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LÍNGUA PORTUGUESA 
1 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
2 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .....................................................................03 
2. RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS ........................................................... 07 
3. DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL .......................................................................................12 
4. DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO ..............................................32 
5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ....................................................................................42 
6. REGÊNCIA ................................................................................................................................53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
3 
 
 
 
 
 
3 
 
 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE 
TEXTOS 
 
 
 DEFINIÇÃO DE TEXTO 
A palavra texto, sem sombra de dúvida, é familiar a qualquer pessoa e aparece frequentemen-
te no linguajar cotidiano, mas o texto não é simplesmente um aglomerado de frases. 
 
De acordo com Infante (2007, p. 90), 
“A palavra texto provém do latim textum, que significa ‘tecido, entrelaçamento’. Há, por-
tanto, uma razão etimológica para nunca esquecermos que o texto resulta de uma ação de 
tecer, de entrelaçar unidades e partes a fim de formar um todo inter-relacionado. Daí po-
dermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua 
coesão, sua unidade.” 
 
É importante ressaltar que todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de 
escala mais ampla, como observam Fiorin e Savioli (2007, p. 13): 
“Nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação da individualidade de quem o 
produziu. De uma forma ou outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma 
posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na soci-
edade. Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, tem 
sempre uma intenção por trás”. 
 
Portanto, num texto, o significado de uma parte depende de sua relação com as outras partes, 
tornando-se uma estrutura construída de tal modo que as frases não têm significado autônomo, pois 
o seu sentido depende da correlação que elas possuem com as demais frases. 
 
Não podemos esquecer que existem textos verbais e não verbais, consistindo aqueles dos tex-
tos escritos ou orais, e estes dos textos visuais, constituídos por ícones e/ou símbolos. 
 
 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VA-
RIADOS 
Interpretar um texto consiste em analisar o que está escrito, ou seja, coletar dados sobre o 
texto. Para interpretar um texto devemos abstrair tanto as ideias explícitas quanto as implícitas nele 
contidas. Como afirmado anteriormente, não existe texto desprovido de contexto e de várias impli-
cações, que podem ser políticas, filosóficas, sociológicas, acadêmicas, entre outras. 
 
Bechara (2006) lista a forma como devemos analisar um texto: 
• Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para ob-
servar como o texto está articulado; desenvolvido. 
• Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma 
conclusão, ou, ainda, uma falsa oposição. 
• Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal). 
LÍNGUA PORTUGUESA 
4 
 
 
 
 
 
4 
• Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do 
que foi pedido. 
• Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momen-
to de responder a questão. 
• Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a ideia mais importante contida 
neles. 
• Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 
• Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar com atenção a in-
trodução e/ou a conclusão. 
• Se o enunciado mencionar argumentação, deve-se preocupar com o desenvolvimento. 
• Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto: 
pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.) 
 
Três erros comuns na interpretação de textos, e que podem levar a uma escolha errada no 
momento da interpretação, são a extrapolação, redução e contradição. 
 
Bechara (2006) define esses erros capitais na análise de um texto da seguinte forma: 
Extrapolação: consiste em “fugir do texto”. Ocorre quando se interpreta o que não está es-
crito, não se atendo ao que está relatado. 
Redução: Consiste em valorizar uma parte do texto em detrimento da sua totalidade. Dei-
xa-se de considerar o texto como um todo para ater-se somente a uma parte dele. 
Contradição: Consiste em se entender o contrário do que está escrito. 
 
Observe que as provas de concurso estão cada dia mais complexas na interpretação, assim, 
para se obter um bom resultado, não basta somente interpretar o texto, mas sim demonstrar o co-
nhecimento do candidato a respeito do assunto, levando em consideração as atualidades, pois todos 
os textos de concursos são, de algum modo, ligados às atualidades. O texto é o ponto de partida, mas 
deve-se avaliar o contexto e a atualidade. 
 
 VAMOS EXEMPLIFICAR POR MEIO DE UMA QUESTÃO DE PROVA: 
1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois 
níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. 
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 
4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que 
classificar por extremos não reflete a complexidade de classes 
da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um 
7 dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas 
preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo 
das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do 
10 imaginário social. Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora 
dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do 
ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade 
13 capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora 
pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por 
diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua 
16 capacidade de produzir imagens simbólicas e estereótipos, 
maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
5 
 
 
 
 
 
5 
O imaginário, acionado pela imaginação individual, é 
19 pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a 
história museológica. Mesmo que possamos pensar que 
estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica, 
22 porquanto símbolos e estereótipos são olhados e 
ressignificados em determinado instante social. 
 
Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São 
Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações). 
 
 
COM BASE NA ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS E NOS ASPECTOS GRAMATICAIS DO TEXTO, JUL-
GUE OS ITENS QUE SE SEGUEM. 
Questão de prova: Subentende-se da argumentação do texto que “os picos” (l. 6) correspon-
dem aos mais salientes indicadores de classes — a privilegiada e a não privilegiada —, referidos no 
texto também como “extremos” (l. 5) e “polos” (l. 7). 
 
Comentário: Antes de passarmos à análise da questão propriamente dita, é importante ressal-
tar que o texto em questão é um bom exemplo da necessidade de o candidato possuir uma boa “ba-
gagem de leitura” da atualidade, de tal forma que possa interpretar o texto no contexto em que está 
inserido. Essa observação aplica-se à interpretação de textos em geral, como ressaltamos anterior-
mente. Com relação à questão em análise, embora o texto afirme que classificar por extremos não 
reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, os “picos” referidos na linha 6 são os “ex-
tremos” das classes sociais, os quais funcionam como “polos” (l. 7) opostos: a classe privilegiada e a 
não privilegiada.A alternativa, portanto, está 
CERTA. 
 
 
 VEJA MAIS UM EXEMPLO DE QUESTÃO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: 
A vida humana como valor jurídico 
1 Vivemos sob a égide de uma Constituição que 
orienta o Estado no sentido da dignidade da pessoa humana, 
tendo como normas a promoção do bem comum, a garantia 
4 da integridade física e moral do cidadão e a proteção 
incondicional do direito à vida. Essa proteção é de tal forma 
solene que o atentado a essa integridade eleva-se à condição 
7 de ato de lesa-humanidade: um atentado contra todos os 
homens. 
Afirma-se que a Constituição do Brasil protege a 
10 vida e que tudo aquilo que soa diferente é contrário ao 
Direito e por isso não pode realizar-se. Todavia, dizer que a 
vida depende da proteção da Carta Maior é superfetação 
13 porque a vida está acima das normas e compõe todos os 
artigos, parágrafos, incisos e alíneas de todas as 
constituintes. 
16 A cada dia que passa, a consciência atual, 
despertada e aturdida pela insensibilidade e pela indiferença 
do mundo tecnicista, começa a se reencontrar com a mais 
19 lógica de suas normas: a tutela da vida. Essa consciência de 
LÍNGUA PORTUGUESA 
6 
 
 
 
 
 
6 
que a vida humana necessita de uma imperiosa proteção vai 
criando uma série de regras que se ajustam mais e mais com 
22 cada agressão sofrida, não apenas no sentido de se criar 
dispositivos legais, mas como maneira de estabelecer formas 
mais fraternas de convivência. Este, sim, seria o melhor 
25 caminho. 
Tudo isso vai sedimentando a idéia de que a vida de 
todo ser humano é ornada de especial dignidade, o que deve 
28 ser colocado de forma clara em defesa da proteção das 
necessidades e da sobrevivência de cada um. Esses direitos 
fundamentais e irrecusáveis da pessoa humana devem ser 
31 definidos por um conjunto de normas que possibilitem que 
cada um tenha condições de desenvolver suas aptidões e suas 
possibilidades. 
 
 
CONSIDERANDO AS IDEIAS E A ESTRUTURA DO TEXTO ACIMA, JULGUE OS ITENS DE 1 A 5. 
1. O texto defende que a sociedade brasileira, apesar de vítima da violência do contexto tecno-
lógico atual, tem por valor superafetado a proteção do direito à vida, garantido constitucionalmente. 
2. Entre os pilares que sustentam a Carta Magna brasileira — a dignidade da pessoa, o respeito 
ao cidadão, a garantia da sua integridade, o fortalecimento do bem comum e o resguardo do direito 
à vida —, sobreleva-se este último, pela qualidade de incondicional. 
3. É redundante afirmar que a Constituição do Brasil dá especial ênfase à defesa à existência 
no país, uma vez que a vida sobreleva-se a constituições sociais e está pressuposta em vários disposi-
tivos legais. 
4. O texto argumenta que é universal e incontestável a consciência de que urge o estabeleci-
mento de formas mais fraternas de convivência no mundo atual. 
5. O texto estrutura-se de forma dissertativa, com léxico predominantemente denotativo, ape-
sar de haver palavras empregadas em sentido conotativo, a exemplo de “soa” (l.10) e “ornada” (l.27). 
 
Comentário: Conforme temos observado nas últimas provas, a prova de conhecimentos bási-
cos apresenta questões de ordem linguística e de interpretação utilizando um mesmo texto como 
base. Embora se trate de uma prova do ano de 2004, é interessante observar as mudanças ocorridas 
e o grau de dificuldade cada vez maior constante nas provas de concursos. 
Vamos analisar somente o item 3, para exemplificar, pois é uma típica questão de interpreta-
ção de texto, que necessita uma reflexão sobre o texto como um todo, levando-se também em con-
sideração os aspectos externos a ele (atualidades). A Constituição brasileira visa, acima de tudo, ga-
rantir proteção incondicional ao direito à vida ou à existência, e pode-se considerar redundante (su-
perafetação – l. 12) tal afirmação. A vida sobreleva-se (está acima – linha 13) a constituições sociais 
(normas – l. 13), porém ela não está pressuposta em vários dispositivos legais (a parte do enunciado 
legal em que se prevê o efeito de sua incidência), mas sim compõe todos os artigos, parágrafos, inci-
sos e alíneas de todas as constituintes (referente à constituição ou que tem a missão de elaborar a 
constituição). Dessa forma, o item está ERRADO. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
7 
 
 
 
 
 
7 
 
 DICAS PARA UMA BOA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: 
a) tenha uma boa noção de História e dos fatos ocorridos nos últimos anos (atualidades); 
b) tenha concentração na leitura do texto; 
c) o texto é a fonte primária e principal; se ele contrariar as atualidades, siga o texto; 
d) tenha em mente que todo entendimento de texto é, de alguma forma, limitado, pois nin-
guém domina todas as áreas do conhecimento; 
e) preste atenção a todos os detalhes. Muitas vezes, uma única palavra constante na questão 
pode fazer a diferença entre ela ser considerada certa ou errada em relação ao conteúdo do texto. 
 
 
 
RECONHECIMENTO DE TIPOS E 
GÊNEROS TEXTUAIS 
 
 
Considerando-se que um texto, em geral, apresenta características mistas, a delimitação de 
seus traços específicos torna-se muito complexa. Assim, o importante, na redação textual, é que haja 
uma ideia em torno da qual se possa considerar um núcleo, os dados que apoiam essa afirmação e a 
relação entre ambos. 
 
Basicamente, existem três tipos de texto: descritivo, narrativo e dissertativo. 
 
 TEXTO DESCRITIVO 
Segundo Platão e Fiorin (2007, p. 297), “o texto descritivo relata as características de uma pes-
soa, de um objeto ou de uma situação qualquer, inscritos num certo momento estático do tempo”. 
 
 CARACTERÍSTICAS 
a) os enunciados relatam ocorrências simultâneas; 
b) não existe um enunciado que possa ser considerado cronologicamente anterior ao outro; 
c) ainda que se fale de ações, não devem indicar nenhuma transformação de estado; 
d) quando invertemos a sequência dos enunciados, não trocamos nenhuma informação, 
não há alteração cronológica. Visto que os textos descritivos não encerram sequência de 
ações no tempo, pode haver várias ações em um mesmo momento. 
 
 EXEMPLOS DE TEXTO DESCRITIVO 
 LITERÁRIO 
Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não era desajeitado de sua 
pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência 
do abdômen devia-se ao uso destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. 
Pés e mãos justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de carnes. Tinha o nariz algum 
LÍNGUA PORTUGUESA 
8 
 
 
 
 
 
8 
tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão vermelho. A dilatação das 
ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim mesmo coisa de repulsão. (Camilo Castelo Bran-
co, A queda dum anjo) 
 
 NÃO LITERÁRIO 
Com a finalidade de compensar as possíveis irregularidades do piso, o seu refrigerador possui, 
na parte inferior dianteira, dois pés nivelados para um perfeito apoio no chão. 
 
 TEXTO NARRATIVO 
Para Platão e Fiorin (2007, p. 289), 
“o texto narrativo é aquele que relata as mudanças progressivas de estado que vão ocor-
rendo com as pessoas e as coisas através do tempo”. Assim, “os episódios e os relatos es-
tão organizados numa disposição tal que entre eles sempre existe uma relação de anterio-
ridade ou posterioridade.” 
 
A narração consiste no relato de um fato real ou imaginário. É como se acabássemos de ler um 
livro ou assistíssemos a um filme e contássemos a história, sem emitir nossa opinião. Esse tipo de 
texto compõe-se de exposição, enredo e desfecho, e seus elementos centrais são as persona-gens, as 
ações e as ideias. 
 
 EXEMPLO DE TEXTO NARRATIVO: 
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa 
— prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em pe-
tição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, 
pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quantoela queria. Quando Maria Elvira 
se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. 
Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. 
Viveram três anos assim. 
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. Os amantes 
moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vi-
la Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no Está-cio, 
Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... 
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e inteligência, matou-a 
com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi 
azul. 
(Manuel Bandeira, Tragédia brasileira) 
 
 TIPOS DE DISCURSOS DE TEXTOS NARRATIVOS 
- Direto: reproduz-se a fala real da personagem. 
Ex.: Disse Pedro: “Vou trabalhar”. 
 
- Indireto: O narrador fala pela personagem. 
Ex.: Pedro disse que vai trabalhar. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
9 
 
 
 
 
 
9 
- Indireto livre: é a mistura dos dois. Não se sabe se quem falou foi o narrador ou a perso-
nagem. 
Ex.: O menino andava pela sala irritado e zangado. Eu não gosto disso! E parecia que nin-
guém lhe dava atenção. 
 
 TEXTO DISSERTATIVO 
Segundo Platão e Fiorin (2007, p. 298-9), “dissertação é o tipo de texto que analisa e inter-
preta dados da realidade por meio de conceitos abstratos”. Dessa forma, “a referência ao mundo real 
se faz através de conceitos amplos, de modelos genéricos, muitas vezes abstraídos do tempo e do 
espaço”. Podemos citar como exemplo de texto dissertativo mais típico o discurso da ciência e da 
filosofia, pois, nele, as referências ao mundo concreto só ocorrem como recursos de argumentação, 
para ilustrar leis ou teorias gerais. 
 
 EXEMPLO DE TEXTO DISSERTATIVO: 
As condições de bem-estar e de comodidade nos grandes centros urbanos como São Pau-
lo são reconhecidamente precárias por causa, sobretudo, da densa concentração de ha-
bitantes num espaço que não foi planejado para alojá-los. Com isso, praticamen-te todos 
os polos da estrutura urbana ficam afetados: o trânsito é lento; os transportes coletivos, 
insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviços, ineficazes. 
(Platão e Fiorin, 2007, p. 300) 
 
Quanto à formulação, o texto dissertativo pode ser expositivo e argumentativo. 
 
 TEXTO EXPOSITIVO 
Consiste numa apresentação, explicação, sem o propósito de convencer o leitor. Não há in-
tenção expressa de criar debate, pela contestação de posições contrárias à do autor. 
 
 EXEMPLO 
Desde 2008, quando foram anunciadas as primeiras descobertas na região do pré-sal 
brasileiro, o setor aguarda por definições regulatórias e estudos técnicos que vão deter-
minar como e quando a área será explorada. O ritmo de avanço da extração no Brasil, 
portanto, reflete ainda um panorama antigo. Naquele ano, o Brasil tinha 11,4 bilhões de 
barris em reservas provadas, segundo a ANP. No fim de 2010, o volume havia crescido 
para 14 bilhões de barris, avanço de 23%. 
(Revista Análise Energia, 2012, p. 33.) 
 
 TEXTO ARGUMENTATIVO 
Consiste numa opinião que tenta convencer o leitor de que a razão está do lado de quem es-
creveu o texto. Para isso, lança-se mão de um raciocínio lógico, coerente, baseado na evidência das 
provas. Esse tipo de texto não somente lança ideias, mas defende um ponto de vista, ou, pelo me-
nos, o explica bem. 
 
É importante ressaltar que a dissertação argumentativa é o tipo de texto normalmente mais 
utilizado pelos examinadores nas provas de interpretação. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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10 
 
 EXEMPLO DE TEXTO AGUMENTATIVO 
Nós, seres humanos, somos seres sociais: vivemos nosso cotidiano em contínua imbrica-
ção com o ser de outros. Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo, 
4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano como um contínuo devir 
de experiências individuais intransferíveis. Isso admitimos como algo indubitável. Ser 
7 social e ser individual parecem condições contraditórias da existência. De fato, boa 
parte da história política, econômica e cultural da humanidade, particularmente durante 
os últimos 
10 duzentos anos no ocidente, tem a ver com esse dilema. Assim, distintas teorias políti-
cas e econômicas, fundadas em diferentes ideologias do humano, enfatizam um aspecto 
ou outro dessa 
13 dualidade, seja reclamando uma subordinação dos interesses individuais aos interes-
ses sociais, ou, ao contrário, afastando o ser humano da unidade de sua experiência co-
tidiana. Além 
16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e eco-
nômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se 
em uma 
19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou espiritual do humano. 
Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a ontologia da realidade. Miriam 
Graciano (Trad.). Belo Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). 
 
Comentário: Observe que o autor do texto tece sua argumentação utilizando fatos históricos 
(“De fato, boa parte da história política, econômica e cultural da humanidade, particularmente du-
rante os últimos duzentos anos no ocidente (...)” – linhas 8-10) e as atualidades, analisando, bre-
vemente, a condição do ser humano enquanto ser social e, ao mesmo tempo, individual. 
 
 PRODUÇÃO TEXTUAL NA MODALIDADE DISSERTAÇÃO 
A elaboração de um texto dissertativo constitui um processo que vai desde a análise do tema 
proposto até a revisão do produto da dissertação. 
 
Conforme mencionado anteriormente, os dois tipos mais frequentes de dissertação são os tex-
tos expositivos e argumentativos. O primeiro é um relato dos fatos e dados sem existência de tese; já 
no segundo modelo a tese é necessária. 
 
O texto dissertativo possui as seguintes características: 
a) é um texto temático, pois trata de análises que evoluem a partir de um raciocínio lógico; 
b) mostra mudanças de situação. É importante observar que a ordenação obedece às rela-
ções lógicas e não cronológicas; 
c) o tempo verbal por excelência é o presente. 
 
Segundo Infante (1998) existe uma forma já consagrada para a organização do texto dissertati-
vo. Consiste em estruturarmos o material de que dispomos em três momentos principais: a introdu-
ção, o desenvolvimento e a conclusão. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
11 
 
 
 
 
 
11 
Introdução: É o ponto de partida do texto. Deve apresentar de maneira clara o assunto a ser 
tratado e também delimitar questões referentes ao assunto que será abordado. Ao redigir a introdu-
ção, procure utilizar recursos que chamem a atenção do leitor: formular uma tese, que deverá ser 
discutida e provada pelo texto; lançar uma afirmação surpreendente, que o corpo do texto tratará de 
justificar ou refutar; propor uma pergunta, cuja resposta será dada no desenvolvimento e explicitada 
na conclusão. 
 
Desenvolvimento: É a parte do texto na qual as ideias, conceitos, informações, argumentos de 
que você dispõe serão desenvolvidos, de forma organizada e criteriosa. 
 
O conteúdo do desenvolvimento pode ser organizado de diferentes maneiras, de acordo com 
as propostas do texto e as informações disponíveis. Desenvolva o texto de forma gradual e progressi-
va, ampliando e desdobrando o que já foi colocado na introdução de forma sucinta, e apresente sua 
argumentação – se for um texto dissertativo argumentativo. 
 
Conclusão: É a parte final do texto, um resumo forte e sucinto de tudo aquilo que já foi dito. 
Além de retomar e condensar o conteúdo anterior, a conclusão deve expor claramente uma avalia-
ção final do assunto. 
 
 DICAS PARA A ELABORAÇÃO DE DISSERTAÇÕES: 
a) comece a escrever a partir da primeira linha e respeite as margens traçadas em sua folha 
de prova; 
 
b) não repita várias vezes a mesma palavra. Tal erro indica pobreza vocabular e problemas 
de coesão; 
 
c) de preferência, escreva de forma impessoal, ou seja, na terceirapessoa; 
 
d) não converse com o leitor. A referência a um interlocutor direto na dissertação constitui 
violação ao princípio da impessoalidade e objetividade no texto. Procure não utilizar o você; 
 
e) não fuja do tema, pois isso pode ocasionar a eliminação do candidato. Por menor que se-
ja seu conhecimento sobre o tema, ele deve ser abordado; 
 
f) A utilização de citações dá credibilidade e consistência ao texto, porém, elas devem ser 
adequadas ao contexto. As citações podem ser diretas (entre aspas) ou indiretas (utilizar 
suas próprias palavras); 
 
g) a ilustração (dados, exemplos, citações) é um dos recursos argumentativos mais impor-
tantes, porém, deve ser utilizado com cautela. Não polua o texto com ilustrações, procu-
rando dar credibilidade a ele. Além disso, não invente dados, pois os exemplos devem ser 
dados de domínio público, não particular; 
 
h) fuja das conclusões vagas, genéricas ou apelativas. Se o texto for argumentativo, o ponto 
de vista do autor deve ficar evidente na conclusão, sempre baseado na argumentação pre-
cedente. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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12 
 
 
 
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL 
 
 
 
Ortografia (do grego ortho = correto; grafia = escrita) é a parte da gramática que trata da es-
crita correta das palavras, segundo os padrões da língua culta. Na Língua Portuguesa, alguns fatores 
dificultam essa escrita. Os dois principais itens que acarretam essa dificuldade relacionam-se, primei-
ro, à possibilidade de alguns fonemas admitirem grafias diferentes e, segundo, à etimologia, isto é, à 
origem das palavras. Ainda há a incorreção gráfica provocada pela pronúncia errada. 
 
A ortografia oficial da Língua Portuguesa é composta dos sistemas ortográficos fonético, eti-
mológico e misto, como podemos verificar no quadro: 
 
FONÉTICO ETIMOLÓGICO MISTO 
Consiste na exata e fiel figuração dos 
sons, escrevendo as palavras tal e qual 
se pronunciam. 
Representa as palavras de acordo 
com a grafia de origem, reprodu-
zindo todas as letras do étimo. 
Resultante da fusão dos dois 
primeiros. 
Exemplos: cristo, pressentir, inalar, 
escrever 
Exemplos: hoje, humano, hilário 
Exemplos: esgoto, igreja, 
sete, tratar 
 
Embora listemos a seguir algumas dicas práticas referentes à ortografia oficial da Língua Por-
tuguesa, a melhor forma de se aprender a correta grafia de um vocábulo é a retenção da sua ima-
gem, o que ocorre por meio da leitura e da escrita. 
 
Não podemos esquecer que, de acordo com o Novo Acordo Ortográfico, o alfabeto da língua 
portuguesa passou a ter oficialmente 26 letras, com a inclusão das letras k, w e y. 
 
 EMPREGO DAS LETRAS 
a) Uso do C ou Ç 
Usa-se C ou Ç nos seguintes casos: 
 
• após um ditongo: afeição, coice, foice, eleição. 
• nomes derivados do verbo TER: abster – abstenção / deter – detenção / reter – retenção. 
• nomes relacionados com palavras cujo radical termina em T: executar – execução / marte 
– marciano / infrator – infração. 
• nos vocábulos de origem árabe: cetim / açucena / açúcar. 
• nos vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juçara, cachaça, cacique. 
• nos sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu: barcaça, ricaço, aguçar, empalide-
cer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço. 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
13 
 
 
 
 
 
13 
b) Uso do G 
Usa-se a letra G nos seguintes casos: 
• nas terminações AGEM, IGEM, UGEM, EGE e OGE: garagem, vertigem, ferrugem, bege, 
foge. 
• nas terminações ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO: sufrágio, sortilégio, vestígio, relógio, re-
fúgio. 
• nos verbos terminados em GER e GIR: eleger, dirigir. 
• depois da letra R (com poucas exceções): emergir, surgir. 
• depois da letra A, quando não seja radical terminado com J: ágil, agente. 
 
c) Uso do J 
Usa-se a letra J nos seguintes casos: 
• nas palavras derivadas de outras palavras terminadas em JA: franja, gorjeta, laranjeira, lo-
jista. 
• antes do ditongo EI, com algumas exceções: jeito, sujeito, sujeira. Algumas exceções: ba-
gageiro, estrangeiro, ligeiro, mensageiro, passageiro. 
• todas as formas dos verbos terminados em JAR: arranjar – arranjei / enferrujar - enferru-
jei / viajar – viajei. 
• nas palavras de origem latina: jeito, majestade, hoje. 
• nas palavras de origem árabe, africana ou exótica: alforje, jiboia, manjerona. Atenção: a 
palavra SERGIPE é uma exceção. 
• nas palavras terminadas com AJE: laje, ultraje. 
 
d) Uso do S 
Usa-se S nos seguintes casos: 
• nos sufixos ês, esa, esia e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos 
nobiliárquicos: freguês, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. 
• nos sufixos gregos ase, ese, ise e ose: catequese, morfose. 
• nas formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quis, quiseste. 
• nos nomes derivados de verbos com radicais terminados em d: aludir – alusão / decidir – 
decisão / empreender – empresa / difundir – difusão. 
• nos diminutivos cujos radicais terminam com s: Luís – Luisinho / Rosa – Rosinha / lápis – 
lapisinho. 
• após ditongos: coisa, pausa, pouso. 
• em verbos derivados de nomes cujo radical termine com s: análise – analisar / pesquisa – 
pesquisar. 
• nos grupos IST e UST: misto, justo, custo. 
• verbos cujos radicais terminam em D, ND, RG, RT, CORR, PEL e SET: aludir – alusão / re-
preender – repreensão / imergir – imersão / reverter – reversão / recorrer – recurso / im-
pelir – impulso / consentir – consenso. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
14 
 
 
 
 
 
14 
• adjetivos terminados em OSO e OSA: bondoso, generoso, piedoso, maravilhosa, gostosa. 
 
e) Uso do SS 
Usa-se SS nos seguintes casos: 
• verbos cujos radicais terminem em GRED, CED, MET e PRIM: progredir – progresso / in-
terceder – intercessão / prometer – promessa / reprimir – repressão. 
• quando o prefixo termina com vogal e se junta com palavra iniciada por s: a + simétrico – 
assimétrico / re + surgir – ressurgir. 
• no pretérito perfeito do subjuntivo: ficasse, falasse. 
 
f) Uso do X 
Usa-se a letra X nos seguintes casos: 
• depois de ditongo, de EM, BRU, ME e PU: queixa, deixa, enxada, enxoval, bruxa, mexer, 
puxar. Observação: a palavra capucho é exceção. 
Atenção: Se a palavra primitiva se escrever com CH, este é mantido: encher (vem da pala-
vra cheio), encharcar (vem da palavra charco), enchumaçar (vem da palavra chumaço). 
• nas palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, muxoxo, xucro. 
• nas palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (j): xampu, lagartixa. 
 
g) Uso do Z 
Usa-se a letra Z: 
• nos sufixos EZ e EZA em substantivos abstratos derivados de adjetivos: rapidez, sensatez, 
esperteza, pobreza. 
• no sufixo IZAR, quando a palavra primitiva não se escreve com S: atual – atualizar / con-
creto – concretizar / ironia – ironizar. 
• como consoante de ligação se o radical não terminar com S: café + al – cafezal / pé + zi-
nho – pezinho. 
 
 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS 
• semântica é o estudo da significação das palavras. 
 
• Significante e significado 
Significante é a parte física da palavra (os fonemas e as letras). 
 
Significado é o sentido da palavra que provoca na mente do ouvinte ou do leitor uma imagem 
ou uma ideia. 
 
• Sinônimos e antônimos 
Sinônimos são palavras que têm um sentido geral comum, porém distinguem por particulari-
dades e se empregam em situações diferentes. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
15 
 
 
 
 
 
15 
Ex.: Adversário – antagonista / Transformação – metamorfose 
 
Antônimos são palavras de significação oposta. 
Ex.: Riqueza – pobreza / Bom – mau 
 
• Homônimos e parônimos 
Homônimos são palavras diferentes no sentido, mas que têm a mesma pronúncia. Dividem-se 
em homônimos perfeitos e homônimos imperfeitos. 
 
• Homônimos perfeitos são palavras diferentes no sentido, mas idênticas na escrita e na pro-
núncia. 
Ex.: Homem são. (adj.) / São João. (subst.) / São várias as causas. (verbo) 
 
• Homônimos imperfeitos, que se dividem em: 
 
Homônimos homógrafos, quando têm a mesma escrita e amesma pronúncia, exceto a aber-
tura da vogal. 
Ex.: Almoço (substantivo) / Almoço (verbo) 
 
Homônimos homófonos, quando têm a mesma pronúncia, mas escrita diferente. 
Ex.: Cessão / Seção / Sessão 
 
• Denotação e conotação 
• Denotação é o emprego da palavra em seu sentido próprio (usada quando se quiser dar ca-
ráter técnico ou científico ao texto). 
 
• Conotação é o uso da palavra em sentido figurado, dando ao texto várias interpretações (es-
se recurso é muito utilizado em textos literários). Exemplos: 
Construí um muro de pedra. (denotação) 
Ela possui um coração de pedra. (conotação) 
 
 PARTICULARIDADES GRAMATICAIS 
A seguir apresentamos algumas das palavras da Língua Portuguesa que apresentam dificulda-
de quanto ao seu emprego no que se refere à grafia correta. 
 
 A GRAFIA DOS PORQUÊS 
 PORQUÊ 
• Substantivo 
Ex.: Não sei o porquê de tanta alegria. 
 
 POR QUE 
• usado em perguntas diretas. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
16 
 
 
 
 
 
16 
Ex.: E tu, por que resolveste aderir à greve? 
 
• usado em perguntas indiretas. 
Ex.: Não entendemos por que (motivo) os bancos não abrirão hoje. 
 
• quando puder ser substituído por “pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais, por qual, 
por quais”. 
Ex.: São profundas as crises por que passamos. 
 
 POR QUÊ 
• em fim de frase. 
Ex.: Não recorreram ao advogado, por quê? 
 
 PORQUE 
• introduz explicação, indicação de causa. 
Ex.: Todos foram embora porque já estava tarde. 
 
 EXERCÍCIOS: 
1. Observe as seguintes propostas de reformulação da frase “Por que uma melodia romântica 
pode disparar sensações tão agradáveis?” 
I – Perguntamo-nos sobre o porquê de uma melodia romântica poder provocar sensações tão agra-
dáveis. 
II – Perguntamo-nos porque uma canção romântica pode desferir sensações tão agradáveis. 
III – Perguntamo-nos por que motivo uma música romântica pode suscitar sensações tão agradá-
veis? 
 
Quais mantêm o sentido e a correção? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e III. 
e) Apenas II e III. 
 
2. Observe as frases. 
I – Não foste à palestra _____ o assunto não interessava? 
II – Eis _____ nós fomos aprovados. 
III – A reportagem revela _____ os hospitais são tão caros. 
IV – São inimagináveis as dificuldades _____ passamos. 
 
Completa correta e respectivamente as frases acima a opção 
a) por que – porque – porque – por que. 
b) por que – por que – por que – porque. 
c) porque – por que – por que – por que. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
17 
 
 
 
 
 
17 
d) porque – porque – porque – por que. 
e) por que – por que – por que – por que. 
 
Gabarito: 1)a 2)a 
 
 MAL E MAU 
• mal é antônimo de bem. Pode ser advérbio, substantivo, ou conjunção temporal. 
Ex.: Ele estava passando mal. (advérbio) 
 O bem sempre vence o mal. (substantivo) 
 Mal cheguei, ela saiu. (conjunção temporal) 
 
• mau é antônimo de bom. É adjetivo. 
Ex.: Ele é um mau aluno. 
 
 ONDE E AONDE 
• onde: indica lugar (o lugar onde se está); refere-se a verbos que exprimem estados, perma-
nência. 
Ex.: Onde fica o hospital mais próximo? 
 
• aonde: indica ideia de movimento. Equivale a para onde. 
Ex.: Aonde você vai com tanta pressa? 
 
 SENÃO E SE NÃO 
• senão: equivale a caso contrário, a não ser, em orações adverbiais condicionais. 
Ex.: Não fazia nada, senão criticar. 
 
• se não: equivale a se por acaso não, em orações adverbiais condicionais. 
Ex.: Se não estudarmos muito, não seremos aprovados no concurso. 
 
 TAMPOUCO E TÃO POUCO 
• tampouco: é um advérbio; equivale a também não. 
Ex.: Não foi trabalhar, tampouco apresentou justificativa. 
 
• tão pouco: é um advérbio de intensidade. 
Ex.: Estudei tão pouco esta semana. 
 
 TRÁS, ATRÁS E TRAZ 
• trás e atrás: são advérbios de lugar. 
Ex.: Atrás daquela colina há um pequeno vilarejo. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
18 
 
 
 
 
 
18 
 
• traz: do verbo trazer. 
Ex.: Ele sempre traz presentes quando vem nos visitar. 
 
 HÁ E A 
• há: do verbo haver. Utiliza-se no tempo passado. Para saber se o seu emprego está correto, 
substitua-o pelo verbo fazer. 
Ex.: Há (faz) cinco anos que não o vejo. 
 
• A: Usa-se para exprimir distância ou tempo futuro. 
Ex.: Daqui a três anos estarei formado. 
 Minha escola fica a quinhentos metros de casa. 
 
 MAS E MAIS 
• mas: é uma conjunção coordenativa adversativa. Equivale a contudo, porém, todavia. 
Ex.: Consegui ser aprovado na escola, mas minhas notas ficaram pouco acima da média. 
 
• mais: é um pronome ou advérbio de intensidade. Seu antônimo é menos. 
Ex.: Ele era o aluno mais dedicado da turma. 
 
 USO DO HÍFEN 
Observe no quadro as regras vigentes para a utilização do hífen: 
PREFIXOS OU 
FALSOS PREFI-
XOS 
REGRAS EXEMPLOS OBSERVAÇÕES 
Vogais iguais 
Usa-se o hífen 
quando o prefixo e 
o segundo elemen-
to juntam-se com a 
mesma vogal. 
anti-ibérico, auto-organização, 
contra-almirante, infra-axilar, 
micro-ondas, neo-ortodoxo, 
sobre-elevação, anti-
inflamatório. 
Mas os prefixos co, pro, pre, re se 
juntam ao segundo elemento, 
ainda que este inicie pelas vogais o 
ou e: coocupar, coorganizar, coau-
tor, coirmão, cooperar, preenchi-
mento, preexistir, preestabelecer, 
proeminente, propor reeducação, 
reeleição, reescrita. 
Vogais diferen-
tes 
Não se usa o hífen 
quando os elemen-
tos se unem com 
vogais diferentes. 
autoescola, autoajuda, autoa-
firmação, semiaberto, semiá-
rido, semiobscuridade, con-
traordem, contraindicação, 
extraoficial, neoexpressionis-
ta, intraocular, semiaberto, 
semiárido. 
 
Consoantes 
iguais 
Usa-se o hífen se a 
consoante do final 
do prefixo for igual 
à do início do se-
inter-racial, super-revista, 
hiper-raquítico, sub-
brigadeiro. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
19 
 
 
 
 
 
19 
gundo elemento. 
Se o segundo 
elemento co-
meça com s, r. 
Não há hífen quan-
do o segundo ele-
mento começa 
com s ou r; nesse 
caso, duplicam-se 
as consoantes. 
antirreligioso, minissaia, ul-
trassecreto, ultrassom. 
Porém, conforme a regra anterior, 
com prefixos hiper, inter, super, 
deve-se manter o hífen: hiper-
realista, inter-racial, super-
racional, super-resistente. 
 
 
Se o segundo 
elemento co-
meça com h, m, 
n, ou com vo-
gais. 
Usa-se o hífen: se o 
primeiro elemento, 
terminado em m 
ou n, unir-se com 
as vogais ou conso-
antes h, m ou n. 
circum-murado, circum-
navegação, pan-hispânico, 
pan-africano, pan-americano. 
Ex, sota, soto, 
vice 
Usa-se hífen com 
os prefixos: ex, 
sota, soto, vice. 
ex-almirante, ex-presidente, 
sota-piloto, soto-pôr, vice-
almirante, vice-rei. 
Escreva, porém, sobrepor. 
Pré, pós, pró 
Usa-se hífen com 
os prefixos pré, 
pós, pró (tônicos e 
acentuados com 
autonomia). 
pré-escolar, pré-nupcial, pós-
graduação, pós-tônico, pós-
cirúrgico, pró-reitor, pós-
auricular. 
Se os prefixos não forem autôno-
mos, não haverá hífen: predeter-
minado, pressupor, pospor, proati-
vo, propor. 
O prefixo ter-
mina em vogal 
ou r e b e o 
segundo ele-
mento se inicia 
com h. 
Usa-se o hífen 
quando o prefixo 
termina em r, b ou 
vogais e o segundo 
elemento começa 
com h. 
anti-herói, inter-hemisférico, 
sub-humano, anti-
hemorrágico, bio-histórico, 
super-homem, giga-hertz, poli-
hidratação, geo-história. 
As grafias consagradas serão man-
tidas: reidratar, desumano, inábil, 
reabituar, reabilitar, reaver. Se 
houver perda do som da vogal 
final, prefere-se não usar hífen e 
eliminar o h: cloridrato (clo-
ro+hidrato), clorídrico (clo-
ro+hídrico). 
Sufixos de ori-
gem tupi 
Usa-se o hífen com 
sufixo de origem 
tupi, quando a 
pronúncia exige 
Anajá-mirim, Ceará-mirim, 
capim-açu, andá-açu, amoré-
guaçu. 
 
 
 
 EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA 
São considerados acentos: 
(´) → agudo 
(^) → circunflexo 
(`) → grave 
 
Os acentos agudo e circunflexo servem para indicar a sílaba tônica (mais forte) dos vocábulos, 
a abertura ou não da vogal, a flexão de número (singular/plural) do verbo e a diferençaentre pala-
vras homônimas (que têm a mesma pronúncia e/ou a mesma grafia). O acento grave serve para indi-
car a fusão entre duas vogais (crase). 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
20 
 
 
 
 
 
20 
Quanto à posição da sílaba tônica, veja a tabela a seguir: 
 
PROPAROXÍTONA PAROXÍTONA OXÍTONA 
pú bli co 
tran qui lo 
ca ri jó 
 
A tabela abaixo apresenta as regras para acentuação das palavras, já de acordo com a nova or-
tografia. As colunas em negrito indicam as regras que foram alteradas. 
 
TIPO DE PALA-
VRA OU SÍLABA 
QUANDO ACENTUAR EXEMPLOS OBSERVAÇÕES 
Proparoxítonas Sempre 
sílaba, pássaro, 
vítima, românti-
co. 
 
Paroxítonas 
Se terminadas em: R, 
X, N, L, I, IS, UM, UNS, 
US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; 
ditongo oral, seguido 
ou não de S. 
álbum, árduos, 
automóvel, bên-
ção, bíceps, cárie, 
fácil, fênix, látex, 
órfãs, órfãos, 
pólen, revólver. 
Observe: 1) Palavras terminadas em ENS 
não levam acento: hifens, polens. 2) Não 
usa-se acento nos prefixos paroxítonos que 
terminam em R nem nos que terminam em 
I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, 
semi-internato. 
Oxítonas 
Se terminadas em: A, 
AS, E, ES, O, OS, EM, 
ENS. 
avô, avós, igara-
pé, parabéns, 
refém, vatapá. 
Observe: palavras terminadas em I, IS, U, 
US não levam acento: tatu, Morumbi, aba-
caxi. 
Monossílabos 
tônicos (são 
oxítonas tam-
bém) 
Terminados em A, AS, 
E, ES, O,OS. 
mês, pás, pé, 
mês, pó, pôs, vá. 
Atente para os acentos nos verbos com 
formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc. 
 
 
 
 
Í e Ú em palavras 
oxítonas e paro-
xítonas 
Í e Ú levam acento se 
estiverem sozinhos na 
sílaba (hiato) 
saída, saúde, 
miúdo, aí, Araújo, 
Esaú, Luís, Itaú, 
baús, Piauí 
Atenção: Segundo o novo acordo ortográfi-
co, nas paroxítonas o i e u não serão mais 
acentuados se vierem depois de um diton-
go: baiuca, bocaiuva, feiura. Porém, se, nas 
oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u esti-
verem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, 
teiú. 
Ditongos abertos 
em palavras 
oxítonas 
ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) 
papéis, herói, 
heróis, troféu, 
céu, mói (moer) 
 
Verbos ter e vir, 
bem como seus 
derivados. 
Na terceira pessoa do 
plural do presente do 
indicativo 
eles têm, eles 
vêm 
 
Derivados de ter 
e vir 
Na terceira pessoa do 
singular leva acento 
agudo; na terceira 
pessoa do plural do 
presente levam circun-
ele obtém, de-
tém, mantém; 
eles obtêm, de-
têm, mantêm 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
21 
 
 
 
 
 
21 
flexo 
Í e Ú em palavras 
oxítonas e paro-
xítonas 
Í e Ú levam acento se 
estiverem sozinhos na 
sílaba (hiato) 
saída, saúde, 
miúdo, aí, Araújo, 
Esaú, Luís, Itaú, 
baús, Piauí 
1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se 
mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. 
2. Não se acentuam i e u se depois vier 'nh': 
rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra é no-
va: nas paroxítonas, o i e u não serão mais 
acentuados se vierem depois de um diton-
go: baiuca, bocaiuva, feiura, saiinha (saia 
pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nas 
oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u esti-
verem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, 
teiú. 
Ditongos abertos 
em palavras 
paroxítonas 
NUNCA 
ideia, colmeia, 
boia 
Esta regra desapareceu (para palavras pa-
roxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, 
celuloide, boia. Observe: há casos em que a 
palavra se enquadrará em outra regra de 
acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, 
destróier serão acentuados porque termi-
nam em R. 
Verbos arguir e 
redarguir (agora 
sem trema) 
arguir e redarguir 
usavam acento agudo 
em algumas pessoas 
do indicativo, do sub-
juntivo e do imperati-
vo afirmativo. 
 
Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e 
redarguir perderam o acento agudo em 
várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: 
ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: 
ar-gúi), mas não acentue. 
Verbos termina-
dos em guar, 
quar e quir 
aguar enxaguar, averi-
guar, apaziguar, delin-
quir, obliquar usavam 
acento agudo em 
algumas pessoas do 
indicativo, do subjun-
tivo e do imperativo 
afirmativo. 
 
Esta regra sofreu alteração. Observe: 
Quando o verbo admitir duas pronúncias 
diferentes, usando a ou i tônicos, aí acen-
tuamos estas vogais: eu águo, eles águam e 
enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, 
eles delínquem (í tônico). Se a tônica, na 
pronúncia, cair sobre o u, ele não será a-
centuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas 
não acentue) o caso. 
ôo, êe NUNCA vôo, zôo 
Esta regra desapareceu. Agora se escreve: 
zoo, perdôo, veem, magoo, voo. 
Acento diferenci-
al 
Em alguns verbos. 
Esta regra desapareceu, exceto para os 
verbos: PODER (diferença entre passado e 
presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode 
ir hoje. PÔR (diferença com a preposição 
por): Vamos por um caminho novo, então 
vamos pôr casacos; TER e VIR e seus com-
postos (ver acima). Observe: 1) Perdem o 
acento as palavras compostas com o verbo 
PARAR: Para-raios, para-choque. 2) FÔRMA 
(de bolo): O acento será opcional; se possí-
vel, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para 
pudim, cuja forma de pagamento é parce-
lada. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
22 
 
 
 
 
 
22 
 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE 
O artigo definido feminino quando vem precedido da preposição a, funde-se com ela, e tal fu-
são é representada na escrita por um acento grave sobre a vogal (à): 
Vou a + a escola = Vou à escola. 
 
A troca de escola por um substantivo masculino equivalente comprova a existência de prepo-
sição e artigo: Vou ao (a + o) colégio. 
 
Regras básicas para o uso da crase: 
1. É condição essencial que o acento grave venha antes de palavra feminina. 
2. É necessário que a palavra dependa de outra que exija a preposição a. 
3. É necessário que a palavra admita o artigo feminino (sentido particularizado). 
 
Usa-se crase também nos seguintes casos: 
1. Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo e derivados. 
Ex.: 
- Cheguei àquela (a + aquela) cidade. 
- Por favor, encaminhe-se àquele (a + aquele) balcão. 
- Referiu-se àqueles (a + aqueles) livros. 
- Não deu importância àquilo (a + aquilo). 
 
2. Nas indicações de horas, desde que determinadas. Atenção: zero e meia incluem-se na re-
gra. 
Ex.: 
- Veio às 10 horas. 
- Chegou à meia-noite em ponto. 
- A greve iniciará à zero hora. 
 
3. Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas: às pressas, à risca, às vezes, à noite, à 
direita, à esquerda, à frente, à maneira de, à moda de, à procura de, à mercê de, à custa de, à medi-
da que, à proporção que, à forma de, à espera de, etc. 
Ex.: 
- À direita ficava a biblioteca. 
- Saiu às pressas. 
- Estava à espera do pai. 
- O bife foi servido à moda da casa. 
 
4. Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais a tradição linguística 
o exija: à bala, à chave, à mão, à tinta, à venda, à vista, à toa, à espera, etc. Com relação a essa regra, 
há divergências entre os estudiosos da língua, porém, prefira o uso do acento grave. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
23 
 
 
 
 
 
23 
Atenção: Neste caso não se pode usar a regra prática de substituir a por ao. 
Ex.: 
- Morto à bala. 
- Escrito à mão. 
- Pagamento à vista. 
- Andava à toa. 
 
5. Antes dos relativos que, qual e quais, quando o a ou as puderem ser substituídos por ao ou 
aos. 
Ex.: 
- Esta é a mulher à qual você se referiu. (Equivalente: este é o homem ao qual você se refe-
riu.) 
- Mencionou as pesquisas às quais nos dedicamos. (Equivalente: mencionou os trabalhamos 
aos quais nos dedicamos.) 
 
Não se usa crase nos seguintes casos: 
1. Palavras masculinas: TV a cabo, barco a remo, traje a rigor. 
Exceção: Existe a crase quando se pode subentender uma palavra feminina, especialmente 
moda e maneira, ou qualquer outra que determine um nome de empresa ou coisa. 
Ex.: 
- Salto à Luís XV (à moda de Luís XV). 
- Estilo à José de Alencar (à maneira de). 
- Refiro-me à UFRGS (universidade). 
- Vou à Verbo Jurídico (editora) 
 
2. Nome de cidade: Chegou a Brasília. Iremos a Florençaeste ano. 
Exceção: Há crase quando se atribui uma qualidade à cidade: Chegou à Brasília da corrupção. 
Iremos à Florença das belas artes. 
 
3. Verbo: Rapidamente aprendeu a ler. Começou a estudar. Disposto a colaborar. 
 
4. Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a ponta. 
 
5. Ela, esta e essa: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o livro a es-
sa mulher. 
 
6. Outros pronomes que não admitem artigo, como: ninguém, alguém, toda, cada, tudo, você, 
alguma, qual, etc. 
 
7. Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a Vossa Senhoria... 
/ Pediram a Vossa Majestade... 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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8. Uma: Foi a uma festa. 
Exceções: Na locução à uma (ao mesmo tempo) e no caso em que uma designa hora (Chegará 
à uma hora). 
 
9. Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a reclamações. / Em 
respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a falecimento, e não ao faleci-
mento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas. 
 
Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido uma antes da palavra feminina, 
não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. / Igreja reage a (uma) 
ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão necessariamente ligadas a (uma) 
agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. / Empresa atribui goteira a (uma) falha no sistema 
de refrigeração. / Partido se rende a (uma) política de alianças. 
 
Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de vítima de roubo leva à puni-
ção (ao castigo) dos ladrões. / Funcionário admite ter cedido à pressão (ao desejo) do chefe. 
 
10. Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-se a dentadas. / 
Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas. 
 
11. Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Anita Garibaldi. / Preferia Julia Roberts a 
Sandra Bullock. 
 
12. Dona e madame: Deu o dinheiro a dona Carmem . / Já se acostumou a madame Isabel. 
Exceção: Há crase se o dona ou o madame estiverem particularizados: Referia-se à Dona Flor 
dos dois maridos. 
 
13. Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos chegou a cinco. / 
Nasceu a 2 de junho. / Fez uma visita a três empresas. 
 
14. Distância, desde que não determinada: Ele ficou a distância. / O trem estava a distância. 
 
Quando se define a distância, existe crase: O trem estava à distância de 300 metros da esta-
ção. / Ele ficou à distância de dez metros dos assaltantes. 
 
15. Terra, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a terra. / O mari-
nheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou por terra. / Esteve em terra.) Nos 
demais significados da palavra, usa-se a crase: Voltou à terra natal. / Os astronautas regressaram à 
Terra. 
 
16. Casa, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou cedo a casa. (Veio 
de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver determinada, existe crase: Voltou à casa 
dos pais. / Faremos uma à Casa Branca. 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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 VEJA ALGUMAS QUESTÕES DE CONCURSOS REFERENTES AO USO DA CRASE: 
 
(...) Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da 
ordem do ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma 
de apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim 
por diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua capacidade de produzir ima-
gens simbólicas e estereótipos, maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. (...) 
 
 
Questão de prova: Na linha 11, a ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a classes” 
indica que foi empregada apenas a preposição a, exigida pelo verbo dar, sem haver emprego do arti-
go feminino. 
 
Comentário: A palavra “classes” é um substantivo feminino tomado em sentido genérico, por-
tanto, não se deve empregar o artigo feminino. A preposição “a”, antes da palavra “classes” é exigida 
pelo verbo “dar”. A alternativa está CERTA. 
 
 
 
(...) A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produ-
tos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos 
nos Estados Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o 
cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas. 
 
 
Questão de prova: No segmento “quanto as destruídas” (l.14-15), o emprego do acento grave 
é facultativo, visto que o termo “quanto” rege complemento com ou sem a preposição a. 
 
Comentário: No segmento “quanto as destruídas” não há crase porque o “as” é um pronome 
demonstrativo que indica a repetição da palavra vidas. A alternativa está ERRADA. 
 
 
 
Um guia para quem quer denunciar crimes contra a natureza 
1 Em parceria com a SOS Mata Atlântica, a maior 
entidade ambientalista do país, a revista Veja, em sua edição 
online, está oferecendo um roteiro para quem quer denunciar 
4 crimes contra a natureza. São endereços, telefones e páginas na 
Internet dos órgãos públicos ligados à preservação do meio 
ambiente, catalogados estado por estado. Trata-se da parte 
7 principal de um guia completo produzido pela SOS Mata 
Atlântica, que traz ainda explicações sobre a legislação 
ambiental e dados dos projetos realizados pela entidade. 
 
Veja online, maio/2003 (com adaptações) 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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26 
 
Questão de prova: Com base na estruturação sintática dos períodos do texto III, assinale a op-
ção correta. 
Somente a alternativa D será analisada, por abordar o uso da crase: 
(item D) O sinal indicativo de crase empregado na linha 5 é dispensável, porque “meio ambi-
ente” (l.5-6) é uma simples complementação do vocábulo antecedente. 
 
Comentário: O sinal indicativo de crase utilizado neste período não é dispensável. Observe: 
“ligados a” + “a preservação” = “ligados à preservação”. A alternativa está ERRADA. 
 
 
 EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO 
Há certos recursos da linguagem ‒ pausa, melodia, entonação e, até mesmo, silêncio ‒ que só 
estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de 
pontuação. 
 
Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido 
de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade. 
 
Apesar de muitas vezes indicarem pausas, os sinais de pontuação têm, preponderantemente, 
uma justificativa sintática ou semântica. Os sinais de pontuação podem ser classificados em dois gru-
pos. Observe que esta distinção não é rigorosa, pois outras classificações podem ser utilizadas, já que 
os sinais de pontuação indicam, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia. 
 
O primeiro grupo compreende, fundamentalmente, os sinais que se destinam a marcar as pau-
sas: o ponto ( . ), o ponto e vírgula ( ; ) e a vírgula ( , ). 
 
O segundo grupo compreende os sinais cuja função essencial é marcar a melodia, a entoação: 
os dois-pontos ( : ), o ponto de interrogação ( ? ), o ponto de exclamação ( ! ), o travessão ( ‒ ), o pa-
rênteses ( ( ) ), entre outros. 
 
 USO DO PONTO 
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa de um pe-
ríodo simples ou composto. 
- Desejo-lhe uma feliz viagem. 
- A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era 
conservado com primor. 
 
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. 
= habitante, rod. = rodovia. 
 
O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final. 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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27 
 USO DO PONTO E VÍRGULA 
Como o nome indica, este sinal serve de intermediário entre o ponto e a vírgula,podendo a-
proximar-se mais daquele ou mais desta, dependendo dos valores pausais e melódicos que represen-
ta o texto. No primeiro caso, equivale a uma espécie de ponto reduzido; no segundo, equivale a uma 
vírgula alongada. 
 
Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para: 
a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que já apresentam se-
paração por vírgula: 
Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tor-
nou-se uma doidivanas. 
 
b) separar vários itens de uma enumeração: 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas 
de ensino; 
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; 
 
 USO DA VÍRGULA 
De todos os sinais de pontuação, a vírgula, normalmente, é o que apresenta maior grau de di-
ficuldade na sua utilização correta. 
 
A vírgula marca uma pausa de pequena duração. Emprega-se não somente para separar ele-
mentos de uma oração, mas também orações de um só período. 
 
Emprega-se a vírgula nos seguintes casos: 
a) para separar os elementos mencionados numa relação: 
- A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e se-
cretárias. 
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois ba-
nheiros. 
 
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula de-
ve ser empregada: 
- Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, 
e roía as unhas. 
 
b) para isolar o vocativo: 
- Cristina, desligue já esse telefone! 
- Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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28 
c) para isolar o aposto: 
- Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador. 
- Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino. 
 
 
d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, ali-
ás, além disso, etc.): 
- Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos economi-
zado durante anos. 
- Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá. 
 
e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: 
- Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. 
- Ontem à noite, fomos todos jantar fora. 
 
f) para isolar elementos repetidos: 
- O palácio, o palácio está destruído. 
- Estão todos cansados, cansados de dar dó! 
 
g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: 
- São Paulo, 22 de maio de 1995. 
- Roma, 13 de dezembro de 1995. 
 
h) para isolar os adjuntos adverbiais: 
- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. 
- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente. 
 
i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e: 
- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança. 
- Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. 
- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente. 
 
j) para indicar a elipse de um elemento da oração: 
- Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal. 
- Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente. 
 
k) para separar o paralelismo de provérbios: 
- Ladrão de tostão, ladrão de milhão. 
- Ouvir cantar o galo, sem saber onde. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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l) após a saudação em correspondência (social e comercial): 
- Com muito amor, 
- Respeitosamente, 
 
m) para isolar as orações adjetivas explicativas: 
- Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tapete" de Juliana lá no trabalho. 
- Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos. 
 
n) para isolar orações intercaladas: 
- Não lhe posso garantir nada, respondi secamente. 
- O filme, disse ele, é fantástico. 
 
 USO DOS DOIS PONTOS 
Os dois pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível suspensão da voz na melodia de 
uma frase não concluída. Dessa forma, são empregados em: 
a) uma enumeração: 
... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e daí tor-
nou atrás, ao próprio ato. Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cava-
los, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível... (Machado de Assis) 
 
b) uma citação: 
 Visto que ela nada declarasse, o marido indagou: 
 - Afinal, o que houve? 
 
c) um esclarecimento: 
Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas 
para magoar Lucila. 
 
Observe que os dois pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou obser-
vações. 
 
Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: ratifi-
car/retificar, censo/senso, descriminar/discriminar etc. 
 
Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de per si (= cada um 
por sua vez, isoladamente). 
 
Observação: Na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: ce-
dinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc. 
 
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 USO DO PONTO DE INTERROGAÇÃO 
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não 
exija resposta: 
O criado pediu licença para entrar: 
- O senhor não precisa de mim? 
- Não obrigado. A que horas janta-se? 
- Às cinco, se o senhor não der outra ordem. 
- Bem. 
- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo? 
- Não. 
(José de Alencar) 
 
 USO DO PONTO DE EXCLAMAÇÃO 
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entona-
ção exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc. 
- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito 
repousante, Jacinto! 
- Então janta, homem! 
(Eça de Queiroz) 
 
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas: 
Oh! Valha-me Deus! 
 
 VEJA ALGUMAS QUESTÕES DE CONCURSOS QUE ABORDAM O USO DA PONTUA-
ÇÃO: 
(...) 
3 Isso, em geral, admitimos sem reservas. Ao mesmo tempo, 
4 seres humanos, somos indivíduos: vivemos nosso ser cotidiano 
5 como um contínuo devir de experiências individuais 
6 intransferíveis. (...) 
 
 
Questão de prova: Na linha 4, o sinal de dois-pontos tem a função de introduzir uma explica-
ção para as orações anteriores; por isso, em seu lugar, poderia ser escrito porque, sem prejuízo para 
a correção gramatical do texto ou para sua coerência. 
 
Comentário: Efetivamente, os dois-pontos poderiam ser substituídos por “porque”, pois intro-
duzem uma explicação para o que foi dito anteriormente: “Ao mesmo tempo, seres humanos, somos 
indivíduos porque vivemos nosso ser cotidiano como um contínuo devir de experiências individuais.” 
A alternativa está CERTA. 
 
 
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31 
 
1 A característica central da modernidade, não seria 
2 demais repetir, é a institucionalização do universalismo — e 
3 seu duplo, a igualdade — como princípio organizador da esfera 
4 pública. (...) 
 
 
Questão de prova: De acordo com as normas de pontuação, seria correto empregar, nas linhas 
2 e 3, vírgulas no lugar dos travessões; entretanto, nesse caso, a leitura e a compreensão do trecho 
poderiam ser prejudicadas, dada a existência da vírgula empregada após “duplo”, no interior do tre-
cho destacado entre travessões. 
 
Comentário: Observe o período com a alteração feita, caso os travessões fossem substituídos 
por vírgula: “A característica central da modernidade, não seria demais repetir, é a institucionaliza-
ção do universalismo, e seu duplo, a igualdade, como princípio organizador da esfera pública”.A 
alteração feita modifica o sentido da frase, dando a entender que a igualdade é o duplo da institu-
cionalização do universalismo. Assim, a alternativa está CERTA. 
 
 
 
(...) 
11 Como tentativas de acompanhar essa velocidade 
12 vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 
13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a 
14 fluidez das relações interpessoais. (...) 
 
 
Questão de prova: A ausência de vírgula depois de “vertiginosa” (l.12) indica que a oração ini-
ciada por “que marca” (l.12) restringe a ideia de “velocidade vertiginosa” (l.11-12). 
 
Comentário: As orações adjetivas restritivas delimitam o sentido do substantivo antecedente. 
São indispensáveis ao sentido total da oração. A oração iniciada por “que marca”, restringe o subs-
tantivo velocidade, que a antecede. A alternativa está CERTA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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1 A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de 
2 Aviação Civil (ANAC) aprovou, em setembro último, 
3 alterações no seu regimento interno com o objetivo de fazer 
4 frente aos novos desafios do setor de aviação civil, em razão de 
5 sua expansão e do considerável aumento do número de 
6 usuários do transporte aéreo no país nos últimos anos. (...) 
 
 
Questão de prova: O segmento “em setembro último” (l.2) está empregado entre vírgulas por 
constituir expressão adverbial intercalada entre termos da oração de que faz parte. 
 
Comentário: O segmento “em setembro” exerce efetivamente a função, nessa oração, de ex-
pressão adverbial, motivo pelo qual aparece entre vírgulas. A alternativa está CERTA. 
 
 
 
 
 
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOS-
SINTÁTICA DO PERÍODO 
 
 
 RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS 
DA ORAÇÃO 
Orações coordenadas são as que mantêm entre si relação de independência. Observe o se-
guinte exemplo: 
Passeamos pela praia, / tomamos banho de mar, / brincamos. 
1ª oração: Passeamos pela praia 
2ª oração: tomamos banho de mar 
3ª oração: brincamos 
 
As três orações que compõem esse período têm sentido próprio e não mantêm entre si ne-
nhuma dependência sintática: elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de senti-
do, mas, uma não depende da outra sintaticamente. 
 
As orações independentes de um período são chamadas de orações coordenadas (OC), e o pe-
ríodo formado só de orações coordenadas é chamado de período composto por coordenação. 
 
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas 
e Coordenadas Sindéticas. 
 
 COORDENADAS ASSINDÉTICAS 
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão 
apenas justapostas. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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Ex.: Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. 
 
 COORDENADAS SINDÉTICAS 
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de 
uma conjunção coordenativa. 
Ex.: A mulher saiu da casa / e entrou no carro. 
 
Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação: 
As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, al-
ternativas, conclusivas e explicativas. 
Vejamos exemplos de cada uma delas: 
 
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: e, nem, não só… mas também, não só… como, as-
sim… como. 
- Não só cantei como também dancei. 
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. 
- Comprei o protetor solar e fui à praia. 
 
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no 
entanto, ainda, assim, senão. 
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. 
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando. 
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia. 
 
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: ou… ou; ora…ora; quer…quer; seja…seja. 
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. 
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras diferentes. 
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto. 
 
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: logo, portanto, por fim, por conseguinte, conse-
quentemente. 
- Passei no concurso, portanto irei comemorar. 
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar. 
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada. 
 
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois. 
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo. 
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo. 
- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO 
No período composto por subordinação sempre aparecem dois tipos de oração: oração princi-
pal e oração subordinada. 
 
O período: 
Todos esperam sua volta. 
 
É um período simples, pois apresenta uma única oração. Nele podemos identificar: 
Todos (suj.) esperam (v.t.dir.) sua volta. (obj. direto) 
 
Se transformarmos o período simples acima em um período composto, teremos: 
Todos esperam que você volte. 
 
1ª oração: Todos esperam 
2ª oração: que você volte 
 
Nesse período, a 1ª oração apresenta o sujeito todos e o verbo transitivo direto esperam, mas 
não apresenta o objeto direto de esperam. Por isso, a 2ª oração é que tem de funcionar como objeto 
direto do verbo da 1ª oração. 
 
Verificamos, então, que: 
I. a 1ª oração não exerce, no período acima, nenhuma função sintática. Por esse motivo ela 
é chamada de oração principal. 
II. a 2ª oração depende da 1ª, serve de termo (objeto direto) da 1ª e completa-lhe o senti-
do. Por esse motivo, a 2ª oração é chamada de oração subordinada. 
 
 RESUMINDO: 
Oração principal: é um tipo de oração que no período não exerce nenhuma função sintática e 
tem associada a si uma oração subordinada. 
 
Oração subordinada: é toda oração que se associa a uma oração principal e exerce uma fun-
ção sintática (sujeito, objeto, adjunto adverbial etc.) em relação à oração principal. 
 
As orações subordinadas classificam-se, de acordo com seu valor ou função, em: 
 
 ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS 
São aquelas orações subordinadas que exercem as seguintes funções: sujeito, objeto direto, 
objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto, exemplos: 
Insinuou nada saber. 
Pediu que se fizesse silêncio 
 
As orações subordinadas substantivas podem ser de seis espécies: 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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1ª. Subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito em relação à outra oração. 
Importa estudar continuamente. 
Sabe-se que a situação econômica ainda vai ficar pior. 
Convém que não saias de casa. 
 
Para encontrar o sujeito de uma oração, deve-se interrogar o verbo da oração: 
Importa o quê? O que se sabe? O que convém? 
 
2ª. Objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto de outra oração. 
- Informamos que os bancos abrirão mais tarde hoje. 
- Ele não sabia como responder a pergunta. 
- Responda se já fez a tarefa pedida. 
- Olha como tudo terminou bem! 
- Penso que eles voltarão amanhã. 
- Temo que ele saia ferido. 
- Pedi que saíssem da sala. 
- Vi-o correr. 
 
Observa-se que o objeto direto é identificado da seguinte maneira: quem confia, confia em al-
guma coisa; quem sabe, sabe de alguma coisa; quem espera, espera alguma coisa; e assim por dian-
te. 
 
As locuções “tenho medo”, “estou com esperança” e “sou de opinião” ou “ele é de opinião” 
têm força transitiva direta, isto é, são equivalentes a verbos transitivos diretos: temer, esperar, opi-
nar. Se estas expressões vierem acompanhadas de preposição de antes da conjunção que, as orações 
já não serão objetivas diretas, mas completivas nominais: 
- Tenho medo de que ele não consiga terminar o trabalho a tempo. 
- Estou com esperança de que meu time ganhe o jogo. 
- Estou com receio de que ela se atrase. 
 
3ª. Objetivas indiretas:são aquelas que exercem a função de objeto indireto de outra oração, 
isto é, ligam-se à oração principal mediante preposição. Exemplos: 
- Preciso rever todas as evidências. 
- Ele não gostou das insinuações. 
- O acidente obstou a que chegássemos mais cedo. 
- O funcionário obedeceu a todos que lhe são superiores. 
 
A identificação do objeto indireto é realizada da seguinte forma: quem precisa, precisa de al-
guma coisa; quem gosta, gosta de alguma gosta; quem obedece, obedece a alguma coisa; e assim 
por diante. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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4ª. Completivas nominais: são aquelas que completam o sentido de um substantivo, adjetivo 
ou advérbio. 
Exemplos: 
- Ele tinha esquecido de que sua proposta não agradara. 
- Eles estavam esperançosos de que tudo se resolveria. 
- A opinião de que Ana desistirá do concurso é conclusão precipitada. 
 
Assim como alguns verbos exigem objeto que lhes complete o sentido, há algumas palavras 
que necessitam de outras que lhes completem o sentido. Assim, pode-se à semelhança dos verbos, 
perguntar: Acordo de quê? Esperançoso de quê? Opinião de quê? (ou sobre o quê?) Medo de quê? A 
reposta a estas perguntas constitui o complemento nominal. 
 
5ª. Predicativas: são aquelas que funcionam como predicativo do sujeito. 
Exemplos: 
- O bom é que eles não desconfiam nunca. 
- O mal é você ficar de braços cruzados. 
- O certo é que Ricardo não se casará. 
- A falácia é que para ficar rico é preciso ficar pobre. 
 
Não se deve confundir oração predicativa com oração subjetiva. 
Exemplos: 
- É certo que o Barcelona não ganhará do Real Madrid. = subjetiva. 
A oração grifada funciona como sujeito 
 
- O certo é que o Barcelona não ganhará do Real Madrid. = predicativa 
A oração grifada funciona como predicativo do sujeito. 
 
6ª. Apositivas: são aquelas que funcionam como aposto. 
Exemplos: 
- Sua instrução foi única: estudar muito. 
- Pedi-lhe um favor: que me chamasse às seis horas. 
 
O aposto é uma forma de adjunto adnominal, que é constituído de uma palavra ou expressão 
em aposição, exemplificando um ou vários termos expressos na oração. Note-se nos exemplos que 
estudar sempre explica a frase inicial, determina qual foi sua instrução; qual foi o favor pedido. 
 
 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS 
A oração que modifica um substantivo de outra oração é denominada oração subordinada ad-
jetiva. Em geral, tais orações são introduzidas por pronome relativo. 
Exemplo: 
- O garoto que era triste tornou-se um garoto alegre. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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As orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática de adjunto adnominal de um 
termo da oração principal. 
 
As orações subordinadas adjetivas são de duas espécies: explicativas e restritivas. 
As explicativas são aquelas que indicam qualidade inerente ao substantivo a que se referem. Justa-
põem-se a um substantivo já plenamente definido pelo contexto. Além disso, as orações adjetivas 
explicativas podem ser eliminadas sem prejuízo do sentido. Têm função meramente estilística. 
Exemplos: 
- O inverno suíço de 1987, que foi muito rigoroso, matou 100 pessoas. 
- O homem, que é um ser racional, tem perdido suas características mais preciosas. 
- O lírio, que é branco, já não é símbolo de candura. 
 
As orações adjetivas explicativas são menos comuns que as restritivas. As orações adjetivas 
restritivas delimitam o sentido do substantivo antecedente. São indispensáveis ao sentido total da 
oração. 
Exemplos: 
- Todo aluno que é estudioso é digno de aprovação. 
- Todo político que é honesto é capaz de causar revoluções administrativas. 
- Não acredito no médico do qual me falaste há pouco. 
- O professor cujas orientações não são diretivas tem conseguido resultados assustadores 
nos últimos tempos. 
 
 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS 
Um terceiro tipo de orações subordinadas são as adverbiais, isto é, aquelas que equivalem a 
advérbios em relação a outra oração. 
 
Os adjuntos adverbiais são termos acessórios das orações; são determinantes. Os determinan-
tes adverbiais acrescentam “ao predicado o esclarecimento de lugar, tempo, modo etc.” 
Exemplos: 
- Almoçarei ao meio-dia. 
- Chegaram aqui as embarcações. 
- Ontem choveu. 
- Aquela mulher caminha com dificuldade. 
- Tu te exprimes muito bem. 
 
São, portanto, os adjuntos adverbiais expressões que acrescentam circunstâncias aos fatos ex-
pressos. 
 
Recorde-se também que as orações reduzidas às vezes indicam circunstâncias que caracteri-
zam e restringem o sentido do verbo: 
Exemplos: 
- Não te emprestarei dinheiro para gastares com futilidades. (adverbial final reduzida de in-
finitivo) 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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- Chegando ao cinema, comprei os ingressos. (subordinada adverbial temporal reduzida de 
gerúndio) 
- Terminada a aula, voltei pra casa. (subordinada adverbial temporal reduzida de particípio) 
 
As orações subordinadas adverbiais são dos seguintes tipos: causais, comparativas, consecuti-
vas, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais e temporais. 
 
1ª. Causais: são aquelas que modificam a oração principal apresentando uma circunstância de 
causa, isto é, respondem à pergunta "por quê?" feita à oração principal. 
Exemplos: 
- Daniela saiu porque precisava. 
- Luísa não saiu porque estava frio. 
- Luís deixou o trabalho porquanto sua saúde era precária. 
 
São conjunções causais: porque, que, porquanto, visto que, por isso que, como, visto como, 
uma vez que, já que, pois que. 
 
2ª. Comparativas: são aquelas que correspondem ao segundo termo de uma comparação. 
Exemplos: 
- Marisa é tão boa vendedora quanto Teresa. 
- "A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro." 
 
São conjunções comparativas: como, mais do que, assim como, bem como, que nem (como), 
tanto quanto. 
 
3ª. Consecutivas: são aquelas que são introduzidas por um termo intensivo que vem em se-
guida à oração principal, acrescentando-lhe ideias e explicações, ou completando-a, ou tirando uma 
conclusão. 
Exemplos: 
- O Plano de Estabilização Econômica foi tão cercado de flores de todos os lados que não 
percebemos suas consequências menos interessantes. 
- Onde estás, Luciana, que não te vejo! 
- José bebia tanto que morreu afogado no seu próprio vômito. 
- Faça seu trabalho de tal modo que não venha a lastimar-se do resultado que dele possa 
advir. 
 
São conjunções consecutivas: (tanto) que, (tão) que, (de tal forma) que. 
 
4ª. Concessivas: são aquelas que se caracterizam pela ideia de concessão que transmitem à 
oração principal. 
Exemplos: 
- Ainda que faça frio, o jogo se realizará. 
- Ela foi ao parque, embora estivesse chovendo. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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São conjunções concessivas: embora, posto que, se bem que, ainda que, sempre que, desde 
que, conquanto, mesmo que, por pouco que, por muito que. 
 
5ª. Condicionais: são aquelas que se caracterizam por transmitir ideias de condição à oração 
principal. 
Exemplos: 
- Se o filme for ruim, sairei do cinema. 
- Caso tivesse realizado as obras necessárias, não teria perdido a eleição. 
 
São conjunções condicionais: se, salvo se, senão, caso, desde que, exceto se, contanto que, a 
menos que, sem que, uma vez que, sempre que. 
 
6ª. Conformativas: são aquelas que indicam o modo como ocorreu a ação expressa na oração 
principal. 
Exemplos: 
- Conforme os últimos acontecimentos, o Oriente Médio corre risco de uma guerra generali-
zada. 
- Escrevi um memorando, segundo o estilo oficial estabelece. 
 
São conjunções conformativas: de modo que, assim como, bem como, de maneira que, de sorte 
que, de forma que, do mesmo modo que, segundo conforme. 
 
7ª. Finais: são aquelas que indicam o fim ou finalidade à oração principal. 
Exemplos: 
- É preciso que haja políticos de concepções liberais extremadas para que os conservadores 
não reduzam os homens a títeres. 
- Acenei-lhepara que silenciasse. 
 
São conjunções subordinativas finais: para que, a fim de que. 
 
8ª. Proporcionais: são aquelas que transmitem ideia de proporcionalidade à ideia principal. 
Exemplos: 
- À proporção que o tempo passa, a agonia recrudesce. 
- O barulho de algazarra aumenta à medida que se aproxima das crianças. 
 
São conjunções subordinativas proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que. 
 
9ª. Temporais: são aquelas que indicam relação de tempo naquilo que se refere à ação ex-
pressa pela oração principal. 
Exemplos: 
- Enquanto ouço música, recupero o equilíbrio emocional. 
- Cada vez que eu penso, te sinto, te vejo... 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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São conjunções subordinadas temporais: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, 
assim que, tanto que, apenas, antes que, até que, sempre que, depois que, cada vez que. 
 
 ORAÇÕES REDUZIDAS 
São denominadas orações reduzidas aquelas que apresentam o verbo numa das formas nomi-
nais, ou seja, infinitivo, gerúndio e particípio. 
 
As orações reduzidas de formas nominais podem, em geral, ser desenvolvidas em orações su-
bordinadas. Essas orações são classificadas como as desenvolvidas correspondentes. 
 
As orações reduzidas não são introduzidas por conectivo. 
 
No caso de se fazer uso de locução verbal, o auxiliar indica se se trata de oração reduzida ou 
não. 
Na frase: 
Tendo de ausentar-se, declarou vacante seu cargo. 
 
Temos aqui uma oração reduzida de gerúndio. Portanto, é condição para que a oração seja re-
duzida que o auxiliar se encontre representado por uma forma nominal. 
 
 ORAÇÕES REDUZIDAS DE INFINITIVO 
Substantivas subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito do verbo de outra ora-
ção. 
Exemplos: 
- Não convém agires assim. 
- É certo ter ocorrido uma disputa de desinteressados. 
- Urge partires imediatamente. 
 
Substantivas objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto. 
Exemplos: 
- Ordenou saírem todos logo. 
- Respondeu estarem fechadas as matrículas. 
- Peça-lhes fazer silêncio. 
 
Substantivas objetivas indiretas: são aquelas que funcionam como objeto indireto da oração 
principal. 
Exemplo: 
- Aconselho-te a sair imediatamente. 
 
Substantivas predicativas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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Exemplos: 
- O importante é não se deixar corromper pela desonestidade. 
- Seu desejo era adquirir um automóvel. 
 
Substantivas completivas nominais: são aquelas que funcionam como complemento de um 
nome da oração principal. 
Exemplos: 
- Maria estava disposta a sair da casa. 
- Tinha o desejo de espalhar os fatos verdadeiros. 
 
Substantivas apositivas: são aquelas que funcionam como aposto da oração principal. 
Exemplos: 
- Fez uma proposta a sua companheira: viajarem para a praia, no fim do ano. 
- Recomendou-lhe dois procedimentos: ler e refletir exaustivamente a obra de José de Alen-
car. 
 
Adverbiais: são aquelas que funcionam como adjunto adverbial da oração principal. 
Exemplos: 
- Chegou para poder colaborar. (final) 
- Alegraram-se ao receberem os campeões. (temporal) 
- Não obstante ser ainda jovem, conquistou posições invejáveis. (concessivas) 
- Não poderá voltar ao trabalho sem me avisar com antecedência. (condicional) 
- Não compareceu por se encontrar doente. (causal) 
- É alegre de fazer inveja. (consecutiva) 
 
Adjetivas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. 
Exemplo: 
- O aluno não era de deixar de ler suas redações. 
 
 ORAÇÕES REDUZIDAS DE GERÚNDIO 
Subordinadas adjetivas: 
- Parei um instante e vi o professor admoestando o garoto. 
 
Adverbiais: 
- Retornando de férias, volte ao trabalho. (temporal) 
- João Batista, ainda trajando à moda antiga, apresentava-lhe galhardamente. (concessiva) 
- Querendo, você conseguirá obter resultados positivos nos exames. (condicional) 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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- Desconfiando de suas palavras, dispensei-o. (causal) 
- Xavier, ilustre comerciante, enriqueceu-se vendendo carros. (modal ou conformativa) 
 
 ORAÇÕES REDUZIDAS DE PARTICÍPIO 
Subordinada adjetiva: 
- As notícias apresentadas pelo Canal X são superficiais. 
 
Adverbiais: 
- Terminada a aula, os alunos retiraram-se da classe. (temporal) 
- Reconhecido seu direito, teriam tido outro comportamento. (condicional) 
- Acossado pela política, não se entregou. (concessiva) 
- Quebradas as pernas, não pôde correr. (causal) 
 
 
 
 
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL 
 
 
 
 CONCORDÂNCIA VERBAL 
É o processo pelo qual o verbo altera suas desinências para se adequar morfossintaticamente 
ao sujeito. Em alguns casos, porém, a relação de concordância se estabelece entre verbo e predicati-
vo, verbo e aposto, verbo e adjunto adnominal, verbo e complemento nominal. 
 
Regra geral: O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa, especificamente com o nú-
cleo. 
Exemplos: O cigarro deve ser evitado. 
 O desperdício de água pode ser eliminado. 
 Vocês não conhecem seus direitos? 
 
 CONCORDÂNCIA DO VERBO COM SUJEITO SIMPLES 
a) Quando o sujeito for representado por um substantivo coletivo, o verbo ficará no singular. 
- A torcida invadiu o campo e agrediu os jogadores. 
 
Quando o sujeito coletivo estiver acompanhado de adjunto ou distante do verbo, admite-se o 
verbo no plural. 
- O grupo de grevistas gritava (ou gritavam) palavras de ordem. 
 
b) Quando o sujeito for representado por nomes próprios de lugar ou título de obra: 
O verbo ficará no plural, se o nome estiver precedido de artigo no plural. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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43 
- Os Estados Unidos estão enfrentando uma grave crise econômica. 
 
O verbo ficará no singular, se o nome não estiver precedido de artigo ou se o arti go estiver no 
singular. 
- O Amazonas nasce em território peruano. 
 
c) Quando o sujeito for um pronome de tratamento, o verbo ficará na 3ª pessoa. 
- Vossa Senhoria está doente? 
- Vossas Excelências pediram calma? 
 
d) Quando o sujeito for representado pelo pronome relativo que, o verbo concordará com o 
antecedente do pronome. 
- Hoje é você que preparará a janta. 
 
e) Quando o sujeito for representado pelo pronome relativo quem, o verbo poderá ficar na 3ª 
pessoa do singular ou concordar com a pessoa do antecedente do pronome. 
- Fui eu quem falou. 
- Fomos nós quem falou. 
 
f) Quando o sujeito for o pronome relativo da expressão um dos que, o verbo ficará no plural 
(mais comum) ou no singular (mais raro). 
- Uma das pessoas que desconfiavam (ou desconfiava) de mim era Maria. 
 
g) Quando o sujeito for um pronome interrogativo ou indefinido singular seguido das expres-
sões de nós, de vós, dentre nós, dentre vós, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. 
- Qual de nós apitará o jogo amanhã? 
 
h) Quando o sujeito for expressão partitiva ‒ parte de, uma porção de, a maioria de, grande 
parte de, a maior parte de ‒ seguida de um substantivo no plural, o verbo ficará no singular ou no 
plural. 
- A maioria dos trabalhadores preferiu (ou preferiram) férias coletivas. 
 
i) Quando o sujeito contiver uma expressão que denota quantidade aproximada ‒ cerca de, 
perto de, mais de, menos de ‒ o verbo concordará com o numeral que o acompanha. 
- Cerca de duas mil pessoas assistiram ao show. 
- Mais de uma pessoa foi atropelada pelo carro desgovernado. 
 
Se a expressão mais de um estiver associada a verbos com ideia de reciprocidade, o verbo fica-
rá no plural. 
- Mais de um atleta agrediram-se. 
 
j) Verbos dar / bater / soar indicando horas: Concordará com o sujeito. 
- O relógio deu duas horas. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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44 
- O sino da igreja bateu três horas. 
 
 OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA VERBAL COM SUJEITO SIMPLES 
• Verbo + pronome se: 
Quando o se é pronome apassivador o verbo concorda com o sujeito. (Encontraram-se erros no texto. [= erros foram encontrados no texto]) 
 
Quando o se é índice de indeterminação do sujeito o verbo fi- ca na 3a pessoa do singu-
lar. (Não se discorda de opiniões tão bem fundamentadas.) 
 
• Expressão partitiva + nome no plural 
Verbo no singular ou no plural. (A maior parte dos competidores discordou/ discordaram do 
regulamento.) 
 
• Expressões numéricas aproximativas 
O verbo concorda com o numeral. (Mais de dez carros foram danificados no acidente.) 
 
• Pronomes que e quem: 
Que o verbo concorda com o antecedente desse pronome. (Ninguém conhece os ca-
minhos que levam à felicidade.) 
 
Quem o verbo concorda com o antecedente ou fica na 3ª pessoa do singular. (Foram as 
crianças quem descobriram/descobriu toda a verdade.) 
 
• Expressão "um dos + [palavra no plural] + que" 
Verbo no singular ou plural. (Você não é um dos alunos que pensa / pensam assim.) 
 
 CONCORDÂNCIA VERBAL COM SUJEITO COMPOSTO 
A concordância do verbo com o sujeito composto é determinada por três fatores: 
- o posicionamento do sujeito na estrutura da frase; 
- os diferentes tipos de palavras que podem formar o sujeito; 
- o tipo de palavra que liga os núcleos. 
 
 
 SUJEITO COMPOSTO POSICIONADO ANTES DO VERBO 
Verbo no plural. (A chuva fria e o vento forte atrapalharam a festa.) 
 
Particularidades dessa regra: 
a) Quando os núcleos do sujeito são sinônimos (ou aproximadamente sinônimos), o verbo 
pode ficar no singular ou no plural. Assim: 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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45 
 
A paz e a tranqüilidade a imensa catedral. 
 
 núcleos sinônimos 
 
b) Quando os núcleos do sujeito formam uma enumeração gradativa, o verbo pode ficar no 
singular ou no plural. Por exemplo: 
 
Um olhar, um sorriso, um gesto amigo uma alma angustiada. 
 
 núcleos em gradação 
 
c) Quando os núcleos estão seguidos por palavra de valor resumitivo no singular (tudo, nada, 
ninguém ou alguém), o verbo fica, necessariamente, no singular. Veja: 
 
 
 
 A ameaça, o terror, a agressão, nada o amedrontaria. 
 
 sujeito composto verbo no singular 
 
d) Quando o sujeito apresenta a expressão "um e outro", o verbo pode ficar no singular ou no 
plural. Por exemplo: 
 
 Um e outro deputado os desvios de verbas 
 
 
 
 SUJEITO COMPOSTO POSICIONADO DEPOIS DO VERBO 
Verbo no plural ou concordando com o primeiro núcleo 
 
- (Atrapalharam/Atrapalhou a festa a chuva fria e o vento forte.) 
 
Compõem a paisagem do quadro uma montanha e um lago cristalino. 
 
 verbo no plural sujeito composto depois do verbo 
 
 
 
 
 
dominava 
dominavam 
conforta con-
fortam 
palavra resumitiva 
denunciou 
denunciaram 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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46 
 
 1º núcleo 
 
Compõe a paisagem do quadro uma montanha e um lago cristalino. 
 
sujeito composto depois do verbo 
 
Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes 
- Com 1ª pessoa (eu/nós) — verbo na 1ª pessoa do plural. (Ela, tu e eu iremos.) 
- Sem 1ª pessoa — verbo na 2ª ou na 3ª pessoa do plural. (Ela e tu ireis/irão.) 
 
Núcleos do sujeito ligados por ou/nem 
- Se houver ideia de exclusão, verbo no singular; se não houver, verbo no plural. 
 
Exemplos: 
- A Itália ou a Holanda vencerá a próxima copa do mundo. 
- A chuva ou o frio o fariam desistir da viagem. 
- Nem você nem aquele pintor medíocre se casará com ela. 
- Nem você nem meu amigo sabem a verdade. 
 
 CONCORDÂNCIA NOMINAL 
É a concordância de nomes entre si. A que vai nos interessar particularmente é a concordância 
do adjetivo com o substantivo. 
 
 PRINCIPAIS CASOS 
Primeiro caso: 
Preste atenção a este exemplo: 
 
Comprei abacate e melão maduro (ou maduros). 
 
Conclusão: Quando o adjetivo modifica dois ou mais substantivos do mesmo número (abacate 
e melão estão no singular), o adjetivo pode concordar com o substantivo mais próximo (melão) ou ir 
para o plural, concordando com os dois substantivos. 
 
Essa opção de concordância também se dá quando os substantivos são de gênero e número di-
ferentes. 
 Ex.: 
Comprei abacate e maçãs madura (ou maduros). 
Comprei abacates e maçã madura (ou maduros). 
Comprei uvas e maçã madura (ou maduras). 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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47 
 
Segundo caso: 
Preste atenção nestes exemplos: 
Comprei abacate e maçã estragados. 
Comprei maçã e abacate estragado. 
Comprei abacate e maçã estragada. 
 
Conclusão: Quando o adjetivo modifica dois ou mais substantivos do mesmo número, mas de 
gêneros diferentes (abacate é masculino; maçã é feminino), o adjetivo vai para o masculino plural ou 
concorda com o mais próximo. 
 
Terceiro caso: 
 Preste atenção a estes exemplos: 
Comprei maduro abacate e melão. 
Comprei estragada maçã e abacate. 
 
Conclusão: Quando o adjetivo aparece antes dos substantivos, faz-se a concordância sempre 
com o substantivo mais próximo. 
 
 
Quarto caso: 
Preste atenção a estes exemplos: 
Ela tem ideia e pensamento fixo. 
Ela tem pensamento e ideia fixa. 
 
Conclusão: Quando o adjetivo modifica dois substantivos sinônimos ou tomados por sinôni-
mos, concorda sempre com o substantivo mais próximo. 
 
Quinto caso: 
Preste atenção a este exemplo: 
Comprei o livro e a maçã madura. 
 
Conclusão: Quando o adjetivo se refere apenas ao último substantivo, só com ele concorda. 
(Claro! Não existe livro “maduro”.) 
 
Sexto caso: 
Preste atenção a este exemplo: 
Passei dia e noite frios no Canadá. 
 
Conclusão: Quando os substantivos são antônimos, o adjetivo vai obrigatoriamente para o plu-
ral, concordando com o gênero que tem preferência. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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Sétimo caso: 
Preste atenção a estes exemplos: 
O rapaz e a garota eram argentinos 
Eram argentinos o rapaz e a garota. 
Eram argentinos a garota e o rapaz. 
 
Conclusão: Quando o adjetivo é predicativo (tanto do sujeito quanto do objeto), faz-se a con-
cordância normal, qualquer que seja a ordem dos termos da oração, ou seja, o masculino prevalece 
sempre, quando há mistura de gêneros. 
 
 OUTROS CASOS 
Variam normalmente: 
a) Mesmo e Próprio 
- Ele mesmo (ou próprio) lava suas roupas. 
- Ela mesma (ou própria) lava suas roupas. 
- Eles mesmos (ou próprios) lavam suas roupas. 
- Elas mesmas (ou próprias) lavam suas roupas. 
 
 
b) Extra e Quite 
- Ele fez apenas uma hora extra. 
- Ele fez muitas horas extras. 
- Estou quite com o banco. 
- Estamos quites com o banco. 
 
c) Junto 
Só varia quando equivale a “um com outro” (e variações). 
Ex.: 
- Nunca vi esses rapazes juntos. (= um com outro) 
- Minhas filhas chegaram juntas na escola. (= uma com a outra) 
- Do contrário, não varia: 
- Nunca vi esses rapazes junto com a mãe. 
- Minhas filhas chegaram junto comigo. 
 
d) Só 
Varia quando equivale a “sozinho”, mas não quando equivale a “somente”. 
Ex.: 
- As crianças ficaram sós em casa. (sozinhas) 
- Só as crianças ficaram em casa. (somente) 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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e) Leso 
Concorda com o substantivo a que se refere. 
Ex.: 
- Eles cometeram um crime de leso-idioma. 
- Eles cometeram um crime de lesa-pátria. 
 
f) Obrigado 
Concorda com o substantivo a que se refere. 
Ex.: 
- Ele saiu dizendo muito obrigado. 
- Ela saiu dizendo muito obrigada. 
- Eles saíram dizendo muito obrigados. 
- Elas saíram dizendo muito obrigadas. 
 
g) Anexo 
Quando é empregado sozinho, concorda com o substantivo ao qual se refere. 
Ex.: 
- Anexo segue o recibo. 
- Anexa segue a fotografia. 
- Anexos seguem os recibos. 
- Anexas seguem as fotografias. 
 
Quando é empregado antecedido da preposição “em” fica invariável.Ex.: 
- Em anexo segue o recibo. 
- Em anexo segue a fotografia. 
- Em anexo seguem os recibos. 
- Em anexo, seguem as fotografias. 
 
h) Incluso 
Ex.: 
- Já está incluso na conta o antepasto. 
- Já está inclusa na conta a sobremesa. 
- Já estão inclusos na conta os refrigerantes. 
- Já estão inclusas na conta as bebidas. 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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50 
i) Nenhum 
Ex.: 
- Eles não são nenhuns coitadinhos. 
- Elas não são nenhumas coitadinhas. 
 
j) Caro e Barato 
Variam apenas quando são adjetivos. 
Ex.: 
- A gasolina brasileira não é barata, é cara. 
- As frutas importadas estão caras, e não baratas. 
 
Quando advérbios, não variam. 
Ex.: 
- A gasolina brasileira custa caro , e não barato. 
- As frutas importadas estão custando caro, e não barato. 
 
k) Bastante 
Varia normalmente, quando é adjetivo. 
Ex.: 
- Comam bastantes frutas, crianças! 
- Vi bastantes novidades na feira. 
- Quando advérbio, não varia: 
- As crianças comem bastante. 
- As crianças riram bastante no circo. 
 
l) Meio 
Varia quando é adjetivo ou numeral. Nesse caso, significa “metade”. 
Ex.: 
- Cheguei ao meio-dia e meia (hora). 
- Comprei duas meias melancias na feira. 
- Quando advérbio, é invariável: 
- Ela ficou meio nervosa. 
- As crianças estão meio medrosas. 
 
 CASOS FINAIS 
 PRIMEIRO CASO: 
As expressões é bom, é necessário, é proibido, além de outras assemelhadas, ficam invariá-
veis, se acompanhadas de substantivos que exprimem ideia genérica, indeterminada. 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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Ex.: 
- É preciso muita paciência para dirigir no trânsito paulistano. 
- É necessário folga semanal remunerada. 
- Água é bom para matar a sede. 
- É proibido entrada de pessoas estranhas. 
- Não é permito entrada de pessoas estranhas neste local. 
 
Havendo determinação do substantivo, o adjetivo com ele concordará: 
Ex.: 
- É necessária nossa participação ativa nessa reivindicação. 
- Esta água é boa para matar a sede. 
- É proibida a entrada de pessoas estranhas. 
- Não é permitida a presença de estranhos neste local. 
 
 
 SEGUNDO CASO: 
Os particípios de orações reduzidas concordam normalmente com o sujeito. Só não variam 
quando fazem parte de tempo composto da voz ativa; na voz passiva, o particípio varia normalmen-
te. 
Ex.: 
- Feita a denúncia, regressamos a casa. 
- Dada a ordem, tratou-se de cumpri-la. 
- Dados os últimos retoques, partimos. 
- Elas tinham feito a denúncia, eles haviam dado a ordem. 
- Foi inaugurada, na manhã de ontem, nova creche no bairro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA 
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3 Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 
4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que 
5 classificar por extremos não reflete a complexidade de classes 
6 da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. 
 
 
 
Questão de prova: O uso da forma verbal “se trata” (l.3), no singular, atende às regras de con-
cordância com o termo “um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os ar-
gumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no plural, cortes epistemológicos, 
desde que o verbo fosse flexionado no plural: se tratam. 
 
Comentário: O primeiro passo para responder corretamente essa questão é analisarmos a 
transitividade do verbo “tratar” (tomada no contexto em pauta), no qual um questionamento surge: 
trata-se de quê? Resposta: “de um corte epistemológico”. 
 
O segundo passo é analisarmos o chamado complemento do verbo – o que nos permite afir-
mar que se trata de um objeto indireto, em virtude da presença da preposição. Dessa forma, reto-
mando alguns conceitos voltados para os tipos de sujeito, temos que: O sujeito se conceitua como 
indeterminado em uma das ocorrências, o verbo se apresenta na terceira pessoa do singular acom-
panhado do “se”, sendo essa partícula concebida como índice de indeterminação do sujeito. Dessa 
forma, já que se trata de um verbo transitivo indireto, não devemos flexionar a forma verbal. Assim, 
o verbo não deve ser flexionado no plural. A alternativa está ERRADA. 
 
 
 
(...) 
11 Como tentativas de acompanhar essa velocidade 
12 vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 
13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a 
14 fluidez das relações interpessoais. (...) 
 
 
Questão de prova: A forma verbal “surge” (l.13) está flexionada no singular porque estabelece 
relação de concordância com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior. 
 
Comentário: A oração iniciada por surge está no singular porque o verbo “surge” estabelece 
relação de concordância com “a flexibilidade”, que está no singular. A alternativa, portanto, está 
ERRADA. 
 
 
 
(...) 
11 As razões para esse estancamento encontram-se no comportamento 
12 do polo dinâmico da economia mundial, os países emergentes, 
13 cujo desenvolvimento econômico começou a desacelerar — 
14 ainda que a partir de taxas exuberantes de expansão. 
 
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Questão de prova:No trecho “cujo desenvolvimento econômico (...) expansão” (l.13-14), iden-
tifica-se relação de causa e consequência entre a construção sintática destacada com travessão e a 
oração que a antecede. 
 
Comentário: A construção sintática destacada com travessão inicia pela conjunção concessiva 
“ainda que”, que pode ser substituída, no trecho em análise, por “embora” ou “mesmo que”, indi-
cando ideia de concessão, não de causa e consequência. A alternativa, portanto, está ERRADA. 
 
 
 
 
REGÊNCIA 
 
 
 
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de signifi-
cado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito impor-
tante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades 
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão: 
 
 AGRADAR 
1. Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar. 
Exemplos: 
- Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê. 
- Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de 
agradá-lo. 
 
2. Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege 
complemento introduzido pela preposição "a". 
Exemplo: 
- O cantor não agradou aos presentes. O cantor não lhes agradou. 
 
 ASPIRAR 
1. Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar. 
Exemplo: 
- Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o.) 
 
2. Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição. 
Exemplo: 
- Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas.) 
 
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 ASSISTIR 
1. Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar. 
Exemplo: 
- As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negam-se a as-
sisti-los. 
 
2. Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer. 
Exemplos: 
- Assistimos ao documentário. 
- Não assisti às últimas sessões. 
- Essa lei assiste ao inquilino. 
 
 
 
 CHAMAR 
1. Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de. 
Exemplos: 
- Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você várias vezes. / 
Chamei-o várias vezes. 
 
2. Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual 
se refere predicativo preposicionado ou não. 
Exemplos: 
- A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. 
- A torcida chamou o jogador de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário. 
 
 CUSTAR 
1. Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de 
adjunto adverbial.Obs.: como o objeto indireto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se 
usam as formas pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", 
"a ela (s)". 
Exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela.) 
Obs.: No sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompa-
nhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição "em". 
Exemplo: 
Assistimos numa conturbada cidade. 
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Exemplo: 
- Frutas e verduras não deveriam custar muito. 
 
2. No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto. 
Exemplo: 
- Muito custa viver tão longe da família. 
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Intransitivo Reduzida de Infinitivo 
 
- Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. 
Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Indireto Reduzida de 
Infinitivo 
 
 
 
 IMPLICAR 
1. Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: 
a) Dar a entender, fazer supor, pressupor 
Exemplo: 
- Suas atitudes implicavam um firme propósito. 
 
b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar 
Exemplo: 
- Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo. 
 
2. Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver 
Exemplo: 
- Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. 
 
 
 
 
 
 
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo 
"custar" um sujeito representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo: Custei pa-
ra entender o problema. 
Forma correta: Custou-me entender o problema. 
Obs.: No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com 
preposição "com". 
Exemplo: 
Implicava com quem não trabalhasse arduamente. 
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 PROCEDER 
1. Proceder é intransitivo no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem 
sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo. 
Exemplos: 
- As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. 
- Você procede muito mal. 
 
2. Nos sentidos de ter origem ou dar início é transitivo indireto. 
Exemplos: 
- O avião procede de Maceió. 
- Procedeu-se aos exames. 
- O delegado procederá ao inquérito. 
 
 QUERER 
1. Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar. 
Exemplos: 
- Querem melhor atendimento. 
- Queremos um país melhor. 
 
2. Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar. 
Exemplos: 
- Quero muito aos meus amigos. Ele quer bem à linda menina. 
- Despede-se o filho que muito lhe quer. 
 
 VISAR 
1. Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubri-
car. 
Exemplos: 
- O homem visou o alvo. 
- O gerente não quis visar o cheque. 
 
2. No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a 
preposição "a". 
Exemplos: 
- O ensino deve sempre visar ao progresso social. 
- Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público. 
 
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REGÊNCIA VERBAL + PRONOME RELATIVO 
Sempre que, na oração, houver um pronome relativo, se o verbo que vier após o pro-
nome relativo solicitar preposição, esta preposição pula para antes do pronome relati-
vo. Veja os exemplos. 
Ex. A mulher com quem me casei é médica. 
Ex. Ela faz todas as comidas de que mais gosto. 
Ex. A casa em cuja cozinha conversávamos agora está abandonada. 
Ex. O assunto sobre o qual falamos é sigiloso. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ABREU, Antônio Suarez. Curso de redação. 12. ed. São Paulo: Ática, 2006. 
 
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2010. 
 
FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore Villaça. Linguística textual: introdução. São Paulo: Cortez, 
2002. 
 
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: 
Ática, 2007. 
 
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. 6. ed. São Paulo: Scipione, 
2007. 
 
MELO, Iran Ferreira de. Você sabe o que é dêixis?: Um panorama dos elementos dêiticos, verda-
deiros coringas da linguagem e objetos de estudo da Pragmática. Disponível em: 
<http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/22/artigo179006-
1.asp>. Acesso em: 2 abr. 2017. 
 
 
 
 
http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/22/artigo179006-1.asp
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