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- -1 TÓPICOS ESPECIAIS EM COMUNICAÇÃO SITUAÇÃO BRASILEIRA E INTERNACIONAL - -2 Olá! Está aula tratará do sistema de comunicação adotado no Brasil, seja ele privado, público ou estatal e da legislação que garante os direitos e ampara cada um deles. Abordará também os modelos adotados em outros países e a complicada relação entre o sistema público e estatal de comunicação. Ao fim desta aula, você será capaz de: 1- Identificar o modelo de funcionamento do sistema público de comunicação no Brasil; 2- Relacionar este sistema com o modelo comercial de comunicação existente atualmente; 3- Investigar as diferenças entre conceituação e atuação. 1 Artigo 223 da Constituição Federal A Constituição Federal em seu Artigo 223 diz que “compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal”. O que define a existência de três sistemas de comunicação na área de radiodifusão no país. 2 Comunicação na contemporaneidade Segundo Daniel Herz no artigo, o papel da mídia na contemporaneidade, os principais problemas envolvendo os sistemas de comunicação na contemporaneidade apresentam traços universais. O desenvolvimento destes meios foi acelerado a partir da década de 1950, com a ampla disseminação da televisão, depois atingindo ritmo vertiginoso com o surgimento das novas tecnologias. Tratam-se de meios com uma impressionante capacidade de exceder as finalidades particulares para as quais foram concebidas. Daniel destaca, que a cultura, a política e a economia sofrem suas determinações de forma cada vez mais intensa e radical. Com os meios de comunicação de massa criaram-se novas formas de socialização e intensificou-se o seu papel estruturador do cotidiano e de geração de efeitos sobre os indivíduos. São instrumentos de potência que se autonomizam, crescentemente, escapando ao controle da sociedade. - -3 O artigo ressalta ainda, que os meios de comunicação de massa têm inúmeras potencialidades, mas, em nenhum país do mundo, podem ser considerados sob adequado controle democrático da sociedade. No Brasil, temos um poder desmedido nas mãos de alguns poucos. Em nenhum país podemos identificar a necessária orientação destes meios por opções conscientes da sociedade. 3 Sistema público e estatal de comunicação Não é preciso falar aqui sobre o sistema privado de comunicação. Apesar dos veículos de radiodifusão constituírem-se em concessões do Governo são administrados por grupos privados e precisam “prestar contas” de suas atividades em um prazo de 10 anos (emissoras de rádio) e 15 anos (emissoras de TV) para a Câmara dos Deputados e Ministério das Comunicações. As dúvidas existem quando falamos de sistema público e estatal de comunicação. “Quando se fala em sistema pensa-se justamente em um conjunto de mídias públicas (nos diversos suportes comopúblico de comunicação rádio, televisão, internet etc.) que operam de modo integrado e sistêmico, tendo como horizonte o interesse dos cidadãos”. (Sistema Público de Comunicação no Brasil, publicação em meio digital do Observatório do Direito à Comunicação). - -4 4 Mídia Pública no Brasil Para o professor da Universidade de São Paulo (USP), sociólogo, jornalista e doutor em Ciências da Comunicação – Laurindo Leal Filho – um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil – este não é um conceito fechado. Em princípio, todo o sistema de comunicação deveria ser público, uma vez que a sua missão é prestar um serviço público. Nesse sentido, poderiam até variar as formas de financiamento, mas o controle deve ser da sociedade. De algum modo, é o que acontece em alguns países onde órgãos reguladores estabelecem as diretrizes para o todo o setor das comunicações eletrônicas. De maneira mais restrita, costumamos chamar de público o sistema não comercial e, de alguma forma, independente do Estado. E aí temos inúmeras nuances: de sistemas ditos públicos, mas que sofrem forte controle estatal, até outros onde essa relação é tênue. (Sistema Público de Comunicação no Brasil, publicação em meio digital do Observatório do Direito à Comunicação) • Origem do financiamento Se os recursos financeiros que sustentam uma instituição de mídia originam-se fundamentalmente na comercialização de sua audiência no mercado publicitário, seu perfil terá dificuldades em se encaixar na noção de mídia pública (ainda que, ressalte-se, este opere um serviço público através de uma concessão pública, como ocorre com o rádio e TV). • Modo de gestão Se a gestão desta instituição estiver restrita às decisões de proprietários privados com fins comerciais ou submetida a estruturas governamentais, também há objeções para defini-la como pública. Ao mesmo tempo que uma rádio, TV ou agência de notícias pública necessitam de autonomia frente ao mercado, precisam também de autonomia face às influências políticas governamentais para cumprir o seu papel de servir ao interesse dos cidadãos. 5 Financiamento dos meios de comunicação de massa Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livre do controle privado comercial tem sido um modelo de comunicação bastante explorado e consolidado na maioria das democracias modernas. Trata-se de algo tão antigo quanto o próprio surgimento da TV e do rádio. Diversos países sustentam hoje robustas corporações de mídia pública que concentram substancial fatia da audiência e são reconhecidas pela qualidade no conteúdo que produzem e transmitem. Uma das mais antigas em operação é a BBC do Reino Unido, criada nos • • - -5 anos 1920. A BBC tem servido como um modelo para muitas outras experiências que surgiram durante todo o século passado. Tanto nas experiências europeias quanto nas americanas (incluindo os continentes do norte, central e sul), uma abordagem mantém-se firme na definição da mídia pública: ela seria aquela feita para o público, devendo, para isso, constituir uma independência, protegendo-se tanto das influências do mercado quanto do controle do Estado. A subordinação a qualquer um desses polos tiraria a dimensão universal de reflexão do público em favor dos interesses particulares seja de um ou mais capitais, seja de um ou outro partido. A influência dos primeiros impediria qualquer noção de diversidade e ao infectar o meio público com a lógica homogeneizante e superficial da comunicação comercial. Já o controle dos segundos destruiria a independência editorial necessária à transmissão de conteúdos equilibrados que visem apresentar aos cidadãos aspectos relevantes para uma tomada de posição autônoma a seu respeito (Sistema Público – Coletivo Intervozes, meio digital). 6 Sistema público de comunicação Do ponto de vista da legitimidade e relevância, os sistemas públicos de comunicação operantes hoje no mundo sustentam um alto grau de aprovação social. Segundo pesquisa realizada no ano de 2006, em sete países (França, - -6 Coréia do Sul, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos e Japão), pelo Instituto NHK de Pesquisa em Radiodifusão (NHK Broadcasting CultureResearchInstitute), 4 em cada 5 cidadãos consideram necessário existir um sistema público de comunicação. Hoje, o campo público da comunicação enfrenta um conjunto de dificuldades de cunho financeiro, tecnológico, legal ou de ingerência política. No caso das TVs estatais que operam nos estados, as atuais condições de infraestrutura estão em boa parte defasadas, salvo raras exceções, como explica Regina Lima, presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec): “Podemos dizer que essas emissoras não estão atualizadas tecnologicamente. Os governos não investem na comunicação pública, salvo raras exceções, e esta é uma área onde a questão tecnológica tem uma velocidade absurda. É preciso um grande programa para garantir a manutenção e a atualização dessas TVs”. Para o professor LaurindoLeal Filho, a criação da EBC aparece como um dos elementos necessários ao fortalecimento democrático do país, juntamente com a revisão do marco regulatório da comunicação. “É fundamental para a democratização da radiodifusão brasileira. Esse processo tem que se dar em dois níveis: com uma nova regulação que abra o espectro eletromagnético para outros atores, a exemplo do que está ocorrendo na Argentina, e com a criação de emissoras públicas. É ai que se coloca a EBC. Ela tem tudo para retomar, mais de 50 anos depois, o projeto de uma rede nacional pública de televisão concebido no segundo governo Vargas, agora associada à rede de emissoras de rádio e aos serviços informativos prestados on-line. Mas para isso ela precisa estar presente, com destaque, em todo o território nacional.” (Sistema Público de Comunicação no Brasil, publicação em meio digital do Observatório do Direito à Comunicação). Saiba mais Esta aula, foi baseada na seguinte bibliografia: Sistema Público de Comunicação no Brasil, publicação em meio digital do Observatório do Direito à Comunicação http://www.direitoacomunicacao.org.br Sistemas públicos de Comunicação no mundo: experiências de doze países e o caso brasileiro, publicação meio digital do Coletivo Intervozes. www.intervozes.org.br http://www.direitoacomunicacao.org.br/ http://www.intervozes.org.br/ - -7 O que vem na próxima aula • a ética nos meios de comunicação; • casos clássicos de erros éticos no Jornalismo e na Publicidade; • a mídia no processo de construção da cidadania; • espetacularização da informação e da publicidade; • a democratização da comunicação. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • aprendeu como funciona o sistema público de comunicação no Brasil; • compreendeu as diferenças entre os sistemas público, estatal e comercial previstos pela Constituição Federal; • analisou suas particularidades. • • • • • • • • Olá! 1 Artigo 223 da Constituição Federal 2 Comunicação na contemporaneidade 3 Sistema público e estatal de comunicação 4 Mídia Pública no Brasil Origem do financiamento Modo de gestão 5 Financiamento dos meios de comunicação de massa 6 Sistema público de comunicação O que vem na próxima aula CONCLUSÃO
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