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FACULDADE EVANGÉLICA MACKENZIE DO PARANÁ LOUISE STAHLSCHMIDT LIMA QUALIDADE DE VIDA DOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E SÍNDROME DE DOWN Curitiba - PR 2020 Dados Internacionais de Catalogação na Publicaçâo (CIP) (Biblioteca da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná) L732 Lima, Louise Stahlschmidt. Comparação da qualidade de vida dos cuidadores de crianças com síndrome de Down, transtorno do espectro autista e crianças sem necessidades especiais / Louise Stahlschmidt Lima. — Curitiba, 2020. Orientador : Prof. Dr. Renato Nisihara. Trabalho de Conclusão de Curso – Instituto Presbiteriano Mackenzie, Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, Curso de Medicina, 2020. 1. Qualidade de vida. 2. Síndrome de Down. 3. Cuidadores. 4. Transtorno do espectro autista. I. Título. CDD 362.0425 LOUISE STAHLSCHMIDT LIMA QUALIDADE DE VIDA DOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E SÍNDROME DE DOWN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, como requisito parcial à obtenção do grau acadêmico de médico. Orientador: Prof. Dr. Renato Nisihara. CURITIBA 2020 LOUISE STAHLSCHMIDT LIMA QUALIDADE DE VIDA DOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN E TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, como requisito parcial à obtenção do grau acadêmico de médico. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Dr. . Instituição Prof. Dr. Instituição Curitiba, de de 2020. Dedico à minha mãe e ao meu pai sempre estão ao meu lado e que contribuíram de forma tão amorosa e sensível para a realização deste trabalho. Agradecimentos Aos meus pais, Francisco e Neusa, cuidadores de adolescentes com TEA, agradeço pelo amor, cuidado, apoio e incentivo que nunca me faltou. Obrigada por serem tão presentes na minha vida, por se importarem e me ajudarem a resolver minhas dúvidas e problemas, obrigada por me ensinarem a ser forte nos momentos mais difíceis. São as pessoas mais resilientes que conheço, que mesmo nos momentos mais complicados me ensinaram a arte da reconstrução, a florescer, sem nunca me esconder. Agradeço à Deus por ter me escolhido para ser irmã do Thales e Nicolas, meus dois irmãos que fazem parte de quem sou, sem eles minha vida seria comum, sem as grandes emoções que tenho todos os dias. Thales, adolescente com TEA, me surpreende com cada evolução e que me permite ser quem eu realmente sou, sem filtros e sem máscaras; rimos alto, dançamos e pulamos juntos onde quer que estejamos. Nicolas, meu caçulinha Asperger (TEA), é quem me ensina sobre conhecimentos gerais e inglês e que a cada dia me encanta com seu esforço para se enquadrar um pouco a esse mundo tão complicado, à ele digo apenas: seja você e seja forte. Ao meu orientador, professor Renato Nisihara, agradeço por me encorajar a buscar cada vez mais conhecimento e a procurar ser uma profissional da saúde qualificada. Muito obrigada por confiar à mim esse tema de TCC, que é tão próximo a minha realidade, sendo assim um trabalho que fiz com tanto carinho e por várias vezes, emocionada. À minha madrinha, Rosângela Stahlschmidt, agradeço pelo carinho que tem por mim, pela ajuda com a coleta de dados e correções deste Trabalho. Agradeço a Kivia Nunes pelas sugestões e pelos artigos compartilhados. Fonoaudióloga do Thales e minha irmã de coração é uma profissional impecável que não se permite falhar em serviço, contorna crises e cativa a todos. EXPECTATIVAS Da vida quero o viva! Do abraço o aperto. Do hoje o instante, do amanhã recomeço. PEDRO DE LUCENA, autista “não verbal”, autor do livro “Parabólicas”. Resumo RESUMO Introdução: Considerando que crianças/adolescentes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Síndrome de Down (SD), apresentam inúmeras necessidades específicas, de acordo com a maior ou menor gravidade de seus quadros, observa-se que em muitos casos pais/cuidadores desses indivíduos apresentam perda de sua qualidade de vida (QV) ao longo do desenvolvimento de seus filhos. Os sintomas tendem a persistir até a idade adulta, neste contexto, a vida do cuidador muitas vezes passa a ser vinculada a do sujeito com necessidades especiais, comprometendo sua individualidade e QV. Objetivo: avaliar a qualidade de vida de pais/cuidadores de crianças com TEA em comparação com cuidadores de crianças com SD e crianças com ausência de comorbidades e outras síndromes. Metodologia: estudo observacional, transversal e analítico, realizado mediante aplicação do questionário de QV SF-36 com cuidadores de crianças com TEA, SD e pais de crianças sem necessidades especiais. Oss questionários QV SF-36 e socioeconômico foi aplicado aos cuidadores vinculados aos serviços da Escola de Estimulação e Desenvolvimento – CEDAE/APAE Curitiba – PR. Foram incluídos cuidadores de crianças com idade entre 1 e 18 anos, com TEA, SD e sem necessidades especiais. Resultados: foram avaliados 61 com TEA, 56 com SD e 65 cuidadores de crianças sem necessidades especiais, totalizando 182 participantes. O sexo dos cuidadores foi predominantemente feminino, em todos os grupos acima de 90% dos cuidadores correspondem a mulheres. Quando comparados os dados do QV SF-36, os cuidadores de crianças com TEA apresentaram significativamente pior QV nos domínios Capacidade Funcional, Limitação por Aspectos Físicos, Vitalidade, Aspectos Sociais, Limitação por Aspectos Emocionais, e Saúde mental, todos com p < 0,001. Conclusão: cuidadores de crianças com TEA, apresentaram baixa QV quando comparados com cuidadores de crianças sem necessidades especiais e SD. Descritores: Cuidadores. Qualidade de vida. Síndrome de Down. TEA. ABSTRACT ABSTRACT Introduction: Regarding that children/adolescents diagnosed with Autism Spectrum Disorder (ASD) and Down Syndrome (DO) present numerous specific needs, according to the greater or lesser severity of their condition, it is observed that in many cases parents/caregivers of these individuals present a loss of their life quality (LQ) throughout their children’s development. The symptoms tend to persist until adulthood, in this context, the life of the caregiver often becomes linked to the subject with special needs, compromising their individuality and LQ. Objective: to evaluate the life quality of parents/caregivers of children with ASD compared to caregivers of children with DO and children with absence of comorbidities and other syndromes. Methodology: observational, cross-sectional, and analytical study, carried out by applying the LQ questionnaire SF-36 with caregivers of children with ASD, DO and parents of children with no special needs. The LQ SF-36 and socioeconomic questionnaires were applied to caregivers linked to the services of the Escola de Estimulação e Desenvolvimento – CEDAE/APAE Curitiba – PR (Development and Stimulation School – CEDAE/APAE). We included caregivers of children between 1 and 18 years old, with ASD, DO and no special needs. Results: 61 with ASD, 56with DO were evaluated and 65 caregivers of children without special needs, totalizing 182 participants. The caregivers’ gender was predominantly female, in all groups over 90% of the caregivers were women. When comparing data from LQ SF-36, caregivers of children with ASD presented significantly worse LQ in the domains Functional Capacity, Limitation by Physical Aspects, Vitality, Social Aspects, Limitation by Emotional Aspects, and Mental Health, all with p < 0.001. Conclusion: caregivers of children with ASD, presented low LQ when compared to caregivers of children without special needs and DO. Keywords: ASD. Caregivers. Down Syndrome. Life Quality. 10 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – DADOS DEMOGRÁFICOS DOS CUIDADORES ESTUDADOS (N=182).............................................................................................................25 – 26 TABELA 2 – DADOS PSICOSSOCIAIS DOS CUIDADORES ESTUDADOS (N=182).............................................................................................................26 – 27 TABELA 3 – COMPARAÇÃO DAS MEDIANAS POR DOMÍNIOS DO SF-36 DOS CUIDADORES ESTUDADOS.................................................................................. 28 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AMA - Associação de Amigos do Autista APA - American Psychiatry Association CBO - Classificação Brasileira de Ocupações CID - Classificação Internacional das Doenças EUA - Estados Unidos da América OMS - Organização Mundial de Saúde QV - Qualidade de vida SD - Síndrome de Down TCC - Terapia Cognitivo Comportamental TEA Transtorno do Espectro Autista TEACCH – Tratamento e Educação Relacionados a Problemas de Comunicação TFC - Trabalhar fora de casa TM – Transtorno mental 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 2. OBJETIVO ........................................................................................................ 14 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 15 3.1. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ................................................... 15 3.2. SÍNDROME DE DOWN .................................................................................. 18 3.3. IMPACTO DO DIAGNÓSTICO DO TEA E SD PARA PAIS E FAMILIARES .................................................................................................. 19 3.4. QUALIDADE DE VIDA DO CUIDADOR ......................................................... 20 4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 22 4.1. METODOLOGIA ................................................................................................. 24 5. RESULTADOS ...................................................................................................... 24 5.1. ANÁLISE DESCRITIVA DA AMOSTRA TOTAL ................................................. 24 5.2. COMPARAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICOS ........................................................ 24 5.3. COMPARAÇÃO DOS DOMÍNIOS SF-36 ENTRE DIAGNÓSTICOS .................. 28 6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 29 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33 ANEXO A – VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF-36 ........................................................................................................................ 43 ANEXO B – CÁCULOS DE ESCORES DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF-36 ............................................................................................................... 48 ANEXO C – QUESTIONÁRIO CLÍNICO E SOCIODEMOGRÁFICO ........................ 53 ANEXO D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................. 56 ANEXO E – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ................................................................................................................ 60 13 1. INTRODUÇÃO O Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrange um grupo de sintomas neuropsicomotores, comportamentos estereotipados ou repetitivos, extremamente variáveis, e graus de deficiência intelectual. Segundo Griesi Oliveira e Sertié (2017), o TEA é um transtorno bastante complexo e geneticamente heterogêneo, e por isso, é necessário considerar tanto os aspectos epidemiológicos quanto evolutivos, assim como as alterações moleculares resultadas de doenças. Logo, acredita-se que o TEA é uma combinação de fatores genéticos e ambientais, ainda em fase de pesquisa. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) de 2017, indicam que cerca de 1 a cada 160 crianças fazem parte do TEA, contudo, ao analisar comparativamente os dados de estudos epidemiológicos dos últimos 50 anos pode-se estimar que este número aumentará. Apesar do aumento nos casos de TEA no Brasil e no mundo, e da evolução no tratamento, o momento do diagnóstico ainda tem um impacto negativo. No momento que uma família recebe o diagnóstico do filho de TEA, o estilo de vida e estrutura familiar sofre diversas alterações, já que este indivíduo necessita de um planejamento das atividades de vida diária, terapias fonoaudiológicas, psicoterapias, terapeuta ocupacional e organização familiar, principalmente, emocional, sendo bem- vinda, portanto, a busca por apoio social e psicológico a toda sua rede de cuidadores. A síndrome de Down (SD) se trata de uma condição determinada geneticamente pela trissomia do cromossomo 21, sendo a cromossomopatia mais frequente em seres humanos (DAVIDSON, M.A., 2008). Segundo Kabra e Gulati (2003), a SD é a causa mais comum de retardo mental, e sua incidência é de aproximadamente 1:800 nascidos vivos. Os tutores, cuidadores e responsáveis pelo aprendizado, cuidado geral e bem-estar da pessoa com deficiência, como os indivíduos do TEA e SD, geralmente são os pais ou familiares mais próximos. Estes, ficam sujeitos a agentes estressores e intensa sobrecarga emocional, familiar, profissional e social. Contudo, mesmo nestas situações, é comum relatarem ganhos positivos e bastante relevantes, como a satisfação e o bem-estar pelo que 14 podem proporcionar ao seu familiar (MISQUIATTI, A.R.N., et al., 2015). O Guia Prático do Cuidador, Ministério da Saúde do Brasil, 2008, afirma que o cuidador é aquele que integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162, definido como aquele que cuida de outro indivíduo sob objetivos definidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, com propósito de promover alimentação, bem-estar, cultura, educação, higiene pessoal, lazer e recreação à pessoa assistida. O cuidador pode ser pessoa da família ou comunidade com ou sem remuneração que presta cuidados a indivíduos de qualquer faixa etária que necessite de atenção e cuidados excepcionais. É importante lembrar que os cuidadores são submetidos a desgaste físico, psicológico e até mesmo emocional, que pode gerar uma redução de sua qualidade de vida (QV). Sendo esta, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (THE WHOQOL GROUP, 1994). Deste modo, o presente estudo pretende investigar a QV dos cuidadores de crianças com TEA, SD e sem necessidades especiais de maneira comparativa a fim de identificare entender as dificuldades, súplicas e obrigações relativas aos cuidadores e familiares. Levando-se em conta o contexto do trabalho do cuidador, carga emocional e obrigações fora o cuidado com a saúde e bem-estar geral do indivíduo com necessidades especiais. 2. OBJETIVO Avaliar a qualidade de vida de pais/cuidadores de crianças/adolescentes com Transtorno do Espectro Autista e Síndrome de Down comparativemente com pais de crianças/adolescentes sem necessidades especiais. 15 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA O TEA consiste num conjunto de condições heterogêneas que acometem o desenvolvimento neurológico, afetando o comportamento, habilidades sociais e comunicativas (TOSCANO, C.V.A., et al., 2019), cuja incidência de casos tem crescido de forma significativa em todo o mundo (SCHECHTER, R.; GRETHER, J.K., 2008). Ocupando o terceiro lugar entre os distúrbios do desenvolvimento infantil, frente às malformações congênitas e SD, o TEA apresenta prevalência que varia de 4 – 13/10.000 (GADIA, C., et al, 2004; RUTTER, M., 2005). Conforme Ozand, P.T., et al (2003), nos Estados Unidos da América (EUA), a cada 1.000 crianças nascidas ao menos uma receberá o diagnóstico de TEA em algum momento do seu desenvolvimento. Atualmente, o parâmetro mais utilizado é o do Center for Disease Control (CDC), que revelou uma prevalência de 1 para 68 crianças com TEA, ou seja, uma taxa de 1,47% (CHRISTENSEN, D.L., et al., 2016). A principal hipótese, e mais aceita contemporaneamente, da causa do autismo é a da área neurobiológica, na qual há alguma falha de comunicação entre as regiões cerebrais (CAVADA, C., 2004). No TEA existe um excesso de conexões locais e falha nas conexões de maior distância, resultando em processos de excitação e inibição errôneos (MURATORI. F., et al., 2014). Estudos sobre post-mortem iniciados na década de 80 motivaram futuros estudos de neuroanatomia em indivíduos com TEA. Nestes, comprovou-se um conjunto de alterações nos lobos frontal medial, temporal medial, gânglios da base e tálamo (DAMASIO, A.R.; MAURER, R.G., 1978; MOURA. P.J., et al., 2005). Estudos mais modernos asseguram que além das regiões cerebrais atípicas descritas anteriormente, o indivíduo com TEA apresentam na amígdala, cerebelo, corpo caloso, gânglios da base e hipocampo. No entanto, anormalidades celulares e metabólicas ainda são desconhecidas (PEREIRA, A., et al., 2008). Segundo APA (2014), o comprometimento neurológico do TEA possui três níveis de gravidade: nível um, sujeito que exige apoio, nível dois, apoio substancial e por fim, nível três, muito apoio substancial. 16 Diagnosticar o TEA é considerado um trabalho árduo para os profissionais da área da saúde, tendo em vista que o TEA apresenta uma grande variedade de apresentações clínicas, assim como diversos instrumentos de rastreamento (LORD, C., 1995). O diagnóstico precoce é o melhor para o desenvolvimento da criança (CHARMAN. T., et al., 2003). Nos EUA, o diagnóstico infantil de TEA, varia entre 3 – 4 anos de idade (FILIPEK. A., et al.,1999; CHARMAN, T.; BAIRD, G., 2002; CHAKRABARTI, S.; FOMBONNE, E., 2005), contudo, no Brasil, é comum encontrar crianças de 4 – 6 anos de idade com diagnóstico aberto, normalmente os pais começam a se preocupar quando não há desenvolvimento da fala entre 12 -18 meses de vida (AMA). Um dos comportamentos clássicos do TEA são os movimentos repetitivos, chamados de estereotipias motoras. Segundo a Classificação Internacional das Doenças (CID-10), estereotipias motoras estão inclusas na categoria de movimentos intencionais, estereotipados, ritmados, repetitivos, desprovidos de finalidade e sem relação a um transtorno psiquiátrico e neurológico identificado. O flapping (agitação das mãos) é uma das estereotipias mais frequentemente encontradas nos indivíduos com TEA, entretanto existe um grande número e diversidade das topografias, podendo ser desde as mais sutis até mais exageradas (MAHONE., et al.,2014). Quanto a interação comunicativa e social, o sujeito com TEA apresenta sérias dificuldades. A fala daquele pode ser tipificada pela ausência, atraso, alterações sintáticas e semânticas, e normalmente, pode ocorrer em conjunto com expressões ou movimento corporal e gestos de forma a facilitar a interação e entendimento social (GOLDIN-MEADOW, S., 2009). No ano de 2013, foi elaborada a cartilha “Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)”, com finalidade de orientar tanto a equipe multidisciplinar quanto a família (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Sendo a reabilitação uma forma orientada e dinâmica de recuperação tanto física quanto psicológica da pessoa com deficiência, com propósito de integração social (BATISTA, C.A.M., 2012). O planejamento do tratamento e atendimento do indivíduo com TEA, considerado por vários autores, depende das etapas de vida e desenvolvimento do paciente. Para crianças o foco primordial é a educação 17 especial, estimulação social/linguagem, fonoaudiologia e suporte familiar. Na adolescência, tornam-se prioridades a aquisição de novas habilidades sociais, terapia ocupacional (TO) e abordagem às questões da sexualidade. Já na idade adulta o mais importante são questões de moradia e tutela, área negligenciada e mais preocupante para pais/cuidadores (LORD, C., et al., 2002). A psicoterapia comportamental é a mais preconizada no tratamento do TEA e quando é realizada juntamente com processo de condicionamento é capaz de facilitar os cuidados destes indivíduos, podendo garantir independência, estrutura emocional e organização (SANTOS, A.M.T, 2008). A terapia cognitivo comportamental (TCC), também tem grande importância no tratamento do TEA, uma vez que relaciona as emoções e comportamentos do indivíduo com possíveis pensamentos, tendo relação, portanto, com a cognição, emoção e comportamento associada com o funcionamento normal humano (MÉA, C.P.D., et al., 2014; WHITMAN, T., 2015). O uso de dispositivos físicos como forma de promover interação social e desenvolvimento de habilidades depende das capacidades cognitivas motoras e sensoriais de cada indivíduo com TEA. Este tipo de abordagem, depende primariamente de treinamento das pessoas que convivem com aquele (WHITHMAN, 2015). Desse modo, podemos citar o TEACCH – Tratamento e Educação Relacionados a Problemas de Comunicação (Treatment and Education of Autisic and Related Communication Handicapped Children), desenvolvido em 1966 por Schopler e colaboradores, e a Análise Aplicada do Comportamento (ABA), que tem como foco ensinar novas habilidades e aprendizado prazeroso (FONSECA, M.E.; LEON, V., 2013; FARBER, N.J., et al., 2011). No tocante de tratamento psicofarmacológico, atualmente, não existe um tratamento padrão definido que trate os sintomas nucleares do TEA. Entretanto, a intervenção farmacológica no TEA tem como foco sintomas específicos do transtorno, os quais incapacitam gravemente o indivíduo. Nestes casos, é mais comum o uso de antipsicóticos atípicos e os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), os quais possuem características de efeitos colaterais benignos quando comparados com os antipsicóticos antigos (NIKOLOV, R., et al., 2006). 18 3.2. SÍNDROME DE DOWN A SD é uma cromossomopatia, asseverada por Brunoni (2003), como um desequilíbrio na constituição cromossômica, apresentando um cromossomo extra no par 21. Logo, caracterizado como a trissomia do 21. Segundo Schwartzman (2003), o tipo mais comum da trissomia do 21, correspondendo a 95% dos casos e único caso que pode ser hereditário, é a trissomia simples. Esta é consequência da não-disjunção cromossômica do par 21 na ocasião da divisão celular. Ou seja, a trissomia é resultado da não separação dos pares de cromossomos, no qual um dos cromossomos morre, restandoapenas três. O diagnóstico da SD pode ser realizado desde o nascimento ou até mesmo antes, por intermédio do exame de ultrassonografia, o qual permite observar possíveis alterações fenotípicas e características típicas. Entretanto, este diagnóstico não é definitivo, uma vez que as características como face com perfil achatado, fissuras palpebrais com inclinação para cima, excesso de pele na nuca, prega palmar única, orelhas pequenas, arredondadas e dipláticas podem ser encontradas isoladamente na população geral. Por isso, o cariograma, estudo do cariótipo, é considerado o mais importante para o diagnóstico dessa síndrome (SCHWARTZMAN, J.S, 2003). Conforme estudos de Werneck (1995), a anatomia cerebral do indivíduo com SD apresenta certas diferenças, sendo as principais a redução do volume cerebral de 3 – 5%, devido aos lobos de tamanho reduzido, e o menor número de neurônios quando comparados com a população geral. Assim, pode-se afirmar que todas essas alterações cerebrais estão ligadas diretamente ao comprometimento intelectual do indivíduo com SD. Como consequência das alterações anatômicas e funcionais da pessoa com SD, deve-se considerar que o desenvolvimento seja mais lento e, dessa forma, necessitam de cuidados especializados e maior dedicação dos pais/cuidadores (BUZATTO, L.L.; BERESIN, R., 2008). A dinâmica familiar passa por ajustes a fim de suprir as necessidades e dificuldades da pessoa com SD, como por exemplo as mudanças de rotina que, por sua vez, causam alterações emocionais, estruturais e funcionais em todos os membros da família. Portanto, a QV destes é influenciada pelos ajustes 19 estabelecidos em prol do cuidado da pessoa com SD (AMENDOLA, F., et al., 2008; KING, G., et al., 2012). 3.3. IMPACTO DO DIAGNÓSTICO DO TEA E SD PARA PAIS E FAMILIARES Na área da atenção médica, a má notícia é estipulada como toda e qualquer informação que ameace o estado físico, mental ou, até mesmo, o estilo de vida do indivíduo (PTACEK, J.T.; EBERHARDT, T.L., 1996; ALMANZA-MUÑOS, M.J.J.; HOLLAND, C.J., 1999). A maneira com que o profissional apresenta uma má notícia à familiares ou ao paciente influencia a compreensão daqueles sobre o assunto, dificultando ou possibilitando que seja estabelecido um diálogo favorável quanto à adesão ao tratamento, qualidade de vida e perspectivas. Quando noticiadas de forma correta é oportunizado o diálogo e menor impacto (MULLER, P., 2002). Como a finalidade de garantir que uma má notícia seja apresentada de maneira adequada existem numerosos guias para diferentes profissionais, apesar disso, nem todos têm eficácia comprovada empiricamente (VANDEKIEF, G.K., 2001). De acordo com estudos de Faber (2002), poucos médicos residentes possuem algum tipo de preparo que enfoque no anúncio de más notícias aos pacientes. Deste modo, uma das maneiras de superar tal desafio seria um treinamento que alia novas tecnologias de gravação e vídeo, a fim de possibilitar melhor aprendizado aos estudantes (VICTORINO, A.B., et al., 2007). No que diz respeito aos cuidadores, familiares e pais ao receberem um diagnóstico definido de um transtorno mental (TM) desencadeia alterações na dinâmica familiar, repercutindo na rotina diária, necessidade de readaptação de papéis e efeitos no âmbito ocupacional, financeiro e relações familiares. É comum que a família enfrente uma sequência de estágios, sendo eles: impacto, negação, luto, enfoque externo e encerramento; associados a sentimentos complicados (ELBERT, M., et al., 2013). Outrossim, a família ao deparar-se com TM, apresentam três formas de abordagem: encobrimento, ocultamento da doença e normalização (MILES, A., 1982). Schwartzman (1995), assevera que não existem apenas as dificuldades 20 internas, tais como a cronicidade da doença – TEA e SD -, sintomas que causem aversão social, quebra de vínculos sociais e atividades comuns familiares, mas também as dificuldades externas, como por exemplo a animosidade de vizinhos, parentes e amigos, interferem no tratamento do paciente e nas emoções da família, gerando mais tensões. Independente disso, a família passa a ter um papel importante na assistência à pessoa com necessidades especiais, fazendo parte do tratamento (GONÇALVES, A.M.; SENA, R.R., 2001). Isso contribui para que haja sobrecarga familiar, a qual é definida por Melman (2002), como um impacto causado pela convivência com a pessoa com TM que envolve desde os aspectos econômicos e práticos quanto os emocionais aos quais os cuidadores são submetidos, por isso estes merecem a atenção dos profissionais da saúde. A sobrecarga familiar, de origem inglesa family burden, é compreendida em duas dimensões: a objetiva e subjetiva. Na qual, a objetiva corresponde as consequências negativas da presença de uma pessoa com TM na família, como acúmulo de tarefas, aumento dos custos financeiros, atividades cotidianas limitadas e relacionamentos fragilizados, e a subjetiva condiz com a percepção pessoal do familiar sobre a experiência de conviver com indivíduo com TM, tais como os sentimentos em relação à responsabilidades e as preocupações que envolvem o cuidado especial daquele indivíduo (CARDOSO; GALERA; VIEIRA, 2012). 3.4. QUALIDADE DE VIDA DO CUIDADOR Cuidador é aquele que, definido pela CBO, cuida de outro com o intuito de garantir objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, os quais zelam pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa que é assistida. A pessoa com algum grau de deficiência física e/ou mental que demanda cuidados individuais específicos e necessitam suporte para realização das atividades cotidianas, são dependentes de cuidadores. Sendo assim, aquelas 21 necessidades especiais se estendem para seus familiares cuidadores e estão diretamente relacionados à qualidade de vida destes cuidadores (BRACCIALI, L.M.P., et al., 2012). É comum que um membro da família assuma os cuidados de pessoas com necessidades especiais, tornando-se assim o cuidador principal (HINRICHSEN, G.A.; NIEDEREHE, G., 1994). O cuidador principal é definido como aquele com total ou maior responsabilidade pelos cuidados prestados ao dependente e que dedica grande parte do seu tempo ao cuidado (DWYER, J.W., et al., 1994). Estudos apontam que o grau de parentesco entre o cuidador principal e o familiar com TM, a mãe foi a que mais se destacou (CARDOSO, L.; GALERA, S.A.F., 2011; TEIXEIRA, M.B., 2005). As pessoas que convivem com o indivíduo com TM, segundo PORTO & LUSTOSA, 2010), são mais propensos a desgastes emocionais e físicos, tornando-os mais frágeis, com períodos de adoecimento mais longo e/ou permanente. A convivência propicia aos cuidadores a vivenciarem sobrecarga emocional, física, financeira, psicológica e social (CAVALHERI, S.C., 2010; SANTOS; SOUSA; BRASIL & DOURADO, 2011). É válido ressaltar que o cuidador frequentemente possui alguma comorbidade e que o ato de cuidar do outro é capaz de potencializar os sintomas dessa comorbidade pré-existente. Contudo, essa relação não é simples, visto que não se trata apenas da relação causa-efeito, dessa maneira nem todo familiar/cuidador adoecerá (DAMETTO, C., 2012). 22 4. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, no parecer de número 3.846.007 em 2019 (ANEXO E). Trata-se de um estudo do tipo transversal analítico, realizado através da aplicação de um questionário sociodemográfico (ANEXO C) e, como principal instrumento, a versão brasileira do questionário validado para qualidade de vida, o Questionário SF-36 (ANEXO A). Sobre o SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey), composto por 36 itens, com 8 escalas: capacidade funcional, aspectos físicos,dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Estas escalas, podem apresentar escore final de 0 a 100, sendo que o pior estado geral de saúde corresponde ao 0 e o melhor ao 100 (WARE, J.E., 1992; WARE, J.E.; KOSINSKI, M.; KELLER, E.D., 1994). Ambos questionários foram respondidos pelos cuidadores entrevistados. Os dados foram coletados de Setembro de 2019 a Junho de 2020 em serviço de referência em TEA, Escola de Estimulação e Desenvolvimento – CEDAE/APAE Curitiba – PR, além de dados colhidos por conveniência, mediante a aceitação do participante em responder a pesquisa, com a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Os cuidadores dos pacientes com SD foram convidados a participar por questionário aplicado via internet. Para fins de comparação, foram entrevistados 65 cuidadores de crianças sem TEA ou SD e na ausência de quaisquer outras síndromes que cursem com retardo mental ou comorbidades que possam necessitar de cuidados especiais. Os dados foram colhidos por conveniência, mediante a aceitação do participante em responder a pesquisa, com a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO D). Para todo o entrevistado foi explicado o objetivo da pesquisa e como deveriam ser preenchidos os questionários. Em nenhum momento os participantes foram expostos a 23 situações constrangedoras, e nem foram identificados na pesquisa. Critérios de inclusão: a) Responsabilidade diária pelo cuidado da criança ou adolescente; b) Idade máxima das crianças/adolescentes de 18 anos, 11 meses e 29 dias; c) Estar acompanhando a criança até a clínica e morar com ela. Critérios de exclusão: a) Crianças com outras comorbidades ou déficit cognitivo por quaisquer outras síndromes; b) Pais com histórico de trauma recente pessoal/familiar que pudesse interferir na resposta ao questionário; c) Pais com problemas graves de saúde. Grupo controle: a) Pareado em idade, sexo e perfil socioeconômico; b) Dados obtidos por conveniência via internet. c) Critérios de Inclusão: a. Responsabilidade diária pelo cuidado da criança ou adolescente; b. Idade máxima das crianças/adolescentes de 18 anos, 11 meses e 29 dias; c. Morar com a criança. d) Critérios de Exclusão: a. Crianças com comorbidades ou déficit cognitivo por quaisquer outras síndromes; b. Pais com histórico de trauma recente pessoal/familiar que pudesse interferir na resposta ao questionário; 24 c. Pais com problemas graves de saúde. 4.1. METODOLOGIA Análise estatística Os dados foram tabulados com auxílio do programa Excel (Microsoft Excel 2010) e submetidos a ponderação padronizada para esse questionário e então realizado cálculo Raw Scale (ANEXO B), que atribui uma nota quantitativa variando de 0 a 100 para cada domínio separadamente. Variáveis quantitativas foram representadas pela mediana e intervalo interquartil e comparadas utilizando o teste de Kruskal Wallis e teste de Dunn. Após isso, os subgrupos foram comparados por categoria, sendo elas: capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental, os quais são os domínios avaliados pelo SF-36. Para a análise estatística, foram aplicados os testes adequados para grupos independentes. Variáveis qualitativas foram representadas pela frequência absoluta e frequência relativa, e comparadas utilizando este de Kruskal Wallis e teste de Dunn. Todas as análises foram realizadas utilizando o software R de análise estatística. Foi considerado sempre o nível de significância de 5%. 5. RESULTADOS 5.1. ANÁLISE DESCRITIVA DA AMOSTRA TOTAL Dentre os participantes inclusos no estudo, 61 tinham filhos com TEA, 56 tinham filhos com SD, e 65 tinham filhos sem necessidades especiais, totalizando 182 participantes. 5.2. COMPARAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICOS Foi significativa a diferença entre as médias de idade ao nascimento do filho dos participantes com filhos de diferentes diagnósticos, sendo que o os 25 Testes de Kruskal Wallis e de Dunn indicaram diferença significativa entre o grupo SD e os demais grupos. A média de idade foi maior para os pais de crianças com SD. Os dados demográficos dos grupos estudados podem ser visualizados na tabela 1. TABELA 1. Dados demográficos dos cuidadores estudados (n=182). Variável Diagnóstico do filho p-valor TEA SD Controles Número de participantes 61 56 65 Idade atual 38 40 38 0,03 Sexo Feminino 58 (95,1%) 52 (92,9%) 59 (90,8%) 0,67 Masculino 3 (4,9%) 4 (7,1%) 6 (9,2%) Idade quando o filho nasceu 31 35 29 < 0,001 Idade do filho 7 5,5 7 0,35 Sexo do filho Feminino 10(16,4%) 29 (51,8%) 32 (49,2%) < 0,001 Masculino 51 (83,6%) 27 (48,2%) 33 (50,8%) Quantas pessoas moram em sua casa 4 4 4 0, 10 Quantos contribuem para renda mensal 2 2 2 0,21 Renda mensal aproximada Até 2708 18 (29,5%) 25 (44,6%) 17 (26,2%) 0,23 Até 4156 14 (23%) 11 (19,6%) 17 (26,2%) Até 5195 9 (14,8%) 5 (8,9%) 4 (6,2%) Acima de 5195 20 (32,8%) 15 (26,8%) 27 (41,5%) Possui carro Sim 47 (77%) 36 (64,3%) 52 (80%) 0,14 Não 13 (23%) 20 (35,7%) 13 (20%) Grau de escolaridade Nenhuma escolaridade 0 2 (3,6%) 0 < 0,001 26 Ensino Fundamental: de 1ª a 4ª série 0 6 (10,7%) 5 (7,7%) Ensino Fundamental: de 5ª a 8ª série 1 (1,6%) 6 (10,7%) 2 (3,1%) Ensino Médio 16 (26,1%) 25 (44,6%) 22 (33,8%) Ensino Superior 44 (72,1%) 17 (30,4%) 36 (55,4%) Foi encontrada diferença significativa entre a idade dos filhos dos participantes, sendo que o teste de Tukey indicou como significativa a diferença entre a idade média dos filhos com SD e a idade média dos filhos do grupo controle. Também foi encontrada diferença significativa entre as proporções de sexo dos três grupos, sendo que a proporção do sexo masculino foi bem mais alta entre os filhos com TEA. Foi significativa a diferença entre as proporções de pais que possuem carro entre os três grupos, sendo que entre os pais de filhos com SD a proporção que possui carro foi de 64,3% enquanto para os pais de filhos sem necessidades especiais essa proporção foi de 80% e para pais de filhos com TEA foi de 77%. Foi encontrada diferença significativa entre as proporções de escolaridade de cada grupo. Para o grupo de TEA, 72,1% dos participantes tinha ensino superior. Na tabela 2 podem ser visualizados dados sobre as respostas dos cuidadores em relação à questões psicossociais e clínicas dos seus filhos. TABELA 2. Dados psicossociais dos cuidadores estudados (n=182) Variável Diagnóstico do filho p-valor TEA SD Controles Outros filhos Sim 33 (54,1%) 45 (80,4%) 29 (44,6%) < 0,001 Não 28 (45,9%) 11 (19,6%) 36 (55,4%) Se sim, quantos 1 2 1 0,001 Pretende ter mais filhos Sim 9 (14,8%) 2 (3,6%) 11 (16,9%) 0,003 Não 52 (85,2%) 54 (96,4%) 51 (78,5%) 27 Trabalha fora de casa Sim 30 (49,2%) 26 (46,4%) 49 (75,4%) < 0,001 Não 31 (50,8%) 30 (53,6%) 16 (24,6%) Se sim, quantos períodos Meio período 14 (46,7%) 12 (46,2%) 14 (27,5%) 0,21 Dois períodos 16 (53,3%) 14 (53,8%) 37 (72,5%) Seu filho vai à escola Sim 56 (91,8%) 51 (91,1%) 58 (89,2%) 0,9 Não 5 (8,2%) 5 (8,9%) 7 (10,8%) Se sim, quantos períodos Meio período 48 (85,7%) 39 (76,5%) 36 (62,1%) 0,01 Dois períodos 8 (14,3%) 12 (23,5%) 22 (37,9%) Seu filho já teve alguma cardiopatia Sim 5 (8,2%) 20 (35,7%) 1 (1,5%) < 0,001 Não 56 (91,8%) 26 (46,4%) 64 (98,5%) Seu filho apresenta infecções de repetição Sim 7 (11,5%) 16 (28,6%) 2 (3,1%) < 0,001 Não 54 (88,5%) 30 (53,6%) 63 (96,9%) Foi encontrada diferença significativa entre as proporções de participantes com outros filhos entre os três grupos, sendo que para os grupos TEA e controle essa proporção ficou próxima de 50%,e para o grupo de SD 80,4% dos participantes tinha outros filhos. O número médio de outros filhos também foi significativamente diferente entre os grupos, sendo que o este de Kruskal Wallis e teste de Dunn apontou diferença significativa entre os grupos TEA e SD. Foi encontrada diferença significativa entre as proporções de participantes que trabalham fora de casa entre os três grupos, sendo que para os grupos de TEA e SD a proporção de participantes que trabalham fora de casa ficou próxima de 50%, mas para participantes com filhos sem necessidades especiais foi de 75%. Considerando apenas participantes cujos filhos vão à escola, foi encontrada diferença significativa entre as proporções dos períodos de estudo entre os três grupos. A proporção de filhos que estudam em dois períodos foi maior para os participantes com filhos sem necessidades 28 especiais, e menor para participantes com filhos com TEA. Foi significativa a diferença entre as proporções de ocorrência de cardiopatias entre os três grupos, sendo que estas foram mais comuns em filhos com SD. O mesmo ocorreu com as infecções de repetição. 5.3. COMPARAÇÃO DOS DOMÍNIOS SF-36 ENTRE DIAGNÓSTICOS A comparação dos dominios de SF-36 nos diferentes grupos estão disponíveis na tabela 3. TABELA 3. Comparação das medianas por domínios do SF-36 dos cuidadores estudados. Houve diferença significativa entre pelo menos dois grupos para todos os domínios do questionário SF-36. Para os domínios Capacidade Funcional, Limitação por Aspectos Físicos, Vitalidade, Aspectos Sociais, Limitação por Aspectos Emocionais e Saúde mental, foi encontrada diferença significativa entre o grupo TEA e os demais grupos. Para os domínios Dor e Estado Geral de Saúde, foi encontrada diferença significativa apenas entre os grupos TEA e controle. Domínio - SF36 Diagnóstico do Filho p-valor TEA SD Controles Capacidade Funcional 80 85 90 0,002 Aspectos Físicos 25 87,5 100 <0,001 Dor 51 61 62 0,06 Estado Geral de Saúde 50 57 57 0,01 Vitalidade 40 60 65 <0,001 Aspectos Sociais 50 75 87,5 <0,001 Aspectos Emocionais 33,3 66 100 <0,001 Saúde Mental 56 72 68 <0,001 29 Não foi encontrada nenhuma diferença significativa entre o grupo Síndrome de Down e o grupo Sem Necessidades Especiais. 6. DISCUSSÃO Os dados obtidos neste trabalho mostram-se importantes para planejamento de políticas públicas que envolvam a melhora e manutenção da QV tanto dos cuidadores quanto das crianças/adolescentes com necessidades especiais. Além disso, servem também para que as escolas, institutos e hospitais que trabalhem com esse pefil de pacientes conheçam melhor como a família vive e as possíveis dificuldades, garantindo um melhor atendimento. A QV é um termo bastante amplo e complexo, vários autores utilizam este termo como sinônimo de saúde, já outros, como um conceito amplo, relacionando-o ao modo como as pessoas vivem, sentem e compreendem seu cotidiano (GONÇALVES, A.; VILARTA, R., 2004; FLECK, M.P.A., 1999). Para avaliação da QV existem vários instrumentos capazes de mensurar os diversos elementos que compreendem a QV, estes podem ser divididos em genéricos e específicos. Os elementos genéricos, permitem a mensuração de aspectos físicos, capacidade funcional, dor, aspectos emocionais e saúde mental, uma vez que são multidimensionais. Já os elementos específicos viabilizam a percepção geral da QV, porém com foco nas incapacidades, sintomas ou limitações (LEAL, C.M., 2008; AGUIAR, C.C., et al., 2008). Dentre os intrumentos que avaliam a QV temos o SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey), que consiste em um instrumento genérico de fácil administração, compreensão e mais curto que muitos outros (WARE, J.E., 1992; WARE, J.E.; KOSINSKI, M.; KELLER, E.D., 1994). Além do Questionário de QV SF-36, o presente estudo contou com a execução do questionário sociodemográfico, que permitiu a coleta desses dados do cuidador da criança/adolescente com TEA, SD e sem necessidade especiais. Foram coletados dados de idade, tanto do cuidador como da criança, número de filhos, escolaridade do cuidador, renda e fatores como trabalhar fora de casa. Os dados permitiram a caracterização de cada amostra, bem como a possibilidade de realizar uma comparação adequada entre os três grupos de cuidadores. Além disso, o questionário sociodemográfico impede que a falta de acesso a atendimentos especializados e de 30 qualidade, bem como atividades de lazer e recreação interfiram de forma negativa nos resultados, visto que o mesmo não contempla essas informações específicas. Em relação ao sexo dos cuidadores, observamos que há maior proproção de cuidadoras do gênero feminino, estas correspondem a mais de 90% do total de cuidadores, estes dados confirmam dados dos estudos consultados. A figura feminina é reconhecida historicamente pela sociedade como símbolo da fecundidade, participante ativa no que diz respeito à concepção e nascimento e a principal provedora de cuidados à saúde das crianças, doentes e idosos, estas atividades são atribuídas principalmente às mães e avós (TRONTO, J.C., 1997; HELMAN, C.H., 2003). Dessa maneira, pode-se concluir que a grande proporção de mulheres cuidadoras de crianças/adolescentes com TEA e SD neste estudo, reflete a preservação do conceito de mulher como provedora de cuidados à saúde. Quanto a idade dos cuidadores no momento do parto da criança, a média de idade (35) foi maior para os pais de crianças com Síndrome de Down, o que confirma dados de literatura médica em relação a idade avançada dos pais e o risco aumentado de nascimento de crianças com SD. Pesquisas indicam que a idade materna e paterna avançada contribuem para cromossomopatias, uma vez que a senescência das células germinativas estaria ligada a destruição de fibras cromossômicas e/ou deterioração do centrômero (KWON, J.Y., et al., 2012). Quanto ao TEA, observou-se associação com idade dos genitores em diversos estudos, porém nestes concluiu-se que existem variáveis que interferiram nos resultados de forma negativa, como por exemplo dificuldade de obter informações sobre traços autísticos dos genitores, diagnóstico das crianças avaliadas nos estudos foram realizados por diferentes equipes, portanto, impossibilitando verificar os critérios diagnósticos utilizados e padronizá-los, e, por fim, existe o viés de memória familiar (PIVEN, J., et al., 1997; MARKUNAS, C.A., et al., 2016). Em relação a idade atual dos cuidadores, nos três grupos estudados, as médias de idades foram próximas aos 40 anos; especificamente SD 40 anos, TEA 38 anos e sem necessidades especiais 38 anos. Idade esta que demanda maiores preocupações com a saúde e o ideal é fazer acompanhamento médico periódico, uma vez que é o momento que aumenta a chance de cânceres, diabetes, problemas cardíacos, osteoporose e outras doenças crônicas (SCHMIDT, M.I., et al. 2011). Além disso, pelos dados do QV SF-36 nos domínios Capacidade Funcional, Limitação por Aspectos Físicos, Vitalidade, Aspectos Sociais, Limitação por Aspectos 31 Emocionais e Saúde mental, foi encontrada diferença significativa entre o grupo TEA e os demais grupos, ou seja, pais/cuidadores de crianças/adolescentes com TEA possuem os menores escores nesses seis, de oito, parâmetros quando comparado com os os outros grupos de cuidadores. Isso demonstra a dificuldade dos cuidadores em equilibrar a vida pessoal, trabalho fora de casa e cuidado invidual com as demandas das crianças/adolescentes com TEA. Demandas estas que exigem tanto força física quanto equilíbrio emocional. As crianças/adolescentes com TEA exigem maiores cuidados. Dependendo dos graus de comprometimento estes podem ser completamente, moderadamente ou pouco dependentes, entretanto, é fato que qualquer tipo de cuidado constante é fonte de estressee preocupação, interferindo direta ou indiretamente na manutenção da vida social, atividades laborativas fora de casa e domésticas (CARVALHO-FILHO, F.S.S., et al. 2018). As mães, maioria das cuidadoras das crianças/adolescentes com TEA, são as que mais sofrem com sobrecarga física e emocional, devido a dependência do filho/filha com TEA, somado a busca por meios de adaptação familiar com objetivo de manter uma boa convivência e interação com todos os componentes da família (MARTÃO, M.I.S., 2009; CARVALHO-FILHO, F.S.S., et al. 2018). Muitos cuidadores podem apresentar ou desenvolver desordens psiquiátricas, tais como depressão e outros transtornos ligados a ansiedade, sem, no entanto, procurar por atendimento, acompanhamento e tratamento médico necessários, diminuindo ainda mais QV e fragilizando saúde emocional, afetando não somente o próprio cuidador, mas também a família como um todo (BARBOSA, M.R.; FERNANDES, F.D., 2009; SCHMIDT, C.; BOSA, C., 2013; GOMES, P.T.M., et al., 2015). No presente estudo, os cuidadores do grupo do TEA e SD que trabalham fora de casa é proximo de 50%, já para os do grupo controle foi de 75,4%, reforçando a dificuldade de manter uma rotina normal de trabalho com os cuidados e demandas do filho com TEA ou SD. Em relação ao sexo das crianças/adolenscentes chama atenção que o grupo do TEA detém grande proporção de meninos (83,6%), diferentemente dos grupos de SD e sem necessidade especiais que tem números mais equilibrados. Segundo dados, artigo de Cristensen, D.L., et al. (2016), é estimada prevalência de autismo maior entre meninos de 8 anos (23,6 por 1.000) do que entre as meninas da mesma idade (5,3 por 1.000). Outro dado importante deste estudo é que o autismo 32 é mais prevalente em crianças brancas não hispânicas de 8 anos (15,5 por 1.000) do que negras não hispânicas (13,2 por 1.000) e hispânicas (10,1 por 1.000) da mesma idade. Na questão de acompanhamento escolar, os grupos de TEA e SD atingiram proporções altas, respectivamente 91,8% e 91,1%. O que confronta dados da literatura, que têm demonstrado baixa proporção de inclusão de crianças/adolescentes com prejuízos e déficits cognitivos acentuados, como TEA, uma vez que as escolas e educadores não teriam o preparo necessário para atender à demanda da inclusão (BAPTISTA, C.R. & OLIVEIRA, A.C., 2002; KRISTEN, R.; BRANDT, C.; & CONNIE, K., 2003). Os principais documentos das políticas públicas da Educação Especial, Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), Declaração de Salamanca (1994), Declaração de Guatemala (1991) e Lei n. 9394 de Diretrizes e Bases da Educação (1998), enfatizam que a educação é um direito de todo cidadão, apesar disso quando se trata de portadores do TEA, existem questões diferentes a se tratar, uma vez que esse grupo necessita de condições adaptativas que atendam demandas específicas a fim de se obter inclusão total. É importante salientar que a inclusão de crianças/adolescentes com necessidades especiais sem as devidas alterações e experiência reforçam ainda mais a exclusão social. Para mudar essa realidade, a escola deve reconhecer as características da criança com deficiência e promover as devidas alterações físicas e curriculares necessárias para melhor incluí-la nas atividades e garantir aprendizado (BRASIL, Declaração de Salamanda e Linha de Ação, 1994; BRASIL, MEC., 1996; BURACK, J.A.; ROOT, R.; ZIGLER, E., 1997; BRASIL, Ministério da Educação, 1999). Esse estudo apresenta algumas limitações pelo desenho transversal e pelo número amostral reduzido. No entanto, foi possível analisar os dados estatisticamente e mensurar a QV dos participantes e assim se obter dados para comparação entre os grupos. Sugerimos que medidas devam ser tomadas pelas autoridades competentes, no sentido de dar maior suporte/apoio aos cuidadores de crianças com necessidades especiais, principalmente daqueles com TEA. 7. CONCLUSÃO A qualidade de vida dos pais/cuidadores de crianças/adolescentes dentro do 33 Transtorno do Espectro Autista, avaliados pelo SF-36, foi significativamente inferior em todos os domínios (Capacidade Funcional, Limitação por Aspectos Físicos, Vitalidade, Aspectos Sociais, Limitação por Aspectos Emocionais e Saúde mental) quando comparado pais de crianças com SD e sem necessidades especiais.. O grupo de pais/cuidadores de crianças/adolescentes com SD comparados com o grupo dos pais/cuidadores de crianças/adolescentes sem necessidades especiais, não apresentaram diferença significativa com o grupo controle. REFERÊNCIAS AGUIAR, C.C.; VIEIRA, A.P.G.F.; CARVALHO, A.F. Assessment instruments for a health-related quality of life in diabetes mellitus. Arquivos Brasileiros Endocrinologia & Metaboligia, v. 52, n. 6, p. 931-939, 2008. ALMANZA-MUÑOS, M.J.J.; HOLLAND, C.J. La comunicación de las malas noticias en la relación medico-paciente. III. 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Atividades Dificulta muito Dificulta um pouco Não, não dificulta de modo algum a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos. 1 2 3 b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa. 1 2 3 c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 d) Subir vários lances de escada 1 2 3 e) Subir um lance de escada 1 2 3 f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar- se 1 2 3 g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3 h) Andar vários quarteirões 1 2 3 i) Andar um quarteirão 1 2 3 j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3 4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2 d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra). 1 2 44 5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades? 1 2 b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz. 1 2 45 6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo? De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5 7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas? Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave 1 2 3 4 5 6 8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalhonormal (incluindo o trabalho dentro de casa)? De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5 9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas. Todo tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Alguma parte do tempo Um pequen a parte do tempo Nunca a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força? 1 2 3 4 5 6 b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa? 1 2 3 4 5 6 c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo? 1 2 3 4 5 6 d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo? 1 2 3 4 5 6 e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia? 1 2 3 4 5 6 46 f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido? 1 2 3 4 5 6 g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6 h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz? 1 2 3 4 5 6 i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6 47 10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes etc.)? Todo tempo A maior parte do tempo Alguma parte do tempo Uma pequena parte do tempo Nenhuma parte do tempo 1 2 3 4 5 11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? Definitivamen te verdadeiro A maioria das vezes verdadeiro Não sei A maioria das vezes falso Definitivam ente falso a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas 1 2 3 4 5 b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço 1 2 3 4 5 c) Eu acho que a minha saúde vai piorar 1 2 3 4 5 d)Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5 48 ANEXO B – CÁCULOS DE ESCORES DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF-36 Fase 1: Ponderação dos dados Questão Pontuação 1 Se a resposta for Pontuação 1 5,0 2 4,4 3 3,4 4 2,0 5 1,0 2 Manter o mesmo valor 3 Soma de todos os valores 4 Soma de todos os valores 5 Soma de todos os valores 6 Se a resposta fo r Pontuação 1 5 2 4 3 3 4 2 5 1 49 7 Se a resposta for 1 2 3 4 5 6 Pontuação 6,0 5,4 4,2 3,1 2,0 1,0 8 A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7 Se 7 = 1 e alor da questão é (6) Se 7 = 2 à 6 valor da questão é (5) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1) o for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o seguinte: Se a resposta for (1), a pontuação será (6) Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75) Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5) Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25) Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0) 9 ação para os itens a, d, e ,h, deverá seguir a seguinte orientação: Se a resposta for 1, o valor será (6) Se a resposta for 2, o valor será (5) Se a resposta for 3, o valor será (4) Se a resposta for 4, o valor será (3) Se a resposta for 5, o valor será (2) Se a resposta for 6, o valor será (1) Para os demais itens (b, c,f,g, i), o valor será mantido o mesmo 10 Considerar o mesmo valor. 11 deverão ser somados, porém os itens b e d deverão seguir a seguinte pontuação: Se a resposta for 1, o valor será (5) Se a resposta for 2, o valor será (4) Se a resposta for 3, o valor será (3) Se a resposta for 4, o valor será (2) Se a resposta for 50 se 8 = 1, o v e se 8 = 1, o Fase 2: Cálculo do Raw Scale Nesta fase você irá transformar o valor das questões anteriores em notas de 8 domínios que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 = melhor para cada domínio. É chamado de raw scale porque o valor final não apresenta nenhuma unidade de medida. Domínios: • Capacidade funcional • Limitação por aspectos físicos • Dor • Estado geral de saúde • Vitalidade • Aspectos sociais • Aspectos emocionais • Saúde mental Para isso você deverá aplicar a seguinte fórmula para o cálculo de cada domínio: Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100 Variação (Score Range) Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score Range) são fixos e estão estipulados na tabela abaixo. 5, o valor será (1) 51 questões 0 Domínio Pontuação das questões correspondidas Limite inferior Variação Capacidade funcional 03 10 20 Exemplos de cálculos: Capacidade funcional: (ver tabela) Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – limite inferior x 100 Variação (Score Range) Capacidade funcional: 21 – 10 x 100 = 55 20 O valor para o domínio capacidade funcional é 55, em uma escala que varia de 0 a 100, onde o zero é o pior estado e cem é o melhor. Dor (ver tabela) - Verificar a pontuação obtida nas 7 e 08; por exemplo: 5,4 e 4, portanto somando-se as duas, teremos: 9,4 - Aplicar fórmula: Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – limite inferior x 100 Variação (Score Range) Limitação por aspectos físicos 04 4 4 Dor 07 + 08 2 10 Estado geral de saúde 01 + 11 5 20 Vitalidade 09 (somente os itens a + e + g + i) 4 20 Aspectos sociais 06 + 10 2 8 Limitação por aspectos emocionais 05 3 3 Saúde mental 09 (somente os itens b + c + d + f + h) 5 25 52 Dor: 9,4 – 2 x 100 = 74 10 O valor obtido para o domínio dor é 74, numa escala que varia de 0 a 100, onde zero é o pior estado e cem é o melhor. Assim, você deverá fazer o cálculo para os outros domínios, obtendo oito notas no final, que serão mantidas separadamente, não se podendo soma-las e fazer uma média. Obs.: A questão número 02 não faz parte do cálculo de nenhum domínio, sendo utilizada somente para se avaliar o quanto o indivíduo está melhor ou pior comparado a um ano atrás. Se algum item não for respondido, você poderá considerar a questão se esta tiver sido respondida em 50% dos seus itens. 53 ANEXO C – QUESTIONÁRIO CLÍNICO E SOCIODEMOGRÁFICO 1. Idade: ___ 2. Sexo: ()Masculino ( ) Feminino 3. Idade que você tinha quando seu filho nasceu: 4. Qual a idade do seu filho? 5. Sexo do filho: ( ) Masculino ( ) Feminino 6. Quantas pessoas moram ao todo em sua casa? 7. Quantos contribuem para a renda mensal? 8. Somando a sua renda com a renda das pessoas que moram com você, quanto é, aproximadamente, a renda familiar mensal? ( ) Até 2 salários mínimos ( até R$ 2.708) ( ) Entre 2 a 4 salários mínimos ( até R$ 4.156) ( ) Entre 4 a 5 salários mínimos (até R$ 5.195) ( ) Mais de 5 ( acima de R$ 5.195) 9. Você possui carro? ( ) Sim ( ) Não 10. Qual seu grau de escolaridade? ( ) Nenhuma escolaridade ( ) Ensino fundamental: de 1ª a 4ª série. ( ) Ensino fundamental: de 5ª a 8ª série. 54 ( ) Ensino médio. ( ) Ensino superior. 11. Você tem outros filhos? ( ) Sim ( ) Não Se Sim, quantos? 12. Você pretende ter mais filhos? ( ) Sim ( ) Não 13. Você trabalha fora de casa? ( ) Sim ( ) Não 14. Caso a resposta seja sim... ( ) Meio período ( ) Dois períodos 15. Seu filho vai à escola? ( ) Sim ( ) Não 16. Caso a resposta seja sim... ( ) Meio período (
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