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Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mai. 2022 1 ANESTÉSICOS LOCAIS - Quando fala de anestésicos, foram os medicamentos que revolucionaram as condutas médicas. Medicações que possibilitam fazer procedimentos cirúrgicos e invasivos. - Foram medicamentos que sempre despertaram interesse da parte da saúde. Primeira molécula de anestésico local foi desenvolvida por um dentista. - Quando fala de anestesia deve diferenciar analgesia de anestesia. o ANALGESIA – Abolição da percepção do estímulo doloroso isolado. Quando se faz uma analgesia as outras percepções continuam sendo intactas (sensibilidade, capacidade motora). o ANESTESIA – dependendo da dose, a habilidade psicomotora pode ser abolida também. Muitas vezes a analgesia acompanha a anestesia. Na anestesia local é o suficiente para promover analgesia necessária e na anestesia geral não. Normalmente anestesia geral associa um analgésico e relaxante muscular. O que se planeja é a abolição da sensibilidade pela aplicação dos anestésicos. Quando faz uma incisão em um paciente vai ser acompanhada de descargas simpáticas e reflexo motor, e com o uso de anestésico isso fica abolido. - Tipos de anestesias: ▪ Anestesia Geral: anestesia com perda da consciência. Paciente vai ficar desacordado e perde o controle de todo o corpo dele. O paciente deve ser intubado por não conseguir controlar o seu próprio fluxo respiratório. Atualmente esses anestésicos possibilitaram um fluxo no centro cirúrgico mais rápido. Ex.: Proporfol consegue fazer uma reversão mais rápida. ▪ Anestesia Local: anestesia de um órgão ou de uma parte superficial do corpo. ▪ Anestesia Regional: anestesia local, aplicada a um tronco nervoso, que afeta uma região inteira (Ex: braço). Ex.: peridural e raquianestesia – diferença é o local de aplicação dentro do SN. Raquianestesia consegue fazer o bloqueio da cintura para baixo. Aplicado dentro do líquor. Na peridural consegue anestesiar uma área especifica. Aplicado entre as meninges. - Jejum na anestesia geral é requerido para evitar o refluxo e entrada de alimento no pulmão. Jejum protege as vias aéreas do paciente. - Anestésicos locais dependendo pode ser passível de toxicidade se caírem na circulação. Devem ser utilizados para aplicação localmente. O anestésico local impede a condução nervosa. Comum anestesiar o paciente localmente e ele dizer que não pegou a anestesia, mas na verdade ele está com sensibilidade, mas não sente dor. - Anestésicos Gerais são utilizados para inibir a consciência também. Substâncias químicas utilizadas capazes de abolir a percepção das sensações. ❖ ANESTÉSICOS LOCAIS - Toda substância capaz de bloquear os impulsos aferentes, de maneira reversível e localizada, especialmente aqueles que conduzem estímulos dolorosos. - Dependendo do tipo de anestesia, se lesionar o axônio com a agulha, pode cursar com muita dor e alguma alteração de sensibilidade e movimento. - Anestesia pensa em analgesia, mas o objetivo também é inibir toda a sensibilidade do paciente. Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mai. 2022 2 - O que determina a ação do anestésico local é a dose. Quanto maior a dose, maior o bloqueio nervoso daquela fibra. - Normalmente as primeiras fibras bloqueadas são as tipo C (dor) e tipo A delta (dor, temperatura). Bloqueio do tipo de fibra, depende da dose de anestésico. As fibras mais grossas precisam de mais anestésicos. ➢ HISTÓRICO: Veio a partir do fato de mascar folhas de Coca (cocaína). Cocaína foi o primeiro anestésico local utilizado em cirurgias oftalmológicas. Ela aumenta a quantidade de noradrenalina e dopamina na fenda sináptica. Quando aumenta a quantidade de noradrenalina também tem um estímulo analgésico. Cocaína depois perceberam a capacidade de causar vício, ativação simpática, taquicardia, tremores. A partir desse momento, criaram a Procaína que é derivado da cocaína. Sintetizado em 1905. Procaína é tipo éster. Após surgiu a Lidocaína, que até hoje é um dos mais utilizados. Dá origem ao grupo dos anestésicos do tipo Amida (um dos mais utilizados). Lidocaína é um derivado de Amida. Bupivacaína é muito bom, mas deve tomar cuidado para não chegar no músculo cardíaco. Tem potencial cardiovasculares deletérios. Tem a propriedade mais lipossolúvel de todas. Efeitos Cardiotóxicos. Se chegar no músculo cardíaco é muito difícil reverter. Todo anestésico local vai ter a estrutura demonstrada na figura acima: Resíduo Aromático (hidrofóbico) + Cadeia Intermediária + Resíduo Amínico (hidrofílico). ▪ Resíduo Hidrofóbico – tem relação com a lipossolubilidade e toxidade. A maior parte dos neurônios periféricos tem a bainha de mielina que tem característica lipossolúvel. Quanto mais lipossolúvel for o anestésico, maior a afinidade dela para passar pela bainha. O anestésico precisa passar por uma bainha de mielina para chegar ao neurônio. Quanto maior a lipossolubilidade, mais fácil de penetrar na bainha de mielina e chegar no local de ação. Quanto mais lipossolúvel for a substância, maior a toxicidade e mais difícil retirá-lo do organismo. O bloqueio do canal de sódio que ocorre é no neurônio. ▪ Resíduo Aromático – é responsável pela ligação do fármaco no canal de sódio. Tem uma amina terciária é o agrupamento da molécula que é passível de ionização e que consegue virar uma amina quaternária. Se tem uma amina terciária, o nitrogênio consegue ionizar. Quando tem o agrupamento amina na conformação terciária tem uma molécula que não tem carga (APOLAR) e consegue passar pelas membranas biológicas com eficiência. Dessa forma a molécula apolar é mais lipossolúvel. Quando o agrupamento adquire carga (quaternária), ela fica ionizada (POLAR) e não consegue passar pela membrana plasmática com eficiência. Canal de sódio é um canal iônico, feito de proteína que é Polar. Assim a forma da amina com maior afinidade para se ligar ao canal de sódio é a Amina Quaternária. Amina terciária – APOLAR Amina quaternária – POLAR Latência – A propriedade da amina capaz de se polarizar ou não. Latência é o tempo necessário para o anestésico começar a fazer efeito e se observar o efeito clínico. ▪ Cadeia Intermediária – pode ser do tipo éster ou tipo amida. Influencia quanto tempo o anestésico vai durar – tempo de ação, e também no tipo de metabolismo que o fármaco terá no corpo. No tipo Éster, no corpo, tem esterase plasmática que consegue degradar na corrente sanguínea. Tipo éster vai ser metabolizado mais rápido por ser metabolizado por esterases plasmáticas. Dura menos tempo. Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mai. 2022 3 Tipo amida deve ser encaminhado ao fígado para ser metabolizado e devido a isso tem um tempo de duração maior. Esses agrupamentos também podem ser de dois tipos: ▪ Ácidoparaminobenzóico (PABA) – anestésico local tipo éster é derivado do PABA. Todos anestésicos derivados do PABA são altamente alergênicos. Ex.: Benzocaína – utilizada localmente. ▪ Anilina – Anestésicos tipo Amida são derivados da Anilina. Ex.: Lidocaína, Ropivacaína, Prilocaína, Bupivacaína. A derivação de anilina não extingue a possibilidade de efeitos colaterais com anestésicos locais. Prilocaína em excesso pode se agrupar com hemoglobina e pode produzir Meta-hemoglobina e diminui a possibilidade da Hb transportar oxigênio. Prilocaína é um anestésico local do tipo amida que em grandes quantidades vai oxidar o ferro da Hb. - Efeito colateral dos anestésicos está sempre relacionado com a dose. - PABA pode estar em algumas preparações de proteção solar que pode causar alergia. Derivados tipo Éster tem um efeito mais rápido, metabolismo mais rápido.Além disso podem causar alergia por ser derivado do PABA. Efeito mais rápido por serem metabolizados mais rápidos pelas esterases plasmáticas (enzimas que degradam o agrupamento éster). Derivados de amina precisam cair na corrente sanguínea e encaminhados ao fígado para serem metabolizados, gera um tempo de ação maior. Duração de efeito maior. - Quanto mais o anestésico se liga a proteínas plasmáticas, maior a duração do seu efeito. Canal de sódio é proteína. - Todo anestésico local é uma Base Fraca. Quando tem um frasco de anestésico ele sempre estará em forma de cloridrato que é uma preparação um pouco mais ácida. Isso é para aumentar a estabilidade do anestésico. Outro motivo é que muitas vezes é adicionado adrenalina para vasoconstrição, e a adrenalina oxida em preparações mais básicas. - Início de ação depende da latência do fármaco (depende do pKa). Quanto mais ioniza, mais lento é o tempo de ação desse anestésico. Mais difícil a penetração pela membrana. Quanto mais ionizado o fármaco estiver, maior a latência. - Quanto maior o Pka mais ionizado vai ficar, mais lento o início de ação do fármaco. Base é aceptora de prótons (H+). Se ganha H+ vai ficar ionizada e mais difícil a passagem na membrana e maior a latência. PkA – é o potencial de dissociação do fármaco (“é o pH do fármaco). Ex.: Quando o fármaco tem o Pka de 8,9 e chega no nosso sangue que tem um pH de 7,35, o meio tem mais H+ do que o fármaco. Dessa forma ele pega os prótons do meio e fica mais ionizado. Ex.: PkA alto (ex.: 8,7) o meio tem mais H+ do que o fármaco e assim quando ele entra no meio, ele se ioniza rapidamente e maior a latência do fármaco. Quanto maior o Pka, maior a ionização e maior a latência, demora mais para fazer efeito, início de ação mais lento. Meio ácido diminui a ação do fármaco, pois o meio está com muito H+ e quando o fármaco entra ele vai se ionizar Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mai. 2022 4 rápido e aumenta a latência, diminui o efeito. Tecido inflamado é mais ácido. Ideal é fazer um bloqueio mais alto ou então adicionar bicarbonato na preparação anestésica. Ideal é muitas vezes tentar drenar o tecido inflamado, retira o conteúdo purulento, por exemplo, que diminui o meio ácido. Potência está relacionado com a lipossolubilidade do fármaco, quanto mais lipossolúvel mais potente o fármaco e menor a dose de anestésico que deve utilizar. ➢ MECANISMO DE AÇÃO: A partir do momento que o anestésico local se liga ao canal de sódio, inibe a passagem de sódio pela membrana. O que gera o potencial de ação é a entrada de sódio. **O que determina o período refratário absoluto é o canal de sódio. Quando o anestésico local se liga ao canal de sódio, ele prolonga o período inativo do canal de sódio e assim prolonga o período refratário do nervo. Anestésico local prolonga o período refratário do nervo. Quanto maior a dor do paciente, a fibra nervosa está sendo disparado com uma frequência maior. Dessa forma o anestésico começa a agir melhor nessa fibra com os maiores disparos. Pois o canal está ficando inativado mais vezes do que naquele local que está sem dor. A resposta do fármaco é melhor no paciente que está com dor. Em uma lesão celular, a célula sofre lise e libera potássio no meio extracelular. Quanto mais potássio no meio extracelular, favorece que os canais de sódio fiquem mais em estado inativo. Tecido com célula danificada melhora a ação do anestésico também. Aumento na concentração extracelular de K+ → favorece o estado inativado dos canais de Na+ → em tecidos com células danificadas. O bloqueio que vai ter com o anestésico depende da dose e também correlacionado com o tipo de fibra. Quanto menos calibrosa as fibras, não mielinizadas, maior a sensibilidade ao bloqueio. ➢ AÇÕES SOBRE OS NERVOS: Os anestésicos agem em todos os nervos, dependendo do tamanho e da mielinização. ▪ Fibras tipo C – As menores fibras são do tipo C, não mielinizadas. São bloqueadas primeiro. ▪ Fibras tipo A delta – são pequenas, são mielinizadas. ▪ Fibras A gama – são maiores e mielinizadas. Precisa de uma dose maior. Medicações com ações noradrenérgicas, a noradrenalina quando atua em receptor alfa 2 para analgesia ela também funciona na diminuição do estímulo doloroso. ➢ AÇÕES SOBRE OUTRAS MEMBRANAS EXCITÁVEIS: Ação sobre fibra cardíaca é importante. A predileção do anestésico local em relação a fibra nervosa, primeiro ele atua em SNC e depois ele atua principalmente em fibras cardíacas. Deve tomar cuidado para não aplicar o anestésico dentro da corrente sanguínea. Todo anestésico local é vasodilatador, relaxa o endotélio vascular. Deve tomar cuidado, pois se aplicar o anestésico dentro do vaso sanguíneo, o primeiro local que chega é no SNC. Se continuar a aplicação pode ter efeitos cardíacos. Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mai. 2022 5 A ordem de efeito esperado, é primeiro no SN. Junções neuro/efetoras (músculo estriado) são sensíveis as ações bloqueadoras dos AL, mas sem um significado clínico relevante. As ações sobre as fibras cardíacas têm importância→ ação antiarrítmica da Lidocaína é baseada nesse efeito. - Peso molecular – quanto menor o peso molecular, maior a eficácia do anestésico local. *Efeito mais Rápido: Tem menor latência, menos ionizado – Mepivacaína *Maior Potência e Toxicidade: Maior lipossolubilidade – Etidocaína *Maior duração do efeito: Maior ligação proteica – Bupivacaína (pode demorar até 20-25min para fazer efeito). ➢ ABSORÇÃO: O tempo de duração de uma anestesia local varia conforme a região infiltrada, as características do anestésico empregado, bem como sua quantidade e concentração e as características individuais de cada paciente. A quantidade de anestésico local que penetra na circulação sistêmica e a potência do anestésico local determinam a toxicidade sistêmica do agente. Anestésico local faz vasodilatação, então para evitar que ele alcance a circulação sistêmica, utiliza ele muitas vezes associado a um vasoconstritor. Vasoconstritor possibilita que consiga utilizar uma dose maior de anestésico. Tem dois tipos de vasoconstrição – Epinefrina (adrenalina- pode ter sintomas adrenérgicos) e Fenilefrina (vasoconstritor que não provoca resposta adrenérgica – bom para pacientes que tem problema cardiovascular). Epinefrina dependendo do individuo pode gerar taquicardia, complicações cardiovasculares, etc. A partir do momento que está fazendo vasoconstrição, diminui a quantidade de células que chegam para cicatrização. Pode retardar o processo de cicatrização tecidual. Não pode utilizar vasoconstrição em locais de circulação terminal, aumenta chance de necrose. Ex.: ponta de dedo, ponta de nariz, pênis, orelha. ➢ DISTRIBUIÇÃO: Os anestésicos locais desviados para a circulação sistêmica seguem pelo sistema venoso até o leito capilar dos pulmões. Na circulação os anestésicos se ligam a duas proteínas – α1-glicoproteina-ácida e a albumina. A lidocaína quando se liga a α1-glicoproteina-ácida, se o paciente tiver um processo inflamatório isso vai aumentar a sua ligação à proteínas e diminuir a sua ação. A lidocaína é um dos únicos anestésicos locais que pode ser dado IV, tem ação antiarrítmica também. No geral a maior parte dos anestésicos não tem essa opção IV. Quanto maior a hidrofobicidade do fármaco, maior o grau de ligação tecidual. Substancias extremamente lipossolúveis como a Bupivacaína se liga no tecido e não consegue retirar. Se adicionar perto do tecido um composto mais lipofílico do que o tecido para fazer com que o anestésico saia do tecido. Mas quando se fala de intoxicaçãocardíaca não consegue se fazer isso. Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mai. 2022 6 ➢ BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO: Os de ligação éster são metabolizados pelas esterases plasmáticas e aqueles que são de ligação amida são metabolizados pelo fígado (citocromo P540). São mais Bases. Ex.: intoxicação por Bupivacaína e ela é mais cardiotóxica. Para aumentar a eliminação do fármaco pode-se acidificar a urina. Compostos mais básicos são melhores eliminados em urina ácida. ➢ INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Interação com Halotano (anestésico inalatório). Hoje em dia o Halotano não é muito utilizado. Todo anestésico geral pode diminuir o fluxo sanguíneo hepático – altera principalmente o metabolismo das Amidas. Propanolol – diminuem a depuração dos anestésicos locais devido à inibição direta da atividade de oxidases e, em menor grau, à redução do fluxo sanguíneo hepático. Antagonistas H2 – podem, por meio de ligação ao citocromo P-450, alterar a disposição de drogas como anestésicos locais. Ex.: Cimetidina e Ranitidina. - ADMINISTRAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS: Anestésico não vem em mg/kg e sim em %. Sendo mais difícil calcular a dose máxima. Ex.: Lidocaína 0,2%: Multiplica por 10 – em 1ml tem 2mg/Kg 20 gotas = 1mL Quando for utilizar um anestésico local deve saber início de ação, tempo de duração e dosagem. Em uma anestesia local, se injeta muito rapidamente pode ser que não dê para o vasoconstritor fazer efeito e assim vai ter uma menor duração naquele local. Ideal fazer uma infusão lenta. A chance de o paciente ter toxicidade e o anestésico entrar no sistema circulatório é maior em regiões muito vascularizadas, pois o medicamento se difunde mais. Ex.: cirurgias próximas ao útero que é muito vascularizado. ➢ TOXICIDADE: *Efeitos sistêmicos após injeção intravascular (se pegar algum vaso sanguíneo na administração). *Neurotoxidade – paladar metálico, parestesia, alteração de sensibilidade na região da face, dificuldade de fala, sedação ou excitação, alta chance de convulsão. Se convulsionar o próximo efeito são sintomas cardíacos. Afinidade primeiro pelo sistema nervoso e depois para parte cardíaca. *Cardiotoxicidade – reduz contratilidade cardíaca, arritmia. Dependente da dose. Não consegue reverter toxicidade cardíaca da Bupivacaína, mas se for local consegue reverter um pouco com a emulsão lipídica. Hipersensibilidade: Devido ao PABA – éster. ➢ ANESTÉSICOS LOCAIS COM LIGAÇÃO ÉSTER: PROCAÍNA Derivada da cocaína – cocaína aumenta a quantidade de noradrenalina que atua em receptor alfa 1. Devido a essa propriedade da cocaína, a Procaína não tem necessidade do uso de vasoconstritor associado. É um anestésico de curta duração, mais hidrofóbico, mais lipossolúvel. Dissocia muito rápido do canal de sódio, Potência baixa. Utilizado muitas vezes em anestesia infiltrativa e em procedimentos dentários. A 2-clorprocaína é popular como anestésico obstétrico - epidural. Ana Clara Aguilar de Almeida – Farmacologia Médica – Mai. 2022 7 TETRACAÍNA Ação duradoura e altamente potente – alta hidrofobicidade. Utilizada mais para bloqueio espinhal (epidural e raquianestesia) e de forma tópica. BENZOCAÍNA Único anestésico para utilização em forma de pomada tópica na superfície da ferida. É o mais penetra. Pka muito ácido. Não pode ser injetada. ➢ ANESTÉSICOS LOCAIS COM LIGAÇÃO AMIDA: LIDOCAÍNA e PRILOCAÍNA Anestésico local mais seguro para gestantes é a lidocaína. Lidocaína tem rápido início (1 a 2 minutos) e duração média de ação (1 a 2h). Potência moderada. A duração de ação baseia-se em dois fatores: sua hidrofobicidade moderada e sua ligação amida. Depende também da dose. LIDOCAÍNA é o anestésico local mais seguro para Gestantes. É o que mais tem estudos. Usada em anestesia infiltrativa, bloqueio de nervos periféricos e anestesia epidural, raquianestesia e tópica. É também administrada como antiarrítmico de classe I. A Prilocaína assemelha-se à lidocaína, exceto por suas atividades vasoconstritora e anestésica local. Prolocaína pode gerar Metemoglobinemia principalmente em recém-nascidos, o recém-nascido não consegue metabolizar o medicamento e a hemoglobina fetal é mais passível ao estresse oxidativo. Metemoglobinemia – o agrupamento que os derivados de amida tem, no caso da prilocaína em grandes quantidades consegue oxidar o ferro da Hb. O ferro da Hb é um Fe3+ e a partir do momento que é oxidado ele vira Fe2+ e perde a capacidade de fornecer oxigênio aos tecidos. Se origina de uma Hb não funcional. Essa condição reduz o suprimento de oxigênio para os tecidos, uma vez que os hemes-férricos da metemoglobina não se ligam a esse composto, resultado em cianose. BUPIVACAÍNA Longa duração de ação, altamente hidrofóbica – proporcional à toxicidade do fármaco. Anestésico que deve ter muito cuidado para utilizar por ser o mais cardiotóxico. Pode ser diluída para utilizar na epidural. Pode ser utilizada no trabalho de parto. Cardiotóxica – algumas situações favorecem a cardiotoxidade, como a ACIDOSE. Contraindicado em pacientes com Acidose. Acidose precipita a deposição da bupivacaína no tecido cardíaco. Chance maior de ter taquicardia. Também contraindicado em casos de HIPOXEMIA – paciente com DPOC, oxigenação baixa.
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