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Palestra COVID-19

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Conceitos iniciais, história
Em 31 de dezembro, o escritório da OMS na China recebeu alerta epidemiológico sobre casos de uma pneumonia com causa desconhecida na cidade de Wuhan, na província de Hubei. Em 07 de janeiro de 2020, pesquisadores chineses isolaram uma cepa SARS-COV-2 da família coronavírus, que ainda não havia sido detectada em humanos. Em 11 de fevereiro de 2020 esse vírus foi oficialmente denominado Covid-19 (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2020).
Acompanhando a situação vivida na China, o Brasil, no dia 22 de janeiro de 2020, ativou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o novo coronavírus (COE Covid-19). Naquele momento, estava claro que se tratava de um novo vírus com forte capacidade para lotar os leitos das unidades de terapia intensiva.
Os Coronavírus (Cov) são vírus de RNA envelopados amplamente distribuídos entre humanos, além de outros mamíferos e aves. São de origem zoonótica, transmitidos de animais para os humanos, causando desde resfriado comum a pneumonias graves (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2020).
Sua capacidade de contágio (R0) é de 2,74, o que significa dizer que cada pessoa doente contagia em média mais de duas pessoas. Comparativamente a outras pandemias, como H1N1 (2009) e a gripe espanhola (1918), o R0 do Covid-19 se mostra superior. Por esse motivo o país avançou rapidamente para a transmissão comunitária (PARK SE, 2020).
No dia 20 de março de 2020 foi publicado o Decreto legislativo nº 6, que reconheceu o estado de calamidade pública no país. Desde então, o número de casos e óbitos notificados pelo Covid-19 aumentam diariamente. Até 29 de abril de 2020, foram notificados 71.886 casos e 5.017 óbitos, o que confere uma taxa de letalidade de 7,0%.
Normas regulamentadoras na abordagem
da Covid-19
Declarada a pandemia, o mundo todo se mobilizou em busca da cura– até o momento inexistente para esse terrível mal. Instituições internacionais, governamentais e associações de classe têm se empenhado incansavelmente na divulgação de notas e recomendações para reduzir o risco de transmissão do vírus entre os profissionais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) encara a batalha contra o Covid-19 apoiando tecnicamente os profissionais, na certeza de que com o acesso e uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), aumentam-se as chances desses profissionais estarem protegidos no exercício de suas funções.
Tipos e finalidades dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e coletivos (EPCs). Utilização correta de EPIs pela equipe de Enfermagem (máscara, luvas, aventais, óculos, gorro, proteção para os pés, colocação e descarte)
Segundo a Norma Regulamentadora (NR6), considera-se um EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, para proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 2001).
ALERTA DO PROFISSIONAL
A empresa e ou instituição onde você trabalha é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, os EPIs adequados ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento sobretudo nas situações de emergência. Cabe também ao empregador exigir seu uso, além de orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação (BRASIL, 2001).
A partir da gravidade da situação, as entidades de saúde: OMS, MS, Anvisa e demais entidades de classe regulamentaram ações preventivas com recomendações para identificar as demandas que surgiam da pandemia Covid-19. Confira a seguir algumas ações, normas e recomendações disponíveis até o momento.
Recomendações da Anvisa
Realidades de recursos limitados (estrutura, equipamentos e outros) e intensas jornadas de trabalho pelo aumento da demanda de pessoas suspeitos ou contaminados pela Covid-19 expõem diariamente os profissionais ao risco iminente de contágio. Assim, destacamos recomendações básicas de controle a serem adotadas nos serviços de saúde, confira:
Recomendações sobre o uso de adornos
Em tempos de pandemia, orienta-se aos profissionais a seguir as recomendações da Norma Regulamentadora 32 (NR32), que determina a proibição do uso de adornos para proteger o profissional dos riscos de contaminação com materiais biológicos e depósito de micro-organismos nos objetos. São adornos: alianças, anéis, pulseiras, relógios, colares, brincos, broches, piercings expostos, gravatas e crachás pendurados com cordão. A seguir, confira as recomendações do Cofen a respeito dos cuidados pessoais e uso de objetos:
Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e riscos ocupacionais
Estudos sugerem que a transmissão pessoa a pessoa do novo coronavírus (SARS-CoV-2) ocorre por meio de gotículas respiratórias (fala, tosse ou espirro) e ainda, pelo contato direto com pessoas infectadas ou indireto por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas (BRASIL, 2020).
Devido à facilidade de contaminação e possibilidade de efeitos graves da doença, medidas de biossegurança necessitam ser implementadas aos profissionais de saúde, tanto dos que prestam assistência direta ao paciente, quanto das equipes de apoio, entre outros (BRASIL, 2020).
Conceitos iniciais
As medidas de biossegurança devem iniciar antes da chegada do cliente ao serviço de saúde, no atendimento pré-hospitalar móvel de urgência e transporte interinstitucional de casos suspeitos ou confirmados e durante toda a assistência prestada (BRASIL, 2020). Conheça a seguir os conceitos referentes às medidas de prevenção e controle presentes nos serviços de saúde.
O conhecimento sobre as medidas de prevenção e controle de infecção implementadas nos serviços de saúde, tem a função de evitar ou reduzir ao máximo a transmissão de microrganismos durante qualquer assistência à saúde realizada.
O novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode ser enquadrado como agente biológico classe de risco 3, isto é, alto risco individual e moderado risco para a comunidade (BRASIL, 2020).
Atendimento de casos suspeitos ou confirmados
Para os profissionais e equipe de apoio é recomendado realizar a higiene das mãos frequente com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica a 70% e utilizar os EPI’s (óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica ou máscara N95/PFF2, durante procedimentos geradores de aerossóis, avental, luvas de procedimento e gorro).
ALERTA DO PROFISSIONAL
Deve-se providenciar o rápido isolamento da pessoa com sintomas de infecção respiratória, em área exclusiva dentro da unidade ou em estrutura auxiliar externa (tendas, barracas, containers e similares), garantindo que não fiquem esperando atendimento entre os outros pacientes.
Precauções a serem adotadas
Devido a transmissão do novo coronavírus por meio de gotículas e pelo contato direto com pessoas infectadas ou indireto por meio de objetos ou superfícies contaminadas, o profissional deverá estar atento a cada procedimento adotado.
Nesse sentido, as precauções devem ser conhecidas e implementadas nos ambientes de assistência à saúde e adotadas em todos os atendimentos, como: precaução padrão, de contato, para gotículas e para aerossóis (BRASIL, 2020).
Evitando os riscos ocupacionais
Os cuidados do profissional de saúde ao chegar em sua residência são procedimentos simples e fundamentais que podem protegê--lo e também a sua família. Siga as recomendações ao chegar em casa após o turno de trabalho.
A correta higienização das mãos é um dos cuidados mais seguros para evitar a contaminação. O procedimento correto deve ser seguido por todos, profissionais, pacientes, acompanhantes e pela sociedade em geral. Mas os profissionais de saúde, em especial, devem estar atentos aos cinco momentos para a higiene das mãos em serviços de saúde (BRASIL, 2020).
ALERTA AO PROFISSIONAL
Se você apresentar sintomas de Síndrome Gripal, deve ser afastado do trabalho imediatamente. Cada instituição possui uma rotina para encaminhamento e atendimento aos profissionais com sintomas do novo coronavírus. Informe-se sobre os procedimentos na sua instituição!
Diretrizes recomendadaspara uso prolongado e reutilização limitada das máscaras faciais/
respirador particulado N95
A máscara N95, também chamada de respirador particulado N95, é um purificador de ar certificado pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH), possui um filtro em seu interior capaz de filtrar pelo menos 95% das partículas transportadas pelo ar, porém não é resistente ao óleo. A N95 é capaz de filtrar poeira, fumaça, névoa e aerossóis, além de partículas biológicas como o pólen, esporos de fungos, bactérias, vírus, pelos de animais e alérgenos (Centers for Disease Control and Prevention, 2020).
Uso prolongado
O termo “uso prolongado” significa a prática de utilizar o mesmo respirador N95 para o atendimento de vários pacientes sem removê-lo. Um exemplo desse uso ocorre em unidades para atendimentos exclusivos a pacientes com Covid-19, quando os profissionais apenas retiram as máscaras no fim de seus turnos (Centers for Disease Control and Prevention, 2020).
Reutilização
A reutilização é a prática de usar a mesma máscara para vários cuidados com pacientes, mas retirando-a após cada vez. O respirador N95 é guardado nesse intervalo de tempo para ser utilizado no próximo encontro. Essa prática tem sido utilizada há décadas, quando os patógenos não são transmitidos também por contato (Centers for Disease Control and Prevention, 2020).
ALERTA DO PROFISSIONAL
Sempre que você estiver em contato com um paciente suspeito ou confirmado de Covid-19, ou tocar em área próxima ao paciente ou nos equipamentos em uso, mantenha total atenção para proceder ao processo de descontaminação ao final do atendimento. Além disto, é de extrema importância que todos da equipe de saúde estejam vigilantes e auxiliem seus colegas, relembrando-os das adequadas precauções.
Cuidados com o corpo após a morte da pessoa contaminada pelo novo Coronavírus.
A manipulação do corpo somente deverá ocorrer por profissionais habilitados e treinados para desenvolver essa atividade. Lembre-se de que o risco de contaminação no preparo do corpo está diretamente relacionado com fluidos corporais onde o vírus está presente, ou através de objetos ou superfícies contaminados no local de atendimento do falecido.

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