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Globalização - processo econômico Estamos vivendo um fluxo de transformações nas sociedades contemporâneas cada vez mais imperativo para as formas de sociabilidade, a produção e distribuição de bens e o arranjo das forças políticas. A Globalização, como processo político-econômico e societário, expressa um novo ciclo de expansão do capital de alcance mundial sob o domínio do modelo neoliberal de desenvolvimento. Configura-se uma sociedade global, erguida sobre sistemas integrados de comunicação e informação, desterritorializando coisas, gentes e idéias. A nova configuração dos processos econômicos faz romper as fronteiras nacionais, o que contraditoriamente integra os mercados e acirra a competitividade, flexibiliza a produção e aumenta a concentração do capital, conecta os povos e aumenta a exclusão. Formam-se grandes conglomerados transnacionais, enfraquecendo o poder dos Estados-Nação. Em busca da maximização dos lucros essas grandes corporações desenvolvem práticas produtivas fundadas na superexploração do trabalho e no uso inadequado dos recursos naturais, ameaçando a integração social e o equilíbrio ecológico. As velhas formas de ocupação do espaço e organização do poder cedem lugar a uma nova geopolítica. Os fluxos migratórios, os movimentos sociais e a circulação de bens culturais em dimensão global impõem a constituição de uma identidade supranacional. Reconfigura-se o mundo da cultura, sob os domínios da mass mídia. Novas formas culturais se contrapõem a tradições seculares. Uma enorme diversidade de motivações, valores e projetos coloca em confronto diferentes grupos. O que vemos, portanto, é um processo contínuo de rupturas, fragmentações e descontinuidades tão intensas que atingem e alteram algumas das dimensões mais subjetivas da nossa existência cotidiana. parece que essas transformações levam a uma descentração1 dos sujeitos de seu lugar social. Se em outros tempos, nas sociedades tradicionais, era possível pensar numa 1 HALL, S. Identidade cultural na pós modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. estrutura social relativamente estável, onde os sujeitos de uma mesma geração podiam tomar alguns referentes como definidores de status e papéis sociais, e centrar neles sua constituição como sujeitos de identidade; os processos de transformação acelerada da chamada “sociedade globalizada” engendram um modo de vida mutante onde diferentes papéis se alteram e se confrontam permanentemente, levando a uma descentração dos referentes que constituem nossa identidade e promovendo uma verdadeira crise de identidade.
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