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O movimento operário e o advento do socialismo O surgimento das ideias socialistas e anarquistas Para os pensadores do liberalismo clássico, as bases do avanço da humanidade estavam na razão, na ciência e no progresso. Mas as péssimas condições de vida dos trabalhadores industriais durante o século XIX mostravam que a era do progresso e das grandes descobertas no campo da ciência não tinham vencido a pobreza e a exploração do trabalho → surgimento de teorias que defendiam a humanização do capitalismo ou a sua destruição. Três dessas teorias se destacaram: • Socialismo utópico. • Socialismo científico. • Anarquismo. Os socialistas utópicos Criticavam as mazelas do sistema capitalista → exploração e pobreza → não questionavam a propriedade privada e a divisão da sociedade em classes. Propunham mudanças em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Entre seus pensadores, podemos destacar Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen. Libberton’s Wynd, ilustração do pintor inglês George Cattermole, c. 1840. Na tecelagem de New Lanark, Escócia, representada na imagem, o empresário Robert Owen procurou concretizar seu ideal de uma sociedade baseada na cooperação entre patrões e trabalhadores, sem exploração. R E P R O D U Ç Ã O - C O L E Ç Ã O P A R T IC U L A R Os socialistas utópicos Os socialistas utópicos foram assim chamados pelos marxistas, que consideravam utopia a possibilidade de cooperação entre as classes. Os socialistas utópicos Saint-Simon (1760-1825): defendia o lucro capitalista desde que fosse investido também para o bem da sociedade Charles Fourier (1772-1837): acreditava em uma sociedade baseada no cooperativismo Robert Owen (1771-1858): buscava a harmonia e a cooperação entre as classes Criticavam as mazelas do sistema capitalista: exploração e pobreza Propunham mudanças em busca de uma sociedade mais justa e igualitária O socialismo científico Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) desenvolveram uma profunda análise do capitalismo com o objetivo de proporcionar aos trabalhadores uma teoria e um programa de ação para a derrubada do sistema capitalista e a construção do socialismo. O socialismo científico Entre seus principais conceitos, podemos citar: • Materialismo histórico → o modo como os seres humanos se organizam para produzir as condições materiais de sua existência condicionam a vida social, política, cultural e ideológica. • Materialismo dialético → o modo de produção está em constante transformação, gerando contradições internas que conduzem a sua destruição. • Luta de classes → as sociedades humanas têm sido marcadas pelo conflito entre camadas sociais com interesses antagônicos e inconciliáveis. • Mais-valia → diferença entre o valor da riqueza que o operário produz com o seu trabalho e o que ele recebe na forma de salário. A revolução proletária Para Marx e Engels, superar o capitalismo e atingir uma sociedade sem classes só seria possível por meio de uma revolução socialista. Depois de os trabalhadores tomarem o poder, destruírem a burguesia e construírem o socialismo, o estágio final seria o comunismo → uma sociedade sem classes, sem propriedade privada, sem Estado e onde os bens seriam distribuídos de maneira igualitária. A revolução proletária A – Karl Marx, pintura de P. Nassarov e N. Gereljuk, c. 1920; B – Friedrich Engels em fotografia de 1879. As ideias de Marx e Engels inspiraram movimentos dos trabalhadores e a fundação de partidos políticos que defendiam a revolução socialista. Mas, ao mesmo tempo, também foram usadas para sustentar regimes autoritários, que eliminaram opositores e implantaram uma severa censura. R E P R O D U Ç Ã O - C O L E Ç Ã O P A R T IC U L A R R E P R O D U Ç Ã O - O X F O R D S C IE N C E A R C H IV E , O X F O R D A B O ideário anarquista O anarquismo surgiu ainda no século XVIII, quando William Godwin (1756-1836) propôs uma sociedade sem propriedade privada e sem formas de autoridade. Em meados do século XIX, essas ideias foram desenvolvidas por outros teóricos, como: Proudhon, Bakunin, Stirner, Malatesta, Kropotkin e Tolstoi. O anarquismo propõe Superação de qualquer autoridade: família, Igreja etc. Livre associação dos trabalhadores Inexistência do Estado A organização proletária Difusão do pensamento marxista entre os operários A organização proletária Disputas entre marxistas e anarquistas e a repressão movida por vários governos europeus levaram à dissolução da AIT, em 1876 Objetivos Com um programa socialista, sua tarefa era organizar a luta dos trabalhadores em nível internacional para combater o capitalismo Primeira Internacional (1864): fundada na Inglaterra, era uma federação de trabalhadores da Europa central e ocidental Formação das Associações Internacionais dos Trabalhadores (AITs) O sindicalismo Os sindicatos surgiram na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e, em seguida, na França → foram proibidos pela legislação, mas funcionavam clandestinamente. Em fins do século XIX, foi liberado o funcionamento dessas associações. Logo em seguida, os sindicatos se espalharam pela Europa, Estados Unidos e América Latina. No Brasil, os sindicatos ganharam força no século XX, influenciados por correntes marxistas, social-democratas e anarquistas. Anarcossindicalismo → corrente sindical trazida ao Brasil pelos imigrantes italianos → defendia a construção de uma sociedade de indivíduos livres, que só seria possível pela ação direta dos trabalhadores por meio de uma greve geral. A luta das mulheres e das trabalhadoras As mudanças propiciadas pela sociedade industrial e pelas ideias liberais foram mais intensas na Grã-Bretanha, na França e nos Estados Unidos, onde surgiram movimentos de defesa dos direitos das mulheres. Até então, as mulheres ricas eram educadas para o casamento e para a submissão ao marido. As mulheres pobres trabalhavam nas fábricas, recebiam salários menores que os dos homens e enfrentavam dupla jornada de trabalho (na indústria e em casa). Muitas mulheres sofriam maus-tratos e não havia leis que as protegessem → vários movimentos surgiram nesse período para defender o sufrágio feminino, o direito à educação de qualidade e uma sociedade mais justa. As mulheres lutando por direitos As lideranças dos movimentos feministas foram discriminadas e perseguidas, mas elas foram as precursoras do feminismo, que ganharia força em meados do século XX. R E P R O D U Ç Ã O - C O L E Ç Ã O P A R T IC U L A R Gravura do século XIX representa Susan B. Anthony e Elizabeth Cady Stanton (ambas em pé, na plataforma), líderes do movimento pelo voto feminino nos Estados Unidos. ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitosreservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ As revoluções liberais e o nacionalismo Nação e nacionalismo Os conceitos de nação e nacionalismo surgiram na Europa durante a Revolução Francesa e inspiraram a formação de comunidades autônomas e Estados independentes. • Nação: conceito político ligado à existência de uma unidade linguístico-cultural; incorporou-se a ele, a partir do século XIX, a noção de unidade territorial e política. • Nacionalismo: ideologia que defende a existência de laços culturais, históricos e linguísticos que unem os habitantes de um território e que justificam a preferência por tudo que pertence à nação. A partir de meados do século XIX, o nacionalismo ganhou força → esse ideal político passou a ser perseguido por diversos grupos sociais, em especial pelas camadas médias europeias. As revoluções de 1820 e 1830 As revoluções de 1820 e 1830 Congresso de Viena: retorno das monarquias absolutistas e da aristocracia ao poder Onda de revoluções na Europa e América (1820): Espanha, Nápoles, Grécia, México, Peru, Chile e Argentina Adeptos das ideias liberais, nacionalistas e socialistas, questionavam o retorno ao Antigo Regime Novos movimentos populares na Europa (1830): derrotados na Alemanha, Itália e Polônia, mas bem-sucedidos na França e Bélgica A liberdade guiando o povo, pintura de Eugène Delacroix, 1830. R E P R O D U Ç Ã O - M U S E U D O L O U V R E , P A R IS As revoluções de 1820 e 1830 As revoluções de 1848 O ano de 1848 assistiu à explosão de revoltas populares por toda a Europa. A Primavera dos Povos, como é conhecida, foi motivada por uma crise econômica que fez aumentar o desemprego e o custo de vida, e envolveu a França, o Império Austríaco e os Estados alemães, além de outras regiões da Europa. Vários ideais se manifestaram nas revoluções de 1848: liberais, socialistas, nacionalistas e românticos. Apesar da intensa mobilização, as revoltas foram quase todas derrotadas, com exceção da França, onde a monarquia foi derrubada e se instituiu a república. As revoluções de 1848 Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique. Paris: Larousse, 1987. p. 83. A PRIMAVERA DOS POVOS (1848) C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 170 km Os resultados da onda revolucionária A Primavera dos Povos teve importância histórica significativa, pois possibilitou a derrubada dos últimos resquícios do absolutismo e da tradição aristocrática na Europa, consolidando as conquistas burguesas. Barricadas na Rua Soufflot, pintura de Horace Vernet, 25 de junho de 1848. A pintura representa uma das barricadas feitas pelo povo de Paris durante as jornadas revolucionárias de 1848. R E P R O D U Ç Ã O – M U S E U H IS T Ó R IC O A L E M Ã O , B E R L IM A Guerra Franco-Prussiana Napoleão III fundou o Segundo Império Francês em 1852 → promoveu uma política de Estado forte e interventor e estimulou a modernização da indústria e a expansão das atividades econômicas. 1870 → iniciou uma guerra contra a Prússia, perdeu e foi aprisionado. O Segundo Império caiu e formou-se um governo de união nacional, liderado por republicanos moderados. O novo governo organizou uma Guarda Nacional, incorporando membros das camadas populares e trabalhadores urbanos para expulsar os prussianos da França. Em 1871, o Tratado de Frankfurt estabeleceu as condições da rendição francesa. A Comuna de Paris Depois da guerra, foi eleita uma Assembleia Nacional, e Adolphe de Thiers assumiu o poder, provisoriamente, com o apoio dos pequenos proprietários de terras. Thiers tomou medidas impopulares, como a extinção do soldo da Guarda Nacional. Em Paris, o povo armado pela Guarda Nacional não aceitou as medidas de Thiers e se revoltou → o governo se retirou para Versalhes. Em Paris, formou-se outro governo, autônomo e popular: a Comuna de Paris. Os resultados da Comuna de Paris Os resultados da Comuna de Paris A Comuna de Paris promoveu a defesa de Paris e estruturou uma nova organização de poder Governo eleito por sufrágio universal Representantes do movimento operário como membros do Conselho Geral Influência de ideias socialistas e anarquistas Controle estatal sobre as fábricas abandonadas na cidade Ensino gratuito, laico e obrigatório a todos Com duração de 72 dias, a Comuna de Paris foi o primeiro modelo de governo popular da história Foi destruída pela aliança feita entre Adolphe de Thiers e o exército prussiano A unificação da Itália Desde o início do século XIX, movimentos surgiram nos reinos e ducados italianos com a finalidade de unificar o país. Em meados do século, dois movimentos se consolidaram: • O Projeto Piemontês: monarquia liberal → liderança de Camilo di Cavour. • O projeto dos “camisas vermelhas”: república → liderança de Giuseppe Garibaldi. A unificação da Itália Cavour promoveu alianças militares com outros países para enfraquecer a Áustria → com isso anexou a Toscana, Parma, Módena e parte dos Estados pontifícios. Em 1860, Garibaldi conquistou as Duas Sicílias. Em 1870, os exércitos da Itália conquistaram Roma. A unificação só foi completada após a Primeira Guerra Mundial, com a anexação de Trentino, Trieste e Ístria. → em 1929, pelo Tratado de Latrão, criou-se o Vaticano, completando o processo de formação da Itália. A unificação da Alemanha A formação do Estado alemão teve início na Idade Média com o surgimento do Sacro Império Romano-Germânico. No século XVII o território alemão estava dividido em 300 reinos, separados por questões religiosas, dinásticas ou políticas. Em 1815, formou-se a Confederação Germânica, que, em 1834, promoveu uma união aduaneira, o Zollverein. A unificação da Alemanha Em 1862, Otto von Bismarck assumiu a chancelaria da Prússia e iniciou o projeto de unificação, com apoio da alta burguesia. Bismarck promoveu guerras contra a Dinamarca e a Áustria e tornou o norte germânico satélite da Prússia. A unificação alemã se completou com a Guerra Franco-Prussiana (1870) → o Segundo Reich Alemão foi fundado em 1871. A Europa em 1900 O MAPA EUROPEU ENTRE 1871 E 1914 Fonte: CHALIAND, Gérard; REGEAU, Jean-Pierre. Atlas politique du XXe siècle. Paris: 1988. p. 31. C A R T O G R A F IA : A N D E R S O N D E A N D R A D E P IM E N T E L /F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 220 km ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – BelenzinhoSão Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ O governo de d. Pedro I e o período regencial A Revolução Liberal do Porto Parte da aristocracia brasileira se uniu a d. Pedro e propôs o rompimento com Portugal Revolução do Porto (1820) As Cortes portuguesas pretendiam recolonizar o Brasil Retomada de antigos privilégios portugueses no comércio com o Brasil Pressionaram pelo fechamento de órgãos portugueses sediados no Brasil As diferenças políticas entre as elites do Brasil Nesse contexto, surgem no Brasil dois grupos políticos divergentes: • Partido português: comerciantes lusitanos e o alto comando militar, todos favoráveis à recolonização para manter os privilégios da estrutura colonial. • Partido brasileiro: burocratas, comerciantes, grandes proprietários de terras e profissionais liberais, todos interessados em manter os benefícios obtidos a partir das mudanças promovidas com a chegada de d. João ao Brasil. O processo de independência do Brasil O confronto entre o projeto recolonizador e o liberal desencadeou o processo de independência do Brasil. 9 de janeiro de 1822: Dia do Fico → rompimento com as Cortes e proclamação da independência em 7 de setembro de 1822. A unidade política e territorial do Brasil foi mantida com o uso das armas e a monarquia, instituída como forma de governo. Manteve-se a escravidão para preservar os interesses dos grandes proprietários. Reconhecimento do Império do Brasil e sua independência, pintura de Leon Tirode. R E P R O D U Ç Ã O - P A L Á C IO D O I T A M A R A T Y , B R A S ÍL IA O processo de independência do Brasil A Constituição de 1824 Defesa de dois projetos na Assembleia Constituinte de 1823: • Um defendia que os deputados eleitos deveriam representar a soberania do país. • O outro, que essa soberania deveria ser partilhada entre o imperador e a Assembleia eleita pela população. O anteprojeto de Constituição, de cunho elitista, pretendia limitar o poder do imperador e manter o voto censitário. D. Pedro I dissolveu a Constituinte e formou um Conselho de Estado para formular a Carta → a primeira Constituição do Brasil foi outorgada em 25 de março de 1824. A Constituição de 1824 Criação de quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador A Constituição de 1824 Conciliava princípios liberais e características autoritárias Monarquia hereditária constitucional e representativa Catolicismo como religião oficial do Estado sob o comando do imperador (Padroado) Tolerância em relação às demais crenças Preservou o poder nas mãos do monarca e garantiu os interesses da aristocracia agrária A Confederação do Equador (1824) Em Pernambuco, radicais liberais apoiados na aristocracia rural questionavam o autoritarismo de d. Pedro I. Organizaram um movimento que pretendia implementar uma república liberal no Nordeste. As ideias do movimento se espalharam por meio da imprensa, que divulgava o pensamento dos rebeldes. A Confederação do Equador (1824) A adesão popular e a proibição do tráfico negreiro em Pernambuco levou as elites a se retirarem do movimento, enfraquecendo-o. Foram derrotados pelas tropas imperiais, e os líderes, julgados e condenados. Execução de Frei Caneca, detalhe de pintura do artista Murillo La Greca, século XX. Frei Caneca, um dos principais líderes da Confederação do Equador, foi executado por fuzilamento. R E P R O D U Ç Ã O - M U S E U M U R IL L O L A G R E C A , R E C IF E O fim do Primeiro Reinado Fatores que desgastaram a imagem de d. Pedro I, tornando-o cada vez mais impopular: • Autoritarismo e repressão aos opositores. • Derrota na Guerra da Cisplatina (1825-1828). • Crise econômica e aumento do custo de vida. • Sua ligação cada vez mais estreita com membros do partido português. Nesse cenário, d. Pedro I viajou para Minas Gerais, onde foi recebido com hostilidades. • Na sua volta ao Rio de Janeiro, ocorreu a Noite das Garrafadas, confronto entre membros dos partidos brasileiro e português. O fim do Primeiro Reinado Enfraquecido politicamente e com possibilidades de assumir o trono português, d. Pedro I abdicou do trono brasileiro em 7 de abril de 1831. Abdicação do imperador d. Pedro I do Brasil, pintura de Aurélio de Figueiredo, 1831. R E P R O D U Ç Ã O - P A L Á C IO G U A N A B A R A , R IO D E J A N E IR O O novo contexto político Com a queda de d. Pedro I e a saída dos portugueses dos cargos públicos, consolidou-se a independência política do Brasil. O novo contexto político Grupo Posição política Posição social Liberais moderados (“chimangos”) Monarquistas liberais Aristocracia agrária, principalmente do centro-sul do país Formaram-se grupos políticos interessados nas disputas pelo poder regencial: Liberais exaltados (“farroupilhas”) Descentralização política e/ou república Pequenos proprietários e profissionais liberais, concentrados nas províncias do Nordeste e do Sul Restauradores (“caramurus”) Restauração da monarquia com d. Pedro I no trono Comerciantes e burocratas portugueses A Regência Trina (1831-1835) A Regência Trina foi dominada pelos liberais moderados. O período foi marcado pela adoção de medidas descentralizadoras: • Criação da Guarda Nacional (1831): controlada por aristocratas e burocratas que buscavam manter a ordem escravista nas províncias. • Aprovação do Código de Processo Criminal (1832), que deu autonomia ao juiz de paz de cada local. • Ato Adicional de 1834: de caráter descentralizador, atribuiu poderes crescentes às províncias. Essas medidas fortaleceram o poder da aristocracia agrária, que controlava as armas (Guarda Nacional) e a justiça (juízes de paz) locais. A Regência Trina (1831-1835) Com o Ato Adicional, as elites políticas do Brasil se dividiram em duas correntes: • Progressistas: apoiavam as medidas descentralizadoras. • Regressistas: defendiam a centralização política e o fim do Ato Adicional. A Regência Una O Ato Adicional criou a Regência Una → o padre Diogo Feijó foi eleito regente em 1835, defendendo a descentralização. A forte oposição dos regressistas levou Feijó a renunciar em 1837. Um novo governo se formou em torno do regressista Araújo Lima → defensor da centralização política. Em 1840 foi publicada a Lei de Interpretação do Ato Adicional → revogou a maioria das medidas descentralizadoras de 1834. A Regência Una Nesse momento ficou mais clara a atuação dos partidos Liberal e Conservador: o primeiro defendia maior autonomia para as províncias; e o segundo, a centralização política. Apesar das divergências políticas, os dois partidos se uniam na defesa dos interesses da elite nacional. As revoltas regenciais No período regencial, uma série de revoltas explodiu pelo país, expressando a tensa relação entre o governo central e algumas províncias, os contrastes sociais marcantes em algumas regiões e a frágil unidade política do Estado brasileiro. As revoltas regenciais Tensa relação entre o governo central e algumas províncias Contrastes sociais marcantes em algumas regiões Frágil unidade política do Estado brasileiro As revoltas regenciais Cabanagem (1835-1840) Pará Malês (1835) Bahia Farrapos (1835-1845) Rio Grande do Sul Movimento de caráter popular, disposto a romper com o Rio de Janeiro e a proclamar uma república. Foi derrotado por forças do governo central Movimento de escravos, em sua maioria muçulmanos da etnia nagô e haussá. Foram derrotados e duramente castigados Em conflito com o governo central, estancieiroslocais proclamam a República Rio- -Grandense. Depois de dez anos de lutas são derrotados pelas forças imperiais O Golpe da Maioridade Em fins de 1839, o Partido Liberal passou a defender a antecipação da maioridade de d. Pedro II → a manobra era uma tentativa de afastar o grupo conservador liderado por Araújo Lima. A imprensa passou a defender a maioridade em nome da governabilidade. Em 23 de julho de 1840 ocorreu o chamado Golpe da Maioridade → d. Pedro II assumiu o trono com apenas 14 anos. O Golpe da Maioridade Coroação de d. Pedro II, pintura de François Moreaux, 1842. A antecipação da maioridade de d. Pedro II se deu num contexto de intensas revoltas provinciais, o que ameaçava a unidade do Império. R E P R O D U Ç Ã O - M U S E U I M P E R IA L , P E T R Ó P O L IS ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ O governo de d. Pedro II (1840-1889) O significado histórico do Segundo Reinado O Segundo Reinado é visto como um período de prosperidade econômica e incentivo às inovações. Na área política, representa a consolidação, o apogeu e a crise do Estado monárquico. A família real no Rio de Janeiro, em foto de 1887. R E P R O D U Ç Ã O - C O L E Ç Ã O P A R T IC U L A R O significado histórico do Segundo Reinado A produção cafeeira tornou-se a principal atividade econômica do Brasil, impulsionando o primeiro surto industrial do país. Abolição do tráfico negreiro e formação de uma nova oligarquia rural não escravista, associada à mão de obra do imigrante europeu. Criação da Lei de Terras, redigida com a finalidade de garantir mão de obra para a grande lavoura cafeeira. A Guerra do Paraguai envolveu os países da Bacia do Rio da Prata e seu resultado contribuiu para fortalecer politicamente o Exército brasileiro. Liberais e conservadores Dois grupos políticos, o Partido Liberal e o Partido Conservador, dominaram a política brasileira no Segundo Reinado. Partidos no Segundo Reinado Partido Liberal (“Luzias”) Partido Conservador (“Saquaremas”) Defendiam mais autonomia para as províncias Venceu as primeiras eleições parlamentares: “eleições do cacete” Defendiam um poder central forte De volta ao poder em 1841, tomaram medidas para reduzir o poder das províncias “Parlamentarismo às avessas” Em 1847 é introduzido o parlamentarismo no Brasil → ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”. • Chamado assim porque o imperador nomeava o primeiro-ministro, que convocava eleições para o Parlamento, diferente da Grã-Bretanha, onde o primeiro-ministro é indicado pelo partido político que obtém maioria nas eleições parlamentares. • Além disso, por meio do Poder Moderador, o imperador podia nomear ou demitir ministros e dissolver a Câmara dos Deputados. Ministério da Conciliação • Formado em 1853 no ministério do marquês de Paraná, reunia os setores mais moderados dos partidos Liberal e Conservador. Economia: permanências e mudanças O capital acumulado pela cafeicultura foi aplicado em setores industriais e na construção de ferrovias, que também contou com investimentos ingleses. Apesar das experiências com a mão de obra imigrante, o trabalho escravo africano predominou na cafeicultura brasileira até o início da década de 1880. O barão (e depois visconde) de Mauá é considerado o primeiro grande empresário brasileiro → criou um banco, investiu em ferrovias, no serviço de iluminação, na instalação de cabos telegráficos, em companhias de comércio e navegação fluvial. Economia: permanências e mudanças Outras atividades econômicas tiveram destaque na pauta de exportações brasileiras e no mercado interno: • Extração de látex no Norte, para produção de borracha. • Produção de açúcar no Nordeste. • Cultivo de algodão no Maranhão, Pará e em Goiás. • Tabaco no sul da Bahia. • Pecuária em várias partes do país e produção de charque no Sul do Brasil. Economia: permanências e mudanças EXPANSÃO DO CAFÉ E DAS FERROVIAS EM SÃO PAULO Fontes: TOLEDO, Vera Vilhena; GANCHO, Cândida Vilares. Sua Majestade o café. São Paulo: Moderna, 2003; GORODETTI, João Emílio; CORNEJO, Carlos. Lembranças de São Paulo. São Paulo: Solaris, 2003. p.26-27 C A R T O G R A F IA : F E R N A N D O J O S É F E R R E IR A 40 km A sociedade em transformação As pressões inglesas pelo fim do tráfico negreiro e a sua abolição, em 1850, estimularam alguns cafeicultores a fazerem experiências com novas relações de trabalho: • Sistema de parceria: o fazendeiro assumia as despesas com a vinda e a instalação dos imigrantes, que deveriam depois ser ressarcidas com juros → o sistema fracassou. • Imigração subvencionada: a partir de 1870, o Estado passou a patrocinar a vinda de imigrantes para o trabalho na lavoura, e eles passaram a receber salários. Modernização urbana e mudança de hábitos Capitais acumulados pela cafeicultura + Recursos liberados pelo fim do tráfico de escravos + Incentivos à industrialização Crescimento dos centros urbanos Ampliação de casas comerciais, como cafés e confeitarias Serviços públicos como: transporte, saneamento, iluminação etc. Novos segmentos sociais, advogados, médicos, jornalistas, marceneiros, alfaiates, professores etc. Ampliação do comércio Investimentos em teatros, concertos líricos e óperas, frequentados pela camada privilegiada de políticos, intelectuais, ricos e comerciantes A Rebelião Praieira (1848) Liberais de Pernambuco rebelaram-se contra medidas de centralização administrativa e jurídica adotadas pelo governo de d. Pedro II, motivados também pela crise da produção açucareira nordestina. • Adesão das camadas populares, artesãos, liberais, senhores de engenho. • O movimento foi influenciado pelas ideias do socialismo utópico e pelas Revoluções de 1848 na Europa. • Os rebeldes nomeiam Antônio Chichorro para a presidência da província → pretendiam instaurar uma república e instituir o sufrágio universal. A Rebelião Praieira (1848) Reação do governo monárquico: • Destituição do governo liberal de Antônio Chichorro em 1848. • Início da rebelião armada, que deixou cerca de 800 mortos e foi detida por forças do governo monárquico em 1849 → fim dos conflitos em 1851. A Guerra do Paraguai (1864-1870) Paraguai e Argentina disputavam o controle dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na Bacia do Prata. A Argentina bloqueou a navegação das embarcações paraguaias e prejudicou a economia desse país. Rendição de Uruguaiana, pintura de Candido López, 1865. R E P R O D U Ç Ã O - MU S E U H IS T Ó R IC O N A C IO N A L , B U E N O S A IR E S A Guerra do Paraguai (1864-1870) O Paraguai saiu em defesa do Uruguai após o Brasil e a Argentina se envolverem nos assuntos internos uruguaios. O Paraguai declarou guerra à Argentina, invadiu parte do país vizinho e também do atual Mato Grosso do Sul, no Brasil. O Brasil e a Argentina reagiram, assinando com o Uruguai o Tratado da Tríplice Aliança, e atacaram o Paraguai. A guerra acabou em 1870 com a morte de Solano López. Ao final da guerra, o Paraguai havia perdido quase 80% da sua população masculina. A Proclamação da República A monarquia brasileira perdeu sua base de sustentação social ao abolir a escravidão e por não atender às reivindicações de diferentes segmentos da sociedade. • O Partido Liberal Radical reivindicava o fim do Poder Moderador, maior autonomia para as províncias e reformas econômicas. • O Exército, influenciado pelas ideias positivistas, passou a conspirar contra a realeza, formando uma aliança com a oligarquia rural. Um golpe militar liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca proclamou a república no dia 15 de novembro de 1889. Foi o fim da monarquia no Brasil. ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ Os Estados Unidos e a América hispânica pós-independência A expansão para o oeste Fatores da expansão dos Estados Unidos para o oeste Sociais Econômicos Ideológico- -religiosos O crescimento populacional A alta densidade demográfica A vinda de imigrantes A aquisição de terras pelo governo para facilitar o transporte de mercadorias para o Caribe A corrida do ouro para a Califórnia O princípio do Destino Manifesto: expansão do país até o oceano Pacífico, levando os valores religiosos às regiões carentes Caravanas de imigrantes rumam em direção ao oeste dos Estados Unidos pelo Strawberry Valley, Califórnia, 1866. T H E G R A N G E R C O L L E C T IO N /O T H E R I M A G E S - C O L E Ç Ã O P A R T IC U L A R A expansão para o oeste Os novos territórios dos Estados Unidos Conquistados pela via diplomática: • Flórida, comprada da Espanha. • Louisiana, comprada da França. • Oregon, adquirido através de acordo com a Grã-Bretanha. • Alasca, comprado da Rússia. Conquistados pela via militar: • 1844 → anexação do Texas aos Estados Unidos → os Estados Unidos entram em guerra contra o México (1846), que, derrotado, perdeu cerca de 40% de seu território. • O massacre de índios e a anexação de terras no meio-oeste. Antecedentes da Guerra de Secessão A expansão territorial agravou o antagonismo entre as elites do norte e do sul. • Norte: urbano, industrial e abolicionista, com predomínio das propostas liberais. • Sul: rural, agrário e escravista, com predomínio das ideias conservadoras. Antecedentes da Guerra de Secessão Compromisso do Missouri (1820): a escravidão seria permitida abaixo do paralelo 36º N. Compromisso de 1850: a escravidão é decisão de cada estado. A questão alfandegária: os estados do norte defendiam taxas elevadas; os do sul queriam taxas reduzidas. O republicano Abraham Lincoln, nortista e abolicionista, vence as eleições de 1860. • A reação do sul → os estados do sul separam-se dos do norte e formam um novo país: os Estados Confederados da América → o norte não reconhece o novo país e o sul inicia a guerra. A Guerra de Secessão (1861-1865) A supremacia e a vitória do norte sobre os Confederados do sul. • Superioridade numérica, econômica e bélica do norte. • O sul não tinha recursos financeiros para continuar a guerra. • O norte impôs o bloqueio naval às exportações do sul. • Beneficiado pela expansão territorial para o oeste, o norte conseguiu aprovar o Homestead Act, em 1862 → distribuição de pequenos lotes de terras, estimulando ainda mais a imigração e a ocupação do oeste. • A lei contribuiu para aproximar os estados do norte e os do oeste, isolando os do sul. A Guerra de Secessão (1861-1865) Desdobramentos da guerra: • Devastação do sul. • Cerca de 610 mil mortos. • Abolição da escravidão. • Segregação racial e formação da Ku-Klux-Klan. • Criação de um mercado unificado com base no norte industrial. Fundamentos do imperialismo norte-americano Fundamentos do imperialismo norte-americano A ideologia do Destino Manifesto A Doutrina Monroe (1823): “A América para os americanos” A vitória do norte industrial na Guerra de Secessão A política do Big Stick e o Corolário Roosevelt A “diplomacia do dólar” América Latina Resultados do imperialismo norte- -americano na América Latina A Guerra Hispano-americana (1889-1901): os Estados Unidos apoiaram a independência de Cuba, derrotando a Espanha e anexando a ilha de Guam, as Filipinas e Porto Rico. Emenda Platt (1901): alteração inserida na Constituição cubana que concedia aos Estados Unidos a Baía de Guantánamo e o direito de intervir nos assuntos internos de Cuba. Resultados do imperialismo norte- -americano na América Latina Construção do Canal do Panamá: construído pelos Estados Unidos, possibilitou o fluxo comercial marítimo entre o Atlântico e o Pacífico. Outras ações imperialistas: República Dominicana (1905), Nicarágua (1909), México (1914), Haiti (1915). A política de boa vizinhança de Franklin Roosevelt nos anos 1930. A formação dos novos Estados e o caudilhismo Divergências entre os defensores de um Estado unitário- -central e os defensores de um Estado federalista. Caudilho: chefe militar, político carismático e membro da elite colonial que assumiu o poder em vários Estados da América espanhola independente. Escravidão: mantida em muitas regiões e abolida em outras. A formação dos novos Estados e o caudilhismo Indígenas: continuaram a ser explorados como mão de obra barata na agricultura e na mineração; muitas terras comunitárias indígenas foram incorporadas por grandes proprietários e as comunidades foram dissolvidas. Economia: os novos Estados latino-americanos permaneceram dependentes da Inglaterra e dos Estados Unidos fornecendo, essencialmente, matéria-prima e consumindo produtos industrializados. A formação dos novos Estados e o caudilhismo Ilustração representando a venda de escravos africanos nas ruas de Havana no século XIX. A K G -I M A G E S /A L B U M /L A T IN S T O C K Argentina: modernização e dependência Fonte de crescimento da economia nacional: pecuária, trigo e milho. Aumento expressivo da imigração europeia (italiana), quadruplicandoa população do país entre 1869 e 1914. Mecanização da agricultura e um primeiro e importante surto industrial no início do século XX. Crescimento do operariado e do movimento sindical. Argentina: modernização e dependência Buenos Aires • Elite de comerciantes e criadores de gado. • Modernização com expansão urbana. • Arquitetura com padrão estético europeu. • Efervescência cultural: construção de teatros e expansão das livrarias. Contradição do desenvolvimento do país: • Crescimento econômico centrado na produção agroexportadora e dependente. • Queda nas exportações e redução econômica com a crise de 1929. Cuba e a primeira guerra de independência Cuba torna-se a maior produtora de açúcar do mundo em meados do século XIX: forte participação dos Estados Unidos na economia de Cuba. A primeira guerra de independência (1868-1878): • Independência declarada em 10 de outubro de 1868 por Carlos Manuel de Céspedes, fazendeiro que libertou seus escravos e se tornou presidente da república em 1869. • Céspedes foi deposto e morto por tropas espanholas em 1874 → parte dos escravos foi libertada, mas Cuba continuou sob domínio espanhol. Cuba e a Guerra Hispano-americana (1895-1898) Antecedentes: • Divergências entre os autonomistas, que lutavam pela independência plena de Cuba, e os anexionistas, que defendiam a independência, mas com a incorporação de Cuba pelos Estados Unidos. • José Martí, pensador e poeta, líder dos autonomistas, chegou a propor a aliança de Cuba com países da América Latina contra os Estados Unidos. Cuba e a Guerra Hispano-americana (1895-1898) Desdobramentos: • Vitória dos cubanos na guerra contra a Espanha, com forte apoio militar dos Estados Unidos. • Independência política de Cuba, com a presença hegemônica dos anexionistas no governo. • Crescimento da presença dos Estados Unidos na economia cubana. O México e o governo de Porfirio Díaz O México após a independência: disputa pelo poder entre liberais e conservadores. • Liberais → defendiam liberdade comercial, igualdade jurídica, modernização econômica e reforma agrária. • Conservadores → ligados à Igreja e aos grandes proprietários rurais. O general Porfirio Díaz governa entre 1876 e 1911 (porfiriato) → estabelece uma ditadura política e elimina os ejidos (terras comunitárias indígenas). • Modernização econômica com forte presença do capital estrangeiro. • Prisão do oposicionista Francisco Madero, depois libertado e exilado. México, 1910: a primeira revolução do século XX Fase liberal: o governo de Francisco Madero. • Francisco Madero retorna do exílio e Porfirio Díaz é deposto. • Madero é apoiado por camponeses, destacando-se Pancho Villa e Pascoal Orozco, no norte, e o indígena Emiliano Zapata, no estado de Morelos, no sul. México, 1910: a primeira revolução do século XX Fase popular: a reforma agrária de Zapata. • Zapata divulga o Plano de Ayala, na defesa da reforma agrária. • Oposição de Madero ao Plano de Ayala e divisão do governo. • Madero é fuzilado em 1913 por porfiristas apoiados pelos Estados Unidos. México, 1910: a primeira revolução do século XX Revolução Liberal → liderada por Venustiano Carranza, defendia a diversificação e a aceleração do desenvolvimento capitalista no México, em oposição à Revolução Popular → comandada por Villa e Zapata, defendia a reforma agrária e a devolução das terras indígenas. 1919 → Carranza derrota a Revolução Popular. • Inicia processo de constitucionalização do país. • Apesar da derrota do movimento popular, medidas tomadas pelo governo mostravam a força da revolução: uso social da terra, leis trabalhistas que estabeleciam direito de greve, salário mínimo e jornada de 8 horas. ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves Preparação de texto: Mitsue Morrisawa Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012 http://www.moderna.com.br/ VDhis_cap28_movimento_operario VDhis_cap29_revolucoes_liberais VDhis_cap30_governo_pedro1 VDhis_cap31_governo_pedro2 VDhis_cap32_estados_unidos
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