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RELATÓRIO DA I SEMANA INTEGRADA DA SAÚDE PERÍODO 15/09/15 a 18/09/15 CURSO PSICOLOGIA – 1º SEMESTRE – 2015/2 CORPO DOCENTE: Anita Romilda Toaldo – Desenvolvimento Humano I Elaine Simoes Guerra Lopes- Neuroanatomofisiologia Carlos Eduardo Ferreira Pitroski – Psicologia e Políticas Públicas Suelem Amorim Rocha – Psicologia Social DISCENTE: Juliana Barros PALESTRA ESCOLHIDA: ABORDAGEM MULTIDISCIPLICAR DA FIBROMIALGIA PALESTRANTE: Ângela Miranda da Silva – Médica, Especialista em Reumatologia FIBROMIALGIA - DEPRESSÃO E TRATAMENTO por Juliana Barros Relatório apresentado ao Curso de Psicologia, da UNIC - FAIESP Rondonópolis, MT, Brasil 2015 A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Ela causa hiperalgesia (sensibilidade exagerada à dor ou sensação elevada a estímulos dolorosos) e alodínia (sensação dolorosa causada por estímulos que habitualmente não causam dor, como um leve toque). Comumente a fibromialgia cursa com sintomas de fadiga, intolerância ao exercício e sono não repousante (isto é, a pessoa acorda cansada). Embora o conceito atual da fibromialgia tenha sido descrito somente a partir dos anos 70 do século 20, a fibromialgia é uma síndrome antiga. Hipócrates já a descrevia como o reumatismo das histéricas, ao relatar casos de mulheres com dor generalizada associada a importante componente psiquiátrico. Durante muito tempo usou-se de forma inadequada e por desconhecimento científico, o termo reumatismo psicogênico para descrever a fibromialgia. Certamente a fibromialgia não é psicogênica, mas sofre influências do componente psiquiátrico associado, como observado em outras condições dolorosas crônicas. O conceito atual de fibromialgia foi introduzido por Smythe e Moldofsky entre 1975 e 1977, ao descreverem a presença de pontos dolorosos específicos (os chamados “tender points”) e as alterações do sono durante a fase 4 de sono profundo (n-REM) desses pacientes. O termo fibromialgia foi proposto pela primeira vez por Yunus e colaboradores em 1981. A partir daí vários critérios diagnósticos foram sendo elaborados por diferentes grupos de pesquisadores. A pintora mexicana Frida Kahlo sofria de dor crônica. Em sua época, ela não pode ser diagnosticada. Hoje sabemos que a artista sofria de fibromialgia pós-traumático, após o acidente que teve em sua juventude. Nas pinturas de Frida, ela exibe principalmente em seus retratos, a nudez de sua pele, seus lábios, suas olheiras, seus espartilhos. Neles dor, sofrimento, a angústia é visível. A fibromialgia apresenta sintomas como dor difusa, formigamento, câimbras, sensação de edema, acordar cansado, síndrome do intestino irritado e sono não R.E.M (Rapid Eye Movement -"movimento rápido dos olhos"- é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos). É um sono superficial e em que o paciente não consegue relaxar. Sintomas depressivos são comuns na fibromialgia e, muitas vezes, pioram muito a qualidade de vida do paciente. Na verdade, estudos mostraram que 50 a 60% dos pacientes com fibromialgia apresentam, apresentavam ou apresentarão depressão. Estes estudos apontam para dois fatos: a depressão é comum na fibromialgia, mas nem todos os pacientes com fibromialgia apresentam depressão. A depressão tem sido cada vez mais reconhecida como uma das comorbidades comuns em pacientes com condições medicas crônicas e/ou severas. Pacientes com depressão e ansiedade frequentemente apresentam sintomas somáticos como dores de cabeça, fadiga crônica e outros. Estes sintomas simultâneos podem confundir os clínicos em sua abordagem diagnóstica. As deficiências do reconhecimento associadas ao sub-tratamento de desordens psiquiatras, podem camuflar um diagnóstico de uma causa médica para uma queixa somática. A depressão piora os sintomas. O tratamento de fibromialgia é mais eficaz quando são unidos medicamentos e cuidados não medicamentosos. O foco é evitar a incapacidade física, minimizar os sintomas e melhorar a saúde de modo geral. O tratamento pode envolver: 1) Medicamentos como analgésicos de ação central, incluindo algumas drogas antidepressivas e antiepilépticas que têm esta ação analgésica. Medicamentos para melhorarem o padrão do sono e miorrelaxantes também são, frequentemente, utilizados isoladamente ou em conjunto com medicamentos analgésicos. 2) Orientação e educação. 3) Psicoterapia. A terapia cognitivo-comportamental é uma parte importante do tratamento. Com ela, o paciente aprende a: · Lidar com pensamentos negativos · Manter um diário de seus sintomas e dores · Reconhecer o que agrava seus sintomas · Buscar praticar atividades agradáveis · Estabelecer limites. · Os grupos de apoio também podem ser úteis. 4) Atividade física 5) Fisioterapia 6) Nutrição 7) Acupuntura A fibromialgia é uma síndrome de longa duração com flutuações frequentes na intensidade da dor. Seguindo o tratamento corretamente e tomando os devidos cuidados dentro de casa, os sintomas tendem a melhorar. Mais importante ainda: com os devidos cuidados, a pessoa com fibromialgia não perde sua capacidade funcional. É importante o diálogo multidisciplinar, ver a pessoa como um todo. Não existe um “comprimido mágico”. E o apoio da família é fundamental.
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