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Disciplina 01 - Introdução ao Direito Constitucional

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Noções gerais do 
Direito
 
SST
Fernandes, Raquel
Noções gerais do Direito / Raquel Fernandes 
Ano: 2020
nº de p.: 11
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
3
Noções gerais do Direito
Apresentação
Nesta unidade, compreenderemos que a doutrina organiza um sistema normativo, 
levando em consideração alguns aspectos. Verificaremos que essas divisões são 
meramente didáticas, visto que, na prática, um sistema jurídico é dinâmico e as 
linhas de divisões são tênues. Assim, estudaremos como o Direito conceitua as 
figuras do Estado, Nação e País. Perceberemos que a classificação em direito 
público e privado leva em consideração a participação do Estado na relação. E, por 
fim, verificaremos o conceito de ramos do Direito.
CONCEITO DE ESTADO 
Antes de falarmos sobre os ramos do Direito, é necessário que você entenda quem é 
o Estado. Para o direito, o Estado é o conjunto de instituições sociais que constituem
a organização política de um povo que vive em um determinado território. A ideia
de Estado está atrelada à de bem comum, ou seja, as ações do Estado devem estar
sempre direcionadas ao bem de todos.
Em relação ao exame a partir da perspectiva jurídica, Estado, Nação 
e País são conceituados de formas distintas. Todavia, em outros 
campos do saber são considerados como institutos semelhantes. Por 
isso, é preciso verificar sob qual ótica esses estão sendo analisados.
Reflita
Assim, conforme Dallari (2012), a concepção de Estado como pessoa jurídica 
representa um extraordinário sentido da disciplina jurídica do interesse coletivo.
As nações seriam organizações que antecedem a formação estatal e possuem 
finalidade mais humana. Ou seja, essa categoria está dotada de subjetividade, visto 
que é composta por membros em uma dada localização geográfica e unidos por 
elementos como identidade cultural, laços históricos, econômicos e linguísticos. 
4
Assim, é o povo de um determinado território, regido por leis emanadas de um poder 
e postas por uma autoridade competente.
A figura a seguir traz os elementos constitutivos da nação.
Elementos constituvos da nação
Povo Poder
Território
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
No Brasil, o Estado é quem elabora, edita e aprova as leis por meio do poder 
legislativo e, às vezes, do poder executivo. Além disso, o Estado é o responsável por 
aplicar sanções em caso de descumprimento destas.
Já um país é uma designação geográfica que coincide, em regra, com a conceituação 
de Estado. Também é um termo geralmente utilizado como sinônimo de pátria. Todavia, 
a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que pode haver Estado sem país 
(Cavaleiros de Malta), bem como nação sem país (Povos Ciganos).
Na realidade, os termos guardam semelhanças entre si, como mostra a figura: 
Interação
País
Estado Nação
Fonte: Elaborado pela autora (2020).
5
CLASSIFICAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO E 
DIREITO 
No Direito, tem-se a chamada dicotomia, que é a divisão de um elemento em duas 
partes e, nesse caso, o Direito é dividido entre público e privado. Assim, os entes que 
forem do Direito Público serão exclusivos deste, não configurando o Direito Privado, 
e os entes que forem do Direito Privado serão exclusivos deste, não configurando o 
Direito Público.
As origens históricas dessa classificação rementem ao período romano, quando 
tal divisão decorreu do entendimento de que a esfera pública era lugar de ação, de 
encontro de pessoas que se governam, enquanto o lugar privado era a casa e as 
atividades voltadas à sobrevivência.
O Direito Público surge das necessidades de tutelar a “res publica”, 
ou seja, a coisa pública.
Saiba mais
No Estado Moderno, a dicotomia Direito Público e Direito Privado fica evidente, uma 
vez que houve a separação entre Estado e sociedade nos conformes do liberalismo, 
que defende a liberdade individual, privada, nas esferas econômica, política, religiosa 
e intelectual. Nesse período, o princípio da livre concorrência regia a esfera privada, 
ou seja, os preços eram fixados livremente. E, ao Estado, esfera pública, cabia 
apenas preservar a ordem interna e fazer a manutenção da paz.
Nesse mesmo período, começam a acontecer processos de concentração 
econômica, o que trouxe conflitos sociais. Assim, houve o comprometimento do 
mercado livre e do liberalismo, com a necessidade de intervenção do Estado nesses 
conflitos sociais.
No decorrer do século XX, a intervenção estatal generalizou-se, fazendo com que 
novos conflitos emergissem, muito em função da atuação estatal ultrapassar os 
limites da esfera privada. Dessa forma, o Estado passou a assumir funções na vida 
social, passando a gerir serviços que antes eram realizados pela esfera privada, 
6
como fiscalização de contratos de trabalho e distribuição de bens e serviços, 
remetendo aos dias atuais.
Por consequência desse contexto histórico, o Direito Público remete ao conjunto 
de normas jurídicas de natureza pública, o que compreende as normas que regem 
a relação entre o particular e o Estado; e as normas que regulam as funções, 
atividades e organizações do Estado. Por outro lado, o Direito Privado caracteriza 
o conjunto de normas jurídicas de natureza privada, ou seja, normas jurídicas que 
regulamentam as relações entre os particulares.
No Direito Privado, aplica-se o princípio da legalidade, no sentido de que é permitido 
fazer tudo o que a lei não obriga ou proíbe; e o princípio da autonomia privada, o qual 
permite aos particulares a regulação de seus interesses, desde que não violem ou 
contrariem normas jurídicas.
As primeiras dimensões dos direitos fundamentais surgem 
buscando limitar o poder do Estado sobre a vida privada. Assim, 
gera uma ampliação das normas de Direito Privado e um recuo das 
normas de Direito Público. 
Saiba mais
Para efeitos de estudos, o Direito é segmentado e agrupado em ramos, levando-
se em consideração a dicotomia público-privado. Entretanto, é importante sempre 
lembrar que ele é uno e que, por isso, todos os ramos são ligados. 
Quando da construção de um trabalho científico, chamamos os 
ramos do direito de área de concentração.
Saiba mais
Na sequência, vamos conhecer alguns ramos do Direito no âmbito público.
• Direito Internacional Público: refere-se às normas e regras jurídicas que condu-
zem as relações entre os Estados (países), ou seja, regula o comportamento 
dos Estados e as organizações internacionais, como ONU, OEA, OIT e outras;
7
• Direito Constitucional: é constituído por princípios e normas que estruturam 
o Estado e garantem os direitos da sociedade. É fundamental para a organi-
zação e o funcionamento do Estado, o que inclui a estruturação política e as 
formas de administração do Estado;
• Direito Administrativo: é o conjunto de princípios e normas jurídicas que re-
gem as atividades e relações públicas dos agentes e órgãos públicos (exem-
plo: leis que regem a contratação de servidores públicos; leis que disciplinam 
os orçamentos públicos);
• Direito Eleitoral: é o conjunto de regras destinadas à escolha de representantes 
para a ocupação de cargos eletivos, o que inclui os sistemas eleitorais. Além dis-
so, essas regras disciplinam as formas de atuação da soberania do povo;
• Direito Penal: é o conjunto de princípios e normas jurídicas pelos quais o 
Estado aduz quais são os comportamentos humanos que devem sofrer san-
ções por serem reprováveis. Assim, o Estado proíbe determinadas ações e/ou 
omissões;
• Direito Tributário: define como os tributos serão cobrados dos contribuintes, 
ou seja, rege a relação jurídica entre o tesouro público e as pessoas;
• Direito Processual: traz normas jurídicas sobre como deve ser a sequência 
dos atos pelos quais um processo deve acontecer. Assim, é o conjunto de 
normas sobre a organização dos tribunais e juízes que neles atuam;
• Direito Notarial: refere-se a alguns atos jurídicos que necessitam de publici-
dade e autenticidade pública, ou seja, precisam ser registrados em âmbito 
público. Dessa forma, surgeo Direito Notarial, que é o conjunto de normas que 
disciplinam as declarações humanas formuladas sob a autenticidade pública. 
Ainda que na prática utilizemos direito notarial como sinônimo de 
registral, são espécies distintas. O Direito Registral é um conjunto 
de princípios e normas jurídicas que regem a organização e o 
funcionamento do registro de imóveis.
Saiba mais
• Direito Imobiliário: regulamenta aspectos da vida privada relacionados a bens 
imóveis, como aluguel, condomínios, compra e venda de imóveis, financia-
mento de casas próprias e outros;
• Direito Internacional Privado: são as normas jurídicas internas dos Estados (paí-
ses), que têm por objetivo solucionar conflitos existentes quando se aplica a le-
8
gislação de outros países. Como exemplo, podemos citar questões de naciona-
lidade; de herança de pessoas que deixaram patrimônio em vários países; e de 
acordos e contratos comerciais para importação e exportação de produtos;
• Direito Civil: pode ser considerado um ramo do Direito, pois é dele que decor-
rem outros sub-ramos, como Direito Empresarial, Direito de Família e Direitos 
das Sucessões. É o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem as 
relações jurídicas entre as pessoas, físicas ou jurídicas. Regula as relações 
patrimoniais, familiares, sucessórias, empresariais e obrigacionais entre os 
indivíduos de uma sociedade;
• Direito Empresarial: é o conjunto de regras jurídicas que regem as atividades 
e as relações das empresas e dos empresários.
• Direito de Família: é o conjunto de normas jurídicas que regem a estrutura, a 
organização e a proteção da família. Portanto, trata das relações familiares e 
das obrigações advindas dessas relações.
Atualmente, a doutrina reconhece o Direito de Família como um 
ramo autônomo do direito civil. Todavia, não há consenso quanto 
a essa autonomia.
Saiba mais
• Direito das Sucessões: é o conjunto de normas jurídicas que disciplinam a 
transferência de patrimônios aos herdeiros.
É importante ressaltar que existem outros ramos do Direito nos âmbitos públicos e 
privados.
Além disso, existem diversas discussões entre juristas quanto a alguns direitos 
serem públicos ou privados, como é o caso do Direito do Trabalho e do Direito 
Ambiental, pois, embora tenham características de Direito Privado, em alguns casos, 
o Estado intervém nas relações jurídicas e substitui a manifestação da vontade das 
partes envolvidas nos casos. Para compreender um pouco mais sobre eles, vamos 
aos referidos direitos.
• Direito Ambiental: é o conjunto de normas jurídicas que buscam um meio am-
biente saudável, equilibrado e íntegro. A proteção do meio ambiente constitui 
obrigação de titularidade coletiva, fazendo parte dos Direitos Humanos;
9
• Direito do Trabalho: é o conjunto de princípios e normas jurídicas que discipli-
nam as relações entre empregados e empregadores.
A chamada ala progressista do Direito ainda reconhece outros ramos 
que seriam autônomos. A exemplo, atualmente temos um forte 
movimento que fala na construção do ramo do Direito do Animal.
Saiba mais
10
FECHAMENTO
Nesta unidade, verificamos que apesar de, no cotidiano, utilizarmos os temos 
Estado, País e Nação como sinônimos, para o Direito, essas são categorias distintas 
que, apesar de não se confundirem, guardam íntima relação entre si.
Vimos ainda que, doutrinariamente, podemos organizar as normas jurídicas como direito 
público e privado. Nesse momento, conseguimos compreender que a distinção entre 
esses termos se estabelece em relação a quanto o Estado participa da relação.
Por fim, verificamos a organização das normas de um sistema jurídico relacionadas ao 
ramo a que pertencem e que essa classificação está em processo de modificação, ao 
passo que alguns ramos tomam independência e outros são criados.
11
Referências
DALLARI, D. A. Elementos da teoria geral do Estado. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Estado e Pensamento Político | 
Introdução 
www.cenes.com.br | 1 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
INTRODUÇÃO AO DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
CONTEÚDO 
Estado e Pensamento Político 
Estado e Pensamento Político | 
Introdução 
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Estado e Pensamento Político | 
Introdução 
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Sumário 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
2 Formação do pensamento político ------------------------------------------------------------------- 4 
2.1 Pensamento político na Grécia Antiga ----------------------------------------------------------------------------- 5 
2.1.1 Platão ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 
2.1.2 Aristóteles ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7 
2.2 Percepção de Estado Durante a Idade Média -------------------------------------------------------------------- 9 
2.2.1 Santo Agostinho ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10 
2.2.2 São Tomás de Aquino ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 12 
3 Pilares do Estado Moderno ---------------------------------------------------------------------------- 13 
3.1 Nicolau Maquiavel ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 
3.1.1 O Príncipe ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 
3.1.2 Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio --------------------------------------------------------------------------- 15 
4 Os contratualistas e o Estado Moderno ------------------------------------------------------------16 
4.1 Thomas Hobbes -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 17 
4.2 Jean-Jacques Rousseau ----------------------------------------------------------------------------------------------- 19 
4.3 John Locke --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21 
5 Formação do pensamento político contemporâneo -------------------------------------------- 23 
5.1 Immanuel Kant --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 23 
5.2 Karl Marx ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25 
5.3 Friedrich Nietzsche ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 27 
5.4 Max Weber -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28 
6 Concluindo -------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 
7 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 30 
 
 
Estado e Pensamento Político | 
Introdução 
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1 Introdução 
O Estado é o principal elemento nos estudos a respeito da Teoria Política, desta forma, 
o estudo acerca do seu surgimento e, principalmente, de suas origens se faz muito 
importante para compreendermos a sociedade em que vivemos atualmente. Diante 
disso, podemos destacar grandes contribuições à época, de filósofos clássicos como 
Platão, Aristóteles, Hobbes, Locke e Rousseau, bem como de filósofos 
contemporâneos, como Kant, Marx, Nietzsche e Weber. 
 
Nesse momento, muitos autores do pensamento clássico se questionavam sobre os 
pilares que serviram como bases para a construção do Estado, da mesma forma que 
buscavam definir os limites de sua intervenção na vida privada das pessoas. Um 
exemplo disso foi Rousseau que, na sua obra “O Contrato Social”, definiu o porquê de 
o homem nascer livre e ter sua vida privada limitada pelo poder estatal. Esses são 
aspectos fundamentais que devem ser trabalhados para que o estudante possa 
compreender o movimento realizado pelos Estados atuais. 
 
2 Formação do pensamento político 
Inicialmente, para que seja possível analisarmos de forma coerente a formação do 
pensamento político e as contribuições feitas ao longo dos séculos, precisamos partir 
do início. Com a evolução da sociedade humana surgiram diversos pensamentos, 
dogmas, teorias, correntes filosóficas e sociológicas que contribuíram 
significativamente para o desenvolvimento na época e, até hoje, são considerados 
essenciais para o estudo do pensamento político. 
 
Neste sentido, merece um papel de destaque o pensamento político grego, 
representado pelos pensadores Sócrates, Platão e Aristóteles, pois, assim como em 
outras áreas, esses três filósofos foram imprescindíveis para a formação dos pilares da 
política na sociedade. 
 
Conforme destacam Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 17), “tanto a ética quanto a 
política, tal como as concebemos hoje, nasceram nas cidades gregas, entre os séculos 
VI e IV antes da era corrente. Não é por acaso que ainda as designamos com palavras 
Estado e Pensamento Político | 
Formação do pensamento político 
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gregas: ética vem do grego ethos (algo como “costumes”) e política de polis (algo 
como “cidade”)”. Na sequência, falaremos melhor sobre cada um desses autores, 
examinando a perspectiva de cada um. 
 
2.1 Pensamento político na Grécia Antiga 
Inicialmente, precisamos lembrar que a noção de política que temos hoje na sociedade 
surgiu como uma forma de crítica radical à democracia e ao movimento dos sofistas 
que a defendiam. Desta forma, podemos dizer que a ideia de política já era muito 
suscitada na antiguidade. No entanto, durante a época, os pensamentos eram 
simplesmente falados e as poucas coisas escritas acabavam se perdendo com 
facilidade. 
 
2.1.1 Platão 
O primeiro grande filósofo que apresentou inúmeras contribuições nesta área foi 
Sócrates, porém seus ensinamentos são passados através de terceiros, mais 
precisamente através de seu discípulo Platão, uma vez que o filósofo não deixou 
nenhuma obra escrita. 
 
 
SÓCRATES foi um grande filósofo, os registros datam seu nascimento em 
aproximadamente 470 a.C, na cidade de Atenas, na Grécia Antiga. Devido a sua 
inteligência e sagacidade, durante os anos de 406 e 405 a.C, integrou o conselho 
legislativo de Atenas, mas, no ano seguinte, arriscou a própria vida quando se negou 
a colaborar com as manobras políticas idealizadas pela dinastia dos Trinta Tiranos, que 
governavam a na época cidade. Depois desse período, o filósofo ocupava seu tempo 
meditando e auxiliando seus discípulos na busca pela verdade, uma vez que as 
discussões da época giravam em torno do que é a verdade, o que é o bem e o que é 
a justiça. 
Estado e Pensamento Político | 
Formação do pensamento político 
www.cenes.com.br | 6 
 
Figura 01 – Sócrates 
 Fonte: Revista Esfinge. Disponível em: https://www.revistaesfinge.com.br/2018/09/01/socrates/.
 Acesso em: 18 mar. 21. 
 
No ano de 399 a.C, o filósofo foi acusado de cometer o crime de “impiedade”, também 
chamado de heresia, por negligenciar a adoração dos deuses e, consequentemente, 
corromper os jovens. Sócrates foi condenado e sentenciado à morte, devendo ingerir 
veneno. 
 
De acordo com Dalmo de Abreu Dallari (2011, p. 72), “no estado Grego o indivíduo 
tem uma posição peculiar. Há uma elite, que compõe a classe política, com intensa 
participação nas decisões do Estado, a respeito dos assuntos de caráter público. 
Entretanto, nas relações de caráter privado a autonomia da vontade individual é 
bastante restrita”. 
 
Assim, seguindo os passos de seu mentor, Platão não acreditava que a contagem de 
votos na assembleia, na polis (cidade), poderia ser capaz de determinar a verdade 
sobre os fatos que lhes eram suscitados. A principal questão para o filosofo era 
determinar o que seria uma polis totalmente justa. Durante este período, enquanto 
tentava solucionar tal questão, Platão escreveu a obra “A República”, que trata 
basicamente sobre a administração da cidade, em forma de diálogos. 
 
Geralmente, os diálogos apresentados por Platão não apresentavam respostas, pois o 
filósofo acreditava que o ser humano se tornava mais sábio pelo simples fato de 
Estado e Pensamento Político | 
Formação do pensamento político 
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reconhecer sua ignorância. No entanto, como escreveu a obra com o intuito de 
apresentar seu ponto de vista sobre o que achava ser uma cidade justa, destacam 
Ramos, Flamarion e Frateschi (2012, p. 24) que “Platão propõe uma mudança de 
perspectiva: que se deixe de considerar este ou aquele homem justo, esta ou aquela 
lei ou constituição justas (sempre pessoas e coisas particulares) e se passe a pensar 
no que seria a Cidade justa em geral. Será a partir da perspectiva da Cidade justa, 
ideal, que se poderá definir a justiça e distinguir o que é justo do que apenas parece 
justo”. 
 
Por óbvio, o modelo de cidade ideal apresentado pelo filósofo nunca foi colocado em 
prática, mas também não se trata de um modelo totalmente fantasioso. Atualmente, 
as cidades tentam seguir o modelo de justiça, contudo a sociedade, perdida nos 
conceitos de bem e justiça, muda constantemente de opinião. Assim, considerando os 
ensinamentos passados por Platão, os homens só serão bons e justos quando 
realmente conhecerem o bem e a justiça. 
 
No mais, dentre os grandes feitos de Platão, é válido destacar que, aos 40 anos de 
idade, o filósofo fundou uma instituição destinada à investigação filosófica, intitulada 
como “Academia”. Durante os anos em que lecionou na Academia, Platão orientou 
diversos discípulos,mas um deles merece destaque especial, Aristóteles iniciou seus 
estudos na Academia com 17 anos de idade e, embora discordasse de seu mentor em 
alguns aspectos, foi muito influenciado por ele. 
 
2.1.2 Aristóteles 
Aristóteles nasceu em 384 a.C, na cidade de Estagira, na Macedônia. Com 17 anos de 
idade partiu para Atenas em busca de conhecimento, chegando lá iniciou seus estudos 
na Academia de Platão e, devido a sua notória inteligência, logo caiu nas graças de 
seu mentor. No entanto, talvez pelo fato de não compartilhar a visão platônica sobre 
a República, divergia do filósofo Platão em alguns aspectos, uma vez que Aristóteles 
não buscava um rei filosófico que, por meio da ciência política, fosse capaz de 
solucionar todos os problemas do Estado. 
 
Para Aristóteles, não bastava apenas o conhecimento teórico sobre determinado 
Estado e Pensamento Político | 
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assunto, o filósofo defendia que, para realmente aplicar os princípios gerais às 
circunstâncias, era necessário algum tipo de conhecimento prático, pois algumas 
situações, quando implementadas no mundo prático, apresentam algumas variáveis e 
contingentes não previstas, esse pensamento era chamado, sabiamente, pelo autor de 
“prudência”. 
 
Assim, a partir deste pensamento, Aristóteles desenvolveu um corpo de pesquisa 
muito mais empírico do que seu mentor sobre a política, uma vez que além de reunir 
material sobre o assunto, teceu comentários a respeito, expondo seu pensamento, por 
exemplo, sobre as constituições das cidades bárbaras e gregas. 
 
Conforme alegam Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 28-29), “conhecimento e 
qualidade moral não estão necessariamente unidos, já afirmava Aristóteles contra seu 
mestre Platão e o mestre deste, Sócrates”. Os autores complementam dizendo que, 
seguindo a filosofia defendida por Aristóteles, “o caráter de uma pessoa não é bom 
porque ela simplesmente conhece o que é a justiça ou a coragem, mas porque ela 
quer ou deseja agir em conformidade com o que seja justiça ou coragem”. 
 
De acordo com a filosofia aristotélica, o caminho natural do homem é a política, uma 
vez que ele já nasceu inserido nesse contexto, sendo que nenhuma pessoa humana 
seria capaz de viver sozinho, isolado da polis ou da civilização. Assim, considerando a 
natureza humana, o indivíduo deve ser entendido como uma pessoa patriota, social 
ou integrado por natureza, uma vez que a polis é o propósito que une todos os 
indivíduos à sociedade. Por fim, é importante mencionar que, para o filosofo, não há 
ruptura entre ética e política, pois ambas estão associadas às “ciências das coisas 
humanas”. 
 
 
Lembrando que a visão doutrinária da política aristotélica é caracterizada por tentar 
equilibrar tanto os abusos democráticos (o despotismo) quanto os abusos da 
Estado e Pensamento Político | 
Formação do pensamento político 
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oligarquia, ambos muito presentes na época. 
 
2.2 Percepção de Estado Durante a Idade Média 
O momento da história conhecido como Idade Média é o período de tempo 
compreendido entre os anos de 476 e 1453. De acordo com Dalmo de Abreu Dallari 
(2011, p. 73), nesta época, “no plano do Estado não há dúvida de que se trata de um 
dos períodos mais difíceis, tremendamente instável e heterogêneo, não sendo tarefa 
das mais simples a busca das características de um Estado Medieval. Portanto, não 
nos alongaremos muito neste ponto. 
 
Conforme destacam Lenio Streck e José Luiz Bonzan (2014), três elementos foram 
essenciais durante o estado medievo e contribuíram significativamente para a 
construção de sua forma estatal, culminando, posteriormente, no Estado Moderno. 
 
O CRISTIANISMO 
Neste período, o cristianismo vinha ganhando cada vez mais visibilidade e aceitação 
na sociedade, logo não demorou muito para que surgisse a ideia de universalidade, 
ou seja, de que todos os povos se tornassem cristãos. Nem precisamos dizer que a 
tentativa foi falha, pois, embora tenha ocorrido uma grande disseminação do ideal 
cristão, dois fatores o influenciaram, quais sejam: 1º) os centros de poder foram 
multiplicados e 2º) o Imperador não aceitou com facilidade a ideia de se submeter 
às autoridades da igreja e se recusava ficar sujeito a elas. 
 
AS INVASÕES BÁRBARAS 
O termo “bárbaro”, surgiu na Grécia Antiga e inicialmente era utilizado para 
diferenciar os povos que possuíam uma cultura ou idioma diferentes daqueles 
cultuados pelos gregos. Com o passar do tempo, o termo era utilizado para se referir 
a povos que mantinham um comportamento primitivo e violento, atribuindo suas 
conquistas à força física e não ao intelecto. 
 
Os bárbaros não podiam ser descritos como um único grupo de pessoas, 
geralmente referia-se aos povos vindos do norte, do oeste e do centro da Europa. 
Assim, de acordo com Streck e Bonzan (2014), as invasões realizadas pelos povos 
bárbaros geraram grandes transformações na época, uma vez que “os povos 
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invasores estimularam as regiões invadidas a se afirmarem como unidades políticas 
independentes. Percebe-se, pois, que, no Medievo, a ordem era bastante precária, 
pelo abandono de padrões tradicionais, constante situação de guerra, indefinição 
de fronteiras políticas, etc.”. 
 
O FEUDALISMO 
Devido a crescente busca por riquezas e territórios, as sociedades que se formavam 
na época foram obrigadas a desenvolver um sistema que garantisse a proteção de 
seu povo e de suas posses, foi então que surgiram os chamados feudos. Neste 
sentido, Streck e Bonzan (2014) afirmam que o sistema feudal cresce baseado em 
três institutos: a vassalagem, de modo que os proprietários de terras menos 
poderosos viviam a serviço do senhor feudal em troca de proteção; o benefício, que 
era uma espécie de contrato firmado entre o senhor feudal e o chefe de família que 
não tivesse patrimônio, o qual estabelecia que o servo deveria receber uma porção 
de terras para cultivo e seria tratado como parte inseparável da gleba; por fim, a 
imunidade, que garantia a isenção de tributos às terras sujeitas ao benefício. 
 
Foram esses fatores que, de forma conjunta, definiram os aspectos mais importantes 
na formação do pensamento político na era medieval. Assim, podemos citar como 
principais características deste período a constante instabilidade política, econômica 
e social, o conflito entre os poderes temporal e espiritual, o desmembramento do 
poder centralizado em vários pequenos polos, o sistema jurídico baseado nos 
costumes e nas regalias nobiliárquicas e, por fim, nas relações de dependência devido 
à hierarquia de privilégios. 
 
Além disso, devido à influência do cristianismo na época, quando a própria igreja 
católica, mesmo que na intenção de preservar a ascensão da cristandade, incentivava 
a formação do império como uma unidade política, os pensadores que ganharam 
destaque no âmbito político, na era medieval, foram Santo Agostinho e Santo Tomás 
de Aquino. 
 
2.2.1 Santo Agostinho 
Também conhecido como Agostinho de Hipona, Santo Agostinho nasceu no ano de 
354 em Tagaste, no norte da África, foi um grande filósofo, escritor, bispo e teólogo 
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cristão na idade média, falava principalmente sobre as relações entre fé e razão e entre 
a igreja e o Estado, ambos muito influentes na época. 
 
De acordo com Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 161), “Santo Agostinho é o 
primeiro autor a lidar, de forma mais ou menos abrangente, com o tema da sociedade 
civil à luz da nova conjuntura gerada pelo surgimento da religião revelada e seu 
embate com a filosofia no mundo greco-romano”. Embora não se considere um 
filósofo por completo, Santo Agostinho defende que a filosofia complementa as 
questões religiosas e fornece conhecimento,assim, apesar de escrever primeiramente 
como um teólogo, publicou diversas obras com um viés político e filosófico. 
 
O ponto principal dos ideais defendidos por Santo Agostinho são as considerações 
feitas sobre a virtude, pois os ensinamentos do teólogo passam tanto pela filosofia 
quanto pela tradição bíblica trazida pelo catolicismo. Conforme ressaltam Leo Strauss 
e Joseph Cropsey (2013, p. 161), Santo Agostinho acreditava que 
A virtude que caracteriza o cidadão como cidadão e comanda todos os cidadãos para a meta 
ou bem comum da cidade é a justiça. A justiça é a pedra angular da sociedade civil. É dela que 
dependem a unidade e a nobreza de qualquer sociedade humana. Ao regular as relações entre 
os homens, preserva a paz, o bem comum intrínseco à sociedade e a precondição para todos 
os outros benefícios que a sociedade proporciona. Sem paz, a “tranquilidade na ordem”, 
nenhuma sociedade pode prosperar nem mesmo sobreviver. Citando Cícero com aprovação, 
Agostinho define a sociedade civil ou nação como “um conjunto (de homens), associado por 
um reconhecimento comum do direito e por uma comunidade de interesses”." Explica “direito” 
como “justiça” ao invés de “lei”, e insiste em que nenhuma nação pode ser administrada sem 
justiça, pois onde não há justiça não há direito e vice-versa (STRAUSS; CROPSEY, p. 165). 
 
Assim, para definir o que é justiça, Santo Agostinho se vale do entendimento de um 
dos maiores teóricos do direito romano, Cícero. Neste sentido, afirmam Ramos, Melo 
e Frateschi (2012, p. 53) que, “segundo essas definições, o direito (ius) não pode ser 
separado da justiça (iustitia), uma vez que a “concordância no direito”, núcleo da 
definição de povo, pressupõe que “a república não possa ser gerida sem justiça”: onde 
não há verdadeira justiça, não pode haver direito”. 
 
No mais, com relação ao conceito de justiça, considerando os argumentos de Cícero, 
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Santo Agostinho afirma que o direito e a justiça caminham juntos e não podem ser 
separados. Assim, uma república não pode ser governada sem justiça, uma vez que, 
onde não houver justiça, não haverá direito, logo também não haverá povo e 
tampouco uma república. Desta forma, conclui Santo Agostinho que a justiça nada 
mais é do que a virtude que oferece a cada um o que é seu. 
 
2.2.2 São Tomás de Aquino 
Assim como Santo Agostinho, São Tomás de Aquino foi um grande teólogo e filósofo 
que contribuiu significativamente para o desenvolvimento do pensamento político na 
Idade Média. Nascido em 1225, em Sicília, na Itália, São Tomás de Aquino foi um frei 
católico da Ordem Dominicana na Idade Média e autor da obra “Suma Teológica”, que 
aborda questões entre a ciência, razão, filosofia, fé e teologia. 
 
São Tomás de Aquino foi um grande apreciador da filosofia pregada por Aristóteles e 
considera o filósofo como a principal autoridade filosófica do Ocidente cristão. 
Durante sua vida, Aquino se esforçou para reinterpretar as obras de Aristóteles através 
de uma ótica cristã. 
 
Neste sentido, ressaltam Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 226) que, “nas obras 
de Aquino, é a teologia que precisa de justificação diante do tribunal da razão ou da 
filosofia. O primeiro artigo de sua obra mais conhecida, a Summa Theologiae, não 
pergunta se o estudo da filosofia é admissível e desejável, mas se, além das disciplinas 
filosóficas, é necessária outra ciência, ou seja, a doutrina sagrada”. 
 
Além disso, de acordo com Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 61), São Tomás de 
Aquino acredita que “a política é o resultado de um ajuste promovido entre a natureza, 
o intelecto e a vontade humana: seu objeto é o estudo racional da cidade, o tipo ideal 
de todas as comunidades humanas”. Assim, “Aquino propõe uma versão da política 
cuja face religiosa parece obrigada a ter peso já nesta vida: o bom governo deve 
auxiliar o homem a alcançar não apenas aquele que é seu fim natural, o bem comum, 
mas deve auxiliá-lo a alcançar aquele que é também seu fim último: o sumo bem ou 
a fruição de Deus”. 
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3 Pilares do Estado Moderno 
Conforme vimos a pouco, a Idade Média perdurou entre os anos de 476 e 1453, 
momento em que o cristianismo era disseminado por todo o mundo, fato que 
contribuiu com a formação dos principais filósofos da época – Santo Agostinho e São 
Tomás de Aquino –, mas, posterior a isso, adentramos na era chamada Idade Moderna. 
 
O sistema feudal implementado na época contribuiu para a formação de um novo 
modelo estatal, o Estado Moderno. Esse período foi decisivo para a formação do 
pensamento político filosófico, com as contribuições de pensadores como Nicolau 
Maquiavel, Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau. Na sequência, trabalharemos 
melhor a ideia apresentada por cada um deles, procurando compreender as 
influências do pensamento político clássico. 
 
3.1 Nicolau Maquiavel 
Nicolau Maquiavel nasceu em 1469, na cidade de Florença, na Itália. Foi um grande 
filósofo político, historiador, escritor e diplomata italiano, foi autor de grandes obras, 
dentre elas, “O Príncipe” e o “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio”. Desde 
muito novo, incentivado pela família, Nicolau se interessava pelas questões 
vivenciadas na época e, com 29 anos, durante o governo de Piero Soderim, assume o 
cargo de Secretário da Segunda Chancelaria na República Florentina. 
 
De acordo com Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 268), 
Maquiavel é o único pensador político cujo nome está em uso corrente para designar um tipo 
de política, que existe e continuará existindo, independentemente de sua influência, uma 
política guiada com exclusividade por questões de conveniência, que usa todos os meios, 
legais ou ilegais, ferro ou veneno, para atingir sua meta - sendo esta o engrandecimento de 
um país ou pátria -, mas também usando a pátria a serviço do autoengrandecimento do 
político, ou estadista, ou partido de cada um (STRAUSS e CROPSEY, 2013, p. 268). 
 
O trabalho apresentado por Maquiavel representa um aspecto muito importante na 
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construção do pensamento político, uma vez que ele marca o fim do agostinismo 
político vivenciado até aquele momento. Além disso, é importante ressaltar que, pelo 
fato de ter atuado desde muito novo em cargos do governo, era um excelente 
conhecedor das complexidades do poder, pois a função de diplomata permitia que 
visse de perto diversas formas de governo. 
 
No entanto, depois de servir o governo por 14 anos, quando os Médici assumiram o 
governo de Florença e derrubaram a república, Maquiavel foi afastado de suas funções 
públicas e redesignado ao novo poder, mas, logo em seguida, foi preso e acusado de 
conspirar contra o novo regime imposto. Não muito tempo depois, o filósofo foi solto 
e decidiu se exilar em uma propriedade rural localizada em San Casciano, próximo de 
Florença. É durante o período de afastamento que Maquiavel se dedica a suas obras, 
como O Príncipe, Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio, O Diário em Torno 
de Nossa Língua e A Arte da Guerra. 
 
Assim, podemos dizer que o filósofo submetia a virtude à política, de modo que a 
primeira só era útil quando relacionada aos aspectos políticos. Resgatando os 
pensamentos de Aristóteles e adaptando para o contexto vivenciado na época, 
Maquiavel defende a existência de uma ordem de direito, recusando a possibilidade 
de uma meta natural do homem. 
 
Na sequência, vamos falar um pouco mais sobre duas das principais obras de 
Maquiavel, abordando alguns pontos importantes que influenciaram na construção 
do pensamento político na época. 
 
3.1.1 O Príncipe 
A obra intitulada como “O Príncipe” é fruto de uma reflexão feita por Maquiavel em 
uma cartaenviada a Francesco Vettori. Na ocasião, o filósofo analisava as diferentes 
formas de principado, como eles eram conquistados, quais fatores faziam com que 
continuassem no poder e, acima de tudo, quais elementos eram responsáveis por sua 
queda. 
 
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Assim como destacam Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 90), um dos elementos mais 
importantes do livro é a forma como Maquiavel acreditava que o príncipe deveria se 
portar. De acordo com o filósofo, 
mesmo que não seja mau, o príncipe deve aprender a usar da força quando for preciso, 
fazendo-se temer, pois esse é um sentimento, diferente do amor, que não se abandona jamais. 
Segundo Maquiavel, aquele que governa deve recorrer não apenas às leis, próprias do ser 
humano, mas também à força, que é maneira de combater dos animais, empregando as 
qualidades da raposa, para conhecer as armadilhas, e do leão, para aterrorizar os oponentes. 
(RAMOS; MELO; FRATESCHI, 2012, p. 90) 
 
Desta forma, quando o príncipe precisar escolher entre ser amado ou temido, uma 
vez que é difícil ser os dois ao mesmo tempo, deve optar por ser temido, pois essa 
posição pode ser alcançada com mérito próprio, sem ajuda de terceiros. Lembrando 
que o príncipe deve fazer o máximo para não ser odiado pelo reino, mesmo que isso 
implique ficar longe das mulheres e, principalmente, do patrimônio de seus súditos. 
 
3.1.2 Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio 
Neste livro, diferentemente de “O Príncipe”, que abordava questões relativas ao 
principado como forma de governo, Maquiavel traz à tona alguns aspectos 
relacionados ao sistema republicano. 
 
Conforme destacam Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 274), “nos Discursos, 
Maquiavel trata, em certa medida, do conjunto da história romana, tal como abarcada 
pela obra de Tito Lívio: o livro de Tito Lívio é composto de 142 livros, e os Discursos 
consistem em 142 capítulos. A obra de Tito Lívio conduz até a época do imperador 
Augusto, isto é, os primórdios do cristianismo”. 
 
Assim, de acordo com Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 92), “a preocupação de 
Maquiavel parece ser, na esteira dos humanistas, com a crise que envolvia os 
fundamentos constitucionais das repúblicas italianas de seu tempo, em particular 
Florença, e suas possibilidades de sobreviver como comunidades livres num mundo 
reconfigurado pelas grandes potências territoriais”. 
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Os contratualistas e o Estado Moderno 
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Nos primeiros capítulos da obra, Maquiavel se ocupa em demonstrar a origem e o 
desenvolvimento político na antiga Roma, ressaltando a mudança do regime 
monárquico para o republicano, bem como a criação de instituições que tinham o 
intuito de preservar a liberdade conquistada com o sistema. Em um segundo 
momento, o filósofo evidencia como a crescente expansão de Roma, aliada ao seu 
poderio militar, foi determinante para manter a liberdade conquistada pelo novo 
sistema. Por fim, na terceira parte do livro, Maquiavel examina quais comportamentos 
os cidadãos de Roma mantêm, em prol de preservar a liberdade da república. 
 
Em consonância, Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 94) complementam dizendo que, 
seguindo os pontos centrais do sistema desenvolvido na antiga Roma e adaptando-
os a realidade em que vive, Maquiavel determina 
a diferença entre as repúblicas capazes de expansão e as projetadas apenas à conservação. Ele 
sustenta que somente aquelas que optaram pela expansão, buscando a potência, como Roma, 
garantiram ao longo do tempo a manutenção da liberdade. A República romana foi capaz de 
conservar sua liberdade, porque se manteve aberta aos acontecimentos, enfrentando os 
contínuos desafios da contingência das coisas humanas. Como a liberdade não é garantida 
por uma forma constitucional estável, como o governo misto, mas pela criação contínua das 
condições de potência, Roma era o melhor modelo a ser seguido pelas repúblicas 
contemporâneas (RAMOS; MELO; FRATESCHI, 2012, p. 94). 
 
Assim, Maquiavel considera que as repúblicas são superiores e mais bem preparadas 
do que os principados, uma vez que elas têm mais facilidade em se adaptar às 
mudanças trazidas com o tempo, em função da variedade e da diversidade dos 
cidadãos. Além disso, ela se mostra muito mais resistente com relação aos outros 
modelos de governo, pois a habilidade de muitos homens se mostra mais valiosa do 
que a de apenas um. 
 
4 Os contratualistas e o Estado Moderno 
Depois de falarmos sobre o republicano Nicolau Maquiavel, direcionamos nossos 
estudos aos contratualistas Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e ao liberalista 
John Locke. A era do contratualismo vivenciada por esses pensadores, como o próprio 
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nome já diz, pressupõe que tanto a sociedade quanto o poder político se originaram 
a partir de um contrato entre as pessoas que estão no poder e aqueles que estariam 
sujeitos a ele. 
 
Nas palavras de Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 109), 
A tese de que a origem da sociedade política está num contrato implica que a sociedade 
política é um artifício, isto é, uma forma de associação a que os homens não são conduzidos 
pelo movimento natural de suas paixões e na qual não estão desde sempre inseridos de 
maneira espontânea ou irrefletida (como a família, por exemplo), mas uma comunidade que 
os homens resolvem instituir voluntariamente, na medida em que têm razões e motivos para 
isso (RAMOS; MELO; FRATESCHI, 2012, p. 109). 
 
Em seguida, vamos falar um pouco mais a respeito desses pensadores, pontuando e 
destacando as principais características do pensamento de cada um. 
 
4.1 Thomas Hobbes 
O contratualista Thomas Hobbes nasceu em 1588, na cidade de Westport na 
Inglaterra, foi um grande teórico político, filósofo e matemático inglês. Acredita-se 
que Hobbes foi o precursor do contratualismo político, pois formulou a tese sobre o 
contrato social e a desenvolveu a partir da relação com status civil e autoridade 
soberana. 
 
De acordo com Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 355), “pode-se conceber que 
as intenções de Hobbes tenham sido duplas: (1) assentar, pela primeira vez, a filosofia 
moral e política sobre uma base científica; e (2) contribuir para a concretização da paz 
cívica e da amizade e para a criação de uma disposição, na humanidade, para o 
cumprimento de seus deveres cívicos”. 
 
Assim, podemos dizer que Hobbes acreditava que um governo civil faria com que as 
pessoas voltassem ao estado de natureza, tornando presente e manifesta a tensão de 
conflitos, sendo a função do poder soberano proporcionar a paz para seus súditos. 
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Ao passo que, segundo o pensamento defendido por Hobbes, no estado de natureza 
a única lei que impera é a Lei Natural, uma vez que as pessoas têm direito a tudo 
aquilo que pode ser conquistado através da força bruta. Durante esse estado, as 
pessoas viveriam constantemente em conflitos e, nem as propriedades nem as 
pessoas se manteriam seguras. O princípio que moveria a sociedade é o da 
autopreservação, devido ao medo. 
 
Conforme destacam Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 361), “não há recurso à 
justiça no estado de natureza; nada ali pode ser injusto, pois a justiça e a injustiça 
existem tão somente em termos de uma lei anterior e não há lei fora da sociedade 
civil. Em suma, o homem não é social por natureza; ao contrário, a natureza dissocia 
o homem”. Na concepção de Hobbes, “o homem é o lobo do homem”. 
 
Todavia, embora inicialmente as sociedades tenham se formado desta forma, a 
situação acaba se tornando insustentável a longo prazo, uma vez que nenhuma 
sociedade é capaz de sobreviver à sombra de tanto medo e insegurança. Assim, osindivíduos abandonam a Lei Natural junto com o estado de natureza a fim de obter 
garantias mínimas de paz, firmando uma espécie de contrato social. 
 
No contrato social ocorre uma troca entre o soberano e seu povo, na qual, 
basicamente, os indivíduos cedem poderes à figura de um soberano, que, por sua vez, 
é responsável por garantir o cumprimento da lei e manter a ordem dentro de um novo 
estado civil. 
 
 
Para Hobbes, o poder do monarca deveria ser absoluto, a fim de garantir a 
estabilidade ou a impossibilidade de conflitos entre membros da sociedade civil, uma 
vez que o poder soberano governa de maneira absoluta, denominado por ele como 
o Leviatã. 
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Neste sentido, Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 114-115) complementam dizendo 
que o contratualista 
pretende fazer da política uma ciência racional e do corpo político um construto da razão, o 
que quer dizer que tanto o conhecimento quanto a ação política dependem da percepção de 
certas relações necessárias e universais entre as ideias, pois é nisso o que consiste a razão, 
segundo o modelo matemático a partir do qual foi pensada nos quadros do racionalismo 
cartesiano, com o qual a filosofia de Hobbes manteve estreitas relações (RAMOS; MELO; 
FRATESCHI, 2012, p. 114-115). 
 
Desta forma, podemos dizer que o ponto central do sistema estabelecido pelo 
contrato social era fundamentado na transição do estado da natureza para o estado 
civil. Assim, as pessoas deveriam obedecer e seguir a figura do soberano, pois ele seria 
o responsável por preservar os bens dos indivíduos e manter a paz na sociedade. 
 
Por fim, é importante mencionar que não adianta de nada o soberano possuir o dever 
de zelar pelas pessoas adeptas do contrato, se não dispõe de meios para tanto. 
Pensando nisso, Hobbes defende que aliado ao dever de proteger, o soberano adquire 
alguns direitos, como o direito de punir, de exercer poder de polícia, o direito de não 
ser punido, o direito de decretar guerra ou paz, de cobrar impostos. Além disso, é 
passado ao soberano os poderes legislativo, da espada e o judiciário. Assim, o poder 
do soberano, nada mais é do que absoluto na sociedade que governa. 
 
4.2 Jean-Jacques Rousseau 
Jean-Jacques Rousseau nasceu em 1712, na cidade de Genebra, na Suíça. Foi um 
grande filósofo social, teórico político, escritor e fez grandes contribuições para a 
construção do pensamento político durante o Estado Moderno. 
 
Rousseau é considerado o um dos principais filósofos do período iluminista, além de 
ser um dos precursores do romantismo. Apresenta uma alternativa ao absolutismo 
político defendido por Hobbes, uma vez que a ideia central do seu pensamento é 
totalmente o oposto daquilo que o filósofo acredita. 
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Na concepção de Rousseau, quando o homem consegue se livrar de todas as amarras 
da sociedade civil para viver em um estado de natureza, podemos perceber que o 
indivíduo é bom em sua essência. Ao contrário do que Hobbes dizia, Rousseau 
defende que o homem não é lobo do homem, muito pelo contrário, o homem é bom 
por natureza, mas a sociedade o corrompe, uma vez que vive preso diante de tanta 
hipocrisia e aparências. 
 
De acordo com Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 500), o filósofo defendia que 
“a sociedade civil acorrenta o homem e fez dele um escravo da lei ou de outros 
homens ao passo que ele, como homem, nasceu para a liberdade, para o direito de se 
comportar como lhe aprouver. Além disso, a sociedade civil, tal como é hoje 
constituída, não tem direito a invocar a adesão moral de seus súditos: é injusta”. 
 
Neste sentido, afirmam Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 111) que Rousseau 
lança mão da ideia de contrato e conceitua a política a partir dela, ao mesmo tempo que faz 
uso de todo o seu talento literário para mostrar que as instituições políticas do seu tempo e 
as relações de poder historicamente constituídas não se ajustam a esse conceito. Ao pensar a 
política a partir do contrato, Rousseau a pensa do ponto de vista de como ela deveria ser, não 
de como ela é. Seu ponto de vista é normativo, não descritivo. (RAMOS; MELO; FRATESCHI, 
2012, p. 111) 
 
A visão da filosofia sustentada por Rousseau remonta ao fundamento da soberania 
política no contexto do contrato social que estava em evidência na época. O filósofo 
defendia que enquanto o homem vivia sob a égide da lei natural não precisava se 
associar politicamente, porém com a mudança para a sociedade civil, associada à 
escassez de recursos, acabou por se sentir obrigado a firmar um contrato social. 
 
Assim, conforme destacam Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 509), Rousseau 
acreditava que 
A liberdade do homem, que parece ser independente e oposta ao governo da moral, é a única 
fonte de moralidade. Com esta descoberta, Rousseau completa a ruptura com os 
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ensinamentos políticos da Antiguidade clássica iniciada por Maquiavel e Hobbes. Seus 
predecessores imediatos mantiveram a noção de lei natural que limitava a liberdade humana 
que eles próprios ensinavam. (STRAUSS e CORPSEY, 2013, p. 509) 
 
Desta forma, segundo a doutrina política rousseauniana, o contrato social nada mais 
é do que uma espécie de acordo, firmado com o objetivo de constituir uma sociedade 
civil, bem como de estabelecer uma figura de autoridade, no caso, o soberano. 
 
 
De acordo com Rousseau, toda a dificuldade política representa a relação existente 
entre a vontade particular e a vontade geral. Isto é, segundo o contrato social e a 
Filosofia Política a ele subjacente, não haveria um esquema de leis mais eficiente, uma 
vez que o contrato constituiria a sociedade anterior ao governo, que, 
independentemente das alterações governamentais, seria mantida. 
 
4.3 John Locke 
O contratualista John Locke nasceu em 1632, em Wrington, na Inglaterra. Ele foi um 
importante filósofo inglês e um dos principais representantes do empirismo, além de 
ser considerado o pai do liberalismo político. Seus ideais defendiam a liberdade 
individual e o igualitarismo. 
 
De acordo com Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 437), “os ensinamentos 
políticos de Locke podem ser expressos em termos opostos, com similar brevidade, 
desta forma: Todo governo é limitado em seus poderes e existe somente pelo 
consentimento dos governados. A fundação sobre a qual ergue seu pensamento é 
esta: Todos os homens nascem livres”. 
 
A partir desse pensamento, Locke questionava o que seria de fato o poder político e 
a sociedade política, concluiu que não passavam de uma invenção, fruto da criação 
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humana. Contudo, embora seja artificial, fruto da criação humana, uma vez que a 
sociedade política é criada, teria natureza própria, logo seria aplicável uma lei natural. 
Desta forma, para o liberalista, a sociedade civil apenas perseveraria se o governo 
fosse firmado de uma única vez, situação em que a sociedade política necessitaria do 
governo. 
 
Além disso, é importante mencionar que os ideais defendidos pelos contratualistas 
Locke e Hobbes são distintos, embora ambos falem sobre a lei natural, o primeiro 
defende-a como não sendo apenas um preceito da razão, mas um mandamento de 
Deus, que obriga os indivíduos e deve ser respeitada. Ao passo que Hobbes defende 
a lei natural como sendo um conjunto de preceitos da razão, mas que, em momento 
algum, obrigam propriamente o indivíduo, e sim os aconselham a adotar determinada 
conduta. 
 
Conforme destacam, Locke “se esforça por mostrar que as leis de natureza que 
determinam a constituição da propriedade é um mandamento de Deus, o que para 
eleé uma forma de mostrar que elas constituem obrigação e que há, portanto, 
contrariamente ao que diz Hobbes, obrigações naturais e pré-contratuais”. 
 
Ainda, no que diz respeito à função do contrato político, a opinião de Locke e Hobbes 
é divergente. De acordo com Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 125), para o liberalista 
Locke, o contrato político possui a função de 
evitar que esses laços, existentes no âmbito da natureza, deixem de ser aqueles pelos quais os 
homens se pautam em suas relações recíprocas, o que ocorre quando o estado de natureza se 
degenera num estado de guerra, quando as relações entre os homens deixam de ser relações 
de direito e dever, pautadas pela lei natural, para se tornarem relações de puro poder (RAMOS; 
MELO; FRATESCHI, 2012, p. 125). 
 
Sendo assim, podemos dizer que, segundo a visão de Locke, a liberdade não existe 
onde não há lei, uma vez que, considerando a condição natural do indivíduo, não 
existe uma lei preestabelecida. Logo, consoante a filosofia sustentada pelo liberalista 
Locke, os homens só seriam realmente livres se fossem legisladores. 
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Formação do pensamento político contemporâneo 
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Se você tem interesse pela formação do pensamento político no Estado Moderno e 
pretende aprofundar seus estudos, indicamos a leitura na íntegra das obras publicadas 
pelos contratualistas modernos, como: 
→ De Cive (1642) – Thomas Hobbes; 
→ Leviatã (1651) – Thomas Hobbes; 
→ Do Contrato Social (1762) – Rousseau; 
→ Ensaio Sobre o Conhecimento Humano (1689) – John Locke 
→ Dois tratados sobre o governo (1689) – John Locke 
 
5 Formação do pensamento político contemporâneo 
Superadas nossas considerações sobre a construção do pensamento político no 
Estado Moderno e, principalmente, a respeito dos contratualistas da época, passamos 
à análise da formação do pensamento político contemporâneo. 
 
Grandes pensadores contribuíram para a formação do pensamento político na era 
contemporânea. No entanto, os mais importantes foram Immanuel Kant, Karl Marx, 
Friedrich Nietzsche e Max Weber. 
 
5.1 Immanuel Kant 
Immanuel Kant nasceu em 1724, na antiga Prússia Oriental, foi um grande filósofo 
alemão, conhecido por fundar a chamada filosofia crítica, por meio da qual procurava 
estabelecer os limites da razão humana. Neste sentido, também é importante ressaltar 
que a filosofia de Kant recebe esse nome devido ao título de suas três principais obras: 
a Crítica da razão pura (1781), a Crítica da razão prática (1788) e a Crítica do juízo 
(1790). 
 
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Com relação ao pensamento político, Kant não desenvolveu seus ideais de forma 
isolada como os outros filósofos, mas sim de forma conjunta, aliada a outros campos 
do conhecimento, essa fusão dá origem a uma verdadeira revolução teórica 
comparada ao pensamento da época. 
 
Segundo a doutrina sustentada por Kant, a república seria a única constituição política 
legítima do Estado, uma vez que o sistema político deve ser representativo, refletindo 
os anseios da sociedade. Isto é, ao contrário dos sistemas absolutistas, os governantes 
republicanos estão vinculados à vontade popular, logo devem prestar contas aos 
cidadãos. Ainda, no sistema republicano não há necessidade de o poder estar 
concentrado na mão de apenas uma pessoa, é preciso que suas funções estejam 
fragmentadas em várias esferas a fim de conter eventuais abusos e despotismos 
políticos. 
 
De acordo com Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 520), 
Os ensinamentos políticos de Kant podem ser resumidos em uma frase: governo republicano 
e organização internacional. Em termos mais caracteristicamente kantianos, trata-se de uma 
doutrina do estado com base no direito (Rechtstaat) e da paz eterna. De fato, em cada uma 
dessas formulações, ambos os termos expressam a mesma ideia: a da constituição legal ou 
“paz através da lei”. Dentro e entre os estados, trata-se de uma questão de passar do estado 
de natureza, que é um estado de guerra, para o estado de direito, que é um estado de paz. [...] 
Kant realiza sua tarefe inspirando-se em suas concepções de moralidade e de história, 
mostrando como a paz depende da lei, e o direito, da razão, e o impulso na natureza das coisas 
em direção a um estado livre e racional e, portanto, pacífico (STRAUSS e CROPSEY, 2013, p. 
520). 
 
Assim, Kant acreditava basicamente que o contrato social era uma espécie de 
condição da possibilidade teórica que representava o consentimento das pessoas com 
relação ao governo, dado que, por viverem em um estado natural, semelhante àquele 
citado por Hobbes, as partes estariam enfrentando grandes conflitos e não poderiam 
recorrer a um órgão superior para resolvê-los. 
 
Neste sentido, divergindo da ideia comum de liberdade, segundo a qual ser livre é 
fazer o que quiser, quando quiser e onde quiser, sem precisar seguir nenhuma regra, 
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afirmam Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 167-168) que “a concepção kantiana 
aponta no sentido contrário da concepção do senso comum: liberdade não é agir sem 
nenhuma regra, mas ser capaz de seguir uma regra livremente imposta pela própria 
razão”. 
 
Assim, o filósofo defende que é totalmente possível garantir a paz entre os Estados, 
ao passo que as pessoas se comprometem em cumprir uma série de regras que 
vinculam a todos de forma igualitária, garantindo o respeito à integridade territorial, 
à publicidade de decisões ou à proibição de guerras e agressão. 
 
Por fim, conforme salientam Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 522), “Kant tem 
importância capital não só para a filosofia, mas para a consciência política, exatamente 
devido às consequências políticas de seus ensinamentos morais e à dimensão moral 
de seus ensinamentos político”. Isto é, o filósofo atribui um viés político a 
determinados temas morais e uma concepção moral a alguns temas políticos. 
 
5.2 Karl Marx 
Nascido em 1818, Karl Marx foi um importante filósofo e revolucionário socialista 
alemão. Discípulo da filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel, buscou, de todas as 
formas, demonstrar que a realização da ordem de direito é um subproduto necessário 
do conflito dialético, das cegas paixões egoístas no processo da história. 
 
Marx iniciou sua carreira política em meio ao caos de dois reinos, o da Prússia e da 
Áustria, que, posteriormente, em 1871, iriam se unificar e formar a Alemanha. Após a 
eclosão da Revolução Francesa, responsável por abolir diversos privilégios feudais, os 
alemães também acreditavam que o movimento pudesse interferir no governo 
absolutista da Prússia, instaurando no país uma Constituição Liberal que garantisse 
aos cidadãos os direitos políticos de representação e os direitos civis de liberdade de 
expressão. 
 
Marx seguia os ensinamentos transmitidos por seu professor Hegel, que criticou o 
formalismo moral definido por Kant, uma vez que para ele os ideais transmitidos pelo 
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filósofo contrastavam com uma filosofia da História, segundo a qual o motivo se torna 
consciente de si, nunca de maneira individual e unilateral, mas seguindo uma evolução 
coletiva de grandes momentos e tempos. 
 
Na concepção de Hegel, a história avança dialeticamente e a razão é incorporada nos 
interesses do Estado. Portanto, não é possível iniciar a filosofia política seguindo 
apenas os princípios abstratos da razão, uma vez que, antes disso, deveriam ser 
entendidas as concreções e as dinâmicas históricas de cada um. Isto é, na visão de 
Hegel, a missão da Filosofia seria compreender a racionalidade do real. 
 
No entanto, quando Marx tenta aplicar e expandir o conceito filosófico dealienação 
para além das fronteiras da filosofia da religião, seguindo o estudo da filosofia política 
de Hegel, “descobre que todos os jovens hegelianos caem no mesmo equívoco que a 
teologia e a filosofia hegeliana da religião cometeram, invertendo a essência e a 
aparência” (RAMOS; MELO; FRATESCHI, 2012, p. 201). 
 
Além disso, os autores destacam que, de acordo com Marx, o Estado não seria 
considerado “uma esfera independente e superior, que ao se tornar racional resolveria 
todos os problemas da sociedade, mas, sim, dependente e subordinada com relação 
à sociedade civil, isto é, das relações sociais capitalistas”. Ou seja, Marx acredita que a 
filosofia hegeliana do Estado racional não consegue perceber a verdade do 
movimento social vivenciado pela sociedade moderna. Para o filósofo, o único regime 
capaz de superar o absolutismo alemão seria o socialismo, e não o liberalismo como 
todos acreditavam. 
 
 
Karl Marx foi o responsável por criar a dialética marxista, também conhecida como 
materialismo dialético, prática que recorre à dialética – a arte do diálogo, poder de 
persuasão, convencimento da verdade por meio de um discurso – para entender as 
lutas de classes sociais. 
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5.3 Friedrich Nietzsche 
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche nasceu em 1844, na cidade de Röcken. Além da 
filosofia, Nietzsche também se dedicava à escrita e era um excelente crítico. De acordo 
com Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 742), os pensamentos de Nietzsche 
destoavam da época “porque visam ser contrários a seu tempo, mas, no entanto, a 
serem uma influência sobre este tempo para o bem de um tempo futuro. O ensaio é 
uma crítica de uma “falha e defeito” específicos do tempo, o historicismo, ao qual 
Nietzsche denomina o movimento histórico [...]”. 
 
Ao contrário do dogma cristão, o filósofo afirma que não existia qualquer relação entre 
Deus e o Estado. Além de criticar a cultura e a religião, o filósofo contemporâneo 
Nietzsche tecia duras críticas a respeito da relação existente entre o Estado e os 
sistemas de educação. Ele defende que a criação do Estado foi uma das piores 
perversões já inventadas pelo homem, dado que, além de representar algo abstrato, 
trata os indivíduos de forma indiscriminada, transformando a sociedade em meros 
escravos. 
 
Neste sentido, Leo Strauss e Joseph Cropsey (2013, p. 749) complementam dizendo 
que, segundo Nietzsche, “o Estado é apenas uma superestrutura com base nas 
qualidades únicas de um povo, mas que distorce a singularidade: o Estado prega 
doutrinas universais, como os direitos do homem. Seu universalismo superficial 
destrói a criatividade dos indivíduos; sua máquina impessoal despersonaliza o 
homem”. 
 
Portanto, de acordo com o filósofo, a partir do momento em que o Estado deixasse 
de existir, a verdadeira face do homem viria à tona, e não uma massa que compartilha 
seus interesses com os do Estado. No entanto, o objetivo de Nietzsche não era 
exterminar a política, mas sim dizer que ela era totalmente possível, desde que 
conduzida à reconstrução do povo e, para que isso acontecesse, deveria ser resgatada 
do estado catastrófico no qual se encontraria devido a ação do igualitarismo 
democrático enaltecido pela modernidade, uma vez que o povo era, em sua essência, 
político. 
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5.4 Max Weber 
Max Weber nasceu em 1864, na cidade de Erfurt, em Turíngia na Alemanha. Foi um 
importante sociólogo, jurista e destacado economista alemão. Dedicou grande parte 
de sua trajetória à vida acadêmica, escreveu diversas obras e contribuiu 
significativamente para a construção do pensamento político contemporâneo. 
 
 
Em seu livro “A política como vocação”, conferência transcrita e datada de 1919, 
Weber formula uma importante tese que se constitui na base do pensamento político 
ocidental, definindo o Estado como aquele que é caracterizado pelo exercício do 
monopólio legítimo da violência em um determinado território, em que o uso da força 
física é característico na sua atuação. Portanto, a política se traduziria na construção 
de uma entidade em que homens dominam homens por meio da violência legitimada. 
 
De acordo com Weber, a atuação ativa do parlamento na estrutura política é muito 
importante, pois o sociólogo entende-o como uma estrutura capaz de: 
✓ limitar a atuação das burocracias estatais; 
✓ fiscalizar a ação do poder executivo; 
✓ selecionar líderes pela competência, com participação popular parcial, realizada 
apenas em períodos espaçados. 
 
Assim, Weber salienta que a estrutura e a atuação política podem ser classificadas 
através de dois preceitos éticos, quais sejam: 
 
ÉTICA DA RESPONSABILIDADE 
A consciência do governante, diante do bem-estar de toda a nação e da ponderação 
dos mais variados interesses formados na sociedade, é um dos elementos que deve 
espelhar a disputa parlamentar. 
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ÉTICA DA CONVICÇÃO NA AÇÃO POLÍTICA 
Nada mais é do que o conjunto de preceitos ideológicos e morais que formam os 
líderes políticos, os quais devem ser perseguidos independentemente dos 
resultados ou das consequências. 
 
Por fim, Ramos, Melo e Frateschi (2012, p. 234) complementam dizendo que, na visão 
de Weber, 
O bom funcionamento do sistema político depende, segundo ele, de algumas variáveis: 1. o 
apoio para aqueles que exercem o poder; 2. os privilégios a que têm acesso; 3. a legitimidade 
conferida às posições dos detentores do poder; e 4. a lealdade que a população demonstra 
para com as instituições políticas que fazem parte da sociedade a qual pertencem (RAMOS; 
MELO; FRATESCHI, 2012, p. 234). 
 
 
Encaminhando-nos para o fim do material, elaboramos uma tabela para que você 
consiga compreender com clareza as principais ideias apresentadas pelos pensadores 
contemporâneos. 
 
Immanuel Kant 
• Governantes sujeitos à vontade popular; 
• Poder centralizado. 
Karl Marx 
• Socialista, crítico ao capitalismo; 
• Criador do materialismo dialético. 
Friedrich Nietzsche 
• Estado é perverso; 
• Política deve existir para reconstrução do povo. 
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Concluindo 
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Max Weber 
• Estado como detentor do monopólio da violência; 
• Participação popular parcial, seleção de líderes pelo 
parlamento. 
 
6 Concluindo 
O conteúdo aqui desenvolvido possibilita ao estudante comparar os principais 
destaques dos pensadores que influenciaram a formação do Estado, os quais, na 
primeira impressão desses filósofos, iriam resolver os problemas existentes do homem 
vivendo em sociedade, que, naquela época, já apresentava sinais de que seria 
necessário o seu estudo. 
 
Desse modo, os pensadores clássicos se voltaram mais para o contexto de formação 
do Estado e para a necessidade de proteção e regulação do ser humano em seu estado 
natural. Nessa perspectiva, surgiram as primeiras teorias de proteção estatal, bem 
comum, estado de direito e democracia. Esperamos que tenha gostado deste 
conteúdo. Continue avançando. 
 
7 Referências Bibliográficas 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da 
versão inglesa de W. D. Ross In: Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1973, v.4. 
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RJ: Vozes, 1999. 
HOBBES, T. Leviatã. Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São 
Paulo: Martins Fontes, 2003. 
KANT, E. Fundamentação da Metafísica dos costumes. Tradução de Guido Antônio 
de Almeida. São Paulo: Barcarolla, 2009. 
LOCKE, J. Dois tratados sobre o governo civil.São Paulo, Martins Fontes, 2001. 
MAQUIAVEL, N. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Tradução MF. São 
Paulo: Martins Fontes, 2007. 
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Referências Bibliográficas 
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MAQUIAVEL, N.. O Príncipe. Tradução de Maria Lucia Cumo. Rio de Janeiro: Editora 
Paz e Terra, 1996. 
MARX, K. O Capital. Vol. 2. 3ª edição, São Paulo, Nova Cultural, 1988. 
NIETZSCHE, F. Genealogia da Moral. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2009. 
PLATÃO. República. Tradução Maria Helena da Rocha Pereira. 9. ed. Lisboa: Fundação 
Calouste Gulbbenkian, 2001. 
RAMOS, F. C.; MELO, R.; FRATESCHI, Y. Manual de filosofia política: para os cursos 
de teoria do Estado, e ciência política, filosofia e ciências sociais. São Paulo: Saraiva, 
2012. 
ROUSSEAU, J. Do contrato social. Tradução de Lourdes Santos Machado. 2. ed. São 
Paulo: Abril Cultural, 1978. 
STRECK, L. L.; MORAIS, J. L. B. Ciência Política e Teoria do Estado. 8 ed. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2014. 
STRAUSS, L.; CROPSEY, J. História da Filosofia Política. 1 ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2013. 
 
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Referências Bibliográficas 
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Construção histórica 
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DISCIPLINA 
INTRODUÇÃO AO DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
CONTEÚDO 
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Construção histórica 
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Apresentação 
Prezado Acadêmico! 
É um privilégio tê-lo como nosso aluno e, desde já, dou as boas-vindas a nossa 
unidade, aqui no CENES. 
 
Nesta aula, aprenderemos que a doutrina constitucionalista, a partir do século XX, 
passou a desenvolver uma nova perspectiva do constitucionalismo. Veremos que o 
chamado pós-positivismo busca, para além da ideia de limitação do poder estatal, a 
eficácia da Constituição; que o texto maior deixou de ter um caráter meramente 
teórico para ser mais efetivo, buscando diretamente a concretização dos direitos 
fundamentais. 
 
Perceberemos que a Constituição passará a ocupar a posição de dentro do 
ordenamento jurídico, sendo dotada de imperatividade e superioridade. Por fim, 
veremos que essa nova fase do constitucionalismo buscará, sobretudo, a proteção da 
proteção da dignidade humana. 
 
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Sumário 
Apresentação ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
1 Construção histórica -------------------------------------------------------------------------------------- 5 
2 Neoconstitucionalismo ----------------------------------------------------------------------------------- 7 
2.1 Influências da Primeira e Segunda Guerra Mundial no Neoconstitucionalismo ------------------------ 9 
2.2 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana --------------------------------------------------------------------- 11 
3 Movimento neoconstitucionalista no Brasil ------------------------------------------------------- 14 
4 Neoconstitucionalismo e a centralidade da Constituição ------------------------------------- 15 
4.1 Teoria Pura do Direito ------------------------------------------------------------------------------------------------ 15 
4.2 Competência Legislativa --------------------------------------------------------------------------------------------- 18 
5 Nova interpretação da Constituição ---------------------------------------------------------------- 20 
6 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 22 
7 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 23 
 
 
Neoconstitucionalismo | 
Construção histórica 
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1 Construção histórica 
Inicialmente, antes de direcionar nossos estudos no chamado “neoconstitucionalismo”, 
ou novo constitucionalismo, você precisa compreender as origens desse termo. A 
compreensão do constitucionalismo pode ser estabelecida a partir do momento 
histórico em que o movimento ocorreu, durante as revoluções liberais norte-
americana e francesa, que ocorreram, respectivamente, em 1787 e 1791. No entanto, 
alguns doutrinadores defendem que a ideia do constitucionalismo como limitação do 
poder estatal tenha surgido muito antes desses movimentos, datando suas origens a 
partir da idade média. 
 
Conforme exemplifica Nathalia Masson (2020), existem quatro formas de 
constitucionalismo ao longo da história, o antigo, o medieval, o moderno e o 
contemporâneo (neoconstitucionalismo), além de uma previsão do 
constitucionalismo futuro. De forma sucinta, essas modalidades podem ser definidas 
da seguinte forma: 
a) Constitucionalismo antigo: o constitucionalismo antigo tem sua origem nos 
tempos primórdios, durante a sociedade Hebraica, onde o Estado era 
organizado de forma teocrática através da Torah ou do Pentateuco, de modo 
que o poder do monarca já era limitado pelos dogmas religiosos. Durante este 
período, a Grécia também teve muita influência no campo da democracia. 
 
b) Constitucionalismo medieval: durante a idade média, enquanto perdurava a 
ideia do feudalismo com os senhores feudais, o desenvolvimento do 
mercantismo através dos burgos e a implementação do absolutismo 
monárquico modificaram o cenário da época. A realeza passou a reivindicar 
uma certa liberdade perante as decisões imprevisíveis dos governantes 
absolutos. 
 
Assim, diante da pressão dos nobres e dos burgueses, o constitucionalismo 
medieval acabou ganhando força e, posteriormente, durante o reinado de João 
Sem-Terra na Inglaterra, originou-se a Magna Carta de 1215, a qual impunha 
certos limites ao monarca. Contudo, é válido mencionar que, embora represente 
um grande passo para

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