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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Instrumentos que a Administração Pública possui para atuar com mais facilidade – instrumentos que a colocam em um patamar de superioridade em relação a um particular – são poderes irrenunciáveis PODER DE POLÍCIA administrativa Artigo 78 do CTN – conceito de poder de polícia administrativa – quando o estado realiza a limitação de DIREITOS, USO DE BENS PRIVADOS ou EXERCÍCIO DE ATIVIDADES PRIVADAS impondo regras de interesse público. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Não confundir polícia administrativa com polícia de segurança pública (art. 144 da CF – polícia judiciária PF/PC e polícia de manutenção de ordem PM/PRF) Ciclo completo de polícia – é quando um único órgão da segurança pública é ao mesmo tempo investigativo e ostensivo – Brasil não adota, pois quem investiga é a polícia judiciária e ostensividade é a polícia de manutenção de ordem Atributos que, em regra, são encontrados no poder de polícia administrativo: · IMPERATIVIDADE – em rega, Administração Pública impõe condutas · AUTOEXECUTORIEDADE – em regra, não precisa de autorização do poder judiciário para executar medidas de polícia administrativa (interdição, autuação) · DISCRICIONARIEDADE – em regra, possui margem de liberdade (em alguns casos, a atuação é vinculada) Titulares do poder de polícia administrativa (podem exercer em sua integralidade): · Pessoas Jurídicas de Direito Público · União · Estados · Municípios · DF · Autarquias (incluindo todas – fundação autárquica) Pessoas jurídicas de direito privado não podem exercer o poder de polícia administrativa em sua integralidade (empresas públicas, sociedade de economia mista, concessionárias...), entretanto, algumas fases do poder de polícia administrativo é admitida a delegação a pessoas privadas... · Fase legislativa – entes centrais por lei delimitam a atuação da Administração Pública no que tange o poder de polícia · NÃO PODE SER DELEGADA · Fase consentimento – Administração Pública libera condutas privadas (alvarás, vistorias...) · É ADMITIDA A DELEGAÇÃO A PARTICULARES · Fase fiscalização - Administração Pública fiscaliza condutas policiadas · É ADMITIDA A DELEGAÇÃO A PARTICULARES · Fase autuação - Administração Pública pune os que não cumprem as regras de posturas do que tange ao poder de polícia administrativa · NÃO PODE SER DELEGADA Custeio do poder de polícia administrativa – TAXA de polícia – artigo 45, II, CF Formas de atuação do poder de polícia · Pode ser geral, através de um ato geral, abstrato, que não especifica destinatário · Pode ser por atos concretos, individuais, onde especifica o destinatário e o caso concreto O poder de polícia pode ser preventivo ou ostensivo PODER REGULAMENTAR ou NORMATIVO · Normalmente exercido pelo chefe do poder executivo, expede atos normativos derivados (regulamentos), para regulamentar/esclarecer uma lei (não podem alterar a lei – não pode ampliar ou restringir o texto legal) – exemplo: decreto executivo (é um tipo de regulamento) · Presidente da República – vai regulamentar lei federal – Ex: Decreto Executivo Federal · Responsável por sustar ato exorbitante do Poder Executivo Federal: Congresso Nacional · Governador – vai regulamentar lei estadual – Ex: Decreto Executivo Estadual · Responsável por sustar ato exorbitante do Poder Executivo Estadual: Assembleia legislativa · Prefeito – vai regulamentar lei municipal – Ex: Decreto Executivo Municipal · Responsável por sustar ato exorbitante do Poder Executivo Municipal: Câmara dos Vereadores Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: [...] V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Atos normativos – qualquer norma que o estado produza, que tenha caráter geral (não especifica destinatário) e abstrato (não trata de um caso concreto), não importa se passou ou não pelo processo legislativo · ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS/ORIGINÁRIO · Competência constitucional para que os entes centrais UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS e DF para criem um direito novo – legislar – editar leis · Passa por processo legislativo – rigoroso – publicidade ampla · ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS/DERIVADO · Poder que a Administração Pública tem de regulamentar leis já existentes · Não passa por processo legislativo – basta a vontade única do chefe do poder executivo – publicidade mínima (só conhece o teor de um regulamento quando é publicado em diário oficial) Artigo 84 da CF · Inciso IV – Decretos Executivos · Regulamenta lei que já existe · Indelegável · Inciso VI – Decretos Autônomos · Não regulamenta lei – será editado independentemente de lei, vai inovar no mundo jurídico (legisla sem processo legislativo) · Delegável · Advogado geral da união · Procurador geral da república · Ministro de estado Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; [...] PODER DISCIPLINAR · Decorre do poder hierárquico, mas não se confunde com ele · Sanção administrativa e regime disciplinar · Através do poder disciplinar a administração pública aplica sanções administrativas a qualquer pessoa que esteja sujeita ao regime disciplinar imposto pela lei. · Agentes públicos (artigo 116 e seguintes da Lei 8.112/90) · Alguns particulares também estão sujeitos · Presidiários · Alunos do sistema público de ensino · E o que celebra um contrato com a administração pública · Concomitância de esferas de sanções: não é considerado bis in idem · Criminal · Civil · Administrativa – decorre do poder disciplinar da administração pública · Absolvições na esfera penal que impedem condenações na esfera administrativa e civil – princípio da verdade real · FATO INEXISTENTE · NEGATIVA DE AUTORIA (fato existiu, mas não foi aquele autor) · Princípio da Verdade Sabida x Princípio do Devido Processo Legal · Princípio da Verdade Sabida · Antigamente esse princípio vigia no Brasil – não foi recepcionado pela CF/88 · Admitia que se a mesma autoridade que tivesse competência para puni-lo presenciasse a infração, poderia puni-lo sem o devido processo legal · Princípio do Devido Processo Legal · Artigo 5º, LIV, da CF – no Brasil ninguém será privado de seus bens e direitos sem o devido processo legal · Hoje prepondera no Brasil · Súmula Vinculante 5 = é dispensável defesa técnica em PAD PODER HIERÁRQUICO · Gradação de autoridade · Somente existe poder hierárquico função administrativa (administração pública) – entre órgãos e agentes do mesmo poder e na mesma pessoa jurídica – não na função legislativa ou jurisdicional típicas · Decorrências do Poder Hierárquico · Deveres · Fiscalização (órgãossuperiores devem fiscalizar os seus subordinados) · Ordenação (emitir ordens aos subordinados) · Controle (controlar atuação dos subordinados) · Obediência (subordinados devem acatar ordens emanadas pelos superiores) · Ordem manifestamente ilegal não gera dever de obediência · Delegação/avocação de competência · Delegação é uma ampliação de competência – somente decorre do poder hierárquico quando for vertical · Avocação é sempre vertical – chama para si – sempre decorre do poder hierárquico (é sempre vertical) PODER VINCULADO e PODER DISCRICIONÁRIO Classificação dos atos administrativos quanto ao regramento · Ato Administrativo VINCULADO: · Não tem margem de liberdade (apreciação subjetiva) – delimitado pela lei. Exemplo: alvará de licença CNH. · É uma ato irrevogável. · Se for ilegal pode ser anulado. · Ato Administrativo DISCRICIONÁRIO: · Moldado a cada caso concreto – margem de apreciação subjetiva. Exemplo: alvará de autorização para uso do bem público. · É uma ato revogável. · Se for ilegal pode ser anulado. · Elementos nucleares da discricionariedade administrativa (formam o mérito do ato administrativo – soma dos dois) · Conveniência – melhor caminho · Oportunidade – melhor momento · Limitadores da discricionariedade administrativa: · Lei · Princípio da razoabilidade – bom senso · Princípio da proporcionalidade – equilíbrio · Alguns elementos do ato administrativo são somente vinculados, outros podem ser vinculados ou discricionários (a depender da situação) ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO M MOTIVO – podem ser VINCULADOS ou DISCRICIONÁRIOS C COMPETÊNCIA – sempre VINCULADO a lei O OBJETO – podem ser VINCULADOS ou DISCRICIONÁRIOS F FINALIDADE – sempre VINCULADO a lei F FORMA – sempre VINCULADO a lei Alguns poderes da administração pública prepondera a vinculação e outros a discricionariedade · PODER DE POLÍCIA – prepondera a discricionariedade · PODER REGULAMENTAR – prepondera a discricionariedade · PODER DISCIPLINAR – prepondera a vinculação à lei · PODER HIERÁRQUICO – prepondera a vinculação à lei ABUSO DE PODER · Abuso por EXCESSO DE PODER · Abuso por DESVIO DE FINALIDADE · Abuso por OMISSÃO
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