Buscar

DEPENDENTES PARA FINS DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEPENDENTES PARA FINS DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Além dos benefícios destinados ao segurado em momentos de infortúnio como incapacidade temporária ou permanente, idade avançada e tempo de contribuição, entre outros, a Previdência Social também possui dois benefícios destinados aos dependentes de seus segurados: a Pensão por morte e o Auxílio-reclusão.
Para ter direito a esses benefícios, é necessário, além de outros requisitos,  estar na condição de dependente no momento da ocorrência do fato gerador: morte ou prisão do segurado.
Os dependentes dos segurados são divididos em três classes. Uma classe tem prioridade sobre a outras, o que significa que, se houver algum beneficiário na primeira classe, os membros das demais não têm direito. Caso não exista dependente na primeira classe e na segunda, os membros da terceira poderão ter direito ao benefício.
Como dissemos antes, a prioridade de uma classe sobre a outra deve ser respeitada na análise do direito ao benefício. São assim definidas as classes de dependentes do RGPS:
	1ª Classe
	o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
	2ª Classe
	os pais, desde que comprove a dependência econômica;
	3ª Classe
	o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, desde que comprove a dependência econômica.
ATENÇÃO: 
1. Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições ao benefício.
2. A existência de dependente de qualquer das classes, exclui do direito às prestações os das classes seguintes.
3. A dependência econômica das pessoas da 1ª classe é presumida e a das demais deve ser comprovada.
De acordo com a Emenda Constitucional nº 103, de 12/11/2019 (EC 103/2019), equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica. Foi retirado a previsão do menor sob guarda como dependente.
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada.
Conforme Portaria MPS nº 513, de 09 de dezembro de 2010, o companheiro ou a companheira do mesmo sexo também integra o rol dos dependentes, desde que comprovada a união estável, concorre em igualdade com os demais dependentes preferenciais.
Documentos de comprovação da união estável e da dependência econômica, conforme o caso.
Devem ser apresentados, no mínimo, dois dos seguintes documentos:
· Certidão de nascimento de filho havido em comum;
· Certidão de casamento religioso;
· Declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente;
· Disposições testamentárias; 
· Declaração especial feita perante tabelião;
· Prova de mesmo domicílio;
· Prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil;
· Procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
· Conta bancária conjunta;
· Registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado;
· Anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;
· Apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária;
· Ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável;
· Escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
· Declaração de não emancipação do dependente menor de 21 (vinte e um) anos; ou 
· Quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.
As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporâneos dos fatos, produzidos em períodos não superior a 24 meses anterior à data do óbito ou do recolhimento a prisão do segurado.
PERDA DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE
Para o cônjuge ou companheiro (a):
· pela separação judicial ou o divórcio e pela cessação da união estável desde que não receba pensão alimentícia;
· pela anulação do casamento;
· pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado.
Para o filho, a pessoa a ele equiparada, ou o irmão, de qualquer condição:
· Ao completarem 21 anos de idade, exceto se tiverem deficiência intelectual ou mental que os tornem absoluta ou relativamente incapazes, assim declarados judicialmente, ou inválidos, desde que a invalidez ou a deficiência intelectual ou mental tenha ocorrido antes do fato gerador;
· do casamento;
· do início do exercício de emprego público efetivo;
· da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou
· da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
Para os dependentes em geral:
· pela cessação da invalidez; ou
· pelo falecimento.
ATENÇÃO: Será excluído definitivamente da condição de dependente quem tiver sido condenado criminalmente por sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado.
PENSÃO POR MORTE
Diante de situações como a reclusão e a morte, duas perdas que certamente trazem dor e sofrimento, os dependentes do segurado podem contar com a proteção da Previdência.
Agora que você já conhece quem são os dependentes do segurado da Previdência Social, vamos conhecer nas próximas páginas os demais requisitos para a  concessão e manutenção destes benefícios.
Quem recebe a Pensão por Morte é  considerado beneficiário. O segurado ou segurada que deixar esse tipo de benefício aos dependentes é chamado de instituidor, ou seja, é o “de cujus”, o falecido ou falecida, independente de estar filiado a qualquer regime de previdência.
Iniciaremos nossa aula sobre as recentes mudanças na legislação previdenciária concernentes à Pensão por Morte.
"A Pensão por Morte é uma das diversas prestações existentes na carteira de Previdência Social, destinado a exclusivamente aos dependentes do segurado quando o mesmo é acometido pelo risco social de morte. É de fundamental importância, pois objetiva amparar os dependentes em um dos momentos mais cruciais que uma família pode enfrentar. Busca efetivar a dignidade da pessoa humana, dando condições, de sobreviver àqueles que perderam seu sustentador" (Rúbia Zanotelli de Alvarenga)
· DEFINIÇÃO
Benefício devido aos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não.
· REQUISITOS PARA DIREITO AO BENEFÍCIO
Para ter direito ao benefício, basta que se comprove a qualidade de segurado do instituidor e a condição de dependente, observando que a quantidade de contribuições e o tempo de casamento ou união estável serão relevantes para fins de manutenção do benefício e definição do tempo de duração deste.
· PERDA DO DIREITO AO BENEFÍCIO
Perde o direito à Pensão por Morte:
1. O dependente condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado, ou seja, a morte do cônjuge deverá ter sido causada de forma dolosa (com intenção).
2. O cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Vamos ilustrar uma situação:
Se a esposa dirige o veículo com excesso de velocidade e se envolve culposamente em um acidente, causando a morte de seu marido, mesmo assim, ela terá direito à pensão por morte, já que a morte foi causada de forma culposa (sem intenção).  
Caso o esposo cometa atos de violência contra a esposa, assassinando-a, de forma intencional, perderá o direito aobenefício, após o trânsito em julgado (decisão judicial definitiva), já que a morte foi causada de forma dolosa (com intenção).
· VALOR DO BENEFÍCIO
A pensão por morte será equivalente a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100%.
Na hipótese de haver dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte será equivalente a 100% do valor da aposentadoria no Regime Geral, sem exceder o teto. Contudo, o valor da pensão será recalculado na forma descrita no parágrafo anterior, quando:
1. a invalidez ou deficiência intelectual, mental ou grave sobrevier à data do óbito, enquanto estiver mantida a qualidade de dependente; ou
2. deixar de haver dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave.
Atenção: As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100% da pensão por morte quando o número de dependentes remanescentes for igual ou superior a 5.
O pagamento será de 50% do valor da aposentadoria acrescido de 10% para cada dependente:
· 1 dependente: 60% da aposentadoria do(a) falecido(a)
· 2 dependentes: 70%
· 3 dependentes: 80%
· 4 dependentes: 90%
· 5 ou mais dependentes: 100%
 
Observe o exemplo a seguir:
Data óbito: 01/12/2019.
Dependentes habilitados: 3, sendo 1 filho com 10 anos de idade; 1 filha com 15 anos de idade; e a esposa com 46 anos de idade.
DER (Data de Entrada do Requerimento) = 04/12/2019.
Renda mensal da aposentadoria do instituidor: R$ 2.000,00.
Renda mensal inicial será de R$ 1.600,00 (80%).
Quando a filha completar 21 anos de idade, deixará de receber sua cota individual e esta não será revertida em favor dos outros 2 dependentes. Com isso, a pensão terá o novo valor de R$ 1.400,00 (70%).
 
· DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO
Para óbitos ocorridos antes de 11/11/97, a pensão iniciará na data do óbito, tratando de dependente capaz ou incapaz, observada a prescrição quinquenal (cinco anos), garantido o pagamento integral das parcelas dos menores de 16 anos de idade ou inválidos incapazes.
Para óbitos ocorridos a partir de 11/11/97, a pensão iniciará na data:
1. Do óbito - Quando o dependente for maior de 16 anos de idade e o requerimento for efetuado até 90 dias do fato gerador; 
2. Do óbito - Para dependente menores de 16 anos de idade, se requerido até 180 dias após o fato gerador.
3. Do requerimento, quando solicitado após 90 dias do óbito.
4. Da decisão judicial, no caso de morte presumida.
5. Da data da ocorrência, no caso de catástrofe, acidente ou desastre.
· DURAÇÃO DO BENEFÍCIO
A pensão por morte para cônjuges ou companheiros poderá ser temporária ou vitalícia. Assim, alguns fatores devem ser observados para manutenção e definição da duração da pensão por morte:
1. A quantidade de contribuições do segurado (18 contribuições).
2. O tempo de casamento ou união estável do cônjuge (2 anos).
3. A expectativa de vida do dependente verificada no momento da morte do segurado, obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade - ambos os sexos - construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Assim, o segurado com menos de 18 (dezoito) contribuições mensais ou com tempo de casamento ou união estável inferior a 2 (dois) anos, instituirá para seu cônjuge a pensão por morte com duração de apenas 4 (quatro) meses.
O segurado que tenha efetuado o mínimo de 18 contribuições mensais e tiver mais de 2 anos de casamento ou de união estável, se vier a óbito, poderá instituir a pensão por morte cuja duração será definida conforme for a idade do cônjuge ou companheiro. Nesse caso, a pensão poderá durar:
a) 3 anos - se tiver menos que 22 anos de idade;
b) 6 anos - se tiver entre 22 e 27 anos de idade;
c) 10 anos - se tiver entre 28 e 30 anos de idade;
d) 15 anos - se tiver entre 31 e 41 anos de idade;
e) 20 anos - se tiver entre 42 e 44 anos de idade, e;
f) será vitalícia, se tiver 45 ou mais anos de idade.
Aplica-se os prazos citados anteriormente ao cônjuge ou companheiro quando o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 contribuições mensais ou da comprovação de 2 anos de casamento ou de união estável.
Se os cônjuges ou companheiros mais jovens forem inválidos ou com deficiência, terão direito ao benefício enquanto permanecerem nessa condição, respeitados, conforme o caso, o prazo de 4 meses ou o prazo de recebimento, estabelecido conforme a expectativa de vida do cônjuge ou companheiro.
· CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
O direito à percepção de cada cota individual cessará:
1. Pela morte do pensionista.
2. Para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
3. Para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez.
4. Para filho ou irmão que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, pelo afastamento da deficiência.
5. Para cônjuge, companheiro ou companheira, pelo decurso do prazo de recebimento de pensão (estudado na tela anterior), de acordo com a expectativa de sobrevida do dependente obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade - ambos os sexos, publicada pelo IBGE.
6. Para cônjuge, companheiro ou companheira, após o prazo de 4 (quatro) meses quando o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado.
7. Para cônjuge ou companheiro, se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou afastamento da deficiência, respeitados os prazos citados nos dois itens anteriores.
· ACUMULAÇÃO DO BENEFÍCIO
Nos casos em que a lei permitir acúmulo de benefício, serão pagos 100% do benefício de maior valor a que a pessoa tem direito, mais um percentual da soma dos demais. Esse percentual vai variar de acordo com o valor do benefício:
· 100% do valor até um salário mínimo;
· 60% do valor que estiver entre um e dois salários mínimos;
· 40% do que estiver entre dois e três salários;
· 20% entre três e quatro salários mínimos; e
· 10% do que ultrapassar quatro salários mínimos.
	ILUSTRAÇÃO DE CASO
Observe o exemplo abaixo e perceba como  ocorre o cálculo da pensão por Morte em caso de acumulação.
Uma mulher que receba aposentadoria de R$ 2.500 mensais e fique viúva do marido que recebia aposentadoria de R$ 3.000. A viúva é a única dependente. Nesse caso, a aposentada continuaria recebendo integralmente a aposentadoria de R$ 2.500 (benefício de maior valor). Aplicando-se a nova regra da pensão por morte (Emenda Constitucional nº 103/2019), seu valor passaria a ser de R$ 1.800,00 (60% do valor da aposentadoria do marido). Sobre esse valor são aplicadas as cotas de acúmulo do benefício, conforme explicado abaixo:
             Valor da Pensão: 50% + 10% (1 dependente) = 60% x R$ 3.000,00= R$ 1.800,00
             Logo, R$ 2.500,00 (Aposentadoria da mulher) é o benefício de maior valor, comparado ao valor da pensão de R$ 1.800,00, então faremos o cálculo da acumulação em cima dos R$ 1.800,00.
	Vamos verificar como se realiza um cálculo da Acumulação:
      R$ 1.800,00 (Valor da pensão, calculada acima)
1.100,00 x 100% = 1.100,00 ( primeira faixa levando em consideração o salário mínimo)
700,00 (1.800,00 - 1.100,00) x 60% (valor entre 1 e 2 salários mínimos) = 420,00
 
TOTAL: 1.100,00 + 420,00 = R$ 1.520,00
Logo, a esposa receberá sua aposentadoria (R$ 2.500,00) + Pensão (R$ 1.520,00) = 4.020,00
AUXÍLIO-RECLUSÃO
O Auxílio-Reclusão é um dos benefícios criados diretamente pela Constituição Federal. O mesmo é pago aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime fechado que não receber remuneração da empresapara a qual trabalha, nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço que, no mês do recolhimento à prisão tenha renda igual ou inferior a R$ 1.655,98 (valor em vigor a partir de 1º de janeiro de 2021, conforme Portaria  Portaria Interministerial MTP/ME Nº 12, DE 17 DE JANEIRO DE 2022).
Equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do segurado com idade entre 16 e 18 anos que tenha sido internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado de Infância e da Juventude.
O princípio que fundamenta o auxílio-reclusão é o da proteção à família: se o segurado está preso, impedido de trabalhar, a família tem o direito de receber o benefício para o qual ele contribuiu. Portanto, o benefício é regido pelo direito que a família tem sobre as contribuições do segurado feitas ao Regime Geral de Previdência Social.
REQUISITOS PARA CONCESSÃO
O auxílio-reclusão será pago, quando couber, nas mesmas condições da pensão por morte. Será devido aos dependentes do segurado de baixa renda desde que cumprida carência de 24 meses.
Além da carência, para ter o direito ao benefício, é preciso comprovar a qualidade de segurado do recluso e a condição de dependente, observando que a quantidade de contribuições e o tempo de casamento ou união estável serão relevantes para fins de manutenção do benefício e definição do tempo de duração deste.
Para comprovar a reclusão o dependente deverá apresentar CERTIDÃO JUDICIAL confirmando o recolhimento por regime fechado.
A aferição da renda mensal bruta, para enquadramento do segurado como de baixa renda, ocorrerá pela média dos salários de contribuição apurados no período de 12 meses anteriores ao mês do recolhimento à prisão. A média apurada deve ser igual ou inferior ao valor fixado como baixa renda, por portaria ministerial, vigente na data do fato gerador. Quando não houver salário-de-contribuição no período de doze meses anteriores à prisão, será considerado segurado de baixa renda.
· MANUTENÇÃO
Para a manutenção do benefício, é obrigatória a apresentação de prova de permanência na condição de presidiário, através de atestado/declaração do estabelecimento prisional que ratifique o regime de reclusão, a cada 3 meses.
· VALOR DO BENEFÍCIO
O cálculo do valor do benefícios será realizado na mesma forma daquela aplicável à Pensão por Morte, não podendo exceder o valor de 1 (um) salário mínimo. Para relembrar, verifique como esse cálculo foi exemplificado na aula sobre Pensão por Morte.
· CESSAÇÃO OU SUSPENSÃO
O auxílio reclusão deixará de ser pago, dentre outros motivos:
1. com a morte do segurado e, nesse caso, o auxílio-reclusão será convertido em Pensão por Morte;
2. em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão albergue ou cumprimento da pena em regime aberto ou semiaberto. Nesses casos o dependente deve procurar Agência da Previdência para solicitar cessação imediata do benefício.
3. ao dependente que perder essa qualidade pelos motivos definidos em lei;
4. com o fim da invalidez ou da deficiência do dependente; morte do dependente.
· DURAÇÃO DO BENEFÍCIO
A duração do auxílio-reclusão para cônjuges ou companheiros segue, no que couber, as regras estabelecidas na Lei 13.135/15 referentes à duração da Pensão por Morte. Com isto, o auxílio-reclusão poderá ser concedido, conforme o caso, com ou sem limite máximo de prazo.
O segurado com tempo de casamento ou união estável inferior a 02 (dois) anos, instituirá para seu cônjuge ou companheiro o auxílio-reclusão com duração de apenas 04 (quatro) meses.
O benefício será concedido com ou sem limite máximo de prazo aos cônjuges ou companheiros do segurado que vier a ser recolhido à prisão, desde que o mesmo tenha cumprido a carência de 24 (vinte e quatro) contribuições mensais e tenha mais de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. O limite máximo de prazo será fixado conforme a expectativa de sobrevida do dependente verificada no momento da prisão do segurado, obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade - ambos os sexos - construída pelo IBGE. 
Observe a seguir seguinte como ocorre essa duração.
Enquanto o segurado permanecer recolhido à prisão, o benefício poderá durar:
· 3 anos - se tiver menos que 22 anos de idade;
· 6 anos - se tiver entre 22 e 27 anos de idade;
· 10 anos - se tiver entre 28 e 30 anos de idade;
· 15 anos - se tiver entre 31 e 41 anos de idade;
· 20 anos - se tiver entre 42 e 44 anos de idade;
· sem limite de prazo, se o cônjuge ou companheiro tiver 45 ou mais anos de idade;
· sem limite de prazo, se inválido ou com deficiência o cônjuge ou companheiro, enquanto permanecer nessa condição, caso ocorra o decurso dos prazos acima.
Conforme vimos, os cônjuges ou companheiros mais jovens, não inválidos nem com deficiência, passaram a receber o auxílio-reclusão por prazo limitado, conforme sua expectativa de sobrevida, ou até a soltura do preso, o que ocorrer primeiro.
· SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO
Em caso de fuga, após a recaptura do segurado, o dependente deverá fazer novo requerimento do benefício.
Deverá também apresentar a prova de permanência na condição de presidiário para que se verifique se o recluso ainda possui qualidade de segurado, ocasião em que serão analisados novamente os critérios de concessão e o possível restabelecimento do benefício.
· INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
O segurado recluso que exercer atividade remunerada em cumprimento de pena em regime fechado, que contribuir na condição de facultativo, não acarretará perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes.
É devido abono anual (13º salário) ao segurado e ao dependente da Previdência que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, salário-maternidade, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão.
O auxílio-reclusão não pode ser acumulado com: benefício assistencial ao idoso e ao portador de deficiência; aposentadoria (do recluso); abono de permanência em serviço (do recluso); pensão mensal vitalícia de Seringueiro; auxílio-doença e salário-maternidade (do recluso).
O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro ou do mês da alta ou da cessação do benefício de cada ano.
FINALIZANDO
"Na seara previdenciária, a família é protegida por meio dos benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão. Em ambos, o risco social atendido é a perda da fonte de subsistência do núcleo familiar, na primeira hipótese em razão do óbito do segurado, na segunda, por ocasião de sua detenção prisional".
Tanto um quanto o outro são destinados a "garantir a subsistência digna dos dependentes do segurado de baixa renda, recolhido à prisão, impossibilitado de prover o atendimento das necessidades básicas e essenciais de sua família".

Continue navegando