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Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias Curso de Farmácia Sensores ópticos com detecção no infravermelho 2021 Introdução Descoberta em 1800 por um astrônomo inglês, William Herschel, o infravermelho, inicialmente denominado “raios caloríficos”, é um tipo de radiação não visível no espectro magnético, ainda que não possa ser vista, essa radiação pode ser sentida em forma de calor. A utilização do infravermelho é muito comum em tecnologias do cotidiano, como: celulares e computadores. Os métodos com infravermelho têm como fundamentos os efeitos de absorção de radiação, baseados nas propriedades da amostra e o resultado analítico é obtido através da interação da radiação eletromagnética com os níveis vibracionais das moléculas. (RODRIGUES, et al., 2012). Com o avanço econômico e tecnológico nas últimas décadas, diferentes medidas ópticas passaram a se tornar mais comumente usadas, e isso possibilitou que técnicas como a espectroscopia e suas diversas modalidades ganhassem espaço, principalmente nos estudos envolvendo sólidos. A versatilidade, rapidez, e processos que não são invasivos e destrutivos com a amostra são uns dos vários pontos que dão ainda mais relevância a essas técnicas, e tem sido significativo na crescente demanda por tecnologias que adote o conceito de Química Limpa em seus experimentos. A descoberta e o progresso de estudos no setor do infravermelho levantaram a possibilidade de se analisar diversos temas de interesses sociais. Questões ambientais, industriais e biológicas passaram a ter um peso cada vez maior em pesquisas e estudos, e através dessa demanda o avanço de técnicas com sensores químicos com detecção no infravermelho (eletroquímicos e ópticos), se tornaram ferramentas importantes no desenvolvimento dessas áreas. Os primeiros sensores ópticos são da década de 1930, onde se monitorou continuamente o oxigênio em baixas concentrações, utilizando-se métodos baseado na supressão de fluorescência da triploflavina e fluoresceína imobilizadas em sílica gel. Em 1975 outro avanço importante nessa área, foi desenvolvido por Lübbers, um sensor óptico fluorimétrico para a determinação de oxigênio e dióxido de carbono (denominado optodo), utilizando pela primeira vez um feixe de fibras ópticas. A partir de então, os sensores químicos de fibras ópticas tem tido maior destaque na literatura, podendo-se encontrar dispositivos para os mais variados analitos (metais pesados, umidade, espécies gasosas, DNA e bactérias). (LIMA, et al., 2009). 3 3 Desenvolvimento Em geral, as medidas geradas nos métodos de sensores ópticos são baseadas nas alterações de cor e luminescência de um indicador ou reagente imobilizado. Esses sensores podem ser fundamentados em medidas como absorbância, reflectância, reflectância total atenuada e fluorescência, entre outras técnicas. Cada técnica dessa justifica seu uso a uma determinada área. Esse trabalho não tem como objetivo a explicação de cada técnica, mas sim abordar seu uso em áreas biológicas, industrial e ambiental. Os sensores ópticos tem sido fonte de bastantes estudos para a área biológica, com pretensões de criar métodos mais precisos e com custos menores. Umas das formas que essa tecnologia vem sendo explorada, é na detecção de compostos biológicos como glicose, tirosina, arginina e compostos quirais. A praticidade que as tecnologias do infravermelho têm demonstrado ao mercado, tem chamado atenção e sido utilizada na indústria, e isso deve-se ao fato dessas técnicas possibilitarem um acompanhamento remoto, em condições muitas vezes hostis. As ideias para uso dos sensores têm ganhado cada vez mais espaço, demonstrando um potencial que pode ser ainda maior. Uma dessas tecnologias que podem ser exemplificadas é um sensor óptico que permite medidas simultâneas em diferentes pontos para monitorar vazamentos de hidrocarbonetos em tanques e tubulações, ideia proposta por Buerck e colaboradores. Outras técnicas envolvem medidas em reatores, em desengordurantes industriais, facilitando processos industriais. (LIMA, et al., 2009). No aspecto ambiental, esses métodos têm se tornado importantes aliados, principalmente em temas referentes a contaminação de água por hidrocarbonetos, o maior desafio dessa prática é a determinação de hidrocarbonetos aromáticos e/ou clorados em águas de forma direta, por conta da baixa concentração e também alta absorção no espectro infravermelho. Uma saída para isso foi extrair o analito da fase aquosa, retirando a interferência antes relatada. (LIMA, et al., 2009). 4 4 Conclusão Como foi possível perceber, a tecnologia dos sensores com detecção no infravermelho tem sido importante para diversas áreas, seja ela biológica, industrial ou ambiental. Essas técnicas acabam por garantir métodos mais rápidos, em que em minutos pode-se obter um resultado, mais precisos, devido a seletividade que muitas vezes a técnica tem com o analito e com um custo inferior, quando comparado com outros métodos convencionais. De todo modo, ainda é uma tecnologia que tem um grande potencial para se desenvolver e talvez em alguns anos possa estar mais diretamente ligado no dia-a-dia das pessoas, resolvendo e facilitando questões até então complexas. 5 5 REFERÊNCIAS: LIMA. Kássio, et al. Sensores ópticos com detecção no infravermelho próximo e médio. Química Nova, Vol. 32, No. 6, 1635-1643, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/GJctQLQ46TTw5v3fCmK3JCm/?format=pdf&lang=pt RODRIGUES. Ariano De Giovanni, et al. Espectroscopias de infravermelho, Raman e de fotoluminescência: potencialidades e complementaridades. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 34, n. 4, 4309 (2012). Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbef/a/LvkPfCR4Xgw7TyJt6BWWHyx/?format=pdf&lang=pt 6 6 Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias Curso de Farmácia TÍTULO: RAMAN 2021 7 Introdução Chandrasekhara Venkata Raman, um indiano, nascido em 1888, graduado em ciências, demonstrou-se promissor desde seus 18 anos, ganhando medalhas e publicando artigos. Venkata Raman foi quem descobriu o efeito conhecido como espalhamento de Raman, sendo a primeira pessoa do continente asiático a receber um prêmio na área da ciência. Raman observou o efeito quando a luz atravessa um material, onde parte dessa luz sofrerá mudanças de onda e amplitude. A espectroscopia Raman permite identificar, quantificar e estudar estruturas de materiais orgânicos, inorgânicos e biológicos. As amostras avaliadas podem estar na forma de sólidos, líquidos ou gases. A técnica usada nesse método é a de espectroscopia vibracionais, sendo observado transições vibracionais das ligações químicas das amostras. Esse tipo de espectroscopia é feito através do espelhamento de luz pela matéria, espelhamento inelástico. Nessa técnica é utilizada uma fonte intensa de radiação (feixe), uma parte desse feixe é absorvido pela amostra na forma de calor e é possível reparar uma força perpendicular a amostra, que no caso é o espalhamento Raman. (PALESTRAS do Nobel , física 1922-1941). Desenvolvimento Quando a amostra é colocada em contato com a radiação, a amostra é excitada a um nível vibracional virtual, e ao retornar se encontra em um nível superior que o inicial. Nesse processo será emitido fótons, diferentes dos fótons incidentes, a energia desse fóton será igual a energia do fóton incidente menos a energia que corresponde a diferença de energia de estados de níveis vibracionais. Esse tipo de espalhamento é chamado de stokes. Ao submeter a amostra ao feixe, e aamostra não está em um nível fundamental, mas sim em um nível superior, ao retornar se encontrará em um nível inferior que o inicial. Dessa forma a emissão do fóton vai ter como energia a energia do fóton incidente mais a energia de vibração, o fóton emitido tem mais energia que o fóton incidente, esse espalhamento é conhecido como anti-stoke. Outro fenômeno é visto nas amostras, o fóton incidente promove a excitação da molécula, e volta ao mesmo estado inicial. O fóton emitido terá mesma energia que o fóton 8 incidido, esse tipo de espalhamento é conhecido como Rayleigh. (RODRIGUES, 2012). Quando comparadas com outras técnicas de espectroscopia, na de Raman como já foi citado, a energia do fóton do feixe e a energia do fóton espalhado vai ser igual a diferença dos níveis vibracionais iniciais e de retorno. Já na espectroscopia do infravermelho ocorre um fenômeno de absorção, onde a energia do fóton incidente é igual a diferença entre níveis vibracionais após a radiação ser absorvida (onde o nível vibracional será maior que o anterior). Existe uma similaridade na maioria das bandas do infravermelho e no espectro de Raman, mesmo que sejam com intensidades diferentes. (RODRIGUES, 2012). Nem todas bandas estão presentes nos dois espectros, e isso se deve ao fato das regras de seletividade. No infravermelho, para que uma banda apareça em seu espectro é necessário que haja uma variação no momento dipolo. Já na raman precisa haver uma variação de polaridades, e só assim a banda será visível no espectro. Na espectroscopia Raman as bandas com ligações simples estarão na região de 4000 – 2500 cm-1; duplas 2500 – 1500 cm-1; espectro complexo abaixo de 1500 cm-1; grupos inorgânicos, metal-ligante, vibrações de rede menor que 700 cm-1. (RODRIGUES, 2012). Conclusão A espectroscopia é um método que viabiliza de forma substancial o estudo de materiais inorgânicos que não conseguem ser analisadas por outras técnicas como FRX. Além disso a espectroscopia de Raman tem sido utilizada complementando outras técnicas espectroscópicas, como fluorescência de Raio X. Por isso os estudos e avanços nesse método tem impacto positivo em diversos estudos. 9 REFERÊNCIAS: Espectroscopia Raman. Laboratório de Arqueometria e Ciências Aplicadas ao Patrimônio Cultural do IFUSP. Portal IF USP. Disponível em: https://portal.if.usp.br/arqueometria/pt-br/logotipo. Acessado em 27/08/2021 Das palestras do Nobel , física 1922-1941 , Elsevier Publishing Company, Amsterdã, 1965. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1930/raman/biographical/. Acessado em 27/08/2021 RODRIGUES. Ariano De Giovanni, et al. Espectroscopias de infravermelho, Raman e de fotoluminescência: potencialidades e complementaridades. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 34, n. 4, 4309 (2012). Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbef/a/LvkPfCR4Xgw7TyJt6BWWHyx/?format=pdf&lang=pt https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1930/raman/biographical/
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