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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL MECÂNICA DOS SOLOS I RELATÓRIOS DOS ENSAIOS DE LABORATÓRIO Discente: Leandro Wellyngton Meneses Ribeiro Mat: 201406740007 Professor: Salim Fraiha Neto Belém – Dezembro/2016 1 Leandro Wellyngton Meneses Ribeiro MECÂNICA DOS SOLOS I RELATÓRIO DA AULA DE LABORATÓRIO Relatório apresentado na disciplina de Mecânica dos Solos I, na Universidade Federal do Pará – UFPA, no 6º semestre do curso de Engenharia Civil, solicitado pelo professor Salim Fraiha Neto, como requisito parcial de aprovação na disciplina. 2 INTRODUÇÃO A mecânica dos solos é o estudo do comportamento de engenharia do solo quando este é usado ou como material de construção ou como material de fundação. Logo, é imprescindível a habilidade e capacidade de compreender as características físicas dos solos, pois estas características implicarão diretamente na previsão do comportamento dele e nos projetos de engenharia. Devido a isso, a realização dos ensaios em laboratórios é de fundamental importância na compreensão dessas características. O objetivo deste relatório é relatar os seguintes ensaios: picnômetro, granulometria, sendo considerado o de peneiramento e sedimentação, e os limites de Attemberg. 3 PRÁTICA DE ENSAIOS Para a realização dos ensaios de picnômetro, peneiramento e sedimentação, foram utilizados como referencial para os cálculos os dados da seguinte amostra de solo: Plan 01 – Dados da amostra de solo utilizada 1- TEOR DE UMIDADE Objetivo Determinar a umidade do material analisado após preparo e secagem ao sol deste por 24h. Material Utilizado - Amostra de solo; - Cápsulas metálicas; - Peneira com abertura de 2 mm; - Estufa; - Balança de precisão. Metodologia Após o registro das massas das cápsulas, em cada uma destas 50g de solo que havia passado previamente pela peneira de 2mm na preparação do material foi colocado. Em seguida os conjuntos capsula + solo úmido foram levados à estufa por 24h. Após a retirada do material da estufa, ele foi pesado novamente. A partir do procedimento descrito acima, foi determinado o teor de umidade de cada capsula. Os dados obtidos estão na tabela abaixo: 4 Plan 02 – Dados do teor de umidade 2- ENSAIO DE PICNÔMETRO Referencial Teórico O ensaio tem a finalidade de determinar a massa específica dos grãos de solo que passam na peneira 4,8 mm, com o auxílio de um picnômetro. É regido pela norma NBR 6508. Material Utilizado - Amostra do solo a ser analisado; - Peneira #10 (2mm); - Água destilada; - Estufa; - Picnômetro de 500 ml com a curva de calibração - Bomba de vácuo; - Termômetro graduado em 0,1 ºC; - Balança com capacidade até 1,5Kg; Metodologia Após as pesagem do picnômetro vazio, 50g do material foi transferido para a vidraria e pesado novamente. Após, foi adicionado água até imersão. Este conjunto foi levado a bomba de vácuo, durante um período de 10 a 15 minutos. Feito isso, completou-se o picnômetro com água até o nível superior, tendo então a temperatura checada com o termômetro e, em seguida, obtendo-se a massa do conjunto (picnômetro + água + solo). Por último foi pesado o picnômetro ocupado somente com água. Foram obtidos: - peso do picnômetro (P1) - Peso do picnômetro + solo (P2); - Peso do picnômetro + solo + água (P3); 5 - Peso do picnômetro + água (P4) A partir da obtenção dos dados, pôde-se calcular a densidade relativa do solo. Apresentação dos Resultados Plan 03 – Resultado do ensaio de picnômetro Percebe-se o valor da densidade relativa dos grãos de 2,60, que é inferior ao que normalmente é observado em solos, na faixa de 2,65 a 2,85. Talvez isso tenha ocorrido por uma possível presença de matéria orgânica na amostra. Imagens Fig. 01 – Pesagem do picnômetro Fig. 02 – Picnômetro + Solo Fig. 03 – Copo de Dispersão 6 Fig. 04 – Picnômetro + Termômetro Fig. 05 – Bomba de Vácuo 3- ENSAIO DE GRANULOMETRIA Normalizado pela ABNT/NBR 7181/82, a análise granulométrica visa obtenção da determinação da distribuição dos tamanhos dos diâmetros das partículas sólidas da amostra de solo em conjunto com a proporção de cada fração constituinte do solo em relação ao peso do solo seco. O ensaio de granulometria conjunta para o levantamento da curva granulométrica do solo é realizado com base em dois procedimentos distintos: peneiramento e sedimentação. 2.1 – Ensaio de Peneiramento Referencial Teórico Consiste na separação dos sólidos de um solo em diversas frações. A análise por peneiramento tem como limitação da abertura da malha das peneiras. A abertura das peneiras deve ser organizada da maior para a menor. Plan 04 – Dados do solo - granulometria Material Utilizado - Jogo de peneiras; - Estufa; - Balança; - Cápsula de porcelana; - Almofariz; 7 Metodologia Pesou-se aproximadamente 80g do solo passante na peneira de 2,0mm no processo de preparação do solo. As peneiras foram encaixadas uma sobre a outra, com a maior abertura no topo e as menores em seguida, até a mais fina. A vibração do conjunto de peneiras é realizada então. A massa retida no peneiramento de cada malha das peneiras foi pesada para uma coleta de dados apresentada nas planilha 05.01. Apresentação dos Resultados PENEIRAMENTO DO SOLO MIÚDO Diâmetro Massa Retida Porcentagem ( % ) Retida Retida Que passa Que passa (mm) ( g ) ( % ) Acumulada Am. Miúida Am. Total 1,20 1,57 1,99 1,99 98,01 98,01 0,60 12,33 15,65 17,64 82,36 82,36 0,42 7,69 9,76 27,41 72,59 72,59 0,30 5,87 7,45 34,86 65,14 65,14 0,15 8,46 10,74 45,60 54,40 54,40 0,075 4,80 6,09 51,69 48,31 48,31 Plan 05 – Resultado do ensaio de peneiramento (solo miúdo) A partir desses dados, foi possível obter a seguinte curva granulométrica: Gráfico 01 – Curva Granulométrica A partir da curva, o Coeficiente de Uniformidade (Cu) do solo analisado é determinado. Sendo Def = 0,025 e D60 = 0,22: 8 Cu = D60/Def; Logo: Cu = 8,8. O que corresponde a um solo cuja distribuição possui uniformidade média. Segundo a ABNT, os solos podem ser classificados quanto a sua textura conforme as informações abaixo: A partir da análise do ensaio de peneiramento, verificou-se: Textura Ocorrência (%) Pedregulho 0,00 Areia 51,69 Silte 48,31 Argila 0,00 Então, analisando os dados expostos, segundo a classificação de solos da ABNT, percebe-se que o solo se trata de uma areia siltosa. Na tabela da classificação unificada dos solos, o solo ficou definido como SM – Areia siltosa, mistura mal graduada de areia+silte. 2.2 – Ensaio de Sedimentação Referencial Teórico Para os solos muito finos o peneiramento é impraticável pois as peneiras deveriam ter abertura de malha excessivamente pequenas. Assim, para grãos menores que 0,075 mm (peneira #200), emprega-se o método de análise por sedimentação (Artur Casagrande) Este ensaio se baseia na Lei de Stokes, que relaciona a velocidade de queda V, de uma partícula esférica, em um meio líquido de viscosidade e peso específico conhecidos, com o diâmetro da partícula. Sendo assim, as menores partículas se sedimentam mais lentamente que as partículas maiores. O ensaio de sedimentação é realizado medindo−se a densidade de uma suspensão de solo em água, no decorrer do tempo, com auxílio de um densímetro, calcula−se a percentagem de partículas que ainda não sedimentaram e a velocidade de queda destas partículas. Com o uso da lei de Stokes, pode−se inferir o diâmetro máximo 9 das partículas ainda em suspensão, de modo que com estes dados, a curva granulométrica é completada. Material Utilizado - Peneiras de malhas quadradas com as seguintes aberturas (mm): 9,8 – 4,8 – 2,0 – 1,2 – 0,6 – 0,42 – 0,25 – 0,15 – 0,075; - Água destilada; - Solução anti-floculante; - Balança; - Cápsula de porcelana;- Almofariz e mão degrau; - Estufa; - Termômetro graduado em 0,1ºC; - Densímetro 127 de bulbo simétrico, calibrado a 20ºC e com resolução de 0,001; Metodologia O ensaio a sedimentação foi realizado a partir de 80g de massa da amostra de solo miúdo passante na peneira de 0,42 mm. A massa foi inserida em uma proveta juntamente com água até a marca de 1000 ml. A esta mistura foi adicionada o Sódio hexametafosfato como agente anti-floculante, sendo a medida usada de um litro de água para cada 45,75g de solução. Agitou-se, em seguida, o material (solo) até que sua homogeneização. Depois da substância adicionada, foi feita a marcação da temperatura periodicamente, marcada conforme disposto na primeira coluna da planilha 06. Apresentação dos Resultados HORA: 07:00 SEDIMENTAÇÃO ( ABNT - 7181 ) DENSIMETRO Nº: PROVETA Nº: Tempo (min) Ti º C U r(H) z (cm) Di ( mm ) Rw (H) r(H)-Rw(H) P (<Di) 0,5 27,5 8,47995 14,0 17 0,074 1,0 13,0 26,81 1,0 27,5 8,47995 10,0 18,5 0,055 1,0 9,0 18,56 2,0 27,5 8,47995 8,0 18,5 0,039 1,0 7,0 14,43 4,0 27,5 8,47995 6,0 18,5 0,027 1,0 5,0 10,31 8,0 27,0 8,5736 1,0 19,5 0,020 1,0 0,0 0,00 15,0 27,0 8,5736 1,0 19,5 0,015 1,0 0,0 0,00 30,0 27,0 8,5736 1,0 19,5 0,010 1,0 0,0 0,00 60,0 27,0 8,5736 1,0 19,5 0,007 1,0 0,0 0,00 120,0 26,0 8,76582 1,0 19,5 0,0052 1,0 0,0 0,00 240,0 26,0 8,76582 1,0 19,5 0,0037 1,0 0,0 0,00 480,0 26,0 8,76582 1,0 19,5 0,0026 1,0 0,0 0,00 1500,0 26,0 8,76582 1,0 19,5 0,0015 1,0 0,0 0,00 Plan. 06 – Resultados do ensaio de sedimentação Imagens 10 Fig. 06 – Ferramentas utilizadas Fig. 07 – Densímetro inserido na solução Fig. 08 – medição de temperatura 4- ENSAIOS DE CASAGRANDE Um solo argiloso pode se apresentar em um estado líquido, plástico, semi−sólido ou sólido, a depender de sua umidade. A este estado físico do solo dá−se o nome de consistência. Os limites inferiores e superiores de valor de umidade para cada estado do solo são denominados de limites de consistência. Realizaram-se dois ensaios para a determinação dos limites consistência dos solos: liquidez e plasticidade. 3.1 – Limite de Liquidez Referencial Teórico É o valor de umidade para o qual o solo passa do estado plástico para o estado fluido. Material Utilizado - Aparelho de Casagrande; - Cinzel; - Balança; - Estufa; - Cápsulas de porcelana; - Espátula metálica; - Água destilada; Metodologia Para iniciar os procedimentos do ensaio, primeiramente verifica-se o estado e a calibração do aparelho de Casagrande. 11 Previamente secado ao ar e passado na peneira 0,42 mm, a amostra de solo foi transferida para uma cápsula de porcelana, sendo acrescentada água em pequenas porções, homogeneizando. Parte da pasta homogeneizada foi transferida para coluna reservada no aparelho e moldada para não permitir ar entre suas partículas. Então, essa massa foi dividida em duas partes por meio de uma abertura central com o auxílio do cinzel. Após isso, iniciar os golpes na concha com o uso da manivela do aparelho. Quando as bordas inferiores da abertura se tocarem, interromper o ensaio para a determinação do teor de umidade. É necessário repetir este processo para a determinação do número de golpes, objetivando encontrar o gráfico do limite de liquidez. Os dados dos ensaios realizados se encontram na planilha 07. Apresentação dos Resultados LIMITE DE LIQUIDEZ LL=67,75 Cápsula N° 10 31 42 74 80 Golpes g 38 33 24 16 12 Peso Bruto Úmido g 25,65 21,67 21,25 24,67 20,98 Peso Bruto Seco g 21,87 18,33 17,75 19,37 17,19 Peso da Cápsula g 15,34 12,98 12,83 12,51 12,46 Peso da Água g 3,78 3,34 3,50 5,30 3,79 Peso do Solo Seco g 6,53 5,35 4,92 6,86 4,73 Umidade % 57,89 62,43 71,14 77,26 80,13 Plan. 06 – Resultados do ensaio do limite de liquidez A partir dos dados do número de golpes, obteve-se o gráfico para a determinação do limite de liquidez. 12 25 Gráfico 02 – Determinação do Limite de Liquidez Imagens Fig. 9 – Moldagem da Amostra Fig. 10 – Hachura do Cinzel 3.1 – Limite de Plasticidade Referencial Teórico É o valor de umidade para o qual o solo passa do estado semi−sólido para o estado plástico. Material Utilizado - Placa de vidro esmerilhada; - gabarito de comparação - Estufa; - Cápsulas de porcelana; - Espátula metálica; - Água destilada; Metodologia Procedimento inicial de preparo e homogeneização da amostra semelhante ao ensaio do Limite de Liquidez. Modela-se uma pequena bola da amostra para que esta seja rolada sobre a placa de vidro com a mão em movimentos de “vai-e-vem”, dando corpo cilíndrico a massa. Conforme a modelagem é repetida a amostra vai perdendo umidade para a placa de vidro. Quando se desfragmentar o cilindro, com diâmetro de aproximadamente 3 mm e comprimento de 100 mm (conferidos com auxílio do gabarito), transferir as partes do mesmo para um recipiente adequado para determinação da umidade. O procedimento é repetido para se obter diferentes valores de umidade, sendo o limite de plasticidade a média dos valores considerados satisfatórios. 13 Imagens Fig. 11 – Manuseio da amostra Fig. 12 – diferentes tentativas de confecção Apresentação dos Resultados LIMITE DE PLASTICIDADE Cápsula N° 1 3 5 40 74 LP MÉDIA Peso Bruto Úmido g 9,78 9,83 9,76 8,58 8,90 Peso Bruto Seco g 9,35 9,57 9,38 8,21 8,46 Peso da Cápsula g 8,45 9,02 8,61 7,45 7,55 Peso da Água g 0,43 0,26 0,38 0,37 0,44 Peso do Solo Seco g 0,90 0,55 0,77 0,76 0,91 Umidade % 47,78 47,27 49,35 48,68 48,35 48,29 Plan. 07 – Resultados do ensaio do limite de plasticidade Com a determinação dos limites de consistência, pode-se determinar o índice de plasticidade do solo a partir da expressão: IP = LL – LP IP =67,75 – 48,29 IP = 19,46 Segundo Jenkins, podemos classificar um solo quanto a sua plasticidade: 1 < IP < 7: solos fracamente plásticos; 7 < IP < 15: solos medianamente plásticos; IP > 15: solos altamente plásticos. Para o valor de IP = 19,46 podemos dizer que se trata de um solo altamente plástico. 14 CONCLUSÃO DOS ENSAIOS Em relação à Densidade Real dos Grãos, foi observado que o valor obtido foi inferior aos valores comumente encontrados nos solos, apesar de próximo, que variam de 2,65 a 2,85. Tal situação pode acontecer devido à presença de matéria orgânica na amostra ou algum pequeno erro de manipulação por parte do laboratorista. Quanto à curva granulométrica, esta tem uma inclinação levemente suave, indiciando uma media uniformidade. O que é reforçado pelo Coeficiente de Uniformidade de 8,8. Um solo com uniformidade média. Partindo para os Limites de Atterberg, obteve-se o Índice de Plasticidade de 19,42, o que, segundo Jenkins, caracteriza o solo como altamente plásticos. Os ensaios realizados em laboratório permitem um melhor entendimento acerca da mecânica dos solos estudados e da influência de suas características no seu comportamento, orientando a forma que um engenheiro conduzirá um projeto de engenharia. 15 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ABNT NBR 6508 − Grãos que passam na # 4,8mm, determinação da massa Específica ABNT NBR 7180 − Solo − Determinação do Limite de Plasticidade ABNT NBR 6459 – Solo – Determinação do Limite de Liquidez ABNT NBR 6457 – Amostras de Solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização ORTIGÃO, J.A.R.; Introdução a mecânica dos solos dos estados críticos. 3ª Ed. Edt. Terratek. 2007. 16 Material Utilizado Metodologia
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