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EPIDEMIOLOGIA P2 → Código de Nuremberg: - O tribunal de crimes de guerra em Nuremberg estabeleceu 10 normas que os médicos deveriam obedecer ao realizar experiências em seres humanos: → Declaração de Helsinque: - Bem-estar do sujeito de pesquisa: precedência; - Respeito aos sujeitos e proteção especial às pop. vulneráveis; - Projetos: critérios e aprovação por um Comitê independente; - Avaliação criteriosa dos riscos e ônus x benefícios previstos; - Consentimento: competência; assentimento; privacidade; - Publicação dos resultados: obrigações éticas de autores e editores. → The Belmont Report: Objetivo: Identificar os princípios éticos básicos que devem estar subjacentes à realização de pesquisas biomédicas e de comportamento envolvendo seres humanos. Princípios éticos básicos: 1. Respeito pelas pessoas 2. Beneficência 3. Justiça Aplicações: 1. Consentimento (informação, compreensão e voluntariedade) 2. Avaliação de riscos e benefícios 3. Seleção de sujeitos 1. Respeito pelas pessoas: Indivíduos deverão ser tratados como agentes autônomos; Indivíduos com autonomia diminuída terão direito à proteção. Perda da autonomia, no todo ou em parte, devido a: doença, deficiência mental ou restrição severa da liberdade • Aplicação: Consentimento • Três elementos: informação, compreensão e voluntariedade. • Informação: ações, objetivos, riscos e benefícios esperados; Compreensão: informação adaptada à capacidade do sujeito; Voluntariedade: ausência de coerção e de influência indevida. 2. Beneficência - Além de respeitar a autonomia dos indivíduos e proteger os mais vulneráveis, deve-se também garantir o seu bem-estar. - Beneficência é entendida como uma obrigação: a de não causar dano (não maleficência); e maximizar os possíveis benefícios e minimizar os riscos Aplicação: Avaliação de Riscos e Benefícios ✓Para o pesquisador: se a pesquisa foi projetada corretamente; ✓Para o Comitê de Ética: se os riscos são justificados; e ✓Para os sujeitos potenciais: se devem ou não participar - A Beneficência visa proteger os indivíduos contra o risco de danos, mas também se preocupa com a perda dos benefícios substanciais que podem ser obtidos a partir de uma pesquisa 3. Justiça Quem deve receber os benefícios da pesquisa e quem deve suportar seus encargos? ✓a cada pessoa de acordo com suas necessidades, ✓a cada pessoa de acordo com seu esforço, Highlight ✓a cada pessoa de acordo com sua contribuição social, e ✓a cada pessoa de acordo com seu mérito. Justiça no sentido de “distribuição equitativa” ou “merecimento”. Equidade: iguais devem ser tratados como iguais; desiguais como desiguais. Aplicação: Seleção de Sujeitos de Pesquisa Há INJUSTIÇA na seleção: Preconceitos sociais, raciais, sexuais e culturais; Encargos como sujeitos de pesquisa para pacientes pobres das enfermarias, enquanto os benefícios fluem para pacientes particulares; Populações já “sobrecarregadas” não devem ser recrutadas quando a pesquisa envolve riscos e não inclui um componente terapêutico; Envolvimento de grupos vulneráveis pela disponibilidade, conveniência administrativa ou facilidade de manipulação em virtude de sua doença ou condição socioeconômica → Tuskegee – 1932 a 1972 - Estudo da Sífilis não tratada em Tuskegee, Alabama, EUA “Tuskegee Study of Untreated Syphilis in the Negro Male” US Public Health Service (PHS) ✓Estudo observacional da história natural da sífilis em negros; ✓399 sifilíticos afro-americanos, a maioria pobre e analfabeta, e 201 indivíduos saudáveis – grupo controle; ✓não foram informados do diagnóstico e não foi obtido o consentimento; ✓ “bad blood” – por participarem do estudo receberam gratuitamente exames médicos, transporte, refeições nos dias de exame, tratamento para doenças secundárias e auxílio funeral. ✓ Mesmo depois que a penicilina se tornou tratamento padrão para a sífilis (1947), não foi administrada; ✓ Entre 1932 e 1947 dezenas de participantes haviam morrido, e esposas, filhos e outros, infectados; ✓ 1968 – denúncia à imprensa (membros da equipe). ✓ 1969 – CDC reafirma a necessidade do estudo e obtém apoio das sociedades médicas locais. ✓ 1972 – parecer do Comitê criado para revisar a pesquisa: “eticamente injustificada”: fim do estudo; ✓ Homenagens, desculpas e indenizações (Bill Clinton). Malária: FIOCRUZ e USP ✓ Pesquisa: “Heterogeneidade de vetores e malária no Brasil”; ✓ Objetivo: desenvolver estratégias para o controle da doença, utilizando parâmetros entomológicos de transmissão; ✓ Coordenada pela ONG norte-americana Institutional Review Board, financiada pela Universidade da Flórida/NIH dos EUA, envolvia pesquisadores da USP, do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz) e do Instituto de Estudos e Pesquisas do Amapá (IEPA); ✓ Usava moradores das margens do Rio Matapi, no município de Santana, a 18 quilômetros de Macapá, para caçar mosquitos. As pessoas tinham que ser picadas depois, e o pagamento pelo serviço variava de R$ 12 a R$ 20. “Depois que a gente captura, a gente põe os mosquitos num caneco e bota no corpo para eles se alimentarem do nosso sangue, até o último mosquito encher” – Sidney Siqueira; ✓Iniciado em 2003, o projeto havia sido aprovado pelo CEP da Faculdade de Saúde Pública da USP, pelo CEP do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (FIOCRUZ) e pela CONEP; ✓O Conselho Nacional de Saúde (CNS) suspendeu a pesquisa em dezembro de 2005. → Helsinque – revisão Uso de placebo VERSÃO ATUAL (Seul, 2008): 32.Os benefícios, riscos (...) exceto nas seguintes circunstâncias: ✓ A utilização de placebo ou ausência de tratamento é aceitável em estudos em que não existam intervenções comprovadas; ou ✓ Onde, por razões metodológicas convincentes e cientificamente sólidas, a utilização de placebo se fizer necessária para determinar a eficácia ou segurança de uma intervenção e os pacientes que receberem o placebo ou ausência de tratamento não estejam sujeitos a nenhum risco de dano sério ou irreversível. Cuidado extremo deve ser tomado para se evitar o abuso dessa opção. Acesso pós-estudo VERSÃO ANTERIOR (Edimburgo, 2000): 30. Na conclusão do estudo, todo paciente nele incluído deve ter o acesso assegurado aos melhores métodos profiláticos, diagnóstico e terapêuticos comprovados, identificados pelo estudo. VERSÃO ATUAL (Seul, 2008): 33. Na conclusão do estudo, os pacientes nele incluídos têm o direito de serem informados sobre o resultado e compartilhar os benefícios decorrentes do estudo, por exemplo, acesso a intervenções identificadas no estudo como benéficas ou a outros cuidados apropriados ou benefícios. Este “direito” deverá estar “previsto” no Projeto. (14) → Resolução CNS 466/2012: III. – Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos: 1. - A eticidade da pesquisa implica em: a) Respeito ao sujeito: consentimento livre e esclarecido e reconhecimento de sua vulnerabilidade (autonomia); b) Riscos e benefícios: máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos (beneficência); c) Evitar danos previsíveis (não maleficência); d) Relevância social da pesquisa: igual consideração dos interesses envolvidos e destinação sócio- humanitária (justiça e equidade). → Brasil: “reação” regulatória Resolução CNS nº 466, de 12/12/2012 III.3 – As pesquisas que utilizam metodologias experimentais na área biomédica, envolvendo seres humanos, (...) deverão ainda: b) ter plenamente justificadas, quando for o caso, a utilização de placebo, em termos de não maleficência e de necessidade metodológica, sendo que os benefícios, riscos, dificuldades e efetividade de um novo método terapêutico devem ser testados, comparando-o com os melhores métodos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos atuais. Issonão exclui o uso de placebo ou nenhum tratamento em estudos nos quais não existam métodos provados de profilaxia, diagnóstico ou tratamento. d) assegurar a todos os participantes ao final do estudo, por parte do patrocinador, acesso gratuito e por tempo indeterminado, aos melhores métodos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos que se demonstraram eficazes. Resolução CNS nº 404, de 01/08/2008 Propõe a retirada das notas de esclarecimento (...) mantendo os textos da versão 2000 da Declaração de Helsinque (arts. 29 e 30) Resolução CFM nº 1.885/2008 Considerando não haver evidências científicas que justifique a complacência ética adotada no uso de placebo pela alteração da atual Declaração de Helsinki; Considerando a não aprovação pela representação médica brasileira das alterações propostas (...); Resolve: Art. 1º É vedado ao médico vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas envolvendo seres humanos que utilizem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada. Resolução CFM nº 1.931/2009 (Código de Ética Médica) Art. 106 [mesma redação] → CEP – COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA Objetivo: Assegurar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem-estar de todos os participantes atuais e potenciais das pesquisas. Um princípio fundamental da pesquisa que envolve participantes humanos é ‘respeitar a dignidade das pessoas’. Nas instituições em que são realizadas pesquisas envolvendo seres humanos, deverão constituir um ou mais de um Comitê de Ética em Pesquisa- CEP, conforme suas necessidades. Na impossibilidade de se constituir CEP, a instituição ou o pesquisador responsável deverá submeter o projeto à apreciação do CEP de outra instituição, preferencialmente dentre os indicados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Ministério da Saúde (BRASIL, 1996). Resolução CNS 466/12: - Fundamenta-se nos principais documentos internacionais que emanaram as principais declarações e diretrizes sobre pesquisas que envolvem seres humanos - Esta Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatro referenciais básicos da Highlight bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. - Ressalta-se que cada área temática de investigação e cada modalidade de pesquisa, além de respeitar os princípios emanados deste texto, deve cumprir com as exigências setoriais e regulamentações específicas Grupo I: Código – Áreas Temáticas Específica: I.1. Genética Humana I.2. Reprodução Humana I.4. Novos Equip. Insumos e Dispos I.5. Novos Procedimentos I.6. Populações Indígenas I.7. Biossegurança 1.8. Pesquisas com coop. Estrangeira I.9. A critério do CEP I.10 A critério da CONEP Grupo II: Código –Área Temática Especial II.3. Novos Fármacos (Vacinas e Testes, Diagnósticos que não se enquadram nos outros itens do Grupo I II. Genética exceto casos do Grupo I Grupo III: Todos os outros que não se enquadram em áreas temáticas especiais → Etapas da submissão: 1ª etapa: projeto de pesquisa - Antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa; - Objetivo bem definido; - Material e método com explicitação clara dos instrumentos e procedimentos realizados, bem como a devida justificativa; - Informação completa das fases anteriores (caso exista); - Cálculo da amostra; - Justificativa de participação de população vulnerável (caso exista); - Critérios para suspender ou encerrar a pesquisa; - Orçamento detalhado (material permanente e de consumo); - Justificativa de escolha da amostra; - Critérios de inclusão e ou de exclusão; - Forma de recrutamento dos sujeitos; - Relação risco x benefício; - Compromisso de tornar público os resultados; - Previsão do ressarcimento; - Apresentação dos instrumentos (traduzidos e validados) - Previsão de fornecimento e ou acesso ao medicamento, ao final do projeto de pesquisa; - Cronograma das etapas da pesquisa - deve-se ter o cuidado para as datas de submissão ao CEP, prazo para aprovação e coleta de dados. - Orçamento financeiro. 2ªetapa: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) - Título do projeto; - Linguagem acessível; - Equipe executora; - Justificativa do projeto; - Objetivos da pesquisa; - Procedimentos que serão utilizados; - Desconfortos e riscos; - Benefícios esperados; - Garantia de confidencialidade e anonimato dos sujeitos; - Garantia de esclarecimentos a qualquer momento; - Liberdade de recusa e liberdade de sair do estudo em qualquer momento/fase da pesquisa explicitando a ausência de penalização ou prejuízo de atendimento e cuidado ao sujeito da pesquisa; - Forma de ressarcimento de despesas; - Compromisso do pesquisador de utilizar o material biológico exclusivamente para o projeto de pesquisa proposto (caso exista); - Texto redigido na primeira pessoa do singular (eu), no qual o sujeito afirma ter recebido e compreendido as informações - Endereço e telefone para contato do CEP que emitiu parecer sobre o projeto; Principais aspectos observados pelos membros avaliadores: - Título pertinente à justificativa; - Previsão de ressarcimento aos sujeitos de pesquisa; -Número de sujeitos adequados à proposta; - Proteção à integridade e dignidade dos sujeitos; - Respeito aos valores do sujeito; - TCLE em linguagem acessível; - Garantia de ressarcimento aos sujeitos da pesquisa em virtude de algum dano recorrente à mesma; - Currículo Lattes atualizado de todos os pesquisadores; - Cronograma descritivo e adequado ao período e fases do estudo; Apêndices importantes: - Declaração de infraestrutura; - Declaração de concordância dos diretores/chefes de serviço; - Carta de apresentação do protocolo de pesquisa ao CEP; - Orçamento financeiro submetido à reunião do orçamento local (depende do CEP); Aspectos éticos do TCLE e TALE: 1) Consentimento dos indivíduos alvo e proteção a grupos vulneráveis (autonomia) 2) Ponderação entre risco e benefício, tanto atuais como potenciais, individuais e coletivos (beneficência) 3) Garantia de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência) 4) Relevância social (justiça e equidade) Termo para a autorização de uso de imagem e voz de participante de pesquisa: - A definição de imagem pode ser compreendida não apenas como o semblante da pessoa, mas também partes distintas de seu corpo que possam identificá-la. - O termo para a autorização de uso de imagem e voz deverá ser aplicado quando uma pessoa cede os direitos, autorizando que outra pessoa física ou jurídica utilize a sua imagem em qualquer meio público de divulgação O pesquisador deverá elaborar um documento que contenha a autorização para uso de imagem e voz de participante de pesquisa, sendo que esse documento deverá obrigatoriamente ser apresentado à apreciação do Sistema CEP/Conep INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO TERMO DE AUTORIZAÇÃO (IMAGEM E VOZ): - Título da pesquisa; - Dados dos pesquisador(es), com endereços e telefones; - Local de realização da pesquisa; - Endereço, telefone do local; - Apresentação da pesquisa; - Objetivos da pesquisa; - Confidencialidade, sigilo e privacidade; - Riscos e benefícios; - Direito de desistir e sair da pesquisa e a esclarecimentos durante o processo; - Formas de divulgação da imagem e voz do participante de pesquisa. Termos e definições: Highlight II.5 - consentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa e/ou de seu representante legal, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação, após esclarecimento completo epormenorizado sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar II.23 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE - documento no qual é explicitado o consentimento livre e esclarecido do participante e/ou de seu responsável legal, de forma escrita, devendo conter todas as informações necessárias, em linguagem clara e objetiva, de fácil entendimento, para o mais completo esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõe participar; Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos: III.1 - A eticidade da pesquisa implica em: ✓ respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida; ✓ ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como potenciais, individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos; ✓ obter consentimento livre e esclarecido do participante da pesquisa e/ou seu representante legal, inclusive nos casos das pesquisas que, por sua natureza, impliquem justificadamente, em consentimento a posteriori; INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: ➢ Título do projeto; ➢ Linguagem acessível; ➢ Equipe executora; ➢ Justificativa do projeto; ➢ Objetivos da pesquisa Apresentar obrigatoriamente: ➢ garantia de manutenção do sigilo e da privacidade dos participantes da pesquisa durante todas as fases da pesquisa; ➢ garantia de que o participante da pesquisa receberá uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; ➢ explicitação da garantia de ressarcimento e como serão cobertas as despesas tidas pelos participantes da pesquisa e dela decorrentes; ➢ explicitação da garantia de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa; ➢ Elaborado em duas vias. ✓ Se houver grupos de estudo diferentes (controles e pacientes), elaborar TCLE para cada um dos grupos; ✓ Aprovação do CEP Qualquer modificação do TCLE deve ser submetida novamente à apreciação do CEP (ex: versão 2); Deve-se evitar frases que induzam a participação IMPORTANTE: Os dados obtidos a partir dos participantes da pesquisa não poderão ser usados para outros fins além dos previstos no protocolo e/ou no consentimento livre e esclarecido. Nos casos em que seja inviável a obtenção do TCLE, a dispensa do TCLE deve ser justificadamente solicitada pelo pesquisador responsável ao Sistema CEP/CONEP, para apreciação, sem prejuízo do posterior processo de esclarecimento Erros no TCLE: - Textos muito curtos/longos; - Riscos X benefícios; - Falta de indenização; - Linguagem inadequada; - Liberdade do participante sair do estudo a qualquer momento sem ser prejudicado. Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – TALE II.24 - Termo de Assentimento - documento elaborado em linguagem acessível para os menores ou para os legalmente incapazes, por meio do qual, após os participantes da pesquisa serem devidamente esclarecidos, explicitarão sua anuência em participar da pesquisa, sem prejuízo do consentimento de seus responsáveis legais; II.2 - assentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa, criança, adolescente ou legalmente incapaz, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação. Tais participantes devem ser esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa lhes acarretar, na medida de sua compreensão e respeitados em suas singularidades; TCUD (em relato de caso) - Termo de consentimento do uso de dados: O pesquisador se compromete com o sigilo dos dados caso o paciente não seja localizado. Riscos: II.22 - risco da pesquisa - possibilidade de danos à dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer pesquisa e dela decorrente; Benefícios: II.4 - benefícios da pesquisa - proveito direto ou indireto, imediato ou posterior, auferido pelo participante e/ou sua comunidade em decorrência de sua participação na pesquisa; IMPORTANTE: - Em pesquisas que abrangem pacientes submetidos a situações de emergência ou de urgência. - TCLE e TALE; Medicina baseada em evidências - Biobancos e biorrepositórios – CEP e CONEP - Medicina baseada em evidências; - A pesquisa envolvendo a pessoa do índio ou a sua comunidade PLATAFORMA BRASIL: Após a elaboração de todo o protocolo (projeto, TCLE, questionários, declarações assinadas e carimbadas), este deverá ser submetido para avaliação ética através da Plataforma Brasil, no seguinte link: plataformabrasil.saude.gov.br PESQUISA CLÍNICA: Definição: Segundo definição dada pelo Conselho Nacional de Saúde, as pesquisas envolvendo seres humanos são aquelas pesquisas que, individual ou coletivamente, tenha como participante o ser humano, em sua totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo o manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos. Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos: - Todo estudo que envolve o ser humano, de forma direta ou indireta, individual ou coletivamente, incluindo o manejo de informações ou materiais, precisa de diretrizes bioéticas para que o participante da pesquisa clínica seja protegido. - A Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos aborda as questões éticas relacionadas à medicina, às ciências da vida e às tecnologias associadas quando aplicadas aos seres humanos, considerando suas dimensões sociais, legais e ambientais. Benefício e Dano: Benefício: proveito direto ou indireto, imediato ou posterior, auferido pelo participante e/ou sua comunidade em decorrência de sua participação na pesquisa (Resolução CNS nº 466/2012). Dano: associado ou decorrente da pesquisa: agravo imediato ou posterior, direto ou indireto, ao indivíduo ou à coletividade, decorrente da pesquisa (Resolução CNS nº 466/2012). “Os BENEFÍCIOS diretos e indiretos a pacientes, participantes da pesquisa e outros indivíduos afetados devem ser MAXIMIZADOS e qualquer DANO possível a tais indivíduos deve ser MINIMIZADO, quando se trate da aplicação e do avanço do conhecimento científico, das práticas médicas e tecnologias associadas.” Assistência integral deve ser prestada para atender complicações e danos decorrentes, direta ou indiretamente, da pesquisa, e cobertura material para reparação a dano causado pela pesquisa ao participante da pesquisa também deve ser realizada. No TCLE, deve haver tópico explicitando possíveis desconfortos ou danos ao participar de determinado estudo e os benefícios diretos e indiretos ao indivíduo Uso de placebo: De acordo com a RDC/ANVISA nº 09/2015, placebo é definido como: formulação sem efeito farmacológico, administrada ao participante do ensaio clínico com a finalidade de mascaramento ou de ser comparador No TCLE e ao aplicá-lo, deve-se esclarecer, quando pertinente, sobre a possibilidade de inclusão do participante em grupo controle ou placebo, explicitando, claramente, o significado dessa possibilidade. A Resolução CNS nº 466/2012 tem como diretriz que os estudos devem obedecer a uma metodologia adequada e, caso o uso do placebo seja requerido, esse pedido deve ser justificado no estudo, especialmente em relação a não maleficência aos participantes de pesquisa e quanto a sua necessidade metodológica. https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso 466.pdf Uso de Washout: Período de intervalo entre tratamento, em que o participante de pesquisa não recebe nenhuma intervenção. Nos estudos comuso de washout, o pesquisador deverá apresentar a justificativa para sua utilização em termos de não maleficência e de necessidade metodológica. Duplo-padrão: Tratamento desigual para pessoas de diferentes países, restringindo as normas em países ricos e liberando a prática em países menos favorecidos, onde os indivíduos participantes da pesquisa são testados. Populações vulneráveis: A vulnerabilidade pode ser amplamente definida como a incapacidade de proteger os próprios interesses. Existem populações que são consideradas vulneráveis. Essa vulnerabilidade pode ser momentânea, como mulheres grávidas, ou permanente, como deficientes intelectuais, entre outros, como: refugiados, prisioneiros, incapazes, indivíduos de baixa renda, bebês e crianças. Possíveis soluções em caso de populações vulneráveis em pesquisa: • Consentimento livre e esclarecido com maior atenção e explicação aos riscos • Capacitação (recursos e educação) • Confidencialidade • Atenção aos riscos não físicos Pesquisa pré-clínica ou experimental: - Envolve testes in vitro (em células) ou experimentos in vivo (em animais) e ocorre antes de testes em seres humanos começarem. - Ela tem como intuito avaliar a segurança e eficácia de um novo composto ou molécula. A pesquisa clínica é o estágio final e o mais duradouro nos estudos relacionados ao desenvolvimento de novos fármacos ou procedimentos, pois, entre os resultados satisfatórios, são verificadas a eficácia e segurança deles nos seres humanos. Portanto, é possível obter informações robustas e seguras sobre um tratamento inovador utilizando exclusivamente os resultados dos estudos clínicos, obtendo, assim, a aprovação junto aos órgãos reguladores. A execução de estudos multicêntricos permitiu a unificação de regulamentos que foram expressos em diretrizes com padrão internacional de qualidade ética e científica para condução de estudos clínicos, para que a credibilidade e a precisão dos dados e dos resultados obtidos, bem como a proteção do direito, integridade e confidencialidade dos participantes do estudo, fossem assegurados. Essas diretrizes são conhecidas como Boas Práticas Clínicas (BPC ou GCP – do inglês, Good Clinical Practices). Princípios básicos das BPC: Segurança e bem-estar dos participantes acima dos interesses da ciência. A pesquisa clínica só poderá ser realizada se houver informações previas e sugestivas de benefícios e se elas justificarem os riscos. As pesquisas clinicas devem ser conduzidas por pessoas qualificadas e apresentar bases solidas O participante de pesquisa deve assinar o TCLE e/ou TALE antes de iniciar a pesquisa A confidencialidade dos participantes deve ser respeitada Pontos positivos e vulneráveis da pesquisa clinica no Brasil: - Alta relevância demográfica com um país com mais de 200 milhões de habitantes. - Composição étnica diversificada, o que torna possível a realização de estudos complementares, em que essas variações se fazem necessárias. - Relevância econômica ocupando o posto de maior Produto Interno Bruto (PIB) no cenário da América Latina e, globalmente, ocupa o nono posto (2021). - Tamanho do mercado farmacêutico, que facilita a condução de estudos localmente. - Custo competitivo quando comparado a outros países (salários, honorários). - Presença de um órgão referência em regulação sanitária (ANVISA), classificada com nota máxima pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e considerada desde 2010 uma referência regional. - Existência do Sistema CEP/Conep, consolidado e reconhecido internacionalmente. Pontos vulneráveis: - A Falta de uso das ferramentas de gerenciamento de projeto para planejar e conduzir um estudo clínico nas empresas e patrocinadores locais resulta em falta de sincronia de recursos. - A comunicação e a interação entre todas as partes envolvidas no processo para o desenvolvimento de novos medicamentos e tecnologias, incluindo a formação de parcerias entre a indústria, universidade e governo, precisa funcionar em sintonia. - A extensão e a complexidade do Brasil têm formas de atendimento diferenciadas e, portanto, nem sempre é possível recrutar a quantidade de participantes necessários para a condução de um ensaio clínico, visto que a elegibilidade de estudos é muito restrita. - Muitos estudos requerem a realização de exames de alta complexidade, que, muitas vezes, não estão disponíveis em determinada região, mesmo sendo pagos pelo patrocinador. - O Brasil é um país de dimensões continentais, com regiões muito distantes entre si e com grandes limitações de transporte, o que cria um fator complicador para a execução de estudos clínicos multicêntricos. - Cabe salientar que, de acordo com a RDC nº 09/2015, qualquer patrocinador que tenha interesse em fazer ensaios clínicos no território nacional com medicamentos para fins de registro deve encaminhar à ANVISA o Dossiê de Desenvolvimento Clínico do Medicamento (DDCM). - O DDCM é o conjunto de documentos com informações sobre as etapas de desenvolvimento da medicação sendo pesquisada, incluindo o plano de desenvolvimento e a brochura do investigador para casos de desenvolvimento nacional, de produtos biológicos e de estudos Fase I ou II. O delineamento de um ensaio clínico apoia-se em cinco colunas mestras: - Configuração do estudo clínico - Definição de variáveis - Tipos de controle -Uniformidades dos grupos - Processo de mascaramento Fases do estudo clínico: Fases da pesquisa clínica: As pesquisas iniciadas em laboratório possuem segmento nos estudos com experimentação animal e, somente após esses resultados, em seres humanos. A pesquisa com seres humanos é composta por uma série de fases para, posteriormente, a terapia ser disponibilizada, produzida e comercializada. ✓ As agências regulamentadoras em âmbito mundial desenvolvem processos específicos para os estudos clínicos, com o objetivo de garantir a segurança dos novos tratamentos utilizados para os seres humanos – desde o desenvolvimento até a comercialização. ✓ Além disso, há normas para as etapas posteriores à implementação do tratamento na rede de saúde que abrangem o monitoramento do pós-lançamento do medicamento. ✓ O desenvolvimento de um novo tratamento é divido em três grandes estágios de pesquisa, que são: pesquisa básica, préclínica e clínica Pesquisa básica: ✓ Identifica a molécula e os compostos para um possível tratamento de uma determinada doença. ✓ Nesse momento, diversos compostos são estudados nas universidades, fundações e instituições de pesquisa. ✓ Nessa etapa, a pesquisa tem como objetivo a geração de novos conhecimentos, porém sem previsão de aplicação prática. Pesquisa pré-clínica: Abrange testes in vitro e in vivo (animais) de acordo com as normas e diretrizes éticas em pesquisa, com o intuito de avaliar os parâmetros de segurança e a eficácia de uma nova molécula ou de um novo composto. Avalia-se, neste momento, se um novo medicamento tem o potencial de tratamento para uma determinada patologia. ✓A pesquisa clínica é o estágio final e o mais demorado, exigindo mais investimentos. ✓Os compostos que apresentaram resultados positivos nas pesquisas básica e pré-clínica são testados quanto à sua eficácia e segurança em seres humanos. ✓ Somente com os resultados dos estudos clínicos é possível obter as informações completas sobre o possível tratamento inovador e, dessa forma, obter a aprovação junto aos órgãos reguladores para a comercialização. ✓ A pesquisa clínica é composta por quatro fases sucessivas e necessárias para a aprovação da nova medicação pelas diversas agências regulatórias: por exemplo, a ANVISA, no Brasil, e a FDA (Federal Food and Drug Administration) para posterior liberação e disponibilizaçãopara uso geral. Fases da pesquisa em seres humanos: Fase 1: realizada geralmente em indivíduos sadios com o objetivo principal de avaliar primeiramente a segurança e a dosagem ideal (no caso de medicamentos) do produto sob investigação Fase 2: feita em um número maior de sujeitos de pesquisa, tem o objetivo de avaliar a eficácia do produto e obter mais informações sobre segurança, como, por exemplo, a incidência de reações adversas Fase 3: realizada em um grupo ampliado de sujeitos de pesquisa, seu objetivo é confirmar os dados de segurança e eficácia obtidos na Fase 2, determinar as reações adversas mais frequentes e a relação risco/benefício nos curto e longo prazos do produto sob investigação. Nesta fase, em geral, o produto é comparado com outro para avaliar sua eficácia. Fase 4: feita após a comercialização do produto com o objetivo de detectar eventos adversos pouco frequentes ou não esperados, explorar novas indicações, métodos de administração ou combinações. Monitoramento dos participantes: A proteção dos participantes nas pesquisas que envolvem seres humanos é uma das atribuições dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs), estando regulamentada em esfera nacional e internacional. O processo de avaliação de um determinado risco a um participante de pesquisa tem como propósito prevenir os danos à saúde devido à exposição a um agente externo, por exemplo, a um fármaco. Um risco alto está diretamente relacionado com uma probabilidade maior de ocorrência de Eventos Adversos (EA). O monitoramento de EA deve ser realizado pelos CEPs no processo de acompanhamento dos protocolos de pesquisa clínica e pela ANVISA. O processo de monitoramento de um EA deve ser feito de maneira global e não pode se resumir apenas à análise individual de cada relato. Com a publicação da regulamentação sobre Ensaios Clínicos com medicamentos no Brasil, a RDC nº 09/2015 traz a notificação de eventos adversos como uma das formas de monitoramento de segurança que o patrocinador deve realizar durante o desenvolvimento do medicamento experimental. Evento adverso (EA): Qualquer ocorrência médica desfavorável ao paciente ou participante da investigação clínica e que não tem necessariamente relação causal com o tratamento, podendo ser qualquer sinal ou sintoma, desfavorável e não intencional, ou doença associada ao tratamento, incluindo achados laboratoriais alterados. Evento adverso inesperado: Um evento adverso cuja natureza ou severidade não é consistente com as informações aplicáveis ou conhecidas do produto e não está descrito na bula, monografia, brochura do pesquisador ou protocolo do estudo. Evento adverso grave: Qualquer ocorrência médica desfavorável que resulta em: morte; ameaça ou risco de vida; hospitalização ou prolongamento de uma hospitalização preexistente, incapacidade persistente ou significativa; anomalia congênita ou defeito de nascimento e ocorrência médica significativa. - Na ocorrência de qualquer tipo de EAG, o patrocinador deve ser notificado pela equipe de pesquisa em até 24 horas do conhecimento do evento. - Após essa comunicação, o patrocinador deve encaminhar a ocorrência do EAG aos centros participantes do estudo e à farmacovigilância. - Cada centro envolvido tem a responsabilidade de notificar seu CEP local e cabe ao CEP do centro coordenador notificar a Conep. Organização do protocolo: I. Introdução II. Estudos randomizados completos III. Perspectivas históricas IV. Matérias éticas, regulatórias e legais V. Desenvolvimento de protocolos VI. Condução do protocolo Partes do protocolo: 1. Página título 2. Organização e investigadores do estudo 3. Página de assinaturas 4. Sinopse 5. Tabela de conteúdos 6. Lista de abreviaturas 7. Glossário dos termos 8. Introdução e bases 9. OBJETIVOS 10. Desenho do estudo 11. População do estudo e sujeitos 12. Tratamento do estudo 13. Avaliação da eficácia 14. Avaliação da segurança e eventos adversos 15. Dados financeiros 16. Condução do estudo 17. Controle dos dados 18. Métodos estatísticos 19. Dados éticos e regulatórios 20. Matérias administrativas 21. Referências 22. Apêndice Estrutura de um centro de pesquisa clínica: - Equipe multidisciplinar - Estrutura física: - Salas adequadas e destinadas à pesquisa - Salas específicas para o estudo – sala climatizada, testes específicos, leito-dia etc. - Conforto para os sujeitos da pesquisa - Comunicação com os sujeitos da pesquisa. - Apoio Institucional - Disponibilidade de tempo - Comitê de Ética em Pesquisa Investigadores: qualificação acadêmica; treinamento; experiencia; curriculum atualizado - Familiarização com produto sob investigação - Reunião prévia com patrocinadores ou agência financiadora - Reuniões com toda a equipe e envolvimento - Atribuição de funções – responsabilidades Equipe: multidisciplinar e adequada ao estudo Coordenador local: fundamental; organização; arquivo; conato com doentes; recrutamento; relação com os pesquisadores Financiamento: - Garantido no início do estudo - Previsão completa de gastos - Alimentação e transporte - Fontes: laboratório patrocinador ou agências de fomento - Financiamento próprio - Bolsas de estudo. MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS Questões centrais para a medicina Baseada em Evidências: 1 – Pergunta Tendo a pergunta em mãos, é necessário classificá-la quanto ao tipo: ✓ pergunta sobre etiologia; ✓ pergunta sobre diagnóstico; ✓ pergunta sobre terapia; ✓ pergunta sobre prognóstico; ✓ pergunta sobre profilaxia; ✓ pergunta sobre custo-benefício Após classificar a pergunta, busca-se o melhor desenho de pesquisa clínica para respondê-la: • Por exemplo, na pergunta sobre tratamento, o melhor desenho de pesquisa é o conjunto de ensaios controlados aleatórios. • A pergunta tem quatro componentes próprios: doença, intervenção, desfecho clínico, grupo controle. Esses sempre deverão estar presentes na sua formulação (Richardson et al., 1995; Counsell, 1997). Por exemplo: ✓ Doença ® acidente vascular cerebral isquêmico. ✓ Intervenção ® uso de aspirina. ✓ Controle ® placebo. ✓ Desfecho ® dependência física. ➔ Diagnóstico: • Do ponto de vista prático, a medicina baseada em evidências requer dos testes diagnósticos a sua utilidade. • Não é necessário apenas saber se uma determinada proteína - a troponina, por exemplo - tem sua concentração aumentada em pacientes com infarto do miocárdio, conforme publicação no New England Journal of Medicine (Ohman et al., 1996); mas, dado o aumento daquele índice, saber qual será a possibilidade de o paciente ter o infarto. ➔ Tratamento • Os resultados de ensaios clínicos de bom nível são, com muita frequência, aparentemente controversos, mesmo em casos em que a terapêutica é realmente eficaz. • Nesses casos, e em muitos outros, a realização de revisão sistemática sobre o assunto, seguida de uma síntese estatística a que podemos chamar metanálise na qual se associam todos os casos estudados adequadamente, como se fizessem parte de um estudo único, obtendo-se uma resultante do efeito terapêutico no conjunto, será então a melhor evidência existente em relação àquele efeito terapêutico. • As revisões sistemáticas, deveriam ser realizadas antes de qualquer afirmação ser considerada e, também, antes de se iniciar qualquer projeto de pesquisa clínica. REVISÃO SISTEMÁTICA • As razões para a realização das revisões sistemáticas da literatura são várias: ✓ sintetizar as informações sobre determinado tópico; ✓ integrar informações de forma crítica para auxiliar as decisões; ✓ usar um método científico reprodutível; ✓ determinar a generalização dos achados científicos; ✓ permitir avaliar as diferenças entreos estudos sobre o mesmo tópico; ✓ explicar as diferenças e contradições encontradas entre os estudos individuais; ✓ aumentar o poder estatístico para detectar possíveis diferenças entre os grupos com tratamentos diferentes; ✓ aumentar a precisão da estimativa dos dados, reduzindo o intervalo de confiança; ✓ refletir melhor a realidade. • As revisões sistemáticas apresentam as vantagens de seguir métodos científicos rigorosos e poderem ser reproduzidas, criticadas, e de terem a crítica incorporada em sua publicação eletrônica. • É importante ressaltar ainda que, com elas, evitam- se duplicações de esforços, pois, quando feitas uma vez, poderão ser divulgadas e utilizadas mundialmente. • Além disso, pode-se tornar uma publicação viva, facilmente atualizada de tempos em tempos. • O Centro Cochrane do Brasil tem a missão de realizar, auxiliar e divulgar revisões sistemáticas em condutas na área da saúde. GUIDELINES • Nada mais são que sugestões de condutas clínicas, que só devem ser aceitas se baseadas nas melhores evidências científicas existentes, produzidas de maneira estruturada (frequência, diagnóstico, tratamento, prognóstico, profilaxia), com bom senso e honestidade. • Na ausência de evidências com a qualidade desejada (bons ensaios clínicos, por exemplo), torna-se por base o consenso de especialistas no assunto. • De forma que, informações relevantes, adequadas para cada situação, são cotadas em relação ao custo- benefício (eficiência) e passam a ser o elo final entre ciência de boa qualidade e a boa prática médica. • Isso tem se tornado rotina nos países desenvolvidos e é dramaticamente necessário nos países em desenvolvimento, onde recursos escassos não podem ser desperdiçados. HABILIDADES DECISÃO CLÍNICA: • Há ainda, além do julgamento competente e honesto das informações, a participação das preferências do paciente, devidamente informado, no processo de decisão do médico. • A experiência profissional na aplicação daquilo que tem boa base científica permite o ajuste final tanto da prática quanto da criação de novas pesquisas. • Assim, utilizando-se a medicina baseada em evidências, não teremos a garantia de bons resultados, mas diminuem-se claramente as possibilidades de maus resultados, aumentando-se a eficiência profissional, com menor desperdício de recursos e energia do médico e do paciente. Produz-se mais eficiência NÍVEIS DE EVIDÊNCIA • I. Revisão sistemática com metanálise. • lI. Megatrial[(> 1.000)J pacientes. • lII. Ensaio clínico randomizado [(< 1.000) J pacientes. • IV Coorte (não randomizado). • V Estudo caso controle. • VI. Série de casos (sem grupo controle). • VII. Opinião de especialista. O PROCESSO DE REVISÃO SISTEMÁTICA: BUSCA DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS EM BASES DE DADOS ONLINE: A medicina baseada na evidência (MBE) foi definida como “o uso consciencioso e criterioso da melhor evidência atual relativa à pesquisa clínica sobre o tratamento de doentes”. Dito de outro modo, a medicina baseada na evidência é o processo de pesquisa sistemática, de validação e de aplicação dos dados da investigação atual como base para a tomada de decisões clínicas PARA PRATICARMOS A MBE, DEVEMOS SEGUIR OS SEGUINTES PASSOS: • Transformação da necessidade de informação (sobre prevenção diagnóstico, prognóstico, tratamento etc.) em uma pergunta que pode ser respondida. • Identificação da melhor evidência com a qual responder a essa pergunta (verificação do melhor desenho de estudo para a questão clínica). • Acesso às principais bases de dados da área da saúde, como a Cochrane Library, MEDLINE, EMBASE, SciELO e LILACS, em busca de estudos bem delineados. • Realização de análise crítica da evidência em relação à validade (proximidade da verdade), ao impacto (tamanho do efeito) e à aplicabilidade (utilidade na prática clínica). ➔ Descritores de assunto (Decs): - Descritores em Ciência da Saúde - Usado para indexar os artigos científicos, relatórios técnicos, livros etc... - Vocabulário controlado - Trilingue – Português, Espanhol e Inglês Base de dados: LILACS; MEDLINE; SciElo; COCHRANE; LEYES Operadores lógicos booleanos: Onde encontrar as evidências? • Cadernos AB-MS • BVS • Saúde Baseada em Evidencias – MS/CAPES • INCA • UpToDate • Clinical Evidence, • TripDataBase, • Cochrane • PubMed DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Também conhecidas como: ✓ Doenças crônicas-degenerativas ✓ Doenças crônicas não infecciosas ✓ Doenças crônicas não transmissíveis ✓ Doenças não transmissíveis Doenças e agravos não transmissíveis (DANT): ✓ Doenças Psiquiátricas ✓ Traumatismos (acidentes/violências) ✓ Doenças genéticas ✓ Doenças relacionadas à assistência da gestação e parto ✓ Deficiências/carências e outros distúrbios nutricionais ✓ Intoxicações ✓ Outras: doenças imunológicas, endócrinas, etc ✓ Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) Exemplos de DCNTs: Existem outras doenças crônicas não transmissíveis, mas o foco do plano do governo é sobre essas doenças, até porque, melhorando essas doenças, já melhoram outras → A atuação nesses grupos de doenças trará benefícios para as demais DCNT Doenças crônicas não transmissíveis: • Doenças cardíacas e cerebrovasculares • Cânceres • Diabetes • Hipertensão • Doenças auto-imunes • Doenças crônicas do aparelho respiratório • Doenças mentais • Lesões por acidentes • Violência A magnitude das DANTs na civilização humana é crescente e os custos econômicos e sociais delas decorrentes se avolumam e tornam-se um problema de saúde pública → morte prematura, incapacidade em idade produtiva, aumento dos custos assistenciais, sobrecarga da demanda pelos serviços de saúde... Com o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, teve-se a necessidade de mudar o sistema antes fragmentado e hierarquizado para um sistema de redes poliárquicas de atenção à saúde: Antes o serviço era hierarquizado: ABS → MC (média complexidade) → AC (alta complexidade). Atualmente: uma rede comunicativa, integralizando os serviços, com referenciamento do paciente de acordo com suas necessidades para a continuidade do seu tratamento DCNT no Mundo: ✓ As DCNT são as principais causas de morte no mundo, correspondendo a 63% dos óbitos em 2008. ✓ Aproximadamente 80% das mortes por DCNT ocorrem em países de baixa e média renda. ✓ Um terço dessas mortes ocorre em pessoas com idade inferior a 60 anos. ✓ A maioria dos óbitos por DCNT são atribuíveis às doenças do aparelho circulatório (DAC), ao câncer, à diabetes e às doenças respiratórias crônicas. ✓ As principais causas dessas doenças incluem fatores de risco modificáveis. Dados da transição epidemiológica em países em desenvolvimento, indicam uma rápida substituição das doenças infecciosas pelas não transmissíveis, como a depressão e a doenças cardíacas → até 2020, as doenças não transmissíveis deverão representar sete em cada dez mortes nas regiões em desenvolvimento, afetando principalmente os idosos DCNT no Brasil: ✓ As DCNTs constituem o problema de saúde de maior magnitude e correspondem a 72% das causas de mortes. ✓ As DCNT atingem mais camadas pobres da população e grupos vulneráveis. ✓ Apesar de ainda elevada, observou-se redução de 20% nas taxas de mortalidade por DCNTs na última década, principalmente em relação às doenças do aparelho circulatório e respiratórias crônicas. Entretanto, as taxas de mortalidade aumentaram para diabetes (↑obesidade) e câncer (↓diagnostico, ↓acesso tratamento) (nesse mesmo período. ✓ A redução das DCNT pode ser, em parte, atribuída à expansão da Atenção Básica, melhoria da assistência e redução do tabagismo nas últimas duas décadas. Tecnologia leve: relacionada ao acolhimento,empatia, relação inter-humanos Tecnologia dura: máquinas, aparelhos Tecnologia leve-dura: integração das relações inter- humanas com as máquinas De acordo com o estudo feito por Deborah Malta em 2015: 45,1% dos entrevistados no brasil referiram ter pelo menos uma doença crônica não transmissível: • A hipertensão arterial apresentou a maior prevalência dentre as DCNT, com 21,4%; • seguida por problema crônico de coluna (18,5%), • depressão (7,6%), • artrite (6,4%); • diabetes (6,2%). O grau de limitação intenso/muito intenso apresentou maiores prevalências para outra doença mental (37,6%) outra doença mental (esquizofrenia, transtorno bipolar, psicose ou TOC). Características epidemiológicas das doenças não transmissíveis: - História natural prolongada - Longo período de latência - Doenças complexas: multiplicidade de fatores de risco - Interação de fatores etiológicos conhecidos e desconhecidos - Causa necessária desconhecida em sua maioria Fatores de risco relacionados às doenças não transmissíveis: ✓ Idade ✓ Sexo ✓ Fatores genéticos e epigenéticos ✓ Exposições tóxicas ocupacionais/ambientais - Fatores de risco modificáveis que mais a OMS prioriza: ✓ Tabagismo ✓ Consumo excessivo de bebidas alcoólicas ✓ Obesidade ✓ Fatores nutricionais: - Consumo insuficiente de frutas e hortaliças - Consumo excessivo de gorduras animais - Consumo de sal e açúcar acima das doses recomendadas ✓ Inatividade física Planos de ações estratégias para o enfretamento das DCNT no Brasil 2011-2022 (Ministério da Saúde): Metas nacionais propostas: ✓ reduzir a taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DCNT em 2% ao ano; ✓ reduzir a prevalência de obesidade em crianças; ✓ reduzir a prevalência de obesidade em adolescentes; ✓ deter o crescimento da obesidade em adultos; ✓ reduzir as prevalências de consumo nocivo de álcool; ✓ aumentar a prevalência de atividade física no lazer; ✓ aumentar o consumo de frutas e hortaliças; ✓ reduzir o consumo médio de sal; ✓ reduzir a prevalência de tabagismo; ✓ aumentar a cobertura de mamografia em mulheres entre 50 e 69 anos; ✓ aumentar a cobertura de exame preventivo de câncer de colo uterino em mulheres de 25 a 64 anos; ✓ tratar 100% das mulheres com diagnóstico de lesões precursoras de câncer. Os estados saúde-doença decorrem de fatores relacionados aos seguintes elementos: - Biologia humana - Ambiente - Estilo de vida - Organização da atenção à saúde NEXO CAUSAL: Uma causa leva a um efeito ou efeitos. Ex.: causa: tabaco Efeitos: Neoplasia Maligna do Estômago; Neoplasia Maligna da Laringe; Neoplasia Maligna dos Brônquios e do Pulmão; Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas; Acidente Vascular Cerebral ou Um efeito tem várias causas Ex.: efeito: câncer de boca, faringe e laringe Causas: tabagismo, consumo de álcool, infecção pelo HPV... A representação de Dahlgren e Whitehead em 1992 dos determinantes mais amplos da saúde, abaixo, informou o Relatório Acheson (DH, 1998) eo Governo do Escocês Igualmente Bem (SG, 2008a). Ela continua a ser a ilustração mais eficaz dos determinantes da saúde e continua a informar o trabalho dos que se preocupam com a compreensão e reduzir o hiato da desigualdade na saúde. Idade, sexo e fatores hereditários: no modelo de Dahlgren e Whitehead, as características pessoais (como idade, sexo, etnia e fatores constitucionais (genéticos, biológicos) ocupam o núcleo. Esses fatores são altamente significativos para a saúde, mas em grande parte são vistos como fora do alcance e influência de estratégias, políticas e práticas de melhoria da saúde pública. No entanto, outros fatores, que por sua vez podem ser influenciados, estendem-se em camadas a partir do núcleo do model Fatores individuais de estilo de vida: às vezes descritos como "escolhas" de estilo de vida, essa camada refere- se a comportamentos como o tabagismo, abuso de álcool e outras drogas, má alimentação ou falta de atividade física. Redes sociais e comunitárias: as redes se referem à família (pais, filhos, parceiros), aos amigos e aos círculos sociais mais amplos à nossa volta. As redes sociais e comunitárias são um fator de proteção em termos de saúde. E, embora possa arriscar declarar o óbvio, é a qualidade e não a quantidade de relacionamentos que importa. Condições de vida e de trabalho: inclui acesso e oportunidades em relação, por exemplo, Educação, formação e emprego, saúde, serviços sociais, habitação, transportes públicos e comodidades. Ele inclui instalações como água corrente e saneamento, e ter acesso a bens essenciais como alimentos, roupas e combustível. Condições socioeconómicas, culturais e ambientais gerais: representa factores sociais, culturais, económicos e ambientais que afectam a saúde eo bem- estar e incluem, por exemplo, os salários, o rendimento disponível, a disponibilidade de trabalho, a tributação e os preços; Combustível, transporte, alimentação, vestuário Estas condições gerais podem afectar directamente a capacidade de despesa do governo e, por sua vez, têm uma influência directa nas prioridades da saúde e da política social. Intervenção nos fatores de risco: • Não modificáveis – Sexo – Idade – Genótipo • Modificáveis –Pela ação direta dos serviços de saúde - Estado imunitário - Mudanças dos hábitos alimentares - Nível de colesterol - Políticas anti-tabagismo – Pela ação de outros setores - Analfabetismo - Pobreza PLANO DE ENFRETAMENTO DE DCNT O 'Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022' define e prioriza as ações e os investimentos necessários no sentido de preparar o país para enfrentar e deter as DCNT nos próximos dez anos.; O objetivo do Plano de DCNT é promover o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e de seus fatores de risco, e fortalecer os serviços de saúde voltados para a atenção aos portadores de doenças crônicas. Fundamenta-se no delineamento de três principais diretrizes ou eixos: ➢Vigilância, informação, avaliação e monitoramento; ➢Promoção da saúde; ➢Cuidado integral. 1. Vigilância, informação, avaliação e monitoramento Os três componentes essenciais da vigilância de DCNT são: - Monitoramento dos fatores de risco; - Monitoramento da morbidade - Mortalidade específicas das doenças; => gestão, políticas, planos, infraestrutura, recursos humanos e acesso a serviços de saúde essenciais, inclusive a medicamentos. O eixo da Vigilância dará sequência às ações de monitoramento de DCNT e seus fatores de risco e ampliará novas ações em termos de inquéritos populacionais mais amplos, pesquisas de monitoramento de desigualdades, entre outros. As principais ações são: a) realização da Pesquisa Nacional de Saúde em 2013, em parceria com a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), gerando informações e conhecimentos sobre o processo saúde-doença e seus determinantes sociais, para formulação de políticas de saúde no Brasil. Serão pesquisados temas como: acesso aos serviços e sua utilização; morbidade; fatores de risco e proteção a doenças crônicas; e saúde dos idosos, das mulheres e das crianças. Também serão feitas medições antropométricas e de pressão arterial, além de coleta de material biológico; b) realização de inquéritos populacionais, telefônicos e em populações especiais, como adolescentes; c) realização de estudos sobre DCNT, como análises de morbimortalidade, avaliação de intervenções em saúde, estudos sobre desigualdades em saúde, identificação de populações vulneráveis (indígenas, quilombolas, outras), avaliação de custosde DCNT, entre outros; e d) criação de um portal na internet, para monitorar e avaliar a implantação do Plano Nacional de Enfrentamento das DCNT, bem como a evolução das DCNT no país. 2. Promoção da saúde Compreendendo a importância das parcerias para superar os fatores determinantes do processo saúde- doença, foram definidas diferentes ações envolvendo diversos ministérios (Educação, Cidades, Esporte, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Agricultura/Embrapa, Trabalho e Planejamento), a Secretaria Especial de Direitos Humanos, a Secretaria de Segurança Pública, órgãos de Trânsito e outros, além de organizações não governamentais, empresas e sociedade civil, com o objetivo de viabilizar as intervenções que impactem positivamente na redução dessas doenças e seus fatores de risco, especialmente para as populações em situação de vulnerabilidade. As principais ações são: ATIVIDADE FÍSICA: a) Escolas: promoção de ações de alimentação saudável, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar. b) Oferta de alimentos saudáveis: estabelecimento de parcerias e acordos com a sociedade civil (agricultores familiares, pequenas associações e outros), para o aumento da produção e da oferta de alimentos in natura, visando ao acesso à alimentação adequada e saudável. c) Apoio a iniciativas intersetoriais, para o aumento da oferta de alimentos básicos e minimamente processados, no contexto da produção, do abastecimento e do consumo alimentar. d) Acordos com a indústria para redução do sal e do açúcar: estabelecimento de acordo com o setor produtivo e parceria com a sociedade civil, para redução do sal e do açúcar nos alimentos, buscando avançar em uma alimentação mais saudável. e) Redução dos preços dos alimentos saudáveis: fomento à adoção de medidas fiscais, tais como redução de impostos, taxas e subsídios, visando à redução dos preços dos alimentos saudáveis (frutas, hortaliças) e o estímulo a seu consumo. f) Implantação do 'Plano Intersetorial de Obesidade', com vistas à redução da obesidade na infância e na adolescência. TABAGISMO E ÁLCOOL a) Adequação da legislação nacional que regula o ato de fumar em recintos coletivos: ampliação das ações de prevenção e de cessação do tabagismo, com atenção especial aos grupos mais vulneráveis (jovens, mulheres, população de menor renda e escolaridade, indígenas, quilombolas). b) Fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos derivados do tabaco e álcool, com o objetivo de reduzir o consumo. c) Apoio à intensificação de ações fiscalizatórias em relação à venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. d) Fortalecimento das ações educativas voltadas à prevenção e à redução do uso de álcool e tabaco, pelo programa 'Saúde na Escola'. e) Apoio a iniciativas locais de legislação específica, no sentido do controle de pontos de venda de álcool e do horário noturno de fechamento de bares e outros pontos correlatos de comércio. ENVELHECIMENTO ATIVO: a) Implantação de um modelo de atenção integral ao envelhecimento ativo, favorecendo ações de promoção da saúde, prevenção e atenção integral. b) Promoção de envelhecimento ativo e de ações que envolvam a Saúde Suplementar. c) Incentivo aos idosos para a prática da atividade física regular no programa 'Academia da Saúde'. d) Capacitação das equipes de profissionais da Atenção Primária em Saúde para o atendimento, acolhimento e cuidado da pessoa idosa e de pessoas com condições crônicas. e) Incentivo à ampliação da autonomia e independência para o autocuidado e o uso racional de medicamentos. f) Criação de programas para formação do cuidador da pessoa idosa e com condições crônicas. 3. Cuidado integral Serão realizadas ações visando ao fortalecimento da capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde e à ampliação das ações de cuidado integrado para a prevenção e o controle das DCNT. As principais ações são: a) Linha de cuidado de DCNT: definição e implementação de protocolos e diretrizes clínicas das DCNT com base em evidências de custo-efetividade, vinculando os portadores ao cuidador e à equipe da Atenção Primária, garantindo a referência e contra- referência para a rede de especialidades e hospitalar, e favorecendo a continuidade do cuidado e a integralidade na atenção. b) Capacitação e telemedicina: capacitação das equipes da Atenção Primária em Saúde, expandindo recursos de telemedicina, segunda opinião e cursos à distância, para qualificação da resposta às DCNT. c) Medicamentos gratuitos: ampliação do acesso gratuito aos medicamentos e insumos estratégicos previstos nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas das DCNT e tabagismo. d) Câncer do colo do útero e de mama: aperfeiçoamento do rastreamento do câncer do colo do útero e de mama: universalização desses exames a todas as mulheres, independentemente de renda e raça/cor, reduzindo desigualdades; e garantia de 100% de acesso ao tratamento de lesões precursoras de câncer. e) Implantação do programa 'Saúde Toda Hora’ (Atendimento de urgência. Atenção domiciliar; Unidades coronarianas e de AVE) Metas do Plano DCNT – Mortalidade 30-69 anos (prematura): 2000-2011: Taxa de mortalidade prematura por DCNT (<70 anos) para o conjunto das 4 DCNT, Brasil, 2011 a 2022 → meta: Reduzir a taxa de mortalidade prematura por DCNT em 2% aa Metas do Plano de DCNT – Tabagismo: Meta: OMS: redução - 30% até 2025 No Brasil: 2010-2012: reduziu 19,8% Metas do Plano DCNT – Mamografia Meta Brasil: 70% 2010 – 2013: + 6,3% Capitais Metas do Plano DCNT – Papanicolau Meta Brasil: 85% 2010 – 2013: estável Metas do Plano DCNT – Atividade física: frequência de atividade física no tempo livre (lazer*) Meta OMS reduzir 10% sedentarismo No Brasil: 2010 – 2013: + 12,3% (aumento na realização de atividade física) Metas do Plano DCNT – Obesidade: 2010 – 2013: + 15% (houve aumento na frequencia de obesidade) 2012 – 2013: tendência de estabilização Metas do Plano de DCNT - Consumo alimentar Meta = 24% em 2022 2010 – 2013: + 21% Metas do Plano de DCNT - Consumo médio de sal Consumo de sal preconizado pela OMS = 5g Meta do consumo de sódio pela OMS = 2g Metas do Plano de DCNT - Consumo de bebidas alcoólicas No Brasil: 2010 – 2013: - 9,3% (houve redução) Avanços do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil, 2011-2015: Eixos e seus objetivos: Vigilância, informação, avaliação e monitoramento: a) Fomentar e apoiar o desenvolviemnto e o fortalecimento da vigilância integrada de doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco e proteção modificáveis e comuns à maioria delas, por meio do aprimoramento de instrumentos de monitoramento desses fatores, com ênfase nos inquéritos nacionais e locais. b) Avaliar e monitorar o desenvolvimento do Plano de DCNT Promoção da saúde: a) Fomentar iniciativas intersetoriais nos âmbitos públicos e privado, visando o desecademaneto de intervenções e aç~es articuladas que promovam e estimulem a adoção de comportamento e estilos de vida saudáveis. b) Abordar as condições sociais e econômicas no enfretamento dos fatores fatores determinantes das DCNT. c) Proporcionar alternativas relativas à construção de comportamentos saudáveis Cuidado integral: a) Fortalecer a capacidade de resposta do Sistema único de Saude (SUS), a fim de ampliar o conjunto de intervenções diversificadas capazes deproprocionar uma abordagem integral da saúde para prevenir e controlar as DCNT Ações desenvolvidas relacionadas ao Eixo I – Vigilância, Informação, Avaliação e Monitoramento – do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT),Brasil, 2011 a 2015: Iniciativas desenvolvidas: - Sistema de Vigilância de fatores de Risco e Proteção para DCNT por inquérito telefônico (VIgitel) - Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) - Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) → escolar públicas e privadas. Objetivo: determinar a prevalecia de fatores de risco comportamentais junto à população de adolescentes; acompanhar as tendencias dessas prevalências ao longo do tempo; e gerar evidências para orientar e avaliar intervenções. É uma parceria entre o IBGE, Ministério da Saúde e Ministério da Educação. - Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do uso Racional de Medicamentos (PNAUM) no Brasil - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) → Possibilitou monitorar o desenvolviemnto nutricional de cerca de 300 mil crianças acompanhadas pelas equipes de ESF - Portaria do Ministério da Saúde nº23: repasse de recursos financeiros para vigilância e promoção da saúde aos estados, DF e capitais com mais de um 1,5 milhão de habitantes - Participação em Fóruns internacionais da OMS e da OPAS - Capacitação em ensino a distância sobre vigilância - Apoio institucional do Departamento de Ciência e Tecnologia do ministério da Saúde a estudos, como o estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA), Estudo Longitudinal de saúde e Bem-estar dos Idosos (ELSI) e Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes - Apoio e custeio mensal de 19 Registros de Cancer de Base Populacional (RCBP) → esses dados são importantes para apoiar a Política Nacional de Prevenção de Câncer e a gestão da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer - Qualificação dos Sistemas de Informação e Vigilância do câncer - Portal do Plano de DCNT - Estudos de custos em DCNT: análise de custos diretos efetuados em DCNT pela instancia federal do SUS, a cargo do Departamento de Economia da Saúde - Criação de uma base de dados, a partir dos registros da Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC) Ações desenvolvidas relacionadas ao Eixo II – Promoção da Saúde – do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), Brasil, 2011- 2015: ATIVIDADE FÍSICA: - Programa Academia da Saúde: construir espaços físicos para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, produção do cuidado e modos de vida saudáveis, contemplando atividades de alimentação saudável, práticas corporais e prevenção das DCNTs - Programa 11 pela saúde: objetivo de levar mensagens de saúde e prática de atividade física → 11 mensagens de saúde e prática de atividade para crianças em escolas públicas. ALIMENTAÇÃO: Revisão do “Guia Alimentar para a população Brasileira” e do documento Alimentos Regionais Brasileiros → foi realizado acordos voluntários para estabelecer metas nacionais para redução do teor de sódio em alimentos processados TABAGISMO Adesão à Convenção- Quadro para o Controle do Tabaco. Lei nº12546 que regulamenta os ambientes livres de fmo, amplia as advertências nos maços, define preço mínimo de venda e aumenta a taxação dos cigarros para 85% A Anvisa proibiu o uso de aditivos nos cigarros; porém a medida sofreu efeito suspensivo pelo Supremo Tribunal Federal Portaria: ampliação do tratamento dos tabagistas nas unidades do SUS, inclusive com acompanhamento e acesso aos medicamentos ÁLCOOL Medida Provisória nº415/2008: proíbe a comercialização das bebidas alcoólicas em rodovias federais Lei Seca: aumenta o valor da multa, além de autorizar o uso de provas com vídeos, testemunhos ou outros meios de comprovação Projeto de Lei do Senado nº5502/13: propõe proibição e punição de estabelecimentos e aos adultos que vendem bebidas para menores de 18 anos COMUNICAÇÃO Dias Mundiais da Atividades Física e da Saúde Campanha de promoção d saúde: Da Saúde se cuida todos os dias: Incentivo à alimentação saudável; Enfretamento ao uso abusivo do álcool; incentivo á atividade física; controle do tabagismo; incentivo à segurança no trânsito; incentivo à cultura da paz; incentivo ao ambiente saudável; incentivo ao parto normal ENVELHECIMENTO ATIVO Foram desenvolvidas ações de comunicação e mobilização (Envelhecendo com saúde); espaços físicos (Academias da Saúde); qualificação do serviço de urgências em casos de AVC e infarto (Saúde Toda Hora); Farmácia Popular; criação do Programa da Atenção Domiciliar “Melhor em Casa”. POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (PNPS): Amplo processo de revisão da PNPS → objetivo geral de promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo as vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes de fatores determinantes de ordem social, econômica, política, cultural e ambiental Ações desenvolvidas relacionadas ao Eixo III – Cuidado Integral – do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), Brasil, 2011-2015: REDE DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS: Acompanhamento longitudinal dos usuários Rede de Atenção às pessoas com doenças crônicas. Priorizou-se 4 eixos: reno-cardiovascular, que engloba doença renal, diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica; obesidade; câncer; doenças respiratórias crônicas PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE (PMAQ): Tem como diretriz: envolver, mobilizar e responsabilizar o gestor federal, gestores estaduais, municipais e locais, equipes e usuários em um processo de mudança de cultura de gestão e qualificação da Atenção Básica. Avalia: equipamentos, medicamentos e insumos, exames, cadastros de grupos prioritários, acompanhamento, fluxos e referencias, processo de trabalho das equipes PROGRAMA DE REQUALIFICAÇÃO DAS UBS: Fortalecimento da atenção básica, com incentivos financeiros à adequação da infraestrutura da UBS PLANO DE FORTALECIMENTO DA REDE DE PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO: Plano de fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer com o objetivo de reduzir a morbimortalidade por câncer de mama e colo Programa Nacional de Qualidade em Citopatologia VACINAÇÃO Ampliação da oferta da vacina contra hepatite B para a faixa etária de 30 a 49 anos. Vacinação contra HPV para meninas e pré- adolescentes entre 11 e 13 anos ATENÇÃO AO IAM: Protocolo de Síndromes Coronarianas Agudas → garantir que o paciente com infarto receba a terapia de perfusão em tempo adequado Financiamento e custeio de forma diferenciada leitos de unidades de terapia coronarianas ATENÇÃO AO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL A assistência ao portador de AVC regulamentada pela Portaria nº665 Central de telemedicina em hospitais secundários (Parceria entre o Ministério da Saúde e a sociedade Hospital Israelita Albert Einstein) ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Programa Farmácia Popular do Brasil → ampliou o acesso aos medicamentos para doenças mais comuns na população brasileira, principalmente as doenças crônicas não transmissíveis ATENÇÃO DOMICILIAR Programa Melhor em Casa → objetivo de ampliar e qualificar o cuidado domiciliar na atenção básica, ambulatorial e hospitalar, a fim de reduzir a demanda por atendimento hospital e/ou período de permanência de usuários internados, promover a desinstitucionalização e ampliação da autonomia dos usuários Ações intersetoriais do Ministério da Saúde com outros ministérios, desenvolvidas de forma articulada com o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), Brasil, 2011-2015 Análise: - Houve redução: na mortalidade prematura; na prevalência de tabagismo - Aumento de mamografias em mulheres de 50-69 anos; da prevalecia de atividades físicas; do consumoadequado de frutas e hortaliças em 10% - Papanicolau: se manteve estável - A meta de contenção do crescimento da obesidade em adultos não foi alcançada
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