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2 - Partículas cadavéricas 
Em 1843, Oliver Wendell Holmes afirmava que a doença conhecida como febre puerperal era tão contagiosa que era frequentemente carregada de paciente a paciente pelos médicos e enfermeiras. Suas teorias e proposições para evitar o mal não foram aceitas e nem constam nos marcos da História da Medicina. Mais tarde, o trabalho do médico húngaro Ignaz Philipp Semmelweis, mostrou evidências claras sobre o processo de transmissão da enfermidade. Em 1846, Semmelweis trabalhava em uma Clínica Obstétrica, na qual eram instruídos os estudantes de Medicina: a mortalidade média das parturientes, nessa clínica, de maio a julho, nesse ano, foi de 12,23%. Em agosto subiu a 18,05%. Através de um estudo cuidadoso, Semmelweis foi excluindo algumas das várias causas que haviam sido sugeridas para explicar o alto índice de mortalidade. Sabendo que as mulheres que preferiam realizar o parto em suas casas raramente ficavam doentes, concluiu que a causa, provavelmente, deveria estar dentro do próprio hospital. Semmelweis tomava hipótese por hipótese, analisava as evidências, e ia excluindo uma por uma. Semmelweis obteve a informação de que nessa mesma clínica, anteriormente, haviam sido seguidos os métodos ingleses de higiene e a mortalidade durante 20 anos tinha sido muito baixa, cerca de 1,3%. Com a mudança do diretor, que não aceitava a teoria do contágio, os métodos foram abandonados e a mortalidade havia aumentado. O fato que veio lhe trazer uma repentina compreensão desse problema foi a morte de um colega: Jakob Kolletschka, professor de Medicina Legal, morreu em março de 1847. Ao realizar uma autópsia, ele se feriu com o bisturi: seguiu-se a história natural da doença. A ferida que havia se infectado evoluiu para uma infecção geral, chamada "piemia", da qual ele morreu. Semmelweis ficou chocado e percebeu que os sintomas do amigo tinham sido idênticos aos das mulheres com febre puerperal. Não foi a ferida, mas a contaminação da ferida pelo material cadavérico que foi a causa da morte do professor. Por fim, ele concluiu que deveriam ter entrado "partículas cadavéricas" no corpo das mulheres. Os estudantes e os médicos da Primeira Clínica praticavam com grande dedicação a dissecação de cadáveres, para a aprendizagem de Anatomia. Após isso, lavavam apressadamente suas mãos com água (às vezes usando sabão) e as enxugavam em toalhas sujas ou em seus aventais. Daí passavam para o cuidado das pacientes, levando consigo um cheiro nauseante. Após serem introduzidos métodos de descontaminação a mortalidade por febre puerperal caiu, atingindo 1,2%. Semmelweis percebeu que ele próprio foi o responsável pela morte de muitas mulheres e embora não soubesse estava usando da medicina baseada em evidências (MBE) que é definida como o elo entre a boa pesquisa científica e a prática clínica. Semmelweis utilizava provas científicas existentes e disponíveis no momento, para a aplicação de seus resultados na prática clínica.
Objetivos Específicos:
1) Definir febre puerperal, indicando suas características.
“Febre puerperal" é o nome de uma doença que ocorria nas maternidades, matando milhares de mães e crianças. Esse nome descrevia a fase em que a enfermidade ocorria: ela era observada no "puerpério" - o período logo após o parto. A doença era conhecida desde a Antiguidade, mas aumentou muito a partir do século XVII. Coincidentemente, essa foi a época em que os médicos começaram a se dedicar aos cuidados do parto. Antes disso, o nascimento das crianças era acompanhado apenas por parteiras.
Entre 1652 e 1862 foram registradas 200 epidemias da doença. Era comum que 1/10 ou mais das mães morressem após o parto. Frequentemente, os bebês também morriam, com sintomas parecidos. Em certos casos, nas fases mais intensas das epidemias, morriam todas as mulheres que entravam nos hospitais. A enfermidade praticamente só ocorria nos hospitais - os partos realizados em casa, por parteiras, raramente eram seguidos pela febre puerperal.
No fim do século XVIII, havia várias teorias sobre a causa da febre puerperal. 
· Uma delas dizia que a causa era a supressão da hemorragia posterior ao parto (isso na verdade é um sintoma e não a causa). 
· Outra teoria dizia que a causa era o acúmulo de leite dentro do corpo da mulher, após o parto, pois a autópsia dos cadáveres mostrava que muitos órgãos estavam cheios de um líquido branco (na verdade, não se tratava de leite e sim pus). 
· Outros pensavam que a doença era um distúrbio dos humores - descrito como uma condição gástrico-biliosa. 
· Também se atribuía a febre puerperal a fatores emocionais como medo, vergonha, etc.
Desconfiava-se de fatores externos, atmosféricos – miasmas(sujeira), influências cósmicas ou terrestres. Também parecia existir o contágio: logo que a enfermidade aparecia em uma pessoa, no hospital, ela outras pessoas também adoeciam. A febre parecia se espalhar através de uma emanação virulenta, pelo ar.
Na Inglaterra, a teoria mais popular era a do contágio pelo ar. De acordo com nossos conhecimentos atuais, a explicação está errada, mas levou a medidas higiênicas que melhoraram muito as estatísticas.
Charles White, em um livro em 1773, atribuiu a febre puerperal às más condições de realização dos partos na Inglaterra. Adotou medidas de limpeza, ar fresco e temperatura ambiente adequada, além de separar as doentes das sãs. Depois que uma doente morresse ou se recuperasse, devia-se limpar o quarto, lavar cortinas e roupas de cama, passar vinagre no chão e móveis, para purificá-lo.
Cenário Atual
Atualmente, sabe-se que a doença é uma forma de infecção generalizada, que começa no útero e se espalha por todo o corpo, causada por estreptococos. A causa inicial da infecção é a entrada de germes por meio de mãos sujas, instrumentos cirúrgicos, contato com roupas sujas, etc. Como o útero fica ferido após o parto e o desprendimento da placenta, torna-se fácil uma infecção.
A infecção puerperal é considerada um tipo de infecção hospitalar, que tem origem no útero e acomete o aparelho genital após parto ou aborto recente. Trata-se então de qualquer infecção do trato genital, ocorrida durante o puerpério.
É uma infecção grave, é uma das principais causas de morbimortalidade materna. A infecção puerperal pode ser polimicrobiana e os agentes patogênicos são microrganismo anaeróbios e aeróbios da flora do trato geniturinário e intestinal. O mais comum é o Streptococcus pyogenes. 
As infecções pós-parto, quando não causam a morte, podem levar a outras complicações, como a doença pélvica inflamatória e a infertilidade. A endometrite(inflamação do útero) é complicação frequente. Cerca de 10% das mortes maternas no mundo são atribuídas à sepse puerperal, que é considerada a terceira causa direta de mortalidade nesta população.
Principais riscos para infecção 
O parto vaginal apresentar menor risco de infecção puerperal, e quando comparadas as taxas de mortalidade materna, o parto cesariana apresenta três vezes mais chances do que quando comparado ao parto normal no entanto, a origem da infecção pode ser exógena relacionada ao procedimento propriamente dito e condições locais de higiene, ou endógena, relacionada à própria flora genital da paciente.
Piemia – conjunto de manifestações graves proveniente de uma infecção 
Tapiemia – aumento da frequências respiratória e da produção de células sanguíneas
Fatores de que pode proporcionar – condições socioeconômicos, hemorragia excessiva, parto prologado, rompimento das barreiras
Manifestações clínicas 
Os sinais e sintomas geralmente incluem febre superior a 38,0 °C, calafrios, dor no abdômen inferior, e possivelmente mau odor do corrimento vaginal. A infecção pode atingir todos os órgãos e a morte era quase sempre a consequência final.
Fonte: Contágio – A história da prevenção de doenças transmissíveis 
Roberto de Andrade Martins
 2) Identificar os principais períodos e eventos (marcos) da história da medicina, sinalizando os marcos principais. 
● Anatomia Moderna: Andreas Vesalius – 1514 (Bruxelas)
Antes do belga Vesalius,médicos não dissecavam cadáveres. O estudo da anatomia era precário, não sistemático. Ele abria cadáveres de indigentes e as vezes violava covas em cemitérios, literalmente se sujando de sangue em nome da ciência. Assumia o risco ao mexer em órgãos infectados e putrefeitos. O resultado do seu trabalho aventuras está em De Humani Corporis Fabrica (A estrutura do corpo humano), um livro de anatomia considerado uma das obras-primas da medicina e porque não da arte.
Ensino universitário da anatomia entre o século XIV e a metade do século XVI consistia na leitura de um texto pelo professor para os alunos, geralmente o pequeno e prático Anathomia de Mondino dei Liucci, seguido no século XVI por textos de Galeno, enquanto um assistente, usualmente um cirurgião iletrado, mostrava junto do cadáver as estruturas descritas nesse texto.
Ojetivo das dissecções conduzidas como parte do treinamento médico era instrução, mas não investigação
Consequência - Avanços no estudo de doenças e tratamentos.
Bactérias (microrganismos): Antony van Leeuwenhoek – 1675 (Holanda)
Sua descoberta foi devido a uma grande paixão: fabricar e usar microscópios. O holandês Leeuwenhoek, não era médico ou cientista, e saiu do anonimato quando viu criaturas minúsculas agitando-se em uma pequena amostra da água de chuva que havia se acumulado em uma tina, usando lentes que ele mesmo fabricara. Passou então a examinar ao microscópio tudo o que via, de fezes de animais ao próprio esperma.
No século XVII, a descoberta dos microrganismos esteve associada à invenção do microscópio. Aquela época, um modelo simples utilizado por Antony van Leeuwenhoek (pronuncia-se lêiven ruk), um comerciante holandês que tinha como passatempo fazer lentes, permitiu que ele observasse na água de chuva o que chamou de animálculos, provavelmente referindo-se a bactérias e protozoários. Por volta de 1673, seus desenhos, feitos a partir de observações com a utilização desse microscópio, fizeram com que esse cientista amador fosse reconhecido pela sociedade científica.
Contribuição para: Teoria Celular, Pasteurização, transmissão de doenças.
Consequência – Descoberta de uma das maiores causas de doenças e mortes
Circulação do sangues: William Harvey – 1628 (Inglaterra)
	
Harvey abria porcos vivos durante suas aulas. Esse médico britânico dedicou a vida a estudar o funcionamento e a anatomia do coração, veias e artérias. O resultado está em Exercitatio Anatomica de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus, obra fundamental sobre a circulação sanguínea, que pôs por terra conceitos errados que sobreviviam havia 14 séculos. Determinou as diferenças entre a circulação arterial e venosa e colocou como órgão principal da circulação.
E assim constatou que, nos animais, o coração posto a descoberto se contrai e enrijece, da mesma maneira que se contrai e enrijece o bíceps quando se dobra o braço. Deduziu imediatamente que o coração é precisamente um músculo, mas um músculo do tipo particular, já que é oco, o papel desse músculo oco não era, portanto, difícil de adivinhar, serve para lançar o sangue nos vasos. Mas Harvey conhecia perfeitamente as válvulas em ninho de pombos existentes nas veias. Por conseguinte, conforme já se estabeleceu, quando o coração se contrai para expulsar o sangue que lhe chegou através das veias, este é jorrado unicamente nas artérias.
Assim, pois, Harvey foi levado a concluir que as veias levam o sangue ao coração e este o expulsa para as artérias quando das contrações cardíacas. Foi o primeiro a descrever as válvulas membranosas nas veias, que consistem em porções levantadas da sua túnica interior, de forma sigmóide ou semi-lunar, extremamente delicadas. A distância que separa umas das outras é variável de pessoa para pessoa. Aparecem ao longo da parede da veia, voltadas para cima, para a raiz da veia e para o seu lúmen. Pela maior parte dispostas aos pares, uma em face da outra, tocam-se e aderem rapidamente pelos bordos livres, de modo a impedir completamente o sangue de passar da raiz da veia para os seus ramos, ou de uma veia grande para outra menor.
Consequência – Avanços no estudo de doenças e técnicas cirúrgicas.
● Vacina: Edward Jenner – 1796
Do latim vaccinae, vacca, que significa “da vaca” ou “relativo à vaca”. Este termo estava presente na expressão latina variolae vaccinae, para descrever a doença conhecida como a “varíola das vacas”. A varíola foi uma doença devastadora para época e matava até 40% dos doentes e, entre aqueles que sobreviviam, muitos ficavam cegos e multilados. O mal também atacava o gado, cavalos e porcos. O britânico Jenner descobriu que, se uma pessoa fosse contaminada pela ferida da varíola bovina, uma forma muito mais branda da doença, ficaria livre de pegar a varíola humana. Estava descoberto o princípio básico da vacina.
Povos da África e demais da Ásia, iniciaram os experimentos que provocavam a varíola de forma mais branda por terem percebido que aqueles que já tinham sido infectados e sobreviviam à varíola, não mais contraíam a doença. A variolização era realizada por diferentes técnicas, mas todas com a mesma finalidade de inocular crostas ou pus de pessoas doentes em indivíduos saudáveis, de forma que o receptor do inoculo ficasse protegido das formas agravadas da doença. No entanto nesta fase inicial, as práticas eram bastante arriscadas, podendo gerar além do desenvolvimento da forma grave da doença e morte do receptor, a disseminação da própria varíola e também outras doenças, como sífilis e tuberculose.
Janner se baseou na crendice dos camponeses de que aqueles que trabalhavam com vacas não eram infectados pela varíola humana, mas possuíam lesões de moléstia parecida, a vacina, que deu origem a imunização não natural desencadeada pela vacina. Não se deve menosprezar o histórico anterior aos experimentos de Jenner, pois é certo que ele não foi o primeiro a sugerir a imunização pela própria infecção, bem como não inovou na tentativa de inoculá-la com tal propósito. No entanto, ele é considerado precursor da imunologia, pelo fato de apresentar a primeira tentativa científica de controle da doença infecciosa pela vacinação. Edward Janner testou seus experimentos repetidas vezes durante dois anos, de 1796 a 1798, encontrando sempre o mesmo resultado. Após as constatações sobre a segurança e eficácia da inoculação, Jenner iniciou a imunização de crianças utilizando fragmentos de pústulas de cowpox. Na sequência passou a inocular outros indivíduos com o material extraído das feridas de pessoas inoculadas antes, passando, braço a braço, as inoculações.
A vacina surgiu em 1789, quando o médico inglês Edward Jenner, em uma experiência transformadora, aplicou linfa das lesões de uma ordenha de vacas em um garoto, a partir da possiblidade de que a pústula da varíola bovina poderia gerar a imunização daqueles que com ela se contatassem, uma vez que após observar que as mulheres que ordenhavam vacas não contraíam a varíola, mas tinham pequenos ferimentos em suas mãos
Quase oitenta anos após as descobertas científicas de Edward Janner, o contexto das vacinas ganhou um novo destaque, com os estudos de Pasteur e Koch, sendo o ano de 1870 um importante marco da vacinação, quando se estabeleceram as relações de causa–efeito entre a presença de microrganismos patogênicos e doenças. Pasteur e seus colaboradores desenvolveram a tecnologia de se atenuar o agente causal da doença, permitindo a sua inoculação nos indivíduos. Surge então o conceito de vacina e sua produção em larga escala.
Consequência – Prevenção contra varíola e outras doenças graves.
Anestesia: Crawford Long – 1842 
Até o século 19, os pacientes costumavam desmaiar de dor e desespero durante as operações. Foi quando se descobriu o poder anestésico do éter. O primeiro a testar a teoria na mesa de cirurgia foi o americano Long, que convenceu um paciente a cheirar uma toalha embebida em éter até ficar inconsciente. Quando acordou, o sujeito estava sem um cisto no pescoço, sem memória das últimas horas e, melhor, não precisou sentir as doresatrozes da cirurgia.
Na realidade, esta não era a primeira intervenção cirúrgica realizada com anestesia geral pelo éter. Na pequena cidade de Jefferson, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, em 1841, um jovem médico de nome Crawford Williamson Long tinha o hábito de realizar sessões de ether frolics em sua casa. Long participou de várias sessões e teve sua atenção despertada para a insensibilidade que se produzia durante os efeitos do éter, pois, por mais de uma vez, havia se machucado sem nada sentir. Teve, então, a ideia de utilizar o éter em pequenas intervenções cirúrgicas. O primeiro paciente a ser operado sob a ação do éter foi um amigo de nome Venable. Na presença de várias pessoas Long extirpou dois pequenos tumores na nuca do paciente sem que ele nada sentisse. A insensibilidade poderia ser atribuída à hipnose e não ao éter e para obter a prova decisiva, Long aproveitou-se de uma oportunidade ímpar. O filho de um escravo havia queimado a mão e necessitava amputar dois dedos. Long amputou o primeiro deles sob a ação do éter e o segundo depois de cessado o efeito do éter. O rapaz acusou dor somente na segunda amputação.
Long chegou a operar oito casos com anestesia pelo éter, porém acreditava que o método não servisse para grandes intervenções a não ser que o paciente inalasse o éter o tempo todo, o que seria arriscado. Circularam rumores na cidade de que o médico estava pondo em risco a vida dos pacientes e certo dia uma comissão constituída das autoridades locais foi ao seu consultório pedir para que ele renunciasse a essas práticas audaciosas, pois, se um doente morresse ele poderia ser linchado em consequência da revolta da população, costume que era frequente na época. Long abandonou o uso do éter e suas experiências pioneiras só se tornaram conhecidas anos depois.
Consequência – Cirurgias indolores e mais bem-sucedidas.
Raios x: Wilhelm Röntgen – 1895 
O alemão Röntgen investigava uma estranha luz amarelo-esverdeada emitida por um aparelho em seu laboratório. Fez vários testes e, desconfiado, chamou a esposa, Bertha, para comprovar seu palpite. Pediu a ela que colocasse a mão esquerda sobre uma chapa fotográfica e ligou o tal aparelho por seis minutos. Quando revelou a chapa, encontrou o desenho dos ossos dos dedos de Bertha e a silhueta de sua aliança. Eram os raios X.
No dia 8 de novembro de 1895, Wilhelm Conrad Rõntgen, então professor de física na Universidade de Würzburg, Bavária, Alemanha, descobre uma nova espécie de radiação produzida pela passagem de uma corrente elétrica por um tubo de vidro sob vácuo, e que possuía a singular qualidade de, embora invisível a olho nu, produzir fluorescência ao incidir sobre um papel impregnado por cianureto de bário e platina. Mais impressionante era a capacidade destes raios de atravessar corpos sólidos (madeira, papel, partes do corpo humano), com maior ou menor intensidade, dependendo da natureza do material.
Consequência – Método para diagnósticos mais rápidos e precisos.
Cultura de tecidos: Ross Harrison – 1906 
O zoologista americano Harrison descobriu como cultivar células vivas em laboratório, independentemente das plantas ou animais de onde vieram. 
A descoberta permitiu estudar moléculas e células de organismos vivos, desenvolver vacinas contra poliomielite, sarampo, caxumba e raiva, auxiliar na busca de indícios que ajudem a descobrir a causa do câncer e da aids.
Retirou, em condições assépticas, um fragmento de 3 mm do tubo medular de um embrião de sapo e, com auxílio de uma pipeta fina, colocou em uma lamínula sobre uma gota de linfa de sapo adulto a linfa coagulava rapidamente mantendo o fragmento de tecido em posição fixada no vidro. 
A lamínula (lamina )era então invertida sobre uma lâmina de vidro contendo uma cavidade no centro e, em seguida, vedada nas bordas com parafina. Com essa técnica, chamada gota pendente, o tecido se mantinha vivo por um período de 1 a 4 semanas, desde que fosse preparado sobre rigorosa assepsia. Como, naquela época, os recursos de fotografia científica estavam ainda em fase inicial, a morfologia da cultura era registrada por meio de um desenho das imagens obtidas pelo microscópio.
Nos estudos relacionados com o desenvolvimento embrionário do sistema nervoso, uma das questões mais importantes residia na origem das fibras nervosas. Duas teorias estavam em discussão na época: Hensen, respeitado anatomista alemão, defende a ideia de que as fibras seriam formadas a partir da ligação de pequenos segmentos originários das células locais. Santiago Ramon, na Espanha, e His, na Alemanha, acreditavam na teoria neuronal, admitindo que as fibras se desenvolveram mediante um processo de crescimento de dentro para fora das células.
Em continuidade dos seus estudos, Harrison demonstrou, utilizando a técnica da gota pendente, que, de fato, as fibras nervosas emergiam em um processo de crescimento para fora das células, confirmando a teoria neuronal.
Consequência – Revolução no estudo das doenças.
Colesterol: Nikolai Anichkov – 1912 
O russo Anichkov alimentou coelhos com gemas de ovos e descobriu que o animal que mais mata seres humanos no mundo é a galinha. Durante a autópsia, Anichkov notou a presença de placas nas artérias dos coelhinhos, iguais às encontradas nas aortas de corações humanos. Com essa observação, apontou para a medicina o perigo do consumo de colesterol e as doenças provocadas por esse tipo de gordura, como a arteriosclerose.
	
Desde o século 19 já se sabia que as placas de ateroma nas artérias continham colesterol. Em função disso, o patologista russo Nikolaj Anitschkow realizou experimentos em coelhos, nos quais os alimentou com colesterol puro diluído em azeite de oliva. Os coelhos apresentaram depósitos de colesterol nas artérias. Também apresentaram depósitos de colesterol em tendões e outros tecidos conjuntivos. Isso não chega a ser surpresa pois, sendo os coelhos herbívoros , é evidente que não estão metabolicamente equipados para consumir colesterol, acumulando-o em diversos tecidos, coisa que não o corre em humanos. 
Hoje está claro que estes experimentos apenas provam que coelhos não de veriam comer carne , mas na época ajudou a postular a hipótese de que o colesterol e levado no sangue era a causa de seu depósito na parede das artérias (não obstante o fato de que ovelhas, gado, cavalos e babuínos, todo s herbívoros, apresentam placas de aterosclerose embora comam exclusivamente de plantas). Esta teoria lipídica da doença cardiovascular não teve uma vida fácil na primeira metade do século 20. Já em 1936, estudos de necropsia realizados em pacientes que morreram por causas violentas demonstraram que a incidência e se ver idade da aterosclerose não tinha relação alguma com os níveis de colesterol dos falecidos.
Consequência – Novos rumos para o estudo das doenças cardíacas
Transfusão sanguíneas – descobriu os grupos sanguíneos
Oswaldo cruz – saneamento básico do Brasil
Anestesia – ausência d esensiblidade, praticar um desmaio
Antibióticos: Alexander Fleming – 1929
O médico e bacteriologista escocês Fleming descobriu, em 1929, a fórmula da penicilina, o primeiro antibiótico do mundo. Mas foram necessários mais de 12 anos para que se chegasse à etapa de ministrar a nova fórmula em humanos, o que ocorreu somente durante a Segunda Guerra Mundial. Base dos antibióticos, a penicilina revolucionou a medicina e deu impulso decisivo à moderna indústria farmacêutica.
Quando retornou ao trabalho, em setembro, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo, fato que é relativamente frequente.
Colocou-as, então, em uma bandeja para limpeza e esterilização. Neste exato momento entrou no laboratório um seu colega, dr. Pryce, e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes ao seu colega sobre as culturas de estafilococos que estava realizando, quando notou que havia, em uma das placas, um halo transparente em torno do mofo contaminante, o que parecia indicar que aquele fungoproduzia uma substância bactericida. O assunto foi discutido entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior 
O fungo foi identificado como pertencente ao gênero Penicillium, donde deriva o nome de penicilina dado à substância por ele produzida. Fleming passou a empregá-la em seu laboratório para selecionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua ação.
A descoberta de Fleming não despertou inicialmente maior interesse e não houve a preocupação em utilizá-la para fins terapêuticos em casos de infecção humana até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Em 1940, sir Howard Florey e Ernst Chain, de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina – a era dos antibióticos.
Alguns anos mais tarde, Ronald Hare, colega de trabalho de Fleming, tentou, sem êxito, “redescobrir” a penicilina em condições semelhantes às que envolveram a descoberta de Fleming. Após um grande número de experiências verificou que a descoberta da penicilina só se tornou possível
 graças a uma série inacreditável de coincidências:
• o fungo que contaminou a placa, como se demonstrou posteriormente, é um dos três melhores produtores de penicilina dentre todas as espécies do gênero Penicillium;
• o fungo contaminante teria vindo pela escada do andar inferior, onde se realizavam pesquisas sobre fungos;
• o crescimento do fungo e dos estafilococos se fez lentamente, condição necessária para se evidenciar a lise bacteriana;
• no mês de agosto daquele ano, em pleno verão, sobreveio uma inesperada onda de frio em Londres, que proporcionou a temperatura ideal ao crescimento lento da cultura;
• a providencial entrada do dr. Pryce no laboratório permitiu que Fleming reexaminasse as placas contaminadas e observasse o halo transparente em torno do fungo, antes de sua inutilização.
Consequência – A melhor arma contra bactérias.
 DNA: Maurice Wilkins – 1953 
Hoje já fazemos vacinas, medicações e temos até mesmo o genoma mapeado. Toda essa revolução deve-se na maior parte dos méritos pela descoberta do DNA. James Watson e Francis Crick são uma dupla de cientistas que publicou, em 1953, um artigo em que desvendavam o mistério da estrutura de espiral dupla que caracteriza a “chave da vida”. No entanto, a façanha não seria possível sem os estudos do físico neozelandês Wilkins, o primeiro a isolar uma molécula de DNA e fotografá-la com raios X, revelando a forma helicoidal. 
Maurice Wilkins, um físico nuclear, e o seu estudante Raymond Gosling, entraram na corrida experimentando uma nova tecnologia, chamada difração de raios-X. Eles fizeram passar raios-X através de ADN e, em seguida, observaram como o feixe de raios-X era disperso. A partir da forma como os raios dispersavam, eles obtiveram uma outra pista: O DNA tem uma estrutura repetitiva simples, com a forma de um saca-rolhas — ou uma hélice. Wilkins foi a uma conferência para contar esta pista a outros cientistas.
Consequência – Revolução na biologia molecular.
Hipócrites -separação da medicina da religião.
Cada doença tinha sua causa, não era uma vontade de Deus
Espiritual do que é cientifico 
3) Descrever as etapas do método científico (observação, problematização, formulação da hipótese, experimentação, conclusão). 
O método científico é um processo de pesquisa que segue uma determinada sequência de etapas. Além disso, pode ser definido também como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em uma investigação científica com o intuito de obter os resultados mais confiáveis, quanto for possível.
A criação do método científico foi atribuída a Descartes, mas, na verdade, tem suas raízes anteriores a ele, com dois grandes pensadores: Roger Bacon e Francis Bacon.
O método científico surgiu no século XII, durante o período do Renascimento, após uma decadência geral da civilização na Idade Média, em que não houve praticamente nenhum avanço científico importante
De modo geral, o método científico não é um procedimento lógico, rígido e não é uma receita ou uma sequência de passos lineares que necessariamente conduzem a uma resposta ou conclusão. 
Diante de tal afirmação, o conhecimento científico não é definitivo, nunca termina, está sempre evoluindo. A permanente evolução dos modelos científicos não é uma questão meramente funcionalista, mas as mudanças acontecem de acordo com a evolução da ciência e das regras
Observação: Como o próprio diz, é a visualização de um fato (ou fenômeno). Essa observação deve ser repetida várias vezes, buscando obter o maior número possível de detalhes sendo realizada, portanto, com a maior precisão possível. Deve-se tomar o cuidado com os “vícios” para ocorra uma observação correta do fato; em muitos casos, a pessoa ver o que deseja ver, e não o que está ocorrendo de fato.
Problematização: Corresponde à execução de questionamentos sobre o fato observado. E para essas perguntas, o pesquisador vai à busca de respostas. Um problema bem formulado é mais importante para a ciência do que a sua solução, pois, abrir caminho para diversas outras pesquisas.
Formulação da hipótese: A hipótese nada mais é do que uma possível explicação para o problema. No jargão científico, hipótese equivale, habitualmente, à suposição verossímel, depois comprovável ou denegável pelos fatos, os quais hão de decidir, em última instância, sobre a verdade ou falsidade dos fatos que se pretende explicar. "A hipótese é a suposição de uma causa ou de uma lei destinada a explicar provisoriamente um fenômeno até que os fatos a venham contradizer ou afirmar." (Cervo & Bervian,1974:29)
Experimentação: Etapa em que o pesquisador realiza experiências para provar (ou negar) a veracidade de sua(s) hipótese(s). Se, após a execução por repetidas vezes da experiência, os resultados obtidos forem os mesmos, a hipótese é considerada verdadeira.
Tem um grupo controle – separar a variáveis
Conclusão: aceita ou nega a hipótese 
Uma hipótese confirmada nas experimentações passa a ser denominada de lei científica. 
A um conjunto de leis que explicam um determinado fenômeno (ou grupo deles) chamamos de teoria. 
As teorias científicas têm validade até que sejam incapazes de explicar determinados fatos ou fenômenos, ou até que algum descobrimento novo comprovado se oponha a elas.
 A partir de então, os cientistas começam a elaborar outra teoria que possa explicar esses novos descobrimentos. A Ciência é conhecimento evolutivo e não estacionário.
Divulgação das informações
Fonte: Método científico: o conhecimento como uma unidade em que todos os saberes estão conectados
4) Caracterizar a história natural das doenças, identificando seus períodos e fases (período epidemiológico e período patogênico) (fase inicial ou de susceptibilidade ou pré-patogênese; fase patológica pré clínica; fase clínica; fase de incapacidade residual). Modelo Leavell e Clarck 
História natural da doença: refere-se à evolução de uma doença no indivíduo através do tempo, na ausência de intervenção. Descrevendo todos os processos que ocorrem no ambiente e no indivíduo que contrai uma doença até a sua cura, morte ou sequela pela doença.
Em outras palavras é o modo próprio de evoluir que tem toda doença ou processo, quando se deixa seguir seu próprio curso. 
O processo se inicia com a exposição de um hospedeiro suscetível a um agente causal e termina com a recuperação, deficiência ou óbito. Na Figura 2.4 é apresentado o modelo tradicional da história natural da doença e sua relação com os níveis de prevenção propostos por Level e Clark.
Definições
Período epidemiológico que descreve a relação que acontece entre o ambiente e o homem.
Período patológico que descreve as modificações que acontecem no organismo humano.
Período pré-patogênico É o período em que a doença ainda não surgiu do organismo. Envolve a interação da pessoa com o ambiente. Por exemplo, a pessoa fuma cigarros enquanto é jovem e saudávelOU a pessoa ainda não foi infectada pelo HIV OU a pessoa ainda não foi picada pelo Aedes aegypti infectado pelo zika vírus.
No período pré-patogênico, descrevemos a interação da pessoa com os fatores de risco e a interação da pessoa com o ambiente em que ela vive e ainda mais se a pessoa possui condições físicas e genéticas que podem protegê-la ou prejudicá-la em relação à doença.
Período patogênico este período se inicia com as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o ser afetado. Seguem-se as perturbações bioquímicas em nível celular, continuam com as perturbações na forma e na função, evoluindo para defeitos permanentes, cronicidade, morte ou cura.
Para esses autores, são considerados quatro níveis de evolução no período de patogênese:
Interação estímulo-suscetível - nesta etapa a doença ainda não tomou desenvoltura, porém todos os fatores necessários para a sua ocorrência estão presentes
A má nutrição por exemplo, predispõe à ação patogênica do bacilo da tuberculose; altas concentrações de colesterol sérico contribuem para o aparecimento da doença coronariana; fatores genéticos diminuem a defesa orgânica, abrindo a porta do organismo às infecções.
Alterações bioquímicas, fisiológicas e histológicas= neste estágio, a doença já está atuando no organismo afetado. Embora não se percebam manifestações clínicas, já existem alterações histológicas com percepção subclínica de caráter genérico. Estas alterações não são perceptíveis. Porém, ainda neste estágio, a doença já está presente e pode ser percebida através de exames clínicos ou laboratoriais orientados.
Sinais e sintomas=acima do horizonte clínico os sinais iniciais da doença, ainda confusos, tornam se nítidos, transformam-se em sintomas. É o estágio chamado de clínico, iniciado ao ser atingida uma massa crítica de alterações funcionais no organismo acometido.
A evolução da doença encaminha-se então para um desenlace; a doença pode passar ao período de cura, evoluir para a cronicidade ou progredir para a invalidez ou para a morte.
Defeitos permanentes, cronicidade= a evolução clínica da doença pode progredir até o estado de cronicidade ou conduzir o doente a um dado nível da incapacidade física por tempo variável. Pode também produzir lesões que serão, no futuro, uma possibilidade para novas doenças. Do estado crônico, com incapacidade temporária para desempenho de alguma atividade específica, a doença pode evoluir para a invalidez permanente ou para a morte. Em alguns casos para a cura.
Fonte: Introdução à Epidemiologia. Naomar de Almeida Filho e Maria Zelia Rouquayrol. 4ª Edição.
O período patogênico mostra as mudanças que se apresentam no hospedeiro uma vez realizado um estímulo efetivo. O horizonte clínico marca o momento em que a doença é aparentemente clínica. Nesse modelo, é remarcada a importância das diferentes medidas de prevenção que podem ser realizadas dependendo do momento em que se encontre a doença e deste modo as atividades de prevenção primárias são efetuadas no período pré-patogênico e são encaminhadas para promover a saúde e a proteção específica; na prevenção secundária, as ações são o diagnóstico precoce, o tratamento imediato e a limitação do dano; e a prevenção terciária está focada na reabilitação.
A prevenção primária que se faz com a intercepção dos fatores pré-patogênicos inclui: (a) promoção da saúde; (b) proteção especifica. 
A prevenção secundária é realizada no indivíduo, já sob a ação do agente patogênico, ao nível do estado de doença, e inclui: (a) diagnóstico; (b) tratamento precoce; (c) limitação da invalidez. 
A prevenção terciária consiste na prevenção da incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação. Assim, o processo de reeducação e readaptação de pessoas com defeitos após acidentes ou devido a sequelas de doenças é exemplo de prevenção em nível terciário.
5) Definir promoção, prevenção e recuperação da saúde, exemplificando.
Promoção: num contexto no qual está em evidência a busca de modelos de atenção à saúde que extrapolem a assistência médico-curativa, a promoção ganha destaque no campo da saúde pública. Ela resgata a concepção da saúde como produção social e busca desenvolver políticas públicas e ações de âmbito coletivo que extrapolem inclusive o enfoque de risco (campo da prevenção).
Intimamente relacionada à vigilância à saúde e a um movimento de crítica à medicalização do setor, a promoção de saúde supõe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinantes. Incidindo sobre as condições de vida da população, extrapola a prestação de serviços clínico-assistenciais, supondo ações intersetoriais que envolvam a educação, o saneamento básico, a habitação, a renda, o trabalho, a alimentação, o meio ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre outros determinantes sociais da saúde.
“Promoção de Saúde é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”.
A OMS caracteriza como iniciativas de promoção de saúde os programas, as políticas e as atividades planejadas e executadas de acordo com os seguintes princípios: concepção holística, intersetorialidade, empoderamento, participação social, equidade, ações multi-estratégicas e sustentabilidade
Uma vez que tem suas ações e políticas dirigidas aos determinantes da saúde, como já visto, operacionalizar a promoção requer a cooperação entre os diferentes setores envolvidos e a articulação de suas ações: legislação, sistema tributário e medidas fiscais, educação, habitação, serviço social, cuidados primários em saúde, trabalho, alimentação, lazer, agricultura, transporte, planejamento urbano etc.
Como já mencionado, a “nova promoção de saúde” se propõe a enfocar os determinantes gerais, isto é, os socioambientais e econômicos, atuando sobre as condições de vida cotidianas e sendo direcionada ao coletivo e à defesa dos direitos sociais. Trata-se, portanto, de um processo de fomento ao compromisso político (dos gestores e sociedade civil) e de impulsão às mudanças sociais. Vale aqui resgatar a concepção de Cohn, que afirma que promover saúde hoje é combater a naturalização da pobreza e forçar para que as questões sociais sejam remetidas para o tema da desigualdade social. No atual contexto de crescente desemprego, desregulamentação do trabalho, quebra dos velhos contratos, flexibilização de direitos historicamente conquistados e submissão da gestão e gerência dos serviços públicos estatais à racionalidade do mercado, a participação, a cidadania e a promoção da saúde teriam sobretudo a atribuição de “reconstruir a esfera pública”.
Fonte: Revista Interface 2003 
Promoção de saúde: concepções, princípios e operacionalização.
Prevenção: o termo 'prevenir' tem o significado de "preparar; chegar antes de; dispor de maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize".
A prevenção em saúde "exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença1. As ações preventivas definem-se como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações.
A base do discurso preventivo é o conhecimento epidemiológico moderno; seu objetivo é o controle da transmissão de doenças infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. Os projetos de prevenção e de educação em saúde estruturam-se mediante a divulgação de informação científica e de recomendações normativas de mudanças de hábitos.
Marque-se aqui a distinção com relação às práticas voltadas ao fomento de ações preventivas, dirigidas a grupos ou fatores de risco, e aquelas voltadas à difusão de determinados estilos de vida/hábitos individuais. Não se trata de promover ações individuais saudáveis e processos condutas, como criticado pela própria OMS no documento de 1984, mas de desenvolver ações coletivasno cotidiano da população, tendo como ponto de partida a análise do contexto socioeconômico e político e suas desigualdades.
Fonte: Revista Interface 2003 
Promoção de saúde: concepções, princípios e operacionalização.
Recuperação: quando falavam do lugar de pessoas saudáveis, a promoção de saúde foi o recurso privilegiado; porém, nos momentos em que discutiam alguma doença ou fragilidade, o acesso a serviços e intervenções profissionais para propiciar sua recuperação foi o instrumento requerido. Foi pela aproximação e conversação com essas participantes que se gerou a reflexão sobre os múltiplos sentidos produzidos em torno de tais temas e termos referentes à saúde em seus cotidianos. Nas conversas sustentadas pela necessidade de cuidados especializados, além da questão do acesso se fazer importante (consulta/remédio / exame), no nosso entender, o que se mostrou fundamental para as integrantes do grupo foi a dificuldade para acessar esses cuidados.
Aqui o acesso é posto em pauta sob outra perspectiva. As participantes concordam que a busca pela saúde não pode ser unilateral, dependendo somente delas, mas que está também depende de um processo relacional entre usuário e profissional de saúde e de condições concretas de acesso aos profissionais de saúde.
Fonte: Promover e recuperar saúde: sentidos produzidos em grupos comunitários no contexto do Programa de Saúde da Família
6) Caracterizar a medicina baseada em evidências, identificando sua importância.
A medicina baseada em evidências se traduz pela prática da medicina em um contexto em que a experiência clínica é integrada com a capacidade de analisar criticamente e aplicar de forma racional a informação científica de forma a melhorar a qualidade da assistência médica. Na MBE, as dúvidas que surgem ao resolver problemas de pacientes são os principais estímulos para que se procure atualizar os conhecimentos. A filosofia da MBE guarda similaridades e pode ser integrada com a metodologia de ensino-aprendizagem denominada Aprendizado Baseado em Problemas.
A aquisição de conhecimentos de Epidemiologia Clínica, o desenvolvimento do raciocínio científico, atitudes de autoaprendizagem e capacidade de integrar conhecimentos de diversas áreas são fundamentais para a prática da BEM.
Alguém pode ser considerado possuidor das competências necessárias para a prática da MBE quando for capaz de:
 1. identificar os problemas relevantes do paciente;
 2. converter os problemas em questões que conduzam às respostas necessárias; 
3. pesquisar eficientemente as fontes de informação; 
4. avaliar a qualidade da informação e a força da evidência, favorecendo ou negando o valor de uma determinada conduta 
5. chegar a uma conclusão correta quanto ao significado da informação; 
6. aplicar as conclusões dessa avaliação na melhoria dos cuidados prestados aos pacientes.
Níveis de evidências
Metodologias ativas estimula a MBE: contribui para a formação de profissionais capazes de selecionar adequadamente a fonte do conhecimento e de avaliar criteriosamente como se transferir a informação para a prática médica. Além do mais, é importante que as escolas utilizem métodos didáticos que capacitem o estudante a pesquisar e criticar a informação científica, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento de atitudes que resultem na melhoria da qualidade dos cuidados que o mesmo venha prestar aos seus pacientes ao se tornar médico.
Pontos positivos: sensibilidade e usar estatísticas para promover mudança na prática médica
Fonte: Medicina Baseada em Evidências: a arte de aplicar o conhecimento científico na prática clínica
7) Descrever a finalidade das técnicas de higienização das mãos, indicando suas vantagens. 
Higienização das mãos esse procedimento tem sido recomendado como medida primária no controle da disseminação dos agentes infecciosos. 
As mãos são consideradas as principais ferramentas dos profissionais que atuam nos serviços de saúde, pois é através delas que eles executam suas atividades. Assim, a segurança dos pacientes, nesses serviços, depende da higienização cuidadosa e frequente das mãos desses profissionais.
As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, sendo a pele um possível reservatório de diversos germes, que podem ser transferidos de uma superfície para outra, pelo contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados.
Microbiota das mãos: residente e transitória
A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: 
 Remoção da sujidade, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato. 
 Prevenção e redução das infecções causadas pela transmissão cruzada.
Tipos de higienização
· Higienização simples da mão – água e sabão
· Higienização antisséptica das mãos uso sabonete antisséptico
· Higienização por fricção antisséptica- utiliza gel ou espuma – podendo substituir a higienização simples das mãos.
· Higienização antisséptica cirúrgica ou preparo pré-operatório
Esterilização de todos mecanismos 
A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada.
Fonte: Higienização das Mãos - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
8) Identificar as características dos principais antissépticos utilizados para a higienização das mãos (espectro antimicrobiano/ eficiência e velocidade de ação)
A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória. 
A microbiota residente é constituída por microrganismos de baixa virulência, como estafilococos, corinebactérias e micrococos, pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser removida pela higienização das mãos com água e sabão, uma vez que coloniza as camadas mais internas da pele. 
A microbiota transitória coloniza a camada mais superficial da pele, o que permite sua remoção mecânica pela higienização das mãos com água e sabão, sendo eliminada com mais facilidade quando se utiliza uma solução antisséptica. É representada, tipicamente, pelas bactérias Gram-negativas, como enterobactérias (Ex: Escherichia coli), bactérias não fermentadoras (Ex: Pseudomonas aeruginosa), além de fungos e vírus.
Fonte: Anvisa –Higienização das Mãos em Serviços de Saúde
Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos, três elementos são essenciais para essa prática: agente tópico com eficácia antimicrobiana; procedimento adequado ao utilizá-lo, com técnica adequada e no tempo preconizado; e adesão regular ao seu uso, nos momentos indicados
o principal problema da higienização das mãos não é a falta de bons produtos, mas sim a negligência dessa prática
Sabonete comum
O sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os contém em baixas concentrações, funcionando apenas como conservantes. Os sabonetes para uso em serviços de saúde podem ser apresentados sob várias formas: em barra, em preparações líquidas (as mais comuns) e em espuma. Favorecem a remoção de sujeira, de substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica 
A higienização com sabonete líquido remove a microbiota transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos serviços de saúde.
Depende da técnica utilizada e do tempo gasto durante o procedimento, que normalmente dura, em média, 8 a 20 segundos – sem contar o tempo necessário para se deslocar até a pia e retornar. O processo completo leva muito mais tempo, sendo estimado em 40 a 60 segundos
As pesquisas laboratoriais sobre higienização das mãos visam avaliar a redução da microbiota transitória da pele das mãos.higienização simples das mãos com água e sabonete, por um período de 15 segundos, houve redução bacteriana em torno de 0,6 a 1,1 log10, e naquele realizado durante 30 segundos houve redução de 1,8 a 2,8 log10.
O tempogasto nessa prática tem influência direta na redução da microbiota transitória
Um estudo revelou que a higienização simples das mãos, com água e sabonete comum, falhou em remover patógenos das mãos dos profissionais de saúde, ocorrendo a transmissão de bactéria Gram-negativa em 11 de 12 caso. Os sabonetes não associados a anti-sépticos podem se contaminar, causando colonização das mãos dos profissionais de saúde com bactérias
Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabonete líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Com o intuito de estimular a higienização das mãos e não criar obstáculos para a execução do procedimento, recomenda-se que o sabonete seja agradável ao uso, suave e de fácil enxágue, além de não ressecar a pele, possuir fragrância leve ou ausente e ter boa aceitação entre os usuários
Os agentes anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos devem ter ação antimicrobiana imediata e efeito residual ou persistente. Não devem ser tóxicos, alergênicos ou irritantes para a pele. Recomenda-se que sejam agradáveis de utilizar, suaves e, ainda, custo-efetivos
Alcoois
A atividade antimicrobiana em geral dos álcoois se eleva com o aumento da cadeia de carbono, porém a sua solubilidade em água diminui. Somente os álcoois alifáticos que são completamente miscíveis em água, preferencialmente o etanol, o isopropanol e o n-propanol, são usados como produtos para higienização das mãos
A maioria das soluções à base de álcool para a anti-sepsia das mãos contém etanol (álcool etílico), isopropanol (álcool isopropílico), n-propanol ou, ainda, uma combinação de dois destes produtos.
Por sua vez, o etanol é reconhecido como agente antimicrobiano, sendo recomendado para o “tratamento” das mãos, desde 1888. Ressalta-se que, no Brasil, é o mais utilizado
O modo de ação predominante dos álcoois consiste na desnaturação e coagulação das proteínas. Outros mecanismos associados têm sido reportados, como a ruptura da integridade citoplasmática, a lise celular e a interferência no metabolismo celular
De modo geral, os álcoois apresentam rápida ação e excelente atividade bactericida e fungicida em relação a todos os agentes utilizados na higienização das mãos
Soluções alcoólicas entre 60% e 80% são mais efetivas e concentrações mais altas são menos potentes, pois as proteínas não se desnaturam com facilidade na ausência de água.
Os álcoois têm pouca atividade contra os esporos e oocistos de protozoários.). Nos serviços de saúde em áreas tropicais, a falta de atividade do álcool contra parasitas é um aspecto preocupante no que se refere à promoção do uso do álcool para fricção anti-séptica das mãos. Nessa situação, recomenda-se lavar as mãos com água e sabonete para garantir a remoção mecânica de parasitas
Os álcoois têm rápida ação microbicida quando aplicados à pele, mas não têm atividade residual apreciável. Entretanto, a recolonização bacteriana na pele ocorre lentamente após o uso de antiséptico à base de álcool nas mãos. A adição de clorexidina, octenidina ou triclosan à solução alcoólica pode resultar em atividade residual
As preparações alcoólicas não são apropriadas quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com material protéico
Os álcoois podem prevenir a transferência de patógenos hospitalares. Assim, produtos alcoólicos são mais efetivos na higienização das mãos de profissionais de saúde quando comparados aos sabonetes comuns ou sabonetes associados a anti-sépticos. Os álcoois também são efetivos na anti-sepsia cirúrgica ou no preparo pré-operatório das mãos dos integrantes das equipes cirúrgicas
Ressalta-se que a eficácia de preparações alcoólicas para a higienização das mãos é afetada por vários fatores: tipo, concentração, tempo de contato, fricção e volume de álcool utilizado, e também se as mãos estavam molhadas no momento da aplicação do álcool
Os produtos alcoólicos usados para higienização das mãos em serviços de saúde estão disponíveis nas formas solução (líquida), gel e espuma. Os dados são limitados quanto à eficácia relativa das várias formulações. Como os álcoois são inflamáveis, as preparações alcoólicas para higienização das mãos devem ser estocadas distantes de altas temperaturas e de fogo.
Existem poucos relatos de contaminação das soluço.es alcoólicas na literatura 
Clorexidina
O gluconato de clorexidina, foi desenvolvido na Inglaterra no início dos anos 1950 e introduzido nos EUA nos anos 70. 
A base clorexidina é pouco solúvel em água, mas a forma digluconato é solúvel em água. A atividade antimicrobiana da clorexidina provavelmente é atribuída à ligação e subseqüente ruptura da membrana citoplasmática, resultando em precipitação ou coagulação de proteínas e ácidos nucléicos. 
A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente que a dos álcoois, sendo considerada de nível intermediário; seu efeito residual, porém, pela forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor entre os anti-sépticos disponíveis
A clorexidina apresenta boa atividade contra bactérias Gram-positivas, menor atividade contra bactérias Gram-negativas e fungos, mínima atividade contra micobactérias, e não é esporicida.
Tem atividade in vitro contra vírus envelopados (herpes simples, HIV, citomegalovírus, influenza e vírus sincicial respiratório), mas atividade substancialmente menor contra os vírus não envelopados (rotavírus, adenovírus e enterovírus)
A atividade antimicrobiana é pouco afetada na presença de matéria orgânica, incluindo o sangue. Uma vez que a clorexidina é uma molécula catiônica, sua atividade pode ser reduzida por sabonetes naturais, vários ânions inorgânicos, surfactantes não iônicos e cremes para as mãos contendo agentes emulsificantes aniônicos
O gluconato de clorexidina tem sido incorporado às várias preparações de higienização das mãos. Formulações aquosas ou detergentes
A clorexidina tem efeito residual importante, em torno de seis horas. A adição de baixas concentrações desse anti-séptico (0,5% a 1%) às preparações alcoólicas resulta em atividade residual dessas formulações proporcionada pela clorexidina
O uso de clorexidina para a higienização das mãos nos serviços de saúde é seguro e a absorção pela pele é mínima, senão nula. A ocorrência de irritação na pele é concentração-dependente, com probabilidade maior para produtos que contém 4% de clorexidina e quando utilizados com freqüência na higienização das mãos, sendo que reações alérgicas são raras
Compostos de Iodo
O iodo é um anti-séptico reconhecido pela sua efetividade desde 1821. Entretanto, devido às propriedades de causar irritação e manchar a pele, foi substituído por PVPI ou iodóforos nos anos 60
Iodóforos
Iodóforos são moléculas complexas compostas de iodo e de um polímero carreador chamado polivinilpirrolidona, cuja combinação aumenta a solubilidade do iodo e provê um reservatório de iodo, liberando-o ao ser utilizado e reduzindo o ressecamento da pele.
 A quantidade de iodo molecular presente (iodo livre) é que determina o nível de atividade antimicrobiana do iodo, sendo que as soluções de PVPI(Polivinil Pirrolidona Iodo) a 10% contendo 1% de iodo disponível liberam iodo livre de aproximadamente 1 ppm
A atividade antimicrobiana ocorre devido à penetração do iodo na parede celular, ocorrendo a inativação das células pela formação de complexos com aminoácidos e ácidos graxos insaturados, prejudicando a síntese protéica e alterando as membranas celulares. 
O iodóforo tem atividade ampla contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, bacilo da tuberculose, fungos e vírus (exceto enterovírus), possuindo também alguma atividade contra esporos. Entretanto, em concentrações utilizadas para anti-sepsia, usualmente os iodóforos não têm ação esporicida
O iodóforo é rapidamente inativado em presença de matéria orgânica, como sangue e escarro, e sua atividade antimicrobiana também pode ser afetada pelo pH, temperatura, tempo de exposição, concentração e quantidade/tipo de matéria orgânica e compostos inorgânicos presentes (por exemplo, álcool e detergentes).
O tempo pelo qualo iodóforo exibe o efeito residual é controverso quando ocorre enxágue após a higienização anti-séptica das mãos. Em um estudo realizado por Paulson apud OMS (WHO, 2006), o efeito residual foi de seis horas, mas vários outros trabalhos demonstraram esse efeito entre 30 e 60 minutos após a anti-sepsia cirúrgica das mãos com iodóforo. Entretanto, em estudos nos quais a contagem bacteriana foi obtida após os indivíduos calçarem luvas por uma a quatro horas, depois da higienização das mãos, os iodóforos demonstraram um pobre efeito residual.
Os iodóforos causam menos irritação da pele e menos reações alérgicas que o iodo, porém causam mais dermatite de contato irritativa que outras soluções anti-sépticas comumente utilizadas para a higienização anti-séptica das mãos
Triclosan
O triclosan, cujo nome químico é éter 2,4,4’-tricloro-2’-hidroxidifenil, é um derivado fenólico, introduzido em 1965. É incolor, pouco solúvel em água, mas solúvel em álcool e em detergentes aniônicos
A ação antimicrobiana do triclosan ocorre por sua difusão na parede bacteriana, inibindo a síntese da membrana citoplasmática, ácido ribonucléico, lipídios e proteínas, resultando na inibição ou morte bacteriana. Estudos recentes indicam que a atividade antimicrobiana é decorrente da sua ligação ao sítio ativo da redutase protéica enoil-acil, bloqueando a síntese lipídica.
Este anti-séptico tem amplo espectro de atividade antimicrobiana, sendo bacteriostático (atua como antibiotico) com concentrações inibitórias mínimas (CIM) entre 0,1 a 10 µg/ ml.
Em experimento com contaminação intencional das mãos com bactérias, a higienização antiséptica das mãos por um minuto com triclosan a 0,1% resultou em redução bacteriana de 2,8 log10, resultado semelhante à higienização simples das mãos com água e sabonete comum
A velocidade da ação antimicrobiana é intermediária, tem efeito residual na pele como a clorexidina e é minimamente afetada por matéria orgânica 
Detergentes contendo triclosan em concentrações menores que 2% são geralmente bem tolerados, sendo que em concentração de 1% apresentou menos problemas na pele do que os produtos à base de iodóforos e solução alcoólica a 70% contendo clorexidina a 4%
Qual é o melhor?
Dessa forma, a “resposta” ao questionamento supracitado ainda constitui um desafio para os serviços de saúde, dependendo de vários fatores, tais como: indicação, eficácia antimicrobiana, técnica utilizada, preferência e recursos disponíveis, entre outros. 
Ao decidir pela escolha do produto para higienizar as mãos, o profissional deverá levar em consideração a necessidade de remover a microbiota transitória e/ou residente. Produtos contendo anti-sépticos que exercem efeito residual na pele das mãos podem ser indicados nas situações em que há necessidade de redução prolongada da microbiota (cirurgia e procedimentos invasivos). Esses produtos normalmente não são necessários para a prática clínica diária, mas podem ser indicados em situações de surtos. 
A escolha do produto também dependerá, além da avaliação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), dos recursos disponíveis, do que é possível em termos práticos e, em certo grau, da preferência pessoal com base na aceitação dos insumos e/ou equipamentos necessários para a prática de higienização das mãos.

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