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Formação Docente em Metodologias Ativas: práticas de ensino e aprendizagem criativas Ronan Daré Tocafundo Bárbara Regina Pinto e Oliveira Aluizio Barbosa de Oliveira Neto Formação Inicial e Continuada + IFMG Ronan Daré Tocafundo Bárbara Regina Pinto e Oliveira Aluízio Barbosa de Oliveira N Formação Docente em Metodologias Ativas: práticas de ensino e aprendizagem criativas 1ª Edição Belo Horizonte Instituto Federal de Minas Gerais 2021 FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Catalogação: César dos Santos Moreira - CRB-6/2229 Índice para catálogo sistemático: 1. Formação de professores e educadores 371.13 2. Métodos e processos de ensino 371.3 T631f Tocafundo, Ronan Daré Formação docente em metodologias ativas: práticas de ensino e aprendizagem criativas [recurso eletrônico] / Ronan Daré Tocafundo, Bárbara Regina Pinto e Oliveira, Aluízio Barbosa de Oliveira Neto. – Belo Horizonte : Instituto Federal de Minas Gerais, 2021. 31 p. : il. color. E-book, no formato PDF. Material didático para Formação Inicial e Continuada. ISBN 978-65-5876-078-8 1. Professores - Formação. 2. Ensino - Metodologia. 3. Aprendizagem ativa. I. Oliveira, Bárbara Regina Pinto. II. Oliveira Neto, Aluízio Barbosa de. III. Título. CDU 005.8 Não preencher Pró-reitor de Extensão Diretor de Programas de Extensão Coordenação do curso Arte gráfica Diagramação Carlos Bernardes Rosa Júnior Niltom Vieira Junior Ronan Daré Tocafundo, Bárbara Regina Pinto e Oliveira, Aluizio Barbosa de Oliveira Ângela Bacon Eduardo dos Santos Oliveira © 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do Instituto Federal de Minas Gerais. 2021 Direitos exclusivos cedidos ao Instituto Federal de Minas Gerais Avenida Mário Werneck, 2590, CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG, Telefone: (31) 2513-5157 Sobre o material Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático, incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de forma autônoma e suficiente. Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR disponível no fim deste livro. Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para Correção do Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code a seguir: Para saber mais sobre a Plataforma +IFMG acesse https://mais.ifmg.edu.br Formulário de Sugestões Palavras dos autores O tema ensinar traz em si polissemia que resulta em várias áreas de atuação docente e investigação. No que diz respeito ao ensino escolar, pode ser preparar um indivíduo para, dentre outras metas: responder às necessidades pessoais e aos anseios de uma sociedade em constante transformação; superar desafios propostos pela reconstrução de novas tendências: técnicas, tecnológicas e sociais, assim como dialogar com um mundo novo e dinâmico, formar cidadãos críticos e conscientes do seu papel na construção de um mundo melhor. Nesse âmbito surgem as Metodologias Ativas (MA). Esse é um conceito amplo, que engloba diferentes práticas de ensino, porém com um núcleo comum: fazer do aluno participante ativo juntamente com o professor, e não meramente expectador. Neste curso, faremos uma introdução às Metodologias Ativas e esperamos que seja um ponto de partida para mudanças na prática docente. Bons estudos! Os autores Apresentação do curso Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são apresentados, sucintamente, a seguir. SEMANA 1 Metodologias Ativas: Bases Teóricas. Opções Metodológicas. Aprendizagem por Investigação, Sala de Aula Invertida, Peer instruction. SEMANA 2 Ferramentas computacionais: Google Classroom, Edpuzzle, Padlet, OBS Studio, Movavi Studio e Handbrake SEMANA 3 Vamos praticar: Projeto ECTS - Exemplo prático de ensino por Metodologias Ativas em contextos de Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) Carga horária: 30 horas. Estudo proposto: 10 horas semanais. Apresentação dos Ícones Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado: Atenção: indica pontos de maior importância no texto. Dica do professor: novas informações ou curiosidades relacionadas ao tema em estudo. Atividade: sugestão de tarefas e atividades para o desenvolvimento da aprendizagem. Mídia digital: sugestão de recursos audiovisuais para enriquecer a aprendizagem. Sumário Semana 1 – Metodologias Ativas: Bases Teóricas ........................................ 15 1.1. Metodologias Ativas (MA): O que é afinal?......................................... 15 1.2. Vale a pena? ...................................................................................... 16 1.3. O que muda na vida do professor? .................................................... 16 1.4. O que muda na vida do aluno? .......................................................... 17 1.5. Opções Metodológicas. ...................................................................... 18 1.5.1. Aprendizagem por investigação ......................................................... 18 1.5.2. Sala de aula invertida ......................................................................... 19 Semana 2 – Tecnologias computacionais ..................................................... 21 2.1 Google Classroom ............................................................................. 21 2.2 Edpuzzle ............................................................................................ 22 2.3 OBS Studio ........................................................................................ 23 2.4 Movavi Studio ..................................................................................... 23 2.5 Handbrake ......................................................................................... 24 Semana 3 – Vamos Praticar: Projeto ECTS – Aplicação prática em Metodologias Ativas ...................................................................................... 25 3.1 O que é o projeto ECTS? ................................................................... 25 3.2 Refletindo sobre Tecnologia e Sociedade .......................................... 25 3.3 O Movimento Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) ........................ 26 3.4 Etapas de execução do projeto ECTS ................................................ 27 3.4.1 Tema Gerador ou Problematização .................................................... 27 3.4.2 Definição de estratégias ..................................................................... 29 3.4.3 Síntese ............................................................................................... 30 3.4.4 Avaliação ........................................................................................... 31 Referências ................................................................................................... 33 Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 36 file:///C:/Users/niltom.vieira/Desktop/ronan/Formação%20Docente%20em%20Metodologias%20Ativas%20práticas%20de%20ensino%20aprendizagem%20criativas%20v.4%20(revisada)%20comentarios%20Ronan.docx%23_Toc83036021 file:///C:/Users/niltom.vieira/Desktop/ronan/Formação%20Docente%20em%20Metodologias%20Ativas%20práticas%20de%20ensino%20aprendizagem%20criativas%20v.4%20(revisada)%20comentarios%20Ronan.docx%23_Toc83036029 file:///C:/Users/niltom.vieira/Desktop/ronan/Formação%20Docente%20em%20Metodologias%20Ativas%20práticas%20de%20ensino%20aprendizagem%20criativas%20v.4%20(revisada)%20comentarios%20Ronan.docx%23_Toc83036036 file:///C:/Users/niltom.vieira/Desktop/ronan/Formação%20Docente%20em%20Metodologias%20Ativas%20práticas%20de%20ensino%20aprendizagem%20criativas%20v.4%20(revisada)%20comentarios%20Ronan.docx%23_Toc83036036 Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 15 Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”. 1.1. Metodologias Ativas (MA): O que é afinal? No ensino escolarizado ainda vigora a Metodologia Tradicional de Ensino, pela qual o professor ensina (transmite conhecimento) e o aluno passivamente aprende (absorve conhecimento). O grande problema dessa metodologia não está no risco da não aprendizagem, pois, pelo que observamos, ela atende aos requisitos para alcançar aquilo que é denominado racionalidade técnica de conteúdo, pela qual prioriza-se o ensino meramente conteudista, estando o êxito de ensinar diretamente associado aos alunos conseguirem reter (ou memorizar) boa parte dos conteúdos assinalados. O problema desse modelo de ensino é o empobrecimento da formação dos alunos por oferecer poucas possibilidades para eles desenvolverem certas competências. (TOCAFUNDO, 2017) Ensinar deve ser entendido como algo a mais que compreensão de conceitos, fatos históricos, fenômenos naturais, avanços tecnológicos, dentre outros. A compreensão dos conceitos é o ponto de partida da ação de ensinar, que deve ser seguida de raciocínio, reflexão e transformação Shulman (2005). Assim, faz-se necessário repensar processos ensino ↔ aprendizagem que não se limitam apenas à instrução direta. Neste novo cenário surgem propostas metodológicas baseadas nas Metodologias Ativas (MA). Esse é um conceito amplo, que engloba diferentes práticas de ensino, porém com um núcleo comum: fazer do aluno participante ativo juntamente com o professor, e não meramente expectador. Objetivos Nesta semana, discutiremos pressupostos teóricos das Metodologias Ativas. Vamos refletir sobre Mudanças de paradigmas do ensino tradicional x ensino interacionista e sobre o papel do professor no processo ensino ↔ aprendizagem em Metodologias Ativas. Semana 1 – Metodologias Ativas: Bases Teóricas Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 16 1.2. Vale a pena? Não é de se esperar que todos os alunos de uma classe aprendam da mesma forma, no mesmo ritmo, ao mesmo tempo, então, propomos repensar novas estratégias de ensino por entender que um dos futuros desafios para os professores será superar visões reducionistas de que ensinar é sinônimo de aumentar cognição. Assim, MA apontam para a possibilidade de transformar aulas em experiências de aprendizagem mais ricas para estudantes das gerações inseridas em cultura de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), cujas expectativas em relação ao ensino, aprendizagem, ao próprio desenvolvimento e formação são diferentes do que expressavam gerações anteriores. Mídia Digital: Para saber mais sobre Metodologias Ativas, assista ao vídeo de Lilian Bacich (link). Mídia Digital: Para saber mais Ensino Híbrido por Lilian Bacich (link). 1.3. O que muda na vida do professor? Metodologias Ativas se caracterizam pela inter-relação entre educação, cultura, sociedade, política e escola, sendo desenvolvida por meio de métodos ativos e criativos, centrados na atividade do aluno com a intenção de propiciar a aprendizagem. Todavia, percorrer esse novo caminho traz inseguranças ao professor, que deixa sua zona de conforto, deixa de personificar o conhecimento e passa a ser parceiro nas interações e relações com o aluno. Nessa parceria, por vezes, o professor expõe suas inseguranças e incertezas. Nessa nova ótica do trabalho docente, ensinar significa criar situações para despertar a curiosidade do aluno e lhe permitir pensar o concreto, conscientizar-se da realidade, questioná-la e construir conhecimentos para transformá-la, superando a ideia de que o ensino é sinônimo de transferir know-how. https://www.youtube.com/watch?v=J9lDSIuEXKY about:blank about:blank https://www.youtube.com/watch?v=VFk_EFMWv10 about:blank Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 17 Espera-se que o professor seja capaz de usar mídias e tecnologias como linguagem e meios didáticos. Com efeito, é premente a necessidade de recontextualizar métodos de ensino e práticas docentes, do contrário, corre-se o risco de vestir o velho com roupa nova. É dizer: a eficácia das MA está diretamente associada à processos que permitam aos professores ressignificarem suas práticas de ensino; permitam tornar professores e alunos parceiros em interações didáticas. Mídia Digital: Para saber mais, assista a entrevista com o Professor José Moran. (link) Mídia Digital: Assista também a seguinte palestra de José Moran: - Palestra: Bloco 1. (link); - Palestra: Bloco 2. (link) 1.4. O que muda na vida do aluno? O novo paradigma de ensino proposto por MA está associado à mudança de postura, pela qual gradativamente o professor assume a posição de mediador ou de parceiro na construção de conhecimentos. Para muitos deles essa é uma região perigosa, pois deixarão de ser o agente central do processo. Nessa proposta, é o aluno quem estará no centro das relações com o professor, com os pares e, principalmente, com o objeto do conhecimento. Nesse novo paradigma não vale a premissa professor ensina e aluno aprende. Nele, professor e aluno aprendem e ensinam mutuamente. Dica do Professor: Leia o artigo “As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes” (download) A seguir vamos apresentar algumas opções metodológicas para utilização de Metodologias Ativas. about:blank about:blank https://www.youtube.com/watch?v=O4icT4Z8m6Q about:blank https://www.youtube.com/watch?v=J9lDSIuEXKY about:blank https://www.youtube.com/watch?v=J9lDSIuEXKY https://drive.google.com/file/d/1BLZGF7pgMq55F-ftfPaNH0JgjF8BWWxk/view?usp=sharing about:blank about:blank about:blank Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 18 1.5. Opções Metodológicas. 1.5.1. Aprendizagem por investigação Na aprendizagem por investigação o estudante desenvolve habilidades e adquire conhecimentos tendo como ponto de partida um problema que pode ser de ordem prática, teórica, fictício, real etc. Nesse modelo, encontramos dois formatos imbricados que se intercalam: a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e a Aprendizagem Baseada em Projeto (ABPro). A imbricação desses formatos é tamanha que a distinção entre eles é tênue e, por esse motivo, muitos autores os consideram indistintos. De forma suscinta, na ABP busca-se investigar soluções possíveis para o problema proposto, por exemplo: impacto sócio ambiental da construção de uma barragem por uma empresa mineradora. Já na ABPro, busca-se uma solução específica para o problema, por exemplo construir um aquecedor solar. Cabe ressaltar que na prática não são formatos distintos e bem delineados. Por exemplo, usa-se método de projetos visando a buscar soluções possíveis para um problema que pode conter a construção de algo. Dessa forma, utilizaremos a sigla ABP sem distinção entre esses dois formatos. ABP tem seu primeiro registro histórico na década de 1960, em escolas de medicina, no Canadá e na Holanda, nas universidades McMaster University e Maastricht University, respectivamente. Porém, atualmente, ela pode ser utilizada em todas as áreas de conhecimento e em todos os níveis de ensino, respeitando as particularidades de cada etapa cognitiva do aluno. Essa proposta de ensino fundamenta-se à luz de princípios da escola ativa de Dewey, de método científico e de projetos de Kilpatrick, buscando a construção de ensino integrado e integrador de conteúdos de forma multidisciplinar, pelos quais os alunos aprendem a aprender. Em sentido lato, ABP propõe que o ensino não seja fragmentado de forma disciplinar, mas sim organizado por temas, competências, habilidades, por problemas diferentes e em níveis de complexidade crescentes. Finalizando, e resumindo, na ABP, um tema de estudo pode gerar vários problemas que os alunos deverão, investigar, compreender e equacionar com atividades que podem ser individuais ou em grupo. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 19 1.5.2. Sala de aula invertida Relatos bibliográficos dão conta que as primeiras salas de aula invertida surgiram em escolas do ensino médio americano. É comum nos Estados Unidos alunos atletas se ausentarem das salas de aulas para participar de competições esportivas. Por esse motivo, professores passaram a gravar os conteúdos e disponibilizá-los em ambientes virtuais. Desta forma, os alunos poderiam acompanhar, a seu tempo, as aulas realizadas em ambientes presenciais. Depois, esses alunos, quando regressavam, interagiam com seus colegas, esclareciam dúvidas e reconstruíam conhecimentos. A partir dessa experiência, tais professores americanos passaram a utilizar um novo método: primeiro, os alunos estudavam, a seu tempo, os conteúdos previamente determinados, que poderiam ser vídeos com aulas gravadas, leituras de textos dentre outros materiais. Em seguida, em sala de aula, os alunos consolidavam conhecimentos em situações colaborativas que poderiam ser, por exemplo, discussões, trabalhos e apresentações em grupos. Assim, esse novo modelo caracterizou uma inversão de técnica de ensino. Pois, a sala de aula deixa de ser um espaço meramente de transmissão de informações, no qual o professor transmite e o estudante recebe, para ser um ambiente ativo de ensino. Outro marco importante, frequentemente citado, para o surgimento desse modelo de ensino, foi o artigo “From Sage on the Stage to Guide on the Side” publicado por Alison King em 1993. Nesse artigo, a autora não fala claramente sobre aula invertida, mas advoga a ideia de se utilizar o tempo de aula para construção de conhecimentos a partir de informações que os estudantes teriam acesso previamente, e não meramente a transmissão dessas informações. A sala aula invertida, portanto, é um modelo híbrido, que otimiza o espaço escolar. De um lado, o aluno de forma autônoma fica responsável por buscar informações e desenvolver conhecimentos básicos. De outro lado, o professor exerce papel de mediador do processo ensino aprendizagem orientando o aluno em suas necessidades específicas visando a garantir melhores resultados. No entanto, há condições de contorno para que a aula invertida obtenha resultados satisfatórios: i. Mudança cultural de professores e alunos: esse modelo pressupõe maior autonomia dos alunos e, consequentemente maior responsabilidade. Se os alunos não cumprem as atividades prévias todo trabalho fica comprometido. Da parte dos professores exige-se sair da zona de conforto das aulas rigorosamente controladas para o ambiente das incertezas do que vem adiante. ii. Escolha de bons materiais como textos, vídeos e atividades para uma aprendizagem preliminar: o planejamento inicial deve ser muito bem executado, caso contrário pode comprometer todo o trabalho. Porém, na prática, muitas vezes, professores enfrentam variados problemas, por exemplo, para encontrar materiais que não incorrem em restrições de direitos autorais ou materiais adequados ao nível de ensino que ele necessita, dentre Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 20 outros. Isto posto, professores são levados a criar seu próprio material, o que os leva inexoravelmente a se tornarem blogueiros, editor de vídeos, designer gráfico etc. iii. Balizar bem a relação conteúdo programático x tempo: esse pode ser um dos grandes desafios na adoção de metodologias ativas, principalmente quando o assunto é Educação Básica. Por vezes, a adoção de técnicas como sala de aula invertida demanda mais tempo para ser executada e pressões externas, como a aprovação em exames de seleção para cursos de nível superior demandam que um grande volume de conteúdos programáticos seja cumprido pelo professor. Finalizando, é importante destacar que a sala de aula invertida não deve ser vista de forma reducionista, como apenas assistir a vídeos ou estudar os conteúdos antecipadamente e depois realizar atividades presenciais. A aula invertida amplia os horizontes de aprendizagem, nos quais os alunos podem desenvolver autonomia. Ela, combinada com outras técnicas, permite flexibilização do ensino, por exemplo: realizar ensino por investigação, aprendizagem por desafios, problemas reais e jogos com a aula invertida permite que os alunos aprendam fazendo, juntos e a seu próprio ritmo (MORÁN, 2015). Atividade: Para concluir a primeira semana de estudos, vá até a sala virtual e, no fórum de discussões, “Atividade Semana 1”, deixe um comentário sobe potencialidades das Metodologias Ativas no ensino aprendizagem. Chegamos ao final da primeira semana com essa breve reflexão sobre Metodologias Ativas. A seguir veremos algumas ferramentas computacionais, com seus recursos principais, que podem auxiliar na utilização das Metodologias Ativas. Nos encontramos na próxima semana. Bons estudos! Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 21 Os aplicativos que veremos nesta semana possuem versões gratuita e versões pagas. Oportunamente, abordaremos as diferenças entre as versões, limitações etc. De momento, a escolha desses aplicativos seguiu o seguinte critério: O Classroom é uma sala de aula virtual com muitas opções para o professor, com ele o docente poderá criar um verdadeiro Ambiente Virtual de Aprendizado totalmente integrado com diversas ferramentas on-line. O Edpuzzle é uma ferramenta que permite ao professor gerenciar vídeos aulas com total integração ao Classroom. O OBS Studio é um software livre que permite gravação da aulas, transmissão em tempo real para canais como YouTube e muito mais; com ele o professor poderá produzir vídeos aulas com muita facilidade. O Movavi Studio é um software de edição que permite dar ao vídeo um toque profissional. Ele o único programa proprietário da lista, mas seu custo é muito baixo, cerca de U$ 18,00 por uma licença vitalícia. Já o Handbrake é um poderoso compactador de vídeo muito útil para você preparar vídeo aula antes de fazer upload. Sem mais delongas, vamos aprender a usar essas aplicações. 2.1 Google Classroom O Google Classroom, também conhecido como Google Sala da Aula, é um recurso da plataforma Google destinado a professores, alunos e escolas. Trata-se de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) que permite diversas interações entre alunos e professores para gerenciamento e organização de atividades escolares. Essa plataforma simula uma sala de aula, pela qual o professor pode criar turmas virtuais, publicar e gerenciar atividades, enviar e receber notificações públicas ou privadas aos alunos, criar instrumentos avaliativos e muito mais. A plataforma é gratuita e exige que o usuário tenha uma conta no Google. Ela pode ser acessada diretamente pelo navegador Web no link https://classroom.google.com, ou por aplicativo disponível para IOS e Androide. Objetivos Nesta semana vamos aprender a usar os principais recursos de 6 aplicativos que podem auxiliar no emprego de técnicas de Metodologias Ativas em ensino híbrido, quer sejam: Google Classroom, Edpuzzle, OBS Studio, Corel Video Studio e Handbrake Semana 2 – Tecnologias computacionais Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 22 Nos vídeos a seguir, gentilmente gravados e cedidos pela professora Bárbara Regina Pinto e Oliveira do IFMG campus Sabará, coordenadora do curso de Formação Inicial e Continuada em Tecnologias da Informação e Comunicação para Educadores, vamos ensinar passo a passo os principais recursos do Google Classroom. Para conhecer o Classroom assista aos vídeos abaixo, são quatro vídeos de curta duração que abordam as principais características da plataforma: Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista as seguintes aulas: - videoaula 1: “Classroom: Criando uma sala de aula”; - videoaula 2: “Classroom: Publicando Materiais e Avaliações; - videoaula 3: “Classroom: Correção e Feedback de atividades”; - videoaula 4: “Classroom: Integração com aplicativos e funções avançadas”. 2.2 Edpuzzle EDPuzzle é uma plataforma online que permite ao professor importar vídeos, editá- los e disponibilizá-los aos alunos. Ela é oferecida em duas versões: gratuitas e pagas. A versão gratuita oferece limitações quanto à quantidade de vídeos que podem ser postados. Ele possui integração total com o Classroom, permitindo importação de alunos e envio de atividades e avaliações para o Google. O Edpuzzle permite ao professor gravar áudio e embutir no vídeo, criar questões de múltipla escolha com respostas comentadas, questões abertas com comentários, para fins de avaliação, cortar parte do vídeo e muito mais. Vamos ver nos vídeos abaixo as principais funcionalidades dessa ferramenta. Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista as seguintes aulas: - videoaula 5: “Edpuzzle: Editar vídeo, criar atividades avaliativas e publicar vídeo”; - videoaula 6: “Edpuzzle: Integração com o Classroom. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 23 2.3 OBS Studio O OBS Studio é um poderoso software livre para gravação e transmissão de vídeo. Ele é muito mais que gratuito, ele é Software Livre. Professores que querem gravar aulas com qualidade poderão fazê-lo facilmente usando este software. Dentre os vários recursos que ele disponibiliza destacam-se: (i) possibilidade de transmissão em tempo real para diversas plataformas como Facebook e YouTube, (ii) recursos de Chroma Key, (iii) gravação da tela do computador ou de uma janela específica, (iv) gravação por WebCam e muito mais. Ele pode ser baixado do site oficial https://obsproject.com/ e instalado em PC ou MC. Roda em sistemas operacionais MacOs3, Linux e Windows. Vamos ver nos vídeos abaixo as principais funcionalidades dessa ferramenta. Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista as seguintes aulas: - videoaula 7: “OBS - Instalação do Aplicativo”; - videoaula 8: “OBS - Configurando o Aplicativo”; - videoaula 9: “Gravação de Vídeos”; - videoaula 10: “Transmissão em tempo real”. 2.4 Movavi Studio Movavi é um editor de vídeo simples de usar e com bastantes recursos. Ele é especialmente útil quando combinado com OBS Studio. Como vimos, no OBS, podemos gravar vídeos aulas de forma simples. Porém, muitas vezes, necessitamos fazer tarefa de edição nesses vídeos, como: pequenos cortes, efeitos de transição, inserção de imagem, legenda, arquivo de áudio, e muito mais. É nessa hora que entra o Movavi. Ele pode ser baixado procurando no Google por Movavi. Na aula abaixo mostraremos como usar os principais recursos do Movavi. Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista a aula 11 “Usando o Movavi”. Plataforma +IFMG Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 24 2.5 Handbrake Muitas vezes depois de criarmos os vídeos eles ficam muito grandes e isso dificulta publicar ou distribuir. Se um professor fizer uma aula com mais de 60 Mb, certamente terá problemas para postar ou enviar a seus alunos por e-mail, WhatsApp, ou fazer upload em algumas plataformas. Também poderá ocorrer de o aluno demorar muito tempo para fazer o download dessa postagem devido ao tamanho do arquivo. O HandBrake vai resolver esse problema com apenas alguns cliques. Ele é um Software Livre de transcodificação e compactação de vídeo praticamente sem perda de qualidade. Atualmente está entre os melhores programas destinados a esse fim. O programa pode ser baixado neste link https://handbrake.es/ na versão em espanhol, ou neste https://handbrake.fr/ na versão em inglês Para aprender como usar a ferramenta, assista ao vídeo abaixo. Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista a aula 12 “HandBrake: Compactando Arquivos”. Atividade: Para concluir a segunda semana de estudos, crie uma turma no Google Classroom, faça um vídeo e poste como atividade na turma criada. Em seguida envie o código da turma na sala virtual “Atividade da segunda semana” Chegamos ao final da segunda semana e vimos ferramentas que auxiliam o professor a realizar práticas docentes em contextos de Metodologias Ativas. A seguir, veremos o projeto ECTS, uma aplicação prática de ensino em Metodologias Ativas. Nos encontramos na próxima semana. Bons estudos! Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 25 3.1 O que é o projeto ECTS? O projeto Ética, Ciência, Tecnologia e Sociedade (ECTS) é uma proposta de aplicação prática em Metodologias Ativas, multidisciplinar, com abordagem em Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) voltado para alunos da Educação Básica, que visa a contribuir para a formação cidadã, científica e crítica desses aprendizes. Seu objetivo é promover o diálogo crítico sobre a sociedade que vem sendo consolidada baseada em inovações tecnológicas. ECTS possibilita a formação inicial de alunos-pesquisadores, o que pode contribuir para despertar a vocação científica, organização do raciocínio lógico e autonomia intelectual. Trata-se de um projeto “guarda-chuva”, que abriga vários subprojetos elaborados e executados por alunos. Esses subprojetos foram baseados em Ensino por Investigação, sendo caracterizado por três fases: (i) Tema Gerador ou Problematização; (ii) Desenvolvimento de Estratégias; (iii) Síntese; os quais apresentaremos mais adiante. Antes, porém, a seguir, faremos breve reflexão sobre Sociedade e Tecnologia e presentaremos o movimento Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS). 3.2 Refletindo sobre Tecnologia e Sociedade Paradoxalmente, a tecnologia que, ao olhar cândido, aproxima as pessoas, também cria ambientes que as afasta. Se por um lado a Internet permite a essas pessoas se reencontrarem, se aproximarem e se comunicarem praticamente em tempo real, em qualquer lugar do mundo, essa mesma Internet pode afastá-las do convívio social. Nesse contexto, por exemplo, rodas de amigos depois do trabalho ou convívio familiar estão assumindo um lócus cada vez mais virtual. É comum ver roda de pessoas, cada uma com seu smartfone, interagindo entre elas pelo dedilhar no aparelho. Ou, ver um número crescente de pessoas a sós, diante do computador, sentindo-se aconchegadas por um bate papo virtual. No lar, observa-se também os membros da casa com seu computador ou smartphone e ficando horas diante dele e desperdiçando um bom tempo de salutar convivência em família. Objetivos Nesta semana apresentaremos o projeto Ética Ciência Tecnologia e Sociedade. Um exemplo prático de ensino por Metodologias Ativas em contextos de Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) Semana 3 – Vamos Praticar: Projeto ECTS – Aplicação prática em Metodologias Ativas Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 26 A televisão, cada vez mais diversificada (hoje contamos com centenas de canais diferentes com as mais variadas programações) exerce um forte papel na formação de opinião contribuindo como instrumento que permite massificação e alienação, pois além de projetar em nossa tela mental aquilo que querem que saibamos e como querem que nos comportemos, a televisão deixa as pessoas cada vez mais isoladas diante de uma telinha globalizada. Visto desta forma, podemos criar uma aversão à tecnologia, porém, cabe ressaltar que a tecnologia em si só não é boa ou ruim, o uso da tecnologia pelo homem é que define os seus rumos. Exemplificando: o processo de fissão nuclear pode ser usado para obtenção de energia e para fins pacíficos, mas, também permite a construção da bomba atômica para destruição em massa; o metal forjado dá origem a inúmeros artefatos que trazem maior comodidade, mas também é usado na construção de armas; tecnologias organizacionais podem melhorar processos produtivos, gerar empregos, melhorar a qualidade de vida, mas pode esconder perversidades que escravizam uns em prol de outros. Preocupados em investigar essas dicotomias, eis que surgem movimentos como o Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), que passaremos a apresentar em seguida. 3.3 O Movimento Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) O termo Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) é empregado para delimitar o campo de estudos sobre os aspectos sociais da ciência e da tecnologia, no que concerne fatores sociais que impulsionam o desenvolvimento científico e tecnológico, bem como as implicações e consequências desse desenvolvimento na sociedade. (PALACIOS, 2001) O movimento CTS Surgiu na década de 1960 e fundamenta-se em estudos advindos da Sociologia, da Filosofia da Ciência e da Tecnologia e da Psicologia. Nessa década, houve uma expansão dos movimentos sociais que questionaram alguns pressupostos do desenvolvimento tecno científico, principalmente a partir da sucessão de problemas sociais, advindo da revolução científica. A necessidade de refletir sobre impactos da ciência e da tecnologia na sociedade, desencadeou e até institucionalizou movimentos que questionavam a evolução tecnológica. Fomentar a discussão e a compreensão pública a respeito das controvérsias sócio científicas é um dos objetivos do movimento CTS. Numa concepção positivista (Palacios, 2001), a interação entre Ciência, Tecnologia e Sociedade pode ser descrita pela equação simples: + 𝐶𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒 + 𝑇𝑒𝑐𝑛𝑜𝑙𝑖𝑔𝑖𝑎 = +𝑟𝑖𝑞𝑢𝑒𝑠𝑎 𝑒 + 𝑏𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑟 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑙, chamada de “modelo linear de desenvolvimento”. No entanto, Sarewitz (1996) publica o que considerou mitos do modelo linear, a saber: Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 27 1. Mito do benefício infinito: mais ciências e mais tecnologia conduzirão inexoravelmente à mais benefícios sociais. 2. O Mito do benefício sobre investigação científica: que qualquer linha de pesquisa cientificamente razoável sobre os processos naturais é capaz de gerar benefício social. 3. Mito da responsabilidade: Entre pares, a possibilidade de reproduzir os resultados das pesquisas e os diversos controles de qualidade da investigação são suficientes para garantir as responsabilidades morais e intelectuais sobre os desenvolvimentos em ciência e tecnologia. 4. Mito da autoridade científica: a ciência proporciona uma base objetiva para resolver problemas políticos. 5. O mito da fronteira sem fim: que o conhecimento gerado nas fronteiras da ciência é independente de suas consequências morais e práticas na sociedade. Assim, os mitos publicados por Sarewitz (1996) e a crescente necessidade de se ater as controvérsias socio científicas, contribuíram para, a partir dos anos 1970, o movimento CTS vir ganhando força e adeptos, tendo seus estudos penetrado no contexto escolar sobretudo na Educação Básica. Feita esta pequena introdução teórica sobre o movimento CTS, passaremos, a seguir, a apresentar as etapas do projeto ECTS. 3.4 Etapas de execução do projeto ECTS Como foi dito anteriormente, o projeto ECTS foi executado em três etapas, a saber: (i) Tema Gerador ou Problematização; (ii) Desenvolvimento de Estratégias; (iii) Síntese 3.4.1 Tema Gerador ou Problematização Para explicar as etapas de execução do projeto, vamos considerar uma turma de Ensino Médio com 32 alunos envolvendo as disciplinas de Física, Biologia, Química, Sociologia, Português e Matemática. (Certamente o projeto pode ser adaptado para outras situações envolvendo outras disciplinas, nível escolar, número de alunos etc.). Em seguida, a turma foi dividida em 8 grupos de quatro alunos, Nessa etapa, inicialmente, os professores deverão propor um tema potencialmente controverso (tema gerador), base para estudos CTS, para ser o alicerce do projeto, e apresentar aos alunos. Esse tema será uma espécie de eixo transversal que perpassará a todas as disciplinas envolvidas. No nosso caso, o tema será: “Em prol do desenvolvimento Científico, Tecnológico e Econômico, tudo pode”? Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 28 Nas aulas das diversas disciplinas, foram realizadas provocações com os alunos, que resultaram em brainstorming, conforme a Figura 1. Outra opção é fazer uma aula inaugural com todos os professores participantes do projeto para “provocar” os alunos a pensar nas problematizações advindas do tema gerador. Figura 1. Brainstorming. Fonte: Elaboração do autor Na primeira fase (tema gerador), a partir do brainstorming, cada grupo deverá propor um subtema a ser investigado. Exemplos: (i) “Ciência, Religião e Clonagem – Quais são os impactos éticos na clonagem de alimentos e outras formas de vida?”. (ii) “O Google Brother e outras ferramentas de redes sociais – nossa privacidade está ameaçada?” (iii) “Comportamento ético de Digital Influencer nas redes sociais”. Neste momento é importante ressaltar que esses exemplos de subtemas que eu coloquei nesta apostila servem apenas para que você professor tenha uma ideia clara do que seria um subtema. É muito importante que estes subtemas emerjam dos debates entre professores e alunos; e, principalmente, que sejam propostos pelos alunos. Para o sucesso da Metodologia Ativa, o professor deve evitar entregar tudo pronto ou forçar os alunos a pesquisar algum subtema específico. Faça provocações durante os debates, mas, deixe a imaginação dos seus alunos fluir. Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 29 3.4.2 Definição de estratégias Na segunda fase (definição de estratégias), escolhido o subtema, cada grupo deverá elaborar (e posteriormente executar) um projeto de ensino por investigação para buscar respostas ao problema de pesquisa advindo do subtema que ele escolheu. Por exemplo: suponha que um grupo tenha escolhido o subtema “O Google Brother e outras ferramentas de redes sociais – nossa privacidade está ameaçada?”. A partir desse subtema o grupo deverá elaborar um projeto de pesquisa para investigar o problema proposto, quer seja: verificar se (ou de que forma) a privacidade das pessoas estaria ameaçada pelo uso de aparelhos com ferramentas Google instaladas, ou por redes sociais. Como em qualquer pesquisa, sugiro que os subprojetos comtemplem pelo menos os quesitos a seguir: (i) problematização e questão básica de pesquisa; (ii) marco teórico (iii) objetivos; (iv) procedimentos metodológicos; (v) resultados e análises e; (vi) conclusões. Na elaboração e execução dos subprojetos, dependendo da estratégia metodológica escolhida por cada grupo, os alunos deverão aprender a utilizar variados instrumentos de coleta e tratamento de dados, como: entrevistas, grupo focal, questionários, transcrição etc. Deverão ser destinadas aulas para ensinar como elaborar projetos e realizar leituras, no caso do ECTS, as leituras versaram sobre Ética, abordagem CTS e outros temas circunscritos aos subtemas propostos pelos alunos. As leituras têm como objetivo construir fundamentação teórica para capacitar os alunos a desenvolverem os subprojetos. Certamente que tais leituras deverão ser adequadas aos temas geradores. Por esse motivo, a primeira fase deverá ser bem pensada e estruturada pelos professores. Essas aulas são muito importantes para que os objetivos educacionais de fazer do aluno participante ativo sejam alcançados. Assim, pelo menos um professor deverá ter familiaridade com projetos de pesquisa para orientar adequadamente os alunos quanto à elaboração e execução dos subprojetos. É nessa fase (definição de estratégias) que, sempre que possível, os professores deverão tentar adaptar seus conteúdos programáticos aos temas dos subprojetos. Esta não é uma fase fácil, pois, muitas vezes tal adaptação ao subtema requer de o professor fazer recortes e/ou reestruturar seu planejamento. Na Figura 2, apresento um exemplo de adaptação do conteúdo de diversas disciplinas ao tema gerador. Em verde estão os conteúdos programáticos das disciplinas e em azul os subtemas elencados pelos alunos. Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 30 Figura 2. Adaptação do conteúdo. Fonte: Elaboração do autor. 3.4.3 Síntese Na terceira fase (síntese), os alunos vão apresentar os resultados das pesquisas que eles realizaram. A exemplo, os alunos podem: (i) escrever artigos com normas científicas, (ii) organizar seminário para apresentar resultados das pesquisas, (iii) produzir um blog ou site para comunicação pública científica, (iv) produzir um documentário e divulgar em redes sociais etc. Vale a criatividade. Essa fase pode ser utilizada para fins de avaliação dos trabalhos. Certamente, nessa nova perspectiva, vale repensar as formas de avaliação e se afastar de formatos meramente conteudistas e somativos de avaliar. Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 31 3.4.4 Avaliação Caberá aos professores definir como será a avaliação dos trabalhos ainda na primeira fase. Porém, é preciso ter em mente que projetos de ensino como o ECTS pretendem contribuir com a formação do aluno para além daquela simplesmente propedêutica e tradicional. Tais contribuições, alicerçadas por fundamentos de Metodologias Ativas, podem ser classificadas em Materiais (objetivas, observáveis) e Imateriais (subjetivas, incomensuráveis). Dentre as Materiais, destacamos: (i) formação de aluno-pesquisador, capaz de elaborar e executar projeto de pesquisa com rigor acadêmico; (ii) mobilização dos alunos para trabalhar em equipe; (iii) escrita de artigos; (iv) melhoria na participação e no interesse em sala de aula; (v) aprendizagem de conceitos científicos de forma multidisciplinar. Dentre as Imateriais, destacamos: (i) formação de aluno crítico; (ii) mudança de postura citadina dos alunos; (iii) reflexões sobre questões éticas; (iv) engajamento na execução do trabalho; (v) melhoria na relação entre professor e aluno. Assim, finalizando, essas classificações podem auxiliar os professores a elaborar adequadamente instrumentos de avaliação do projeto. Atividade: Chegamos ao final do curso. Para concluí-lo e gerar seu certificado, vá até a sala virtual e responda ao Questionário “Avaliação Global”. Esta avaliação é constituída de questões sobre todos os temas abordados no curso. A nota mínima para aprovação é 60%. Esperamos que as reflexões que fizemos nessas três semanas possam contribuir para ressignifica práticas didáticas e tornar o ensino mais ativo. Oportunamente, outros cursos serão oferecidos complementando este pequeno ensaio sobre metodologias ativas. Fique atento à plataforma +IFMG para saber mais. Foi um prazer tê-lo conosco! Instituto Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Extensão 32 Referências DEWEY, John. A escola ativa: pelo surgimento de uma nova escola. Pedagogia ao Pé da Letra, 2013. Disponível em: <https://pedagogiaaopedaletra.com/john-dewey-e-a-escola- ativa-pelo-surgimento-de-uma-nova-escola/>. Acesso em 26 de janeiro de 2021. KING, Alison. From Sage on the Stage to Guide on the Side. College Teaching, 1993. <disponível em https://faculty.washington.edu/kate1/ewExternalFiles/SageOnTheStage.pdf > Acesso em 06/10/2020. MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. ln: Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens, 2015. Disponível em:< http://rh.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/67/2016/06/Mudando-a-Educacao-com- Metodologias-Ativas.pdf>. Acesso em 06/10/2020 PALACIOS et all. Ciencia, Tecnología y Sociedad: una aproximación conceptual. Cadernos de Ibero-América: Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), 2001. SAREWITZ, Daniel. Frontiers of Illusion. Science, tecnology and the politics of progress. Philadelphia: Temple University Press, 1996. SHULMAN, Lee. Conocimiento y Enseñanza: fundamentos de la nueva reforma. Revista de currículum y formación del profesorado, 2005. Disponível em: < http://www.ugr.es/local/recfpro/Rev92ART1.pdf>. Acesso em 17 jun. 2015. TOCAFUNDO, Ronan Daré; NASCIMENTO, Silvania Sousa do; MORENO, Antônio Verdejo. Mestrado Profissional em Ensino: uma inovação promissora? Dialogia. São Paulo, n. 21, p. 33-50, jan./jun. 2015. _______________ Mestrado Profissional em Ensino e o Máster en Formación del Profesorado de Educación Secundaria y Bachillerato: aproximando saberes teóricos e práticos na formação acadêmica de professores de Educação Básica. 2017. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte. Currículo dos autores Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão Ronan Daré Tocafundo Bárbara Regina Pinto e Oliveira Aluizio Barbosa de Oliveira Neto 20/08/2021 Viviane Lima Martins 20/09/2021 1.0 Ronan Daré Tocafundo é Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG). Doutorado Sanduíche realizado na Universidade de Granada (UGR), Espanha, com apoio da Capes pelo programa (PDSE/Capes). Atualmente é professor de Física no IFMG campus Sabará e professor orientador no Programa de Pós-graduação Strictu-Sensu em Educação Profissional e Tecnológica (PROFEPT). Áreas de interesse: Formação Docente e Ensino/Aprendizagem. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9214890648714773 Bárbara Regina Pinto e Oliveira é Doutora, Mestre e Bacharel em Engenharia de Produção (UFMG). Compõe desde 2015 o corpo docente do IFMG Campus Sabará, atuando como docente na linha de Produção e Logística. Tem interesse e experiência na área de Pesquisa Operacional, com ênfase em aplicações da otimização e simulação em redes de saúde. E em Tecnologias da Informação e Comunicação, com ênfase em aplicações das TICs nas áreas de gestão e educação. Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/8477722907043174 Aluizio Barbosa de Oliveira Neto é Engenheiro de Computação e Doutor pela UFMG, Mestre em Computação Musical pela Universitat Pompeu Fabra (Barcelona). Atuou no desenvolvimento de sistemas para automação industrial, instalações artísticas interativas e como docente em cursos de Música e Computação. É músico, professor substituto na área de Tecnologias da Informação e Comunicação no IFMG Campus Sabará, ativista do Movimento de Software Livre, entusiasta da Iniciativa Educação Aberta e Recursos Educacionais Abertos . e Recursos Educacionais Abertos. Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/3881927537576458 Glossário de códigos QR (Quick Response) Mídia Digital Apresentação do curso Mídia Digital Lilian Bacich Mídia Digital Ensino Híbrido Mídia Digital Entrevista com Prof. José Moran Mídia Digital Palestra com o Prof. José Moran Bloco 1. Mídia Digital Palestra com o Prof. José Moran Bloco 2. Mídia Digital Aula 1 - Criando uma sala de aula Mídia Digital Aula 2 - Publicando Materiais e Avaliações Mídia Digital Aula 3 - Correção e Feedback de atividades Mídia Digital Aula 4 - Integração com aplicativos e funções avançadas Mídia Digital Aula 5 - Editar vídeo, criar atividades avaliativas e publicar vídeo Mídia Digital Aula 6 - Integração com o Classroom Mídia Digital Aula 7 - OBS Instalação do Aplicativo Mídia Digital Aula 8 - OBS Configurando o Aplicativo Mídia Digital Aula 9 - Gravação de Vídeos Mídia Digital Aula 10 - Transmissão em tempo real Mídia Digital Aula 11 - Usando o Movavi Mídia Digital Aula 12 -HandBrake Compactando Arquivos Plataforma +IFMG Formação Inicial e Continuada EaD A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de 2020 concentrou seus esforços na criação do Programa +IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e cada vez mais acessível. Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe multidisciplinar, contando com especialistas em educação, web design, design instrucional, programação, revisão de texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais. Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos setores institucionais e também com a imprescindível contribuição de muitos servidores (professores e técnico- administrativos) que trabalharam como autores dos materiais didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de atuação. A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG. Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem, considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos. Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado. O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você! Professor Carlos Bernardes Rosa Jr. Pró-Reitor de Extensão do IFMG Características deste livro: Formato: A4 Tipologia: Arial e Capriola. E-book: 1ª. Edição Formato digital
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