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Mecânica dos Fluidos mateus0@yahoo.com.br Prof. Dr. Mateus Henrique Rocha Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Unidade Acadêmica de Cabo de Santo Agostinho (UACSA) ME08 Fenômenos de Transporte DATA: 01/07/2022 SALA: S305–CI4/MA7/ME7/EL8/EN8 SEXTA-FEIRA: 13:00h–16:00h A Disciplina Avaliação Critério Padrão da Instituição Presença Obrigatória segundo critérios da UFRPE (75%) 1) Introdução e conceitos fundamentais da mecânica dos fluidos. 2) Distribuição de pressão em um fluido. 3) Relações integrais para um volume de controle. 4) Relações diferenciais para o escoamento de fluidos 5) Análise dimensional e semelhança. 6) Escoamento viscoso em dutos. 7) Escoamento ao redor de corpos imersos. 8) Escoamento compressível. Ementa Bibliografia Básica O Professor O Professor da Disciplina Formação Profissional • 15 artigos • 6 capítulos de livros • 6 Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Apresentação Formação Apresentação Formação 2012 Mecânica dos Fluidos mateus0@yahoo.com.br Prof. Dr. Mateus Henrique Rocha Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Unidade Acadêmica de Cabo de Santo Agostinho (UACSA) ME08 Fenômenos de Transporte DATA: 01/07/2022 SALA: S305–CI4/MA7/ME7/EL8/EN8 SEXTA-FEIRA: 13:00h–16:00h • Mecânica: ramo do física que lida com movimento, energia e forças. • A Mecânica dos Fluidos trata do comportamento dos fluidos em repouso (estática) e em movimento (dinâmica). • Aplicações: transporte, propulsão, forças fluidas em estruturas, máquinas de fluxo, lubrificação, engenharia biomédica, esportes, geração de energia, refrigeração, aquecimento, dispersão de poluentes, etc. 1. Mecânica dos Fluidos 1.1 Conceito de fluido • MECÂNICA DOS FLUIDOS: toda a matéria encontra-se em somente dois estados: sólido ou fluido (líquidos e gases). • Distinção técnica: se dá através da reação que cada um deles apresenta a aplicação de uma tensão de cisalhamento ou de uma tensão tangencial. • Definição: um sólido pode resistir a uma tensão de cisalhamento por uma deflexão estática, entretanto um fluido não pode. • Qualquer tensão de cisalhamento aplicada a um fluido, não importa quão pequena ela seja, resultará em movimento daquele fluido. O fluido escoa e se deforma continuamente enquanto a tensão de cisalhamento estiver sendo aplicada. 1.2 Definição de fluido • Um fluido em repouso deve estar em um estado de tensão de cisalhamento igual a zero, um estado chamado de condição de ESTADO HIDROSTÁTICO DE TENSÃO. • A componente normal da força que atua sobre a superfície por unidade de área é chamada de tensão normal, a componente tangencial da força que atua sobre uma superfície por unidade de área é chamada de tensão de cisalhamento. 1.2 Definição de fluido • Em um fluido em repouso, a tensão normal é chamada de pressão. • As paredes que suportam um fluido eliminam a tensão de cisalhamento e, assim, um fluido em repouso está no estado de tensão de cisalhamento nulo. • Quando o recipiente do líquido é inclinado, desenvolve-se uma tensão e o líquido move-se para manter a superfície livre na horizontal. 1.2 Definição de fluido • O tamanho da deformação do sólido depende do módulo de rigidez (G) do sólido. • Sólidos são elásticos (sólidos têm elasticidade). • A razão de deformação do fluido depende da viscosidade (μ) do fluido. • Fluidos são viscosos (fluidos têm viscosidade). 1.3 Fluidos Usados na Mecânica dos Fluidos • Fluidos mais comuns estudados na mecânica dos fluidos: água, óleo, álcool, gasolina, diesel, ácidos e bases em solução, hidrocarbonetos, leite, refrigerantes, sucos, solventes, etc. e gases (H2, O2, vapor, He, N2, C2H2, CO2, NH3, O3, F2, Ar, GLP, gás natural, etc.). • Substâncias sólidas/líquidas que podem ser classificadas como fluidos: creme dental, asfalto, ceras, cremes, pomadas, lamas, pastas, resinas, concretos, géis, espumas, tintas, etc. • Asfalto, mercúrio ≠ lamas, misturas coloidais: (tensão cisalhante). • Reologia: área da ciência que estuda a deformação e o escoamento de substâncias sólidas ou fluidas (gases ou líquidos) sob a influência de uma tensão aplicada sobre eles. • Escoamentos multifásicos: mistura de duas ou mais fases. 1.4 Condição de Não Escorregamento • Um fluido em contato direto com um sólido adere (gruda) na superfície devido aos efeitos viscosos e não há escorregamento (escoamento), condição conhecida como não escorregamento. • A camada que adere sobre a superfície desacelera a camada de fluido adjacente devido as forças viscosas entre as camadas do fluido, que desaceleram a camada de fluido seguinte, e assim por diante. • A condição de não escorregamento é responsável pelo desenvolvimento do perfil de velocidades. A região de escoamento adjacente a parede na qual os efeitos viscosos (gradientes de velocidade) são significativos é chamada de camada limite. • O escoamento ao redor de um corpo pode ser dividido em duas regiões: uma camada fina ao redor do corpo chamada de camada limite, onde as forças viscosas são importantes, e uma região externa ao corpo onde as forças viscosas podem ser desprezadas. • Se a viscosidade for pequena, o aumento da velocidade, de zero para o valor do escoamento externo, ocorrerá em uma região estreita. Nesta camada estreita as forças de atrito se fazem importante, retardando o fluido de sua velocidade externa para um completo repouso na parede. • Antes de atingir a placa o perfil de velocidade é uniforme. Com o aumento da distância, a espessura (δ) de fluido retardado aumenta. Para viscosidades menores observa-se que a espessura da camada limite diminui. Mesmo para pequenas viscosidades, as tensões cisalhantes na camada limite são consideráveis, pois os gradientes de velocidade são grandes. 1.5 Camada Limite 1.5 Camada Limite A força de arrasto é decorrente da esteira de baixa pressão: se a esteira é reduzida, o arrasto também será reduzido. O atrito na camada limite reduz a velocidade das partículas, mas também cria o gradiente de pressão adverso. O gradiente de pressão aumenta lentamente por uma extensão em que as partículas não são forçadas a se separar do objeto até quase atingirem o seu final. A esteira será menor, resultando em um arrasto de pressão menor. 1.6 Classificação dos Escoamentos • Escoamento Natural e Escoamento Forçado. • Escoamento em Regime Permanente e Escoamento em Regime não Permanente. • Escoamento Unidimensional, Bidimensional e Tridimensional. AtritoTeórico Tubo Canal, placa, arameSupersônico: Ma>1 Subsônico: Ma<1 Re ReSom=340,29 m/s 2. Propriedades • Propriedade: característica de um sistema físico específico (propriedades podem ser intensivas ou extensivas). • Tipos de propriedades: pressão (P), temperatura (T), volume (V), massa (m), massa específica (ρ), volume específico (ν), viscosidade (μ), condutividade térmica (λ), módulo de elasticidade (E), coeficiente de expansão térmica (α), resistividade elétrica (R), velocidade (v). • Propriedades intensivas: são independentes da massa (temperatura, pressão). • Propriedades extensivas: depende do tamanho ou extensão (massa total, volume total, momento) • Propriedades específicas: massa, volume, energia. 2.1 Fluido como Meio Contínuo • É conveniente desconsiderar a natureza atômica de uma substância e considerá-la como uma matéria contínua homogênea sem buracos (meio contínuo). • A idealização do meio contínuo permite tratar as propriedades como funções de pontos e considerar que as propriedades variam continuamente no espaço sem saltos de descontinuidade. • A hipótese é válida desde que o tamanho do sistema considerado seja grande em relação ao espaço entre as moléculas. • Apesar das grandes lacunas entre moléculas, uma substância pode ser considerada um meio contínuo devido ao grande número de moléculas existentes mesmo em um volume extremamente pequeno dessa substância. 2.1 Fluido como Meio Contínuo • O volume-limite é aproximadamente 10-9 mm3 para todos os líquidos e para os gases à pressãoatmosférica. • Exemplo: 10-9 mm3 de ar nas condições padrão contém aproximadamente 3x107 moléculas, que são suficientes para definir uma massa específica aproximadamente constante. • Meio contínuo: variação das propriedades suaves, sem saltos ou descontinuidades (cálculo diferencial). 2.2 Dimensões e Unidades • A dimensão é um conceito poderoso sobre o qual foi desenvolvida uma ferramenta esplêndida chamada análise dimensional, enquanto as unidades são os valores numéricos que se dá como resposta final dos problemas. • Em Mecânica dos Fluidos há apenas quatro dimensões primárias das quais todas as outras podem ser derivadas: Massa [M], Comprimento [L], Tempo [T] e Temperatura [θ]. 2.2 Dimensões e Unidades 2.3 Equações Homogêneas X Equações Dimensionalmente Inconsistentes Q= 𝐶𝑣 Δ𝑃 𝑑 Τ1 2 Q: Vazão [m³/s]; ΔP: queda de pressão na válvula [Pa]; d: é a densidade do líquido [adimensional] (a relação entre a massa específica do líquido e a massa específica da água); Cv: é o coeficiente de vazão da válvula (tabelado pelos fabricantes em catálogos); Cv=[L 7/2/M1/2]. Q= 𝐶𝑑𝐴𝑎𝑏𝑒𝑟 Δ𝑃 𝜌 Τ1 2 Cd: é o coeficiente de descarga da válvula [adimensional]; Aaber é a área de abertura da válvula [m²]; ρ é a massa específica do fluido [m³/s]. 2.4 Propriedades Termodinâmicas de um Fluido • Pressão (P): pressão é a tensão (compressão) em um ponto do fluido (estático). Pressão e velocidade são as variáveis mais importantes na mecânica (dinâmica) dos fluidos. • Temperatura (T): medida de energia interna de um fluido (pode variar para escoamentos compressíveis). 2.5 Pressão Pressão estática: a força dF sobre a superfície dS, é devida ao peso da coluna líquida de altura h. Pressão dinâmica: a força dF sobre a superfície dS é devida à velocidade da massa líquida. 2.5 Pressão 𝑃ℎ𝑖𝑑 = 𝜌𝑔ℎ Pressão: 𝑃𝑎𝑏𝑠 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 + 𝜌𝑔ℎ 2.5 Pressão 𝑃𝑎𝑏𝑠 = 𝑃𝑒𝑓 + 𝑃𝑟𝑒𝑓 𝑃𝑎𝑏𝑠 = 𝑃𝑚𝑎𝑛 + 𝑃𝑎𝑡𝑚 2.6 Massa específica 𝜌 = 𝑚 𝑣 Variação da massa específica com a temperatura: normalmente, aumentando-se a temperatura, o volume do fluido aumenta por conta da dilatação. • Massa específica (ρ): constante para líquidos (escoamento incompressível) e variável para gases (escoamento compressível). • Peso específico (γ): peso por unidade de volume (g=9,807 m/s2). 𝛾 = 𝜌𝑔 2.6 Massa específica Variação da massa específica (ρ) com a temperatura (T). • Volume específico (υ): volume por unidade de massa (não é muito utilizado em Mecânica dos Fluidos). 2.7 Volume específico 𝜐 = 𝑣 𝑚 ⇒ 𝜐 = 𝜌−1 Quando aquecida entre 0°C e 4°C e sob pressão de 1 atm, a água sofre uma redução de volume. Fora dessa faixa de temperatura, a água líquida, ao ser aquecida, sofre aumento de volume, semelhante as demais substâncias. Expressões aproximadas para o cálculo da massa específico e volume específico da água (Potter, 2009): 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1.000 − 𝑇 − 4 2 180 𝛾á𝑔𝑢𝑎 = 9.800 − 𝑇 − 4 2 18 • Líquidos: são praticamente incompressíveis, só sofrem variações significativas a altas pressões. • Gases: são compressíveis. Efeitos significativos de P em ρ são observados. Efeito combinado entre as três variáveis • Densidade (gravidade específica): é a relação entre a massa específica do fluido e a massa específica de um fluido de referência (H2O ou ar). 𝑑𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝜌𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 𝜌á𝑔𝑢𝑎 2.8 Densidade (Gravidade Específica) 2.9 Coeficiente de Compressibilidade 𝜅 = −𝜐 𝜕𝑃 𝜕𝜐 𝑇 ⇒ 𝜅= −𝜌 𝜕𝑃 𝜕𝜌 𝑇 𝜅 ≅ ∆𝑃 Τ∆𝜐 𝜐 ≅ ∆𝑃 Τ∆𝜌 𝜌 • O volume de um fluido muda com a variação de sua temperatura ou pressão. Fluidos expandem-se quando são aquecidos ou despressurizados, e contraem-se quando são resfriados ou pressurizados. • Porém, a quantidade de variação de volume é diferente para fluidos diferentes e é preciso definir propriedades que relacionem as variações de volume às variações de pressão e temperatura. 𝑑𝜌 𝜌 = − 𝑑𝜐 𝜐 ⇒ 𝜅𝑔á𝑠 = 𝑃 T=constante κ: Coeficiente compressibilidade (Pa) Quanto maior o valor de κ, menos compressível é o fluido. 2.9 Coeficiente de Compressibilidade Substituindo κ=P na definição do coeficiente de compressibilidade e rearranjando a equação, obtém-se a seguinte equação para Gás Ideal: Δ𝜌 𝜌 = Δ𝑃 𝑃 T=constante Ar: P= 1 atm κ=P= 1 atm ↓Δv/v= 1% (-0,01) ↑ΔP= 0,01 atm Ar: P= 1.000 atm κ=P= 1.000 atm ↓Δv/v= 1% (-0,01) ↑ΔP= 10 atm 𝛼 = 1 𝜅 = − 1 𝜐 𝜕𝜐 𝜕𝑃 𝑇 ⇒ 𝛼 = 1 𝜌 𝜕𝜌 𝜕𝑃 𝑇 α: compressibilidade Isotérmica (1/Pa). Quanto maior o valor de α, mais compressível é o fluido 2.10 Coeficiente de Expansão Volumétrica 𝛽 = 1 𝜐 𝜕𝜐 𝜕𝑇 𝑃 ⇒ 𝛽 = − 1 𝜌 𝜕𝜌 𝜕𝑇 𝑃Um fluido com β grande. 𝛽 ≅ Τ∆𝜐 𝜐 ∆𝑇 ⇒ 𝛽 = − ΤΔ𝜌 𝜌 Δ𝑇 β: Coeficiente de expansão volumétrica (1/K) 𝛽𝑔á𝑠 = 1 𝑇Um fluido com β pequeno. Propriedade que representa a variação da massa específica de um fluido com a temperatura sob pressão constante. Quanto maior o valor de β, maior a variação na massa específica, em função de variações na T (P=cte). • As correntes de convecção naturais têm início com a força de flutuação, que é proporcional à diferença de massa específica, que é proporcional à diferença de temperatura sob pressão constante. • Os efeitos combinados das mudanças de pressão e temperatura na mudança de volume do fluido são determinados considerando que o volume específico seja função de T e P. Diferenciando υ = υ(T,P) e usando as definições dos coeficientes de compressão e expansão α e β obtém-se: 𝑑𝜐 = 𝜕𝜐 𝜕𝑇 𝑃 𝑑𝑇 + 𝜕𝜐 𝜕𝑃 𝑇 𝑑𝑃 ⇒ 𝑑𝜐 = 𝛽𝑑𝑇 − 𝛼𝑑𝑃 𝜐 2.10 Coeficientes de Compressão e de Expansão Δ𝜐 𝜐 = − Δ𝜌 𝜌 ≅ 𝛽Δ𝑇 − 𝛼Δ𝑃 Variação relativa de volume específico devido a mudanças na pressão e temperatura: 2.11 Pressão de Saturação e Pressão de Vapor • Temperatura de saturação (Tsat): temperatura em que uma substância pura muda de fase. • Pressão de saturação (Psat): pressão em que uma substância pura muda de fase. • Pressão de vapor (Pv): é a pressão exercida por seu vapor em equilíbrio de fase com seu líquido em uma dada temperatura. • Pv: é uma propriedade da substância pura e é idêntica à pressão de saturação Psat do líquido (Pv=Psat). • Pressão de vapor ≠ Pressão parcial (Ptot = ΣPpar). • A taxa de evaporação de H2O é controlada pela diferença entre a Pv e Ppar: a Pv da H2O a 20 °C é 2,34 kPa, portanto um balde de H2O a 20 °C deixado em um compartimento com ar seco sob 101,325 kPa (1 atm) irá evaporar continuamente. Corresponde a pressão em que a fase líquida está em equilíbrio com a fase gasosa (vapor). 2.11 Pressão de Saturação e Pressão de Vapor • Para processos de mudança de fase entre as fases de líquido e vapor de uma substância pura, a Psat e a Pv são equivalentes, visto que o vapor é puro. • Pv aumenta com a temperatura: uma substância a temperaturas mais altas ferve a pressões mais altas. H2O ferve a 134 °C numa panela de pressão operando com pressão de 3 atm, mas ferve a 93 °C numa panela comum a uma altitude de 2.000 m, onde a pressão atmosférica é 0,8 atm. 2.11 Pressão de Saturação e Pressão de Vapor • Se a pressão do líquido é maior do que a pressão de vapor, a única troca entre líquido e vapor é a evaporação na interface. • Contudo, se a pressão do líquido cai abaixo da pressão de vapor, começam a aparecer bolhas de vapor no líquido. • Se a água é aquecida a 100° C, sua pressão de vapor sobe para 101,3 kPa, e assim a água na pressão atmosférica normal vaporizará. • Quando a pressão do líquido cai abaixo da pressão de vapor devido ao escamento tem-se cavitação. 𝐶𝑎 = 𝑃𝑎 − 𝑃𝑣 1 2 𝜌𝑉2 Ca: número de cavitação (adimensional) Pa: pressão ambiente (Pa) Pv: pressão de vapor (Pa) V: velocidade do escoamento (m/s) ρ: massa específica (kg/m³) 2.12 Pressão de Vapor e Cavitação • Existe a possibilidade da pressão do líquido nos sistemas de escoamento cair abaixo da Pv em alguns locais, resultando em vaporização não planejada. • Exemplo: H2O a 10 °C transforma-se em vapor e forma bolhas em algunslocais (regiões das extremidades das hélices ou lados da sucção de bombas) onde a pressão cai abaixo de 1,23 kPa. • As bolhas de vapor (bolhas de cavitação) formam cavidades no líquido e quebram-se a medida que são afastadas das regiões de baixa pressão, criando ondas de choque destrutivas e com pressões elevadas. • Esse fenômeno causa queda de desempenho e erosão das pás de hélices, sendo chamado de cavitação, e deve ser considerado no projeto de turbinas hidráulicas e bombas. 2.12 Pressão de Vapor e Cavitação Cavitação: é a erosão dos componentes de um sistema hidráulico (rotores, tubulação de sucção), causados pelo colapso de pequenas bolhas de vapor do fluido, formadas nas zonas de baixa pressão contra a superfície destes componentes. 2.12 Pressão de Vapor e Cavitação • Como o volume específico do líquido é inferior ao volume específico do vapor, o colapso das bolhas implicará na existência de um vácuo (vazio), proporcionando o aparecimento de ondas de choque. • A depressão originada pela deformação da bolha produz um microjato, e o efeito é mais severo quando o colapso ocorre junto ou perto as paredes sólidas. • Neste caso o microjato incide diretamente sobre as paredes, ao passo que, o impacto das bolhas que implodem na corrente líquida é transmitido por ondas de choque. 2.12 Pressão de Vapor e Cavitação • Além de provocar corrosão, desgaste, remoção de partículas e destruição de pedaços dos rotores e tubos de aspiração junto a entrada da bomba, a cavitação causa: queda de rendimento, marcha irregular, trepidação/vibração e ruídos. 2.12 Pressão de Vapor e Cavitação • Condições de não escorregamento e de não descontinuidade na temperatura: 𝑉𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 ≡ 𝑉𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑇𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 ≡ 𝑇𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 Essas condições são chamadas de não escorregamento e de não descontinuidade na temperatura. Elas servem como condições de contorno para a análise de escoamentos sobre uma superfície sólida. • Velocidade do som: 𝑎2 = 𝜕𝑃 𝜕𝜌 𝑠 ⇒ 𝑎2 = 𝑘 𝜕𝑃 𝜕𝜌 𝑇 𝑘 = 𝑐𝑝 𝑐𝑣 𝑎𝑔á𝑠 = 𝑘𝑅𝑇 Τ1 2 Todos líquidos e gases estão em equilíbrio com as superfícies de contato. Escoamento de um gás: efeitos da compressibilidade (variações significativas da massa específica causadas pelo escoamento). Compressibilidade: importante quando a velocidade de escoamento atinge uma fração da velocidade do som no fluido. A velocidade do som a no fluido é a taxa de propagação dos pulsos de pressão de pequenas perturbações. 2.13 Condição de Não-Escorregamento e Velocidade do Som 2.14 Energia do Escoamento • Entalpia (h): ℎ = 𝑢 + 𝑃𝑣 = 𝑢 + 𝑃 𝜌 𝑃 𝜌 : Energia do escoamento • Energia do escoamento (e): sistema compressível simples, desconsiderando efeitos magnéticos, elétricos e de tensão superficial (soma das energias: interna, cinética e potencial): 𝑒 = ℎ + 𝑒𝑐 + 𝑒𝑝 ⇒ 𝑒 = ℎ + 𝑉2 2 + 𝑔𝑧 2.15 Propriedades Termodinâmicas de um Fluido • Equação de Estado dos Gases Ideais: 𝑃1𝑣1 𝑇1 = 𝑃2𝑣2 𝑇2 𝑃𝑣 = 𝑛𝑅𝑇 𝑃 = 𝜌𝑅𝑇 𝑅 = 𝑐𝑝 − 𝑐𝑣 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 𝑅𝑔á𝑠 = 𝑅 𝑀𝑔á𝑠 2.15 Propriedades Termodinâmicas de um Fluido • Calor específico a volume constante: 𝑐𝑣 = 𝜕𝑢 𝜕𝑇 𝜌 ⇒ 𝑐𝑣 = 𝑑𝑢 𝑑𝑇 ⇒ 𝑐𝑣 𝑇 𝑑𝑢 = 𝑐𝑣 𝑇 𝑑𝑇 • Calor específico a pressão constante: 𝑐𝑝 = 𝜕ℎ 𝜕𝑇 𝑃 ⇒ 𝑐𝑝 = 𝑑ℎ 𝑑𝑇 ⇒ 𝑐𝑝 𝑇 𝑑ℎ = 𝑐𝑝 𝑇 𝑑𝑇 2.15 Propriedades Termodinâmicas de um Fluido 𝑘 = 𝑐𝑣 𝑐𝑝 ⇒ 𝑘 𝑇 ≥ 1 Razão entre calores específicos de 7 gases comuns em função da temperatura. 2.15 Propriedades Termodinâmicas de um Fluido • Relações de Estado Termodinâmico para Líquidos: 𝜌 ≈ 𝑐𝑡𝑒 𝑐𝑝 ≈ 𝑐𝑣 ≈ 𝑐𝑡𝑒 𝑑ℎ ≈ 𝑐𝑝𝑑𝑇 • ρ de um líquido decresce ligeiramente com a temperatura e cresce moderadamente com a pressão. Desprezando o efeito da temperatura, uma relação empírica pressão-massa específica para um líquido: 𝑃 𝑃𝑎 ≈ 𝐵 + 1 𝜌 𝜌𝑎 𝑛 − 𝐵 • B e n são parâmetros adimensionais que variam ligeiramente com a temperatura e Pa e ρa são valores para a atmosfera padrão. Para a H2O tem-se B = 3.000 e n = 7. 2.16 Tensão Superficial • Gotas líquidas comportam-se como pequenos “balões esféricos” cheios com o líquido, e a superfície do líquido age como uma membrana elástica esticada sob tensão. • Tensão superficial (σs): é a força de tração que causa esta tensão, e ela atua no sentido paralelo à superfície e é devida às forças atrativas entre as moléculas do líquido (unidade: N/m). • Energia superficial: outra forma de denominar a tensão superficial (N.m/m² ou J/m²). Nesse caso, a tensão superficial representa o trabalho de estiramento que é necessário se realizar para aumentar a área da superfície do líquido uma unidade. • Tensão superficial de alguns fluidos no ar a 1 atm e 20 °C. 𝜎𝑠 = 𝐹 2𝑏 Se θ< 90° o líquido “molha” o sólido. Se θ>90° o líquido “não molha” o sólido. 2.16 Tensão Superficial 𝜎𝑠𝐿 𝜎𝑠𝐿 2𝜋𝑅𝜎𝑠 𝜎𝑠𝑑𝐿1 𝜎𝑠𝑑𝐿1 𝜎𝑠𝑑𝐿2 𝜎𝑠𝑑𝐿2 𝜎𝑠 = 𝑅Δ𝑃 Variação de pressão através de uma interface curva devido à tensão superficial. Interior de um cilindro de líquido. Variação de pressão através de uma interface curva devido à tensão superficial. Interior de uma gota esférica. 𝜎𝑠 = 𝑅Δ𝑃 2 Variação de pressão através de uma interface curva devido à tensão superficial. Interface de uma curva geral. 𝜎𝑠 = Δ𝑃 𝑅1 −1 + 𝑅2 −1 2.17 Efeito Capilar • Efeito capilar: consequência da tensão superficial, que é a ascensão ou depressão de um líquido num tubo de pequeno diâmetro imerso no líquido. • A superfície livre curva de um líquido num tubo capilar é chamada de menisco. • Observa-se comumente que a água num recipiente de vidro curva-se levemente para cima nas bordas onde encosta na superfície de vidro, mas para o mercúrio, ocorre o oposto: curva-se para baixo nas bordas. • A força do efeito capilar é quantificada pelo ângulo de contato (φ), definido como o ângulo que a tangente à superfície do líquido faz com a superfície sólida no ponto do contato. • A força da tensão superficial atua ao longo da reta tangente no sentido da superfície sólida. Líquido molha a superfície quando φ < 90° e não molha a superfície quando φ > 90°. No ar atmosférico, o ângulo de contato da água (e a maioria de outros líquidos orgânicos) com o vidro é quase nulo. 2.17 Efeito Capilar • O valor de h fornece a ascensão capilar: ℎ = 2𝜎𝑠 𝜌𝑔𝑅 cos𝜙 • Válido também para líquidos que não molham (ex: mercúrio) e dá a depressão capilar. • Nesse caso, φ > 90°, e assim cosφ < 0, que resulta em h negativo, portanto o valor negativo da ascensão capilar corresponde a uma depressão capilar. H2O Hg 2.17 Efeito Capilar FIM
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