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Ficha Técnica A Itaipu Binacional e sua Trajetória na Sustentabilidade Módulo 02 - Edição 01 - Outubro de 2019 Equipe Técnica do Projeto Angela Barbara Tischner Geovana Maria Gasparoto Silva Milena Cornelio Olivi Poliana Cristina Correa Vacy Álvaro Pedrosa Junior Gerente do Projeto Rolf Massao Satake Gugisch Núcleo de Inteligência Territorial - NIT Parque Tecnológico Itaipu - PTI Coordenador Técnico do Projeto Kleber Vanolli Departamento de Proteção Ambiental Superintendência de Gestão Ambiental Diretoria de Coordenação - CD Itaipu Binacional Redação e Revisão Angela Barbara Tischner Cássia Santana Ribeiro Cristiane Fracaro Penzin Geovana Maria Gasparoto Silva Leilane Dalla Benetta Kleber Vanolli Mariana Smanhotto Schuchovski Gaziri Milena Cornelio Olivi Poliana Cristina Correa Vacy Álvaro Pedrosa Junior Vanessa Bordin Vanessa Weber Leite Validação Técnica Ariel Scheffer da Silva Kleber Vanolli Silvana Vitorassi Realização Escola Internacional para Sustentabilidade Núcleo de Inteligência Territorial - NIT Parque Tecnológico Itaipu – PTI Superintendência de Gestão Ambiental Diretoria de Coordenação - CD Itaipu Binacional VG Educacional GESTÃO TRANSPARENTE A Itaipu é uma Entidade Binacional criada e regida, em igualdade de direitos e obrigações, pelo Tratado assinado em 26 de abril de 1973, entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai. A empresa busca atuar em consonância com os padrões internacionais, brasileiros e paraguaios em matéria de transparência, mediante deliberações consensuais que envolvem brasileiros e paraguaios. A Itaipu tem políticas, diretrizes e objetivos que preveem a gestão transparente e o acesso à informação, destacando-se as seguintes inciativas: o Código de Ética da Itaipu e o respectivo Comitê de Ética Binacional; a aderência à Lei Sarbanes-Oxley (SOX); a implantação do Portal de Compras Eletrônicas; o Código de Conduta para os fornecedores, a adoção de um Sistema Integrado de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Planning -ERP), da empresa SAP; a Ouvidoria; o Canal de Denúncias Externo; e o menu de Acesso à Informação, contendo informações como os documentos institucionais, Relatórios Financeiros, Anuais e de Sustentabilidade, diretrizes do Planejamento Estratégico e perguntas frequentes. Código de Ética O Código de Ética da Itaipu visa explicitar o conjunto de valores, os princípios éticos e os padrões de conduta que devem nortear o relacionamento entre os conselheiros, diretores, empregados da Itaipu e toda sua cadeia de valor, com intuito de gerar e manter um compromisso recíproco na adoção de uma postura transparente que envolva a valorização da ética, contribuindo para a credibilidade da Itaipu perante a sociedade. O Comitê de Ética da Itaipu tem como atribuição – com base no Código de Ética e nos demais instrumentos normativos da Entidade – analisar os casos evidenciados, detectados ou submetidos à consideração do Colegiado e emitir parecer sobre eles para apreciação e providências das autoridades da Itaipu. SUMÁRIO MÓDULO 2 - A Itaipu Binacional e sua Trajetória na Sustentabilidade Introdução ....................................................................................................................9 História da Itaipu Binacional: A Obra Civil e Diplomática............................10 História da Itaipu Binacional: A Relação com o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável ...........................................................................21 Referências ...................................................................................................................40 A Itaipu Binacional e sua Trajetória na Sustentabilidade Módulo 02 Conhecer a história da construção da Itaipu Binacional; Compreender a importância da Itaipu Binacional como empresa brasileira e paraguaia; Observar a água como matriz pedagógica, considerando o encontro das bacias na fronteira e o papel social, ecológico e econômico da água; barreiras culturais e econômicas e garantir uma gestão participativa; CompreenderocomprometimentodaItaipuBinacionalcomasustentabilidade OBJETIVOS DO MÓDULO 9 INTRODUÇÃO O balanço das águas do Lago de Itaipu traz consigo uma rica e importante aproveitar o potencial hidrelétrico do rio Paraná, brasileiros e paraguaios prática o projeto da usina de Itaipu. A obra nascia com o objetivo de garantir o desenvolvimento dos dois países e transformar a vida dos seus povos. Itaipu foi constituída formalmente no dia 17 de maio de 1974, mas ao longo de seus mais de 45 anos de história teve vários marcos importantes, tornando-se umadassetenovasmaravilhasdaengenhariamodernaecolecionandorecordes na produção de energia limpa e renovável. Neste módulo, vamos entender um pouco mais sobre esta trajetória e a atuação da usina em seu território. Para começar a entender a grandiosidade da Itaipu Binacional, clique para h�ps://youtu.be/5Kejx8uZ9pg https://www.youtube.com/watch?v=Q9Iy-CIo1k8&feature=youtu.be 10 História da ITAIPU BINACIONAL A OBRA CIVIL E DIPLOMÁTICA Conforme o Tratado de Limites (1872), os territórios do Brasil e do Paraguai, depois da Guerra da Tríplice Fronteira, deveriam dividir-se pelo Rio Paraná até o Salto de Sete Quedas e pelo cume da Serra de Maracaju. O documento estabelecia como perímetro fronteiriço o leito do Rio Paraná e já reconhecia essa fronteira natural como direito dos dois países simultaneamente. 1872 O TRATADO DE LIMITES 1960 Tríplice Fronteira: à direita Brasil, à esquerda Argentina e à frente Paraguai Fonte: Dmitry Malov / 123RF. A descoberta do potencial hidrelétrico do Rio Paraná, em meados de os dois governos decidiram unir esforços e, em 1962, pela primeira vez cogitou-se a ideia da produção de energia em conjunto. No mesmo ano, a inauguração da Ponte da Amizade alimentou o clima de cooperação ao oferecer a perspectiva de exportação para os produtos paraguaios através do território brasileiro. https://drive.google.com/file/d/1xt9roX2-ExLDce-wJ_OkdnJFyNu6w-54/view 11 ATA DAS CATARATAS 1966 Ponte da Amizade Fonte: BEST WESTERN Tarobá Hotel e Eventos / Flickr. Em 22 de junho de 1966, os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Paraguai assinaram a declaração conhecida como “Ata de Iguaçu” ou “Ata das Cataratas”. O documento estabeleceu a disposição para a realização de estudos visando a possibilidade de aproveitamento dos recursos hídricos do rio Paraná pertencentes em condomínio aos dois países para a geração de energia elétrica - fator preponderante para a construção da usina. de realizar o levantamento das possibilidades econômicas do potencial hidrelétrico do rio Paraná, desde o Salto Grande de Sete Quedas (Salto de Guaíra) até a foz do rio Iguaçu. Esses estudos aprofundados foram fator preponderante para a futura construção da usina. https://drive.google.com/file/d/1YPucZKxUJY5EabFfGzulY_gW4kAyb87S/view 12 O RIO PARANÁ Rio Paraná Fonte: Rodrigo Soldon / Flickr. percorrendo o território brasileiro na direção sudoeste e abrangendo parte dos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. No trecho entre a cidade de Guaíra até a foz do rio Iguaçu passa a formar fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Depois, segue seu curso fazendo divisa entre a Argentina e o Paraguai. Assim, junto com os rios Paraguai e Uruguai, o rio Paraná é um dos principais formadores da Bacia do Prata. Ele possui mais de 3 mil quilômetros de extensão e drena a montante de Itaipu, uma área de aproximadamente 820.000 km², que corresponde a cerca de 25% da área total da Bacia do Prata. Bacia do Prata Fonte: Kmusser / Wikimedia Commons. 13 O TRATADO DE ITAIPU1973 Assinatura do Tratado de Itaipu, em 1973, pelo presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici e o presidente do Paraguai, Alfredo Stroessner Fonte: Acervo Itaipu Binacional. Para iniciar a construção de Itaipu, era necessário um instrumentolegal que garantisse o aproveitamento hidrelétrico do rio Paraná pelos dois países. Tratado de Itaipu. A criação do Tratado de Itaipu foi marcada por meio de um instrumento jurídico de direito internacional público, que mantém a paridade e a igualdade soberana dos governos brasileiro e paraguaio. Os governantes não participam diretamente da administração da Itaipu, mas através de dois organismos pertencentes aos países. O governo brasileiro é representado pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A (Eletrobras) e o paraguaio pela Administración Nacional de Eletricidad (Ande), que atuam como gestoras do recurso do empreendimento. Por que Itaipu? No meio das águas do rio Paraná, entre Brasil e Paraguai, havia uma ilha que, dependendo do nível de águas do rio, mantinha-se submersa. Por estar sempre ecoando o som da água batendo em suas pedras, ela foi denominada de Itaipu, que, no idioma tupi-guarani (nativo dos indígenas), empreendimento tinha, então, um nome nativo dos indígenas que habitavam a região. https://drive.google.com/file/d/1vhU4_Tlonsol6JtVreJuEtvEAuYR0Xc8/view 14 ITAIPU O RESULTADO CONCRETO DA DIPLOMACIA1974 Em 17 de maio de 1974, a Itaipu Binacional foi formalmente constituída como empresa internacional para gerenciar a construção e operação da hidrelétrica. No mesmo ano chegavam as primeiras máquinas ao futuro canteiro de obras. A chegada das primeiras máquinas no canteiro de obras Fonte: Acervo Itaipu Binacional. Vídeo: Criação da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional Link: h�ps://youtu.be/Q9Iy-CIo1k8 https://www.youtube.com/watch?v=Q9Iy-CIo1k8&feature=youtu.be 15 1975 - 1978 Fonte: Acervo Itaipu Binacional. A chegada dos trabalhadores para a obra transformou a região em um “formigueiro” humano. Para abrigá-los, foram construídas, nas duas margens do rio Paraná, mais de 9 mil casas entre 1975 e 1978. Vídeo: Formigueiro humano Link: bit.ly/2Pm7uAx https://drive.google.com/file/d/1biecqUUO5qQMkle3F17W8iBy99JGnW3q/view 16 ACORDO TRIPARTITE1979 Mapa da Tríplice Fronteira Fonte: Centro Internacional de Hidroinformática - PTI Brasil. A construção de Itaipu levantou uma preocupação do governo Argentino, cujo país também é banhado pelas águas do rio Paraná e compõe a Tríplice Fronteira. O governo argentino temia que a hidrelétrica prejudicasse seus direitos e interesses sobre as águas do rio Paraná. Na busca por uma solução, em 19 de outubro de 1979 os governos dos três países celebraram compartilhados pelo rio Paraná. O documento, conhecido como Acordo Tripartite, estabeleceu os níveis do rio e as variações permitidas para os diferentes empreendimentos hidrelétricos na bacia comum aos três países, solucionando o problema da utilização dos recursos hídricos e permitindo que Itaipu e Argentina iniciassem uma nova etapa nas suas relações diplomáticas. https://drive.google.com/file/d/1C0fV9dzCCbpac8o8y7Jj9vTMUfC-A9Qh/view 17 O GIGANTISMO DOS BASTIDORES DA CONSTRUÇÃO 1970 FINAL DA DÉCADA DE realidade irreversível. Pelo porte gigante da construção, foram necessários dez anos para ser concluída e é uma das maiores obras civis já realizadas no mundo. Em 20 de outubro de 1978, cerca de 58 toneladas de dinamite explodiram as duas ensecadeiras que protegiam a construção da represa, formando o reservatório, também conhecido como Lago de Itaipu. Fonte: Acervo Itaipu Binacional. Canteiro de obras da Itaipu Binacional, com destaque para o canal de desvio do rio Paraná Fonte: Acervo Itaipu Binacional. 18 Fonte: Acervo Itaipu Binacional. transporte de peças inteiras dos fabricantes até a usina, que foi ganhando agilidade ao longo da construção. CURIOSIDADE FINAL DA DÉCADA DE 1970 19 O FIM DA OBRA CIVIL 1982 Fonte: Acervo Itaipu Binacional. o fechamento das comportas do canal de desvio para a formação do reservatório da usina, o Lago de Itaipu. O enchimento do reservatório ocorreu em duas etapas: Elevação do nível das águas até a cota de 205,81 metros acima do nível do mar, concluída em 27 de outubro de 1982. Em 5 de novembro de 1982, com o reservatório já formado, os presidentes do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, acionaram o mecanismo que levantou automaticamente as 14 comportas do vertedouro, liberaram a água represada do rio Paraná e, assim, 1ª ETAPA 20 2ª ETAPA 1984 Comportas do vertedouro que liberaram a água represada Fonte: Acervo Itaipu Binacional. Em junho de 1984 o volume de água atingiu o nível normal de operação na elevação de 219,60 metros acima do nível do mar, gerando 277 MWh com duas unidades geradoras instaladas. A CONSTRUÇÃO EM NÚMEROS Mais de 50 milhões de toneladas de terra e rocha foram escavadas para fazer o deslocamento do curso do rio Paraná. Mais de 35 mil animais que viviam na área a ser inundada pelo lago da usina foram resgatados, entre Brasil e Paraguai (Muller, 1995). 210 estádios do tamanho do Maracanã. empreendimento. O recorde de transporte das rodas de turbina foi de 26 dias de viagem entre a fábrica e a usina. Foram necessárias cerca de 50 mil horas de trabalho do início à conclusão da obra. de água soma 135 mil hectares. Dezoito unidades geradoras de energia foram instaladas no período de sete anos. 21 PLANO BÁSICO 1975CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE História da ITAIPU BINACIONAL A RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A construção da Itaipu mudou a dinâmica socioambiental da região. Desde 1974, os primórdios da construção da usina, a Itaipu executa hidrologia, piscicultura e estudos de biodiversidade. Foi pioneira naquela época em que pouco se falava no mundo sobre conservação e preservação ambiental. A partir dessas informações, e para viabilizar a adoção de medidas mitigadoras e compensatórias recomendadas, a Diretoria de Coordenação de Itaipu elaborou o Plano Básico de Conservação do Meio Ambiente, aprovado por Resolução de Diretoria Executiva (RDE-119/75) que seriam vitais à Itaipu, considerando as alterações irreversíveis principalmente à formação do reservatório. 22 As medidas previstas contemplavam a realização de inventários desenvolvimento de diversos projetos de manejo do meio físico, biológico e social, bem como de um plano diretor de ocupação da área, com programação de execução até o ano de 1985. Também de acordo com a recomendação contida no Relatório Especial Nº 4 (Grupo de Estudo Rio Paraná, 1973), estava prevista a criação de uma área em torno do Lago de Itaipu. Estas áreas foram consideradas de preservação permanente, de acordo com o Artigo 2º da Lei Nº.4.771 (Código Florestal Brasileiro) e legislação paraguaia similar, e denominadas pela Itaipu como “Faixa de Proteção do Reservatório”. Fonte: Acervo Itaipu Binacional. 23 Áreas protegidas de Itaipu Binacional Fonte: Acervo Itaipu Binacional. 24 A faixa de 2.900 km de extensão e 208 metros de largura média, contemplando as duas margens do rio Paraná, entre Guaíra e Foz do Iguaçu, teve seu plantio iniciado em 1979, pelo então Instituto de Terras mudas de 49 espécies diferentes. Além disso, também foram criadas reservas e refúgios biológicos em ambas as margens que totalizam 100.732 hectares, representando 43% da área total pertencente à Itaipu. Durante o enchimento do reservatório, em outubro de 1982, executou-se uma das ações previstas no Plano Diretor, a Operação (do tupi-guarani, “pega bicho”). Assista a seguir um vídeo sobre o Refúgio Binacional de Maracaju, um dos refúgios criados por ocasião da Itaipu Binacional criou também as reservas biológicas Bela Vista e Santa Helena. Vídeo: Reserva Maracaju Link: PROGRAMAS AMBIENTAIS1982 IMPLANTADOS A PARTIR DA FORMAÇÃO DO RESERVATÓRIO Fonte: Acervo Itaipu Binacional. h�ps://youtu.be/HKwJIbHidxM https://www.youtube.com/watch?v=HKwJIbHidxM&feature=youtu.be 25 O resultado foi o resgate de mais de 36 mil animais pertencentes a 54 espécies em ambas as margens. No Brasil, os animais foram levadospara o Refúgio Biológico Bela Vista para triagem, onde recebiam tratamento veterinário, quando necessário, antes de sua soltura. Em 2019, Itaipu foi a primeira usina a fazer parte da rede mundial de reservas hidrelétrica à iniciativa foi aprovada durante a 29ª sessão do Conselho MAB (Man and the Biosphere A rede mundial de reservas de biosfera reúne áreas voltadas à pesqui- - volvimento sustentável. Com a inclusão, a usina passou a participar e se - lhadas pelo mundo, além de fortalecer seu papel institucional como or- Os diversos programas socioambientais, implantados a partir da formação do reservatório, foram executados de acordo com os princípios conservacionistas estabelecidos pelo Plano Diretor da Área do Reservatório de 1982. Fonte: Acervo Itaipu Binacional. 26 NA VANGUARDA TEMPO DE REDEFINIÇÃO 2000 2003 DA SUSTENTABILIDADE Com a evolução acelerada das legislações ambientais do Brasil e do Paraguai, a usina incorporou novos conceitos de gestão socioambiental compatíveis com a realidade contemporânea. No começo dos anos 2000, o Brasil e o mundo viviam um processo acelerado de ações locais a globais para o alcance da sustentabilidade planetária. Em 2001, após discussões sobre novos conceitos de gestão socioambiental compatíveis com a realidade contemporânea, foi criado o Plano Diretor de Gestão Ambiental, que seria revisado em 2016. qualidade de cada curso d’água que o compõe. As formas de impactos inadequado de agrotóxicos. voltadas para o desenvolvimento sustentável, geração de emprego e inclusão social, realizada pela Itaipu, despertou a necessidade de uma readequação das diretrizes da empresa. Por meio da metodologia de Planejamento Estratégico Situacional, em 2003, foram reformuladas a Missão, a Visão, as Políticas e Diretrizes Fundamentais, bem como os Objetivos Estratégicos da binacional. 27 Neste contexto, Itaipu reforça as suas ações ambientais de maneira compartilhada, chamando a sociedade para uma gestão participativa. Em um período mais intenso de desenvolvimento das ações de responsabilidades compartilhadas com os municípios de atuação da Itaipu Binacional, destacam-se projetos macros, tais como: Desenvolvimento territorial sustentável; Mobilização para participação e abordagem pedagógica; Monitoramento, avaliação e gestão da intervenção socioambiental. A Itaipu utiliza a metodologia pesquisa-ação-participante, que compreende o contexto de observação e pesquisa como espaço de formação e intervenção com grupos e comunidades. Esse método parte do princípio de que, de rever e analisar suas ações, a Itaipu promove frequentes debates entre colaboradores, comunidade, empresas fornecedores, prestadores de serviço e instituições sociais para avaliar o que é feito individualmente e em conjunto com esses segmentos. Adequada à ampliação da Missão da empresa, a Visão da Itaipu também mudou: MISSÃO DA ITAIPU BINACIONAL VISÃO DA ITAIPU BINACIONAL “Gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico sustentável no Brasil e no Paraguai”. “Até 2020, a Itaipu Binacional se consolidará como a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”. Ao longo do curso, você conhecerá mais sobre as ações socioambientais da Itaipu Binacional! Em 2003, Itaipu amplia a sua missão, que passa a ser: 28 OLHAR ESTRATÉGICO DE ITAIPU PARA A SUSTENTABILIDADE 2003 Em 2014, a Política Binacional de Sustentabilidade foi criada na Itaipu sustentabilidade, que devem ser seguidos na execução das atividades diárias inerentes à entidade e nas ações que visam à promoção do desenvolvimento sustentável no Paraguai e no Brasil para o bem comum e um futuro melhor. A política está alinhada ao Plano Estratégico da binacional, às Políticas Governamentais existentes em ambos os países e busca a convergência com as normas mundiais aplicáveis ao tema. A criação dos novos objetivos estratégicos, a partir da ampliação da missão, teve como prioridade manter os valores já instaurados, ligados à geração de corpo funcional da Itaipu são ressaltados nas práticas já em execução, porém mais aprofundados na gestão participativa com o território. Para Itaipu, a responsabilidade social é mais do que a distribuição de na elaboração de suas práticas sociais. A Itaipu passa então a trabalhar na criação de uma série de programas focados em atender a esses novos objetivos estratégicos. Fonte: Prudencio Alvarez / 123RF. 29 Fonte: kchung / 123RF. A Itaipu recebeu um importante reconhecimento das Link: Reforçando sua atuação com foco na responsabilidade social e ambiental, com o novo planejamento estratégico as recomendações dos organismos internacionais mais Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) Link: Você terá mais detalhes no módulo seguinte. https://www.un.org/waterforlifedecade/winners2015.shtml http://www.agenda2030.com.br/ 30 31 REESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES DA DIRETORIA DE COORDENAÇÃO 2019 SEGURANÇA HÍDRICA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL Já em 2019, a atualização se fez em sua base gestora para ações socioambientais: a reestruturação das ações da Diretoria de Coordenação organograma a seguir: A Itaipu Binacional consolida o entendimento de que a energia que produz está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável da região ao seu entorno. Desde a sua formação, a usina empenhou esforços para a conservação ambiental, a recuperação de áreas degradadas e a Fonte: Adaptada de Acervo Itaipu. 32 AMPLIAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA Desde a construção da usina, a Itaipu Binacional direciona suas ações para a compensação dos municípios onde está localizado o reservatório da usina, que vão desde o pagamento dosRoyalties1 a projetos de recuperação Educação Ambiental. Essa área envolve os 16 municípios denominados “lindeiros”, sendo 15 no Paraná e um no Mato Grosso do Sul. 1 Você verá mais sobre os Royalties a seguir! Fonte: Acervo Itaipu Binacional 33 ROYALTIES governos do Brasil e do Paraguai pela utilização do potencial hidráulico do rio Paraná, a Itaipu paga royalties, conforme previsto no Tratado de Itaipu em seu Anexo C (que e de prestação de serviços de eletricidade). Itaipu começou a produzir energia em 1985 e, até o início de 1991, todos os créditos de royalties eram gerados exclusivamente ao Tesouro Nacional. Com a criação da Lei dos Royalties (Decreto Federal nº1, de 11 de janeiro de 1991), também foram contempladosoutrosórgãosfederais, os governos do Paraná e Mato Grosso do Sul, 15 municípios paranaenses e um sul-mato-grossense, que foram afetados diretamente pela formação do reservatório. Agestãosocioambientaladequadana área do aproveitamento hidrelétrico de Itaipu, aliada à aplicação dos royalties pelas administrações municipais, tem garantido um desenvolvimento sem precedentes para a região em torno do lago, da qualidade de vida da população lindeira. O pagamento de royalties começou em março de 1985 e, até agosto de 2018, os governos do Brasil e do Paraguai já haviam recebido, juntos, mais de US$ 11 bilhões. Fonte: Pereira (2019, on-line). Quando a hidrelétrica fortaleceu suas ações de responsabilidade socioambientaleampliouaáreadeabrangênciadesuasaçõeseprojetospara os 29 municípios que compõem a Bacia do Paraná 3, foram desenvolvidas muitas ações de recuperação de estradas rurais, ações de conservação de solos, instalação de abastecedouros comunitários, plantio de mudas nativas em matas ciliares, proteção com cercas etc., além de uma forte mobilização acompanhada de um programa de Educação Ambiental que permeou todas as ações desenvolvidas. 34 Mapa dos 29 municípios que compõem a Bacia do Paraná 3 e Mundo Novo (MS) Fonte: Acervo ItaipuBinacional “Atualmente, Itaipu atua em 55 municípios na margem prefeituras. São 52 da região Oeste do Paraná, mais Altônia Novo, no Mato Grosso do Sul.” Link: Para saber mais sobre a ampliação da área de atuação da Itaipu Binacional, acesse a matéria: https://www.gazetadopovo.com.br/gpbc/itaipu/itaipu-45-anos-impacto-parana/ 35 da usina para 55 municípios, a partir da formalização de convênios com as prefeituras da região. Fonte: Acervo Itaipu Binacional Link: Link: “Entenda como está organizado o território da Binacional no Oeste do Paraná” h�ps://cu�.ly/ykkARM7 bit.ly/2m1ZmXoLink: “Porque há 55 municípios na área de influência da itaipu?” https://jie.itaipu.gov.br/conte%C3%BAdo/por-que-h%C3%A1-55-munic%C3%ADpios-na-%C3%A1rea-de-influ%C3%AAncia-da-itaipu https://open.spotify.com/episode/7MnHkXA7xouvMXxYaBrPRR?si=rSD9sF23TC-zgDIlR8-0KA&nd=1 36 A ÁGUA COMO MATRIZ PEDAGÓGICA A Itaipu entende o importante papel das pessoas que lidam com a água de convidando-as para participação transversal no cuidado de toda a questão hídrica. Binacional, a água também foi associada como matriz pedagógica, muito além da força que tem em gerar energia limpa e renovável para a maior usina hidrelétrica do mundo. Nesse encontro dos três países Brasil, Paraguai e Argentina, e na extensão dos municípios que margeiam a BP3, a água como matriz pedagógica surgiu como um instrumento de ações dentro do compromisso sustentável da Itaipu. Itaipu entende que, para o êxito de suas ações, é necessário o envolvimento de uma série de atores, desde fornecedores, clientes, empregados e comunidades dos municípios de sua área abrangência. Nesse cenário, uma educacional e de cultura da Itaipu, tendo como objeto de estudo a água. Fonte: Lisa Strachan / 123RF. 37 Não é por acaso que Itaipu mantém-se como referência no quesito sustentabilidade. Nos melhores cinco anos da Itaipu, todos recentes, a da água turbinável, prevista pelo projeto, foi aproveitada para gerar energia elétrica. Quase não houve desperdício no período. Águas”, um trabalho consistente iniciado em 2011, que envolve toda a área técnica da usina e atua basicamente a partir de três fatores: o consumo, a no quadro a seguir. NEXO EFICIÊNCIA, ÁGUA E CONSUMO: “DANÇA DAS ÁGUAS”2011 Vertedouro da Usina de Itaipu Binacional Fonte: Acervo Itaipu Binacional. 38 O consumo está atrelado sobretudo à situação econômica do Brasil e do Paraguai, ou seja, a Itaipu não tem controle sobre este fator uma vez que as demandas de consumo dependem de vários fatores relacionados a produção, políticas públicas, crescimento da economia, dentre outros. A disponibilidade de água é uma questão de hidrologia, frequência e volume de chuvas. Portanto, são duas situações sobre as quais os técnicos de Itaipu não têm O fator envolve a manutenção preventiva e, nesse sentido, é possível ajustar as rotinas de prevenção adequando-as ao que a Itaipu chama de “Dança das Águas”, ou seja, a água que chega ao reservatório deve ser aproveitada ao máximo, sem nas manutenções programadas. Antes da execução dessa técnica foi necessária a quebra de paradigmas e o preventiva à disponibilidade de água. Em conjunto, as áreas de Produção e Manutenção desenvolveram um conceito de operação denominado, no uso da água e a superação de seguidos recordes na geração de energia operacional melhorada quando se adequa aos fatores ambientais e climáticos, em comum acordo entre técnicos dos dois países. 39 Constituição Federal Brasileira A GESTÃO INTEGRADA DESENVOLVIDA POR ITAIPU Sempre esteve pautada e orientada por importantes documentos globais: Políticas Públicas do Governo Brasileiro Conferência Nacional de Meio Ambiente Política Nacional de Resíduos Sólidos Programa Nacional de Educação Ambiental Estatuto da Cidade Eco Rio 92 / Agenda 21 Carta da Terra Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global Pacto Global Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS Convenção da Biodiversidade – CDB Metas de Aichi para a Biodiversidade Manifesto pela Vida Protocolo de Kyoto 40 Os novos compromissos ligados às políticas e diretrizes fundamentais garantir uma transição estável para o novo paradigma estratégico, sem desestabilizar os valores já consolidados e a qualidade de operação da usina binacional como maior geradora de energia do mundo. Adotando, em sua criação, uma postura até então inédita no contexto do setor elétrico brasileiro, várias diretrizes foram propostas para minimizar ou compensar os efeitos adversos sobre o meio ambiente. Todas as atividades da Itaipu na área ambiental foram desenvolvidas com o conhecimento e anuência dos órgãos ambientais competentes, contribuindo para fazer da binacional um exemplo de cooperação e de conservação do meio ambiente no setor elétrico brasileiro. Neste módulo você pôde conhecer um pouco mais sobre a história da Itaipu Binacional e os processos históricos que antecedem a sua implantação. Além disso, você conheceu a missão e visão da empresa e que além de gerar energia em quantidade, a Itaipu Binacional também se preocupa com o território no qual está inserida. Nos próximos módulos você conhecerá um pouco mais sobre os conceitos de sustentabilidade aplicados à gestão territorial e as práticas desenvolvidas no território de abrangência da usina e sua relação com as metas da Agenda 2030. Bom estudo!! PARA REFLETIR 41 REFERÊNCIAS Seminário da ITAIPU Binacional Sobre Meio Ambiente. Foz do Iguaçu, p. 81-87. 1987. COMISSÃO Técnica IAP, Ibama, ITAIPU e Ministério Público. Normas de Uso e Ocupação do Reservatório de Itaipu e de sua Faixa de Proteção. 58p. 1999. COTRIM, J. R. Notas sobre os antecedentes da criação de Itaipu Binacional. Rio de Janeiro: Memória da Eletricidade. 224p. 1999. ELETROBRÁS. Revista Brasileira de Energia Elétrica. 32. Rio de Janeiro. 80p. 1975. FERRARO JR., L. et al. Encontros e caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA/DEA, 2005. Aquicultura: aquicultura-atividade multidisciplinar: Escadas e outras facilidades para passagens de peixes; estações de piscicultura. Florianópolis: ELETROSUL, 1985. 77p. GRUPO DE ESTUDO RIO PARANÁ. Estudo do Rio Paraná – Relatório Especial N.4: Reconhecimento dos efeitos ecológicos do Projeto. Comissão Mista Técnica Brasileiro-Paraguaia Eletrobrás-ANDE. 1973. ITAIPU BINACIONAL. Plano Básico de Conservação do Meio Ambiente. 32p. 1975. ITAIPU BINACIONAL. Ocorrência de Plantas Aquáticas em Reservatórios de Usinas Hidrelétricas. Foz do Iguaçu: ITAIPU Binacional. 6p. (Relatório técnico). ITAIPU BINACIONAL. Plano Diretor da Área do Reservatório de ITAIPU. 68p. 1982. 1997. ITAIPU BINACIONAL. Resumo do Projeto Itaipu. Foz do Iguaçu: Edições da Itaipu Binacional, 1980. 42 ITAIPU BINACIONAL é a primeira usina a integrar a rede mundial de reservas de biosfera. ABRAPCH. 19 jun. 2017. Disponível em: <https://www.abrapch. org.br/noticias/2247/itaipu-binacional-e-a-primeira-usina-a-integrar-rede- mundial-de-biosfera>. Acesso em: 3 ago. 2019. ITAIPU é a primeira usina a integrar a rede mundial de reservas da biosfera. A Gazeta Web. 16 de jun. 2017. Disponível em: <http://agazetaweb.com/itaipu- e-a-primeira-usina-a-integrar-a-rede-mundial-de-reservas-da-biosfera/>. Acesso em: 3 ago 2019. 2° Seminário da ITAIPU Binacional Sobre Meio Ambiente. Foz do Iguaçu, p. 43-44, 1987. OLADE - Organizacion Latinoamericana de Energia / BID – Banco Interamericano de Desarrollo. Guia para la Evaluacion de Impacto Ambiental de Centrales Hidroelectricas. Quito, Equador, 90p., 1993. PEREIRA, R. Parte I: Atuação de Itaipu no Paraná vai muito além da geração de energia. Gazeta do Povo. 2 jul. 2019. Disponível em: <https://www. gazetadopovo.com.br/gpbc/itaipu/itaipu-45-anos-impacto-parana/>. Acesso em: 3 ago. 2019. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Inventário Florestal da Região de Curitiba. 1978. Biologia da reprodução depeixes teleósteos: teoria e prática. Maringá: EDUEM, 169p., 1996. http://agazetaweb.com/itaipu-e-a-primeira-usina-a-integrar-a-rede-mundial-de-reservas-da-biosfera/
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