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COMMON LAW 
Dá-se o nome de common law ao sistema jurídico que foi elaborado 
na Inglaterra a partir dos séculos XII-XIII com base nas decisões das 
jurisdições reais, em oposição aos costumes locais próprios de cada 
região. Manteve-se e desenvolveu-se até nossos dias, além de se 
impor na maior parte dos países de língua inglesa. Caracteriza-se por 
um direito jurisprudencial, elaborado pelos juízes régios e mantido 
graças à autoridade reconhecida dos precedentes judiciários (direito 
tido como sem evolução). O common law não é todo o direito inglês; o 
statute law (direito dos estatutos, das leis promulgadas pelo 
legislador) e a equity law (equidade jurídica, aplicada pelas jurisdições 
do chanceler) também constituem a justiça inglesa. 
 
EQUITY LAW 
Traduzida por equidade, a equity law objetiva sanar as falhas e 
atenuar os rigores do common law em sentido estrito, devido ao seu 
excesso de formalismo. Quando o common law não pudesse indicar a 
forma adequada para um determinado caso, ou a sua aplicação 
pudesse oferecer riscos a um julgamento, as pessoas podiam 
recorrer à intervenção do rei, representado na pessoa do chanceler. 
 
 
STATUTE LAW 
Reconhecido como direito estatutário ou escrito, o statute law 
objetivava confirmar o direito consuetudinário e, com o passar do 
tempo, assumiu a tarefa de completar e até mesmo alterar tal 
direito. Ex.: Carta Magna Libertatum de 1215. 
 
RESGATE HISTÓRICO 
 PERÍODO MEDIEVAL 
• Até o séc. V – Inglaterra sob o domínio romano. Apesar disso, 
não sofreu o processo de “romanização”. A maior influência 
cultural e jurídica deveu-se aos germânicos (anglos e saxões). 
• Governança de Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra – 
descontentamento dos ingleses frente à substituição régia: 
aumento de impostos, política externa desastrosa etc. Resposta 
dos nobres e da Igreja: redação da MAGNA CHARTA 
LIBERTATUM, em 1215. Tal documento previa a manutenção do 
rei João (ou qualquer outro rei) longe da ânsia de lhes arrancar o 
poder – defesa da liberdade. 
 
 
 
 
 
 
• A carta preocupou-se em montar a Justiça e prever as 
seguintes garantias: a liberdade de ir e vir (origem do Habeas 
Corpus), julgamento pelos pares: pessoas iguais ao réu (sistema 
de julgamento por júri), Inquisitio – em caso de cobrança de 
tributos perguntava-se às pessoas importantes da localidade 
sua opinião, proporcionalidade entre delito e pena, criação e 
cobrança de impostos com o consentimento do Conselho de 
Nobres (a partir de 1265 passa a ser chamado de Parlamento). 
• PARLAMENTO: A partir de 1350 o Parlamento inglês passou a 
ter as feições que até hoje possui: duas câmaras (dos Lordes, 
de prelados e barões, e a dos Comuns, de cavaleiros e 
burgueses). 
 
PERÍODO MODERNO 
 
Durante a Dinastia Tudor, Henrique VIII teve importante papel: fundou 
a Igreja Anglicana e desligou o país do poder papal, concentrando as 
terras da Igreja nas mãos da Inglaterra. 
 
Elizabeth: absolutismo inglês. Manutenção do Parlamento. 
 
Jaime I: crise com o Parlamento (almejava governar aos moldes 
franceses com um direito divino). Fecha o Parlamento por sete anos 
(devido aos conflitos gerados pelo aumento e criação de impostos). 
 
Carlos I: radicaliza a política de Jaime I. Resultado: Em 1628 o 
Parlamento produz um documento legal para “lembrar” os limites e 
atribuições do rei. PETIÇÃO DE DIREITOS. Carlos I deixa de convocar o 
Parlamento por 11 anos. 
 
• A revolta eclode em 1637 quando o parlamento busca 
novamente impor a Petição de Direitos. Carlos I tenta sem êxito 
fechar o Parlamento (protegido pelos parlamentares e pela 
população londrina). 
• Revolução puritana: Reforço do poder do Parlamento e 
diminuição do poder régio. 
• Período Republicano: governo de Oliver Cromwell (membro da 
pequena nobreza puritana): objetivos políticos – fortalecimento 
econômico da burguesia e da nobreza. 
• Restauração da Monarquia: ressurgem os problemas entre rei e 
parlamento. No governo de Carlos II, objetivando minimizar as 
disputas violentas e prisões indevidas, foi redigido o HABEAS 
CORPUS ACT, em 1679. Este instituto jurídico objetivou dar 
garantia individual ao direito de locomoção por ordem de um juiz 
Direito inglês Direito inglês 
ou tribunal, buscando cessar a ameaça ou coação de liberdade. 
Apesar do Habeas Corpus minimizar os casos de prisões 
“injustas” esta não foi a solução. 
• Fortalecimento do Parlamento com Guilherme de Orange. “O rei 
reina, mas não governa”. Poder dado ao Parlamento: BILL OF 
RIGHTS. (deu também ao Parlamento o controle do exército, 
prerrogativa relativa aos impostos, sendo o único que poderia 
legislar, ter independência na eleição de seus membros, 
imunidade parlamentar em seus discursos, limites nas fianças, 
penas e impostos). 
 
DIFERENÇAS ENTRE 
COMMON LAW E CIVIL LAW: 
COMMON LAW 
• Base no direito jurisprudencial (judge made law); 
• Direito judiciário (processual); 
• Julgados como base / texto legal secundário. 
 
CIVIL LAW 
• Jurisprudência como secundário / texto legal como base; 
• Leis escritas, codificadas. 
OBS: Apesar de serem estruturas distintas, são comunicáveis. 
 
INFLUÊNCIA DA COMMON LAW NO 
SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO 
• A forma utilizada pelo Estado para superar a chamada “crise do 
judiciário” é o fortalecimento dos precedentes no Direito 
Brasileiro, que permitirão maior celeridade dos julgamentos, 
especialmente das demandas de massa (consumeristas, 
previdenciárias, por exemplo). 
• Eis a questão: o Brasil, de tradição romano-germânica, está 
sofrendo uma mutação de tradição jurídica? 
• Jurisprudência vinculante: novo modelo com a incorporação de 
elementos do common law. 
• Na atualidade, não se encontra um país de tradição romano-
germânica que não haja um mínimo de influência da tradição 
anglo-saxônica. A recíproca também é verdadeira.

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