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aulas de 3 a 6 filosofia

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aula 3
· 
· Antes de estudarmos a Filosofia da Idade média, vamos contextualizar o período medieval:
	De modo geral, pode-se dizer que o tema mais importante da filosofia medieval foi a questão da relação entre fé e razão.
Razão + Fé = Filosofia Medieval
	
	A Idade Média foi um período profundamente teocêntrico, seus filósofos foram todos homens religiosos. Assim, o objeto central de sua reflexão foi via de regra a análise das diferenças e da relação entre os dogmas aceitos pela fé e as verdades descobertas pela razão.
Fé ≠ Razão
Atividade Proposta
A Filosofia Medieval compreende um período histórico que vai do final do helenismo (séculos IV e V) até o Renascimento (final do século XV e início do século XVI). É a maior parte da produção filosófica da Idade Média.
Possivelmente você já ouviu falar que a Idade Média apresenta uma imagem negativa.
Você sabe o porquê disso? 
GABARITO
A imagem negativa da Idade Média é entendida pela transição entre os clássicos e os novos tempos, movimento que culmina no humanismo renascentista, procurando recuperar as glórias da antiguidade greco-romana.
Filosofia Medieval
A fase final da Filosofia Medieval (séculos XI e XV) equivale ao desenvolvimento da escolástica e a criação das universidades.
1. A filosofia de São Tomás de Aquino, que se aproximou dos textos de Aristóteles, resultou numa nova contribuição para o desenvolvimento da escolástica;
2. Posições controvertidas que foram assumidas na Filosofia, na Teologia e na Política;
3. O levantamento de questões que aproximavam a Teologia da Filosofia, investigando racionalmente os fundamentos da fé cristã;
4. A presença da tradição aristotélica na Europa ocidental;
5. O pensamento de Santo Agostinho;
6. A transição do helenismo para o cristianismo.
Nascimento da Filosofia Cristã
Como você viu, é no período final da Idade Média que ocorre a transição do helenismo para o cristianismo.
1. A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo. A cultura ocidental da qual somos herdeiros até hoje é a síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura grega.
2. O helenismo permitiu a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega, que tornou possível, mais tarde, o surgimento de uma filosofia cristã. Em Alexandria, essas culturas conviveram e se integraram, de forma que se falavam várias línguas na região. Nessa época, foi possível encontrar uma aproximação entre a cosmologia platônica e a narrativa da criação do mundo.
3. Inicialmente, o cristianismo não se distinguia claramente do judaísmo. Ele era visto como uma seita reformista dentro da religião da cultura judaica.
4. Para os gregos, o príncipe divino operava no mundo, essa visão influenciou fortemente o desenvolvimento da filosofia cristã.
5. É em São Paulo que encontramos a concepção de uma religião universal. Ele defendia a necessidade de pregar a todos. Esta é uma diferença básica em relação ao judaísmo e as demais religiões da época.
Confira agora alguns fatos históricos que contribuíram para o nascimento da Filosofia cristã:
· Podemos dizer que a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de império no plano político e militar. Essa concepção foi consolidada com o batismo do imperador Constantino, em 337, e com a institucionalização do cristianismo como religião oficial. Entretanto, não havia ainda uma unidade no cristianismo.
Sentindo-se às portas da morte, Constantino pediu ao seu amigo e conselheiro espiritual, o bispo ariano Eusébio, para batizá-lo e absolvê-lo dos pecados. Tela de Rafael (séc. XVI).
· A filosofia grega teve uma importância fundamental no processo de unificação do cristianismo, quando as discussões levaram a formulação de uma unidade doutrinária hegemônica, ortodoxa. Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertenceram a, assim, chamada escola neoplatônica cristã de Alexandria.
A Escola de Alexandria usava uma teologia com base na interpretação alegórica da Bíblia, formada pela combinação entre a erudição filosófica grega e as verdades fundamentadas no evangelho.
· Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente. Diversos concílios fixaram a doutrina considerada legítima e condenaram os que não aceitavam esses dogmas expulsando-os da Igreja.
a Igreja era uma das instituições que tinham mais poderes na sociedade medieval, utilizando-se dessa dominância para disseminar a doutrina cristã neste período.
VOCÊ SABIA?
Podemos dizer que a filosofia grega se incorporou de maneira definitiva à tradição cristã: a lógica e retórica forneceram meios de argumentação; e a metafísica de Platão e de Aristóteles forneceu conceitos chaves (substâncias, essências e etc.), em função dos quais questões teológicas eram discutidas.
Caso queira ver a tradução para Libras, clique aqui.
Verifique seus conhecimentos!
Marque a alternativa incorreta.
A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo.
Desde o início, o cristianismo se distinguia claramente do judaísmo.
Podemos dizer que a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de império no plano político e militar.
Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente.
Santo Agostinho
Um dos grandes pensadores cristãos foi Santo Agostinho. A sua influência filosófica e teológica se estendeu até o período moderno.
Veja os três aspectos fundamentais da contribuição desse pensador para o desenvolvimento da Filosofia:
1. A formulação das relações entre Teologia e Filosofia, entre razão e fé;
2. A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade;
3. A elaboração da teoria da história que foi desenvolvida na monumental cidade de Deus.
Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador a desenvolver uma noção de uma interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno.
	
	
	
Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade: é olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade pela iluminação divina.
	
A teoria da iluminação divina vem substituir a teoria platônica, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé.
	
	
Santo Agostinho viveu em tempos conturbados: a ruína do mundo antigo, a decadência do Império Romano, as invasões dos bárbaros pagãos.
Ele mostrou que os eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação, que a cidade divina prevalecerá, já que a história tem uma direção.
Verifique seus conhecimentos!
Marque a alternativa incorreta.
A influência filosófica e teológica de Santo Agostinho se estendeu até o período moderno.
A concepção agostiniana não teve influência no desenvolvimento da noção ocidental de tempo histórico.
Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade.
Caso queira ver a tradução para Libras, clique aqui.
Desenvolvimento da Escolástica
Você já estudou que o termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino. Conheça, agora, os fatores históricos que contribuíram para o seu desenvolvimento.
As culturas bárbaras que se estabeleceram na Europa Ocidental não tinham conhecimento e, nem tampouco, interesse pela Filosofia. Só a partir do século IX, cinco séculos após a morte de Santo Agostinho, a situação começa a mudar.
Em 529, São Bento fundou, na Itália, a ordem monástica beneditina, diferente das ordens monásticas das igrejas orientais, que eram exclusivamente contemplativas. Graças aos monges copistas foram preservados os textosda antiguidade clássica greco-romana, nas bibliotecas.
Progressivamente, o mundo europeu ocidental começava a se reestruturar. A primeira grande tentativa de reestruturação aconteceu no natal do ano 800, quando o papa Leão III, convidou Carlos Magno para ir à Roma e lá o consagrou imperador do sacro império romano germânico. Após a morte de Carlos Magno, seu império foi dividido entre o seu filho e os sucessores deste, levando a uma nova fragmentação política, que gerou grandes conflitos.
É, portanto, em torno dos séculos XI e XII que vamos assistir o surgimento da chamada escolástica. Neste contexto, aparece a famosa querela entre a razão e a fé que percorre toda a Filosofia Medieval. No entanto, o desenvolvimento da Filosofia torna-se possível devido à difusão de consolidação das escolas nos mosteiros e catedrais.
1. de Deus.
Verifique seus conhecimentos!
Marque a alternativa incorreta.
Em relação a Santo Anselmo, podemos afirmar que:
É considerado o primeiro grande pensador da escolástica.
Elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento.
Deu a sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica, como ficou conhecido posteriormente.
Anselmo não acreditava na capacidade da razão para investigar os mistérios divinos.
Concluiu que não se pode pensar a inexistência de um ser do qual nada maior pode ser pensado sem contradição, comprovando assim, a existência de Deus.
· Introdução
A Filosofia Medieval contou com a valiosa contribuição do pensamento árabe
Aula 4
Fusão entre culturas
Conheça os fatores históricos que contribuíram para a fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão.
Filosofia grega
A fusão começa a partir do momento em que Alexandre (século IV a.C.) inicia a expansão do seu Império, levando e difundindo a cultura grega pelo Oriente Médio, conquistando a Índia. Mesmo após a morte de Alexandre, a expansão continua por regiões como Egito, Síria, norte da mesopotâmia e Pérsia.
A partir desse momento, não restou mais dúvida a mistura entre a língua local e a grega com suas ricas tradições, formando os principais núcleos de cultura.
Pensamento cristão
No período cristão (IV e V d.C.), outro marco se dará aprofundando essa fusão. Vários cristãos foram condenados e buscaram exílio no Oriente, principalmente na Síria e na Mesopotâmia. Esses cristãos, além de conhecedores da filosofia e da ciência grega, usavam a língua grega.
Cultura árabe
A fusão também foi influenciada pelo profeta Maomé (570-632), quando este assumiu a liderança religiosa do povo árabe, fundando a religião islâmica. Toda a expansão do islamismo foi devido à fragilidade dos reinos existentes nessa região e da fraqueza militar bizantina. Esse contexto, sem dúvida, favoreceu o encontro dos árabes com os núcleos de cultura de origem grega e cristã. Portanto, os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através desses núcleos de cultura. Esse encontro foi marcado pela:
· Valorização de ensinamentos;
· Absorção de cultura e desenvolvimento desta nas várias áreas da Ciência e da Filosofia;
· Tradução de inúmeras obras clássicas, algumas delas conhecidas pelos latinos justamente por intermédio dos árabes.
Influência do pensamento árabe
Como você estudou na página anterior, os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através dos núcleos de cultura. Logo, podemos concluir que o grande desenvolvimento da filosofia escolástica, a partir do século XIII, foi devido à influência do pensamento árabe.
· Com o desenvolvimento de uma intensa atividade artesanal e comercial, no século XIII, surgiram núcleos urbanos importantes que tiveram grande influência no enriquecimento de uma pequena parte da população.
· Consequentemente, houve o rompimento com a ordem econômica (política feudal), dando lugar a um mundo em que as relações sociais permitiam a mobilidade social. Além disso, os artesãos passaram a se organizar em ligas nas cidades (também chamadas de guildas), fazendo nascer um novo tipo de convívio social.
· As obras de Aristóteles, com as suas preocupações científicas e empíricas, foram adequadas a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são característicos do século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas (franciscanos e dominicanos).
1. 01
2. 02
3. 03
Uma cidade medieval
Você conhece Carcassone, na França? Erguida no século 13, é a cidade medieval mais preservada da Europa e uma das maiores construções medievais do continente. O lugar ainda preserva a cidade murada construída no tempo dos cavaleiros. Assista ao vídeo abaixo para ver um pouquinho da beleza da cidade:
Verifique seus conhecimentos!
Marque a alternativa incorreta.
A fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão começa a partir do momento em que Alexandre inicia a expansão do seu império.
Os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através dos núcleos de cultura.
A fusão entre as filosofias ocidental e oriental não foi influenciada pelo profeta Maomé quando este assumiu a liderança religiosa do povo árabe.
O exílio dos cristãos no Oriente, principalmente na Síria e Mesopotâmia, favoreceu a fusão das filosofias ocidental e oriental.
é necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível.”
Guilherme de Ockham
	
	
· Guilherme de Ockham foi o maior dos lógicos escolásticos. Ele combinou o racionalismo do pensamento aristotélico com a fé revelada do cristianismo;
· Pelas posições que assumiu na Filosofia, na Teologia e na Política, e pelos constantes enfrentamentos com as autoridades, Ockham foi perseguido pelo Papa;
· Foi graças as suas ideias, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema filosófico medieval à ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado diretamente dos gregos.
	
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	As bases da filosofia e ciência modernas foram lançadas nos séculos XV e XVI, levando ao Renascimento e à Reforma. Nesse período, em oposição à escolástica, é defendida a separação radical entre os campos da razão e da fé, da Filosofia e da Teologia.
	
	No final do século XIV, a escolástica entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim. A filosofia escolástica e o tomismo sobrevivem no período moderno, e até hoje encontram adeptos.
Verifique seus conhecimentos!
Tendo como base o que você estudou até aqui, leia as afirmações abaixo e complete as lacunas.
a) ______________ mostrou que a filosofia de Aristóteles era compatível com o cristianismo.
b) Foi graças a ideia de ______________, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema filosófico medieval a ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado diretamente dos gregos.
c) No final do século XIV, a ______________ entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim.
d) O ______________ tornou-se uma espécie de representante de “uma filosofia cristã oficial”.
GABARITO
a) São Tomás mostrou que a filosofia de Aristóteles era compatível com o cristianismo.
b) Foi graças a ideia de Guilherme de Ockham, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema filosófico medieval a ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado diretamente dos gregos.
c) No final do século XIV, a escolástica entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim.
d) O Tomismo tornou-se uma espécie de representante de “uma filosofia cristã oficial”.
Aula 5
O termo “moderno” já era usado na Filosofia Medieval, mas o conceito de modernidade  veio de duas noções fundamentais relacionadas – a ideia de progresso e a valorização do indivíduo, que são decorrentes de fatores históricos como:
O Humanismo Renascentista (século XV);
A Revolução Científica (século XVII);
A Reforma Protestante (século XVI);
A redescoberta do ceticismo.
A seguir, você conhecerá cada um desses fatores históricos.
	Oprimeiro fator histórico que você conhecerá é o Humanismo Renascentista do século XV.
	
	Imagem acima: Pintura A criação de Adão, pintado por Michelângelo em 1511, faz parte da Capela Sistina e retrata o início da vida em Adão.
	
O conceito de Renascimento abrange os séculos: XV e XVI, que foi o período histórico intermediário entre o medieval e o moderno. Podemos dizer que o traço mais característico desse período foi o humanismo. Um dos principais pontos de partida do humanismo foi o grande Concílio Ecumênico de Florença, em 1431.
O humanismo teve também uma grande importância na política. As partes centrais do ideário humanista tratam da rejeição da tradição escolástica em favor de uma recuperação da natureza humana individual, ponto de partida de uma nova ordem. O principal pensador político mais original desse período foi sem dúvida Nicolau Maquiavel (autor de O Príncipe, publicado em 1532).
	
	
	O retratro de Lutero foi pintado por Lucas Cranach, em 1528.
	
	Fonte / Imagem acima: https://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero#/media/File:MartinLuther-workshopCranachElder.jpg
Em uma visita a Roma (1510), Lutero ficou chocado com a corrupção da sede da Igreja e começou a defender a necessidade de uma reforma.
Portanto, o marco do início da Reforma Protestante foi a pregação por Lutero das suas 95 teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517). O envolvimento dos papas nas questões políticas da época foi um fator gerador de conflitos. A igreja necessitava de grandes recursos financeiros e procurava obtê-los através da venda de indulgências.
A ideia de reforma foi bastante comum no desenvolvimento do cristianismo. O próprio cristianismo foi uma espécie de movimento de reforma do judaísmo. Foram comuns os pregadores em vários países da Europa, defendendo a volta de um cristianismo mais simples e mais espiritual, mantendo a necessidade da pobreza do clero e criticando a hierarquia eclesiástica.
O protestantismo, o movimento de oposição a Roma, difundiu-se por outros países, a exemplo de Calvino na Suíça, em Genebra.
Com isso, a Igreja Católica inicia uma ofensiva contra o protestantismo. O Concílio de Trento estabeleceu as bases doutrinárias e litúrgicas. A Inquisição ganhou nova força e, assim, surgiram novas ordens religiosas como a Companhia de Jesus, de caráter militante.
No século seguinte, a Guerra dos Trinta Anos opõe católicos e protestantes por toda Europa.
A ética protestante, principalmente calvinista, proporcionou grande desenvolvimento econômico da Europa, permitindo a acumulação do capital.
Lutero combateu a escolástica
A ruptura provocada pela Reforma é um dos fatores propulsores da modernidade, embora Lutero se aproxime mais da filosofia medieval agostiniana.
1. Sua concepção teológica é uma interpretação da doutrina de santo Agostinho sobre a luz natural que todo o indivíduo tem em si e que permite entender e aceitar a revelação, não necessitando da intermediação da igreja, dos teólogos, da doutrina dos concílios. A fé é suficiente.
2. Se a discussão em torno da “regra da fé” abre caminho acerca do livre arbítrio e da salvação, essa discussão levanta questões de natureza moral.
3. Para Lutero, a salvação só é possível pela graça divina, dom de Deus que independe do saber adquirido, ou da obediência da autoridade eclesiástica, assim rejeita a doutrina ética da escolástica tomista e o esforço humano não desempenha nenhum papel na salvação.
Caso queira ver a tradução para Libras, clique aqui.
Além do Humanismo Renascentista e da Reforma Protestante, a Revolução Científica também contribuiu para o conceito de modernidade.
A Revolução Cientifica moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau Copérnico, através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes.
Leia algumas considerações sobre filósofos que inspiraram e/ou contribuíram para a Revolução científica:
· Copérnico
· Platão
· Kepler
· Galileu
· Leonardo da Vinci
· Copérnico
A obra de Nicolau Copérnico rompeu com o sistema geocêntrico, em que a Terra se encontra imóvel no lugar central do universo, indo contra uma teoria estabelecida a praticamente vinte séculos.
Copérnico sacudiu a visão de mundo medieval estática imaginando a Terra girando em torno do sol, desenvolvendo sua pesquisa propondo a hipótese heliocêntrica. Ele conserva uma concepção de um cosmo fechado, tendo como limite a esfera das estrelas fixas, típica da visão antiga. A ideia de um universo infinito foi incorporada progressivamente à ciência moderna.
São duas as grandes transformações científicas:
	
Do ponto de vista da cosmologia – o modelo empreendido por Galileu – universo infinito e movimento dos corpos celestes, principalmente da Terra.
	
	
Do ponto de vista da ideia de ciência – a valorização da observação do método experimental que se opõe à ciência contemplativa dos antigos.
Outro fator histórico que contribuiu para o conceito de modernidade foi a redescoberta do ceticismo. O interesse pelo ceticismo antigo é retomado no Renascimento como parte do movimento de volta aos clássicos.
A Idade Média havia sido, em grande parte, ignorada pelos céticos devido à refutação do ceticismo por santo Agostinho.
Possivelmente, os céticos foram os primeiros filósofos a questionar a possibilidade do conhecimento e a levantar a questão sobre os limites da natureza humana do ponto de vista cognitivo, o que será uma das grandes temáticas do pensamento moderno até Kant.
Podemos considerar Michele de Montaigne o filósofo mais importante desse período, quanto à retomada e ao desenvolvimento do ceticismo, inclusive devido a sua influência em Descartes.
A visão cética de Montaigne pode ser considerada um dos pontos de partida do subjetivismo e do individualismo. Diante de um mundo de incerteza, mergulhado em guerras e conflitos religiosos e políticos o homem refugia-se dentro de si.
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Verifique seus conhecimentos!
Tendo como base o que você estudou até aqui, leia as afirmações abaixo e complete as lacunas.
a) Podemos dizer que o traço mais característico do ______________ foi o humanismo.
b) O marco do início da ______________ foi a pregação por Lutero de suas 95 teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517).
c) A ______________ moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau Copérnico, através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes.
d) O interesse pelo ______________ antigo é retomado no Renascimento como parte do movimento de volta aos clássicos.
GABARITO
a) Podemos dizer que o traço mais característico do Renascimento foi o humanismo.
b) O marco do início da Reforma Protestante foi a pregação por Lutero de suas 95 teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517).
c) A Revolução científica moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau Copérnico, através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes.
d) O interesse pelo Ceticismo antigo é retomado no Renascimento como parte do movimento de volta aos clássicos.
Aula 6
O empirismo
O empirismo e o racionalismo (pensamento cartesiano) constituíram conjuntamente algumas das principais correntes do pensamento moderno na sua fase inicial.
Logotipo da Royal Society.
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Royal_Society#/media/File:RoyalSociety_logo.gif>. Acesso em: 17 jul. 2017.
A corrente empirista desenvolveu-se, sobretudo, na Inglaterra e entre os filósofos de língua inglesa, estando diretamente ligada à criação da Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento Natural.
Podemos dizer que o empirismo é a posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade de suas afirmações, especialmente nos campos da teoria do conhecimento e da filosofia da ciência.
O grito de guerra do empirismo é a frase de inspiração aristotélica:
“Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”.
 Ou seja, todo conhecimento resulta de uma base empírica,de percepções ou impressões sensíveis sobre o real, elaborando-se e desenvolvendo-se a partir desses dados da realidade sensorial.
Os empiristas, portanto, rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta.
A seguir, você conhecerá os três principais pensadores do empirismo clássico:
· Francis Bacon (1561-1626);
· John Locke (1632-1704); e
· David Hume (1711-1776).
Bacon e o método experimental
Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados da contribuição de filosófica de Bacon:
· A CONCEPÇÃO DE PENSAMENTO CRÍTICO CONTIDA NA TEORIA DOS ÍDOLOS
· A DEFESA DO MÉTODO INDUTIVO NO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E DE UM MODELO DE CIÊNCIA ANTIESPECULATIVO E INTEGRADO COM A TÉCNICA
A teoria das ideias de Locke e a crítica ao inatismo
John Locke vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento.
Locke afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento.
Portanto, não existem ideias inatas. Isto é, o conhecimento não é inato, mas resulta da maneira como elaboramos os dados que nos vêm da sensibilidade por meio da experiência.
Retrato de John Locke. Gravado por J.Pofselwhite e publicado na Enciclopédia The Gallery Of Retrends With Memoirs, Reino Unido, 1836.
Para Locke, a mente é como uma folha em branco, a “tábula rasa”, na qual a experiência deixa as suas marcas. Desta forma, para processarmos o conhecimento em nossa mente, precisamos da reflexão, assim como distinguir entre as qualidades primárias e as secundárias das substâncias.
Locke é considerado como um dos primeiros filósofos do período moderno a desenvolver uma filosofia da linguagem, mais especificamente uma teoria do significado.
Legenda da imagem
O ceticismo de David Hume
O ceticismo de Hume pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal.
· CASUALIDADE
· IDENTIDADE PESSOAL
Por outro lado, Hume também afirma que a maneira pela qual conhecemos e pela qual agimos no real depende apenas de nossa natureza, de nossos costumes e de nossos hábitos. Por esta razão ainda não se chegou a definir se ele é mais cético ou mais naturalista.
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A contribuição valiosa de Jean-Jacques Rousseau
Rousseau (1712-78) nasceu em Genebra e foi um dos mais importantes pensadores franceses do século XVIII no campo da política, da moral e da educação, influenciando os ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa (1789).
O ponto de partida da filosofia de Rousseau é uma concepção de natureza humana representada pela famosa ideia: “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe” (Contrato Social, livro I, cap. 1), à qual se acrescenta a ideia de que “o homem nasce livre e por toda parte se encontra acorrentado”.
Para Rousseau, é possível, portanto, formular um ideal de sociedade em que os homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Gravado por R.Hart e publicado na Enciclopédia da Galeria dos Retratos com Memórias, Reino Unido, 1833.
A grande questão para Rousseau consiste em:
	
Saber como preservar a liberdade natural do homem.
	
E ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar que a vida em sociedade pode lhe oferecer.
Sua resposta se encontra fundamentalmente no Contrato Social, mas também é possível observá-la em outros textos.
A vontade particular e individual de cada um diz respeito a seus interesses específicos, porém, enquanto cidadão e membro de uma comunidade, o indivíduo deve possuir também uma vontade que se caracteriza pela defesa do interesse coletivo, do bem comum.
Segundo a teoria do contrato social, é papel da educação a formação da vontade geral dos membros da sociedade transformando, assim, o indivíduo em cidadão, em membro de uma comunidade.
O processo educativo pressupõe o conhecimento profundo e deve dar a devida importância às leis psicológicas do desenvolvimento do educando. Essas leis devem orientar todo o processo educativo, deixando de lado todas as especulações teóricas a esse respeito.
Essas leis podem ser resumidas da seguinte forma:
1. Deve-se observar a natureza e seguir o caminho que ela traçar.
2. As funções, que se exercem numa etapa de vida, afirmam e preparam o surgimento e o desenvolvimento das funções posteriores.
3. Mesmo quando uma ação parece ser desinteressada, parece não satisfazer alguma necessidade ou interesse funcional, na realidade se trata sempre de uma adaptação funcional.
4. Deve-se respeitar a individualidade de cada educando, pois cada um tem sua forma própria. É em função dessa individualidade que ele deve ser orientado.
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Para finalizar esta aula, propomos a você um desafio. Abaixo você dispõe do nome dos importantes filósofos estudados nessa aula e também uma afirmação sobre cada um deles. Leia atentamente as afirmações e tente identificar a qual filósofo cada uma corresponde.
Bacon
Locke
Hume
Rousseau
______________: O ceticismo desse filósofo pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais de tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal.
______________: A preocupação fundamental desse filósofo é com formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É nesse contexto que encontramos a sua teoria dos ídolos.
______________: Para esse filósofo, é possível formular um ideal de sociedade em que os homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa.
______________: Esse filósofo vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento.
GABARITO
Hume: O ceticismo desse filósofo pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais de tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal.
Bacon: A preocupação fundamental desse filósofo é com formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. É nesse contexto que encontramos a sua teoria dos ídolos.
Rousseau: Para esse filósofo, é possível formular um ideal de sociedade em que os homens sejam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa.
Locke: Esse filósofo vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento.

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