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Geologia de mocambique 2

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UNIVERSIDADE LÚRIO
FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO: LICENCIATURA EM ENGENHARIA GEOLÓGICA
CADEIRA: GEOLOGIA DE MOÇAMBIQUE
NOTICIA EXPLICATIVA
DISCENTE DOCENTE
Albertina Tomé Cuna Desejo joão Jerónimo Mechequene
Pemba, Julho de 2022
INDICE
1. Introducão ........................................................................................................... 2
1.1. Objectivos ........................................................................................................ 2
1.2. Objectivos Geral ...............................................................................................2
1.3. Objectivos específicos ......................................................................................2
2. TERRENO DO GONDWANA SUL.................................................................. 3
CRATÃO DO KALAHARI E CINTURÕES DOBRADOS DE IDADE
PROTEROZÓICA .................................................................................................. 3
Grupo de Umkondo .................................................................................................4
Grupo de Gairezi ..................................................................................................... 4
3. Cobertura Fanerozoica ........................................................................................ 5
4. GONDWANA ESTE.........................................................................................11
Grupo da Angónia (P2A) ...................................................................................... 10
Suite de Ulonguè (P2U) ........................................................................................ 11
Complexo de Montepuez ...................................................................................... 11
5. TERRENO DO GONDWANA OESTE........................................................... 12
- O Grupo de Chidzolomondo, ..............................................................................12
-Supergrupo de Zâmbuè ........................................................................................12
-Supergrupo do Fíngoè ..........................................................................................12
-Grupo de Mualádzi .............................................................................................. 12
6. RECURSOS MINERAIS ..................................................................................19
7. CONCLUSÃO.................................................................................................. 21
8. BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................22
2
1. INTRODUCÃO
Do ponto de vista geodinâmico, é normalmente aceite que o sôco cristalino de
Moçambique é composto por três terrenos diferentes, que colidiram e se
amalgamaram durante o Ciclo Orogénico.
As unidades lito-estratigráficas constituintes do território moçambicano podem ser
convenientemente divididas entre um sôco cristalino com idade arcaica-câmbrica e
uma cobertura de rochas com idade fanerozóica. O sôco cristalino compreende um
conjunto heterogéneo de paragnaisses supracrustais metamorfizados, granulitos e
migmatitos, ortognaisses e rochas ígneas.
Anteriormente à amalgamação pan-africana, cada terreno era caracterizado por um
desenvolvimento geodinâmico individual e específico. Provisoriamente, estes terrenos
são designados por Terreno do Gondwana Este, Terreno do Gondwana Oeste e
Terreno do Gondwana Sul
1.1. Objectivos
1.2. Objectivos Geral
 Debruçar sobre os eventos geológicos que compõem as rochas em Moçambique
1.3. Objectivos específicos
 Diferenciar os Gondwanas;
 Expor as prinicipais litologias do Pais;
 Destacar os Recursos Minerais existentes;
3
2. TERRENO DO GONDWANA SUL
CRATÃO DO KALAHARI E CINTURÕES DOBRADOS DE IDADE
PROTEROZÓICA
O Terreno do Gondwana Sul é composto por um núcleo arcaico, sedimentos de
plataforma proterozóicos e cinturões dobrados proterozóicos. O núcleo arcaico,
conhecido como Cratão do Kalahari, foi afectado por um desenvolvimento
geodinâmico prolongado e complexo, entre 3.5 e 2.5 G.a, seguido por uma extensão
paleoproterozóica aos ~2.0 – 1.7 G.a. e por outra extensão mesoproterozóica pré-
kibariana aos cerca de 1350 – 1250 M.a. A maior parte da crusta juvenil foi
acrecionada nas margens oriental e sul do Cratão do Kalahari durante a amalgamação
colisional da Antárctica e a formação do Supercontinente Rodinia aos ~1000 – 1100
M.a. (Jacobs et al. 1993; Grantham et al. 1997; Wareham et al. 1998; Manhiça et al.
2001).
A posterior fragmentação do Rodinia (~1000 – 850 M.a.), dispersão e reagrupamento
de fragmentos, originaram a amalgamação dos Terrenos do Gondwana Este, Oeste e
Sul, para além da impressão sobreposta pan-africana do Grenvilliano e litologias mais
antigas grosso modo entre 0.60 e 0.45 G.a. (de Wit et al. 2001; Manhiça et al. 2001).
A deformação panafricana ao longo da margem do Cratão do Kalahari é manifestada
pelo desenvolvimento de uma zona de cisalhamento orientada N-S e por uma segunda
fase de migmatização e retrogradação. Uma pequena parte do Terreno do Gondwana
Sul é restrito ao canto noroeste da área cartografada e coberta. Estas rochas
proterozóicas podem ser divididas em três categorias, nomeadamente:
(1) Sedimentos autóctones ou in situ e vulcanitos do Grupo mesoproterozóico de
Umkondo;
(2) Metassedimentos para-autóctones do Grupo de Gairezi (engloba as anteriores
Formações de Gairezi e de Fronteira); e
(3) Metassedimentos alóctones do Complexo mesoproterozóico do Báruè
4
Grupo de Umkondo
Representa uma sequência composta maioritariamente por rochas vulcano-
sedimentares não metamórficas e indeformadas, que repousam discordantemente
sobre o Cratão do Zimbabwe e o Cinturão do Limpopo. Na área de estudo, o Grupo
de Umkondo inclui as Formações de Dacata e de Espungabera.
A Formação de Dacata compreende cinco membros, a saber: Quartzitos Inferiores
(P2UDlq), Xistos Grafitosos (P2UDsc), Chertes (P2UDch), Siltitos (P2UDs) e
Quartzitos Superiores (P2UDqz). O tipo de rocha epiclástica mais comum é um siltito
acastanhado, localmente xistento, mas há igualmente quantidades consideráveis de
quartzito. As rochas de Dacata são intruídas pelos corpos maciços e volumosos dos
doleritos e dos microgabros de Mashonaland (datados de ~1.102 M.a.).
O grau metamórfico no interior da Formação de Dacata cresce ligeiramente no sentido
este, onde ocorrem rochas do Grupo de Gairezi. As rochas do Grupo de Umkondo
parecem apresentar a mesma idade dos corpos de doleritos e microgabros (Master,
2006).
A Formação de Espungabera ocupa áreas situadas a sul da Formação de Dacata e é
formada por andesitos basálticos amigdalóides (P2Uer). Estatigraficamente, estas
lavas cobrem a Formação de Dacata.
Grupo de Gairezi
Normalmente composto por metassedimentos fortemente deformados, estendendo-se
através de um cinturão estreito ao longo da fronteira com o vizinho Zimbabwe. Foram
ali observadas texturas em duplex, compostas por porções de gnaisses arcaicos e
metassedimentos proterozóicos carreados e dobrados. Rochas da sucessão
metassedimentar para-autóctone de Gairezi foram originadas há ~2.04 G.a., numa
garganta alongada bordejando a margem oriental do Cratão do Zimbabwe. São
consideradas como representando relíquias de um cinturão dobrado e carreado com
vergência para oeste, tectonicamente cobrindo a margem oriental do Cratão do
Zimbabwe, formado durante o Ciclo Orogénico Grenvilliano (COG), há ~1.1 – 1.0
G.a.
A maior parte dos cinturões proterozóicos dobrados situados ao longo da margem
oriental do Cratão do Zimbabwe, desde o Rio Zambeze até ao Rio Búzi, são
atribuídos ao Complexo do Báruè. Este é formado por unidades tectónicas que
constituem massas alóctones, as quais foram dobradas e carreadas sobre a margem do
5
Cratão do Zimbabwe. Embora a idade e a origem do Complexo do Báruè sejam
duvidosas, o mesmo sofreu idênticos tipos de metamorfismoe deformação dos do
Grupo de Gairezi. As litologias típicas do Complexo do Báruè compreendem gnaisses
quartzo-granatíferos, feldspáticos e micáceos, bem como migmatitos, com
intercalações menores de quartzitos, mármores e, localmente, rochas máficas. Os
protolitos sedimentares destas litologias correspondem mais provavelmente a
sequências monótonas de turbiditos num ambiente de margem passiva.
Baseada numa subdivisão modificada do Complexo do Báruè, foram observadas duas
subunidades na área cartografada: o Grupo de Chimoio e os Ortognaisses do Inchope.
O primeiro consiste de paragnaisses migmatíticos muitas vezes intensamente
deformados (P2BCml), assemelhando-se localmente a gnaisses granulíticos.
Apresentam-se invadidos por uma série de metadoleritos (P2db). Os últimos são os
Ortognaisses do Inchope (P2Buig), com idade de 1.079 M.a, os quais apresentam
predominantemente composição granodiorítica a tonalítica.
3. Cobertura Fanerozoica
A cobertura do Fanerozóico está dividida em (da mais antiga para a mais recente)
Supergrupo do Karoo e um conjunto de sequências relacionadas com o Rifte Este-
Africano. O primeiro pode ser dividido nos Grupos do Karoo Inferior e do Karoo
Superior, os quais foram depositados durante o evento Karoo, ou seja, num rifte
abortado ou numa fase de desmembramento do Gondwana. É caracterizado pelo
desenvolvimento de fossas tectónicas intracratónicas e de bacias profundas, e
terminou com a instalação da Grande Província Ígnea do Karoo, de idade jurássica
inferior (~190 M.a.).
Na área cartografada os cinturões vulcânicos do Karoo Superior incorporam o
monoclinal dos Libombos, com direcção N-S a NNW-SSE, o monoclinal do
Nuanétzi-Save, com direcção ENE-WSW a NE-SW e o cortejo filoneano de
Okavango, orientado WNWESW, reconhecido como uma junção tripla do Karoo
(Botha and de Wit, 1996; More and Larkin, 2001), sensu Burke and Dewey (1973).
Estas três feições lineares estão ligadas ou são controladas por zonas de fraqueza pan-
africanas ou mesmo mais antigas.
6
A Grande Província Ígnea do Karoo foi instalada na África Austral (a Bacia principal
do Karoo situa-se na África do Sul e o cortejo de diques de Okavango no Botswana),
na Antárctica (p. ex. na Terra de Maud) e nos plateaux basálticos oceânicos no
Oceano Índico (Cunha de Explora e Escarpa de Andenes) durante o Jurássico (195 –
178 M.a.), apresentando o seu auge cerca dos 183 M.a. (Duncan et al. 1997), embora
outros autores (p. ex., Fitch and Miller, 1984) assumam os dois maiores períodos de
produção de mantos basálticos aos 193±5 M.a. e 178±5 M.a.
Na parte superior desta maior litologia riolítica ocorrem níveis coalescentes de riolitos
e basaltos, anunciando a instalação das lavas basálticas da Formação de Movene*
(JrM) (Fig. 8.16). Esta formação é caracterizada por vulcanitos de composição máfica,
mas está associada com vulcanitos riolíticos subordinados (JrMr), como por exemplo
os tufos do Membro dos Pequenos Libombos, evidenciando o carácter geoquímico
bimodal deste conjunto. Os basaltos de Movene são dominantemente subalcalinos
(Figs. 8.30 and 8.31). Ocorrem também quartzo-latitos (JrMq).
As sequências sedimentares da Bacia de Moçambique incluem um número de
sucessões de plataforma de pequena profundidade e horizontes de águas mais
profundas, restritas a várias estruturas de rifte mais estreitas. Os estratos da plataforma
continental são representados por uma subsuperfície pouco profunda estendendo-se
por vastas áreas, mas provavelmente não excedendo uma espessura total de 150
metros. Geralmente, é sobreposta por uma cobertura quaternária fina do tipo
Manangas, ou por areias acumuladas pelo vento e, como consequência disso, a
geologia subsuperficial imediata encontra-se completamente oculta em cerca de 90%
da superfície do terreno. Podem-se reconhecer e incorporar num quadro estratigráfico
da bacia completa (no continente e no oceano) seis grandes sequências deposicionais,
a saber (c.f. Coster et al. 1989):
Sequência 1: Deposição, durante o Jurássico Superior e o Cretácico Inferior, do
Grupo da Lupata no norte e instalação contemporânea dos vulcanitos da Província
Alcalina de Chirua, com descontinuidades no Neocomiano (do Berriasiano ao
Barremiano) e no Aptiano.
Sequência 2: Deposição, durante o Cretácico Médio a Superior, das Formações de
Sena e de Domo e descontinuidade dispersa na bacia intra-Senoniano.
7
Sequência 3: Deposição, durante o Cretácico Superior (CampanianoMaastrichtiano) e
até ao Paleocénico, da porção inferior da Formação de Grudja, separada da parte
superior da mesma formação por uma descontinuidade do Paleocénico Inferior.
Sequência 4: Formação paleocénica de Mapai sobre descontinuidades do Eocénico
Inferior e sob intra- e descontinuidades do Oligocénico Superior.
Sequência 5: Deposição, durante o Paleocénico-Pliocénico, das Formações de
Mangulane, Tembe, Inhaminga, Maputo, Boane e Salamanga e do ‘Complexo
Deltaico do Zambeze’ a leste, com produtos de erosão e de reposição distribuídos por
toda a parte.
Sequência 6: Depósitos quaternários, subdivididos em depósitos pleistocénicos, como
por exemplo as dunas interiores, terraços fluviais, grés costeiros (ou ‘beach rocks’) e
calcários lacustres, e em depósitos holocénicos, como por exemplo os eluviões argilo-
arenosos e areno-argilosos ou com composição argilosa, as dunas costeiras e os
depósitos aluvionares.
Estas sequências encontram-se separadas entre si por descontinuidades angulares e
por períodos de não deposição ou erosão devidos aos ciclos transgressivo-regressivos,
resultando da acção combinada entre flutuações eustáticas do nível do mar,
subsidência da bacia e elevação continental. As mudanças de fácies, variando de
continentais a parálicas até de marinhas pouco profundas a realmente marinhas,
verificam-se geralmente no sentido de oeste para leste.
A deposição da cobertura quaternária é parcialmente controlada por forças endógenas
exercidas durante o desenvolvimento da bacia. Contudo, para a deposição do
Quaternário, os processos exógenos foram mais importantes, notavelmente as
flutuações do nível do mar devidas à alternância de episódios glaciares e
intraglaciares. Como sempre, as unidades cartografáveis depositadas durante este
período estão relacionadas com o respectivo ambiente de deposição (marinho, lacustre,
fluvial, eólico, solos antigos, etc.) e relacionadas também com a idade relativa das
diferentes regiões e unidades fisiográficas do território. A cronologia proposta joga
com quatro avanços (transgressões) e cinco recuos (regressões) do mar,
correspondendo às fases glaciais e intraglaciais:
 Transgressão e sedimentação aluvial e lacustre mantida ao longo de uma zona a
mais de 100 Km para oeste da actual linha de costa;
 Primeira regressão do mar, correspondendo com uma segunda interfase lacustre a
leste da primeira;
8
 Deposição fluvial cobrindo o talude de abrasão marinha. Os depósitos aluvionares
encontram-se parcialmente bloqueados por uma barreira dunar consolidada, a
qual constitui um obstáculo à descarga fluvial normal para um mar aberto. Na
interfase das águas doces e salgadas nos lagos intradunares, foi depositado o
primeiro nível de diatomitos;
 Mudança dos canais deposicionais intradunares pela acreção de novas barreiras
dunares. Formaram-se lagoas com mangais entre as zonas de marés e os lagos
interiores.
Complexo Mudzi (A3Mq) - As rochas do Complexo Mudzi estão expostas ao longo
da margem norte do Cráton Zimbabwe e se extendem ininterruptamente a
Moçambique na região de Cuchamano (, povoado de Mudze Chizimwe. As litologias
félsicas do Complexo Mudzi ocorrem em estructuras dômicas (e.g. Monte Senga
Senga) ou em sequências de gneisses bandadas Arcaicas, empilhadas por empurrões,
com a separação do embasamento/cobertura (thin-skinned) e com intercalações de
metagabros Arcaicos, que possuem um mergulho suave a sul e ocorrendo sub- e
sobrejacentes aos xistos e quartzitos Gairezi.
Complexo Mavonde (A3V) - Oconjunto de granitóides do Cráton Zimbabwe é mais
jovem que o Supergrupo Bulawayo Superior, sendo assim, mais jovem que as rochas
do Cinturão de Rochas Verdes Manica e incluindo as Suítes Neoarcaicos Wedza
(~2.65 Ga) e Chilimani (~2.60 Ga). Porém, mapeamento e dados geocronológicos
insuficientes não podem excluir a presença de granitóides mais antigos. Os
granitóides TTG formam um domínio bastante uniforme e amplo, extendendo-se ao
longo da fronteira com Zimbabwe por ~200 km, a meio caminho entre as cidades de
Manica e Chimoio, constituindo uma paisagem suave e ondulada, com raros e
inconspicuos Inselbergs, que subjazem as cristas estreitas com direcção norte,
formados por quartzitos Gaireze em estructuras sinclinais. A parte oeste do domínio,
próxima à fronteira com Zimbabwe, é caracterizada por uma topografia de montanhas
mais elevadas.
Grupo Manica (A3M) - O Segmento Mutare do Cinturão de Rochas Verdes de
Manica é um sinclinório mergulhante a leste, composto por uma seqüência basal
9
vulcano-sedimentar e uma superior, dominada por sedimentos, ambas atribuídas ao
Grupo Manica. A litoestratigrafia basal de rochas verdes não é bem estabelecida.
publicações posteriores, o Grupo Bulawayo foi interpretado como correspondendo às
“Rochas Verdes Inferiores” Foster & Wilson (1984). Seguindo Hunting (1984), a
seqüência basal de rochas verdes, dominada por vulcânicas no Segmento Mutare do
cinturão de rochas verdes de Manica, é referida como a Formação Macequece. As
supracrustais inconformavelmente sobrejacentes, dominadas por sedimentares, são
atribuídas à Formação Vengo.
A Formação Macequece (A3MM)- é principalmente composta por metavulcânicas
ultramáficas e máficas e seus productos derivados retrogressivos e metassomáticos,
como serpentinitos e talco + clorita+tremolita-xistos, com intercalações de formações
ferríferas bandadas (BIF), metacherts e conglomerados polimícticos, cobertos por
rochas metavulcânicas andesíticas, dacíticas e riodacíticas, de origem
predominantemente piroclástica.
A Formação Vengo (A3MV)- pode ser correlacionada com os sedimentos
Shamvaian do Arcaico Superior em Zimbabwe, repousando inconformavelmente ou
com contactos tectônicos sobre rochas verdes metavulcânicas, contendo material
clástico grosseiro derivado de terrenos granito-greenstone. As rochas da Formação
Vengo tem três áreas maiores de ocorrência, sendo as mais extensas a faixa sinforme
com a largura de 1-1.5 km e com a direcção E-W, começando a partir da Serra Vengo
e seguindo em direcção a leste por ~15 km. Esta unidade é a continuação da Série
Mbeza de Zimbabwe (Wilson 1979).
Suíte Metamórfico Mavuradonha (P3MV) - O Complexo Metamórfico
Mavuradonha tem uma extensão bastante limitada ao longo do Rio Luia, próximo á
fronteira com Zimbabwe (SDS 1632). A unidade ocorre na forma de uma seqüência
de gneisses máficos e félsicos, que podem ser correlacionados com o Metagabro
Gungwa e a Formação Nyamasoto em Zimbabwe. A sucessão é composta por
gneisses fortemente deformados, foliados e dobrados, megulhando suavemente (~20-
50°) para NNW a NNE, apresentando um bandamento composicional distincto de
bandas e listras félsicos e máficos. São comuns os fragmentos de feldspato alcalino
arredondados, com até 5 cm de diâmetro e provavelmente derivados da boudinagem
de diques pegmatíticos, assim como porfiroblastos de hornblenda verde escuras, com
10
um diâmetro de 1-5 mm. A origem destes gneisses composicionalmente bandadas é
de certo modo obscuro; mesmo que algumas das bandas máficas possam representar
diques gabróicos achatados e foliados, os contactos muitas vezes difusos das bandas e
listras sugerem uma origem piroclástica ou vulcanoclástica à estas rochas.
4. GONDWANA ESTE
Terrenos Granulíticos Pan-Africanos A sub-Província Nampula hospeda três
‘Klippens’ granulíticos alóctones, com idades variando de 735 a 550 Ma (com pico há
640 e 590 Ma). Estes incluem as estructuras Mugeba, Plantação Santos e Monapo.
Estes consistem uma variedade de gneisses de alto grau e granulitos Neoproterozóicos
intrudidos por rochas plutônicas alcalinas ultramáficas, máficas e félsicas e são
separadas dos orto e paragneisses subjacentes Mesoproterozóicos de fácies amfibolito
da sub-Província Nampula por uma zona de milonitos. Estas rochas de alto grau
podem se correlacionar com outros restos granulíticos de idade similar na Tanzania,
Sri Lanka, Madagaskar e Antártica e formam parte de uma nappe Pan-Africana de
escala subcontinental. O ‘Klippe’ de Mugeba.
Grupo da Angónia (P2A)
O Grupo da Angónia agora definido foi consideravelmente reduzido quando
comparado com o Complexo da AngóniasensuHunting (1984). O Grupo de Cazula
substitui as extensões ocidentais e, por outro lado, grandes áreas em redor e a norte do
Zóbuè foram incorporadas nos Gnaisses do Monte Dezenza da Suitede Furancungo. O
contacto do Grupo da Angónia com aSuitede Furancungo é representado por um
conjunto de carreamentos pan-africanos com ângulo suave e vergência para oeste,
formados quando os blocos do Gondwana Este e do Gondwana Oeste colidiram e se
amalgamaram. A frente de cavalgamento é também bem definida através das fracas
assinaturas radiométricas e pelas anomalias magnéticas bem definidas que
caracterizam o Grupo da Angónia e estão ausentes na Suite de Furancungo. Três
unidades foram incorporadas no Grupo da Angónia:Gnaisses Quartzo-Feldspáticos e
Gnaisses Anfibolíticos (P2AGsv), Gnaisses Bandados Biotítico-Horneblêndico-
11
Quartzo-Feldspáticos(P2AGqf) e Gnaisses Bondados Quartzo-Feldspáticoscom
Granada(P2AGbg).
Suite de Ulonguè (P2U)
Consiste dos Gnaisses Máficos de Tomo-Gimo, dos Anortositos de Metongo-Va-
Mbelame e dos Sienitos de Dedza, dos quais apenas uma pequena porção dos
Gnaisses Máficos de Tomo-Gimo se estende para o interior da área de trabalho. Os
GnaissesMáficos de Tomo-Gimo (P3ULum), junto à fronteira com o Malawi, donde
se, os litotipos incluem gnaisses ortopiroxénico anfibólicos, gnaisses horneblêndico-
plagioclásicos (metagabros), piroxenitos, gnaisses granatífero-horneblêndico-
plagioclásicos com níveis de hematite e magnetite, supostamente pertencentes a uma
intrusão bandada metamorfizada.
Complexo de Montepuez
Situado a note do Rio Lúrio, entre os distritos de Montepuez, Kapato, Melo e Chiure
velho. O Complexo de Montepuez apresenta-se numa forma cunha, mais larga na
parte Oeste e estrita este. Este inclui partes do grupo chiure. As rochas são fortemente
dobradas, apresentado dobras apertadas e isoclinais em todas as escalas que mais
tarde foram cortadas por inúmeras zonas de cisalhamento N-S. Composto por
paragnaisse datados de 942-14Ma e mármores (P3Mpma) de idade de 1100 a 1050
Ma. E também podem ser encontras as seguintes rochas: Gnaisse granítico (P3MPgr),
Quartzo paragnaisse (P2MRqp) entre outras variedades de gnaisses e Meta-arkose
(P3MPqz).
Group Alto Benfica – Meta-conglomerado e quartzito .Esta unidade e as anteriores
formam em conjunto formam a sub-província tectonoestratigráfica de Nampula;
Complexo de Occua- composto granada granulito, quartzo-feldspato granulito e
milonitos.
Suite de Murrupula- composto por intrusões de granitos Pan-Africanos.
Complexo de Ponta Messuli - É um fragmento de embasamento Paleoproterozóico
(idade monazita de 1954±15 Ma), constitui a parte norte-noroeste do embasamento
critalino do norte de Moçambique. Esta experimentou a migmatização de fácies
12
amfibolito e pode ser considerado a extensão da Faixa UbendianaUsagarana,
Paleoproterozóica. As litologias dominantes são anfibólios, talco xistos, granulitos e
gnaisse do paleozoico (1954 Ma) intrudidos por granitoides datados 1056Ma.
5. TERRENO DO GONDWANA OESTE
Rochas Supracrustais O sôco cristalino do Terreno do Gondwana Oeste compreende
rochas ígneas e rochas supracrustais metamorfizadas. As últimas Compreeem:
1-O Grupo de Chidzolomondo,
2- Supergrupo de Zâmbuè,
3-Supergrupo do Fíngoè,
4-rupo de Mualádzi,
5- Grupo de Cazula.
Grupo de Chidzolomondo(P2CD)
O Grupo de Chidzolomondo ocupa duas áreas vastas, i.e., um cinturão com 10 – 12
km de largura a norte, orientado E-W, estendendo-se por cerca de 120 km através dos
Graus Quadrados 1432 e 1433, e uma zona grosso modo orientada NE-SW, com cerca
de 80 – 90 km de comprimento, . A porção central localizada entre estas duas zonas é
cortada e invadida pelos granitóides do Rio Capoche. Um tipo de rocha comum na
zona norte é um granulito bandado de grão fino a médio, acinzentado quando fresco e
castanho claro quando meteorizado.
Supergrupo de Zâmbuè (P2ZB)
O Supergrupo de Zâmbuè é constituído por metassedimentos e, em menor quantidade,
por rochas metavulcânicas, atribuídos ao Grupo de Malowera (mais antigo), ao Grupo
de Muze (mais recente) e à Formação do Rio Mese.
O Grupo de Malowera consiste de variadas Meta-Arcosesgranitizadas (P2ZBa)
daFormação de Metamboa, a qual forma a unidade mais extensa do Supergrupo de
Zâmbuè. AFormação de Metamboa inclui também horizontes locais e finos de
Rochas Máficas Metavulcânicas(P2ZBav). Os horizontes máficos encontram-se
13
dispersos particularmente na área do Rio Piri-Piri. Na porção mais ocidental de
ocorrência do Supergrupo de Zâmbuè são comuns os Ortoquartzitos(P2ZBqz)
comGnaisses Biotítico-Granatíferosporfiroblásticos (P2ZBsn) da Formação de Sale-
Sale (P2ZBsn) do grupo. Encontram-se dobrados nas meta-arcoses da Formação de
Metamboa e formam uma paisagem dissecada com montes elevados e uma crista de
montanha.
O Grupo de Muze compreende uma variedade de tipos distintos de rochas calcárias
incluindo os mármores puros e de grão grosseiro da Formação. metachertes
daFormação de Caduco (P2ZBc) subordinados. As rochas de ambas as formações são
encontradas como um cinturão curvilíneo com orientação N-S a NW-SE e com
poucos polígonos mais pequenos na parte central do Supergrupo de Zâmbuè.
Horizontes de Quartzitos Arcósicos(P2ZBaq) de cor castanha-acinzentada clara,
fracamente bandados, foram observados em alguns locais em contacto com o
mármore.
A Formação do Rio Mese(P2ZBgn) compreende ortognaisses e paragnaisses
formando parcialmente áreas separadas nas partes meridionais e setentrional do
Supergrupo de Zâmbuè. As rochas desta formação apresentam-se localmente
granatíferas e incluem intercalações anfibolíticas.
Supergrupo do Fíngoè (P2F) -As rochas supracrustais do Fíngoè encontram-se
expostas num cinturão dobrado estreito, com 150 km de comprimento e orientado
WSW-ENE, estendendo-se do Monte Atchiza a oeste até cerca de 30 km para E da
vila de Fíngoè , ocupando uma paisagem com montes e cristas paralelas, as quais o
distinguem das áreas graníticas adjacentes. As rochas supracrustais do Cinturão
Dobrado do Fíngoè, atribuídas ao Supergrupo do Fíngoè, consistem de uma extensa
variedade de rochas metassedimentares e metavulcânicas. Rochas vulcânicas xistentas
e alguns micaxistos predominam na parte ocidental do cinturão, enquanto que
gnaisses/xistos siliciosos portadores de epídoto, xistos quartzo-feldspáticos, várias
rochas conglomeráticas e metavulcânicas, e algumas rochas carbonáticas predominam
na parte central.
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Grupo de Mualádzi (P2D)
Grupo de Mualádzi foi associado com o (Super) grupo do Fíngoè. Baseado em
observações de campo e nos dados geoquímicos obtidos pelo Consórcio GTK, o
Grupo de Mualádzi está separado do Supergrupo do Fíngoè e sugere-se para ele uma
correlação com o Grupo de Cazula mais para sul (vide mais adiante a descrição para o
Grupo de Cazula)
As Rochas Metavulcânicas Máficas (P2Dvl) da Formação de Macanda são a unidade
litológica dominante do Grupo de Mualádzi, cobrindo a maior área. Contem muitos
horizontes de Conglomerados polimícticos(P2Dvlc). Na parte sul da sua ocorrência
foram encontrados dois pequenos afloramentos de rochas metavulcânicas félsicas. A
norte da vila de Mualádzi, no interior das rochas metavulcânicas máficas,Rochas
Metavulcânicas Ultramáficas(P2Dvu) estão expostas ao longo de um cinturão
alongado alinhado segundo a direcção NNW. Um horizonte de Quartzitos
Ferruginosos Bandados(P2Dfe) encontra-se exposto perto da fronteira com a Zâmbia,
onde provavelmente forma uma camada dobrada e falhada no seio de rochas
metavulcânicas máficas. Rochas metassedimentares em quantidade menor de classe
incerta incluem Quartzitos(P2Dq) eMicaxistos (P2Dc).
Grupo de Cazula (P2C)
O Grupo de Cazula é predominantemente composto por meta-arenitos e gnaisses
quartzo-feldspáticos, apresentando anfibolitos, quartzitos e gnaisses calco-silicatados
subordinados. O número limitado de observações não permitiu a representação
separada destas litologias na carta. Contudo, nas áreas central e setentrional, os
anfibolitos são o litotipo predominante com estruturas sugerindo um protolito
vulcanogénico (Fig. 6.37). Poucos afloraments de gnaisses portadores de granada-
epídoto-anfíbola (±piroxena) foram encontrados na porção sul-oriental do Grupo de
Cazula. Uma idade de 1041±4 M.a. (método de U/Pb) para o granito intrusivo de
Desaranhama define a idade mínima dos estratos de Cazula, semelhante à sequência
de Mualádzi. A correlação entre as sucessões de Mualádzi e de Cazula baseia-se
apenas na sua distribuição na carta. Não existem contactos directos .
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Suite de Chipera (P2CP)
Os gabros e anortositos daSuitede Chipera estão localizados logo a norte do extremo
leste do Lago de Cahora Bassa (Grau Quadrado 1532) e possuem cerca de 40 km por
10 – 12 km (conforme interpretação dos dados aeromagnéticos). Os leucogabros
dasuitecontêm apenas proporções acessórias de minerais máficos e evoluem muitas
vezes para anortositos. Todavia, são geralmente mais escuros. Os silicatos de ferro e
magnésio são compostos por olivina, ortopiroxena e clinopiroxena. O bandeamento
magnético está normalmente ausente à escala do afloramento.
Ocorrem segregações de magnetite-ilmenite, mas em escala menor se comparadas
com as idênticas que ocorrem na Suitede Tete. As rochas charnoquíticas escuras
ocorrem por perto e, localmente, é difícil distingui-las dos gabros e anortositos de
Chipera.
Suite de Furancungo (P2F)
A Suite de Furancungo é uma unidade ígnea recentemente definida na Província
nortenha de Tete, numa área de distribuição coincidindo com a ocupada pelo Granito
de Desaranhama na carta na escala 1:250 000 preparada pela empresa Hunting
(1984).Os Granitos deDesaranhama(P2FD, P2FDd) constituem ainda a maior
componente, mas plutões mais pequenos com composição ligeiramente distinta foram
adicionados nas suas periferias meridional e oriental. Trata-se dos Granitos do Rio
Pônfi(P2FP) na região sudoeste, dosGranitos de Nacoco(P2FC) a sul e leste e dos
corpos mais pequenos dosGnaisses do MonteDezenza(P2FZ) também a sul.
Granito do Rio Capoche (P2RC)- Baptizados com o nome do Rio Capoche, que
corre através da porção oriental da unidade, estes granitóides representam uma
extensa família de granitóides que ocupam áreas grandes, de formato irregular. As
litologias são, em média, constituídas por granitos portadores de biotite a
granodioritos, com os primeiros a apresentarem uma cor variando de cinzenta clara a
rósea até cinzenta clara acastanhada, grão médio a grosseiro e/ou muito grosseiro,
heterogranular, localmente porfiríticos . Em geral, possuem um teor baixo a muito
baixo de biotite. Localmente, o Granito do Rio Capoche contem enclaves do
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metagranito da Serra Chiúta (com granada) e do migmatito de Chidzolomondo. Uma
amostra de ortognaisse granítico apresentou uma idade de 1201 M.a. sobre zircão .
Esta foi a idade mais antiga atribuída a um granitóide na área coberta pela presente
Notícia Explicativa. Destes dados deduz-se que a Suite do Rio Capoche pertence a
uma das mais antigas fases de magmatismo granítico na Província de Tete, apenas
com os metagranitos da Serra Chiúta como mais antigos.
Suite de Tete (P2T) - Anteriormente designado por Complexo Gabro-Anortorítico
de Tete (Hunting, 1984) – mais tarde referida como Suite (Gabro-Anortorítica) de
Tete – foi baptizadacom o nome da cidade de Tete, situada a cerca de 10 km a sul do
mesmo. A Suite de Tete foi bastante bem estudada, face à ocorrência de longa data de
depósitos de urânio, ferro, cobre e ouro. A Suite de Tete forma um corpo alongado do
tipo sola sub-horizontal, com uma superfície de cerca de 6.000 km2. Estende-se
desde os arredores de Estima a oeste, até quase à fronteira com o Malawi, a este, ao
longo de mais de 15 km, atravessando o Rio Zambeze e cobrindo a parte norte da
cidade de Tete. A sua dimensão máxima no sentido N-S é de cerca de 60 km. Tal
como será discutido mais adiante, o seu contacto a muro com o resto do sôco
cristalino é tectónico. Por todo o lado os depósitos do Karoo cobrem a suite de forma
discordante. A Suite de Tete é caracterizada por apresentar fortes anomalias
aeromagnéticas e fracas assinaturas/expressões em Th-U-K, resultando em cores
escuras nas imagens ternárias, o que faz com que contraste fortemente com as razões
de contagem mais elevadas dos envolventes sôco cristalino e cobertura do Karoo.
Granito de Marirongoè (P2MR) - O Granito de Marirongoè está localizado na parte
setentrional do grande batólito granítico da Suite de Cassacatiza. Forma um plutão
arredondado, com cerca de 10 km de diâmetro, com afloramentos estreitos mostrando
pigmentação escura (manganês?) e ‘meteorização do tipo casca de cebola’ em alguns
locais. O granito biotítico em geral tenuemente foliado é cinzento, com grão médio,
apenas com horneblenda subordinada. É maioritariamente equigranular, embora
existam algumas variedades porfiríticas. A magnetite é um típico constituinte menor
ou acessório. Na parte meridional do plutão ocorrem diques pegmatíticos portadores
de minerais económicos como, por exemplo, a água-marinha e a amazonite. Ocorrem
actividades de extracção de pequena escala naqueles pegmatitos.
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Quartzo-Monzonito de Messambe (P2MS) - Compreende uns poucos de plutões,
com cerca de 50 km2 de dimensão, nas partes oriental e setentrional da grande área
granitóide da Serra Danvura, da qual podem ser distinguidos por via das assinaturas
elevadas em K-Th-U. Contudo, permanecem incertas as suas relações de idade.
Quando frescos, os granitóides de Messambe são castanhos escuros, passando a
cinzentos acastanhados quando alterados. São sempre indeformados, bastante maciços
e porfiríticos. Observam-se, por vezes, alinhamentos paralelos de fenocristais de
feldspato potássico ocasionalmente com 3 a 4 cm de dimensão, o que supostamente
indica o fluxo magmático . Os minerais constituintes da rocha mais dominantes são o
feldspato potássico, a plagioclase e a horneblenda, com quartzo, biotite e, em parte,
piroxena subordinados.
Suite de Furancungo (P2F) - A Suite de Furancungo é uma unidade ígnea
recentemente definida na Província nortenha de Tete, numa área de distribuição
coincidindo com a ocupada pelo Granito de Desaranhama na carta na escala 1:250
000 preparada pela empresa Hunting (1984). Os Granitos de Desaranhama (P2FD,
P2FDd) constituem ainda a maior componente, mas plutões mais pequenos com
composição ligeiramente distinta foram adicionados nas suas periferias meridional e
oriental. Trata-se dos Granitos do Rio Pônfi (P2FP) na região sudoeste, dos Granitos
de Nacoco (P2FC) a sul e leste e dos corpos mais pequenos dos Gnaisses do Monte
Dezenza (P2FZ) também a sul. A Suite de Furancungo forma na zona alongada (250
km por 80 km) com tendência NNW-SSE, continuando no Malawi a sudeste e na
Zâmbia na parte noroeste . A parte central da Suite de Furancungo encontra-se fora da
área correspondente ao Lote 2, fazendo parte do projecto de cartografia a cargo do
Council for Geoscience da África do Sul (CGS). Os granitóides da Suite de
Furancungo são rochas tipicamente não magnéticas, excepto os gnaisses máficos do
Monte Dezenza situados próximo da fronteira com o Malawi. Nas cartas
radiométricas, o Granito de Desaranhama mostra assinaturas positivas claras de K e U,
com o Th a se encontrar menos presente. O granitóides do Rio Pônfi e de Nacoco são
caracterizados por baixas assinaturas radiométricas totais. Os gnaisses máficos do
Monte Dezenza não mostram expressão radiométrica.
Suite de Matunda (P3M) - Gnaisses Graníticos (P2Mgg), Gnaisses Máficos e
Félsicos Intercalados (P2Mgn) e Metagabros isolados e corpos de metadiabases
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(P2Mgb), cortados localmente por enxames de espessos diques de pegmatitos,
encontram-se localizados na área do Zumbo (canto inferior esquerdo da carta
correspondente aos Graus Quadrados 1530-1531). No interior da extensa Suite de
Matunda, com cerca de 900 km2 de superfície, particularmente os gnaisses graníticos
formam uma estrutura em domo imponente, com cerca de 40 km2 de dimensão. Os
gnaisses apresentam-se com frequência intensamente deformados e podem conter
fenocristais de fedspato potássico. Os gnaisses máficos e félsicos intercalados
possuem localmente aspecto migmatítico. Corpos gabróicos pequenos e gnaisses
anfibólicos foram observados como simples afloramentos no seio dos gnaisses.
Zircões
Suite do Atchiza (P3A)- Inicialmente designada por Complexo do Monte Atchiza
(Hunting, 1984), esta unidade cobre cerca de 330 km2 entre a Albufeira de Cahora
Bassa a sul, e o cinturão supracrustal do Supergrupo do Fíngoè a norte. A Suite do
Atchiza é uma suite ígnea bandada, a qual consiste de uma sequência ultramáfica
inferior, compreendendo Dunitos(-serpentinitos) (P2Ad) e Piroxenitos (P2Ap),
coberta por uma sequência superior de composição Gabróica (P2Ag), norítica e
diorítica. As rochas ígneas são cortadas por veios esbranquiçados a cinzentos de
sienito-granitos porfiríticos e aplíticos, de grão médio a fino, e por diques de doleritos.
Foram observadas zonas de deformação e cisalhamento extensas em todas as
litologias da suite. Ao longo da margem setentrional tectonizada foram encontrados
xistos tremolíticos.
Suite de Sinda (CaSg) - É composta por muitos corpos de granito microclínico
porfirítico, os quais intruem os metassedimentos do Supergrupo do Zâmbuè na região
norte-ocidental da Província de Tete. Geralmente, os granitos são fracamente expostos
e a sua extensão pode ser delineada pela sua elevada assinatura radiométrica K-U. Os
granitos de Sinda são granitos microclínicos porfiríticos que apresentam coloração
rósea clara ou castanha amarelada, possuem grão médio a grosseiro, com fenocristais
euédricos de feldspato potássico (~5 – 20 mm), sobressaindo frequentemente nas
superfícies meteorizadas. A rocha é maciça e indeformada, embora localmente possa
ser observado um alinhamento magmático de fenocristais. A Suite de Sinda apresenta
uma idade de 502±8 M.a.
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Granito de Macanga (OrM)- É composto por inúmeros plutões graníticos
individuais, com diâmetro entre 3 e 20 km, os quais se instalaram no sôco cristalino
antigo e são caracterizados por apresentarem uma assinatura radiométrica elevada a
muito elevada em ThU-K (Fig. 6.79A). O granito é um granito biotítico bastante
maciço, com cor rósea a cinzenta clara e apresenta grão médio. No granito são
comuns enclaves semi-angulosos de uma rocha quartzo-feldspática com cor cinzenta
clara (supostamente derivada do Grupo de Chidzolomondo).
6. RECURSOS MINERAIS
Moçambique possui um elevado e diverso potencial em recursos minerais
inexplorados. Apesar de tal variedade mineral, a actividade mineira tem jogado um
fraco e insignificante papel no desenvolvimento da economia do país. Actualmente a
situação está a inverter-se, devido principalmente à produção de gás natural e ao
desenvolvimento de trabalhos de pesquisa em depósitos de carvão e de minerais
pesados das areias costeiras, de dimensão mundial. A produção planificada para o
ouro, minerais pegmatíticos de metais raros e de terras raras, bem como de minerais
industriais, aumentará igualmente a contribuição do sector extractivo para a economia
nacional. As razões principais para a baixa utilização dos recursos minerais nacionais
foram, entre outras, a existência de infra-estruturascapazes e de bancos de dados da
especialidade incompletos, os quais comprometem a pesquisa e exploração desses
recursos. A falta de capitais quer internos quer externos, contribuiu igualmente para
um lento desenvolvimento do sector mineiro numa escala industrial.
As suas actividades resultaram na identificação e exploração de depósitos de ouro,
gemas de vários tipos e alguns materiais de construção. Os depósitos de ouro
localizados nos cinturões de rochas verdes a leste do Lago Niassa, na região
setentrional do país, foram inicialmente descobertos e minerados artesanalmente por
prospectores locais. A maioria das gemas que ocorrem no Campo Pegmatítico do Alto
Ligonha na Província da Zambézia e no de Nampula, no centro-norte do país, são
ainda mineradas por mineiros artesanais locais.
Depósitos de bauxite com baixo teor industrial são minerados na área de Moriangane,
na Província de Manica, ao longo da fronteira com o Zimbabwe. Outras áreas com
ocorrências de bauxite e com algum potencial são constituídas pelo Monte
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Salambídua, na Província de Tete e pelo Monte Maúzo, na Província da Zambézia. As
rochas metassedimentares dos Grupos proterozóicos de Gairezi e de Umkondo,
situadas ao longo da fronteira do Zimbabwe, hospedam mineralizações de ferro e de
cobre, bem como de calcários cristalinos.
A grafite encontra-se em gnaisses e xistos de idade proterozóica, geralmente
distribuídos na proximidade dos calcários, formando pequenas disseminações ou
ocorrendo como veios estreitos e pequenas lentículas.
Também se encontram indícios de hidrocarbonetos nas Bacia do Rovuma e de
Moçambique. Potencial para petróleo foi reportado como existente nas áreas da
plataforma da Bacia de Moçambique. Os minerais pesados das areias costeiras
situados na orla marítima entre Maputo e Inhambane possuem igualmente um grande
potencial para a exploração de minerais de titânio e de zircónio a grande escala. Nesta
área, os projectos mais avançados localizam-se nas áreas de Chibuto e de Xai Xai-
Chongoene. As matérias-primas industriais representam um outro recurso muito
importante. Na Província de Maputo incluem riolitos para a indústria de construção na
área entre Boane e Massingir, calcários para a indústria de cimento na área de
Salamanga, matérias-primas estas que, em conjunto com areias, cascalho e vários
tipos de argilas, constituem o suporte da indústria de construção actualmente
crescente. As possibilidades de se criar um mercado mais forte para os recursos de
diatomito de boa qualidade existentes na Província de Maputo e de Gaza, com vista à
substituição de matérias-primas importadas, deverão ser encaradas com mais
seriedade. A maioria da bentonite de Boane é exportada sem praticamente qualquer
tratamento. Neste sentido, uma procura de melhores mercados e desenvolvimento do
produto são requeridos de forma a acrescentar valor e aumentar os proveitos da
bentonite actualmente extraída. Recursos de águas termais são abundantes ao longo
das falhas do rifte localizadas nas zonas de montanha na área da fronteira ocidental
com a África do Sul e Zimbabwe.
Micro-diamantes aluvionares foram encontrados nos leitos dos Rios Limpopo e
Singuédzi, na Província de Gaza, os quais foram provavelmente transportados pelos
rios de drenavam o Cratão sul-africano do Kaapvaal.
21
7. CONCLUSÃO
Findo o trabalho conclui-se que a África é largamente composta por um mosaico de
cratões e cinturões móveis arcaicos, amalgamados por cinturões dobrados alongados,
de idade proterozóico-câmbrica. Estes encontram-se cobertos por sedimentos
indeformados e rochas extrusivas associadas, de idades neoproterozóica, carbonífera
tardia a jurássica inicial e cretácico-quaternária. E moçambique apresenta dois terços
de embasamento cristalino e um terço de embasamento sedimentar, o embasamento
cristalino encontra-se na região centro e norte do pais e o embasamento sedimentar
aflora toda a parte costeira.
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8. BIBLIOGRAFIA
Geological Survey of Norway. (2007). NOTÍCIA EXPLICATIVA / MAP
EXPLANATION: Norte Consult.
GTK. (2006). NOTÍCIA EXPLICATIVA Volume 1. REPUBLIC OF
MOZAMBIQUE: DIRECÇÃO NACIONAL DE GEOLOGIA.
GTK. (2006). NOTÍCIA EXPLICATIVA Volume 2. Moçambique: National
Directorate of Geology.
GTK. (2006). Noticia explicativa Volume 3. REPUBLIC OF MOZAMBIQUE.
GTK. (2007). NOTÍCIA EXPLICATIVA / MAP EXPLANATION volume 4.
Moçambique: DIRECÇÃO NACIONAL DE GEOLOGIA.
	1.INTRODUCÃO
	1.1.Objectivos 
	1.2.Objectivos Geral
	1.3.Objectivos específicos
	2.TERRENO DO GONDWANA SUL 
	CRATÃO DO KALAHARI E CINTURÕES DOBRADOS DE IDADE P
	 Grupo de Umkondo 
	 Grupo de Gairezi 
	3.Cobertura Fanerozoica
	4.GONDWANA ESTE
	Grupo da Angónia (P2A) 
	Suite de Ulonguè (P2U)
	Complexo de Montepuez 
	5.TERRENO DO GONDWANA OESTE
	1-O Grupo de Chidzolomondo, 
	2- Supergrupo de Zâmbuè, 
	3-Supergrupo do Fíngoè, 
	4-rupo de Mualádzi, 
	Supergrupo de Zâmbuè (P2ZB)
	Grupo de Mualádzi (P2D)
	6.RECURSOS MINERAIS 
	7.CONCLUSÃO
	8.BIBLIOGRAFIA

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