Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
- -1 TÓPICOS ESPECIAIS EM COMUNICAÇÃO INTERFACES DA COMUNICAÇÃO - -2 Olá! Atualmente, as Ciências Humanas e Sociais estão efetivamente incorporadas ao campo da Comunicação, constituindo-o. Desse modo, a apropriação das Ciências Humanas e Sociais para a constituição desse campo se dá em um processo crescente de múltiplos significados e que reflete, obviamente, em novas posturas de conhecimento (2000, meio digital). Nesta aula, você estudará as relações da Interface, bem como a Educomunicação e as Políticas de envolvimento da comunicação. Ao fim desta aula, você será capaz de: 1- Conhecer a relação da Comunicação com outras áreas do conhecimento e suas formas de desenvolvimento; 2- Relacionar a Comunicação e a Política; 3- Identificar a Educomunicação, ou seja, a interrelação com a Educação e os processos educativos. 1 Interface As áreas da Ciência da Informação e da Comunicação estabelecem campos de interações, interferências, diferenças e semelhanças, criando o que José Luiz Braga chama de “interface, uma área de tensão e não simplesmente espaço de sobreposição de objetivos e compartilhamentos harmônicos ou panorâmicos de investigação [...].” (2004, p.14). Neste sentido, temos áreas do conhecimento que se utilizam de interfaces e que lidam com racionalidades, objetos e objetivos diferenciados. Em comum, o fato de que a mensagem pode ser tratada como informação para ser disseminada e transferida. Em seu artigo “Produção da Informação nos campos da Ciência da Informação e Comunicação Jornalística: possíveis interfaces”, publicado por meio digital, na revista , da UFRGS, Rogério Bazi, diz que:Intexto A produção, a organização e o controle dos estoques de informação, para uso imediato ou futuro, são imprescindíveis para que se efetive a transferência da informação. Contudo, para que esses estoques (armazenados nos museus, bibliotecas, base de dados, arquivos etc.) sejam acessados, é preciso que o receptor os ative. Observa-se que as indústrias da informação se desenvolvem à margem das revoluções e do crescimento industrial e utilizam técnicas próprias de redução estrutural de - -3 informação, causando diminuição semiótica do conteúdo e da competência das estruturas em gerar informação. (2007, meio digital) Entendendo aqui informação no sentido amplo – notícias, produtos, serviços – podemos perceber que o receptor é o fundamento de todo o processo. Braga, em seu estudo sobre a “Constituição do Campo da Comunicação”, publicado na revista Verso e Reverso, da Unisinos, em 2011, alega que o trabalho de interfaces, no campo da Comunicação, “corresponde a um verdadeiro e efetivo trabalho de interdisciplinaridade – desde que se leve a sério a busca dos enfoques comunicacionais”. Muitas pesquisas da área ocorrem nessas interfaces: Comunicação e Política, Comunicação e Educação, Comunicação e Cultura; Comunicação e diversas questões sociológicas, linguísticas, antropológicas etc. Em todas estas áreas de pesquisa, uma questão se põe como fundamental para assegurar possibilidades de avanço de conhecimento em Comunicação e de contribuição comunicacional para as Ciências Humanas e Sociais: o que há de comunicacional nessa interface? (Braga, 2011,meio digital) - -4 2 Educomunicação A primeira interface que desponta para o nosso estudo é a Educomunicação. Donizete Soares é professor de Filosofia e diretor do Instituto Gens de Educação e Cultura, em artigo divulgado na publicação do Instituto, afirma que “quando falamos em Educomunicação, estamos nos referindo a um campo de pesquisa, de reflexão e de intervenção social, cujos objetivos,conteúdos e metodologia são essencialmente diferentes tanto da Educação Escolarquanto da Comunicação Social”. investigar os fundamentos desse campo, discutir as inter-relações dos vários tipos de saberes que se fundem na Educação e na Comunicação, constitui os principais objetivos teóricos desse novo campo. O que sentem e pensam as pessoas de si mesmas, dos outros e do mundo que as rodeia, não importando idade, sexo, credo ou condição social, por sua vez, são os conteúdos trabalhados na Educomunicação. (2006, meio digital) Soares lembra que, durante muito tempo, Educação Escolar e Comunicação Social eram consideradas áreas diferentes, com especificidades próprias, papéis a representar e funções definidas – bem ao gosto do cientificismo – que tem vingado nas sociedades dos últimos séculos. Nos dias atuais, no entanto, parte-se do reconhecimento e da constatação da existência de um novo campo de pesquisas e práticas, ou o contrário, que exteriormente se manifesta pela intersecção de dois conjuntos de saberes, cujas características sempre foram, diferentemente do que muitos pensam e/ou querem, mais de aproximações do que de distâncias. (2006, meio digital) 3 Educação e Comunicação Lembra o professor que “o neologismo , que em princípio parece mera junção de Educação eEducomunicação Comunicação, na realidade, não apenas une as áreas, mas destaca de modo significativo um terceiro termo, a ação”. É sobre ele que continua a recair a tônica quando a palavra é pronunciada, dando-lhe assim, ao que parece, um significado particularmente importante. Educação e/ou Comunicação – assim como a Educomunicação – são formas de conhecimento, áreas do saber ou campo de construções que têm na ação o seu elemento inaugural. - -5 4 Pausa para o Café... Reflita sobre a charge abaixo, relacionando os conhecimentos da aula aprendidos até então, como a mensagem trazida pela Mafalda. O domínio da Educomunicação, mais do que um objeto a ser investigado, é um campo de relação e entre saberes. É um espaço de questionamentos, de busca de conhecimentos e construções de saberes. É também um espaço de ações e experiências que levam a saberes ou partem deles em direção a outros. Entendemos que fazer Educomunicação ou realizar práticas educomunicativas, na medida em que isto quer dizer construir um novo discurso, é experimentar outra forma de convivência social. Aliás, a Educomunicação, do nosso ponto de vista, é, antes de tudo, uma proposta de organização social essencialmente diferente dessa em que estamos inseridos. [...] o tipo de gestão que caracteriza a Educomunicação é a cogestão. Apostamos na real possibilidade de que os grupos humanos caminhem no sentido de fazer da autonomia dos indivíduos o seu grande objetivo. (2006, meio digital) 5 Pausa para Pipoca ... A Cipó – comunicação interativa é uma organização soteropolitana, que tem como objetivo, transformar a vida de meninas e meninos de classes populares por meio da comunicação. - -6 6 Comunicação e Política Vera Veiga França, professora do Departamento de Comunicação Social, da UFMG, em artigo intitulado “Comunicação e Política: edifica-se uma tradição?”, publicado na revista da Compós, em 2010, diz que a temática Comunicação e Política ocupa um lugar de destaque no campo das teorias da Comunicação, e adquire conotações e tratamentos diferenciados conforme o nível e a natureza das inquietações que vêm permeando as distintas conjunturas históricas. O desafio de pensar a temática Comunicação e Política reside em articular a apreensão da globalidade do processo comunicativo, sua natureza móvel e instituinte, com aquilo que ali se institui: uma prática política, uma disputa de posição, uma intervenção no mundo, a conformação de sujeitos. (2010, meio digital) É preciso reconhecer que a mídia é um fator central da vida política contemporânea e que não é possível mudar este fato. A mídia é, nas sociedades contemporâneas, o principal instrumento de difusão das visões de mundo e dos projetos políticos; dito de outra forma, é o local em que estão expostas as diversas representações do mundo social, unidas aos diversos grupos e interesses presentes na sociedade. O problema é que os discursos que ela veicula não esgotam a pluralidade de perspectivas e interesses presentes na sociedade. As vozes que se fazem ouvir na mídia são da sociedade, mas esta representaçãorepresentantespossui um viés. O resultado é que os meios de Comunicação reproduzem mal a diversidade social, o que acarreta consequências significativas para o exercício da democracia. O que se observa é que a visibilidade na mídia é, cada vez mais, componente essencial da produção do capital político. Luiz Felipe Miguel, no artigo “Os meios de Comunicação e a prática política”, conclui seu estudo lembrando que “os meios de Comunicação não são canais neutros que “registram” uma realidade que lhes é externa. Também não são penetras que perturbam uma atividade política. São agentes políticos plenos e, com a força de sua influência, reorganizaram todo o jogo político.” (2002, meio digital) Em qualquer das interfaces do campo da Comunicação – seja na Educação ou na Política – como apresentadas aqui é fundamental ter sempre em mente que o discurso tem um receptor direto e com ele que devemos sempre nos preocupar. Saiba mais - -7 CONCLUSÃO Nesta aula, você: • aprendeu a relação da Comunicação com outras áreas do conhecimento e suas formas de desenvolvimento; • compreendeu a Educomunicação, ou seja, a inter-relação com a Educação e os processos educativos; • analisou a Comunicação e a Política. Esta aula foi baseada na seguinte bibliografia: BAZI, Rogério. Produção da Informação nos campos da Ciência da Informação e Comunicação Jornalística: possíveis interfaces. Porto Alegre: , UFRGS, 2007.Revista Intexto BRAGA, José Luiz. Constituição do Campo da Comunicação. São Leopoldo: .Verso e Reverso Unisinos, 2011. FRANÇA, Vera Veiga. Comunicação e política: edifica-se uma tradição? –Revista Compós Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Comunicação. Minas Gerais, 2010. MIGUEL, Luiz Felipe. . São Paulo: Scielo, 2002.Os meios de Comunicação e a prática política SOARES, Donizete. – o que é isto? São Paulo: Instituto Gens de Educação eEducomunicação Cultura, 2006. • • • Olá! 1 Interface 2 Educomunicação 3 Educação e Comunicação 4 Pausa para o Café... 5 Pausa para Pipoca ... 6 Comunicação e Política CONCLUSÃO
Compartilhar