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Staphylococcus gênero Família: Staphylococcaceae (Micrococcaceae) Cocos Gram positivos agrupados em cachos Pertencente a Microbiota das Fossas Nasais (trato respiratório superior) Constitui cerca de 10%-15% da Microbiota da Pele São Anaeróbios Facultativo Temperatura ótima de crescimento: 40-45oC Algumas espécies de importância clínica: S. aureus (piogênico), S. intemedius (cães), S. epidermidis (saprofítico) – vive na microbiota da pele de cães. S. hyicus (suínos, bovinos), S. schleiferi coagulans (cães). Aspectos morfológicos Formato esférico, agrupados; Cocos em cachos de uva Gram Positivos Colorem em roxo pelo Cristal de Violeta, devido a camada espessa de peptidoglicano da parede celular Não formam endoesporos Não possuem flagelos, ou seja, são imóveis São Encapsulados ou não Características de crescimento Colônias opacas, lisas, grandes. Sensíveis Corantes (violeta) Sais biliares Desinfetantes (clorexidina) Resistentes Dissecação (fator contaminante) pH de 4,8 a 9,4 NaCl até 20% Estrutura e composição da parede celular Cápsula Proteína A Ácidos teicoides Ácidos lipoproteicos Fatores de aglutinação Fatores de virulência Componentes da Parede Celular Endotoxinas: Toxinas de natureza não proteica liberadas após a morte e lise da célula. Representam componentes estruturais do envoltório celular bacteriano. Enzimas Exotoxinas: Toxinas de natureza proteica produzidas internamente e liberadas no meio externo. Não fazem parte da estrutura celular. Enterotoxinas. Cápsula Algumas cepas são encapsuladas Formada por vários polissacarídeos Localizada no exterior da Parede Celular Propriedade Antifagocitária (protege a bactéria da fagocitose pelos macrófagos). Protege contra os Bacteriófagos. Auxilia na adesão da bactéria nas células do hospedeiro aumentando o poder de invasão Peptídeoglicano Endotoxina com Ação Pirogênica Estimula a produção de pirógenos endógenos (citocinas produzidas por leucócitos) causando a febre Estimula também a vasodilatação excessiva devido à produção de citocinas como a Interleucina IL-1 pelo SI Ácido Teicoico (Polissacarídeo A) Polímero de glicerol ou ribitol unidos por ligações fosfodiéster; Controla a entrada e saída cátions; Regula a atividade das autolisinas (autolise celular); Promove aderência bacteriana ao epitélio da célula do hospedeiro (servem para ancorar a bactéria, impedindo-a de ser arrastada (pelo sangue, urina, suor ou outros fluidos) da sua área de colonização), facilitando a invasão bacteriana; Aderência é devido a adesina ligar-se a fibronectina Configura-se como uma Endotoxina. Proteína A (Específica para Staphylococcus aureus) Liga-se a porção Fc dos anticorpos (IgG), assim neutralizando a ação imunológica destas imunoglobulinas, impedindo a ativação do sistema complemento. Fig. As extremidades do anticorpo são o fragmentos Fab que se ligam ao antígeno. A porção Fc realiza ativação de complemento (quando unida ao antígeno) e auxilia a fagocitose por se ligar a macrófagos. Fator de Aglutinação Proteína que se liga ao fibrinogênio e o converte em fibrina insolúvel (coagulase ligada), provocando a aglutinação ou agregação dos Staphylococcus. Enzima (coagulase) Enzima que coagula o sangue ao transformar o fibrinogênio em fibrina, da mesma forma que a trombina humana. O fibrinogênio se adere em volta da bactéria transformando-se em fibrina (formando coágulos ao redor da bactéria, como uma camada protetora) dificultando o seu reconhecimento pelo SI e protegendo- a da fagocitose, assim formando os abscessos Estafilocócicos. Diferencial para Staphylococcus aureus. Enzima (catalase) Permite as bactérias escaparem do SI, pois quando os leucócitos produzem peróxido de hidrogênio para matar o organismo invasor, elas liberam a catalase para degradar o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio inofensivo (presente na “água oxigenada”), formando bolhas. Enzimas (fibrinolisina) Produzida por Staphylococcus aureus. Também chamada de Estafilocinase. Dissolve os coágulos de fibrina, o que é útil se forem tão grandes que impeçam a sua multiplicação e invasão. Enzimas (hialuronidase) Importante na disseminação das bactérias Degrada a matriz extracelular humana, composta de ácido hialurônico, facilitando a invasão dos tecido. Enzimas (penicilinase) Produzida por cepas resistentes ao antibiótico penicilina. É espalhada por troca de plasmídeos contendo o gene nas trocas sexuais bacterianas Toxinas (citotoxina leucocidina) Toxinas que formam poros na membrana celular de leucócitos, destruindo-os por lise (Degranulação de leucócitos). Mortalidade em 47% dos casos. PVL – Leucocidina Panton-Valentin: Responsável pela destruição de polimorfonucleares e macrófagos, levando a uma resposta inflamatória no hospedeiro,e necrose das células imunológicas. Associado aos Staphylococcus resistentes à meticilina (MRSA). Potencializa a mortalidade em 75% dos casos. Toxinas (citoxinas hemolíticas - hemolisinas) ALFA Torna a célula susceptível aos efeitos de vários fatores e permite a entrada de agentes líticos. Degrada a membrana plasmática (MP) de eritrócitos, pela formação de poros, causando a hemólise parcial. BETA Esfingomielinase dependente de Mg+2; Degrada esfingomielina na camada externa da MP de eritrócitos. Destroem por total a MP dos eritrócitos. DELTA Causa lise em uma variedade de células, no entanto, sua patogênese ainda é pouco conhecida. Papel surfactante e formadoras de canais Potencializa a ação da beta-hemolisina GAMA Promove efeitos pró inflamatórios. Toxinas esfoliatina (SPEE – Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica) Exotoxina produzida por Staphylococcus aureus (cerca de 5% - 10% a produz). Quebra de pontes intercelulares da camada granulosa da epiderme (principalmente em epiderme de neonatos). Toxinas (enterotoxina) Chamada de Superantígeno São toxinas Termoestáveis a 100ºC por 30 minutos Resistente a hidrólise por enzimas gástricas Induzem a ativação inespecífica de células T e liberação de citocina Estimulas a liberação de mediadores inflamatórios dos mastócitos Toxina da Síndrome do Choque Tóxico – TSST Causada pela resposta dos linfóticos T às toxinas produzidas por Staphylococcus aureus (menos grave com 5% de mortalidade dos casos) e/ou por Streptococcus pyogenes (mais grave com 20%-60% de mortalidade nos casos). Febre alta; Pressão sanguínea baixa; Vermelhidão e erupção difusa. Formas da doença Staphylococcus aureus ESTAFILOCOCOSE CUTÂNEA EM COELHOS DOENÇA DO ABCESSO DE OVINOS PIODERMITE CANINA MASTITE BOVINA Beta-hemolisina envolvida na patogenicidade ESTAFILOCOCOSE CUTÂNEA EM COELHOS PIODERMITE CANINA Staphylococcus intermedius PIODERMITE CANINA UROLITÍASE CANINA Formação de cálculosno aparelho urinário do cão, originando os urólitos. Staphylococcus hyicus EPIDERMITE EXSUDATIVA EM SUÍNOS Bactéria comensal da pele de suínos; Manifestações clínicas devido a ferimentos e castração; Formação de crostas na pele e ausência de prurido. Staphylococcus epidermidis Microbiota da pele Pode, ocasionalmente, causar infecções pós implantes. Tratamento Abcessos Aspirado Antissépticos (hexaclorofeno 3%) Tratamento Sistêmico Resitente à penicilina, eritromicina, tetraciclina Utiliza o Cloranfenicol, cefalosporina, vancomina. Resistência a antibióticos A primeira vez que um antibiótico foi usado clinicamente foi para tratar um infecção por Staphylococcus aureus. A penicilina teve eficácia até os anos 60, quando as taxas de resistência chegaram a 90% (cepas hospitalares) e 70% (cepas comunitárias). Meticilina Antibiótico β-lactâmico pertencente a grupo das penicilinas; Cepas de S. aureus possuem as β-lactamases adquirindo resistência; (mecA gene); A Meticilina funcionou bem até os anos 70, quando começaram a surgir cepas resistentes (MRSA) e na década de 80 ocorrência de surtos graves de infecções hospitalares em berçários e UTIs por MRSA. CEPAS MRSA SÃO RESISTENTES A TODOS OS ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS Vancomicina Antibiótico Glicopeptídeo Mecanismo de resistência B- lactâmico Presença de penicilina induz a expressão de penicilinases através de um sistema regulador composto por uma proteína com atividade repressora (BlaI), e uma proteína transdutora de sinal (BlaRI - proteína de membrana). O domínio sensor da BlaR1 liga-se ao β-lactâmico causando sua auto clivagem, tornando o domínio enzimático ativo que cliva a BlaI evitando a ligação ao operador, deixando o caminho livre para a transcrição dos genes de resistência a meticilina, assim o blaZ codifica penicilinases que vão inativar a penicilina. Mecanismo de resistência à vancomicina VISA: Parede celular mais espessa que o habitual, contendo peptídeos capazes de se ligar à vancomicina impedindo sua ação. VRSA: Age ligando-se à porção terminal D-ala-D-ala dos precursores do peptideoglicano (constituinte da parede celular bacteriana), inibindo assim a síntese da parede celular. No entanto, os VRSA possuem o gene vanA codificam alterações substituindo a terminação D-ala-D- ala (sítio de ligação da vancomicina) por D-ala-D-lac impedindo a ligação da mesma. Se eu fiz isso é pq graças Deus, eu fiz isso!