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História da Anatomia

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História da Anatomia
Compreender o que é e como a disciplina de anatomia humana formou-se.
A forma é a imagem plástica da função
A anatomia está para a fisiologia assim como a geografia está para a história
O estudo da anatomia envolve o exame das estruturas gerais do corpo. A anatomia
macroscópica é o estudo da morfologia por meio de dissecção a olho nu ou com pequeno aumento.
Pode ser estudada por regiões, tais como a cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve e membros;
também chamada de anatomia regional. O estudo por sistemas de órgãos que executam uma função
comum é chamado de anatomia sistêmica, que é a normalmente utilizada. A anatomia microscópica
é o estudo da estrutura com o auxílio de um microscópio e, como trata dos tecidos, é chamada de
histologia, ou, se for célula, de citologia. A embriologia trata do crescimento e diferenciação do
organismo.
Atualmente, avanços tecnológicos tornaram possível a anatomia radiográfica, que é
particularmente valiosa no diagnóstico de doenças e lesões. Pois, ao utilizar como ferramentas
aparelhos de raios-X, fluoroscopia, ressonância magnética nuclear, tomografia de emissão de
pósitrons e ultrassonografia, permite a análise das estruturas do corpo humano substituindo a
dissecação com bisturi. A anatomia como ciência renova-se a cada dia: de desenhos em cavernas,
figuras em atlas a ambientes virtuais em três dimensões. Quando associada a outras disciplinas
pode contribuir inclusive para o estudo do movimento do corpo humano.
Os ensinamentos sobre a construção do corpo humano não estão restritos aos livros de
anatomia. Mesmos os conceitos não científicos que são passados culturalmente estão presentes ao
nosso redor. A curiosidade e a necessidade de estudar o corpo sempre acompanharam o ser
humano. Basta perceber nas tradições do caçador ou no trabalho do açougueiro um apurado senso
de anatomia, embora adaptado a sua finalidade. O caçador deve saber o local certo para abater a
caça rapidamente, atingindo órgãos vitais.
Em desenhos feitos em cavernas por ancestrais, foram observadas flechas apontando para a
região torácica, mais especificamente para o coração. Ou mesmo para região cervical, que é um
local muito frágil, que qualquer golpe pode danificar o sistema respiratório, vascular ou nervoso,
matando o animal rapidamente. Na limpeza da caça ou mesmo no trabalho do açougueiro é
necessário conhecer bem o corpo do animal, para que não exista a contaminação da carne ou
mesmo para poder separar em partes e facilitar o preparo do alimento.
Anatomia é o estudo da estrutura do corpo. Uma das mais antigas ciências médicas básicas
que foi estudada formalmente pela primeira vez no Egito Antigo. As primeiras descrições anatômicas
foram registradas em papiros entre 3000 a 2500 a.C. e demonstraram procedimentos cirúrgicos que
exigiam consideráveis conhecimentos anatômicos, principalmente de órgãos como: coração, fígado,
baço, rins e bexiga urinária.
Na antiga civilização chinesa, as teorias anatômicas surgiram por meio de suposição em lugar
de observação direta, porque as doutrinas de Confúcio (551-479 a.C.) proibiam a violação dos
corpos. Mesmo assim a medicina chinesa avançou muito nos seus conhecimentos.
Entre os gregos clássicos o conhecimento da anatomia humana era mais racional que
supersticioso ou religioso. Porém, estava limitado a observações de abate, sacrifícios ou lesões de
batalhas. Além disso, dissecação humana não foi praticada e era proibida por leis existentes e
preconceitos. Hipócrates (460-377 a.C.) foi filósofo e não de fato um médico, mas por seus
conhecimentos foi considerado como o pai da medicina e fundador da ciência anatomia. Aristóteles
(384-322 a.C.) foi o primeiro a usar o termo "Anatome", uma palavra grega que significa "cortar em
pedaços ou separar"; a palavra latina "Dissecare" tem significado semelhante. Herófilo (335-280
a.C.) e Erasístrato (310-250 a.C.) contribuíram no avanço da anatomia por meio das primeiras
dissecações de corpos humanos. Galeno (131-201 d.C.) foi escritor da obra Sobre o uso das partes
do corpo humano que norteou a medicina por quatorze séculos.
Conceitos gerais da antiga Grécia, Egito, Roma e China olhavam o corpo humano como a
residência sagrada da alma, e, sua dissecação era proibida. O início da era cristã retardou o
surgimento da anatomia científica, porque a dissecação de corpos humanos era considerada prática
profana e muitos equívocos e crendices perpetuaram nessa época. Houve, então, um intervalo na
produção anatômica de Galeno ao Renascimento. O surgimento de universidades no século XIII
contribuiu para a volta ao estudo do corpo humano. No século XV houve o domínio da arte no
movimento Renascentista, os artistas preocupavam-se com a representação fiel da forma humana.
O grande movimento naturalístico associado ao melhor acesso às fontes gregas produziu
transformações fundamentais na perspectiva anatômica, que encontrou em Vesalio sua expressão
mais natural e poderosa. Existe ampla evidência do conhecimento anatômico prático de
Michelangelo, Dürer e Rafael; todos deixaram desenhos de dissecações. Michelangelo Buonarroti
(1475-1564) passou 12 anos estudando anatomia e dissecando.
Leonardo da Vinci (1452-1519) foi um dos maiores anatomistas. Começou a dissecar para
aperfeiçoar sua arte e logo se interessou pela estrutura e funções do corpo. O seu interesse científico
excedeu o artístico.
Versalio (1514-1564) publicou Humani Corporis Fabrica, em 1543, que marcou uma nova era
da história da anatomia, tornando-se uma disciplina objetiva baseada em observações diretas e
também em princípios científicos. Foi a primeira obra a conter descrições acuradas da estrutura
interna do corpo humano. 
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Referências
D'ANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. Rio de Janeiro:
Atheneu, 2007.
JOSE, A. M. The arts in medicine — anatomy and Leonardo da Vinci. Yale Journal of Biology and
Medicin; 74: 185-195, 2001.
MARTINS e SILVA, J. Leonardo Da Vinci e as Primeiras Observações Hemodinâmicas. Rev. Port.
Cardiol. 2008 Fev; 27(2):243-72.
SHIN, E. K.; MEALS, R. A. The historical importance of the hand in advancing the study of human
anatomy. The Journal of hand Surgery; 30 (2): 209-221, 2005.
SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991.
TORTORA, G. T. Princípios de Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

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