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Pobreza e Criminalidade

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas 
Departamento de Sociologia 
 
 
 
 
 
Pobreza e Criminalidade 
 
 
 
 
Discentes: 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho desenvolvido para a disciplina de Metodologias de Base Quantitativa 
 
Licenciatura em Sociologia 
(1º ciclo de estudos) 
 
 
Docente: Nuno Augusto 
 
 
Covilhã, dezembro de 2021 
 
 
 2 
Índice 
 
Introdução ................................................................................................................................................... 3 
Etapa 0 – Pergunta de Partida e Objetivos ............................................................................................... 4 
Etapa 1 – Enquadramento Teórico ............................................................................................................ 4 
Os Direitos não são Para Todos ............................................................................................................... 4 
Regiões Criminosas de Portugal .............................................................................................................. 5 
A Favela Portuguesa ................................................................................................................................ 5 
Os Crimes dos Pobres .............................................................................................................................. 6 
O Equívoco .............................................................................................................................................. 6 
Etapa 2 – Hipóteses ..................................................................................................................................... 7 
Etapa 3 – Operacionalização das Hipóteses .............................................................................................. 7 
Hipótese nº1 - O aumento da pobreza gera um aumento da criminalidade. ............................................. 7 
Hipótese nº2 – Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente. .................... 8 
Hipótese nº3 – O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais. ................................... 9 
Hipótese nº4 – A associação criminal leva à exclusão social. ................................................................ 10 
Etapa 4 – Seleção da População ou Amostra .......................................................................................... 11 
Etapa 5 – Seleção dos Métodos e Técnicas de Pesquisa ......................................................................... 11 
Conclusão ................................................................................................................................................... 12 
Bibliografia ................................................................................................................................................ 13 
Termo de Consentimento Informado ...................................................................................................... 14 
Inquérito .................................................................................................................................................... 15 
 
 
 
 3 
Introdução 
Este projeto foi realizado no âmbito da disciplina curricular de Metodologias de Base 
Quantitativas, lecionada pelo docente Nuno Augusto, integrada no primeiro semestre do 2º ano da 
Licenciatura em Sociologia lecionada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da 
Universidade da Beira Interior. 
De forma a desenvolver e consolidar os nossos conhecimentos adquiridos nesta unidade 
curricular ao longo do semestre, escolhemos uma temática relacionada com a pobreza e 
criminalidade, que tem como principal objetivo aferir e compreender se existe uma influência direta 
entre a pobreza e a criminalidade. 
Neste trabalho embebido de um carácter quantitativo, os alunos realizaram primeiramente um 
enquadramento teórico, de modo a, seguindo-se posteriormente das hipóteses resultantes do 
enquadramento anteriormente referido. Dele resulta também um inquérito, novamente realizado 
pelos alunos, que irá proporcionar uma resposta à pergunta de partida e aferir se esta é ou não 
confirmável. 
O presente trabalho foi realizado e dividido segundo seis etapas, inseridas na metodologia de 
construção de um inquérito. 
Etapa 0 – Pergunta de Partida e Objetivos 
Etapa 1 – Enquadramento Teórico 
Etapa 2 – Hipóteses 
Etapa 3 – Operacionalização das Hipóteses 
Etapa 4 – Seleção da População ou Amostra 
Etapa 5 – Seleção dos Métodos e Técnicas de Pesquisa 
Por fim, em anexo iremos apresentar o inquérito que realizámos e que nos foi bastante útil para 
estudar o enquadramento teórico da problemática.
 
 
 4 
Etapa 0 – Pergunta de Partida e Objetivos 
Pergunta de Partida: Qual a influência estabelecida entre a pobreza e a criminalidade? 
Objetivo Principal: Compreender se existe uma influência direta entre a pobreza e a criminalidade. 
De modo a obter um conhecimento mais alargado adicionámos ao objetivo principal cinco 
Objetivos Específicos que o complementam. Esses objetivos são: 
1. Compreender a relação entre os níveis de pobreza e a incidência de criminalidade; 
2. Analisar se existem padrões de criminalidade em determinadas zonas e se estão 
associados ao nível económico das mesmas; 
3. Identificar os fatores que determinam a pobreza extrema em determinadas zonas do 
país; 
4. Relacionar diferentes níveis de pobreza com crimes específicos; 
5. Considerar se outros fatores, além dos económicos, podem induzir a comportamentos 
criminais. 
 
Etapa 1 – Enquadramento Teórico 
Os Direitos não são Para Todos 
A autora Cecília Coimbra, no seu estudo “Direitos Humanos e Criminalização da Pobreza”, 
afirma que os direitos humanos são percebidos e atribuídos apenas a alguns fragmentos sociais, 
excluindo as camadas mais pobres, por conta da sua associação ao perigo e à criminalidade, aos 
quais, a sua predisposição é associada à natureza do indivíduo. 
De forma a erradicar o fenómeno da pobreza criminal, alguns autores defendem a ideia de “es-
terilizar os degenerados”, isto é, erradicar as misturas raciais e as raças naturalmente propensas à 
criminalidade, como resposta aos distúrbios sociais. A esta moção, deu-se o nome de “movimento 
higienista” cujo principal objetivo é o “saneamento moral”. 
A “epidemia” da moral degradada está associada à pobreza uma vez que, as famílias mais pobres 
apresentam vícios que propagam e colocam em risco toda a sociedade. Afirmam que os “pobres 
dignos” - aqueles que trabalham e cumprem os costumes religiosos - são-lhes atribuídos valores 
morais, uma vez que se encontram vulneráveis ao vício e à doença, devendo afastar os seus filhos 
 
 
 5 
do caminho vicioso. Ao contrário dos “pobres viciosos” - aqueles que vêm de famílias pobres e 
seguem hereditariamente o percurso do vício - são portadores de delinquência e perigo social, pelo 
que devem ser extintos. Desta forma, ficam justificadas as medidas coercitivas sobre estes, 
aplicadas a fim de livrar a sociedade da “sujeira humana”. 
Regiões Criminosas de Portugal 
A localização e o contexto espacial foram declarados pelos autores da escola de Chicago, como 
essencial para explicar as condutas delinquentes, defendendo que o tempo e o espaço podem ser 
determinantes positivos ou negativos da criminalidade. 
Numa onda de decréscimo, os crimes de roubo, furto e dano de propriedade privada ou 
patrimonial são os mais ordinários. Contrariamente, os crimes de violência, homicídio e violação, 
registaram um aumento. 
Em questões territoriais, os concelhos que apresentam índices mais baixos de criminalidade são 
sobretudo os da região Centro, Norte e Alentejo, constituídos de uma população mais envelhecida, 
com rendimentos mais baixos e consequentemente com menor poder de compra. Enquanto, 
especificamente nas regiõesde Lisboa, Porto, litoral alentejano e Algarve, se revelam com a maior 
incidência de criminalidade, associada ao elevado poder de compra e ao turismo. 
A Favela Portuguesa 
Entre os anos de 1960 e 1970, verificou-se um aumento exponencial nas regiões de Lisboa e 
Vale do Tejo, como provável causa da Guerra Colonial e da queda do império salazarista, que 
originou um incremento oscilatório da distribuição populacional portuguesa, passando a observar-
se um fenómeno de bipolarização das regiões de Lisboa e Porto, simultaneamente com um 
sobrepovoamento das regiões litorais. Esta situação propiciou ao desenvolvimento, embora 
inconsistente, de um conjunto de problemas urbanos nestas regiões, nomeadamente na região de 
Lisboa e Vale do Tejo, como a falta de condições habitacionais, a concentração de emprego nos 
grandes centros que limita a mobilidade dos residentes nas áreas periféricas, a insegurança e a 
criminalidade. Estas áreas, caracterizadas pela pobreza, desqualificação urbana, baixos níveis de 
educação e exclusão social, imergem muitas vezes associadas à prática de comportamentos de 
ricos, pelo que surgem frequentemente designadas por “territórios marginais”. A pobreza 
marginalizada de Lisboa e Vale do Tejo surge relacionada com os coeficientes da imigração, onde 
50% da população é representada por crianças e jovens, e as famílias são constituídas, por vezes, 
 
 
 6 
por mais de 6 elementos; o abandono escolar e a entrada no mercado de trabalho precoces, 
frequentemente antes ser atingida a idade legal para tal; diminuição dos rendimentos individuais e 
do agregado familiar, como consequência de situações de desemprego; disparidades salariais entre 
setores económicos e género; circunstâncias hostis recorrentes de abusos, maus tratos, abandono, 
mendicidade, prostituição, consumo de álcool e/ou narcóticos, e crimes; e as desigualdades de 
género, que afetam essencialmente as mulheres e se verifica uma acentuação da situação de pobreza 
dos agregados por estas representados. 
Os Crimes dos Pobres 
A ideia de que a pobreza é um itinerário do crime é corrente e é ainda mais acentuada pelo 
fundamento efetivo da predominância verificada dos crimes específicos, como o roubo e os crimes 
contra património, executados por posteriores detidos oriundos de famílias pobres. É crucial 
considerar que estas populações consideradas propensas à atividade criminal são sujeitas a uma 
vigilância policial mais frequente, uma vez que, consideravelmente, em situação de miséria, estes 
indivíduos são atraídos para os caminhos do crime para obter o seu sustento. Alba Zaluar defende 
que apesar das associações que possam ser feitas, não existe uma relação direta entre o crime e a 
pobreza e que qualquer indivíduo pobre que não seja corretamente encaminhado no seu percurso, 
é naturalmente impelido ao desvio e ao crime. 
A predominância de pessoas pobres detidas pode ser elucidada em duas perspetivas diferentes, 
a primeira é um sistema judicial eminentemente discriminatório, onde as pessoas de posses 
raramente são condenadas e quando o são excecionalmente cumprem pena; a segunda, sugere que, 
neste caso, os homens negros têm dificuldade em contornar as condições adversas e seguir um 
caminho favorável, acabando por se subjugar ao destino da criminalidade. Zaluar acredita que a 
extrema perseguição policial sobre estas populações acaba por também ser um fator de 
criminalidade, tendo em conta que os órgãos da justiça partirem do pressuposto de que o pobre é 
criminoso, até provas em contrário. 
O Equívoco 
O autor Michel Misse apresenta uma abordagem crítica assente em “cinco teses equivocadas” 
cujo objetivo é desassociar a pobreza social como fator de criminalidade. A primeira tese - a 
pobreza é a causa da criminalidade ou do aumento da violência urbana - é equivocada na medida 
em que, caso a pobreza fosse de facto a causalidade criminal, todos os pobres seriam criminosos, 
 
 
 7 
o que não é efetivo e com o qual os próprios não se identificam, crendo-se pessoas trabalhadoras 
e honestas. A segunda tese - o criminoso das áreas urbanas pobres é um herói que rouba aos ricos 
para dar aos pobres de forma a redistribuir a renda nacional de forma justa, tipo Robin Hood - é 
equivocada do ponto de vista temporal, pois remete-se à época de 1985 e não corresponde à 
realidade social atual. A terceira tese - a criminalidade é descendente direta de comunidades 
constituídas por escravos, pobres e negros - é equivocada porque não reúne uma continuidade 
histórica e também, tal como na primeira tese, por ser propagada através de senso comum. A quarta 
tese - os imigrantes das grandes cidades, lançados à miséria e ao isolamento dos vínculos 
comunitários, ocupam geralmente funções desqualificadas e são a personagem principal da 
violência urbana - é bastante difundida por meios como as novelas, baseia-se nas disparidades das 
taxas de criminalidade entre as grandes cidades e as periféricas e enfatiza uma representação falsa, 
etnocêntrica e racista. A quinta tese - o aumento da criminalidade é fator do aprofundamento de 
classe - é equivocada no sentido em que a maioria dos crimes violentos são contra os pobres e não 
os ricos, daí a necessidade de quebrar a relação entre o crime e os pobres. 
 
Etapa 2 – Hipóteses 
- O aumento da pobreza gera um aumento da criminalidade. 
- Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente. 
- O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais. 
- A associação criminal leva à exclusão social. 
 
Etapa 3 – Operacionalização das Hipóteses 
Hipótese nº1 - O aumento da pobreza gera um aumento da criminalidade. 
 
Definição das Variáveis: 
Variável Independente – Pobreza 
Variável Dependente – Criminalidade 
 
 
 
 
 8 
Operacionalização dos Conceitos: 
Pobreza: Entende-se por pobreza qualquer situação de carência de recursos, quer sejam eles 
económicos, habitacionais ou relacionais. 
Criminalidade: Entende-se por criminalidade qualquer ato que seja prejudicial ao património, ou 
que vão contra a integridade física ou moral. 
 
Dimensões e Indicadores: 
 
Variável Independente - Pobreza Variável Dependente - Criminalidade 
Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 
Recursos 
Económicos 
Recursos 
Habitacionais 
Recursos 
Relacionais 
Danos 
Patrimoniais 
Integridade 
Física 
Integridade 
Moral 
Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores 
Rendimento 
mensal 
Propriedade 
Património 
Tipo de 
propriedade 
Condições de 
habitabilidade 
Condições de 
salubridade 
Relação 
familiar 
Trabalho 
Relação com o 
Estado 
Relação com a 
comunidade 
 
Furtos 
Vandalismo 
Extorsão 
Corrupção 
Tráfico 
Fraude/Burla 
 
Suicídio 
Homicídio 
Violação 
Agressão 
 
Assédio 
sexual 
Discriminação 
Difamação 
Chantagem 
 
Hipótese nº2 – Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente. 
 
Definição das Variáveis: 
Variável Independente – Urbanização 
Variável Dependente – Criminalidade 
 
Operacionalização dos Conceitos: 
Urbanizada: Entende-se por região urbanizada uma região onde foram efetuadas alterações de 
modo a melhor servir a população. 
Criminalidade: Entende-se por criminalidade qualquer ato que seja prejudicial ao património, ou 
que vão contra a integridade física ou moral. 
 
 
 
 
 
 9 
Dimensões e Indicadores: 
 
Variável Independente - 
Urbanizada 
Variável Dependente - Criminalidade 
Dimensão 1 Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 
Alterações Urbanas Danos 
Patrimoniais 
Integridade 
Física 
Integridade 
Moral 
Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores 
Saneamento 
Arruamentos 
Edificações 
Telecomunicações 
Espaços Verdes 
Espaços desportivos 
Furtos 
Vandalismo 
Extorsão 
Corrupção 
Tráfico 
Fraude/Burla 
 
Suicídio 
Homicídio 
Violação 
Agressão 
 
Assédio sexual 
Discriminação 
Difamação 
Chantagem 
 
Hipótesenº3 – O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais. 
 
Definição das Variáveis: 
Variável Independente – Revolta 
Variável Dependente – Comportamentos criminais 
 
Operacionalização dos Conceitos: 
Revolta: Entende-se por revolta qualquer ato de resistência contra algo instituído ou sentimento de 
repulsa perante injustiças. 
Comportamentos Criminais: Entende-se por comportamentos criminais quaisquer comportamentos 
que sejam prejudiciais ao património, ou que vão contra a integridade física ou moral. 
 
Dimensões e Indicadores: 
 
Variável Independente - Revolta Variável Dependente - Criminalidade 
Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 
Resistência Repulsa Danos 
Patrimoniais 
Integridade 
Física 
Integridade 
Moral 
Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores 
 
 
 10 
Manifestações 
Movimentos 
Sociais 
Motim 
Rebelião 
Muito 
frequente 
Frequente 
Pouco 
frequente 
Nada 
frequente 
 
Furtos 
Vandalismo 
Extorsão 
Corrupção 
Tráfico 
Fraude/Burla 
 
Suicídio 
Homicídio 
Violação 
Agressão 
 
Assédio sexual 
Discriminação 
Difamação 
Chantagem 
 
 
Hipótese nº4 – A associação criminal leva à exclusão social. 
 
Definição das Variáveis: 
Variável Independente – Associação criminal 
Variável Dependente – Exclusão social 
 
Operacionalização dos Conceitos: 
Associação Criminal: Entende-se por associação criminal a união de indivíduos com o propósito 
de cometer crime que sejam prejudiciais ao património, ou que vão contra a integridade física ou 
moral. 
Exclusão Social: Entende-se por exclusão social o afastamento de indivíduos da vida em sociedade. 
 
Dimensões e Indicadores: 
 
Variável Independente – Associação Criminal Variável Dependente – 
Exclusão Social 
Dimensão 1 Dimensão 2 Dimensão 3 Dimensão 4 Dimensão 1 
União de 
indivíduos 
Danos 
Patrimoniais 
Integridade 
Física 
Integridade 
Moral 
Afastamento da vida em 
sociedade 
Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores Indicadores 
Gangs 
Bando 
Quadrilha 
Máfias 
 
Furtos 
Vandalismo 
Extorsão 
Corrupção 
Tráfico 
Fraude/Burla 
 
Suicídio 
Homicídio 
Violação 
Agressão 
 
Assédio sexual 
Discriminação 
Difamação 
Chantagem 
Condição social 
Condição monetária 
Orientação sexual 
Raça 
Religião 
 
 
 
 
 11 
Etapa 4 – Seleção da População ou Amostra 
Para auxiliar o nosso estudo decidimos recorrer a uma técnica de amostragem probabilística, 
mais concretamente a uma amostragem estratificada, para a qual selecionamos uma amostra de 500 
indivíduos. De forma a representar equitativamente os dois sexos, na nossa amostra incluímos a 
mesma quantidade de indivíduos do Sexo Masculino e Feminino, inquirindo assim 250 indivíduos 
de cada sexo. 
Recorrendo a dados do INE, esta amostra foi ainda distribuída de forma representativa da 
realidade portuguesa, pelas características Idade e Origem Regional, que se juntam à característica 
Sexo referida anteriormente. A distribuição segundo a idade vai ser feita através de três grandes 
grupos, os Jovens entre os 15 e 29 anos, os Adultos entre os 30 e os 65 anos e os Idosos com 66 
anos ou mais. Ao nível da região a distribuição vai contemplar quatro regiões de Portugal 
Continental, nomeadamente a região Norte, a região Centro, a região de Lisboa e Vale do Tejo e a 
região do Alentejo e Algarve. 
 
Etapa 5 – Seleção dos Métodos e Técnicas de Pesquisa 
O método escolhido para nos auxiliar na realização deste trabalho foi o método quantitativo, 
socorrido da administração direta de um inquérito por questionário. Ao longo de todo o inquérito 
foram aplicadas questões abertas, semi-abertas, fechadas, de resposta múltipla, e também escalas 
de atitudes. 
Uma vez que o tema do nosso trabalho pode ser sensível para algumas pessoas, dado que acaba 
por dizer respeito à vida privada dos indivíduos, optamos por fazer uma administração direta do 
inquérito de forma a diminuir a tensão psicossocial entre o investigador e o inquirido. O facto de 
recorrermos a este tipo de administração vai permitir um maior à vontade por parte do inquirido, 
permitindo uma maior sinceridade e diminuindo a possibilidade de falseamento das suas respostas, 
uma vez que com este tipo de administração o preenchimento do inquérito é anónimo e 
confidencial, possibilitando uma maior abertura para opiniões e respostas sinceras acerca da 
temática. 
 
 
 
 12 
Conclusão 
No decorrer deste trabalho e de modo a facilitar a sua realização foram aplicadas as seis etapas 
da investigação. Num primeiro passo fomos recolher e analisar informação e estudos anteriores 
relativos a este tema, essenciais para conseguirmos elaborar o enquadramento teórico onde 
destacamos cinco aspetos fundamentais para a posterior elaboração das hipóteses. 
Delineadas as hipóteses procedeu-se à sua operacionalização, onde foram destacadas as 
variáveis dependentes e independentes, definidos os conceitos, estabelecidas as dimensões e 
apontados os indicadores respetivos de cada uma delas. Posteriormente foi definida a amostra 
analisada ao longo do trabalho através da seleção de uma técnica de amostragem estratificada. Com 
base nesta amostra foram escolhidos os métodos e técnicas mais adequados para trabalhar nesta 
investigação. 
Finalmente, após abordadas todas as etapas procedemos à elaboração de um inquérito por 
questionário dotado de inúmeras questões de variados tipos. Este inquérito provém dos indicadores 
resultantes da operacionalização das hipóteses e foi elaborado com o objetivo de as vir a confirmar 
ou infirmar. Contudo, este inquérito não teve aplicação o que não permitiu chegar a uma conclusão 
acerca das hipóteses traçadas e da sua possível confirmação. 
 
 
 13 
Bibliografia 
Bruto da Costa, Alfredo et. al (1998), Pobreza e Exclusão Social em Portugal: A Região de Lisboa 
e Vale do Tejo, PDF em 
<https://www.cesis.org/admin/modulo_news/ficheiros_noticias/20150814163736- 
1pobreza_e_exclusao_social_em_portugal_rl_vt.pdf >. 
Coimbra, Cecília (2001), Direitos Humanos e Criminalização da Pobreza, São Paulo, Universidade 
de São Paulo, tese de pós-doutoramento em Ciência Política. 
Lopes, Natânia (2011), Os bandidos da cidade: formas de criminalidade da pobreza e processo de 
criminalização dos pobres, Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 
dissertação de mestrado em Ciências Sociais. 
Magalhães, Huacy (2012), “Violência criminal e pobreza: aspectos sociológicos na literatura 
brasileira” em Âmbito Jurídico, consultado a 17/11/2021 em 
<https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-102/violencia-criminal-e-pobreza- aspectos-
sociologicos-na-literatura-brasileira/amp/>. 
Misse, Michel (2011 [1995]) Cinco Teses Equivocadas sobre a Criminalidade Urbana no Brasil – 
Uma Abordagem Crítica, Acompanhada de Sugestões para uma Agenda de Pesquisas, Rio 
de Janeiro, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. 
Saraiva, Miguel et. al (2021), Perfis Territoriais de Criminalidade em Portugal (2009-2019), 
Finisterra, ISSN: 0430-5027, pp. 49-73. 
 
 
 14 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO DE PESQUISA ACADÉMICA 
Prezados inquiridos, somos as alunas Alzira Buba, Bárbara Fontinha, Carolina Sanches e 
Mariana Esteves e vimos convidar-vos a colaborar connosco no projeto académico que estamos a 
desenvolver sendo que, sem a vossa ajuda será impossível concluir o mesmo. 
Este projeto “Pobreza e Criminalidade” está a ser realizado no âmbito da unidade curricular 
Metodologias de Base Quantitativa integrada no 2º ano de licenciatura no curso de Sociologia na 
instituição Universidade da Beira Interior e, o mesmo visa averiguar se existe relação direta entre 
os fatores pobreza e criminalidade bem como compreender essa mesma relação, caso exista. 
Assim, solicitamos apenas que de forma voluntária preencha o inquérito em anexo de modo 
que, a qualquer momento pode decidir não participar sem que daí advenha qualquer tipo deprejuízo para si. Referimos desde já que o mesmo não terá riscos, inconvenientes ou custos para o 
inquirido e todas as informações obtidas serão utilizadas apenas para alcançar os objetivos acima 
mencionados. Garantimos então a confidencialidade de todos os dados uma vez que todos eles 
serão utilizados sob codificação e informamos também que nenhum dos investigadores envolvidos 
obterá quaisquer benefícios financeiros ou outros, para além dos académicos e científicos. 
No caso de dúvida em relação ao estudo pode colocar a mesma através dos e-mails: 
alzira.manuel.buba@ubi.pt; barbara.fontinha@ubi.pt; carolina.m.sanches@ubi.pt; 
mariana.esteves@ubi.pt. 
 
Termo de consentimento 
Ao assinar este documento confirmo que aceitei participar no estudo e, esclareço ainda que fui 
devidamente informado(a) pelas investigadoras acerca da pesquisa assim como de todos os 
procedimentos envolvidos na mesma, acerca de como os dados serão tratados e foi ainda garantido 
poder retirar o meu consentimento a qualquer momento da aplicação do questionário. 
 
Local: Data: 
Assinatura do participante: 
Universidade da Beira Interior 
Faculdade de Ciências Sociais 
e Humanas 
 
 
 
 15 
Inquérito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo Sociográfico 
 
Idade: 
_____ 
 
Sexo: 
� Masculino (1) 
� Feminino (2) 
� Prefiro não responder (99) 
 
Grau de escolaridade: 
� 1º ciclo (1) 
� 2º ciclo (2) 
� 3º ciclo (3) 
� Ensino Secundário (4) 
� Ensino Superior (5) 
� Analfabeto/a (6) 
� Sabe ler e escrever sem diploma (7) 
Este inquérito foi realizado no âmbito da disciplina curricular de Metodologias de Base 
Quantitativas, integrada no primeiro semestre do 2º ano da Licenciatura em Sociologia 
lecionada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, com 
o objetivo de confirmar se existe uma relação entre a pobreza e a criminalidade, tema central 
do nosso estudo. 
O presente inquérito é totalmente anónimo e confidencial, sendo os dados recolhidos objeto de 
tratamento estatístico, pelo que agradecemos a maior sinceridade nas suas respostas. 
Agradecemos desde já a sua disponibilidade e participação. Bem haja! 
 
 
 
 
 16 
Região: * 
� Região Norte (1) 
� Região Centro (2) 
� Lisboa e Vale do Tejo (3) 
� Alentejo e Algarve (4) 
 
 
Estado Civil atual: * 
� Solteiro/a (1) 
� Casado/a (2) 
� Separado/a (3) 
� Divorciado/a (4) 
� Viúvo/a (5) 
� Não sabe (98) 
� Não responde (99) 
 
Por quantas pessoas é composto o seu agregado familiar? 
_______ 
 
 
Questões relacionadas com a Pobreza 
 
Atualmente em que situação é que se encontra: 
� Empregado/a (1) 
� Desempregado/a (2) 
� Reformado/a (3) 
� Inativo/a (4) 
� Estudante (5) 
� Outros? Quais? 
______________________ 
 
 
 17 
Se na pergunta anterior respondeu que se encontrava empregado, indique agora qual a sua 
profissão: 
______________________ 
 
Se respondeu que se encontrava desempregado, indique há quanto tempo se encontra nessa 
situação: * 
� Há menos de 6 meses (1) 
� Entre 6 meses e 1 ano (2) 
� Há 1 ano (3) 
� Há mais de 1 ano e menos de 2 anos (4) 
� Há mais de 2 anos (5) 
� Não sabe (98) 
� Não responde (99) 
 
Nível de Rendimentos mensais: 
� Menos de 250€ (1) 
� Entre 250€ e 500€ (2) 
� Entre 500€ e 750€ (3) 
� Entre 750€ e 1000€ (4) 
� Entre 1000€ e 1250€ (5) 
� Entre 1250€ e 1500€ (6) 
� Mais de 1500€ (7) 
� Sem rendimentos (8) 
 
Possui Propriedades? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
Qual o tipo de propriedade que possui: 
_______________________________ 
 
 
 
 18 
A sua propriedade possui condições de habitabilidade? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
Numa escala entre 1 (péssima relação) e 10 (excelente relação), como classifica as suas relações: 
 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 
familiares � � � � � � � � � � 
laborais � � � � � � � � � � 
com o Estado � � � � � � � � � � 
comunitárias � � � � � � � � � � 
 
 Péssima relação Excelente Relação 
 
Ordene as seguintes relações, segundo a sua opinião, de 1 (mais importante) a 4 (menos 
importante). 
____ Relações familiares 
____ Relações laborais 
____ Relações com o Estado 
____ Relações comunitárias 
 
Em que medida te preocupas com as condições de vida das pessoas carenciadas que habitam no 
teu bairro? * 
� Preocupa-me extremamente (4) 
� Preocupa-.me bastante (3) 
� Não me preocupa (2) 
� Não me preocupa absolutamente nada (1) 
� Não sabe (98) 
� Não Responde (99) 
 
 
 
 
 
 19 
Estaria disposto a fazer alguma coisa para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas? * 
� Definitivamente que sim (4) 
� Sim (3) 
� Não (2) 
� Definitivamente que não (1) 
� Não sabe (98) 
� Não responde (99) 
 
Qual o grau de satisfação com que fica quando consegue ajudar alguém com poucas condições? 
� Extremamente satisfeito (4) 
� Satisfeito (3) 
� Insatisfeito (2) 
� Extremamente insatisfeito (1) 
� Não sabe (98) 
� Não responde (99) 
 
 
Questões relacionadas com a Criminalidade 
 
Considera que mora numa zona segura? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
Como encara a problemática do crime na sua região? 
� Muito séria (4) 
� Um pouco séria (3) 
� Não muito séria (2) 
� Nada sério (1) 
 
 
 
 
 20 
 Sim (1) Não (2) 
Já cometeu algum ato criminoso? � � 
Já foi vítima de algum ato criminoso? � � 
Conhece alguém que se envolva em crimes? � � 
Conhece alguém que tenha sido vítima de crimes? � � 
 
Se respondeu sim a uma das questões anteriores identifique agora de que tipo eram os crimes. Pode 
assinalar mais do que uma resposta. 
� Danos patrimoniais 
� Danos contra a integridade física 
� Danos contra a integridade moral 
� Outros. Quais? ______________________________ 
 
Atribua uma nota de 1 (sem gravidade) a 10 (extremamente grave) a cada um dos seguintes crimes. 
____ Tráfico 
____ Vandalismo 
____ Corrupção 
____ Roubo 
____ Difamação 
____ Discriminação 
____ Chantagem 
____ Agressão 
____ Violação 
____ Homicídio 
 
Alguma vez se associou com outros indivíduos com o propósito de cometer crimes? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
 
 
 
 21 
Se respondeu afirmativamente à pergunta anterior, indique agora em que tipo de associação se 
organizou: 
� Gangs 
� Bandos 
� Quadrilhas 
� Máfias 
� Outro. Qual? __________________________ 
 
 
Questões relacionadas com outros fatores 
 
Considera que mora numa zona urbana? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
Quais destes indicadores considera mais importante ter na sua região? Atribua uma nota de 1 (nada 
importante) a 10 (extremamente importante) a cada um deles segundo a importância que lhes 
atribui. 
____ Saneamento 
____ Arruamento 
____ Edificações 
____ Telecomunicações 
____ Espaços Verdes 
____ Espaços desportivos 
 
Qual o seu nível de concordância relativamente à seguinte afirmação: 
“Quanto mais urbanizada é a região maior é a criminalidade nela existente”. 
� Concordo plenamente (4) 
� Concordo (3) 
� Discordo (2) 
� Discordo plenamente (1) 
 
 
 22 
Já ofereceu resistência contra algo instituído? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
Essa resistência era de algum dos seguintes tipos? Pode assinalar mais do que uma opção. 
� Manifestações 
� Movimentos sociais 
� Motins 
� Rebelião 
� Outros. Quais? _________________________ 
 
Já teve presente o sentimento de repulsa perante alguma injustiça? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
Esse sentimento ocorre: 
� Muito frequentemente (4) 
� Frequentemente (3) 
� Raramente (2) 
� Nunca (1) 
 
Qual o seu nível de concordância relativamente à seguinte afirmação: 
“O sentimento de revolta dá origem a comportamentos criminais”. 
� Concordo plenamente (4) 
� Concordo (3) 
� Discordo (2) 
� Discordo plenamente (1) 
 
 
 
 
 
 
 23 
Considera-se uma pessoa socialmente excluída? 
� Sim (1) 
� Não (2) 
 
Se respondeu afirmativamente à questão anterior identifique agora devido a que razão se sente 
excluído. Podeselecionar mais do que uma opção. 
� Condição Social 
� Condição Monetária 
� Orientação Sexual 
� Raça 
� Religião 
� Outro. Qual? ______________________________ 
 
Se respondeu à questão anterior ordene agora os seguintes indicadores de 1 (mais importante para 
ser incluído na vida em sociedade) a 5 (menos importante). 
____ Condição Social 
____ Condição Monetária 
____ Orientação Sexual 
____ Raça 
____ Religião 
 
Qual o seu nível de concordância relativamente à seguinte afirmação: 
“A associação criminal leva à exclusão social”. 
� Concordo plenamente (4) 
� Concordo (3) 
� Discordo (2) 
� Discordo plenamente (1) 
 
 
Obrigada pela sua participação! 
Observação: Todas as questões assinaladas com * foram adaptadas do inquérito do EVS (European Values Study)

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