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Apg 01: 1. Compreender a anatomia do snc e snp 2. Entender a histologia e citologia do snc e snp 3. Explicar como ocorre a sinapse 4. Analisar quais sao os neurotransmissores e como atuam na sinapse › Dividido estruturalmente em SNC (encéfalo e medula espinal) e SNP (nervos e gânglios) › Dividido funcionalmente em divisão somática do sistema nervoso e divisão autônoma do sistema nervoso › Funções: - Função sensitiva: Os receptores sensitivos detectam estímulos internos, como elevação da pressão arterial, ou estímulos externos. Essas informações sensitivas são então levadas para o encéfalo e para a medula espinal por meio dos nervos cranianos e espinais - Função integradora: O sistema nervoso processa as informações sensitivas, analisando-as e tomando as decisões adequadas para cada resposta - Função motora.: Após o processamento das informações sensitivas, o sistema nervoso pode desencadear uma resposta motora específica por meio da ativação de efetores. SISTEMA NERVOSO CENTRAL › Formado pelo encéfalo e pela medula espinal › Integra e coordena os sinais neurais que chegam e saem e realiza funções mentais superiores, como o raciocínio e o aprendizado › Núcleo: é um conjunto de corpos de células nervosas no SNC › Trato: Um feixe de fibras nervosas (axônios) no SNC que une núcleos vizinhos ou distantes do córtex cerebral › Substância cinzenta: constituída por corpos dos neurônios › Substância branca: formado por sistemas de tratos de fibras interconectantes › O encéfalo e a medula espinal se comunicam com o restante do corpo pelos nervos cranianos e pelos nervos espinais, respectivamente. Esses nervos contêm fibras (axônios) aferentes que trazeminformações de receptores sensoriais até a SNC e fibras eferentes que levam instruções da SNC aos órgãos efetores periféricos. › .Os estímulos aferentes à medula espinal e ao tronco encefálico são canalizados para diversas vias (tratos) ascendentes, algumas das quais acabam por chegar ao córtex cerebral, ocasionando uma percepção consciente ** Em cortes transversais da medula espinal, a substância cinzenta apresenta-se como uma área com formato aproximado de uma letra H incrustada em matriz de substância branca. Os braços do H são os cornos; portanto, existem cornos cinzentos posteriores (dorsais) e anteriores (ventrais) direito e esquerdo. › Uma barreira hematoencefálica controla o ambiente neuronal e impõe severas restrições aos tipos de substâncias que podem passar da corrente sanguínea para o tecido nervoso › Três camadas membranosas (pia-máter, aracnoide máter e dura-máter) formam as meninges › As meninges e o líquido cerebrospinal (LCS) circundam e protegem o SNC › O LCS está localizado entre a pia-máter e a aracnoide-máter. › A dura-máter do encéfalo está relacionada com a face interna do osso do neurocrânio adjacente; ** a dura-máter da medula espinal é separada do osso adjacente da coluna vertebral por um espaço extradural cheio de gordura ENCEFALO › recebe informações do tronco do corpo e dos membros e controla suas atividades, principalmente através de conexões com a medula espinal. › possui 12 pares de nervos cranianos, que se comunica com estruturas da cabeça e do pescoço › se divide em: › rombencéfalo/encéfalo posterior: - bulbo (parte mais inferior do tronco encefálico e é contínuo com a medula espinal abaixo do nível do forame magno) - ponte (anterossuperiormente ao bulbo e é distinguida por uma massa de fibras nervosas transversas que a conectam ao cerebelo) - cerebelo (hemisférios pareados unidos por um verme mediano e se situa na fossa craniana posterior, posteriormente à ponte, ao bulbo e ao mesencéfalo inferior) ** bulbo + ponte + mesencéfalo = tronco encefálico › mesencéfalo/encéfalo médio › prosencéfalo/encéfalo anterior - diencéfalo (tálamo e o hipotálamo, epitálamo, e o subtálamo) - telencéfalo (constituído pelos dois hemisférios cerebrais.) MEDULA ESPINAL › se situa na coluna vertebral, nos dois terços superiores do canal vertebral, e é contínua superiormente com o bulbo do tronco encefálico › recebe estímulos aferentes do tronco do corpo e dos membros, e controla sua função › As conexões aferentes e eferentes entre a periferia e a medula espinal seguem por 31 pares de nervos espinais › consiste em uma região central de substância cinzenta (H) que tem projeções designadas como colunas (cornos) posteriores ou anteriores, circundada por substância branca. › os neurônios situados na coluna posterior estão ligados principalmente a funções sensoriais, enquanto aqueles na coluna anterior estão associados principalmente a atividades motoras › A substância branca da medula espinal consiste em tratos ascendentes e descendentes, que ligam os segmentos da medula espinal entre si e ligam a medula espinal ao encéfalo. SISTEMA NERVOSO PERIferiCO › Formado por fibras nervosas e corpos celulares fora do SNC que conduzem impulsos que chegam ou saem do SNC › Organizado em nervos que unem a parte central às estruturas periféricas › Se divide em sistema nervoso somático (SNS), sistema nervoso autônomo e sistema nervoso entérico (SNE) › Composto pelos nervos, os gânglios, os plexos entéricos e os receptores sensitivos. NERVO › Um feixe de fibras nervosas fora do SNC › Revestimento de tecido conjuntivo que circunda e une as fibras nervosas e os fascículos › Vasos sanguíneos (vasos dos nervos) que nutrem as fibras nervosas e seus revestimentos › Está situado fora do encéfalo e da medula espinal ** nervos cranianos: saem da cavidade craniana através de forames no crânio e são identificados por um nome descritivo ou por um algarismo romano (p. ex., “NC IV”). Apenas 11 dos 12 pares de nervos cranianos originam-se no encéfalo; o outro par (NC XI) origina-se na parte superior da medula espinal ** nervos espinais (segmentares) saem: da coluna vertebral através de forames intervertebrais. Originam- se em pares bilaterais de um segmento específico da medula espinal. Todos os 31 segmentos da medula espinal e os 31 pares de nervos que se originam deles são identificados por uma letra e um número (p. ex., “T4”). Se originam como radículas que convergem para formar raízes nervosas: - raiz anterior (ventral), formada por fibras motoras (eferentes) que saem dos corpos das células nervosas no corno anterior da substância cinzenta da medula espinal para órgãos efetores situados na periferia - raiz posterior (dorsal), formada por fibras sensitivas (aferentes) dos corpos celulares do gânglio sensitivo do nervo espinal ou gânglio da raiz posterior (dorsal) que se estendem em direção à periferia até terminações sensitivas e centralmente até o corno posterior de substância cinzenta da medula espinal GÂNGLIO › São pequenas massas de tecido nervoso compostas primariamente por corpos celulares que se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. Estas estruturas têm íntima associação com os nervos cranianos e espinais PLEXOS ENTÉRICOS › são extensas redes neuronais localizadas nas paredes de órgãos do sistema digestório. Os neurônios destes plexos ajudam a regular o sistema digestório RECEPTORES SENSITIVOS › Estrutura que monitora as mudanças nos ambientes externo ou interno (receptores táteis da pele, os fotorreceptores do olho e os receptores olfatórios do nariz) SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO › Voluntário, composto por: › neurônios sensitivos: transmitem informações para o SNC a partir de receptores somáticos na cabeça, no tronco e nos membros e de receptores para os sentidos especiais da visão, da audição, da gustação e do olfato › neurônios motores: conduzem impulsos nervosos do SNC exclusivamente para os músculos esqueléticos.SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO › Involuntário, formado por: › neurônios sensitivos: que levam informações de receptores sensitivos autônomos – localizados especialmente em órgãos viscerais como o estômago e os pulmões – para o SNC › neurônios motores: que conduzem os impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas. A parte motora do SNA é composta por dois ramos, a divisão simpática e a divisão parassimpática SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO › Involuntário, funciona independente e se comunica com o SNC através de neurônios simpáticos e parassimpáticos. › neurônios sensitivos: monitoram mudanças químicas no sistema digestório, bem como o estiramento de suas paredes. › neurônios motores: controlam, no sistema digestório, as contrações do músculo liso para impulsionar o alimento, as secreções dos órgãos (como o suco gástrico) e a atividade das células endócrinas, secretoras de hormônios. NEURONIO Unidade funcional e estrutural do SN › Neurônios sensitivos: transmitem impulsos dos receptores para o SNC (fibras aferentes somáticas transmitem as sensações de dor, temperatura, tato e pressão a partir da superfície corporal, as fibras aferentes viscerais transmitem impulsos de dor e outras sensações a partir dos órgãos internos, das mucosas, das glândulas e vasos sanguíneos) › Neurônios motores: transmitem impulsos do SNC ou dos gânglios para as células efetoras. Eferentes somáticos enviam impulsos voluntários para os músculos esqueléticos. Os neurônios eferentes viscerais transmitem impulsos involuntários para músculo liso, células de condução cardíaca (fibras de Purkinje) e glândulas. Os neurônios eferentes possuem terminações espessas, chamadas de terminal axonal. Muitos neurônios autônomos também possuem regiões espessas ao longo do axônio, denominadas varicosidades.. Tanto o terminal axonal quanto as varicosidades armazenam e liberam os neurotransmissores. › Interneurônios: formam uma rede de comunicação e de integração entre os neurônios sensitivos e motores. Localizados dentro do SNC ** Os axônios longos dos neurônios periféricos aferentes e eferentes são agrupados junto com tecido conectivo, formando fibras que parecem cordas, denominadas nervos, que se estendem a partir do SNC para os alvos desses neurônios. COMPONENTES FUNCIONAIS: › Corpo Celular: (pericário) de um neurônio contém o núcleo e as organelas que mantêm a célula. › Axônio: (sinais de saída) prolongamentos que se estendem a partir do corpo celular, constituem a única característica estrutural comum de todos os neurônios. A maioria dos neurônios tem apenas um axônio, que geralmente consiste no prolongamento mais longo, que se estende a partir da célula e transmite impulsos do corpo celular para um terminal especializado (sinapse). O axônio origina-se no cone axônico no corpo celular , a região do axônio entre o ápice do cone axônico e o início da bainha de mielina é denominada segmento inicial. Este constitui o local em que o potencial de ação é gerado no axônio. O potencial de ação é estimulado por impulsos transmitidos ao cone axônico na membrana do corpo celular após outros estímulos serem recebidos nos dendritos ou no próprio corpo celular. ** Embora os neurônios não se repliquem, seus componentes subcelulares renovam-se regularmente e apresentam tempos de sobrevida medidos em horas, dias e semanas.. As moléculas de proteína recém- sintetizada são transportadas através da estrutura do neurônio para locais distantes, em um processo designado como transporte axônico transporte axonal lento: transporta o material através do fluxo axoplasmático ou citoplasmático do corpo celular para o terminal axonal. transporte axonal rápido: transporta organelas em ve- locidades de até 400 mm por dia. ocorre em duas direções. Se divide em transporte anterógrado (para a frente) transporta vesículas e mitocôndrias do corpo celular para o terminal axonal, ou transporte retrógrado (para trás) transporta componentes celulares velhos para reciclagem, do terminal axonal para o corpo celular. › Dendritos: (sinais de chegada) prolongamentos mais curtos que transmitem impulsos da periferia (i. e., de outros neurônios) em direção ao corpo celular. ** A função primária dos dendritos no sistema nervoso peri-férico é receber a informação de entrada e transferi-la para uma região integradora dentro do neurônio. Dentro do SNC, a fun-ção dos dendritos é mais complexa. Os espinhos dendríticos po-dem funcionar como compartimentos independentes, enviando sinais de ida e volta para outros neurônios no encéfalo CLASSIFICAÇÃO › Multipolares: um axônio e dos ou mais dendritos. A direção dos impulsos ocorre do dendrito para o corpo celular para o axônio ou do corpo celular para o axônio. A porção terminal do axônio, a terminação sináptica, contém vários neurotransmissores – isto é, pequenas moléculas que são liberadas na sinapse e que afetam outros neurônios, células musculares e epitélio glandular. Os neurônios motores e os interneurônios constituem a maioria dos neurônios multipolares no sistema nervoso › Bipolares: um axônio e um dendrito. Associados aos receptores dos sentidos especias. Encontrados na retina dos olhos › Pseudounipolares: apresentam um prolongamento, o axônio, que se bifurca próximo do corpo celular em dois ramos axônicos longos. Um ramo estende-se até a periferia, enquanto o outro se estende até o SNC. A maioria consiste em neurônios sensitivos localizados próximo do SNC CELULAS DA GLIA › Dão suporte aos neurônios › Não participarem diretamente na transmissão dos sinais elétricos por longas distâncias, mas comunicam-se com os neurônios e fornecem um importante suporte físico e bioquímico. › GLIA PRODUTORA DE MIELINA: mielina é formada quando a célula da glia se enrola ao redor do axônio, espremendo o citoplasma glial para fora da célula, de modo que cada local enrolado se transforme em duas camadas de membrana, para fornecer estabilidade estrutural. As junções comunicantes conectam as camadas da membrana e permitem o fluxo de nutrientes e de informações de uma camada à outra.. No SNC, um oligodendrócito ramifica-se e forma mielina ao redor de uma porção contendo vários axônios No sistema nervoso periférico, uma célula de Schwann associa-se com um axônio CÉLULAS DA GLIA NO SNP: › CÉLULAS DE SCHWANN: Um único axônio pode possuir mais de 500 células de Schwann diferentes ao longo do seu comprimento. Cada célula de Schwann envolve um segmento de cerca de 1 a 1,5 mm, deixando espaços muito pequenos, chamados de nódulos de Ranvier, entre as áreas isoladas com mielina. Em cada nódulo, uma pequena porção da membrana axonal permanece em contato direto com o líquido extracelular (importante na transmissão de sinais elétricos ao longo do axônio) › CÉLULAS SATÉLITE: é uma célula de Schwann não mielinizadora, formam cápsulas de suporte ao redor dos corpos dos neurônios localizados nos gânglios (agrupamento de corpos celulares dos neurônios encontrado fora do SNC. Os gânglios aparecem como nódulos ou dilatações ao longo de um nervo. (O agrupamento de células nervosas dentro do SNC, equivalente a um gânglio periférico, é chamado de núcleo.) CÉLULAS DA GLIA NO SNC › OLIGODENTRÓCITO: ramifica-se e forma mielina ao redor de uma porção contendo vários axônios › ASTRÓCITO: altamente ramificados (são cerca de metade das células do encéfalo). - São fortemente associados às sinapses, onde eles capturam e liberam substâncias químicas. - Abastecem os neurônios com substratos para a produção de ATP, e ajudam a manter a homeostasia do líquido extracelular do SNC captando K e água. - As extremidades de alguns processos astrocitários cercam os vasos sanguíneos e fazem parte da barreira hematencefálica, que regula o transportede materiais entre o sangue e o líquido extracelular. › MICROGLIA: não são tecidos neurais, são células especializadas do sistema imune que residem permanentemente no SNC. Quando ativadas, elas removem células danificadas e invasores. **Às vezes, quando ativada, a microglia libera espécies reativas de oxigênio (ERO) danosas, pois elas formam radicais livres. Acredita-se que o estresse oxidativo causado pelas ERO contribui para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA, também conhecida como doença de Lou Gehrig) › CÉLULAS EPENDIMÁRIAS: tipo celular especializado que cria uma camada epitelial com permeabilidade seletiva, o epêndima, o qual separa os compartimentos líquidos do SNC. O epêndima é uma fonte de células- tronco neurais, células imaturas que podem diferenciar- se em neurônios e em células da glia. **Todas as células da glia se comunicam com os neurônios e uma com as outras, principalmente por sinais químicos. Os fatores de crescimento e tróficos (nutritivos), derivados de células da glia, auxiliam na manutenção dos neurônios e os guiam durante o seu reparo e desenvolvimento. As células da glia, por sua vez, respondem aos neurotransmissores e neuromoduladores secretados pelos neurônios. › É a região onde o terminal axonal encontra a sua célula-alvo › O neurônio que transmite um sinal para a sinapse é denominado célula pré-sináptica, e o neurônio que recebe o sinal é chamado de célula pós-sináptica › O espaço estreito entre duas células é a fenda sináptica. (é preenchida por uma matriz extracelular com fibras que ancoram as células pré e pós-sinápticas no lugar). › As sinapses entre os neurônios podem ser classificadas, morfologicamente, da seguinte maneira: - Axodendríticas. ocorrem entre axônios e dendritos. Sua função está associada à memória em longo prazo e ao aprendizado - Axossomática: ocorrem entre axônios e o corpo celular - Axoaxônicas: entre axônios e axônios São classificadas como: SINAPSES EleTRICAS. › Contêm junções comunicantes que possibilitam o movimento de íons entre as células e, consequentemente, a propagação direta da corrente elétrica de uma célula para outra. Não necessitam de neurotransmissores para a sua função. › Nos mamíferos, as junções comunicantes (gap) das células musculares lisas e cardíacas são os equivalentes das sinapses elétricas. › A principal vantagem das sinapses elétricas é a condução rápida e bidirecional dos sinais célula a célula para sincronizar as atividades de uma rede celular. As junções comunicantes também permitem que as mo- léculas sinalizadoras químicas se difundam entre células vizinhas. SINAPSES QuiMICAS. › A condução dos impulsos é realizada pela liberação de substâncias químicas (neurotransmissores) pelo neurônio pré-sináptico. Em seguida, os neurotransmissores sofrem difusão através do estreito espaço intercelular que separa o neurônio pré-sináptico do neurônio pós-sináptico ou da célula-alvo. Componentes de uma sinapse química: › Botão pré-sináptico: é a extremidade do prolongamento do neurônio a partir da qual são liberados os neurotransmissores. Caracteriza-se pela existência de vesículas sinápticas (que contem neurotransmissores) › Fenda sináptica: é o espaço que separa o neurônio pré-sináptico do neurônio pós-sináptico ou da célula- alvo, que o neurotransmissor precisa atravessar › Membrana pós-sináptica: contém sítios receptores, que interagem com o neurotransmissor Transmissão sináptica › Quando o impulso nervoso alcança o botão sináptico, a reversão da voltagem através da membrana produzida pelo impulso (despolarização) provoca a abertura dos canais de Ca2+ regulados por voltagem na membrana plasmática do botão. › O influxo de Ca2+ do espaço extracelular faz com que as vesículas sinápticas migrem, se ancorem e sofram fusão com a membrana pré-sináptica, liberando, por exocitose, o neurotransmissor na fenda sináptica. › Uma alternativa para a liberação maciça de neurotransmissor após a fusão da vesícula é o processo de porocitose, no qual as vesículas ancoradas nas zonas ativas liberam neurotransmissores através de um poro transitório, que conecta o lúmen da vesícula com a fenda sináptica. Ao mesmo tempo, a membrana pré-sináptica do botão sináptico que liberou o neurotransmissor forma rapidamente vesículas endocíticas que retornam ao compartimento endossômico do botão para reciclagem ou recarga do neurotransmissor. ›As moléculas do neurotransmissor liberado ligam-se à porção extracelular dos receptores da membrana pós- sináptica, denominados canais regulados por transmissor. ›A ligação dos neurotransmissores induz uma mudança na conformação dessas proteínas do canal, causando a abertura de seus poros. A resposta que acaba sendo gerada depende do tipo do íon que entra na célula. Por exemplo, o influxo de Na+ provoca despolarização local na membrana pós-sináptica, que, em condições favoráveis (quantidade e duração suficientes da liberação de neurotransmissor), leva à abertura dos canais de Na+ regulados por voltagem, gerando, assim, um impulso nervoso. A liberação do neurotransmissor pelo componente pré- sináptico pode causar excitação ou inibição na membrana pós-sináptica. - sinapses excitatórias: acetilcolina, glutamina ou serotonina, abre os canais de Na+ regulados por transmissor (ou outros canais catiônicos), determinando um influxo de Na+ que provoca reversão local da voltagem da membrana pós-sináptica até um nível limiar (despolarização). Isso resulta no início de um potencial de ação e geração de um impulso nervoso - sinapses inibitórias: ácido γ-aminobutírico (GABA) ou a glicina, abre os canais de Cl– regulados por transmissor (ou outros canais aniônicos), provocando a entrada do Cl– na célula e a hiperpolarização da membrana pós-sináptica, tornando-a até mesmo mais negativa. Nessas sinapses, a geração de um potencial de ação torna-se então mais difícil. › Um neurotransmissor liberado do elemento pré- sináptico sofre difusão através da fenda sináptica para a membrana pós-sináptica, em que interage com um receptor específico. A ação do neurotransmissor depende de sua natureza química e das características do receptor presente na placa pós-sináptica da célula efetora. › Receptores neurócricos: os neurotransmissores atuam sobre receptores ionotrópicos para abrir os canais iônicos de membrana (muito rápida e ocorre nas principais vias neuronais do cérebro e em vias motoras somáticas no SNP) ou sobre receptores metabotrópicos para ativar a cascata de sinalização da proteína G (envolvida na modulação da atividade neuronal) › Os neurônios do SNC liberam vários tipos diferentes de sinais químicos, como os hormônios hipotalâmicos ocitocina e vasopressina. › O SNP secreta apenas três substâncias neurócrinas importantes: os neurotransmissores acetilcolina e noradrenalina e o neuro--hormônio adrenalina. Alguns neurônios do SNP cossecretam moléculas adicionais, como o ATP 1. ACETILCOLINA. › é o neurotransmissor entre os axônios e o músculo estriado na junção neuromuscular e atua como neurotransmissor no SNA. É liberada pelos neurônios simpáticos e parassimpáticos pré-sinápticos e seus efetores. › Função: ciclos sono-vigia, alerta, aprendizado, memória › Transmissão sináptica excitatória rápida na junção neuromuscular; também presente no SNP (gânglios simpáticos, medula da suprarrenal) e no SNC; ação tanto excitatória quanto inibitória, por exemplo, diminuição da frequência cardíaca, relaxamento do músculo liso no trato gastrintestinal › Os neurônios que usam a ACh como seu neurotransmissor são denominados neurônios colinérgicos. Os receptores para ACh na membrana pós-sináptica são conhecidos como receptores colinérgicos e são divididos em duas classes.› Os receptores metabotrópicos interagem com a muscarina (receptores muscarínicos de ACh), enquanto os receptores ionotrópicos interagem com a nicotina (receptores nicotínicos de ACh). › Os receptores nicotínicos são canais de cátions monovalentes, pelos quais tanto Na1 quanto K atravessam. A entrada de sódio na célula excede a saída de K uma vez que o gradiente eletroquímico para o Na é mais forte. Como resultado, a quantidade de Na que entra despolariza a célula pós-sináptica e a probabilidade de ocorrer um potencial de ação é maior. **O receptor muscarínico de ACh no coração é um exemplo de um receptor acoplado à proteína G, que está ligado a canais de K+. A estimulação parassimpática do coração libera ACh, que, por sua vez, abre os canais de K+, causando hiperpolarização das fibras musculares cardíacas. Essa hiperpolarização atenua a contração rítmica do coração. Em contrapartida, o receptor nicotínico de ACh nos músculos esqueléticos é um canal de Na+ regulado por ligante ionotrópico. A abertura desse canal provoca rápida despolarização das fibras musculares esqueléticas e início da contração. Vários fármacos afetam a liberação de ACh na fenda sináptica, bem como a sua ligação a seus receptores. 2. aminas: norepinefrina (NE), a epinefrina (EPI, adrenalina) e a dopamina (DA). Serotonina e Histamina › São secretadas por células do SNC que estão envolvidas na regulação do movimento, do humor e da atenção. › Norepinefrina: ciclos sono-vigia, alerta, aprendizado, memória › Dopamina (inibitório geralmente): controle motor, centro de “recompensa’ › Os neurônios que secretam a noradrenalina são denominados neurônios adrenérgicos › Os receptores adrenérgicos são divididos em duas classes (alfa e beta) e são acoplados à proteína G › Todos contêm uma enzima que converte a NE em EPI, que atua como transmissor entre axônios simpáticos pós-sinápticos e efetores no SNA. 3. AMINOACIDOS › Glutamato: principal neurotransmissor excitatório do SNC (despolarizam as suas células-alvo, geralmente abrindo canais iônicos que permitem a entrada de íons positivos na célula.). Os receptores glutamatérgicos metabotrópicos atuam por meio de RPGs. Dois receptores ionotrópicos para o glutamato são receptores-canais. - receptores AMPA: a ligação do glutamato abre o canal, e a cé-lula despolariza devido ao influxo de Na - receptores NMDA: são receptores catiônicos não seletivos que permitem a passagem de Na, K e Ca2 pelo canal. A abertura do canal requer a ligação do glutamato e uma mudança no potencial de membrana › Aspartato: é um neurotransmissor excitatório apenas em algumas regiões do cérebro. › Ácido gama-aminobutíruco (GABA): principal neurotransmissor inibitório (hiperpolarizam as suas células-alvo, abrindo canais de Cl e permitindo a entrada de cloreto na célula.) 4. PEPTIDEOS › Atuam por receptores da proteína G › substância P: Excitação lenta dos músculos lisos e neurônios sensitivos no SNC; particularmente quando transmite a sensação de dor › peptídeos opioides (encefalina e endorfinas), substâncias que medeiam o alívio da dor, ou analgesia. Reduz a excitabilidade sináptica (sinalização sináptica lenta); relaxa o músculo liso no trato gastrintestinal; causa analgesia › Os peptídeos que agem tanto como neuro-hormônios quanto como neurotransmissores incluem a colecistocinina (CCK), a arginina vasopressina (AVP) e o peptídeo natriurético atrial (ANP). 5. PURINAS › A adenosina, a adenosina monofosfato (AMP) e a ade- nosina trifosfato (ATP) › ligam-se a receptores purinérgicos no SNC e a outros tecidos excitáveis, como o coração. Todas as purinas se ligam a receptores acoplados à proteína G. 6. GASES › óxido nítrico (NO), quando atua como neurotransmissor se difunde livremente para a célula- alvo, em vez de ligar-se a um receptor na membrana Uma vez dentro da célula-alvo, o óxido nítrico liga-se a proteínas-alvo. 7. LIPIDEOS › As moléculas lipídicas neurócrinas incluem vários eicosanoides, que são ligantes endógenos para receptores canabinoides. O receptor canabinoide CB1 é encontrado no cérebro, e o CB2 é localizado nas células imunes. Todos os sinais lipídicos neurócrinos se ligam a receptores acoplados à proteína G. LIBERAÇÃO DOS NEUROTRANSMISSORES Os neurotransmissores no terminal axonal são armazenados em vesículas, então sua liberação para a fenda sináptica ocorre via exocitose Quando a despolarização de um potencial de ação alcança o terminal axonal, a mudança no potencial de membrana dá início a uma sequência de eventos 1. A membrana do terminal axonal possui canais de Ca2 dependentes de voltagem que se abrem em resposta à despolarização 2. Como os íons cálcio são mais concentrados no líquido extracelular do que no citosol, eles movem-se para dentro da célula 3. O Ca2 entrando na célula se liga a proteínas reguladoras e inicia a exocitose 4. A membrana da vesícula sináptica funde-se à membrana celular, com o auxílio de várias proteínas de membrana. A área fundida abre-se, e os neurotransmissores movem-se de dentro da vesícula sináptica para a fenda sináptica 5. As moléculas do neurotransmissor difundem-se através da fenda para se ligarem com receptores na membrana da célula pós-sináptica. Quando os neurotransmissores se ligam aos seus receptores, uma resposta é iniciada na célula pós-sináptica SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas, correlações com Biologia celular e molecular. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. GRAY, H. Gray’s Anatomy, 41st, 2016.
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