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Evolução das Organizações de Saúde no Brasil

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Fundamentos de Gestão Hospitalar
Aula 3 – Evolução das organizações de saúde no Brasil
FUNDAMENTOS DE GESTÃO HOSPITALAR
Aula 3 Evolução das organizações de saúde no Brasil
Aula 3 Evolução das organizações de saúde no Brasil
Conteúdo Programático desta aula
Identificar o desenvolvimento das organizações de saúde no país
Reconhecer a influência que o contexto histórico de contorno gerou nas estruturas de nossas organizações de saúde
Reconhecer a influência que o contexto histórico de contorno gerou nas culturas atualmente percebidas em nossas organizações de saúde.
 
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O impacto da cultura hospitalar portuguesa na nossa própria historia de gestão hospitalar se manifesta em diversos traços históricos bem como em aspectos culturais enraizados em nossa sociedade.  
Estas relações permeiam tanto os aspectos estruturais quanto os culturais ainda hoje presentes e em muitas situações apresentadas representam a própria história da organização. 
Perceber que ainda somos muito do que fomos é um caminho para a autocrítica e a busca da reconstrução de nossas organizações, para que busquemos ao conceito de contemporâneo. 
Ao longo desta aula vamos desdobrar conhecimento histórico especifico de nossas estruturas e sua evolução no tempo.
AULA 3 -- Introdução
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Tecnicamente, a primeira referência médica no Brasil data de 1500. O primeiro médico a aportar no país fazia parte da frota de Pedro Álvares Cabral sendo conhecido como "Mestre João" .
 	Mistura de físico e astrólogo, simbolizando a medicina da época, que, a despeito de todo o conhecimento, não era suficiente para determinadas ocorrências.
 Nesta altura podemos visualizar a saúde sob a ótica indígena, centrada na figura do Pajé e sua relação íntima com a flora nativa e seus benefícios.
 
Assim, falar de saúde no Brasil nos tempos de colônia é um discurso próximo do vazio. A colônia nem pensava nessas coisas.
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1542 a construção da Santa Casa da Misericórdia de Santos, o mais antigo hospital brasileiro, inaugurando-a em novembro de 1543. D. João III concedeu-lhe o alvará real de privilégios em 2 de abril de 1551. 
Religiosos jesuítas colaboravam com a instituição já em 1553. Nesta época o Conselho Ultramarino, organismo do Estado português que controlava as colônias, criou ainda no século XVI os cargos de físico-mór e cirurgião-mór, que deveriam ser os responsáveis pela saúde no Brasil.
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 Mas a vida difícil nos trópicos não entusiasmou os médicos lusitanos e os dois cargos permaneceram desocupados por muito tempo. 
As Santas Casas, então, respondiam por todo o atendimento de saúde.
 Até o final do século XVI haviam sido criadas Santas Casas também no Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo.
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 As Santas Casas atendiam tanto os colonizadores portugueses quanto os índios catequizados, que os jesuítas tomavam sob sua proteção. 
Mas o início do cultivo da cana-de-açúcar, trazendo o comércio de escravos africanos em situação sub-humana, apresentou novos – e grandes – problemas, como as epidemias, com destaque para a varíola.
No caso destes hospitais ligados à Igreja, quase sempre nasciam como instituições destinadas a apoiar uma ampla variedade de excluídos: órfãos, mães solteiras, velhos, pobres e, claro, doentes.
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 Em 1746, havia apenas seis médicos formados na Europa nas regiões que hoje formam os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. 
 O preço alto das consultas e do atendimento dos boticários, os ancestrais dos farmacêuticos, popularizaram os remédios dos curandeiros indígenas e africanos.
  Contra a varíola, porém, o recurso mais usado era isolar os doentes – que, quase sempre, morriam abandonados. Quando os entrantes adoeciam, o próprio meio natural lhes fornecia o remédio: banha de animal para o reumatismo; dentes de jacaré para os ares; limões azedos para as fraquezas e deficiências vitamínicas; casca de jaboticaba para os cursos de sangue; angu e batatas para os desfalecimentos (...)
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Já em 1727 começava a funcionar o primeiro serviço hospitalar militar do Rio de Janeiro, no Morro de São Bento, que daria origem ao Hospital Real Militar.
 
De uma forma geral a evolução histórica das organizações de saúde durante o Brasil colônia ocorreu de forma similar aquelas vistas na aula anterior, em fynção da estrita dependência com a metrópolo Portuguesa.
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O início do Século XIX
A chegada de D. João VI ao Brasil em 1808, trouxe transformações. 
Logo eram criados os primeiros cursos de medicina no Rio de Janeiro e em Salvador. Já com o Brasil independente, em 1829, nascia a Imperial Academia de Medicina, órgão consultivo do imperador Pedro I, logo seguida pela Junta de Saúde Pública. Eram as primeiras instituições destinadas a pensar a saúde pública no país e aplicar soluções coletivas.
	
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Novos instrumentos
 Em 1892 era criado o Serviço Sanitário Paulista, que atuaria principalmente em São Paulo e no porto de Santos. No mesmo ano nasciam, também em São Paulo, os laboratórios Bacteriológico, Vacinogênico e de Análises Clínicas e Farmacêuticas, com o apoio de cientistas estrangeiros. 
O Instituto Soroterápico de Manguinhos (RJ), fundado em 1899, levaria à capital os principais higienistas do país, como Oswaldo Cruz (1872-1917), Carlos Chagas, Adolfo Lutz e Emílio Ribas. E em 1903 surgia em São Paulo o Instituto Pasteur, voltado ao combate à raiva, transmitida por animais. 
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Novos instrumentos
 Esse caráter polivalente aparecia também nos primeiros hospitais vinculados a comunidades estrangeiras, com destaque para as Beneficências Portuguesas. Eram, em geral, entidades criadas pelas famílias mais ricas de imigrantes, como centros de apoio – financeiro, social e médico – aos patrícios recém-chegados.
O Real Hospital Português de Beneficência do Recife (PE) nasceu em 1855. Dois anos depois era criado o Hospital Português de Salvador (BA). Em 1859 surgiram, quase ao mesmo tempo, a Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro e a Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência, em São Paulo.
 
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Novos instrumentos
Esse caráter polivalente aparecia também nos primeiros A criação de hospitais associados a comunidades estrangeiras foi mais forte em São Paulo, região que estimulou a vinda de centenas de milhares de imigrantes europeus e japoneses, em substituição ao braço escravo. O mesmo ocorreu no Sul do país, cenário de sólida colonização estrangeira, principalmente italiana e alemã.
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Hospitais públicos
 O início das grandes campanhas sanitaristas promovidas pelo Estado também levou à criação de hospitais públicos de porte, principalmente no Rio de Janeiro, a capital.
 
Vários desses hospitais eram dedicados a especialidades desde seu nascimento. Era o caso do Hospital de Isolamento de São Paulo, inaugurado pelo poder público em 1880, em pleno combate a um surto de varíola. O hospital assumiria, anos depois, o nome do sanitarista Emílio Ribas (1862-1925),
afirmando-se como centro de referência no combate a moléstias infecto-contagiosas.
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Hospitais públicos
 
Nove anos depois da criação do Hospital de Isolamento, começava a funcionar no bairro carioca do Caju o Hospital São Sebastião, instituição pública também especializada no tratamento de doenças infecciosas
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Hospitais públicos
Alguns centros públicos seriam incorporados a Faculdades de Medicina, transformando-se em hospitais-escola. O Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, vinculou-se à Faculdade de Medicina da USP em 1944, dois anos antes da incorporação do Hospital São Francisco de Assis à Faculdade de Medicina, hoje integrante da UFRJ. 
 
O Hospital São Paulo, que abriu as portas em 1942, foi o primeiro nascido como hospital-escola, em ligação com a Escola Paulista de Medicina.
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Início do Século XX 
 
“O seu consultório vivia tão cheio que nem a avenida em dia de carnaval; e havia quem dissesse que muitos rapazes preferiam-no para as proezas daquelas que os nossos cinematógrafos são o teatro habitual.
Era procurado sobretudo pelas senhoras ricas, remediadas e pobres, e todas elas tinham garbo, orgulho, satisfação, emoção na voz quando diziam:
Estou me tratando com o doutor Adhil.”
( Lima Barreto)
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Início do Século XX
Podemos considerar para efeito de nosso estudo que o período do final do século XIX ao inicio do século XX ( década de 30) se posicionou como o que muitos autores classificam como período Higienista, onde os governos focavam medidas de controle de epidemias. Os hospitais mantinham-se na posição de locais de exclusão, notadamente para doentes crônicos, terminais ou que necessitavam de isolamento da sociedade. 
  
 
 
 
 
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Início do Século XX
 É interessante pontuar como ainda hoje temos resquícios dessas estruturas, muitas vezes hiperdimensionadas para “armazenar” o máximo possível de pessoas.
 
 Ressalta-se que a maioria destas organizações praticava o assistencialismo e grande parte era focada nos alienados mentais.
 
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Efeitos da guerra
 Com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial no campo dos Aliados, grande parte das propriedades de empresas e cidadãos vinculados ao Eixo (Alemanha-Itália-Japão) foi confiscada. 
 
O governo nacionalizou hospitais comunitários, colocando em seu comando médicos brasileiros. O Hospital Alemão de Porto Alegre, por exemplo, foi rebatizado Moinhos de Vento, nome que conserva até hoje. O Umberto I, de São Paulo, passou a chamar-se N. Sra. Aparecida enquanto o Hospital Alemão ganhava o nome de Oswaldo Cruz.
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RESUMINDO
Identificamos o desenvolvimento das organizações de saúde no país
Reconhecemos a influência que o contexto histórico de contorno gerou nas estruturas de nossas organizações de saúde
Reconhecemos a influência que o contexto histórico gerou nas culturas atualmente percebidas em nossas organizações de saúde.

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