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MEDIDAS-DE-PREVENÇÃO-DE-INFECÇÕES-RELACIONADA-A-ASSISTÊNCIA-À-SAÚDE


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MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADA 
A ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
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SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................................ 2 
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3 
2. RECOMENDAÇÕES BÁSICAS ............................................................................... 5 
2.1 Abordagens Especiais ............................................................................................. 6 
3. PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO ......................................................... 7 
4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO ................................................................................. 12 
5. COMPLICAÇÕES CIRURGICAS ........................................................................... 14 
6. MEDIDAS PARA EVITAR INFECÇÕES ................................................................ 19 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível 
superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O crescente número de intervenções cirúrgicas na assistência à saúde reflete 
o aumento das doenças cardiovasculares, neoplasias e traumas, decorrentes da 
elevação da expectativa de vida e da violência. 
Estima-se que sejam realizadas entre 187 e 281 milhões de cirurgias de grande 
porte anualmente, equivalendo a uma cirurgia para cada 25 seres humanos, tendo o 
aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas contribuído para este montante. 
Concomitantemente a esses avanços estão as complicações destes 
procedimentos cirúrgicos, que variam entre 3% e 16%, e os óbitos que podem alcançar 
entre 5% e 10%, em países em desenvolvimento, permanecendo como uma 
inquietação para a saúde pública. As Infecções do Sítio Cirúrgico (ISC) são as 
complicações mais comuns decorrentes do ato cirúrgico, que ocorrem no pós-
operatório em cerca de 3 a 20% dos procedimentos realizados, tendo um impacto 
significativo na morbidade e mortalidade do paciente. 
As ISC são consideradas eventos adversos frequentes, decorrente da 
assistência à saúde dos pacientes que pode resultar em dano físico, social e/ou 
psicológico do indivíduo, sendo uma ameaça à segurança do paciente. Nos EUA, 
estima-se a ocorrência de 150.000 a 300.000 ISC que são responsáveis por 8.205 
óbitos anuais, sendo suas consequências ainda maiores em países em 
desenvolvimento. 
Surpreendentemente, a ISC foi considerada como a IRAS mais comum e de 
maior custo, sendo até 60% delas passíveis de prevenção a partir da adoção das 
medidas sugeridas pelos guidelines da área. No Brasil, apesar de não haver dados 
sistematizados, elas são apontadas em terceiro lugar entre o conjunto das IRAS, 
sendo encontradas em, aproximadamente, 14% a 16% dos pacientes hospitalizados. 
Além dos prejuízos físicos, psicológicos e financeiros aos pacientes 
acometidos, as ISC podem prolongar a estadia do paciente em média de sete a onze 
dias, além de aumentar a chance de readmissão hospitalar, cirurgias adicionais e, 
consequentemente, elevar exorbitantemente os gastos assistenciais com o 
tratamento, podendo chegar a US$1,6 bilhão anuais. 
Diante dos impactos apresentados e considerando a sua evitabilidade, torna-
se imprescindível a implementação de medidas de prevenção dessas ISC por meio 
da adesão a boas práticas, com a utilização de protocolos, guias, manuais baseados 
4 
 
 
em evidências científicas. Pacotes de medidas reconhecidos como bundles e listas de 
verificação têm sido apontados como relevantes para a redução das taxas de ISC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. RECOMENDAÇÕES BÁSICAS 
 
1. Antibioticoprofilaxia 
• Indicação apropriada; 
• Escolher a droga adequada levando em consideração o sítio a ser operado; 
• Administrar dose efetiva em até 60 minutos antes da incisão cirúrgica: 
• Vancomicina e Ciprofloxacina: iniciar infusão 1 a 2 horas antes da incisão; 
• Atenção especial em relação ao uso de torniquetes (administrar a dose total 
antes de insulflar o torniquete); 
• Descontinuar em 24 horas; 
• Ajustar a dose para pacientes obesos; 
• Repetir as doses em cirurgias prolongadas; 
• Combinar administração via intravenosa (IV) e via oral (VO) de antimicrobiano 
para cirurgia coloretal. 
2. Tricotomia 
• Realizar somente quando necessário; 
• Não utilizar lâminas. 
3. Controle de glicemia no pré-operatório e no pós-operatório imediato 
• Objetivo: níveis glicêmicos 
4 Manutenção da normotermia em todo perioperatório 
• Objetivo: ≥ 35,5°C. 
5. Otimizar a oxigenação tecidual no peri e pós-operatório 
6. Utilizar preparações que contenham álcool no preparo da pele 
• Altamente bactericida, ação rápida e persistente (preparações alcoólicas com 
clorexedina ou iodo). 
7. Utilizar a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica (LVSC) da OMS (ANEXO 
I) para reduzir a ocorrência de danos ao paciente 
8. Utilizar protetores plásticos de ferida para cirurgias do trato gastrointestinal e 
biliar 
9. Realizar vigilância por busca ativa das ISC 
• Observar as tendências mostradas nos dados e realizar correções de processo, 
caso necessário; 
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• Divulgar resultados da vigilância para equipes cirúrgicas e direção, visando à 
melhoria da qualidade (sempre respeitando a privacidade dos profissionais). 
10. Educar pacientes e familiares sobre medidas de prevenção de ISC 
 
2.1 Abordagens Especiais 
 
1. Investigação de portadores nasais de Staphylococcus aureus (OXA-S e OXA-
R) no pré-operatório de procedimentos de alto risco: cirurgia cardíaca, ortopédica 
(implantes). 
2. Descolonização dos portadores nasais que serão submetidos a procedimentos 
de risco: 
• Mupirocina intranasal (apresentação própria para uso nasal) + banho de 
clorexedina por 5 dias (2x/d) 
3. Atualização constante dos processos no Centro Cirúrgico (CC) e Centro de 
Material e Esterilização (CME). 
4. Atualização constante das práticas pós-anestésicas. 
5. Cuidados rigorosos com ferida cirúrgica. 
6. Cuidados com drenos. 
7. Atualização constante da técnica de higiene das mãos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO 
 
O que é? 
A infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) é aquela adquirida em 
função dos procedimentos necessários à monitorização e ao tratamento de pacientes 
em hospitais, ambulatórios, centros diagnósticos ou mesmo em assistência domiciliar 
(home care). 
O diagnóstico das IRAS é feito com base em critérios definidospor agências de 
saúde nacionais e estrangeiras, como o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) 
da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa) e os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos 
Estados Unidos. 
Mesmo quando se adotam todas as medidas conhecidas para prevenção e 
controle de IRAS, certos grupos apresentam maior risco de desenvolver uma infecção. 
Entre esses casos estão os pacientes em extremos de idade, pessoas com diabetes, 
câncer, em tratamento ou com doenças imunossupressoras, com lesões extensas de 
pele, submetidas a cirurgias de grande porte ou transplantes, obesas e fumantes. 
O monitoramento das IRAS permite que os processos assistenciais sejam 
aprimorados e que o risco dessas infecções possa ser reduzido. 
Nesse sentido, a higienização das mãos é um procedimento essencial. O nosso 
processo é baseado nas recomendações da OMS, que considera a necessidade de 
higienização das mãos, por todos os profissionais de saúde, em cinco momentos 
diferentes, incluindo antes e depois de qualquer contato com o paciente, conforme 
mostra a figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 1 
 
 
 
Entre as infecções sistematicamente monitoradas pela instituição estão as de 
corrente sanguínea (ICS) associada ao cateter venoso central (CVC) e as que 
acontecem após cirurgias. 
Infecção da corrente sanguínea associada ao cateter venoso central (CVC) 
O que é? 
A infecção de corrente sanguínea (ICS) associada ao cateter venoso central 
(CVC) ocorre quando bactérias ou fungos entram no sangue por meio do cateter e se 
manifesta normalmente com febre e calafrios. 
Procedimentos padronizados baseados em conhecimentos científicos, 
treinamento dos profissionais e uso de produtos de boa qualidade são estratégias que 
nós utilizamos no processo de prevenção dessa infecção. 
O que medimos? 
9 
 
 
No indicador, consideramos o número de episódios de infecções associadas ao 
uso de cateter venoso central em pacientes internados em unidades críticas. 
Gráfico 1 
 
 
*ANAHP: Associação Nacional de Hospitais Privados / CVE: Centro de 
Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo / National Healthcare Safety 
Network. 
No 4º trimestre de 2019 o indicador de infecção de corrente sanguínea 
associada ao cateter venoso central ficou discretamente acima da meta estabelecida 
em nossa instituição. Algumas medidas continuam a ser realizadas e outras forma 
instituídas, das quais destacamos: 
Treinamento das principais medidas de prevenção de corrente sanguínea; 
Treinamento especifico nas unidades pediátricas e cardiológicas. 
Ação focada a equipe de enfermagem sobre higiene de mãos imediatamente 
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antes de manipular o cateter venoso central na UTI. 
Alem disso continuamos com ação continua de Monitoramento de adesão a 
higiene de mãos através de observação direta e consumo de álcool-gel. 
O que você pode fazer para melhorar esse processo? 
Pergunte ao médico ou enfermeiro por que você deverá usar o cateter e quanto 
tempo precisará ficar com ele. Questione-os sobre as medidas de prevenção de 
infecção que serão adotadas. 
Certifique-se de que os profissionais realizam a higienização das mãos com 
água e sabonete ou álcool gel antes e depois de cada atendimento. 
Se o curativo estiver sujo ou molhado, informe o médico ou enfermeiro 
imediatamente. 
Avise-os também sobre a ocorrência de dor ou vermelhidão na pele. 
Não deixe que familiares, amigos e demais visitantes toquem o cateter. Todos 
devem higienizar as mãos quando entrarem e quando saírem do quarto. 
Esclareça suas dúvidas com os profissionais de saúde que estão lhe 
atendendo. Isso pode evitar falhas. Participe desse processo. 
Infecção de sítio cirúrgico (ISC) em cirurgias limpas 
O que é? 
Esse tipo de infecção ocorre após a cirurgia, na parte do corpo onde foi 
realizado o procedimento. Estudos estimam de um a dois casos de infecção a cada 
100 cirurgias realizadas. Os sintomas mais comuns envolvem vermelhidão e dor ao 
redor da área operada, drenagem de líquido turvo no local e febre. 
Procedimentos padronizados e baseados em boas práticas internacionais, 
treinamento e atualização dos profissionais e uso de produtos de boa qualidade são 
estratégias que nós utilizamos para prevenção dessas infecções. 
O que medimos? 
No indicador, consideramos o número de episódios de infecção no local 
cirúrgico após cirurgias limpas, conforme mostra o gráfico abaixo. A meta estabelecida 
de 0,89% é baseada em dados de série histórica institucional e os dados deste 
indicador referem-se a infecções que ocorreram até o 3° trimestre de 2019, visto que 
as infecções de sítio cirúrgico podem ocorrer até 90 dias após o procedimento 
cirúrgico. 
 
 
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Gráfico 2 
 
 
A análise do gráfico permite concluir que a taxa de infecção em local cirúrgico 
em cirurgias limpas no terceiro trimestre de 2019 foi acima da meta estabelecida. 
Trata-se de um ponto isolado ao longo dos últimos trimestres e não houve surto. 
Em determinados procedimentos, as infecções cirúrgicas podem ocorrer em até 
90 dias após sua realização, desta forma, há prorrogação para a publicação de um 
trimestre/período. 
O que você pode fazer para melhorar esse processo? 
Antes da cirurgia, informe o médico sobre problemas de saúde que você tem. 
Alergias, diabetes e obesidade, por exemplo, podem afetar tanto o procedimento como 
o tratamento. 
Pare de fumar, uma vez que isso reduz o risco de contrair uma infecção. 
Não raspe os pelos próximos ao local da cirurgia, pois essa ação pode irritar a 
pele e torná-lo mais propenso a infecções. 
No período pós-operatório, certifique-se de que os profissionais da equipe 
assistencial higienizaram as mãos com água e sabão ou álcool gel antes de examiná-
lo. 
Não deixe que familiares, amigos e visitantes toquem a ferida cirúrgica ou os 
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curativos e oriente-os a lavar as mãos, ou usar álcool gel, antes e depois da visita. 
 
4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO 
 
O desafio para prevenir danos aos usuários dos serviços de saúde e prejuízos 
associados aos cuidados decorrentes de processos ou das estruturas da assistência 
é cada vez maior e, portanto, é necessário a atualização de protocolos específicos de 
critérios diagnósticos e medidas de prevenção de infecção, Relacionadas à 
Assistência à Saúde – IRAS. 
As IRAS consistem em eventos adversos – EA ainda persistentes nos serviços 
de saúde. Sabe-se que as infecções elevam consideravelmente os custos no cuidado 
do paciente. Além de aumentar o tempo de internação, a morbidade e a mortalidade 
nos serviços de saúde. 
 
Figura 2 
 
 
 
Essa publicação é uma ferramenta de grande importância na melhoria da 
segurança do paciente e na qualidade dos serviços de saúde. Fruto do esforço 
conjunto de diversos Grupos de Trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
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(Anvisa). Que trata das orientações básicas para a prevenção e o controle das 
infecções, com embasamento técnico-científico atualizado. 
Prevenção de infecção do trato urinário 
A infecção do trato urinário – ITU é uma das causas prevalentes de IRAS de 
grande potencial preventivo. Visto que a maioria está relacionada à cateterização 
vesical. O diagnóstico clínico precoce, associado aos exames complementares 
(qualitativo e quantitativo de urina e urocultura). Fornece evidência para uma 
adequada terapêutica, apesar dos casos de bacteriúria assintomática e candidúria, 
que podem induzir tratamentos desnecessários. 
A terapêutica deverá ser conduzida empiricamente. Fundamentada nas taxas 
de prevalência das infecções urinárias locais e nos protocolos elaborados em conjunto 
com a equipe assistencial, CCIH, Comissão de Farmácia e Terapêutica – CFT e 
Laboratório de Microbiologia, e ajustada aos resultados das culturas. 
A associação de hemoculturas, em casos selecionados, trará informaçõesadicionais, especialmente, em pacientes hospitalizados com sepse de foco urinário 
(20%). Deverá ser sempre considerada como hipótese diagnóstica em pacientes com 
febre sem foco aparente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. COMPLICAÇÕES CIRURGICAS 
 
Complicações cirúrgicas são conseqüências involuntárias da assistência, e 
ocorrem com freqüência alarmante. Uma revisão de 15.000 prontuários de 1992 
revelou a ocorrência de 3794 eventos peri-operatórios. (Thomas. BMJ. 2000; 320:741-
744). 
Tais eventos aumentam o tempo de permanência no hospital e o risco de óbito 
para os pacientes, conforme demonstrado por estudo australiano, no qual 17% dos 
pacientes cirúrgicos apresentaram algum evento adverso grave. (Bellomo. MJA. 
2002;176:216-218). 
De acordo com o SCIP (Surgical Care Improvement Project – EUA), 
anualmente há 30 milhões de cirurgias nos EUA (realizadas em regime de internação), 
sendo que “uma porcentagem significativa resulta em complicações evitáveis, 
geralmente com risco de vida ao paciente” Se apenas metade das cirurgias resultasse 
em eventos, como os citados nos estudos acima, haveria aproximadamente 2.5 a 3.5 
milhões de pacientes ao ano experimentando dano não intencional resultante ou 
agravado pela assistência cirúrgica. 
Um grande número destas complicações poderia ser evitada pela adoção 
confiável de práticas baseadas em evidência e pela implantação de medidas de 
segurança, como por exemplo, padronização e simplificação dos processos principais, 
redesenhando sistemas através da utilização de princípios reconhecidos de fatores 
humanos, estabelecendo parcerias com pacientes e criando uma cultura de segurança 
que minimize a culpa e maximize a comunicação e o trabalho em equipe. 
O sucesso já foi atingido em algumas áreas e esperamos atingir reduções ainda 
maiores nos danos cirúrgicos, baseando-nos nestes esforços. 
Meta da Intervenção 
Reduzir significativamente as complicações cirúrgicas, implementando as 
quatro alterações recomendadas pelo Surgical Care Improvement Project (SCIP) dos 
EUA. 
Indicadores 
Recomendam-se nove indicadores de processo /desempenho para 
a Prevenção de Complicações Cirúrgicas: 
 
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1. Porcentagem de pacientes que receberam antibiótico-profilaxia no tempo 
correto; 
2. Porcentagem de pacientes com antibiótico-profilaxia adequadamente 
suspensa; 
3. Porcentagem de pacientes com antibiótico-profilaxia adequada para o 
procedimento; 
4. Porcentagem de pacientes com tricotomia adequada; 
5. Porcentagem de cirurgias cardíacas de grande porte com controle glicêmico no 
pós-operatório; 
6. Porcentagem de cirurgias colorretais com normotermia na Recuperação Pós-
Anestésica (RPA); 
7. Porcentagem de pacientes em uso de beta-bloqueador que receberam beta-
bloqueador no perioperatório; 
8. Porcentagem de pacientes com profilaxia para tromboembolismo venoso (TEV) 
prescrita; 
9. Porcentagem de pacientes que receberam profilaxia adequada para TEV nas 
24h antes e depois da cirurgia. 
 
Recomendam-se dois indicadores de resultado para a Prevenção de 
Complicações Cirúrgicas: 
Número de Eventos Adversos Perioperatórios em Cirurgias por 100 admissões 
cirúrgicas; 
Número de Eventos Adversos Perioperatórios em Cirurgias por 1000 pacientes 
cirúrgicos/dia. 
Programa para Prevenção de Complicações Cirúrgicas 
 
1. Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) 
Infecções em sítio cirúrgico são o segundo tipo de evento adverso mais comum 
em pacientes hospitalizados (Brennan. N Engl J Med. 1991;324:370-376); tendo sido 
correlacionadas com aumento de mortalidade, das taxas de reinternação, do tempo 
de permanência e dos custos por paciente. (Kirkland. Infect Control Hosp Epidemiol. 
1999;20:725). 
Nos EUA, a taxa de infecção em sítio cirúrgico para cirurgias limpas é em média 
2 a 3%, sendo estimado que 40 a 60% destas ocorrências sejam evitáveis. 
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Para detalhes deste item, vide texto específico (Prevenção de Infecção de Sítio 
Cirúrgico – Campanha “5 Milhões de Vidas”). 
 
2. Beta-bloqueadores para pacientes já beta-bloqueados previamente à cirurgia 
Nos últimos anos muito se tem escrito sobre a utilização de beta-bloqueadores 
e beta bloqueio em pacientes cirúrgicos, incluindo cirurgias não cardíacas, como meio 
de prevenção a eventos cardíacos intra e pós-operatórios. Os estudos publicados 
parecem apresentar resultados conflitantes, havendo falta de consenso sobre esta 
prática para alguns tipos de pacientes. Estudo recente apresentado no encontro anual 
da American Heart Association (POISE Trial) sugeriu que a administração de beta-
bloqueadores a pacientes virgens desta medicação, iniciando-se na manhã da cirurgia 
e perpetuando-se no pós-operatório, estava associada a uma redução de infarto 
agudo do miocárdio não fatal, porém com um risco maior de acidentes vasculares 
cerebrais e mortalidade por causas gerais. 
O American College of Cardiology/American Heart Association Task Force 
sinaliza que: “Pacientes em uso de beta bloqueadores para tratamento de angina, 
arritmias sintomáticas, hipertensão ou outras indicações classe I conforme guidelines 
do ACC/AHA devem ter a medicação mantida quando submetidos a procedimentos 
cirúrgicos”. 
Em resumo, é necessária a existência de sistemas confiáveis que garantam a 
continuidade da terapêutica com beta bloqueador a estes pacientes durante a 
transição do pré para o pós-operatório. 
Em um estudo com 140 pacientes recebendo betabloqueadores no pré-
operatório, 8 não os receberam no pós-operatório, apresentando mortalidade de 50%, 
em comparação com a taxa de 1.5% observada nos 132 cuja medicação foi mantida 
no pós-operatório. (odds ratio 65.0, P<.001) (Shammash JB, Trost JC, et al. Am Heart 
J. 2001;141(1):148-153). 
Hoeks e colaboradores (Hoeks SE, Scholte Op Reimer WJ, van Urk H, et al. 
Eur J Vasc Endovasc Surg. 2006) estudaram 711 pacientes submetidos a cirurgia 
vascular periférica, observando aumento do risco de mortalidade após uma ano 
associada à retirada do beta bloqueador, quando comparada à mortalidade dos 
pacientes que não utilizam tal medicamento. (HR=2.7; 95% CI=1.2-5.9). 
3. Profilaxia de Tromboembolismo Venoso (TEV) 
Estima-se que 10 a 40% dos pacientes submetidos à cirurgia geral apresentem 
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trombose venosa profunda quando não submetidos à profilaxia. Pacientes cirúrgicos 
apresentam risco elevado em decorrência da estase na sala de cirurgia e de condições 
pós-operatórias como dificuldade de deambulação devido à dor, efeitos da anestesia 
e de outros analgésicos. Isto pode resultar em tromboembolismo pulmonar (TEP), o 
qual, em alguns casos, pode ser instantaneamente fatal. Estudo citado pelo American 
College of Chest Physicians (ACCP) relata que autópsias realizadas em pacientes 
cirúrgicos com óbitos dentro de 30 dias de pós-operatório, revelaram que 32% 
apresentavam TEP, o qual foi a causa mortis para a maioria (Lindblad B, Eriksson A, 
Bergqvist D. Br J Surg. 1991;78:849-852). 
A ACCP publicou diretrizes para profilaxia TEV em pacientes cirúrgicos, 
baseados no tipo de cirurgia. A ACCP recomenda profilaxia de rotina a todos os 
pacientes cirúrgicos; os sinais e sintomas dos estágios iniciais da TEV não são 
confiáveis para prevenção de eventos significativos. A adesão a estas diretrizes é a 
base desta intervenção. Abaixo, o link para o artigo completo. 
 
4. Prevenção de Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV) 
De acordo com o SCIP, “pneumonia pós-operatória ocorre em 9-40% dos 
pacientes cirúrgicos, estando associada a 30-45% de mortalidade”. Apesar de nem 
todos os pacientes cirúrgicos necessitarem de ventilação mecânica pós-operatória, 
aqueles que dela necessitam, estão em risco de desenvolverem pneumonia associada 
à ventilação mecânica (PAV). 
A mortalidade hospitalar de pacientes que desenvolvem PAV é 46 %(Ibrahim 
EH, Tracy L, Hill C, et al. Chest. 2001;20(2):555-561), a PAV prolonga o tempo de 
permanência no ventilador, na UTI e também a duração da internação após a alta da 
UTI. (Rello J, Ollendorf DA, Oster G, et al. Chest. 2002;22(6):2115-2121). 
Para detalhes deste item, vide texto específico (Prevenção de Pneumonia 
Associada à Ventilação Mecânica - Campanha “5 Milhões de Vidas”). 
 
5. Outras Medidas para Redução de Complicações Cirúrgicas 
Para conhecer medidas mais avançadas para prevenção de complicações 
cirúrgicas, leia a Campanha da Organização Mundial de Saúde (Introdução à 
campanha “Cirurgia Segura Salva Vidas” da OMS), já detalhada no MedicinaNet. 
» Dor: avaliar e quantiicar, posicionar corretamente paciente no leito e utilizar 
coxins, auxiliar mudança de decúbito e administrar terapia álgica prescrita; 
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» Complicações respiratórias: hipóxia, obstrução de vias aéreas superiores, 
hipoventilação, apnéia, broncoaspiração; 
» Monitorar sinais vitais, elevar decúbito de 30º a 45º, estimular respiração 
profunda, aumentar oferta de oxigenio, se necessário, desobstruir vias aéreas, manter 
disponível material para intubação e ventilação. Checar carrinho de reanimação a 
cada plantão; 
» Complicações cardiovasculares: Hipertensão e hipotensão arterial, arritmias, 
choque hipovolêmico; 
» Veriicar nível de consciência, veriicar pressão arterial com um manguito de 
tamanho adequado à circunferência do braço, providenciar acesso venoso adequado, 
elevar membros inferiores (se hipotensão com pressão arterial sistólica - PAS < 
90mmHg), observar queixa dolorosa e retenção urinária (se hipertensão com PAS > 
160mmHg), manter monitorização através de cardioscopia e oximetria de pulso, repor 
líquidos (se sinal hipovolemia PAS < 90mmHg e diminuição da diurese – contatar o 
anestesiologista de plantão), observar sinais de sangramento, realizar balanço hídrico; 
» Hipotermia (temperatura - T < 36 ° C): manter paciente coberto, observar 
alterações de ECG e oximetria, administrar soluções endovenosas aquecidas, trocar 
roupas molhadas, utilizar colchão ou manta térmica, se disponível; 
» Hipertermia (T > 38 °C): fazer compressas frias, controlar temperatura, infundir 
líquidos em temperatura ambiente; 
» Náuseas e vômito: manter cabeça lateralizada e decúbito elevado se possível, 
evitar mudanças bruscas de decúbito, manter a permeabilidade das vias aéreas e 
sondas, manter oxigenação, oferecer higienização da boca e trocar roupas se vômito; 
» Complicações renais: 
• Oligúria - fazer balanço hídrico, controlar Pressão arterial (PA), observar 
características diurese; 
• Poliúria - controle hídrico, PA, glicemia; 
• Retenção urinária: observar presença de globo vesical aumentado e queixa 
dolorosa, realizar medidas mecânicas, se não resolver proceder sondagem vesical de 
alívio. 
 
 
 
 
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6. MEDIDAS PARA EVITAR INFECÇÕES 
 
No dia 15 de maio do ano de 1847, na Hungria, o médico-obstetra Ignaz P. 
Semmelweis defendeu e incorporou a prática da lavagem de mãos como atitude 
obrigatória para enfermeiros e médicos que entravam nas enfermarias. Uma simples, 
mas efetiva iniciativa que conseguiu reduzir a taxa de mortalidade das pacientes. 
Foi por esse motivo que 15 de maio é o Dia Nacional de Controle das Infecções 
Hospitalares. A data chama a atenção de autoridades sanitárias, diretores de 
instituições e trabalhadores de saúde sobre a importância do controle das infecções. 
Infecção hospitalar 
Infecção hospitalar é aquela adquirida dentro do serviço de saúde, 
principalmente em enfermarias e UTIs e pode ser transmitida de um paciente para 
outro, assim como para os acompanhantes, se não adotadas as devidas medidas de 
proteção. 
Estima-se que, no Brasil, a taxa de infecções hospitalares atinja 14% das 
internações. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 234 
milhões de pacientes são operados por ano em todo o mundo. Destes, um milhão 
morre em decorrência de infecções hospitalares e sete milhões apresentam 
complicações no pós-operatório. 
Lavar corretamente as mãos é a melhor prevenção para evitar essas infeções, 
também provocadas por falha nos procedimentos realizados pelos profissionais de 
saúde. “Higienização das mãos é a principal forma para evitar infecção. Quando a 
gente está em um ambiente hospitalar, nós temos várias bactérias em um mesmo 
ambiente. 
Por isso, toda vez que você (profissional de saúde) manipular qualquer coisa 
dentro desse ambiente que vai chegar para o paciente, é importante higienizar as 
mãos com sabonete líquido ou álcool em gel”, explica o Rafael de Mendonça, consultor 
técnico do Ministério da Saúde. 
Prevenção 
Para prevenir a infecção hospitalar, as principais recomendações envolvem 
hábitos e cuidados dos pacientes e dos profissionais de saúde, além dos protocolos 
internos dos serviços de saúde. 
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) do Ministério da 
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Saúde, criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os 
estabelecimentos de saúde do território nacional, é um dos seis atributos da qualidade 
do cuidado e tem adquirido grande importância para os pacientes, famílias, gestores 
e profissionais de saúde, com a finalidade de oferecer uma assistência segura. 
A maior parte das infecções hospitalares é provocada por micro-organismos 
presentes no próprio paciente. Em geral, são micro-organismos que já vivem no nosso 
corpo ou no meio ambiente e se aproveitam quando o sistema de defesa do paciente 
está mais frágil. 
As infecções adquiridas em serviços de saúde podem ser provocadas também 
por falha nos procedimentos realizados pelos profissionais de saúde e serem 
transmitidas pelas mãos do profissional, por materiais ou por contato com outros 
pacientes infectados. 
Pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm ainda maior 
probabilidade de contrair infecções, pois o uso de equipamentos invasivos, como 
cateter e respirador (para ventilação mecânica), facilitam a entrada de bactérias e 
vírus. 
Lesões na pele do paciente também são portas de entrada para essas 
infecções. Por isso, a higiene das mãos antes e depois de uma visita ou contato com 
o paciente é uma das recomendações mais básicas na prevenção de infecções. 
Pacientes e acompanhantes de pessoas internadas ou em ambulatórios 
também podem ajudar na prevenção das infecções com medidas adequadas e 
lembrando algumas informações para ajudar os profissionais de saúde durante o 
atendimento. 
O objetivo do programa é prevenir as infecções e dar segurança aos pacientes, 
além de garantir que todos estejam bem informados sobre os cuidados a serem 
tomados. 
Confira algumas medidas de prevenção de infecção hospitalar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 3 
 
 
 
 
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 Figura 4 
 
 
 
Figura 5 
 
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As infecções hospitalares são problemas desafiadores na saúde. Ao aumentar 
significativamente a taxa de mortalidade nos hospitais, elas dificultam o trabalho da 
equipe e trazem grande risco à saúde, tanto dos pacientes quanto dos enfermeiros e 
médicos locais. 
De acordo com um relatório redigido pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS), nos países de baixa e média renda, o número estimado de infecções 
hospitalares (IH) é 10%, alternando entre alto, médio e baixo risco. Por isso, é 
fundamental investir em práticas funcionais para aprimorar o controle e reduzir as 
taxas. 
Foi pensando nisso que desenvolvemos este artigo com ações imprescindíveis 
que um enfermeiro deve realizar para prevenir as IH. Boa leitura! 
1. Lave as mãos com frequência 
O quadro de infecção hospitalar é caracterizado pela invasão de 
microrganismos estranhos e maléficos no corpo de um paciente internado, 
normalmente durante uma intervenção de risco, como as cirurgias. 
Esses microrganismos podem ser levados aoambiente hospitalar de diversas 
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formas, sendo a mais comum por outros pacientes com doenças mais graves. 
Acontece que, muitas vezes, a equipe não está preparada para receber alguém com 
patologias avançadas, falhando no processo de higienização e isolamento e, com isso, 
favorecendo a transmissão dos agentes infecciosos. 
Justamente por isso, investir nos hábitos primários de higienização, como a 
limpeza correta das mãos, é uma etapa fundamental para evitar a transmissão de 
infecções sérias e problemáticas. 
Lembre-se de que as mãos são as ferramentas mais importantes dos 
profissionais de saúde, sobretudo nas clínicas e hospitais. Dessa forma, a qualidade 
do serviço e a segurança da equipe e do paciente depende, diretamente, da sua 
limpeza frequente. 
Para tal, aplique a solução de sabonete degermante e alcoólico antes de cada 
procedimento, para evitar a instalação de microrganismos indesejados. E mais, 
sempre coloque as luvas com cuidado e atenção para garantir o máximo de proteção, 
ficando atento caso algum membro da sua equipe esqueça a higienização. 
2. Realize precauções de contato 
Assim como as medidas primárias são importantes, investir nas precauções de 
contato é outra forma altamente eficaz para garantir que as infecções hospitalares 
diminuam. Nesse caso, a ação deve ser realizada para todos os pacientes, tanto em 
isolamento quanto nos quartos. 
Aqui, o importante é utilizar luvas, aventais, máscaras e jalecos bem 
higienizados, evitando o transporte de pacientes durante as internações. Ainda, os 
equipamentos não podem ser compartilhados, isto é, cada enfermeiro deve ter uso 
exclusivo das suas roupas. 
Além disso, faz parte das precauções de contato a prevenção de transmissão 
por gotículas — expelidas pela fala, respiração, tosse e aspiração em uma distância 
de um metro — na aproximação constante com o paciente. Dessa forma, os 
enfermeiros devem usar máscaras PFF2 (Peça Facial Filtrante II) ao chegar perto de 
pacientes com quadros mais graves. 
Outra ação imprescindível é o isolamento de enfermos que apresentam 
situações mais complicadas durante a internação. Nesses casos, o ideal é transferi-
los com cuidado para um quarto privado com um sistema de ventilação por pressão 
negativa, assim como manter a porta sempre fechada e utilizar máscaras comuns ao 
entrar no ambiente. 
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3. Utilize as roupas certas 
Nós já comentamos sobre a importância de utilizar luvas para diminuir a taxa 
de infecções, você lembra? O uso correto das roupas hospitalares também faz parte 
das precauções e devem ser adotadas em quaisquer estabelecimentos de saúde para 
garantir a segurança de todos. 
Dessa forma, investir no uso de equipamentos individuais, como máscaras, 
luvas, escudo facial, óculos protetores, gorro e jaleco diminui a chance da transmissão 
por contato e facilita a higienização no dia a dia. 
Lembre-se, inclusive, de deixar as roupas no hamper ao final do dia, evitando 
a lavagem em casa. Isso não só facilita o controle de higienização local, como impede 
a propagação de doenças na sua residência. 
4. Siga os protocolos de limpeza local 
Cada local hospitalar tem um protocolo de limpeza específico, desenvolvido 
para oferecer segurança aos pacientes e à equipe. Atualmente, todo profissional ativo 
deve seguir os padrões éticos e técnicos para garantir que o controle das IH seja 
efetivo. 
Por isso, esteja atento às regras de higienização, às ações padronizadas do 
seu ambiente de trabalho e às orientações dos gestores de saúde. Assim, você 
garante um bom trabalho, favorecendo o aumento dos níveis de qualidade de serviço. 
Agora, se na sua unidade não existe um protocolo bem estabelecido, o ideal é 
conversar com o gestor ou diretor para definir novas estratégias de higienização e 
limpeza, tanto da equipe quanto dos materiais. 
5. Esterilize os materiais a cada uso 
Assim como a lavagem das mãos é um ato imprescindível, a esterilização dos 
materiais complementa a sua ação. Afinal, pouco adianta limpar bem as mãos e deixar 
de lado todos os equipamentos que serão utilizados durante a intervenção, por menor 
que ela seja. 
Atualmente, todos os estabelecimentos de saúde precisam ter um Centro de 
Materiais e Esterilização (CME), responsável pelo acompanhamento dos 
procedimentos cirúrgicos para garantir qualidade das técnicas invasivas e dos 
cuidados pós-cirúrgicos. 
Assim, o CME aumenta a prevenção de IH ao realizar as técnicas de 
esterilização, desenvolvendo um trabalho aguçado da equipe de enfermagem e 
elevando a qualidade hospitalar. 
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Para isso, o indicado é secar bem o material após a limpeza, por meio de um 
pano branco limpo e sem fiapos, para permitir a visualização de possíveis resquícios. 
Ainda, se o hospital tiver disponibilidade, é possível utilizar ar comprimido para 
potencializar a higienização e, em seguida, álcool éter e benzina a fim de eliminar os 
microrganismos indesejados. 
Com todas essas etapas cumpridas, o CME é responsável pela organização e 
embalagem dos materiais, realizando outra inspeção para garantir que cada artigo 
esteja íntegro, funcional e pronto para ser utilizado na próxima intervenção. 
As embalagens também devem ser feitas corretamente a fim de garantir o bom 
uso futuro. Para isso, todas precisam apresentar a identificação do equipamento, a 
data de embalagem e o respectivo profissional, assim como fornecer abertura fácil no 
dia de uso. 
Você percebe como as ações na prevenção de infecções hospitalares são 
extremamente importantes no dia a dia do enfermeiro? Afinal, são elas que evitam a 
propagação de microrganismos resistentes e maléficos, garantindo a boa saúde de 
todos e a qualidade do serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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