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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL E DOS RECURSOS HÍDRICOS CURSO DE AGRONOMIA DISCIPLINA: AQUICULTURA Relatório do acompanhamento de utilização de um sistema de aquaponia Equipe: Maria Clara Trindade Pantoja PRODUÇÃO DE JAMBU (Acmella oleracea) EM SISTEMA AQUAPONICO PIRARUCU (Arapaima gigas) Belém - PA 2022 Área de conhecimento do Projeto: Ciências Agrárias Zootecnia Subárea de conhecimento do Projeto: Zootecnia e Recursos pesqueiros 1. INTRODUÇÃO A aquaponia é uma técnica de produção vegetal integrada com a produção de organismos aquáticos (CARNEIRO et al., 2015). A eficiência desse método de cultivo está relacionada com a relação simbiótica entre as plantas e os animais, pois, o nitrato proveniente do metabolismo dos peixes é absorvido pelas raízes, devolvendo a qualidade da água. Outra característica desse sistema é a redução do uso de fertilizantes e defensivos agrícolas, garantindo a segurança alimentar do consumidor (OLIVEIRA, 2016). O pirarucu (arapaima gigas) é uma espécie nativa da Amazônia que pertence à classe actinopterygii, ordem osteoglossiformes e família arapaimidae. O maior peixe de água doce do mundo também é considerado um fóssil vivo, por ser um dos representantes mais antigos da família arapaimidae, com registros da linhagem antes da divisão dos continentes africano e sul americano, no período jurássico (SOUSA et al., 2017). O jambu (acmella oleracea) é uma hortaliça folhosa da família das asteraceae conhecida por uma substância chamada espilantol, uma N-alquilamida utilizada em medicamentos, cosméticos e alimentos, no Pará, essa hortaliça é utilizada em pratos típicos (SOUSA et al.,2019). É uma planta herbácea, anual, com raiz principal pivotante, folhas compostas, membranáceas, pecioladas, caule cilíndrico, carnoso e de ramos decumbentes, possui de 20 a 40 centímetros de altura e limbo oval de 40 a 79 mm. A propagação ocorre por meio de hastes enraizadas e sementes (FAVORETO & GILBERT, 2010). 2. JUSTIFICATIVA O sistema de aquaponia para produção vegetal é uma alternativa economicamente viável e sem danos ao meio ambiente, pois, o reaproveitamento da água com resíduos da criação de peixes além de fornecer nutrientes para as plantas, evita o descarte inadequado da água, associada a redução no uso de fertilizantes e defensivos agrícolas, com isso, há diminuição dos gastos com insumos. A implantação desse sistema é relativamente fácil e barato em comparação ao convencional. Dentre as vantagens estão: reutilização total da água, eficiência no uso e descarte da água, melhor aproveitamento da área, colheita facilitada, diminuição da mão de obra, menor incidência de pragas, doenças e plantas invasoras. E como as plantas utilizadas nesse sistema de produção possuem ciclo curto, o retorno financeiro tende a ser rápido. 3. OBJETIVOS DO PLANO DE TRABALHO 3.1 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da densidade no crescimento do jambu. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Avaliar o efeito da densidade no vigor das plântulas de jambu; ● Monitorar a velocidade de emergência das plântulas; ● Verificar a influência da densidade na área foliar; 4. METODOLOGIA 4.1 Área de estudo O experimento foi conduzido no Laboratório de Bioprocesso Aquícolas Amazônicos (BIOAQUAM), localizado em frente ao prédio de Engenharia ambiental da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém, Pará, cujas coordenadas geográficas são 1º27´30´´ Latitude Sul, 48º28´12´´ Longitude Oeste e altitude em torno de 8,13 m (Figura 1). Figura 1 – Mapa de localização da área de estudo Fonte: Fonte: Natividade (2021). A pesquisa foi conduzida sob ambiente protegido do tipo capela não climatizado, no sentido Leste-Oeste, construído em estrutura de madeira, possuindo 8,00 m de largura e 12,00 m de comprimento, totalizando uma área experimental de 96,00 m2 e altura do pé direito de 3,00 m. Para a cobertura da estrutura será utilizado polietileno de baixa densidade transparente com espessura de 0,150 mm e laterais abertas. 4.3 Ambiente de cultivo Os animais foram criados em um tanque retangular com capacidade de 5m3, com atração contínua. O cultivo dos vegetais se deu em uma mesa retangular de acordo com (RIBEIRO; TESTEZTLAF; FERRAREZI, 2017), com as seguintes dimensões de altura 75 cm, largura 2,06 m e comprimento 3,25 m, capacidade de armazenamento em torno de 1,00 m³. 4.4 Bancada de produção de mudas Dentro do ambiente protegido foram instaladas quatro bancadas de germinação do tipo floating, sustentada por uma estrutura de madeira, com 1,84 m de largura, 4,10 m de comprimento e 1 m de altura. O reservatório das bancadas tem as dimensões 0,72 m de largura, 1,18 m de comprimento e 0,10 m de altura. Figura 2 - Desenho estufa tipo capela Fonte: Fonte: Natividade (2021). O reservatório das bancadas possui dimensão 0,75 m de largura, 1,20 m de comprimento e 0,10 m de altura. Outros componentes dos sistemas: como reservatório de decantação, filtragem, biofiltro, mídias filtrantes e fontes de oxigenação foram testados e adequados antes da implantação dos experimentos (Figura 3). Figura 3 - Desenho experimental de um módulo do sistema aquapônico. Fonte: Natividade (2021). 4.5 Tratamento experimental As sementes de jambu foram alocadas em bandejas de poliestireno contendo 128 células, com substrato de fibra de coco. O experimento foi dividido em duas partes, onde na primeira fase consistia em avaliar o índice de emergencial das sementes e a segunda fase permitia a visualização do efeito da densidade no vigor e homogeneidade do crescimento. O experimento foi montado para sementes de jambu (acmella oleracea), onde foram avaliados 3 tratamentos com três repetições, o primeiro tratamento contava com duas sementes por célula, o segundo com quatro e o terceiro com seis. As sementeiras foram irrigadas diariamente durante as primeiras três semanas, como a espécie possui um ciclo curto, a produção de sementes ocorreu em cinco semanas após a semeadura, encerrando a fase experimental. Principais Resultados Não houve padronização do crescimento em nenhuma etapa do processo, algumas plântulas germinaram e se desenvolveram de maneira vigorosa, porém, o sombreamento de algumas plântulas devido a alta densidade afetou o crescimento e a produção de folhas. A velocidade de emergência das plântulas também foi morosa, contudo, essa variável está relacionada com a baixa reserva energética das sementes associada à remoção inadequada da estrutura externa que protege o endosperma, por isso, o experimento foi refeito após duas semanas, contudo, não foi feita a secagem das sementes, apenas a remoção das "palhas" da inflorescência. Outra questão que influenciou o descarte do primeiro experimento foi o efeito do vento na semeadura, como as sementes são extremamente pequenas, o vento removeu as sementes de algumas covas da sementeira. Considerações Finais Concluí-se que a quantidade de sementes por célula afeta a homogeneidade do crescimento de maneira significativa em todas as etapas de desenvolvimento, devido ao sombreamento das plântulas menores. REFERÊNCIAS CARNEIRO, P. C.F.; MORAIS, C. A. R. S.; NUNES, M. U. C.; MARIA, N. A; FUJIMOTO, R. Y.: Produção integrada de peixes e vegetais em aquaponia. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2015. 27 p. II. (Documentos / Embrapa Tabuleiros Costeiros, ISSN 1678-1937, 189). FAVORETO, R.; GILBERT, B.: Acmella oleracea (L.) R. K. Jansen (Asteraceae) – Jambu. Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde, Instituto de Tecnologia em Fármacos, Fundação Oswaldo Cruz, NGBS/Farmanguinhos/Fiocruz, Rua Comandante Guaranys 447, Jacarepaguá, 22775-610, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. SOUSA, A. R. B.; CORRÊA, R. O.; FARIA, M. T.; MACIEL, P. O.; LIMA, L. K. F.; TEIXERA, R. N. G.: Piscicultura de pirarucu / Alexandra Regina Bentes de Sousa ... [et al.]. – Brasília, DF: Embrapa, 2017. 169 p. : il. ; 11 cm × 15,5 cm. - (Coleção Criar,7). ISBN 978-85-7035-728-1 SOUSA, L. M.; VERAS, G. L.; LIMA, R. C. T.; SANTOS, M. J. C.; SANTOS, J. A. B.: Estudo prospectivo do jambu no período de 2008 a 2018. SISTEMA DE CONFERÊNCIAS APOIADAS PELA API, V ENPI - ENCONTRO NACIONAL DE PROPRIEDADE INTELECTUAL, 2019. OLIVEIRA, S. D.: Sistema de aquaponia. Universidade Federal de Goiás, 2016.
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