Idade Média e Escolástica

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Idade Média 
A filosofia medieval corresponde ao longo 
período histórico que vai do final do 
helenismo (sécs. IV-V) até o Renascimento e o 
início do pensamento moderno (final do séc. 
XV e séc. XVI), aproximadamente 10 séculos, 
portanto. 
Idade das trevas – período de 
obscurantismo e idéias retrógradas, 
marcado pelo atraso econômico e político 
do feudalismo, pelas guerras religiosas, 
pela peste negra e pelo monopólio da 
igreja nos campos da educação e da 
cultura. 
 
1ª FASE –período que segue à queda do 
império romano (séc. V) até os sécs. IX e X, 
quando a situação política e econômica 
começam a se estabilizar 
2ª FASE – séculos XI-XV equivale ao 
desenvolvimento da escolástica e à grande 
produção filosófica que se dá com a criação 
das universidades (séc. XIII) 
Origens do pensamento cristã 
 A religião cristã no contexto do helenismo é a 
síntese entre judaísmo, cristianismo e cultura 
grega – tradição cultural ocidental de que 
somos herdeiros até hoje. 
 
Qual o papel da filosofia cristã, sua relação 
com o cristianismo, que por sua origem 
revelada é uma religião e a filosofia grega 
que, como vimos, em seu próprio surgimento 
já pretendia romper com o pensamento mítico-
religioso? 
O helenismo fornece o pano de fundo político 
e cultural que permite a aproximação entre a 
cultura judaica e a filosofia grega, o que 
torna possível mais tarde o surgimento da 
filosofia cristã – síntese entre cristianismo e 
filosofia grega. 
No entanto, os opositores alertavam: a filosofia 
grega é pagã e, portanto, alheia à mensagem cristã 
e seus métodos e discussões podem ser perniciosos. 
„A filosofia é desnecessária à fé e, ao contrário, a 
fé é um pressuposto do entendimento da 
mensagem divina e não um meio de alcançá-la”. 
“Se não crerdes não entendereis.” 
Estas questões acompanharam todo o 
pensamento medieval e foram foco 
permanente de tensão na filosofia cristã e na 
relação entre filosofia e teologia, 
constituindo o que ficou conhecido por 
conflito entre razão e fé 
Seriam a razão, o conhecimento, a filosofia, 
um caminho, uma preparação para a fé, ou 
ao contrário, a fé, a sabedoria revelada, 
independeria da filosofia, não sendo algo 
que pudesse ser justificado ou explicado? 
 
diferentes pensadores tomaram direções opostas 
Os ensinamentos dos textos sagrados têm 
precedência e, por isso, só podem ser aceitas 
doutrinas filosóficas compatíveis com esses 
ensinamentos. Ou seja, os chamados dogmas 
não são passíveis de discussão 
 
 
a filosofia perde bastante de seu espírito crítico 
inicial 
A leitura que os primeiros pensadores cristãos 
fazem da filosofia grega é sempre altamente 
seletiva, tomando aquilo que consideram 
compatível com o cristianismo enquanto 
religião revelada. 
Neste sentido, privilegiam: 
 a metafísica platônica, com seu dualismo 
entre mundo espiritual e material 
a lógica aristotélica, com seus recursos 
demonstrativos e dialéticos 
Além disso, ênfase na resignação, na 
austeridade, no autocontrole. 
santo Agostinho 
Refletia em sua visão de mundo e em suas 
preocupações as grandes mudanças pelas 
quais passa sua época e prenunciando o 
papel que o cristianismo terá na formação 
da cultura ocidental 
Exerceu imensa influência na elaboração e 
consolidação da filosofia cristã na Id. Média, 
até a redescoberta do pensamento de 
Aristóteles no séc. XIII 
Sua influência filosófica e teológica estendeu-
se até o período moderno, o séc. XVII 
chegando a ser conhecido como “o século de 
Agostinho”. 
Foi o primeiro pensador em nossa tradição a 
desenvolver uma noção de interioridade 
que prenuncia o conceito de subjetividade 
do pensamento moderno. 
Formula em seu pensamento a oposição 
interior-exterior e a concepção de que a 
interioridade é o lugar da verdade. 
Em torno dos sécs XI-XII dá-se o surgimento 
da ESCOLÁSTICA, como ficou conhecida a 
filosofia medieval a partir de então. 
Refere-se a todos aqueles que pertencem a 
uma escola. 
 
Passou a significar também um pensamento 
filosófico que compartilha a aceitação de 
certos princípios doutrinários comuns, os 
dogmas do cristianismo que não deveriam ser 
objeto de discussão filosófica, embora na 
prática essa discussão não tenha deixado de 
acontecer. 
O resultado é a oposição entre razão e fé que 
percorreu toda a idade média 
O desenvolvimento da filosofia 
torna-se possível devido à difusão e 
consolidação das escolas nos 
mosteiros e catedrais dedicados à 
formação do clero, dos filósofos e 
teólogos. 
 
santo Tomás de Aquino 
 
 
TOMISMO doutrina ou filosofia 
escolástica adotada oficialmente pela 
igreja católica e que se caracteriza 
sobretudo pela tentativa de conciliar o 
aristotelismo com o cristianismo. 
 
 
Procurando integrar o 
pensamento aristotélico e 
neoplatônico aos textos das 
sagradas escrituras, gerando 
uma filosofia do ser, inspirada 
na fé, com a teologia cristã.