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TEXTOS: ● “O Cinema - Ensaios” de André Bazin (ler só a parte de ontologia): cineartesantoamaro.files.wordpress.com/2011/05/o-cinema-ensaios-andre-ba zin.pdf Ontologia da imagem: o cinema vem a ser a consequência no tempo da objetividade fotográfica. O filme não se contenta mais em conservar para nós o objeto lacrado no instante, como a pintura. Pela primeira vez, a imagem das coisas é também a imagem da duração delas, como uma múmia da mutação. A fotografia vem a ser, pois, o acontecimento mais importante da história das artes plásticas. Ao mesmo tempo sua libertação e manifestação plena, a fotografia permitiu à pintura ocidental desembaraçar-se definitivamente da obsessão realista e reencontrar a sua autonomia estética. Cinema é a união de diversas imagens, ele foi feito para ser reproduzido, não tem áurea. Já a pintura tem áurea!! ● “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” de Walter Benjamin: philarchive.org/archive/DIATAT ● “Ezteyka da Fome” de Glauber Rocha: hambrecine.files.wordpress.com/2013/09/eztetyka-da-fome.pdf ● Resumo do texto “Estética da Fome”: blogdoims.com.br/estetica-da-fome-50-anos POSSÍVEIS CONCEITOS ● Risco do real ● Reprodutibilidade técnica ● Estética da fome ● Opacidade versus Transparência ● Dupla realidade perceptiva das imagens (imagem enquanto superfície plástica - material - enquanto a realidade da representação) ● Função narrativa do cinema ● Tripé narrador (encenação, enquadramento e montagem) e como o estilo interfere na narrativa OUTROS ASSUNTOS: ● Dupla realidade perceptiva das imagens ● Relações Duplicidade e transparência e opacidade na imagem ● O que é estética da fome https://cineartesantoamaro.files.wordpress.com/2011/05/o-cinema-ensaios-andre-bazin.pdf https://cineartesantoamaro.files.wordpress.com/2011/05/o-cinema-ensaios-andre-bazin.pdf https://philarchive.org/archive/DIATAT https://hambrecine.files.wordpress.com/2013/09/eztetyka-da-fome.pdf https://blogdoims.com.br/estetica-da-fome-50-anos/ ● Reprodutibilidade técnica da obra - Benjamin ● Maneira como seres humanos se relacionam com a imagem ao longo da história ● Relacionar benjamim reprodutibilidade técnica com o risco do real ● Imagens técnicas deram origem ao cinema - vizinhança do tigre (meninos fazendo rap) existe pela reprodutibilidade técnica - a partir disso podemos pensar no risco do real ● De que maneira o estilo do cinema tem uma função narrativa? ● Semiótica e teoria da imagem são complementares - semiótica é uma teoria da imagem ● Relação do homem com as imagens em cada tipo de suporte ● De que maneira o real oferece algo novo pra cena? ● Consolidação da estética a partir das formas de perceber - Kant. Virada entre preceitos e formas de fazer artístico e passa a analisar as formas de perceber artístico. Experiência estética: forma de perceber a imagem A ESTÉTICA DA FOME - UMA EZTETYKA DA FOME - CINEMA NOVO O autor Glauber Rocha se pergunta: existe uma estética da fome? É como se fosse fazer um filme parecido com a forma de perceber a fome na vida real. Filme hollywoodiano era 1% com a percepção do sentido, por exemplo, da fome no Nordeste, é como perceber na imagem o que é a vida seca. Tornar bonito algo que na realidade não é. A estética da fome, escrito em 65, sobre Gênova, Itália. Texto manifesto do cinema brasileiro para o cinema (paternalista) europeu. Proposta de um cinema como dispositivo de investigação da realidade social. Existe uma estética da fome? Glauber tem uma ideia de ser mais justo: antes da estética, existe uma ética. Não pode filmar de qualquer maneira. Se perguntar o porquê tá filmando? - denunciar a realidade -, em que base? - pra não estetizar a realidade do outro. Exemplo: Lixão da novela da Globo e o lixão da Vila das Flores. As imagens tem que ser duras para transmitir a realidade ao espectador. Não é pra ser fácil. Fome e miséria não são fáceis. Filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, lançado em 64 - antes do Golpe Militar, vaqueiro com a “arma para matar o patrão”. Marxista. O filme tem o objetivo da estética da fome: Fotografia estourada, movimentações lentas, música Villa Lobos. Cadáver com mosquitos. Homem agachado, vai até o seu cavalo. A mulher parece que sente dificuldades até pra respirar. Luz estourada. Condução mais lenta, na prática o que torna isso é: take longo, plano de longa duração. O sertão é longo, então o take também. Como a imagem comunica, é digno, é expressão. Miserabilismo do cinema novo se opõe a tendência do digestível .. filmes de gente rica, em casas bonitas, andando em carro de luxo. TRIPÉ NARRADOR: Encenação - Enquadramento - Montagem Glauber fala que mulher não consegue amar por causa da fome. Cumpre o papel? Sim. Filme causa um desconforto ao espectador. Não é uma “arte digestível”. Atinge a dimensão sensível da experiência. RISCO DO REAL Se refere a quando uma produção está sujeita às interferências do meio no qual foi filmada. Pode ser um filme no estilo documentário ou até mesmo ficção. O real é utilizado para legitimar a produção. Ficções podem ser filmadas no estilo documentário como Acossado, de Godard e o filme “11 de setembro”. Quais riscos o real oferece pra cena? Depende. É preciso analisar cada cena. Porque na montagem e edição pode ser tudo modificado. Mesmo que o real ofereça riscos, eles têm recursos para deixar somente o que é “agradável”. Há a possibilidade de ser manipulado. A mídia pode criar um marketing pra “falar” que foi filmado em uma cena real. Mas eles modificam na computação gráfica e etc. ex: batalha de GOT, filmada em 57 noites. Velho Chico, Globo. O ator morreu no Rio Velho Chico. Não foi durante a gravação, foi em um dia exato de folga, entretanto, o ator estava lá em um contexto de gravação da cena do personagem. É preciso pensar no que o filme se propõe a fazer. Filme Cidade de Deus: cena morte dos motéis - há uma beleza na morte. Não se aprofunda nisso, há efeito hollywoodiano. Filma uma sequência sobre o ponto de vista da bala - é um espetáculo dos corpos de favelados mortos. Não há comoção e não tem um ponto de vista crítico sobre a falta de comoção. Uma criança que mata, Dadinho se diverte matando, o filme se esconde atrás da carga do espetáculo. Cadê a consciência da morte? Embelezamento da favela. O diretor da publicidade vende um filme sobre favela mas que esconde o risco do real. Anos 60,70: ditadura militar mas nada disso aparece! O único problema é que classe média que compra as drogas da favela. Cadê o Estado? O Estado parece estar isento. COSMÉTICA DA FOME Problemas sociais passam a ser preceitos para vender um filme sobre isso, porém que não aborda isso. O cinema antes se preocupava com questões sócias, porém, a partir da década de 90 pra frente, a estética da fome e entra cosmética da fome: turismo na favela. O Real se esconde pra vender e ganhar prêmios. Cidade de Deus e Deus no Diabo: A diferença é exatamente a questão da cosmética da fome. CARACTERÍSTICAS DO RISCO DO REAL: ● Exibição da “verdade” (com muita aspas pq essa palavra é cheia de interpretações). ● O real, normalmente, ameaça a cena, expõe fissuras no roteiro, geralmente são produções que são filmadas em locações reais, estão expostas a variação do sol, interferência de outras pessoas na cena. O Risco do real trabalha com momentos únicos que são eternizados por meio do cinema. ● Até os atores correm risco de encenar um acidente, e se machucam de verdade. ● Um documentário nem sempre é sinônimo de ser feito no risco do real, pois ele pode ser totalmente controlado. Alguns documentários correm o risco da ficção, tipo “A cidade é uma só". Gesto ficcional é maior do que documental. Cadê a força da realidade? Diferença entre documentário e vídeo institucional. ● exemplos: ABC da greve, Temporada, algumas novelas como Rei do Gado (momento de reforma agrária, gera debate social) ● vantagem: sensação maior de realismo, no estilo documentário, aumenta a credibilidade quando se diz respeito à relação com a verdade AMBIVALÊNCIA ENTRE A DIALÉTICA DA CRENÇA E DA DÚVIDA A PARTIRDO RISCO DO REAL Acreditar na cena ou divindade dela é crer no referente real da cena ou duvidar dela. Jogo entre ficção e documental, entre realidade e invenção. Cria um lugar incerto para o espectador. Traz uma consciência ao espectador. Real contamina a ficção. Mercadologicamente pode ser um problema, mas a estética é uma grande vantagem. A FICÇÃO E O JORNALISMO A PARTIR DO RISCO DO REAL A TV nem sempre trabalha com o risco do real. Uma pauta produzida, em ambiente fechado, por exemplo, já possui um roteiro todo controlado da forma na qual vai cumprir o objetivo.
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