos mais importantes, pela capacidade de gerarem 
postos de trabalho e serem agentes de inclusão econômica e social. (SEBRAE, 2011).
3 QUEstÕEs LEgAIs DE CONstItUIÇÃO DA EMPREsA
Pode até parecer muito simples, mas criar uma empresa exige muito planejamento 
e uma série de detalhes que não podem ser esquecidos. Como já falamos anteriormente, 
o mais indicado é procurar assessoria para este momento, pois são pessoas ou entidades 
especializadas aptas a orientar o empreendedor nesse momento tão burocrático.
São questões legais, contábeis e financeiras, que, se esquecidas, podem gerar 
problemas futuros ao empreendedor.
Abrir e gerir uma empresa exige um conjunto de habilidades e conhecimentos. É preciso 
entender o mercado, o público que se deseja atingir e planejar bem o negócio.
Por mais trabalhoso e estressante que possa ser o processo de criação de uma 
empresa, é de suma importância que o empreendedor conheça e entenda a legislação na qual 
sua empresa está inserida, de forma a conseguir tirar vantagem competitiva desse processo.
QUADRO 7 – CLASSIFICAÇÃO DOS EMPREENDEDORES
UNIDADE 3 TÓPICO 1 145
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
4 CRIANDO A EMPREsA
Para criar uma empresa é necessário, antes de mais nada, entender os tipos de 
empresas e sociedades, de acordo com o novo Código Civil, brasileiro. Veremos a seguir as 
definições extraídas do site do Sebrae (www.sebrae.com.br).
O atual sistema jurídico passou a adotar uma nova divisão que não se apoia mais na 
atividade desenvolvida pela empresa, isto é, comércio ou serviços, mas no aspecto econômico 
de sua atividade, ou seja, fundamenta-se na teoria da empresa.
De agora em diante, dependendo da existência ou não do aspecto econômico da 
atividade, se uma pessoa desejar atuar individualmente (sem a participação de um ou mais 
sócios) em algum segmento profissional, se enquadrará como empresário ou autônomo, 
conforme a situação, ou, caso prefira se reunir com uma ou mais pessoas para, juntos, explorar 
alguma atividade, deverão constituir uma sociedade que poderá se tornar uma sociedade 
empresária ou sociedade simples, conforme veremos as diferenças entre uma e outra, mais 
adiante. (DORNELAS, 2008).
Portanto, devemos nos acostumar a conviver com a nova divisão entre: empresário ou 
autônomo e sociedade empresária ou sociedade simples.
•	 Empresário
Segundo Dornelas (2008), a firma individual foi substituída pela figura do empresário. 
Portanto, todos os empreendedores que estavam registrados nas juntas comerciais como firma 
individual passaram a ser empresários. Além destes, muitos dos que atuavam na condição 
de autônomo, também passaram à condição de empresário, pois foram recepcionados em 
seu conceito, conforme transcrito a seguir:
Conceito de empresário: considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. (art. 
966) (SEBRAE, 2011).
Segundo o Código Civil, são três os traços que caracterizam o empresário:
a) Exercício de atividade econômica e, por isso, destinada à criação de riqueza, pela produção 
de bens ou de serviços ou pela circulação de bens ou serviços produzidos.
b) Atividade organizada, através da coordenação dos fatores da produção – trabalho, natureza 
UNIDADE 3TÓPICO 1146
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
e capital – em medida e proporções variáveis, conforme a natureza e objeto da empresa;
c) Exercício praticado de modo habitual e sistemático, ou seja, profissionalmente, o que 
implica dizer em nome próprio e com ânimo de lucro. (SEBRAE, 2011).
•	 Autônomo
Dornelas (2008) afirma que o novo Código Civil não traz a definição de autônomo, 
porém, se temos a definição de quem não pode ser considerado empresário, podemos 
afirmar que estes são os autônomos. Vejamos o que diz a lei:
Não se considera empresário: aquele que exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores, salvo 
se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. (Parágrafo único do art. 966) 
(SEBRAE, 2011).
Podemos então considerar autônomo aquele que atua, por conta própria (sem sócios), 
como profissional liberal (advogado, dentista, médico, engenheiro, arquiteto, contabilista 
etc.), que, na verdade, vendem serviços de natureza intelectual, mesmo que contem com o 
auxílio de empregados.
FONTE: Adaptado de: <www.biblioteca.sebrae.com.br/bte/bte.nsf/DowContador?...unid...>. Acesso 
em: 22 fev. 2012.
Antes de tratarmos dos tipos de sociedade é importante saber o seu conceito, conforme 
Sebrae (2011):
Celebram contrato de sociedades as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica (um ou mais negócios 
determinados) e a partilha, entre si, dos resultados. (art. 981 e parágrafo único).
Portanto, não é autônomo nem empresário (já que estes atuam individualmente), mas 
sim, quando mais de uma pessoa com os mesmos propósitos e objetivos econômicos se reúnem 
para a realização de negócios em conjunto e dividem os resultados entre si.
*sociedade Empresária
Sociedade empresária é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento 
de empresa. (SEBRAE, 2011).
FONTE: Disponível em: <www.scribd.com/.../EMPRESARIO-E-SOCIEDADE-EMPRESARIA>. Acesso 
em: 22 fev. 2012. 
UNIDADE 3 TÓPICO 1 147
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Pode-se dizer que sociedade empresária é a reunião de dois ou mais empresários, em 
conjunto, para explorarem atividade(s) econômica(s). (DORNELAS, 2008).
* Sociedade Simples
Sociedades simples são sociedades formadas por pessoas que exercem profissão 
intelectual (gênero), de natureza científica, literária ou artística (espécies), mesmo sem contar 
com auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa. (SEBRAE, 2011).
FONTE: Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/uf/pernambuco/orientacao-empresarial/formalize-
sua-empresa>. Acesso em: 22 fev. 2012.
Podemos conceituar sociedade simples como a reunião de duas ou mais pessoas 
(se atuar individualmente será considerada autônoma), que se obrigam a contribuir com bens 
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a divisão, entre si, dos resultados, 
não tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresário. (SEBRAE, 2011).
FONTE: Disponível em: <www.telecentros.desenvolvimento.gov.br/_.../LegalizacaodeEmpresa...>. 
Acesso em: 22 fev. 2012.
*Constituição de Empresas e Outras Formas de Atuação
Para Dornelas (2008), todo processo de abertura de empresas é muito parecido, 
independentemente da atividade econômica a ser prestada. 
Veja na Leitura Complementar a seguir quais os passos que o empreendedor deverá 
seguir antes de iniciar uma atividade.
LEItURA COMPLEMENtAR
PRECAUÇÕEs
1 Escolher um local adequado para exploração do negócio, tais como: localização, movimento 
de pessoas, força elétrica, telefonia, enchentes, estacionamento, acesso, transporte público, 
conservação e adaptação do imóvel etc.
2 Verificar na prefeitura, ou na Regional da Prefeitura:
a. Se o imóvel está regularizado, ou seja, se possui habite-se.
b. Se as atividades a serem desenvolvidas no local respeitam a Lei de Zoneamento do Município.
c. O pagamento do IPTU referente o imóvel.
d. No caso de instalarem placas de identificação do estabelecimento será necessário verificar 
o que determina a legislaçãolocal sobre o licenciamento das mesmas.
3 Verificar junto aos órgãos estadual e municipal do Meio Ambiente e de Controle de Atividades 
UNIDADE 3TÓPICO 1148
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Poluentes, a possibilidade de estabelecer-se na localidade.
4 Investigar junto à Vigilância Sanitária Estadual e Municipal se o estabelecimento e a atividade 
pretendidos – relacionado à saúde - (bar, restaurantes, farmácias etc.) atendem às exigências 
para funcionamento.
5 Acompanhar as exigências do Corpo de Bombeiros.
6 Tratando-se de imóvel alugado, negocie o preço do aluguel, data de pagamento, prazo 
de locação e demais cláusulas com o locador, na forma e condições compatíveis com o 
empreendimento.
7 O contrato de locação poderá ser registrado no Registro de Títulos e Documentos (SEBRAE, 
2011).
A escolha do tipo de sociedade é um passo igualmente importante, por isso, explicamos 
a seguir suas características.
A Sociedade Simples possui regras próprias que a regulamentam, porém, o novo 
Código Civil prevê que ela poderá optar por um dos tipos mencionados anteriormente, com 
exceção da sociedade anônima e sociedade em comandita por ações, que, como vimos, serão 
sempre sociedade empresária. (FARAH et al., 2008).
Já a sociedade Empresária não possui regras próprias, devendo, necessariamente, 
adotar um dos tipos mencionados. (FARAH et al., 2008).
Vale lembrar que as sociedades dos tipos anônima e limitada são as mais comuns no 
Brasil, devido à responsabilidade dos sócios ser limitada em relação à sociedade e terceiros. Os 
outros tipos societários possuem sócios que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais.
A sociedade limitada pode adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final 
“limitada” ou a sua abreviatura. A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, 
desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. (FARAH et al., 2008).
A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome 
de um ou mais sócios. A omissão da palavra limitada determina a responsabilidade solidária e 
ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
No caso da sociedade anônima, a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de 
suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, 
aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.
UNIDADE 3 TÓPICO 1 149
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma 
social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade (FARAH et al., 2008).
FONTE: Disponível em: <www.telecentros.desenvolvimento.gov.br/_.../LegalizacaodeEmpresa...>. 
Acesso em: 22 fev. 2012.
DIC
AS!
Acessando o link a seguir você terá acesso ao manual do Sebrae 
sobre criação de empresas e terá mais informações. Disponível 
em: <http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/20800DA3358E1442032
571470043F66E/$File/NT000AFADA.pdf>.
•	Empreendedor Individual
O Empreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza 
como pequeno empresário. Para ser um empreendedor individual, é necessário faturar no 
máximo até R$ 36.000,00 por ano, não ter participação em outra empresa como sócio ou 
titular e ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. 
(SEBRAE, 2011).
A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o 
trabalhador conhecido como informal possa se tornar um Empreendedor Individual legalizado.
Para o Sebrae (2011), entre as vantagens oferecidas por essa lei está o registro no 
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilitará a abertura de conta bancária, 
o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.
Além disso, o Empreendedor Individual será enquadrado no Simples Nacional e 
ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, COFINS, IPI e CSLL). Pagando 
apenas um valor fixo mensal que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. 
Com essas contribuições, o Empreendedor Individual terá acesso a benefícios como auxílio 
maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros. (SEBRAE, 2011).
Conforme o portal do empreendedor individual, são 439 atividades que permitem ao 
trabalhador se enquadrar nesse regime. 
FONTE: Disponível em: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/modulos/entenda/oque.php>. 
Acesso em: 22 fev. 2012.
UNIDADE 3TÓPICO 1150
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
DIC
AS!
Caro(a) acadêmico(a), acessando o link a seguir você terá 
acesso ao manual do Sebrae sobre criação de empresas e terá mais 
informações. Disponível em: <www.portaldoempreendedor.gov.br>.
5 MARCAs E PAtENtEs 
Outro aspecto importante a ser considerado pelo empreendedor é sobre o registro de 
marcas e patentes. Veremos a seguir o que significa e qual sua importância para o negócio.
Marca, para Dornelas (2008), é todo sinal distintivo (palavra, figura, símbolo etc.) 
visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços de seus concorrentes, de 
origens diversas, bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas 
ou especificações técnicas. (Lei nº 9.279/96).
Para Palermo (2002), a marca é o principal elo entre o negócio e o cliente, pois é a 
identificação do negócio e como ele se diferencia dos demais. Com o passar do tempo, a marca 
passa a ser o referencial da qualidade daquele produto ou serviço. Por isso, é muito importante 
registrar a marca, sendo a única forma de protegê-la legalmente contra prováveis copiadores.
Qualquer pessoa física ou jurídica que esteja exercendo atividade legalizada e efetiva: 
profissionais liberais, produtores rurais, sociedade civil, sociedade limitada, autarquias, estatais, 
artesãos etc. pode requerer o registro de uma marca. (DORNELAS, 2008).
Todas as marcas que não constituam reprodução ou imitação de outras já registradas 
e não estejam incluídas nas proibições legais podem ser registradas.
Não podem ser registradas as marcas que:
•	 possuem pedido/registro de outra marca igual, na mesma classe de atividade; 
•	 que sejam colidentes, isto é, pedido/registro de outra marca semelhante na mesma classe 
de atividade ou ramo de negócios, ou em classes com afinidades, e que possam induzir 
o consumidor ao erro; que estejam incluídas nas proibições da lei.
FONTE: Disponível em: <http://cursoipgn.blogspot.com/2008/06/o-que-pode-e-o-que-no-pode-ser.
html>. Acesso em: 22 fev. 2012.
UNIDADE 3 TÓPICO 1 151
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Para obter o registro de uma marca, é necessário requerer o pedido num órgão de 
representação do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), em seu Estado. Todo 
o exame será realizado de acordo com as normas estabelecidas pela Lei da Propriedade 
Industrial (Lei nº 9.279/96).
ATE
NÇÃ
O!
A duração do registro de uma marca é de 10 (dez) anos, contados 
da data da expedição do certificado, o qual pode ser prorrogado 
por períodos iguais, sucessivos, sendo renovável no último ano 
de vigência.
UNI
No site do INPI você tem todas as informações sobre marcas e 
patentes. Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/principal?nav
egador=IE&largura=1366&altura=768>.
Patente é um documento formal, expedido por uma repartição pública, por meio do 
qual se reconhecem direitos de propriedade e uso exclusivo para uma invenção ali descrita 
amplamente. É um privilégio concedido pelo Estado aos inventores (pessoas física ou jurídica) 
detentores do direito de invenção de produtos e processos de fabricação, ou aperfeiçoamento 
de algum já existente. (SEBRAE, 2011).
Através de um documento chamado carta-patente, fica garantida ao titular a 
exclusividade de exploração do objeto da invenção por um determinado período.
No Brasil, o pedido de concessão de patente deve ser feito ao Instituto Nacional da 
Propriedade Industrial (INPI),autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior, que julgará sua validade com base nas disposições da Lei da 
Propriedade Industrial, nº 9.279, de 14 de maio 1996. (INPI, 2011).
Atualmente, um prazo de tramitação dos pedidos de patente em exame pode levar 
entre cinco e sete anos; mas o prazo ideal de tramitação do pedido até a concessão da 
patente deve ser de aproximadamente dois anos a dois anos e meio. (INPI, 2011).
FONTE: Disponível em: <http://alvarocravo.adv.br/duvidas-sobre-patentes>. Acesso em: 22 fev. 2012.
Pode ser patenteada qualquer invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade 
inventiva e aplicação industrial; modelo de utilidade que seja objeto de uso prático, ou parte 
UNIDADE 3TÓPICO 1152
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
deste; que seja suscetível de aplicação industrial; que apresente nova forma ou disposição, 
envolvendo ato inventivo; que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. 
(PALERMO, 2011).
Além destes critérios, a invenção deve atender também a princípios ambientais, 
ecológicos, morais, ou seja, estar pautada no respeito do potencial consumidor da invenção.
ATE
NÇÃ
O!
Prazos de vigência da patente – 20 (vinte) anos para invenções, 
e 15 (quinze) anos para modelos de utilidade, contados da data 
de depósito.
UNI
Acessando o link a seguir você terá acesso ao manual do Sebrae 
sobre marcas e patentes e terá mais informações. Disponível em: 
<http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/7764EF84AE0336AA03256E
F20045510F/$File/NT0008F44A.pdf>.
LEItURA COMPLEMENtAR
EMPREENDEDORIsMO E A INOvAÇÃO DOs NEgÓCIOs
Rosival Fagundes
Empreendedorismo é o motor da economia capitalista capaz de promover o 
desenvolvimento, através da "destruição criativa", processo definido por Schumpeter como 
sendo o impulso que aciona e mantém a chama acesa do sistema capitalista, de uma forma 
constante, na criação de novos produtos, novos processos, novos mercados. A inovação alcança 
o produto, a produção e a distribuição. Para Filion (1991), os indivíduos, além de inovadores, 
são pessoas criativas, e mantêm um alto nível de consciência do ambiente em que vivem para 
identificar e agarrar oportunidades de negócios lucrativos.
"O que você faz para inovar"?
"De que jeito se inova"?
UNIDADE 3 TÓPICO 1 153
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
A inovação pode ocorrer de duas formas: a inovação incremental e a inovação radical. 
A primeira acontece quando o empreendedor proporciona melhorias constantes naquilo que 
já existe, no seu produto, processo ou serviço. A Gillette, fabricante de aparelhos de barbear, 
fez a inovação incremental no momento em que fabricou Prestobarba de duas lâminas, depois 
lançou outro aparelho de duas lâminas móveis, e atualmente existe o aparelho de barbear de 
até cinco lâminas. É uma inovação incremental, pois foi realizada aos poucos, aperfeiçoando 
o que já existia. Quando a Gillette resolver criar um novo Prestobarba, bem diferente, em vez 
de usar lâmina, começar a utilizar laser para barbear, um aparelho a laser, assim, vai ocorrer 
a inovação radical, ou seja, você muda a lógica de seu produto ou do seu processo. Inovação 
também é mudar a forma de se realizar uma tarefa no trabalho ou identificar um novo mercado 
para a organização.
Eis os principais tipos mais comuns de inovação:
De produto: mudanças em bens e serviços que uma empresa oferece. Exemplo: o Ipod da 
Apple, comparado com outros tocadores portáteis de música, que inovou tanto na tecnologia 
utilizada, como também no design do produto.
De processo: mudanças na forma em que os produtos são criados e entregues. A venda de 
livros pela internet é uma inovação de processo, com o pioneirismo nos anos 90 da Amazon.
De posicionamento: mudanças no contexto em que produtos ou serviços são introduzidos. 
Exemplo: o posicionamento das sandálias Havaianas, que foi completamente mudado, saindo 
de um posicionamento inicial de produto popular, de baixo valor, para se posicionar como um 
produto mais ligado ao mundo da moda, com um preço mais elevado e maior valor agregado.
Organizacional: a própria mudança em estrutura e procedimentos organizacionais, com 
a implantação de novas técnicas de gerenciamento. Como exemplo, podemos citar a 
implementação de sistemas de gerenciamento da cadeia de fornecimento ou de um SAC.
No modelo de negócios: a mudança no modelo de negócio adotado pela empresa para 
comercializar seu produto ou serviço; a criação de um modelo de negócios que elimina todos 
os intermediários entre o fabricante e os consumidores, como foi o caso da Dell Computadores, 
que começou, em 1984, a vender computadores diretamente aos consumidores.
A inovação do circo
Na estratégia do oceano azul, da inovação de valor, os autores W. Chan Kim e Renée 
Mauborgne procuram mostrar como uma empresa pode navegar no oceano azul, criando novos 
mercados e sendo possível tornar a concorrência irrelevante. As oportunidades no oceano azul 
estão aí para quem chegar primeiro. E aquele que se posicionar em primeiro lugar ganha o 
jogo da competição.
UNIDADE 3TÓPICO 1154
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
O Cirque Du Soleil é uma referência citada no livro: A Estratégia do Oceano Azul, que 
fala de uma nova forma de entretenimento e de fazer um novo circo, bem diferente do circo 
tradicional. A empresa se afastou da lógica convencional dos circos e incorporou novos atributos, 
com várias produções, músicas e danças artísticas. No caso do Cirque Du Soleil, eliminaram-
se os espetáculos com animais, os vários picadeiros e os astros famosos. O mais interessante 
é que o desconforto do público circense em relação à exploração de animais se tornara cada 
vez maior. Os animais também são dispendiosos para os circos.
O Cirque Du Soleil foi criado em 1985, no Canadá, com uma estratégia de diferenciação, 
na medida em que procurou a inovação, em uma linha temática, por trás de cada show; o 
grupo de criadores passa semanas apenas desenvolvendo o tema, escolhendo um nome, 
e detalhando como esse tema estará refletido em cada componente do espetáculo. A parte 
mais importante do tema é a música original, que forma o ponto de partida para a escolha da 
iluminação, distribuição das performances e o aspecto visual. O Cirque Du Soleil representa 
uma verdadeira mistura de manifestações artísticas. Há malabaristas, palhaços, trapezistas, 
mas todos os elementos se relacionam com o tema da apresentação, e não há animais, o que 
em épocas passadas, até os anos 80, era algo impensável para um circo.
Aplicando a matriz da inovação de valor - Eliminar. Reduzir. Elevar. Criar.
O Cirque Du Soleil navegou nas águas do oceano azul. A matriz da inovação de 
valor ajuda sua empresa para criar a inovação, respondendo às quatro perguntas-chave que 
questionam a lógica estratégica da competição e o modelo de negócios do setor.
Eliminar: consiste em saber: Quais atributos considerados indispensáveis pelo setor 
em que sua empresa atua devem ser eliminados? No Cirque Du Soleil, foram eliminados os 
espetáculos com animais, descontos para grupos, espetáculos com vários picadeiros e os 
astros circenses.
Reduzir: consiste em saber: Que atributos devem ser reduzidos bem abaixo dos padrões 
setoriais? No Cirque Du Soleil foram reduzidos a vibração e perigo, além da diversão e humor.
Elevar: questiona: Quais atributos devem ser elevados bem acima dos padrões setoriais? 
Em vez de três picadeiros do circo tradicional, o Cirque Du Soleil criou o picadeiro único, o que 
reduziu custos e ainda incomodou menos os espectadores.
 
Criar: procura saber: Quais atributos, nunca oferecidos pelo setor onde sua empresa 
vai atuar, devem ser criados?
O Cirque Du Soleil criou temas novos, ambiente refinado, várias produções, além das 
músicas e danças artísticas. Veja que, nesta mudança de percepção, a empresa vai modificar 
os seus custos e deixar de imitar o concorrente, procurando corrigir as limitações que o setor 
UNIDADE 3 TÓPICO 1 155
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
IS
M
O
impõe aos clientes e, ao mesmo tempo, que ajuda a descobrir produtos e serviços inovadores 
para os consumidores, criando novas demandas, e até mudando a estratégia de preços. O 
empreendedor, quando cria a estratégia do oceano azul, não segue o mercado; cria um novo 
mercado.
O grande sucesso da companhia, tanto artístico como financeiro, vem despertando o 
interesse de faculdades de administração de primeira linha, como a Harvard Business School 
e a Insead. 
A magia do Cirque Du Soleil é o resultado da combinação da arte do espetáculo com 
o pragmatismo empresarial. "Somos, acima de tudo criadores de conteúdo", afirma Michael 
Bolingbroke, diretor-geral de espetáculos. Esse conteúdo é comercializado em 11 espetáculos, 
alguns itinerantes e outros com sede permanente, assistidos por mais de 7 milhões de pessoas 
anualmente.
FONTE: Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/empreendedorismo-e-
a-inovacao-dos-negocios/47469/>. Acesso em: 22 fev. 2012.
UNIDADE 3TÓPICO 1156
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Neste tópico você viu que:
•	 É preciso entender e conhecer a legislação a que a empresa está sujeita podendo com isso 
gerar vantagem competitiva.
•	 Os tipos de sociedade que existem são: simples, empresária, anônima, limitada, e por ações.
•	 Empresário é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens ou de serviços.
•	 Marca é todo sinal distintivo visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e 
serviços de seus concorrentes.
•	 Patente é um documento formal, por meio do qual se reconhecem direitos de propriedade 
e uso exclusivo para uma invenção.
REsUMO DO tÓPICO 1
UNIDADE 3 TÓPICO 1 157
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Responda às questões a seguir para revisar os assuntos estudados.
1 Quais são os critérios utilizados pelo IBGE para classificar as empresas? 
2 Quais são os tipos de sociedade que existem? Descreva cada uma.
3 Explique a diferença entre empresário e autônomo.
4 Quais são os cuidados que se deve ter no momento de criação da empresa?
5 O que é marca? Qual é sua importância?
6 O que é patente? Qual é sua importância?
AUT
OAT
IVID
ADE �
UNIDADE 3TÓPICO 1158
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
PERsPECtIvAs PARA O 
EMPREENDEDORIsMO
1 INtRODUÇÃO
tÓPICO 2
UNIDADE 3
As constantes mudanças que ocorrem no mundo dos negócios fazem com que o 
empreendedor precise estar sempre atento às novidades e às tendências para o mercado em 
que atua. Isso fará com que ele consiga ter novas ideias e pensar nas novas perspectivas para 
seu empreendimento.
Depois de conhecer os cuidados que o empreendedor deve ter na hora de criar sua 
empresa e proteger sua marca e suas invenções, veremos nesse tópico algumas perspectivas 
no campo da inovação.
Vale ressaltar que ideias e inovação são palavras-chave quando o assunto é 
empreendedorismo.
2 INOvAÇÃO E EMPREENDEDORIsMO
Quando falamos em empreendedorismo, falamos em criar novos usos para um 
produto, ou ainda identificar oportunidades. Ao pensarmos em inovação também pensamos 
em oportunidades, utilizar novas tecnologias, reinvenção.
Um conceito muito importante é que empreendedorismo e inovação são irmãs de armas. 
Para acontecer a inovação é preciso ter dois elementos essenciais: criatividade e ideias novas.
Já conhecemos o conceito de empreendedorismo no início desse caderno, então 
vejamos o conceito de inovação.
A palavra inovar vem do latim in+novare, que significa fazer novo, renovar ou alterar. 
UNIDADE 3TÓPICO 2160
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
De forma simples, inovação significa ter uma nova ideia ou ainda aplicar a ideia de outros em 
novidades ou de uma forma nova. (TERRA, 2007).
Inovação é a criação de coisas novas ou o rearranjar de coisas antigas, mas de uma 
nova forma. É ter uma ideia nova ou aplicar essa ideia de outra forma original e com eficácia. 
A necessidade e a criação de necessidades são mães da inovação.
No entanto, muitos confundem inovação com invenção, e há uma diferença muito 
importante nesse contexto: a diferença entre invenção e inovação está na implementação e 
na propagação da ideia. Não basta ter a ideia, é preciso que ela se torne viável. E a pessoa 
mais indicada para isso é o empreendedor. (TERRA, 2007).
Peter Drucker (apud SARKAR, 2008) deixa clara a forte ligação entre empreendedorismo 
e inovação ao afirmar que:
Inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio pelo qual 
eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço 
diferente. Pode ser apresentada como uma disciplina, pode ser aprendida, pode 
ser praticada. Os empreendedores precisam procurar decididamente as fontes 
de inovação, as mudanças e seus sintomas, que indicam oportunidades para 
inovações com sucesso. E eles precisam conhecer e aplicar os princípios da 
inovação de sucesso. (SARKAR, 2008, p. 14).
Outro conceito de inovação que também reforça a sua relação com o empreendedorismo 
trata a inovação como sendo a exploração de novas ideias que encontram aceitações, 
usualmente incorporando novas tecnologias, processos, design e uma melhor prática. 
Então, os empreendedores são pessoas que buscam inovar em suas ideias visando 
crescimento econômico e criação de valor para a sociedade.
ATE
NÇÃ
O!
Nem toda ideia pode ser considerada inovação. Tudo vai depender 
de sua aplicabilidade e valor criado.
3 tIPOs DE INOvAÇÃO
Pode até parecer, mas nem toda inovação é igual. Existem algumas diferenças que são 
importantes serem estudadas.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 161
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
 Caro(a) acadêmico(a), vejamos o que diz Maximiliano Carlomagno, um consultor 
especializado em inovação, na leitura complementar a seguir, em seu artigo publicado em 22 
de fevereiro de 2011.
LEItURA COMPLEMENtAR
QUAIs Os tIPOs DE INOvAÇÃO?
Maximiliano Carlomagno
Com o Ipad, a Apple completou uma sequência de três grandes lançamentos junto 
ao Ipod e Iphone. Aqueles que já leram nossa visão do que não é inovação e do que é 
melhoria, adequação, invenção e inovação podem estar se perguntando se tais produtos 
são inovadores, afinal, produziram enorme resultado (1º pré-requisito), mas nem todos eram 
produtos absolutamente novos. Já existiam tocadores de MP3, Smartphones e Tablets antes 
dos lançamentos da Apple.
No entanto, é preciso compreender que as inovações têm diferentes tipos e intensidades. 
Há inovações radicais que transformam mercados, criam novas categorias e mudam a base 
de competição de indústrias existentes, e há inovações incrementais, com menor grau de 
novidade e menor impacto nos resultados.
Quando falamos de tipos, a inovação em produtos é um dos doze tipos de inovação que 
as empresas podem aproveitar para melhorar seu desempenho. Existem diversas tipologias 
para classificar inovações, vamos aqui nos deter no Radar da Inovação, criado pelo Prof. 
Mohan Sawhney, por ser a que mais ajuda as empresas a adotarem uma visão ampliada de 
inovação de negócios.
FONTE: Sawhney et al. (2006)
UNIDADE 3TÓPICO 2162
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Para saber exatamente o que cada uma dessas inovações envolve, o quadro a seguir 
detalha os doze tipos de inovação, com sua respectiva definição, e alguns exemplos que 
ilustram cada tipo de inovação.
FONTE: Innoscience adaptado de Sawhney et al. (2006)
O Radar da Inovação é utilizado para:
a) identificar o perfil de inovação atual de empresas; 
b) comparar com o perfil setorial e dos concorrentes; 
c) desenhar uma estratégia futura explicitando onde a empresa quer inovar.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 163
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Essa visão ampliada da inovação consegue aproximar o assunto de alguns executivos 
cujas áreas eram excluídas do processo de inovação. A inovação pode vir de qualquer área da 
empresa, seja do financeiro com uma nova forma de captura de valor, do marketing com uma 
experiência inovadora com o consumidor ou, quem sabe, pela área de logísticae suprimentos, 
com alguma novidade na cadeia de abastecimento. 
No setor de tecnologia e entretenimento há uma combinação de diferentes tipos e 
intensidades de inovação.
Quanto mais difícil de copiar a inovação, mais valor ela terá. Quando a diferenciação 
da empresa não é apenas uma inovação, mas uma sequência de inovações de diferentes 
tipos e intensidades, emerge um modelo de negócios inovador que garante maior vantagem 
competitiva. Não basta copiar uma parte, mas o modelo inteiro, algo muito mais difícil.
Pense no seu negócio. Nossa experiência mostra que muitas das inovações que têm 
transformado setores importantes, como educação, saúde, comunicação, varejo, entre outros, 
não são inovações de produto. Desafiamos você a utilizar o radar da inovação e a fazer a 
classificação de projetos de sua empresa e setor.
Estamos esperando esses casos para discutir com nossa comunidade de inovação.
Abraços,
Maximiliano Selistre Carlomagno.
FONTE: Disponível em: <http://www.3minovacao.com.br/2011/02/22/quais-os-tipos-de-inovacao/>. 
Acesso em: 20 jan. 2012.
DIC
AS!
Interessante, não? Caso você queira saber mais sobre inovação, 
acesse o site <http://www.innoscience.com.br/>. Existe ainda a 
Inventta, outra empresa de consultoria especializada em inovação 
(http://inventta.net/), e muitas outras espalhadas pelo Brasil e 
pelo mundo. 
4 ADEQUANDO As POssIbILIDADEs DE INOvAÇÃO NAs ORgANIzAÇÕEs
No item anterior vimos quais os tipos de inovação que existem, mas na hora de 
implementarmos a inovação em uma organização surge a pergunta: Afinal, o que é novo?
UNIDADE 3TÓPICO 2164
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
A inovação é, certamente, mais que simplesmente criar produtos ou serviços 
completamente novos, então podemos considerar que inovação é aquilo que oferece ao 
consumidor um novo benefício ou que acrescenta algo que ainda não tenha sido oferecido 
anteriormente. (PRODUCTSCAN ON-LINE).
Para a empresa saber se o produto é realmente novo, segundo a Productscan, deve 
satisfazer pelo menos um dos seis critérios a seguir:
1. Posicionamento de um produto para novos usuários.
2. Fornecimento de um benefício ao fornecedor.
3. Oferta de valor adicional por meio de uma nova formulação.
4. Introdução de uma nova tecnologia no produto.
5. Abertura de um novo mercado para o produto.
6. Novos métodos de merchandising para vender o produto.
Dessa forma, cabe ao empreendedor analisar sua ideia e seu produto/serviço para 
saber se, de fato, o produto pode ser considerado uma inovação. Caso a resposta seja 
negativa, é possível fazer alterações no produto para adequá-lo. 
FONTE: Disponível em: <www.productscan.com>. Acesso em 2 mar.2011.
DIC
AS!
A Productscan On-line é uma empresa de estudos de percepção do 
mercado de produtos junto aos consumidores, que efetua estatísticas 
de novos produtos e busca identificar tendências. Acessem o site: 
<www.productscan.com> e obtenham mais informações.
LEItURA COMPLEMENtAR
COMO tRANsFORMAR IDEIAs EM INOvAÇÕEs QUE gERAM REsULtADOs
Caspar van Rijnbach
Várias empresas e instituições no Brasil já têm implementado um Programa de Ideias e 
muitas outras estão pensando em fazê-lo. Algumas conseguem atingir o sucesso, mas muitas 
destas organizações apresentam problemas no processo, seja na participação, na geração ou 
na qualidade das ideias. As questões que sempre surgem são: por que não está dando 100% 
certo em nossa empresa? Onde está o problema? Como melhorar o desempenho de meu 
programa e transformar a criatividade dos meus funcionários em resultados para a empresa?
UNIDADE 3 TÓPICO 2 165
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
As razões para estas dificuldades podem ser encontradas em inúmeros aspectos, como 
a cultura da empresa, o processo e a estrutura do Programa de Ideias; e até em coisas mais 
simples e do dia a dia, como o grau de dificuldade de preenchimento de um formulário.
Neste artigo será mostrado que a estratégia e o estágio de um Programa de Ideias são 
os elementos que definem a necessidade de se focar em inovações que geram resultados 
– pois existe uma considerável diferença entre criatividade e inovação - e que o sucesso de 
transformar ideais em inovações depende fundamentalmente da definição da estrutura e do 
processo de implementação de um Programa de Ideias.
A implementação bem-sucedida de um Programa de Ideias não é algo simples. Antes 
de tudo, é necessário um profundo conhecimento da organização na qual será implantado 
o programa. É preciso entender se a empresa está preparada para dar este passo; qual a 
melhor forma de implementação do programa; quem pode ou deve participar; quem deve ser 
o responsável pela implementação e manutenção; qual é o melhor fluxo do processo; e quais 
ferramentas deverão ser usadas. Um dos principais drivers de um Programa de Ideias é a 
definição da estratégia, que deve levar em consideração todo o processo de evolução e os 
objetivos em cada estágio. 
Um Programa de Ideias pode ter como único objetivo ser um elemento motivador, 
ajudando a criar na empresa uma cultura de criatividade onde os funcionários podem contribuir 
e são recompensados e reconhecidos por isto. Mas, se o foco do programa é apoiar a empresa 
a inovar, é preciso existir uma estrutura voltada à ação, um processo sistêmico que transforme 
as ideias criativas geradas em inovação.
Existe uma grande diferença entre criatividade e inovação. Como já disse Thomas 
Edison, um dos grandes inventores da história, invenções são 1% inspiração e 99% transpiração. 
Ou seja, as grandes invenções não são geradas simplesmente pela criatividade das pessoas, 
mas por um grande esforço para transformar uma ideia em uma invenção aplicável e, ainda 
mais, para garantir a implementação da invenção e gerar resultados. “As grandes invenções 
não são geradas simplesmente pela criatividade das pessoas, mas por um grande esforço para 
transformar uma ideia em uma invenção aplicável”.
Na grande maioria das vezes, uma ideia quando surge é ainda muito crua e não 
aplicável. Normalmente, o indivíduo vislumbra um problema ou uma oportunidade e pensa 
em como o mesmo poderia ser resolvido ou implementado. O número de sugestões que 
a pessoa pode gerar com o problema ou a oportunidade em mente pode ser virtualmente 
ilimitado, mas muitas ideias e sugestões acabam não sendo aplicáveis na situação específica 
devido a uma série de possíveis impedimentos, como o fato de ainda não existir tecnologia 
ou conhecimento necessário para levar a ideia adiante; a solução não ser economicamente 
viável; ou simplesmente a necessidade da ideia ser melhor elaborada. E isto se torna ainda 
mais claro quando a ideia é compartilhada com outras pessoas. É neste momento que começa 
UNIDADE 3TÓPICO 2166
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
a primeira parte da transpiração: eliminar ideias inviáveis; tornar uma ideia viável em uma 
sugestão específica e aplicável; e achar a melhor forma de implementá-la.
Em seguida, tem início a parte mais complexa: o plano de implementação e a 
implementação em si. Quanto mais complexa for a ideia, maior a complexidade de implementação 
e o esforço necessário para tal.
Nem todas as ideias que são geradas num Programa de Ideias são de difícil 
implementação ou agregam muito valor para a empresa. Complexidade e criação de valor não 
são equivalentes, especialmente pelo fato de que algumas ideias muito simples podem gerar 
alto valor para uma empresa, sem necessidade de um grande esforço de implementação. 
Mas as ideias complexas e inovadoras, que precisam de envolvimento de várias pessoas e 
departamentos, recursos financeiros e maiores elaborações, só serão implementadas quando 
a empresa tem uma estrutura suficiente para garantir o sucesso da empreitada. 
Caso não exista essa estrutura funcionando bem, até o ânimo entre os geradores pode 
diminuir, pelo simples fato de não enxergarem a viabilização de ideias geradas. Isto realmente 
é preocupante, pois são as ideias – principalmente as inovadoras - que realmente devem ter 
atenção da empresa.São estas ideias que irão trazer resultados para a empresa. E para que elas sejam 
implementadas com sucesso é preciso apoio e uma visão planejada e organizada para este 
tipo de ação, com elementos importantes, como: uma governança bem estruturada, com 
papéis e responsabilidades bem definidos; um gerente de projeto e uma equipe; e um plano 
de projeto com orçamento disponível. Para que ideias se tornem inovações é necessário 
planejamento, controle e gerenciamento. É preciso haver um processo sistemático de inovação, 
bem estabelecido e definido, gerando respeito e confiança entre os participantes do processo.
Enfim, para tornar ideias que podem agregar valor para a empresa, mas são complexas 
de se implementar, em inovações que tragam resultados, é preciso uma definição estratégica 
seguida de um processo de implementação. A maneira exata como estes aspectos são definidos 
e implementados varia muito de empresa para empresa. Mas é certo que eles precisam 
ser definidos. E que isso seja feito com cuidado e método é a única maneira de garantir a 
transformação de ideias em inovações.
Caspar van Rijnbach é consultor da Terraforum e especialista em Programas de Ideias 
e Inovação. <www.terraforum.com.br>.
FONTE: Disponível em: <biblioteca.terraforum.com.br/.../libdoc00000188v001Como_transfor...>. 
Acesso em: 22 jan. 2012.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 167
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Neste tópico estudamos:
•	 Inovação e empreendedorismo são temas associados e andam sempre juntos.
•	 Inovação é a criação de valor para uma ideia.
•	 Inovação é a criação de coisas novas ou o rearranjar de coisas antigas, mas de uma nova 
forma.
•	 Há inovações incrementais, com menor grau de novidade e menor impacto nos resultados.
•	 Radar da Inovação é utilizado para: 
a) identificar o perfil de inovação atual de empresas; 
b) comparar com o perfil setorial e dos concorrentes; e 
c) desenhar uma estratégia futura explicitando onde a empresa quer inovar.
•	 Nem tudo o que se cria pode ser considerado novo ou inovação, para isso deve satisfazer 
alguns critérios específicos.
REsUMO DO tÓPICO 2
UNIDADE 3TÓPICO 2168
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Responda às questões a seguir para revisar os assuntos estudados.
1 O que é inovação?
2 Qual é a relação entre empreendedorismo e inovação?
3 Qual é a diferença entre inovação e invenção?
4 Para que é utilizado o radar da inovação?
5 Quais são os tipos de inovação?
6 Por que nem todo produto novo pode ser considerado uma inovação?
AUT
OAT
IVID
ADE �
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
tENDÊNCIAs EM 
EMPREENDEDORIsMO
1 INtRODUÇÃO
tÓPICO 3
UNIDADE 3
Chegamos ao último tópico do caderno. Vimos até aqui o conceito de empreendedorismo, 
sua relação com a inovação e, principalmente, como esses dois conceitos, irmãos de armas, 
podem transformar o mundo e a nossa maneira de viver.
Para encerrarmos o nosso conteúdo, veremos como as empresas e organizações 
podem disseminar a cultura empreendedora entre seus colaboradores. Algumas já adotam 
essa prática, são empresas que valorizam as ideias, que dão liberdade aos seus colaboradores 
para criarem e exporem sua opinião. Porém, nem tudo são flores, e muitas empresas ainda se 
comportam de maneira tradicional.
Bom trabalho a você!
2 O EMPREENDEDORIsMO NAs ORgANIzAÇÕEs
Qualquer empresa pode disseminar o espírito empreendedor entre seus colaboradores, 
estimulando que todos tenham comportamento empreendedor. Infelizmente, porém, poucas 
são as organizações que se preocupam em criar um clima favorável. Isso é o que chamamos 
de empreendedorismo corporativo.
A prática do empreendedorismo corporativo acontece em organizações que estimulam 
e incentivam as iniciativas empreendedoras de seus funcionários. Para tanto, requer uma 
mudança radical no comportamento, permitindo o surgimento de novos modelos de negócio 
e agilidade para a implantação dos projetos. 
UNIDADE 3TÓPICO 3170
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Empreendedorismo corporativo, de acordo com Dornelas (2003), é o processo pelo 
qual um indivíduo ou um grupo de indivíduos, associados a uma organização existente, criam 
uma nova organização ou instigam a renovação ou inovação dentro da organização existente.
FONTE: Disponível em: <apps.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rgo/article/view/.../149>. Acesso 
em: 23 fev. 2012.
O empreendedorismo corporativo é baseado numa administração empreendedora, 
onde a organização deve ser receptiva à inovação e enxergar a mudança como uma 
oportunidade e não uma ameaça, e que requer práticas específicas, pertinentes à estrutura 
organizacional, à provisão de pessoal e gerência, e à remuneração, incentivos e recompensas. 
(DORNELAS, 2003).
O empreendedor corporativo é aquele funcionário que a partir de uma ideia (que nem 
sempre pode ser sua, a criação e inovação pode ser algo desenvolvido em equipe) e recebendo 
a liberdade, incentivo e recursos da empresa onde trabalha, dedica-se em transformá-la em 
um produto de sucesso, sendo que para isso não seja necessário deixar a empresa onde 
trabalha, como faria o empreendedor, para viver emoções, riscos e gratificações de uma ideia 
transformada em realidade. (DORNELAS, 2003).
O grande desafio do empreendedor corporativo está em buscar o equilíbrio entre 
realidade e sonho. O empreendedor que tem coragem deve ser capaz de utilizar seu talento e 
conhecimento para encontrar uma forma de transformar esse sonho em realidade vantajosa. 
(DEGEN, 2009).
Desta forma, as empresas que adotam práticas empreendedoras de gestão não estão 
utilizando seus instrumentos como um modelo definitivo e sim como ferramentas de transição 
na busca de um modelo que permita sua sobrevivência e competitividade. 
Existem diversos programas que podem ser desenvolvidos para que a empresa 
coloque em prática o empreendedorismo corporativo. Tais programas de desenvolvimento 
organizacional podem ter diferentes objetivos, como: alcançar desempenho superior e 
vantagem competitiva; melhorar o relacionamento com os clientes; evitar o declínio; melhorar a 
qualidade; compreender mais profundamente os riscos e a diversidade; criar inovação; promover 
o bem-estar pessoal e espiritual; gerenciar a mudança; possibilitar uma compreensão holística 
do ambiente. (DORNELAS, 2003).
A organização empreendedora procura manter um clima organizacional onde todos se 
sintam trabalhando em um pequeno negócio; onde todos tenham uma forte identificação com 
o produto ou serviço que a empresa oferece. 
Se a organização pretende ser empreendedora, precisa estar preparada para aceitar 
UNIDADE 3 TÓPICO 3 171
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
os erros bem intencionados. É imprescindível que as pessoas tenham a liberdade de conduzir 
iniciativas pessoais e não só ignorar os fracassos daí decorrentes. Lembre-se: o erro faz parte 
do processo de aprendizado.
Se você quer transformar sua empresa, tem que estar preparado para uma longa jornada 
com fim imprevisível. Mas, como qualquer iniciativa empreendedora, pode ter certeza de que 
os benefícios potenciais compensam os riscos e o investimento.
10 mandamentos do empreendedor corporativo
1. Faça o trabalho que for necessário para que seu projeto dê certo, independente de sua 
função/cargo na empresa.
2. Compartilhe os créditos do sucesso.
3. Lembre-se, é mais fácil pedir perdão que permissão.
4. Venha trabalhar cada dia querendo ser demitido.
5. Peça conselho antes de pedir recursos.
6. Siga sua intuição a respeito das pessoas; construa um time composto pelos melhores.
7. Prepare-se antes de divulgar sua ideia; publicidade prematura não é imune ao sistema 
corporativo.
8. Nunca aposte uma corrida na qual não esteja participando!
9. Seja verdadeiro com suas metas, mas realista sobre as formas de atingi-las.
10. Honre seus superiores, sua empresa, seus patrocinadores!
QUADRO 8 – 10 MANDAMENTOS DO EMPREEENDEDOR CORPORATIVO
FONTE: Dornelas (2003)
ATE
NÇÃ
O!
Muito do sucesso da empresa empreendedora está relacionado 
com a cultura da empresa.
2.1 EMPREENDEDORISMOCOMO CARREIRA
Ser empreendedor não é apenas ganhar dinheiro, realizar algo ou ser independente. Para 
ser empreendedor é necessário pagar um preço muito mais alto, que nem todas as pessoas 
estão dispostas a pagar: muitas vezes é necessário esquecer dos períodos de descanso em 
troca de muita dedicação. (DEGEN, 2009).
UNIDADE 3TÓPICO 3172
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Mesmo os empreendedores de muito sucesso trabalham de doze a dezesseis horas 
por dia, bem comumente seis ou sete dias por semana. Isso, certamente, faz com que abra 
mão de seus momentos de lazer, de estar com a família.
Esse preço, para alguns, é alto demais, mas para aqueles que conquistaram seu espaço, 
fariam tudo novamente se fosse preciso.
E por que nem todos fazem a opção de empreender?
Algumas das principais razões são: nem todas as pessoas têm a necessidade de se 
realizar, ou ainda, nem todas as pessoas têm disposição para assumir riscos, essas duas, 
características essenciais aos empreendedores.
3 ORgANIzAÇÕEs EMPREENDEDORAs
Toda organização busca obter vantagem competitiva em relação a competidores, isso 
pode vir através de mudanças em suas estruturas, sua maneira de se relacionar com seus 
clientes ou até mesmo no modo como gerencia sua estrutura.
As organizações empreendedoras são empresas com grande capacidade de 
aprendizagem, pois estimulam novos relacionamentos estabelecidos entre indivíduos e equipes. 
Isso permite a mudança da cultura organizacional. (DEGEN, 2009). 
Tais relações criam um novo padrão de trabalho, onde o relacionamento entre as 
pessoas e a empresa terá maior liberdade, e com isso, maior capacidade de se destacar em 
um mercado complexo com mudanças contínuas.
Nas organizações empreendedoras, os colaboradores têm um projeto comum e atuam 
em rede. O clima é de cooperação e interdependência, apoiados em uma estrutura que coloca 
as pessoas e equipes no topo da pirâmide, ligadas diretamente aos negócios. 
Para Degen (2009), as principais características das organizações empreendedoras são:
•	 As políticas e diretrizes estimulam o protagonismo, delegam poder a todos os colaboradores 
e não apenas aos gerentes.
•	 A comunicação é clara e em fluxo constante para todos os níveis.
•	 O erro é visto como parte do aprendizado, de modo a favorecer a inovação e a busca de 
UNIDADE 3 TÓPICO 3 173
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
novas oportunidades. 
•	 A gestão de pessoas é descentralizada e procura assegurar as melhores condições para 
o surgimento de múltiplos líderes. 
•	 Os planos pessoais e os da organização estão em sintonia porque a política de crescimento 
da empresa, com espaço para o protagonismo de seus colaboradores, permite que as 
escolhas e os sonhos individuais sejam colocados num plano coletivo de construção de 
algo maior.
•	 O sonho coletivo é ancorado no fato de a empresa estar sempre voltada para o novo e o 
aproveitamento de novas oportunidades de mercado, além da renovação de seus processos 
e sistemas organizacionais.
•	 A cultura é de estímulo ao crescimento e de forte cobrança de resultados, mesmo para os 
recém-chegados, pois os meios e as ferramentas são colocados à disposição de todos. 
(DEGEN, 2009).
Para Cozzi (2010), o empreendedor corporativo nasce e cresce nos ambientes 
empresariais com essas características, onde as pessoas têm um projeto comum, sem abrir 
mão de seus desejos e sonhos individuais.
É fundamental liberar o empreendedorismo dentro da organização, encarando o 
risco de forma diferente e tendo pessoas “empreendedoras” para decidir sobre os recursos 
e os projetos.
A energia empreendedora pode ser despertada nas pessoas em um ambiente que 
estimule a competição por sonhos, com base numa estratégia e visão de futuro perceptível, 
que seja excitante e satisfatória para cada um e para o grupo. (COZZI, 2010).
FONTE: Disponível em: <http://www.fdc.org.br/pt/blog_empreendendorismo/default.aspx>. Acesso 
em: 23 fev. 2012.
Uma das possibilidades de promover a cultura empreendedora nas organizações é criar 
um banco de oportunidades. Mas, afinal, o que é isso? 
Um banco de oportunidades acontece observando-se os passos a seguir:
•	 Registro das ideias/oportunidades passadas que não foram implementadas na organização.
•	 Estímulo aos funcionários para identificar necessidades e sugerir soluções; tempo para 
se dedicarem a estas atividades.
UNIDADE 3TÓPICO 3174
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
•	 Reuniões periódicas, workshops, eventos etc., com equipes complementares visando à 
geração de ideias.
•	 Política de recompensa/reconhecimento.
•	 Minifundo de capital de risco interno da organização.
•	 Eventos internos para avaliação das oportunidades (business plans) e premiação das 
melhores ideias. (COZZI, 2010).
•	 Que tal começar a montar um banco de oportunidades?
FONTE: Disponível em: <bachfatec.files.wordpress.com/.../emeprend_corpo-dornelasec_3.ppt>. 
Acesso em: 23 fev. 2012.
DIC
AS!
As pessoas têm um papel muito importante no despertar do espírito 
empreendedor. É fundamental para que a inovação possa estar 
presente nas organizações empreendedoras.
3.1 EMPREENDEDORISMO NA PEQUENA EMPRESA
Quando se fala em empreendedorismo nas organizações é muito comum que surjam 
dúvidas sobre as possibilidades de empreender em pequenas empresas. Muitas pessoas 
questionam se o empreendedorismo só pode ser aplicado nas grandes organizações ou, ainda, 
como fazer para implementar o empreendedorismo nas empresas de pequeno e médio porte.
É fato que as empresas menores precisam ter mais cuidados na hora de empreender, 
uma vez que empreender significa correr riscos calculados, lembram?
Então, como as pequenas empresas têm, em geral, estrutura mais enxuta e menos 
recursos financeiros, é preciso pensar bem na melhor estratégia para correr o menor risco na 
hora de empreender.
UNIDADE 3 TÓPICO 3 175
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Sobre esse assunto, os autores Benur A. Girardi, Luiz Tadeu de Azevedo e Tulio Passos 
Franklin fizeram um estudo que resultou no artigo cujo título é: EMPREENDEDORIsMO 
NA PEQUENA EMPREsA: RIsCOs E EstRAtÉgIAs. Nesse estudo, eles sugerem uma 
metodologia específica para empreender nas pequenas empresas usando a melhor estratégia 
a fim de minimizar os riscos. Vamos conferir?
LEItURA COMPLEMENtAR
EMPREENDEDORIsMO NA PEQUENA EMPREsA: RIsCOs E EstRAtÉgIAs
Benur A. Girardi, Luiz Tadeu de Azevedo e Tulio Passos Franklin
O principal requisito para o sucesso empresarial é a existência, por parte do empresário, 
de uma conduta empreendedora, ou seja, a capacidade de identificar oportunidades e transformá-
las em projetos exequíveis, para os cenários percebidos, com o mínimo de risco. Assumir riscos 
é inerente ao estado de ser empreendedor. O presente trabalho focaliza os riscos relativos 
ao crescimento da pequena empresa em termos práticos. Os conhecimentos administrativos 
necessários ao sucesso de uma organização são também apresentados. Mostramos que o 
pensamento pragmático é altamente relevante, mas não prescinde do pensamento abstrato 
que estimula a análise e a perspicácia das simulações em cenários administrativos variados. 
Ao empreendedorismo com inovação é dedicada parte do trabalho, pois o espírito inovador é 
decisivo para o sucesso empresarial. Ele requer, sobretudo, senso crítico e liberdade, sem medo 
para pesquisa e experimentação. Focalizamos a inovação incremental por ser ela a forma mais 
econômica de melhoramento de produtos. O sucesso através da estratégia e o uso revolucionário 
de métodos administrativos para integração de todas as informações, interesses e valores também 
é abordado. Começar um negócio é importante, pois nada ocorre sem um começo, no entanto, 
o valor é criado de fato quando a empresa cresce, gera emprego, satisfaz as necessidades de 
cada vez mais clientes e, com isso, oferece lucro a seus acionistas. Isto é o que cria valor para 
a sociedade. Uma empresa, crescendo, continua a criar valor na medida em que ela gera mais 
e mais produtos e serviços novos, criamais empregos, paga mais impostos e assim por diante. 
É essa renovação, a cada ciclo de produto, que buscamos enfatizar nesse estudo.
A ideia de abrir um negócio próprio e administrá-lo pessoalmente vem seduzindo 
brasileiros de Norte a Sul.
Segundo pesquisa inédita elaborada pela Consultoria Ernst & Young, London Busines 
School e Kauffman Center for Entrepreneurial Leadership, somos, em termos quantitativos, os 
primeiros no mundo, em número de empreendedores, à frente dos Estados Unidos, da Inglaterra 
e, sobretudo, do Japão. Não cabe aqui apresentarmos as razões desse movimento criador de 
valor, mas reconhecer que ele é positivo, a longo prazo, para a economia do país e que isso 
demonstra a capacidade empreendedora dos brasileiros. Reconhecer uma oportunidade de 
negócio e moldá-la de acordo com a atividade econômica, adquirir os recursos humanos, físicos 
e financeiros necessários para explorá-la e, finalmente, elegê-la com a criação da empresa é 
UNIDADE 3TÓPICO 3176
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
uma habilidade que merece um estudo em detalhe. 
Segundo Brereton, Empreendedorismo é a habilidade de criar uma atividade empresarial 
crescente onde não exista nenhuma anteriormente, é ação de ser empreendedor, de criar e perseguir 
oportunidades para satisfazer necessidades e desejos através da inovação de novos negócios. 
O caminho do sucesso passa, portanto, pelo esforço determinado em obter algo com interesse 
social que permita obtenção do lucro como forma de paga pelo tempo e capital despendido. [...]
[...] É difícil definir sucesso, mas sabemos que ele é, subliminarmente, a mola mestra 
da sociedade capitalista na busca pela qualidade de vida. Quem não quer ter sucesso?
Aprendemos a aviltar pessoas passíveis de fracasso. Queiramos ou não, o sucesso 
sempre passou pelo empreendedorismo, com focos diferenciados. Antigamente, tínhamos metas 
paradoxalmente diferentes. Buscávamos, tão logo terminados nossos estudos de primeiro, 
segundo e terceiro graus, atingir nosso sucesso, obter emprego no mercado de trabalho como 
empregados de grandes empresas privadas ou de tecnocratas em empresas públicas. Não 
imaginávamos pontos de vista diferentes. Hoje, com a restrição dos postos de trabalho e os 
novos formatos terceirizados, a cada cinco anos apenas 5% das empresas permanecem vivas. 
Vivemos uma taxa de mortalidade anual que ultrapassa os 50%. Surge o empreendedorismo 
como única forma de revertermos esse quadro.
Há que se aprender a empreender, como única forma de alterar o jogo, pois as 
estatísticas mostram que no contexto mundial nossas exportações são insignificantes e nossos 
produtos - commodities – têm baixo valor agregado. Precisamos começar a pensar nos três 
E’s de Executivo, de Empreendedor e de Empresário, porque há uma enorme correlação 
entre países empreendedores e a geração de riqueza.
Sabemos que precisamos de pessoas para gerar negócios, fazer acontecer. Estamos com 
mais de meio século de atraso em relação aos países desenvolvidos. Gerar empreendedores, 
que era a obstinação americana pós-guerra, pode ser o real milagre econômico que sempre 
almejamos. Sabemos também que não é suficiente dinheiro para gerar negócios lucrativos, 
como sabemos que treinamento e capacitação com ou sem dinheiro não produzem riqueza. 
Há que se considerar primeiro que não existe bom ou mau negócio, bom para homem e mau 
para mulher etc., mas pessoas com características propensas ao sucesso. Empreendedor é 
quem tem impulso para melhorar e, sobretudo, fazer acontecer. Há que entender naqueles que 
vão liderar o futuro, traços característicos das pessoas bem-sucedidas. Não adianta apontar 
qualquer pessoa, mas identificar seus traços empreendedores. Seu principal objetivo tem que 
ser o de querer potencializar as características marcantes de empreendedor. [...]
[...] É sabido que o empreendedor tem alguns requisitos próprios inerentes à sua 
personalidade e que eles são passíveis de serem desenvolvidos na medida em que exista, por 
parte dele, capacidade intelectual para realizar alguma coisa, sensibilidade e curiosidade para 
a aprendizagem sobre as coisas a seu redor, mas, sobretudo, capacidade de realizar coisas 
UNIDADE 3 TÓPICO 3 177
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
novas e diferentes. Respeitados os riscos do negócio, a inovação é a conduta mais marcante, 
basta que saibamos aplicar o senso crítico e questionador ensinado por Drucker sobre a 
gestão da inovação tecnológica. É preciso entendê-la na sua plenitude como fonte de melhoria 
e mudanças sem prescindir da criatividade como fonte de inovação, seja ela com limitação de 
recursos humanos, de tempo, de dinheiro, de censura ou sem limitação de qualquer espécie, 
o que por si só traz dificuldades inerentes. [...]
[...] A inovação é, portanto, um processo organizacional em etapas que envolve o processo 
criador e o processo gerencial. As etapas do processo criador envolvem o desenvolvimento de 
ideias, a aceitação e a posterior implantação.
O processo gerencial envolve o estímulo à criatividade, à coletivização de ideias e à 
mudança das condições organizacionais.
Os empreendedores sobrevivem e crescem pela capacidade de enxergar as 
necessidades de mudanças no tempo exato. Implementá-las o mais rápido possível, fazer a 
empresa funcionar de maneira participativa e ter uma cultura empresarial própria e compatível 
com o que prescreve o processo gerencial falado anteriormente.
A etapa da inovação sempre será deflagrada com uma nova ideia. A fusão do tecnológico 
com o econômico segue a formulação da ideia que deverá ter sua viabilidade determinada.
No Brasil, mais de 80% dos negócios fecham logo no primeiro ano. Pesquisa realizada 
pela FGV/RJ mostra que a dimensão administrativa focada na estratégia e planejamento com 
cenários diversos influi muito mais nos resultados da empresa do que a parte operacional, 
técnica ou produtiva. Essa abordagem técnica mobiliza empresários para produtos, qualidade 
e produtividade em detrimento da mais relevante função de foco: orientação para o mercado 
e satisfação dos consumidores.
Respeitadas as características de empreendedorismo, o técnico dá pouca garantia 
de sucesso. O sucesso está no estratégico com vários cenários e a criatividade para 
quebrar paradigmas. Essa ação inovadora não prescinde do uso revolucionário de métodos 
administrativos integrado, atento ao maior número de informações disponíveis. A liderança 
se estabelece não só pelo conhecimento das pessoas, mas pela capacidade de motivá-las 
a lidar com as mudanças que sinalizam para o sucesso do negócio. A integração de todas 
as informações, interesses e valores permite ao empreendedor alcançar o futuro por ele 
idealizado pelos planos e metas estratégicos para a condução do negócio, indiferentemente 
da característica da empresa.
Quando o empreendedor essencialmente operacional assume a liderança, a estratégia 
e o planejamento ficam relegados a segundo plano, tornando-os altamente circunstanciais.
O resultado é a estagnação e a inércia. O pensamento pragmático é altamente 
UNIDADE 3TÓPICO 3178
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
relevante, mas não prescinde do pensamento abstrato que estimula a análise e a perspicácia 
das simulações em cenários administrativas variados. A característica do empreendedor deve 
ser a do visionário para metas e objetivos com alternativas de mudança a longo prazo. As 
modernas técnicas administrativas, além de considerar as realidades existentes, sinalizam 
para aquelas restrições econômico-financeiras existentes, permitindo a análise de possíveis 
desdobramentos. Desprezar as técnicas administrativas como alavanca para o sucesso pode 
vir a ser o maior erro do empreendedor. [...]
[...] O início de um pequeno negócio começa com o conhecimento da tecnologia e dos 
primeiros recursos humanos necessários a ele. Com isso, é possível materializarmos nossos 
produtos e serviços. Subsídios técnicos de finanças são procurados, marketing é desenvolvido 
visando cada vez mais o realinteresse dos clientes. Muito raramente, entretanto, o empresário 
dedica seu pouco tempo disponível aos requisitos funcionais, condições indispensáveis de 
sucesso e, principalmente, de desenvolvimento de estratégias empresariais com cenários 
diversos que levem em conta os aspectos econômicos, sociais, políticos, de mercado (produtos 
e serviços), tecnológicos e de restrição de capital e trabalho.
A abordagem invertida propõe começar pelo que o empresário sempre achou irrelevante, 
mas que modifica seu pensamento estratégico. O conhecimento de pessoas e exemplos de 
empreendimentos que obtiveram sucesso, quer através de palestras, quer através de leitura 
de livros, filmes, que demonstrem esse espírito. Isso requer o envolvimento de empresários 
ou empreendedores em atividades interativas, desenvolvendo a cooperação e levando-os ao 
inconformismo diante da vida. [...]
Todo negócio passa por várias fases de crescimento, dependendo das características do 
empreendedor e dos conhecimentos administrativos disponíveis. A tentativa é e sempre será a 
de maximizar a eficiência em torno da estratégia assumida. São as seis fases do crescimento 
de um empreendimento, que, como sabemos, só tem valor quando mais e mais produtos e/
ou serviços são feitos em menos tempo, com maior lucratividade, criando mais empregos e, 
sobretudo, impostos.
A estrutura dos estágios depende da autoavaliação do empresário para saber o nível 
em que se encontra.
Reconhecida a interface, fica mais fácil trabalhar o próximo estágio. Cada estágio 
tem certo nível de complexidade e diferente tipo de abordagem é exigido conforme fatores 
de administração: estilo de gestão; estrutura organizacional; grau de evolução dos sistemas 
formais; objetivos estratégicos principais; e o envolvimento do empreendedor no negócio.
O estágio da Concepção do negócio, ou da demarragem, representa os primeiros 
contatos do empreendedor com o mundo empresarial. É a fase do registro, organização e 
operacionalização propriamente dita. Os riscos são evidentes. É algo conceitual que está 
tomando forma e o mercado pode ser um aliado ou um inimigo, dependendo do nível de 
UNIDADE 3 TÓPICO 3 179
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
qualidade e do poder aquisitivo do mercado. A obtenção de uma clientela fiel é imprevisível. 
Devemos avaliar com precisão se:
• Possuímos dinheiro necessário para cobrir as necessidades de caixa e o capital de giro da 
empresa.
• Podemos expandir a partir do momento em que o mercado começa a responder aos estímulos 
de nossos mix de produtos e serviços.
• Podemos conseguir consumidores, fornecer produtos e prestar serviços suficientes para a 
viabilização do mercado.
• Podemos desenvolver uma base de produção, a partir de um processo piloto para futuramente 
inserir produtos diferenciados (inovadores).
Nessa primeira fase, o empresário empreendedor faz tudo e supervisiona diretamente 
os subordinados dentro da competência que lhe é inerente.
O sistema e o planejamento organizacional e estratégico são mínimos e, em alguns 
casos, inexistentes. A estratégia é continuar funcionando. O empresário é empreendedor 
e executivo, senhor de si e da empresa. Centro de gravidade do processo, e, geralmente, 
dependente dos familiares. Os exemplos mais comuns são os restaurantes, farmácias, 
armazéns, lojas de varejo, pequenas indústrias e prestação de serviços (de consultoria), 
geralmente terceirizadas para empresas de alta tecnologia.
A segunda fase é a da sobrevivência. O empresário foi aprovado na primeira fase e 
deseja manter a clientela.
A gestão se desloca no sentido da maior complexidade: o relacionamento entre receita e 
custos. Agora, surgem novos riscos. Teremos receita suficiente para cobrir os custos de vendas, 
de assistência técnica, de serviços, de despesas operacionais advindas da demarragem? 
Podemos suportar os custos de capital? Podemos gerar o fluxo de caixa suficiente para manter 
a liquidez, capital de giro, exigido pelas operações e ainda financiar o crescimento com retenção 
dos lucros?
Nessa fase, a empresa continua com uma administração simples, enxuta e pequena, 
com número de empregados no limiar do mínimo e com todos fazendo quase tudo, com restritos 
sistemas verticais, com um único gerente, com decisões e ordem do empreendedor ou dos sócios.
O desenvolvimento dos sistemas é mínimo e lento, principalmente o sistema de 
informações e informática, com controles e indicadores quase inexistentes. A contabilidade é 
de cunho fiscal, sem preocupações com índices e benchmarking. O planejamento limita-se a 
previsões de entradas e saídas referenciadas ao caixa.
UNIDADE 3TÓPICO 3180
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
Neste estágio, pode haver crescimento do empreendimento em tamanho e em 
lucratividade. O empreendedor bem-sucedido mantém a posição obtida ou passa para o estágio 
seguinte com os riscos inerentes.
Essas empresas são as mesmas anteriormente exemplificadas ou aquelas cujo dono ou 
sócios têm apegos vocacionais ao empreendimento. Esportistas que vivem do esporte e montam 
loja de material esportivo, ou professores de determinados assuntos estabelecem empresas 
de consultoria. Alguns empresários permanecem nesse estágio, pois sua sobrevivência é 
garantida, outros vendem o negócio com grandes lucros. É o caso de empresas de informática 
e de alta tecnologia.
O estágio seguinte é o da estabilização. Naturalmente, esse terceiro estágio supõe um 
período de lucratividade para justificá-lo. Ele supõe que a empresa pelo menos atingiu seu ponto de 
equilíbrio e penetrou no mercado através de seu produto ou serviço. Essa interação está provada 
pelos lucros e sua manutenção fica a cargo da equipe que lidera o empreendimento, desde que 
novos entrantes não apareçam ou mudanças ambientais não mudem esse cenário favorável.
Nesse momento, o processo de delegação geralmente ocorre, se é que a empresa 
tenciona manter a posição assumida.
Há que se absorver gerentes capazes de manter a filosofia e cultura da empresa. O 
retorno do capital investido é compatível com seu desempenho e a preocupação com despesas 
excessivas é uma constante. A empresa começa a intensificar suas normas e surgem seus 
gerentes de produção, de marketing, de finanças, mudando, assim, a mentalidade da empresa. 
A tomada de decisão passa a ser descentralizada, porém a cultura e a filosofia organizacional 
são as do proprietário. Começa, então, uma monitoração voltada para o longo prazo, o que 
envolve estratégias, planos de negócios e modelagens organizacionais. O dono pode começar 
a se distanciar do negócio e limitar seu poder de tomada de decisão. Nesse momento, a 
empresa pode continuar a crescer ou ficar limitada ao segmento de mercado que lhe permite 
a manutenção do índice atual. As mudanças ambientais poderão tumultuar o período, mas se 
sua gestão estiver comprometida com a filosofia original e houver persistência em detrimento 
das flutuações, dificilmente a empresa retornará para os estágios anteriores. Novamente, há o 
risco de permanecer neste ou o de buscar um novo estágio para melhor acomodar o negócio.
A quarta fase é a do crescimento propriamente dito. Agora, os níveis hierárquicos estão 
consolidados, o ponto de equilíbrio é ultrapassado e a empresa é suficientemente capaz de 
identificar o equilíbrio entre manutenção da liquidez e a capacidade de captar recursos para 
financiar seu crescimento. Há que se manter a lucratividade de modo a garantir seu capital de 
giro e intensificar o treinamento de sua equipe de gerentes e demais empregados de modo 
a ativar seus departamentos. O antigo sistema de informações começa a dar água e surge a 
necessidade de informatizar o sistema. 
O planejamento agora é amplo e compartilhado, incluindo outros operacionais dirigidos 
UNIDADE 3 TÓPICO 3 181
E
M
P
R
E
E
N
D
E
D
O
R
I
S
M
O
pelas novas gerências e revisados com maior frequência. O superintendente, ou dono, agora 
terá novos riscos a enfrentar. A autoanálise ou diagnose vai permitir um avanço para o próximo

Outros materiais

Outros materiais