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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ISCED CURSO DE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA 1º Ano Disciplina: FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO Código: ISCED12-ADMCFE001 TOTAL HORAS/1o SEMSTRE: 100 CRÉDITOS (SNATCA): 4 Número de Temas: 7 INSTITUTO SUPERIOR DUCAÇÃO A DISTÂN A INSSUPERIORDE INSTITUTO INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ISCED i Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Direcção Acadêmica Rua Dr. Lacerda de Almeida. No 211, Ponta - Gea Beira - Moçambique Telefone: 23323501 Cel: +258 823055839 Fax: 23323501 E-mail: direcção@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz ii Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Pela coordenação Pelo design Direcção Acadêmica do ISCED Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED Financiamento e Logística Pela Revisão final Instituto Africano de Promoção da Educação à Distância (IAPED) Dra. Ruth Cremilde João Cherene Simoco Elaborado Por: Dr. Mateus Vasco Sengueranhe – Licenciado em Planificação, Administração e Gestão da Educação, pela Universidade Pedagógica – Delegação da Beira e Mestrando em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento, pela Universidade Internacional do México iii Índice Visão geral 9 Bem-vindo ao Módulo de Fundamentos de Administração ............................................. 9 Objectivos do Módulo....................................................................................................... 9 Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 9 Como está estruturado este módulo .............................................................................. 10 Ícones de actividade ....................................................................................................... 11 Habilidades de estudo .................................................................................................... 11 Precisa de apoio? ............................................................................................................ 13 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 14 Avaliação ......................................................................................................................... 14 TEMA – I: Bases Históricas 17 Unidade Temática 1.1. Antecedentes Históricos da Administração .............................. 17 Introdução ....................................................................................................................... 17 1.1.1. Antecedentes históricos da Administração ................................................. 17 Sumário ........................................................................................................................... 22 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 22 Exercícios ........................................................................................................................ 23 TEMA –II: Evolução Histórica da Administração 24 Unidade Temática 2.1. As abordagens clássicas............................................................. 24 Introdução ....................................................................................................................... 24 2.1.2.A abordagem clássica da administração ...................................................... 25 2.1.2.1. A Teoria de administração Cientifica ................................................... 25 2.1. Administração como Ciência 27 2.2. Organização Racional do Trabalho (ORT): 28 2.3. Princípios da Administração Científica de Taylor: 28 2.4. Outras ideias de Taylor: 29 2.1.2.1.3.Princípios Básicos de Ford: 31 2.1.2.2 A Teoria Clássica da Administração ........................................................... 33 Sumário ........................................................................................................................... 38 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 39 Exercícios ........................................................................................................................ 40 Unidade Temática 2.2. As abordagens humanista, neoclássica e estruturalista ........... 41 Introdução ....................................................................................................................... 41 2.2.1. A abordagem humanista da administração ................................................ 41 2.2.1.1. A teoria das Relações Humanas ............................................................... 41 2.2.1.2. A abordagem neoclássica ......................................................................... 43 2.2.1.3. A abordagem estruturalista ..................................................................... 44 2.2.1.3.2. A Teoria Estruturalista ........................................................................... 46 iv Sumário ........................................................................................................................... 47 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 48 Exercícios ........................................................................................................................ 49 Unidade Temática 2.3. As abordagens organizacional e contemporâneas ................... 49 Introdução ....................................................................................................................... 49 2.3.1. A abordagem comportamental ................................................................... 49 2.3.2. A Teoria comportamental da administração .............................................. 49 2.3.3. A Teoria do Desenvolvimento Organizacional ............................................ 50 2.3.4. A abordagem sistémica da administração .................................................. 50 2.3.4.1. A Teoria dos Sistemas............................................................................... 51 2.3.5. A abordagem contingencial ................................................................. 53 2.3.6. Novas abordagens da Administração .................................................. 54 Sumário ........................................................................................................................... 55 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 56 Exercícios ........................................................................................................................ 58 Unidade Temática 2.4. Exercícios do Tema ....................................................................58 TEMA –III: Estudo da Administração 59 Unidade Temática 3.1. Conceitualização de Administração .......................................... 59 Introdução ....................................................................................................................... 59 3.1.1. Conceito de Administração ................................................................................... 60 3.1.3. Funções da Administração .......................................................................... 61 3.1.4. Níveis de Administração .............................................................................. 62 3.1.5. Importância da Administração .................................................................... 63 Sumário ........................................................................................................................... 65 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 66 Exercícios ........................................................................................................................ 66 Unidade Temática 3.2. Conceitualização de Administrador .......................................... 67 Introdução ....................................................................................................................... 67 3.2.1. Conceito de Administrador ................................................................................... 67 3.2.2. Níveis do Administrador .............................................................................. 68 3.2.3. Habilidades do Administrador ..................................................................... 69 3.2.4. Papeis desempenhados pelo Administrador .............................................. 70 Sumário ........................................................................................................................... 71 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 71 Exercícios ........................................................................................................................ 72 Unidade Temática 3.3. Conceitualização de Organização .............................................. 73 Introdução ....................................................................................................................... 73 3.3.1. Conceito de organização ....................................................................................... 73 3.3.2.Razões que explicam a existência das organizações .................................... 74 3.3.3.Objectivos organizacionais ........................................................................... 74 3.3. 4.Características das organizações ................................................................. 75 3.3.5. Os recursos organizacionais ........................................................................ 75 3.3.6.Tipos de organizações .................................................................................. 76 3.3.7.Estrutura do funcionamento da organização .............................................. 76 v Sumário ........................................................................................................................... 77 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 77 Exercícios ........................................................................................................................ 79 UNIDADE Temática 3.4. Exercícios do tema III ............................................................... 79 TEMA – IV: Ambiente das Organizações 79 UNIDADE Temática 4.1. Ambiente Contextual e de tarefa ............................................ 80 Introdução ....................................................................................................................... 80 4.1.1. Conceito de ambiente ........................................................................................... 80 4.1.2. Ambiente contextual (Geral) ....................................................................... 80 4.1.3. Ambiente de tarefa ou transaccional .......................................................... 81 6.1.4. Tipologias ambientais .......................................................................... 82 Sumário ........................................................................................................................... 83 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 83 Exercícios ........................................................................................................................ 84 Unidade temática 3.3. Exercícios do tema ......................... Erro! Marcador não definido. TEMA – V: Funções da Administração 87 Unidade Temática 5.1. Função de Planeamento ............................................................ 87 Introdução ....................................................................................................................... 87 5.1.1 Conceito de Planeamento ............................................................................ 87 5.1.2. Missão e objectivos ............................................................................. 88 5.1.2.1. A Missão ................................................................................................... 88 5.1.2.2. Os Objectivos ............................................................................................ 89 Características dos objectivos ...................................................................... 89 5.1.3. Princípios do planeamento ................................................................................... 90 5.1.4. Níveis de planeamento ................................................................................ 90 5.1.5. O Plano ........................................................................................................ 91 5.1.5.1. Tipos de planos ......................................................................................... 91 5.1.6. O planeamento estratégico ......................................................................... 92 5.1.6.1. Etapas do planeamento estratégico ........................................................ 92 5.1.6.2. Análise SWOT ........................................................................................... 93 5.1.7. O plano estratégico ..................................................................................... 94 Sumário ........................................................................................................................... 94 Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 95 Exercícios ........................................................................................................................ 96 UNIDADE Temática 5.2. Função Organização ................................................................. 97 Introdução ....................................................................................................................... 97 5.2.1.Conceito de Organização ....................................................................................... 97 5.2.2. Princípios de organização, como função administrativa ............................ 98 5.2.3.1. Funções ..................................................................................................... 99 5.2.3.1. Departamentalização ............................................................................... 99 5.2.3.3. A diferenciação ....................................................................................... 102 5.2.4. Responsabilidade, Autoridade e Delegação ..............................................103 5.2.4.1. A responsabilidade ................................................................................. 103 5.2.4.2. A autoridade ........................................................................................... 103 5.2.4.3. Delegação ............................................................................................... 104 5.2.5. A autoridade de linha, staff e funcional .................................................... 104 5.2.5.1. A autoridade de linha ............................................................................. 104 vi 5.2.5.1. A autoridade de staff .............................................................................. 105 5.2.5.3. A autoridade funcional ........................................................................... 106 5.2.6. Centralização e descentralização .............................................................. 107 5.2.6.1. Centralização .......................................................................................... 107 5.2.6.2. Descentralização .................................................................................... 107 5.2.7. Estruturas organizacionais ........................................................................ 108 5.2.8. Tipos de estruturas .................................................................................... 109 Sumário ......................................................................................................................... 111 Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 112 Exercícios ...................................................................................................................... 113 UNIDADE Temática 5.3. Função Direcção ..................................................................... 114 Introdução ..................................................................................................................... 114 5.3.1.Conceito da função Direcção ............................................................................... 114 5.3.2. Questões de poder e autoridade .............................................................. 115 5.3.2.1. Conceitos de poder, autoridade e influência ......................................... 115 5.3.2.2. Formas de Autoridade ............................................................................ 115 5.3.2.3. Fontes e diferentes tipos de poder ........................................................ 116 5.3.2.4. O uso do poder nas instituições ............................................................. 117 5.3.3. Teorias e Estilos de Liderança ................................................................... 118 5.3.3.1. Conceitos de Líder e Liderança............................................................... 118 5.3.3.2. Tipos de Líderes ...................................................................................... 119 5.3.3.3. Teorias de Liderança .............................................................................. 119 5.3.3.4. Estilos de Liderança ................................................................................ 120 5.3.4. Comunicação em Administração ............................................................... 121 5.3.4.2. Processo de Comunicação ...................................................................... 122 5.3.4.3. Formas e Canais de Comunicação .......................................................... 123 5.3.4.4 Barreiras à Comunicação ......................................................................... 124 5.3.5. A Motivação ....................................................................................... 125 5.3.5.2. O ciclo motivacional ............................................................................... 126 5.3.5.3. A teoria das Necessidades Humanas ..................................................... 127 5.3.5.4. A teoria dos dois factores ....................................................................... 129 5.3.5.5. O modelo contingencial ......................................................................... 130 5.3.5.6. A teoria de Expectativa .......................................................................... 131 5.3.6. Gestão de Conflitos ................................................................................... 132 5.3.6.1. Conceito de conflito ............................................................................... 132 5.3.6.2. Causas antecedentes desencadeantes do conflito ................................ 132 5.3.6.3. Tipos de conflitos ................................................................................... 133 5.3.6.4. Níveis de gravidade do conflito .............................................................. 134 5.3.6.5. Técnicas para gerir conflitos................................................................... 134 5.3.6.6. Estratégias para a resolução de conflitos ............................................... 135 5.3.6.7. O valor do conflito .................................................................................. 136 5.3.7.O processo de tomada de decisão ............................................................. 137 5.3.7.1. Conceito de decisão ............................................................................... 137 5.3.7.2 Áreas de decisão ...................................................................................... 138 5.3.7.3. Tipos de decisões ................................................................................... 138 5.3.7.4. Modelos de tomada de decisão ............................................................. 138 5.3.7.5. Certeza, incerteza e risco associado à decisão ...................................... 140 vii 5.3.7.6. Factores condicionantes da tomada de decisões .................................. 141 5.3.7.7. Tomada de decisões em grupo .............................................................. 141 5.3.7.8. Técnicas de tomada de decisões em grupo ........................................... 142 Sumário ......................................................................................................................... 144 Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 145 Exercícios ...................................................................................................................... 148 UNIDADE Temática 5.4. Função Controlo..................................................................... 149 Introdução ..................................................................................................................... 149 5.4.1. Conceito de Controlo .......................................................................................... 149 5.4.2. Processo de controlo ................................................................................. 151 5.4.3. Meios de controlo ..................................................................................... 152 5.4.4. Tipos de controlo ....................................................................................... 152 5.4.5. Reacções negativas ao controlo ................................................................ 154 5.4.6. Acção disciplinar ........................................................................................ 155 Sumário ......................................................................................................................... 156 Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 156 Exercícios ...................................................................................................................... 157 TEMA – VI: Sistemas de Informação 159 Unidade Temática 6.1. Sistemas de Informação ..........................................................159 Introdução ........................................................................................................... 159 Sumário ......................................................................................................................... 168 Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 169 Exercícios ...................................................................................................................... 170 Unidade Temática 6.2.Exercícios do tema ................................................................... 171 TEMA – VII: Gestão Funcional da Empresa 172 Unidade Temática 7.1. Gestão de funcional da empresa ............................................. 172 Introdução ........................................................................................................... 172 7.1.1.As áreas funcionais da empresa ................................................................. 172 7.1.2. A Gestão do Marketing.............................................................................. 173 7.1.2.1.As actividades que integram o Marketing .............................................. 174 7.1.2.2.Marketing Mix ......................................................................................... 174 7.1.2.Gestão de produção e de stocks ................................................................ 175 7.1.2.1.A organização dos sistemas produtivos .................................................. 175 7.1.2.2. A Gestão dos stocks ................................................................................ 175 Sumário ......................................................................................................................... 177 Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 178 Exercícios ...................................................................................................................... 179 Exercícios do final do módulo ....................................................................................... 180 Bibliografia .................................................................................................................... 182 9 Visão geral Bem-vindo ao Módulo de Fundamentos de Administração Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de Fundamentos de Administração deverás ser capaz de: desenvolver a capacidade de conceptualização de problemas básicos que os actores organizacionais frequentemente têm de enfrentar. Também terás uma visão global do que é uma organização e sua evolução, através do estudo das funções da empresa. Objectivos Específicos Conhecer a evolução histórica da Administração. Conceituar Administração. Estudar cada Escola da Administração. Entender as funções precípuas e as organizacionais da Administração. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria do ISCED e outros como Gestão de Recursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. 10 Como está estruturado este módulo Este módulo de Fundamentos de Administração, para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias Um índice completo. Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas visualizadas por um sumário. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios teóricos, Problemas não resolvidos e actividades práticas, algumas incluindo estudo de casos. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED pensando em si, num cantinho, mesmo o recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza nas bibliotecas física e virtual do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou eletrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. 11 Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de Auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico- pedagógica. Pode ser que graças as suas observações, o próximo módulo venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 12 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existirem. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando estudar como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outrolugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! 13 Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. 14 O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorias devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 15 avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. 17 TEMA – I: Bases Históricas UNIDADE Temática 1.1 . Antecedentes históricos da Administração UNIDADE Temática 1.2 . Exercicios do Tema Unidade Temática 1.1. Antecedentes Históricos da Administração Introdução Vai-se iniciar o estudo da 1ª unidade da disciplina de Fundamentos de Administração. Nesta, conhecerá as bases históricas que marcaram o surgimento da administração. Os primeiros passos e influência que sofreu no seu percurso de formação. Objectivos Conhecer as bases que influenciaram o surgimento da Administração Entender as influências dos filósofos no pensamento Administrativo; Explicar a contribuição das organizações para o surgimento da Administração Saber a influência da revolução industrial para o advento da administração. 1.1.1. Antecedentes históricos da Administração A história da administração é recente. No decorrer da toda história da humanidade se desenvolveu com uma lentidão impressionante. Somente a partir do séc. XX é que ela surgiu e explodiu em um desenvolvimento de notável pujança e inovação. Uma das razões para tanto é que nos dias de hoje a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de organizações na qual a maior parte das obrigações sociais (como a produção de bens ou serviços em geral) é confiada a organizações (como indústrias, universidades e escolas, hospitais, etc.) que precisam ser administradas para se tornarem mais eficientes e eficazes. As organizações eram poucas e pequenas, predominavam as pequenas oficinas, artesões independentes, pequenas escolas, profissionais autónomos. 18 O pensamento administrativo foi fortemente influenciado pelos filósofos gregos, como Platão (429 a. C. – 347 a. C.) discípulo de Sócrates, e Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C.), discípulo de Platão. (CHIAVENATO, 2003) 1.1.2. Influência dos filósofos O pensamento administrativo foi fortemente influenciado pelos filósofos gregos, como Platão (429 a. C. – 347 a. C.) discípulo de Sócrates, e Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C.), discípulo de Platão. (CHIAVENATO, 2003) Os três filósofos tiveram contribuições muito importantes para o pensamento administrativo do Século XX. O principal discípulo de Sócrates, Platão, preocupou-se com aspectos deficientes e problemáticos referentes à natureza política e socioculturais relacionados ao desenvolvimento da comunidade grega. Marcadamente questionador, foi corajoso em sua obra “A República”, onde propõe um movimento de democracia administrativa, inclusive das contas e impostos públicos. Por sua vez, Aristóteles, discípulo de Platão, teve papel importante na história do pensamento administrativo ao impulsionar o pensamento da Filosofia, Cosmologia, Nosologia, Metafísica, Lógica e Ciências Naturais (CHIAVENATO, 2003), possibilitando as perspectivas consideradas de vanguarda do conhecimento humano. Em sua principal obra “Política” estudou a organização do Estado, diferenciando as três formas de administração pública: Durante os séculos que vão da antiguidade ao início da idade média, a filosofia voltou-se para um leque variado de questionamentos e problemas e, assim, afastados e do pensamento e problemas de ordem administrativa. Porém, outros filósofos, não menos importantes, legaram importantes contribuições para a formação do 19 pensamento administrativo. Os principais serão relatados logo abaixo: Francis Bacon (1561 – 1626): filósofo e estadista inglês, considerado um dos pioneiros do pensamento científico moderno, fundador da Lógica Moderna baseado no método experimental e indutivo (do específico para o geral) CHIAVENATO (2003). Bacon ocupa-se em mostrar a prática da separação do método experimental e indutivo, demonstrando preocupação à importância da separação experimental do que é acidental ou acessório. Bacon foi pioneiro ao antecipar o princípio da Administração “prevalência do principal sobre o acessório”. René Descartes (1596 – 1650): filósofo, matemático e físico francês, considerado fundador da Filosofia contemporânea é responsável pela criação das coordenadas cartesianas, impulsionando a Matemática e a Geometria da época. Na esfera da filosofia, foi celebrizado pela sua obra “O Discurso do Método”, onde faz uma descrição minuciosa dos principais preceitos do seu método filosófico, hoje denominado “método cartesiano”. O método cartesiano teve influência decisiva na administração: a administração científica, as teorias clássicas e neoclássicas tiveram muitos de seus princípios baseados na metodologia cartesiana. (CHIAVENATO, 2003) Princípios da moderna administração, como: A divisão do Trabalho, do Controle e da Ordem estão contidas nas ideias cartesianas. Thomas Hobes (1588 – 1679): filósofo e teórico político inglês, demonstrou convicção ao defender um governo absoluto, isso, por causa de sua visão pessimista da humanidade. Hobes acreditava que, sem a presença do governo, o homem tende a viver em permanente guerra e em intermináveis situações de conflito, isso, apenas, para manter-se em uma situação de sobrevivência. Em sua mais famosa obra, Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil, Hobes parece querer denunciar uma atitude de descaso e até omissão por parte da sociedade em relação aos seus direitos naturais de um governo que, investido do poder a ele conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz (CHIAVENATO, 2003). De acordo com os escritos do Leviatã, o Estado firmou um pacto com a sociedade, pacto este que, ao crescer, alcança a condição de gigantes do capital, nas palavras do autor, “dimensões de um dinossauro”, dinossauro que é capaz de ultrapassar a barreira da ameaça. Administração à liberdade dos cidadãos, este dinossauro é o Leviatã. 20 Um outro importante teórico que tratou do tema é Jean-Jacques Rosseau (1927-1778), que, ao desenvolver a teoria do contrato social afirma: o Estado surge de um acordo de vontades. O Contrato Social é um acordo entre os membros de uma sociedade pelo qual reconhecem a autoridade igual sobre todos de um regime político, governante ou de um conjunto de regras. Rosseau assevera que o homem é bom e afável por natureza e a vida em sociedade o deturpa. Dos representantes da filosofia mais celebrados pelos partidos vermelhos – partidos comunistas – estão Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895). Os filósofos, Historiadores, economistas e políticos, alemães, de acordo com Matos (1999), foram os criadores de uma importante corrente de pensamento que visava a transformação da sociedade, tendo a sua obra implicações no campo educativo. Grande parte dos seus livros foi escrita em co - autoria. A designação “marxismo” acentua a importância de Karl Marx, no contexto desta corrente de pensamento em relação a Friedrich Engels. A contribuição de Marx e Engels para o pensamento administrativo teve como centro uma teoria da origem económica do Estado, onde o poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da dominação económica do homem pelo homem (BERMAN, ano, p). O Estado vem a ser uma ordem coactiva imposta por uma classe social exploradora. A principal obra de Marx e Engels foi o Manifesto comunista, onde afirmam que a história da humanidade é uma história de luta de classes (CHIAVENATO, 2001, p. 40). Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, em uma palavra, exploradores e explorados, sempre mantiveram uma luta, oculta e manifesta. Marx afirmou que os fenómenos históricos são o produto das relações económicas de exploração do homem pelo homem, geradora do poder político do Estado, que vem a ser uma ordem coactiva imposta por uma classe social exploradora. O Marxismo foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis objectivas do desenvolvimento económico da sociedade, em oposição aos ideais metafísicos. Abaixo, pode-se ler um importante trecho do Manifesto Comunista que aborda como o mercado pode ser volátil – TUDO O QUE É SÓLIDO SE DESMANCHA NO AR e, assim, direccionar o homem para o destino que estes actores hegemónicos almejam, desconsiderando qualquer que seja a opinião ou opção do maior envolvido nas relações de poder entre o Estado e a Sociedade – TUDO O QUE ERA SAGRADO É PROFANO. 21 Nicolau Maquiavel (1469 – 1527): historiador e filósofo político italiano, no seu livro mais famoso, “O Príncipe” (escrito em 1513 e publicado em 1532) refere-seà forma de como um governante deve se comportar. Maquiavel pode ser entendido “como um analista do poder e do comportamento dos dirigentes em organizações complexas”. Certos princípios simplificados que sofreram popularização estão associados a Maquiavel (observe-se o adjectivo maquiavélico). Como fonte de origem da administração, várias foram as contribuições nos pensamentos e teorias aplicadas e utilizadas até hoje. A sociedade humana é feita de organizações e essas de pessoas com ideias, sentimentos, pensamentos, aspirações e de todo um conjunto de acções que viabilizam a existência da sociedade; por essa razão as contribuições foram e serão importantes na formação da sociedade moderna. A administração por reunir várias outras ciências, capaz de criar ferramentas e subsídios na modelagem da sociedade e essas, fornecem às organizações, que, por sua vez, geram os meios de subsistência para as pessoas, como, por exemplo, a moeda de troca do trabalho, que é o salário, tão importante para subsidiar as necessidades do trabalhador e dos seus. Por sua vez, é essa fonte de renda gerada pelas organizações que será a base para manter uma estabilidade cíclica económica na sociedade. 1.1.3. Outras contribuições importantes Contribuição das Organizações Duas instituições desempenharam um papel fundamental na história, tendo se tornado numa referência importante na evolução da história da Administração. Tais instituições são: a Igreja Católica Romana e a Organização Militar. i. A Igreja Católica Romana celebrizou-se por possuir uma organização formal simples, mas eficiente, tendo exercido uma grande influência para o surgimento da Administração Clássica. ii. A organização Militar deu uma valiosa contribuição à moderna Administração, destacando-se de entre várias, as seguintes acções: Organização linear, que sustenta o princípio da unidade de comando; Princípio da centralização de comando e descentralização da execução; Criação do Estado-maior (Staff), para assessorar o comando com responsabilidade de linha; Princípio da direcção e disciplina; e Conceito do pensamento estratégico, segundo o qual, o Administrador deve 22 estar preparado para lidar com incertezas, devendo por isso, planificar tendo em conta essa realidade. Contribuição da Revolução Industrial CHIAVENATO (2000) indica que, como consequência da Revolução Industrial que se deu na Inglaterra nos finais do século XVIII, verificou- se: O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, que exigiu uma Administração científica, capaz de substituir o empirismo e a improvisação; e A necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas para fazer face à concorrência e competição no mercado. Foi assim que os proprietários das empresas passaram a empregar indivíduos hábeis, de forma a suprir as suas deficiências na planificação, operação e controlo da produção. Assim, surgiu o Administrador profissional, caracterizado por ser técnico e não necessariamente proprietário do capital investido. CHIAVENATO (2000) acrescenta que é neste ambiente que surge no século XX a moderna Administração quando dois engenheiros publicaram as suas experiências. Trata-se do americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o criador da Teoria da Administração Científica e do francês Henri Fayol (1841-1925), o criador da Teoria Clássica da Administração. Sumário Na unidade que acabamos de analisar, aprendeu que a administração é uma prática bastante antiga, que surgiu desde que o homem começou a realizar actividade organizada e consciente, mas como ciência, ela é recente, tendo somente aparecido no século XX. Para o surgimento da ciência da administração e da sua consequente modernização, tiveram destaque as grandes contribuições da Filosofia; da organização militar e da Igreja Católica; e da Revolução Industrial. A revolução Industrial permitiu que os donos das empresas contassem com indivíduos hábeis para os ajudar a gerir os seus negócios. São esses indivíduos que estiveram na origem da criação das primeiras teorias administrativas. Exercícios de Auto-Avaliação 1. Indique os filósofos gregos que influenciaram o pensamento administrativo. 23 Resposta: Sócrates, Platão e Aristóteles. 2. Explique, como foi a contribuição de Platão em a república para o pensamento Administrativo. Resposta: Na sua obra “a Republica”, Platão propõe um movimento de democracia administrativa, inclusive das contas e impostos públicos. 3. Identifique os conceitos ligados a organização para o advento da administração. Resposta: organização formal, Organização linear, Princípio da centralização e descentralização, Staff, responsabilidade de linha; Princípio da direcção e disciplina, pensamento estratégico, incertezas. 4. Explique as mudanças provocadas como resultado da eclosão da Revolução Industrial. Resposta: O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, que exigiu uma Administração científica, capaz de substituir o empirismo e a improvisação; e A necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas para fazer face à concorrência e competição no mercado. 5. Diferencie o método dedutivo do indutivo. Resposta: indutivo – as suas conclusões partem do específico para o geral, enquanto o método dedutivo tem inferências que partem do geral ao específico. 6. Aristóteles diferenciou 3 formas de administração pública. Enuncie-as. Respostas: As três formas de administração pública: Monarquia, Aristocracia e Democracia. Exercícios 1. Pesquise sobre as práticas de administração nas grandes civilizações antigas, nomeadamente, a Suméria, a Mesopotâmia e o Egipto. 2. Pesquise sobre o contributo da Economia para a actual administração 3. Fale do método cartesiano e sua influência no pensamento administrativo 4. Diferencie as formas de governo: Monarquia, Aristocracia e Democracia. 5. Comente acerca da revolução industrial e a Administração cientifica 6. Fale da contribuição da igreja católica romana. 24 TEMA –II: Evolução Histórica da Administração Unidade temática 2.1 . As abordagens clássica, Unidade temática 2.2. As abordagens humanista Unidade Tematica 2.3. organizacional e comptemporanea. Unidade Tematica 2.4. Exercicios do Tema II Unidade Temática 2.1. As abordagens clássicas Introdução Vai-se iniciar o estudo da 2ª unidade do tema II, onde irá conhecer todo o pacote da evolução história da administração e as principais abordagens de administração, desde os tempos mais recuados. Objectivos Compreender a teoria clássica da administração no geral Explicar teoria da administração científica e a teoria clássica Apontar aspectos ligados a Taylor e Henri Fayol Desenvolver o pensamento administrativo de Taylor Entender as mais recentes abordagens da administração clássica de Fayol 2.1.1. Teorias Administrativas A teoria administrativa ou teoria geral da administração, de acordo com CHIAVENATO (2003) pode ser resumida em 7 abordagens, cada uma realçando e enfatizando um aspecto importante da administração, que são: Abordagem clássica: preocupa-se com a organização das tarefas e com a estrutura organizacional da empresa. Encontramos nesta abordagem a teoria da administração científica e a teoria clássica da administração; Abordagem humanista: preocupada com as pessoas, os grupos sociais e a organização informal. Encontramos nesta, a teoria das relações humanas. Abordagem neoclássica: preocupa-se com a administração por 25 objectivos. Encontramos a teoria Neoclássica da Administração. Abordagem estruturalista: preocupa-se com os aspectos internos da organização e, recentemente, também com os aspectos externos. Encontramos nesta abordagem as teorias da burocracia e estruturalista; Abordagem comportamental: preocupa-se com o comportamento global da empresa.Encontramos nesta abordagem a teoria comportamental da Administração e a teoria do desenvolvimento organizacional (DO). Abordagem sistémica: aborda a empresa como um sistema aberto, em contínua interacção com o meio ambiente. Encontramos nesta abordagem a teoria Matemática da Administração, a tecnologia e Administração e a teoria dos sistemas. Abordagem contingencial: aborda a empresa e a sua administração como variáveis dependentes do que ocorre no meio externo. Encontramos a teoria contingencial da administração. 2.1.2.A abordagem clássica da administração Segundo CHIAVENATO (2003), esta abordagem é a primeira tentativa de aplicação de métodos científicos na administração e divide-se em duas teorias, que são: da administração científica; e clássica. 2.1.2.1. A Teoria de administração Cientifica 2.1.2.1.1. Frederick W. Taylor A abordagem básica da Escola da Administração Científica é a ênfase colocada nas tarefas. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de alcançar elevada eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são: a observação e a mensuração. A Escola da Administração Científica foi iniciada no começo deste século pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna TGA. Taylor teve inúmeros seguidores, como Ford e Emerson, e provocou uma verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial de sua época. A preocupação original foi eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial, era necessária a organização da tarefa, isto é, com a realização do trabalho dos operários, por isso, se chamou de analítica e concreta. 26 Foto 1. Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o criador da Teoria Cientifica de Administração, considerado pai da Administração. 1. Primeiro Período de Taylor: Ao lançar seu primeiro livro, Administração de Oficinas (1903), Taylor publica suas primeiras ideias sobre a Administração Científica (CHIAVENATO, 2003): 1. O objectivo da Administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários de produção; 2. Para realizar tal objectivo, a Administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa e experimentos para formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controlo das operações fabris; 3. Os empregados devem ser cientificamente colocados em seus postos com materiais e condições de trabalho adequadas para que as normas possam ser cumpridas; 4. Os empregados devem ser cientificamente treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar uma tarefa para que a produção normal seja cumprida; 5. A Administração precisa criar uma atmosfera de íntima e cordial cooperação com os trabalhadores, para garantir a permanência desse ambiente psicológico. 2. Segundo Período de Taylor: Esta fase corresponde à publicação de seu outro livro, Princípios da Administração Científica (1911), onde conseguiu identificar os principais problemas das empresas da época: 1. Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção a cerca de um terço da que seria normal. Existem 3 causas determinantes da vadiagem no trabalho: O engano espalhado entre os trabalhadores de que o maior rendimento do homem e da máquina provoca desemprego 27 de operários; O sistema defeituoso de Administração que força os operários à ociosidade no trabalho; Os métodos ineficientes utilizados nas empresas, com os quais o operário desperdiça grande parte de seu tempo e esforço. 2. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização; 3. Falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho. Para sanar esses problemas, Taylor idealizou a organização racional do trabalho (ORT) como uma primeira tentativa de aplicar métodos científicos à administração. 2.1. Administração como Ciência Segundo CHIAVENATO (2003), Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao planeamento e o empirismo à ciência: a Ciência da Administração. Como pioneiro, o mérito de Taylor reside em sua contribuição para encarar sistematicamente o estudo da organização. O fato de ter sido o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho, inclusive dos tempos e movimentos, de estabelecer padrões de execução, treinar os operários, especializar o pessoal, inclusive a direcção, instalar uma sala de planeamento, em resumo, assumir uma atitude metódica ao analisar e organizar a unidade fundamental de trabalho, adoptando esse critério até o topo da organização, tudo isso eleva Taylor a uma altura não comum no campo da organização. A Administração Científica é uma combinação de: “Ciência em lugar de empirismo. Harmonia em vez de discórdia. Cooperação e não individualismo. Rendimento máximo em lugar de produção reduzida. Desenvolvimento de cada homem a fim de alcançar maior eficiência e prosperidade.” Embora Taylor se preocupasse mais com a filosofia – com a essência da ideia – que exige uma revolução mental tanto da parte da direcção como da parte dos operários, a tendência de seus seguidores foi uma preocupação maior com técnicas do que a filosofia da Administração Científica. 28 O principal objectivo da Administração é assegurar o máximo de prosperidade ao padrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. O princípio da máxima prosperidade para o patrão acompanhada da máxima prosperidade para o empregado deve ser os dois fins principais da Administração. Assim, deve haver uma identidade de interesses entre empregados e empregadores. 2.2. Organização Racional do Trabalho (ORT): CHIAVENATO (2003), ainda afirma que Taylor verificou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos. Notou que isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Com a Administração Científica ocorre uma repartição da responsabilidade: a administração (gerência) fica com o planeamento (estudo do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência contínua ao trabalhador durante a produção) enquanto o trabalhador fica somente com a execução do trabalho. A organização racional do trabalho se fundamenta em: 1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos; 2. Estudo da fadiga humana; 3. Divisão do trabalho e especialização do operário; 4. Desenho de cargos e de tarefas; 5. Incentivos salariais e prémios de produção; 6. Condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto etc.; 7. Padronização de métodos e de máquinas; 8. Supervisão funcional. 2.3. Princípios da Administração Científica de Taylor: Segundo ainda CHIAVENATO (2003), para Taylor, a gerência deve seguir quatro princípios a saber: 1. Princípio de planeamento: Substituir no trabalho o critério individual do operário, a improvisação e actuação empírica- prática, por métodos baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência, através do planeamento do método de trabalho; 2. Princípio de preparo: Seleccionar cientificamente os 29 trabalhadores de acordo com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Preparar também máquinas e equipamentos através do arranjo físico e disposição racional das ferramentas e materiais; 3. Princípio do controle: Controlar o trabalho para se certificar de que este está sendo executado de acordo com osmétodos estabelecidos e segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a melhor possível; 4. Princípio da execução: Distribuir distintamente atribuições e responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada. Com estes princípios, Taylor introduziu as 4 funções da administração, a saber: o planeamento, a organização, a direcção e o controlo. 2.4. Outras ideias de Taylor: Além dos quatro princípios explícitos que vimos agora, Taylor divulgou e defendeu diversas outras ideias muito importantes, e muitas praticadas até hoje: 1. Estudar o trabalho dos operários, decompondo em seus movimentos elementares e cronometrando para, após uma análise cuidadosa, eliminar ou reduzir os movimentos inúteis e racionalizar os movimentos úteis; 2. Estudar cada trabalho antes de fixar o modo como deverá ser executado; 3. Seleccionar cientificamente os trabalhadores de acordo com as tarefas que serão atribuídas; 4. Dar aos trabalhadores instruções técnicas sobre o modo de trabalhar, ou seja, treiná-los adequadamente; 5. Separar as funções de preparo e as de execução, com atribuições precisas e delimitadas; 6. Especializar e treinar os trabalhadores, tanto no preparo e no controle do trabalho quanto em sua execução; 7. Preparar a produção, ou seja, planeá-la e estabelecer prémios e incentivos para quando forem atingidos os padrões estabelecidos e prémios e incentivos maiores para quando os padrões forem ultrapassados; 8. Padronizar utensílios, materiais, maquinário, equipamento e métodos e processos de trabalho a serem utilizados; 9. Dividir proporcionalmente (entre a empresa, accionistas, 30 trabalhadores e consumidores) as vantagens resultantes do aumento da produção proporcionado pela racionalização; 10. Controlar a execução do trabalho, para manté-lo nos níveis desejados, aperfeiçoá-lo, corrigi-lo e premiá-lo; 11. Classificar de forma prática e simples os equipamentos, processos e materiais a serem empregados ou produzidos, de forma a facilitar seu uso. Em suma, as ideias de Taylor podem-se sintetizar da seguinte maneira: Aplicação do método científico para encontrar a única e melhor maneira de realizar o trabalho; Selecção, de forma cientifica, dos trabalhadores que melhor desempenharão a tarefa; Treino, educação e desenvolvimento dos trabalhadores de modo a melhor desempenharem as tarefas; Interacção amigável e cooperação entre os gestores e os trabalhadores, mas com uma clara repartição dos deveres entre uns e outros. 2.1.2.1.2. Princípios de Eficiência de Emerson: Na óptica de CHIAVENATO (2003), Harrington Emerson (1853-1931) foi um engenheiro que simplificou os métodos de trabalho. Popularizou a Administração Científica e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre selecção e treinamento de empregados. Os princípios de rendimento preconizados por Emerson são: 1. Traçar um plano bem definido, de acordo com os objectivos; 2. Estabelecer o predomínio do bom senso; 3. Oferecer orientação e supervisão competentes; 4. Manter disciplina; 5. Impor honestidade nos acordos, ou seja, justiça social no trabalho; 6. Manter registos precisos, imediatos e adequados; 7. Oferecer remuneração proporcional ao trabalho; 8. Fixar normas padronizadas para as condições de trabalho; 9. Fixar normas padronizadas para o trabalho em si; 10. Fixar normas padronizadas para as operações; 11. Estabelecer instruções precisas; 12. Oferecer incentivos ao maior rendimento e à eficiência. 31 2.1.2.1.3.Princípios Básicos de Ford: Na perspectiva de CHIAVENATO (2003), provavelmente, o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica, Henry Ford (1863-1947) iniciou sua vida como mecânico. Projectou um modelo de carro e em 1899 fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Sem desanimar, fundou, em 1903, a Ford Motor Co. Sua ideia: popularizar um produto antes artesanal e destinado a milionários, ou seja, vender carros a preços populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da época. Entre 1905 e 1910 Ford promoveu a grande inovação do século XX: a produção em massa. Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. E esta inovação teve maior impacto sobre a maneira de viver do homem do que muitas das maiores invenções do passado da humanidade. Em 1913 já fabricava 800 carros por dia. Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do controlo accionário da empresa. Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de oito horas, quando na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Em 1926, já tinha 88 fábricas e empregava 150.000 pessoas, fabricando 2.000.000 de carros por ano. Utilizou um sistema de final acabado, além da concentração horizontal através de uma cadeia de distribuição comercial por meio de agências próprias. Ford fez uma das maiores fortunas do mundo graças ao constante aperfeiçoamento de seus métodos e processos de trabalho. A racionalização da produção proporcionou a linha de montagem, que permite a produção em série. Na produção em série ou em massa, o produto é padronizado, bem como o maquinário, material, mão-de- obra e o desenho também, o que proporciona um custo mínimo. Daí, a produção em grandes quantidades, cuja condição precedente é a capacidade de consumo em massa, seja real ou potencial, na outra ponta. A condição-chave da produção em massa é a simplicidade. Três aspectos suportam o sistema: 1. A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, ordenada e contínua. 2. O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo com a iniciativa de ir buscá-lo. 3. As operações são analisadas em seus elementos constituintes. Ford adoptou três princípios básicos, a saber: 1. Princípio de intensificação: Diminuir o tempo de duração, com o emprego imediato dos 32 equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. 2. Princípio de economicidade: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do stock da matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de pagamento da matéria-prima adquirida e dos salários. A velocidade de produção deve ser rápida: “o minério sai da mina no sábado e é entregue sob a forma de um carro, ao consumidor, na terça-feira, à tarde”. 3. Princípio de produtividade: Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção. O esquema se caracteriza pela aceleração da produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e económico. 2.1.2.1.4. Apreciação crítica à teoria da administração científica De acordo com CHIAVENATO (2003), são méritos da teoria de administração científica, os seguintes: Foi a primeira teoria a fazer uma análise completa do trabalho, a estabelecer padrões e a treinar os operários, usando a metodologia científica na administração. Aspectos negativos da teoria da administração científica 1. Mecanicismo da administração científica: deu pouca atenção ao elemento humano; concebeu a organização como um arranjo rígido e estático de peças (teoria da máquina); abordou o homem como um instrumento passivo, capaz de executar o trabalho e receber ordens, mas sem poder de iniciativa; considerou que o empregado age motivado pelo interesse do quadro material e financeiro (homo económicus), sem levar em consideração outros factores motivacionais. 2. Super especialização do operário: a especialização do operário por meio da divisão e da subdivisão de todas as operaçõesprivou os operários de satisfação do trabalho e violou a dignidade humana. 3. Visão microscópica do homem: — Limitou-se às características físicas do corpo humano em trabalhos rotineiros com ênfase nos estudos dos movimentos e da fadiga, abordando seu trabalho como um processo acessório da máquina (teoria fisiológica da organização). 4. Ausência de comprovação cientifica, — Os Tayloristas Utilizaram pouca pesquisa e experimentação 33 científica para comprovara as suas teses; 5. Abordagem incompleta da organização: limitou-se apenas aos aspectos formais da organização, omitindo a organização informal e os aspectos humanos da organização. Também ignorou a vida social interna dos participantes da organização. 6. A limitação do campo de aplicação: restringiu-se aos problemas de produção na fábrica, não considerando os demais aspectos da vida da organização, como financeiros, comerciais, logísticos, etc. 7. Abordagem prescritiva e normativa: preocupação em prescrever princípios normativos que devem ser aplicados como receita em todas as situações. 8. Abordagem de sistema fechado: visualiza somente aquilo que acontece dentro da organização, sem levar em conta o meio em que está situada. 2.1.2.2 A Teoria Clássica da Administração 2.1.2.2.1. Henri Fayol Ainda na perspectiva de CHIAVENATO (2003), a teoria Clássica da Administração foi fundada com as ideias de Henri Fayol, que se preocupou basicamente com as funções organizacionais e a produtividade nas indústrias, isto é, com a eficiência das organizações através da sua estrutura (disposição dos órgãos componentes da organização). Ele desenvolveu a sua teoria numa perspectiva global (teoria geral), sendo os seus princípios destinados à organização como um todo. Foto 2. Henri Fayol (1841-1925) Henri Fayol (1841-1925), o fundador da Teoria Clássica, nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris, vivendo as consequências da Revolução Industrial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial. Formou-se em engenharia de minas e entrou para a empresa metalúrgica e carbonífera onde fez sua carreira. Fayol expôs sua Teoria 34 de Administração no livro Administration Industrielle et Générale, publicado em 1916. Seu trabalho, antes da tradução para inglês, foi divulgado por Urwick e Gulick, dois autores clássicos. 1. Conceito de Administração por Fayol: Fayol define o acto de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. As funções administrativas envolvem os elementos da Administração, isto é, as funções do administrador, a saber: 1. Prever: Visualizar o futuro e traçar o programa de acção. 2. Organizar: Constituir o duplo organismo material e social da empresa. 3. Comandar: Dirigir e orientar o pessoal. 4. Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os actos e todos os esforços colectivos. 5. Controlar: Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas. Estes são os elementos da Administração que constituem o chamado processo administrativo: são localizáveis no trabalho do administrador em qualquer nível ou área de actividade da empresa. Em outros termos, tanto o director, o gerente, o chefe, como o supervisor – cada qual em seu respectivo nível – desempenham de actividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como actividades administrativas essenciais. Assim, as funções universais da Administração são: 1. Previsão: Envolve a avaliação do futuro e o aprovisionamento em função dele. 2. Organização: Proporciona todas as coisas úteis o funcionamento da empresa e pode ser dividida em organização material e organização social. 3. Comando: Leva a organização a funcionar. Seu objectivo é alcançar o máximo retorno de todos os empregados no interesse dos aspectos globais. 4. Coordenação: Harmoniza todas as actividades do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso. Ela sincroniza coisas e acções em suas proporções certas e adapta os meios aos fins. 5. Controle: Consiste na verificação para certificar se todas as coisas ocorrem em conformidade com o plano adoptado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objectivo é localizar as fraquezas e os erros no sentido de rectificá-los e prevenir a recorrência. 35 Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber: a) Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa. b) Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação. c) Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais. d) Funções de segurança: relacionadas com a protecção e preservação dos bens e das pessoas. e) Funções contábeis: relacionadas com inventários, registos, balanços, custos e estatísticas. f) Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. Com o anúncio destas funções, Fayol pretende mostrar que de todas as seis funções, as administrativas devem ter um tratamento especial, pois são elas que fazem que as demais funções sejam viabilizadas. 2 Princípios da Administração Clássica Para os autores clássicos, o administrador deve obedecer a certas normas ou regras de comportamento, isto é, a princípios gerais que lhe permitam desempenhar bem as suas funções de planificar, organizar, dirigir, coordenar e controlar. Daí surgirem os chamados princípios gerais de administração ou simplesmente princípios de administração, desenvolvidos por quase todos autores clássicos, como normas ou leis capazes de resolver os problemas organizacionais. Por enquanto, nos interessam os 14 princípios de Fayol, que são os seguintes Divisão do trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência. Autoridade e responsabilidade: Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si. Unidade de comando: Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. Unidade de direcção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de actividades que tenham o mesmo objectivo. Disciplina: Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas. Remuneração: Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. 36 Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. Cadeia escalar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. Equidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal. Estabilidade dos funcionários: A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa. Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. Espírito de equipa: A harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização. 2. Divisão do Trabalho e Especialização A organização se caracteriza por uma divisão do trabalho claramente definida. “A divisão do trabalho constitui a base da organização; na verdade, é a própria razão da organização.” A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas, ou seja, à heterogeneidade. A ideia básica era a de que as organizações com maior divisão
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