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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Sociologia Pobreza e Criminalidade Discentes: Trabalho desenvolvido para a disciplina de Metodologias de Base Quantitativa Licenciatura em Sociologia (1º ciclo de estudos) Docente: Nuno Augusto Covilhã, dezembro de 2021 2 Índice Introdução ................................................................................................................................................... 3 Etapa 0 – Pergunta de Partida e Objetivos ............................................................................................... 4 Etapa 1 – Enquadramento Teórico ............................................................................................................ 4 Os Direitos não são Para Todos ............................................................................................................... 4 Regiões Criminosas de Portugal .............................................................................................................. 5 A Favela Portuguesa ................................................................................................................................ 5 Os Crimes dos Pobres .............................................................................................................................. 6 O Equívoco .............................................................................................................................................. 6 Etapa 2 – Hipóteses ..................................................................................................................................... 7 Etapa 3 – Operacionalização das Hipóteses .............................................................................................. 7 Hipótese nº1 - O aumento da pobreza gera um aumento da criminalidade. ............................................. 7 Hipótese nº2 – Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente. .................... 8 Hipótese nº3 – O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais. ................................... 9 Hipótese nº4 – A associação criminal leva à exclusão social. ................................................................ 10 Etapa 4 – Seleção da População ou Amostra .......................................................................................... 11 Etapa 5 – Seleção dos Métodos e Técnicas de Pesquisa ......................................................................... 11 Conclusão ................................................................................................................................................... 12 Bibliografia ................................................................................................................................................ 13 Termo de Consentimento Informado ...................................................................................................... 14 Inquérito .................................................................................................................................................... 15 3 Introdução Este projeto foi realizado no âmbito da disciplina curricular de Metodologias de Base Quantitativas, lecionada pelo docente Nuno Augusto, integrada no primeiro semestre do 2º ano da Licenciatura em Sociologia lecionada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior. De forma a desenvolver e consolidar os nossos conhecimentos adquiridos nesta unidade curricular ao longo do semestre, escolhemos uma temática relacionada com a pobreza e criminalidade, que tem como principal objetivo aferir e compreender se existe uma influência direta entre a pobreza e a criminalidade. Neste trabalho embebido de um carácter quantitativo, os alunos realizaram primeiramente um enquadramento teórico, de modo a, seguindo-se posteriormente das hipóteses resultantes do enquadramento anteriormente referido. Dele resulta também um inquérito, novamente realizado pelos alunos, que irá proporcionar uma resposta à pergunta de partida e aferir se esta é ou não confirmável. O presente trabalho foi realizado e dividido segundo seis etapas, inseridas na metodologia de construção de um inquérito. Etapa 0 – Pergunta de Partida e Objetivos Etapa 1 – Enquadramento Teórico Etapa 2 – Hipóteses Etapa 3 – Operacionalização das Hipóteses Etapa 4 – Seleção da População ou Amostra Etapa 5 – Seleção dos Métodos e Técnicas de Pesquisa Por fim, em anexo iremos apresentar o inquérito que realizámos e que nos foi bastante útil para estudar o enquadramento teórico da problemática. 4 Etapa 0 – Pergunta de Partida e Objetivos Pergunta de Partida: Qual a influência estabelecida entre a pobreza e a criminalidade? Objetivo Principal: Compreender se existe uma influência direta entre a pobreza e a criminalidade. De modo a obter um conhecimento mais alargado adicionámos ao objetivo principal cinco Objetivos Específicos que o complementam. Esses objetivos são: 1. Compreender a relação entre os níveis de pobreza e a incidência de criminalidade; 2. Analisar se existem padrões de criminalidade em determinadas zonas e se estão associados ao nível económico das mesmas; 3. Identificar os fatores que determinam a pobreza extrema em determinadas zonas do país; 4. Relacionar diferentes níveis de pobreza com crimes específicos; 5. Considerar se outros fatores, além dos económicos, podem induzir a comportamentos criminais. Etapa 1 – Enquadramento Teórico Os Direitos não são Para Todos A autora Cecília Coimbra, no seu estudo “Direitos Humanos e Criminalização da Pobreza”, afirma que os direitos humanos são percebidos e atribuídos apenas a alguns fragmentos sociais, excluindo as camadas mais pobres, por conta da sua associação ao perigo e à criminalidade, aos quais, a sua predisposição é associada à natureza do indivíduo. De forma a erradicar o fenómeno da pobreza criminal, alguns autores defendem a ideia de “es- terilizar os degenerados”, isto é, erradicar as misturas raciais e as raças naturalmente propensas à criminalidade, como resposta aos distúrbios sociais. A esta moção, deu-se o nome de “movimento higienista” cujo principal objetivo é o “saneamento moral”. A “epidemia” da moral degradada está associada à pobreza uma vez que, as famílias mais pobres apresentam vícios que propagam e colocam em risco toda a sociedade. Afirmam que os “pobres dignos” - aqueles que trabalham e cumprem os costumes religiosos - são-lhes atribuídos valores morais, uma vez que se encontram vulneráveis ao vício e à doença, devendo afastar os seus filhos 5 do caminho vicioso. Ao contrário dos “pobres viciosos” - aqueles que vêm de famílias pobres e seguem hereditariamente o percurso do vício - são portadores de delinquência e perigo social, pelo que devem ser extintos. Desta forma, ficam justificadas as medidas coercitivas sobre estes, aplicadas a fim de livrar a sociedade da “sujeira humana”. Regiões Criminosas de Portugal A localização e o contexto espacial foram declarados pelos autores da escola de Chicago, como essencial para explicar as condutas delinquentes, defendendo que o tempo e o espaço podem ser determinantes positivos ou negativos da criminalidade. Numa onda de decréscimo, os crimes de roubo, furto e dano de propriedade privada ou patrimonial são os mais ordinários. Contrariamente, os crimes de violência, homicídio e violação, registaram um aumento. Em questões territoriais, os concelhos que apresentam índices mais baixos de criminalidade são sobretudo os da região Centro, Norte e Alentejo, constituídos de uma população mais envelhecida, com rendimentos mais baixos e consequentemente com menor poder de compra. Enquanto, especificamente nas regiõesde Lisboa, Porto, litoral alentejano e Algarve, se revelam com a maior incidência de criminalidade, associada ao elevado poder de compra e ao turismo. A Favela Portuguesa Entre os anos de 1960 e 1970, verificou-se um aumento exponencial nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, como provável causa da Guerra Colonial e da queda do império salazarista, que originou um incremento oscilatório da distribuição populacional portuguesa, passando a observar- se um fenómeno de bipolarização das regiões de Lisboa e Porto, simultaneamente com um sobrepovoamento das regiões litorais. Esta situação propiciou ao desenvolvimento, embora inconsistente, de um conjunto de problemas urbanos nestas regiões, nomeadamente na região de Lisboa e Vale do Tejo, como a falta de condições habitacionais, a concentração de emprego nos grandes centros que limita a mobilidade dos residentes nas áreas periféricas, a insegurança e a criminalidade. Estas áreas, caracterizadas pela pobreza, desqualificação urbana, baixos níveis de educação e exclusão social, imergem muitas vezes associadas à prática de comportamentos de ricos, pelo que surgem frequentemente designadas por “territórios marginais”. A pobreza marginalizada de Lisboa e Vale do Tejo surge relacionada com os coeficientes da imigração, onde 50% da população é representada por crianças e jovens, e as famílias são constituídas, por vezes, 6 por mais de 6 elementos; o abandono escolar e a entrada no mercado de trabalho precoces, frequentemente antes ser atingida a idade legal para tal; diminuição dos rendimentos individuais e do agregado familiar, como consequência de situações de desemprego; disparidades salariais entre setores económicos e género; circunstâncias hostis recorrentes de abusos, maus tratos, abandono, mendicidade, prostituição, consumo de álcool e/ou narcóticos, e crimes; e as desigualdades de género, que afetam essencialmente as mulheres e se verifica uma acentuação da situação de pobreza dos agregados por estas representados. Os Crimes dos Pobres A ideia de que a pobreza é um itinerário do crime é corrente e é ainda mais acentuada pelo fundamento efetivo da predominância verificada dos crimes específicos, como o roubo e os crimes contra património, executados por posteriores detidos oriundos de famílias pobres. É crucial considerar que estas populações consideradas propensas à atividade criminal são sujeitas a uma vigilância policial mais frequente, uma vez que, consideravelmente, em situação de miséria, estes indivíduos são atraídos para os caminhos do crime para obter o seu sustento. Alba Zaluar defende que apesar das associações que possam ser feitas, não existe uma relação direta entre o crime e a pobreza e que qualquer indivíduo pobre que não seja corretamente encaminhado no seu percurso, é naturalmente impelido ao desvio e ao crime. A predominância de pessoas pobres detidas pode ser elucidada em duas perspetivas diferentes, a primeira é um sistema judicial eminentemente discriminatório, onde as pessoas de posses raramente são condenadas e quando o são excecionalmente cumprem pena; a segunda, sugere que, neste caso, os homens negros têm dificuldade em contornar as condições adversas e seguir um caminho favorável, acabando por se subjugar ao destino da criminalidade. Zaluar acredita que a extrema perseguição policial sobre estas populações acaba por também ser um fator de criminalidade, tendo em conta que os órgãos da justiça partirem do pressuposto de que o pobre é criminoso, até provas em contrário. O Equívoco O autor Michel Misse apresenta uma abordagem crítica assente em “cinco teses equivocadas” cujo objetivo é desassociar a pobreza social como fator de criminalidade. A primeira tese - a pobreza é a causa da criminalidade ou do aumento da violência urbana - é equivocada na medida em que, caso a pobreza fosse de facto a causalidade criminal, todos os pobres seriam criminosos, 7 o que não é efetivo e com o qual os próprios não se identificam, crendo-se pessoas trabalhadoras e honestas. A segunda tese - o criminoso das áreas urbanas pobres é um herói que rouba aos ricos para dar aos pobres de forma a redistribuir a renda nacional de forma justa, tipo Robin Hood - é equivocada do ponto de vista temporal, pois remete-se à época de 1985 e não corresponde à realidade social atual. A terceira tese - a criminalidade é descendente direta de comunidades constituídas por escravos, pobres e negros - é equivocada porque não reúne uma continuidade histórica e também, tal como na primeira tese, por ser propagada através de senso comum. A quarta tese - os imigrantes das grandes cidades, lançados à miséria e ao isolamento dos vínculos comunitários, ocupam geralmente funções desqualificadas e são a personagem principal da violência urbana - é bastante difundida por meios como as novelas, baseia-se nas disparidades das taxas de criminalidade entre as grandes cidades e as periféricas e enfatiza uma representação falsa, etnocêntrica e racista. A quinta tese - o aumento da criminalidade é fator do aprofundamento de classe - é equivocada no sentido em que a maioria dos crimes violentos são contra os pobres e não os ricos, daí a necessidade de quebrar a relação entre o crime e os pobres. Etapa 2 – Hipóteses - O aumento da pobreza gera um aumento da criminalidade. - Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente. - O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais. - A associação criminal leva à exclusão social. Etapa 3 – Operacionalização das Hipóteses Hipótese nº1 - O aumento da pobreza gera um aumento da criminalidade. Definição das Variáveis: Variável Independente – Pobreza Variável Dependente – Criminalidade 8 Operacionalização dos Conceitos: Pobreza: Entende-se por pobreza qualquer situação de carência de recursos, quer sejam eles económicos, habitacionais ou relacionais. Criminalidade: Entende-se por criminalidade qualquer ato que seja prejudicial ao património, ou que vão contra a integridade física ou moral. Dimensões e Indicadores: Variável Independente - Pobreza Variável Dependente - Criminalidade Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 Recursos Económicos Recursos Habitacionais Recursos Relacionais Danos Patrimoniais Integridade Física Integridade Moral Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Rendimento mensal Propriedade Património Tipo de propriedade Condições de habitabilidade Condições de salubridade Relação familiar Trabalho Relação com o Estado Relação com a comunidade Furtos Vandalismo Extorsão Corrupção Tráfico Fraude/Burla Suicídio Homicídio Violação Agressão Assédio sexual Discriminação Difamação Chantagem Hipótese nº2 – Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente. Definição das Variáveis: Variável Independente – Urbanização Variável Dependente – Criminalidade Operacionalização dos Conceitos: Urbanizada: Entende-se por região urbanizada uma região onde foram efetuadas alterações de modo a melhor servir a população. Criminalidade: Entende-se por criminalidade qualquer ato que seja prejudicial ao património, ou que vão contra a integridade física ou moral. 9 Dimensões e Indicadores: Variável Independente - Urbanizada Variável Dependente - Criminalidade Dimensão 1 Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 Alterações Urbanas Danos Patrimoniais Integridade Física Integridade Moral Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Saneamento Arruamentos Edificações Telecomunicações Espaços Verdes Espaços desportivos Furtos Vandalismo Extorsão Corrupção Tráfico Fraude/Burla Suicídio Homicídio Violação Agressão Assédio sexual Discriminação Difamação Chantagem Hipótesenº3 – O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais. Definição das Variáveis: Variável Independente – Revolta Variável Dependente – Comportamentos criminais Operacionalização dos Conceitos: Revolta: Entende-se por revolta qualquer ato de resistência contra algo instituído ou sentimento de repulsa perante injustiças. Comportamentos Criminais: Entende-se por comportamentos criminais quaisquer comportamentos que sejam prejudiciais ao património, ou que vão contra a integridade física ou moral. Dimensões e Indicadores: Variável Independente - Revolta Variável Dependente - Criminalidade Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 Resistência Repulsa Danos Patrimoniais Integridade Física Integridade Moral Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores 10 Manifestações Movimentos Sociais Motim Rebelião Muito frequente Frequente Pouco frequente Nada frequente Furtos Vandalismo Extorsão Corrupção Tráfico Fraude/Burla Suicídio Homicídio Violação Agressão Assédio sexual Discriminação Difamação Chantagem Hipótese nº4 – A associação criminal leva à exclusão social. Definição das Variáveis: Variável Independente – Associação criminal Variável Dependente – Exclusão social Operacionalização dos Conceitos: Associação Criminal: Entende-se por associação criminal a união de indivíduos com o propósito de cometer crime que sejam prejudiciais ao património, ou que vão contra a integridade física ou moral. Exclusão Social: Entende-se por exclusão social o afastamento de indivíduos da vida em sociedade. Dimensões e Indicadores: Variável Independente – Associação Criminal Variável Dependente – Exclusão Social Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 Dimensão 4 Dimensão 1 União de indivíduos Danos Patrimoniais Integridade Física Integridade Moral Afastamento da vida em sociedade Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Gangs Bando Quadrilha Máfias Furtos Vandalismo Extorsão Corrupção Tráfico Fraude/Burla Suicídio Homicídio Violação Agressão Assédio sexual Discriminação Difamação Chantagem Condição social Condição monetária Orientação sexual Raça Religião 11 Etapa 4 – Seleção da População ou Amostra Para auxiliar o nosso estudo decidimos recorrer a uma técnica de amostragem probabilística, mais concretamente a uma amostragem estratificada, para a qual selecionamos uma amostra de 500 indivíduos. De forma a representar equitativamente os dois sexos, na nossa amostra incluímos a mesma quantidade de indivíduos do Sexo Masculino e Feminino, inquirindo assim 250 indivíduos de cada sexo. Recorrendo a dados do INE, esta amostra foi ainda distribuída de forma representativa da realidade portuguesa, pelas características Idade e Origem Regional, que se juntam à característica Sexo referida anteriormente. A distribuição segundo a idade vai ser feita através de três grandes grupos, os Jovens entre os 15 e 29 anos, os Adultos entre os 30 e os 65 anos e os Idosos com 66 anos ou mais. Ao nível da região a distribuição vai contemplar quatro regiões de Portugal Continental, nomeadamente a região Norte, a região Centro, a região de Lisboa e Vale do Tejo e a região do Alentejo e Algarve. Etapa 5 – Seleção dos Métodos e Técnicas de Pesquisa O método escolhido para nos auxiliar na realização deste trabalho foi o método quantitativo, socorrido da administração direta de um inquérito por questionário. Ao longo de todo o inquérito foram aplicadas questões abertas, semi-abertas, fechadas, de resposta múltipla, e também escalas de atitudes. Uma vez que o tema do nosso trabalho pode ser sensível para algumas pessoas, dado que acaba por dizer respeito à vida privada dos indivíduos, optamos por fazer uma administração direta do inquérito de forma a diminuir a tensão psicossocial entre o investigador e o inquirido. O facto de recorrermos a este tipo de administração vai permitir um maior à vontade por parte do inquirido, permitindo uma maior sinceridade e diminuindo a possibilidade de falseamento das suas respostas, uma vez que com este tipo de administração o preenchimento do inquérito é anónimo e confidencial, possibilitando uma maior abertura para opiniões e respostas sinceras acerca da temática. 12 Conclusão No decorrer deste trabalho e de modo a facilitar a sua realização foram aplicadas as seis etapas da investigação. Num primeiro passo fomos recolher e analisar informação e estudos anteriores relativos a este tema, essenciais para conseguirmos elaborar o enquadramento teórico onde destacamos cinco aspetos fundamentais para a posterior elaboração das hipóteses. Delineadas as hipóteses procedeu-se à sua operacionalização, onde foram destacadas as variáveis dependentes e independentes, definidos os conceitos, estabelecidas as dimensões e apontados os indicadores respetivos de cada uma delas. Posteriormente foi definida a amostra analisada ao longo do trabalho através da seleção de uma técnica de amostragem estratificada. Com base nesta amostra foram escolhidos os métodos e técnicas mais adequados para trabalhar nesta investigação. Finalmente, após abordadas todas as etapas procedemos à elaboração de um inquérito por questionário dotado de inúmeras questões de variados tipos. Este inquérito provém dos indicadores resultantes da operacionalização das hipóteses e foi elaborado com o objetivo de as vir a confirmar ou infirmar. Contudo, este inquérito não teve aplicação o que não permitiu chegar a uma conclusão acerca das hipóteses traçadas e da sua possível confirmação. 13 Bibliografia Bruto da Costa, Alfredo et. al (1998), Pobreza e Exclusão Social em Portugal: A Região de Lisboa e Vale do Tejo, PDF em <https://www.cesis.org/admin/modulo_news/ficheiros_noticias/20150814163736- 1pobreza_e_exclusao_social_em_portugal_rl_vt.pdf >. Coimbra, Cecília (2001), Direitos Humanos e Criminalização da Pobreza, São Paulo, Universidade de São Paulo, tese de pós-doutoramento em Ciência Política. Lopes, Natânia (2011), Os bandidos da cidade: formas de criminalidade da pobreza e processo de criminalização dos pobres, Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, dissertação de mestrado em Ciências Sociais. Magalhães, Huacy (2012), “Violência criminal e pobreza: aspectos sociológicos na literatura brasileira” em Âmbito Jurídico, consultado a 17/11/2021 em <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-102/violencia-criminal-e-pobreza- aspectos- sociologicos-na-literatura-brasileira/amp/>. Misse, Michel (2011 [1995]) Cinco Teses Equivocadas sobre a Criminalidade Urbana no Brasil – Uma Abordagem Crítica, Acompanhada de Sugestões para uma Agenda de Pesquisas, Rio de Janeiro, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Saraiva, Miguel et. al (2021), Perfis Territoriais de Criminalidade em Portugal (2009-2019), Finisterra, ISSN: 0430-5027, pp. 49-73. 14 TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO DE PESQUISA ACADÉMICA Prezados inquiridos, somos as alunas Alzira Buba, Bárbara Fontinha, Carolina Sanches e Mariana Esteves e vimos convidar-vos a colaborar connosco no projeto académico que estamos a desenvolver sendo que, sem a vossa ajuda será impossível concluir o mesmo. Este projeto “Pobreza e Criminalidade” está a ser realizado no âmbito da unidade curricular Metodologias de Base Quantitativa integrada no 2º ano de licenciatura no curso de Sociologia na instituição Universidade da Beira Interior e, o mesmo visa averiguar se existe relação direta entre os fatores pobreza e criminalidade bem como compreender essa mesma relação, caso exista. Assim, solicitamos apenas que de forma voluntária preencha o inquérito em anexo de modo que, a qualquer momento pode decidir não participar sem que daí advenha qualquer tipo deprejuízo para si. Referimos desde já que o mesmo não terá riscos, inconvenientes ou custos para o inquirido e todas as informações obtidas serão utilizadas apenas para alcançar os objetivos acima mencionados. Garantimos então a confidencialidade de todos os dados uma vez que todos eles serão utilizados sob codificação e informamos também que nenhum dos investigadores envolvidos obterá quaisquer benefícios financeiros ou outros, para além dos académicos e científicos. No caso de dúvida em relação ao estudo pode colocar a mesma através dos e-mails: alzira.manuel.buba@ubi.pt; barbara.fontinha@ubi.pt; carolina.m.sanches@ubi.pt; mariana.esteves@ubi.pt. Termo de consentimento Ao assinar este documento confirmo que aceitei participar no estudo e, esclareço ainda que fui devidamente informado(a) pelas investigadoras acerca da pesquisa assim como de todos os procedimentos envolvidos na mesma, acerca de como os dados serão tratados e foi ainda garantido poder retirar o meu consentimento a qualquer momento da aplicação do questionário. Local: Data: Assinatura do participante: Universidade da Beira Interior Faculdade de Ciências Sociais e Humanas 15 Inquérito Módulo Sociográfico Idade: _____ Sexo: � Masculino (1) � Feminino (2) � Prefiro não responder (99) Grau de escolaridade: � 1º ciclo (1) � 2º ciclo (2) � 3º ciclo (3) � Ensino Secundário (4) � Ensino Superior (5) � Analfabeto/a (6) � Sabe ler e escrever sem diploma (7) Este inquérito foi realizado no âmbito da disciplina curricular de Metodologias de Base Quantitativas, integrada no primeiro semestre do 2º ano da Licenciatura em Sociologia lecionada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, com o objetivo de confirmar se existe uma relação entre a pobreza e a criminalidade, tema central do nosso estudo. O presente inquérito é totalmente anónimo e confidencial, sendo os dados recolhidos objeto de tratamento estatístico, pelo que agradecemos a maior sinceridade nas suas respostas. Agradecemos desde já a sua disponibilidade e participação. Bem haja! 16 Região: * � Região Norte (1) � Região Centro (2) � Lisboa e Vale do Tejo (3) � Alentejo e Algarve (4) Estado Civil atual: * � Solteiro/a (1) � Casado/a (2) � Separado/a (3) � Divorciado/a (4) � Viúvo/a (5) � Não sabe (98) � Não responde (99) Por quantas pessoas é composto o seu agregado familiar? _______ Questões relacionadas com a Pobreza Atualmente em que situação é que se encontra: � Empregado/a (1) � Desempregado/a (2) � Reformado/a (3) � Inativo/a (4) � Estudante (5) � Outros? Quais? ______________________ 17 Se na pergunta anterior respondeu que se encontrava empregado, indique agora qual a sua profissão: ______________________ Se respondeu que se encontrava desempregado, indique há quanto tempo se encontra nessa situação: * � Há menos de 6 meses (1) � Entre 6 meses e 1 ano (2) � Há 1 ano (3) � Há mais de 1 ano e menos de 2 anos (4) � Há mais de 2 anos (5) � Não sabe (98) � Não responde (99) Nível de Rendimentos mensais: � Menos de 250€ (1) � Entre 250€ e 500€ (2) � Entre 500€ e 750€ (3) � Entre 750€ e 1000€ (4) � Entre 1000€ e 1250€ (5) � Entre 1250€ e 1500€ (6) � Mais de 1500€ (7) � Sem rendimentos (8) Possui Propriedades? � Sim (1) � Não (2) Qual o tipo de propriedade que possui: _______________________________ 18 A sua propriedade possui condições de habitabilidade? � Sim (1) � Não (2) Numa escala entre 1 (péssima relação) e 10 (excelente relação), como classifica as suas relações: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. familiares � � � � � � � � � � laborais � � � � � � � � � � com o Estado � � � � � � � � � � comunitárias � � � � � � � � � � Péssima relação Excelente Relação Ordene as seguintes relações, segundo a sua opinião, de 1 (mais importante) a 4 (menos importante). ____ Relações familiares ____ Relações laborais ____ Relações com o Estado ____ Relações comunitárias Em que medida te preocupas com as condições de vida das pessoas carenciadas que habitam no teu bairro? * � Preocupa-me extremamente (4) � Preocupa-.me bastante (3) � Não me preocupa (2) � Não me preocupa absolutamente nada (1) � Não sabe (98) � Não Responde (99) 19 Estaria disposto a fazer alguma coisa para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas? * � Definitivamente que sim (4) � Sim (3) � Não (2) � Definitivamente que não (1) � Não sabe (98) � Não responde (99) Qual o grau de satisfação com que fica quando consegue ajudar alguém com poucas condições? � Extremamente satisfeito (4) � Satisfeito (3) � Insatisfeito (2) � Extremamente insatisfeito (1) � Não sabe (98) � Não responde (99) Questões relacionadas com a Criminalidade Considera que mora numa zona segura? � Sim (1) � Não (2) Como encara a problemática do crime na sua região? � Muito séria (4) � Um pouco séria (3) � Não muito séria (2) � Nada sério (1) 20 Sim (1) Não (2) Já cometeu algum ato criminoso? � � Já foi vítima de algum ato criminoso? � � Conhece alguém que se envolva em crimes? � � Conhece alguém que tenha sido vítima de crimes? � � Se respondeu sim a uma das questões anteriores identifique agora de que tipo eram os crimes. Pode assinalar mais do que uma resposta. � Danos patrimoniais � Danos contra a integridade física � Danos contra a integridade moral � Outros. Quais? ______________________________ Atribua uma nota de 1 (sem gravidade) a 10 (extremamente grave) a cada um dos seguintes crimes. ____ Tráfico ____ Vandalismo ____ Corrupção ____ Roubo ____ Difamação ____ Discriminação ____ Chantagem ____ Agressão ____ Violação ____ Homicídio Alguma vez se associou com outros indivíduos com o propósito de cometer crimes? � Sim (1) � Não (2) 21 Se respondeu afirmativamente à pergunta anterior, indique agora em que tipo de associação se organizou: � Gangs � Bandos � Quadrilhas � Máfias � Outro. Qual? __________________________ Questões relacionadas com outros fatores Considera que mora numa zona urbana? � Sim (1) � Não (2) Quais destes indicadores considera mais importante ter na sua região? Atribua uma nota de 1 (nada importante) a 10 (extremamente importante) a cada um deles segundo a importância que lhes atribui. ____ Saneamento ____ Arruamento ____ Edificações ____ Telecomunicações ____ Espaços Verdes ____ Espaços desportivos Qual o seu nível de concordância relativamente à seguinte afirmação: “Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente”. � Concordo plenamente (4) � Concordo (3) � Discordo (2) � Discordo plenamente (1) 22 Já ofereceu resistência contra algo instituído? � Sim (1) � Não (2) Essa resistência era de algum dos seguintes tipos? Pode assinalar mais do que uma opção. � Manifestações � Movimentos sociais � Motins � Rebelião � Outros. Quais? _________________________ Já teve presente o sentimento de repulsa perante alguma injustiça? � Sim (1) � Não (2) Esse sentimento ocorre: � Muito frequentemente (4) � Frequentemente (3) � Raramente (2) � Nunca (1) Qual o seu nível de concordância relativamente à seguinte afirmação: “O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais”. � Concordo plenamente (4) � Concordo (3) � Discordo (2) � Discordo plenamente (1) 23 Considera-se uma pessoa socialmente excluída? � Sim (1) � Não (2) Se respondeu afirmativamente à questão anterior identifique agora devido a que razão se sente excluído. Podeselecionar mais do que uma opção. � Condição Social � Condição Monetária � Orientação Sexual � Raça � Religião � Outro. Qual? ______________________________ Se respondeu à questão anterior ordene agora os seguintes indicadores de 1 (mais importante para ser incluído na vida em sociedade) a 5 (menos importante). ____ Condição Social ____ Condição Monetária ____ Orientação Sexual ____ Raça ____ Religião Qual o seu nível de concordância relativamente à seguinte afirmação: “A associação criminal leva à exclusão social”. � Concordo plenamente (4) � Concordo (3) � Discordo (2) � Discordo plenamente (1) Obrigada pela sua participação! Observação: Todas as questões assinaladas com * foram adaptadas do inquérito do EVS (European Values Study)
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