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Ritmos Biológicos Circadianos- circa do latim a cerca de; repetição diária Infradianos- repetem-se com um ciclo maior que uma vez por dia (ex. mensal) Ultradianos- repetem-se com frequência maior que uma vez por dia (ex. horas) → São universais: todos os seres vivos apresentam → O que se acreditava inicialmente era que eles seriam determinados pelos ciclos ambientais da natureza, como a alternância do dia e da noite. Seriam passivos, ou seja, dependentes do ambiente externo → O primeiro trabalho cientifico a constatar essa ideia foi o físico francês Jean Jacques de Mairan → A planta se fechava em um determinado horário, mas observou que não era totalmente dependente do meio externo pois mesmo em um ambiente escuro a planta continuava se fechando no mesmo horário, tendo então, um relógio biológico → Em humanos, um individuo ficou 100 dias sendo monitorado, em que dormia 00h e acordava 8h. Com cerca de 6 dias de experimento, foram retiradas todas as pistas, ele não sabia mais se era dia ou noite. Então, foi notado que o individuo alterou sua regularidade de sono. Depois de um tempo, eles inverteram as pistas, então ele passou a dormir 12h e acordar 20h de forma regular. Com cerca de 100 dias, eles voltaram a apresentar as pistas e o sono voltou a ser regular, dormia 00h e acordava 8h O que podemos concluir destes resultados? → Além de existir um relógio biológico que possui oscilações funcionais automáticas, existe uma sincronização com um ciclo natural. Esse relogio biologico apenas acontece de forma efetiva se tiver estimulos externos ESTE SISTEMA DE CONTROLE PRECISA TER: estímulo > sensor > via aferente > marca- passo > via eferente > efeito → Sistemas Temporizadores: induzem certas funções e comportamentos a operar em ritmos sincronizados com os ritmos naturais (dia e noite, estações) NUCLEO SUPRAQUIASMÁTICO (NSQ) → Localizado no hipotálamo, logo acima do quiasma óptico → Controla a regularidade do sono a partir de conexões aferentes que vem de ambas as retinas → Há nas retinas, células ganglionares fotorreceptoras que são capazes de captar uma alteração de luminosidade, através de um pigmento fotossensível chamado de melanopsina → O NSQ emite efêrencias para várias regiões, como outros núcleos do hipotálamo, tálamo e prosencéfalo e por isso consegue controlar diversas funções no nosso corpo, desde comportamentos motivados até funções autonômicas → Lesões do n. supraquiasmático no hipotálamo de roedores causam perda de ritmo circadiano nas atividades locomotoras → Eferências dos nucleos Supraquiasmáticos projetam-se para: 1. Diversos núcleos do hipotálamo → ação sobre SNA 2. Prosencéfalo basal e tálamo → Ação sobre comportamentos motivados (fome, sede) SISTEMA DE CONTROLE BÁSICO → Mas porque ainda ocorre ciclo quando não há estímulo luminoso? RELÓGIO HIPOTALÂMICO TEM SEU PRÓPRIO CICLO → Os neurônios do NSQ são “osciladores naturais” → Seu potencial de repouso varia ciclicamente, mas não consegue ser muito preciso e por isso precisa ser sincronizado pelo ciclo natural dia e noite. EPITÁLAMO → Situa-se logo acima do Tálamo → Contém glândula pineal que libera melatonina → A pineal é o marca-passo do sistema temporizador infradiano circanual (ex. ciclos reprodutivos). Também tem papel temporizador em funções metabólicas circadianas, como gasto energético e armazenamento de nutrientes. Circuito do sistema temporizador circanual → A melatonina é o hormônio do escuro, é liberada a partir da inibição da luminosidade → Os neurônios pós ganglionares simpáticos emitem efêrencias para a glândula pineal, onde liberam noradrenalina que atua em receptores β-adrenérgicos fazendo com que ocorra síntese e liberação de melatonina pelos pinealócitos → Na ausência de luz, não há a ativação do núcleo supraquiasmático e consequentemente não há a inibição do núcleo paraventricular, que começa a desenvolver sua atuação para a liberação de melatonina que mantém o núcleo supraquiasmatico inativado através da sua ligação em receptores SISTEMAS MODULADORES → Quando dormimos o cérebro não é desligado, mas sim modulado de forma difusa ou especifica → O controle é feito por três sistemas: • Sistemas específicos: ex. sensoriais, motores • Sistemas difusos: ex. SNC em conjunto • Sistemas moduladores: ex. atenuadores e sensibilizadores da atenção. Estes podem ser específicos ou difusos. → Diferentes níveis de atenção em cada horário do dia → Formação Reticular: constituída por grupos de neurônios que apresentam corpos celulares pequenos indo desde o bulbo até o mesencéfalo, que apresentam grandes ramificações que emitem aferências para todo o córtex e efêrencias para a medula → Essa formação reticular é compreendida por diferentes núcleos, que são responsáveis por desencadear a liberação de diversos tipos de neurotransmissores: • Locus ceruleus: libera noradrenalina • Núcleos da rafe: liberam serotonina • Núcleos do tegmento mesencefálico: liberam acetilcolina → Todos esses núcleos formam o sistema ativador reticular ascendente (SARA) que são modulados para controlar o sono-vigília → Núcleos no tronco encefálico mas também no hipotálamo e tálamo REGULAÇÃO DO SONO E VIGÍLIA → Em todos os estágios do sono, há fibras ascendentes que controlam a excitabilidade do tálamo e córtex; e fibras descendentes que regulam a atividade dos órgãos e músculos. → A manutenção da vigília parece ocorrer pela ativação de vias ativadoras ascendentes (vias tálamo-corticais) por potenciais pós-sinápticos excitatórios. → O sono ocorre provavelmente devido a disparos neuronais em salva. → Neurônios tálamo-corticais no estado de vigília apresentam um modo de transmissão, pois são dessincronizados, com apenas aferências glutamatergicas excitatórias, EEG com baixa amplitude e baixa frequência → No estágio de sono nREM o EEG passa a ser sincronizado, chamado de modo de disparo em salvas, pois o núcleo reticular do tálamo libera GABA nos neurônios, hiperpolarizando e abrem canal de cálcio que auxilia na despolarização MANUTENÇÃO DA VIGÍLIA: VIAS ATIVADORAS ASCENDENTES → A comunicação tálamo-córtex apresenta neurônios que durante o estágio de vigília estão completamente ativos, pois estão recebendo várias informações sensoriais → Já durante o sono nREM há a diminuição (modulação) do recebimento sensorial REGULAÇÃO → Núcleo reticular do tálamo atua controlando a liberação de GABA nos neurônios tálamo-corticais. Quando há a ativação desse núcleo, se tem o EEG passando de um estágio dessincronizado para um estágio sincronizado, estando relacionado com o sono nREM (ondas lentas)REGULAÇÃO DA VIGÍLIA → Ação ativadora das vias ascendentes sobre o córtex cerebral → Modulação do núcleo reticular do tálamo por neurônios colinérgicos REGULAÇÃO SONO DE ONDAS LENTAS → Bloqueio das vias ativadoras → Ativação do sistema modulador do prosencéfalo basal e hipotálamo anterior → Passagem dos neurônios tálamo-corticais para o modo de disparo em salva (regulado pelo n. reticular do tálamo) SISTEMA LIGA/DESLIGA SONO E VIGÍLIA → Há uma modulação dos neurotransmissores que desencadeia a vigília ou o sono → Vigília: liberação dos neurotransmissores e ativação da histamina no tálamo-córtex → Sono nREM: inibição dos neurotransmissores e modulação dos neurônios tálamo-corticais pelo GABA, inibindo a liberação de histamina, EEG sincronizado O ritmo ultradiano do sono é controlado pelo tronco encefálico → No sono REM a célula REM-ON refere-se a uma alta na liberação de acetilcolina → No sono nREM ou de ondas lentas, as células REM-OFF induzem a maior liberação de noradrenalina, serotonina e histamina → Existe a hipótese da adenosina que se concentraria no espaço celular de neurônios provocando a hiperpolarização da membrana, ativando os sistemas moduladores colinérgicos do prosencéfalo basal CICLO SONO-VIGÍLIA → Os eventos comportamentais e fisiológicos que ocorrem nos seres humanos durante a vigília e o sono bem como na transição de um para outro, foram bem estudados por fisiologistas e neurologistas em laboratórios e clinicas do sono O SONO → A ritmicidade do sono segue seu programa individual, seu ritual. → Vigília: Estado em que respondemos mais a estímulos sensoriais vindos do ambiente. → Sono: Diminuímos a reação ao mundo externo, bem como reduzimos vários ciclos internos (neurovegetativos e neuroendócrinos) → Quando se inicia o estado do sono, se entra diretamente no estágio 1 do sono de ondas lentas (nREM) – EEG passa a apresentar um ritmo alfa que é quando ele ainda está dessincronizado mas já diminuiu a frequência dos potenciais de ação → Estágio 2: inicial sincronização do EEG, com ondas um pouco mais sincronizadas do que as ondas alfa → Estágios 3 e 4: EEG totalmente sincronizado, com disparos em salvas, baixa frequência cardíaca, baixa frequência respiratória, poucos movimentos oculares e musculares (estágio mais profundo do sono) → Foi observado que após isso o indivíduo passou a ter um sono mais “movimentado” com EEG totalmente dessincronizado, com atonia muscular. → Esse foi chamado de sono paradoxal (REM), com um rápido movimento dos olhos e mas com completa atonia muscular (nenhum movimento corporal) → Os ciclos de sono (nREM estágios de 1 a 4 e REM) acontecem de 90 em 90 minutos → Se acordar sem despertador provavelmente será no sono REM Quanto precisamos dormir? → Animais maiores dormem menos que os menores (elefante 4-5h; morcegos 18h) → Sono contínuo (adulto) e sono interrupto (crianças e idosos) → Sono paradoxal só existe em aves e mamíferos • Proporção do sono total = cerca de 20% Variações do sono com a idade → Nascemos sem ritmo circadiano de sono! REM 80% do sono total. Estabiliza aos 4 meses → Os adultos necessitam apenas de um sono monofásico – a noite → Já os idosos mudam esse ritmo e passam acordar várias vezes a noite e necessitam de cochilos durante o dia SONHOS → O estudo científico é limitado → Ocorre mais no sono paradoxal → Sonho no sono de ondas lentas: mais curtos e mais lógicos → Sonho no sono paradoxal: estranhos, surrealistas, ilógicos e emocionais FUNÇOES DO SONO → Restaurar energias gastas durante a vigília → Restaurar sistema imunitário → Preservação da memória DISTURBIOS DO SONO → HIPERSÔNIAS (NARCOLEPSIA) – indivíduos que “apagam” durante a vigília → INSÔNIA – não consegue dormir direito a noite e sonolência diurna excessiva → PARASSÔNIAS – sonambulismo e terror noturno
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