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Movimento Operário e Socialismo

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O movimento operário e 
o advento do socialismo 
O surgimento das ideias socialistas 
e anarquistas 
 Para os pensadores do liberalismo clássico, as bases do avanço 
da humanidade estavam na razão, na ciência e no progresso. 
 
Mas as péssimas condições de vida dos trabalhadores 
industriais durante o século XIX mostravam que a era do 
progresso e das grandes descobertas no campo da ciência 
não tinham vencido a pobreza e a exploração do trabalho → 
surgimento de teorias que defendiam a humanização do 
capitalismo ou a sua destruição. 
 
 Três dessas teorias se destacaram: 
 
• Socialismo utópico. 
• Socialismo científico. 
• Anarquismo. 
Os socialistas utópicos 
 Criticavam as mazelas do 
sistema capitalista → exploração 
e pobreza → não questionavam a 
propriedade privada e a divisão 
da sociedade em classes. 
 
 Propunham mudanças em busca 
de uma sociedade mais justa e 
igualitária. Entre seus 
pensadores, podemos destacar 
Saint-Simon, Charles Fourier e 
Robert Owen. 
Libberton’s Wynd, ilustração do pintor inglês 
George Cattermole, c. 1840. Na tecelagem de New 
Lanark, Escócia, representada na imagem, o 
empresário Robert Owen procurou concretizar seu 
ideal de uma sociedade baseada na cooperação 
entre patrões e trabalhadores, sem exploração. 
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Os socialistas utópicos Os socialistas utópicos foram 
assim chamados pelos 
marxistas, que 
consideravam utopia a 
possibilidade de cooperação 
entre as classes. 
Os socialistas utópicos 
Saint-Simon 
(1760-1825): 
defendia o lucro 
capitalista desde que 
fosse investido 
também para o bem 
da sociedade 
Charles Fourier 
(1772-1837): 
acreditava em uma 
sociedade baseada 
no cooperativismo 
Robert Owen 
(1771-1858): 
buscava a harmonia e 
a cooperação entre as 
classes 
Criticavam as mazelas 
do sistema capitalista: 
exploração e pobreza 
Propunham mudanças 
em busca de uma 
sociedade mais justa 
e igualitária 
O socialismo científico 
 Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) 
desenvolveram uma profunda análise do capitalismo com o 
objetivo de proporcionar aos trabalhadores uma teoria e um 
programa de ação para a derrubada do sistema capitalista e a 
construção do socialismo. 
O socialismo científico 
 Entre seus principais conceitos, podemos citar: 
 
• Materialismo histórico → o modo como os seres 
humanos se organizam para produzir as condições 
materiais de sua existência condicionam a vida social, 
política, cultural e ideológica. 
• Materialismo dialético → o modo de produção está 
em constante transformação, gerando contradições 
internas que conduzem a sua destruição. 
• Luta de classes → as sociedades humanas têm sido 
marcadas pelo conflito entre camadas sociais com 
interesses antagônicos e inconciliáveis. 
• Mais-valia → diferença entre o valor da riqueza que 
o operário produz com o seu trabalho e o que ele 
recebe na forma de salário. 
A revolução proletária 
 Para Marx e Engels, superar o capitalismo e atingir uma 
sociedade sem classes só seria possível por meio de uma 
revolução socialista. 
 
 Depois de os trabalhadores tomarem o poder, destruírem 
a burguesia e construírem o socialismo, o estágio final 
seria o comunismo → uma sociedade sem classes, sem 
propriedade privada, sem Estado e onde os bens seriam 
distribuídos de maneira igualitária. 
A revolução proletária 
A – Karl Marx, pintura de P. Nassarov e N. Gereljuk, c. 1920; B – Friedrich Engels 
em fotografia de 1879. As ideias de Marx e Engels inspiraram movimentos dos 
trabalhadores e a fundação de partidos políticos que defendiam a revolução 
socialista. Mas, ao mesmo tempo, também foram usadas para sustentar regimes 
autoritários, que eliminaram opositores e implantaram uma severa censura. 
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A B 
O ideário anarquista 
 O anarquismo surgiu ainda no século XVIII, quando 
William Godwin (1756-1836) propôs uma sociedade sem 
propriedade privada e sem formas de autoridade. 
 
 Em meados do século XIX, essas ideias foram 
desenvolvidas por outros teóricos, como: Proudhon, 
Bakunin, Stirner, Malatesta, Kropotkin e Tolstoi. 
O anarquismo 
propõe 
Superação de qualquer autoridade: 
família, Igreja etc. 
Livre associação dos trabalhadores 
Inexistência do Estado 
A organização proletária 
Difusão do pensamento 
marxista entre os 
operários 
A organização proletária 
Disputas entre 
marxistas e 
anarquistas e a 
repressão movida 
por vários 
governos 
europeus levaram 
à dissolução da 
AIT, em 1876 
 
Objetivos 
Com um programa 
socialista, sua 
tarefa era 
organizar a luta 
dos trabalhadores 
em nível 
internacional para 
combater o 
capitalismo 
Primeira 
Internacional 
(1864): fundada 
na Inglaterra, era 
uma federação de 
trabalhadores da 
Europa central e 
ocidental 
Formação das 
Associações 
Internacionais dos 
Trabalhadores (AITs) 
O sindicalismo 
 Os sindicatos surgiram na Inglaterra na segunda metade do 
século XVIII e, em seguida, na França → foram proibidos pela 
legislação, mas funcionavam clandestinamente. 
 Em fins do século XIX, foi liberado o funcionamento dessas 
associações. 
 Logo em seguida, os sindicatos se espalharam pela Europa, 
Estados Unidos e América Latina. 
 No Brasil, os sindicatos ganharam força no século XX, 
influenciados por correntes marxistas, social-democratas e 
anarquistas. 
 Anarcossindicalismo → corrente sindical trazida ao Brasil 
pelos imigrantes italianos → defendia a construção de uma 
sociedade de indivíduos livres, que só seria possível pela ação 
direta dos trabalhadores por meio de uma greve geral. 
A luta das mulheres e das trabalhadoras 
 As mudanças propiciadas pela sociedade industrial e pelas 
ideias liberais foram mais intensas na Grã-Bretanha, na 
França e nos Estados Unidos, onde surgiram movimentos de 
defesa dos direitos das mulheres. 
 
 Até então, as mulheres ricas eram educadas para o 
casamento e para a submissão ao marido. 
 
 As mulheres pobres trabalhavam nas fábricas, recebiam 
salários menores que os dos homens e enfrentavam dupla 
jornada de trabalho (na indústria e em casa). 
 
Muitas mulheres sofriam maus-tratos e não havia leis que as 
protegessem → vários movimentos surgiram nesse período 
para defender o sufrágio feminino, o direito à educação de 
qualidade e uma sociedade mais justa. 
As mulheres lutando por direitos 
 As lideranças dos movimentos feministas foram discriminadas 
e perseguidas, mas elas foram as precursoras do feminismo, 
que ganharia força em meados do século XX. 
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Gravura do século XIX 
representa Susan B. 
Anthony e Elizabeth 
Cady Stanton (ambas 
em pé, na plataforma), 
líderes do movimento 
pelo voto feminino nos 
Estados Unidos. 
ANOTAÇÕES EM AULA 
Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes 
Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk 
Edição de texto: Maria Raquel Apolinário, Vanderlei Orso e Gabriela Alves 
Preparação de texto: Mitsue Morrisawa 
Coordenação de produção: Maria José Tanbellini 
Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna 
 
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Diretoria de Tecnologia Educacional 
Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida 
Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio 
Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes 
Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin 
Editor de arte: Fabio Ventura 
Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini 
Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres 
Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres 
 
© Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 
Todos os direitosreservados. 
 
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As revoluções liberais 
e o nacionalismo 
Nação e nacionalismo 
 Os conceitos de nação e nacionalismo surgiram na Europa 
durante a Revolução Francesa e inspiraram a formação de 
comunidades autônomas e Estados independentes. 
 
• Nação: conceito político ligado à existência de uma 
unidade linguístico-cultural; incorporou-se a ele, a partir 
do século XIX, a noção de unidade territorial e política. 
• Nacionalismo: ideologia que defende a existência de laços 
culturais, históricos e linguísticos que unem os habitantes 
de um território e que justificam a preferência por tudo que 
pertence à nação. 
 
 A partir de meados do século XIX, o nacionalismo ganhou 
força → esse ideal político passou a ser perseguido por 
diversos grupos sociais, em especial pelas camadas 
médias europeias. 
As revoluções de 1820 e 1830 
As revoluções de 1820 e 1830 
Congresso de 
Viena: retorno das 
monarquias 
absolutistas e da 
aristocracia ao 
poder 
Onda de 
revoluções na 
Europa e América 
(1820): Espanha, 
Nápoles, Grécia, 
México, Peru, 
Chile e Argentina 
Adeptos das ideias 
liberais, 
nacionalistas 
e socialistas, 
questionavam 
o retorno ao 
Antigo Regime 
Novos 
movimentos 
populares na 
Europa (1830): 
derrotados na 
Alemanha, Itália 
e Polônia, mas 
bem-sucedidos 
na França e 
Bélgica 
A liberdade guiando o povo, pintura de Eugène Delacroix, 1830. 
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As revoluções de 1820 e 1830 
As revoluções de 1848 
 O ano de 1848 assistiu à explosão de revoltas populares por 
toda a Europa. 
 
 A Primavera dos Povos, como é conhecida, foi motivada 
por uma crise econômica que fez aumentar o desemprego 
e o custo de vida, e envolveu a França, o Império Austríaco 
e os Estados alemães, além de outras regiões da Europa. 
 
 Vários ideais se manifestaram nas revoluções de 1848: 
liberais, socialistas, nacionalistas e românticos. 
 
 Apesar da intensa mobilização, as revoltas foram quase 
todas derrotadas, com exceção da França, onde a monarquia 
foi derrubada e se instituiu a república. 
As revoluções de 1848 
Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique. Paris: Larousse, 1987. p. 83. 
 A PRIMAVERA DOS POVOS (1848) 
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170 km 
Os resultados da onda revolucionária 
 A Primavera dos Povos teve importância histórica 
significativa, pois possibilitou a derrubada dos últimos 
resquícios do absolutismo e da tradição aristocrática 
na Europa, consolidando as conquistas burguesas. 
Barricadas na Rua Soufflot, pintura 
de Horace Vernet, 25 de junho 
de 1848. A pintura representa uma 
das barricadas feitas pelo povo 
de Paris durante as jornadas 
revolucionárias de 1848. 
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A Guerra Franco-Prussiana 
 Napoleão III fundou o Segundo Império Francês em 1852 
→ promoveu uma política de Estado forte e interventor e 
estimulou a modernização da indústria e a expansão das 
atividades econômicas. 
 
 1870 → iniciou uma guerra contra a Prússia, perdeu e foi 
aprisionado. 
 
 O Segundo Império caiu e formou-se um governo de união 
nacional, liderado por republicanos moderados. 
 
 O novo governo organizou uma Guarda Nacional, incorporando 
membros das camadas populares e trabalhadores urbanos 
para expulsar os prussianos da França. 
 
 Em 1871, o Tratado de Frankfurt estabeleceu as condições 
da rendição francesa. 
A Comuna de Paris 
 Depois da guerra, foi eleita uma Assembleia Nacional, 
e Adolphe de Thiers assumiu o poder, provisoriamente, 
com o apoio dos pequenos proprietários de terras. 
 
 Thiers tomou medidas impopulares, como a extinção do 
soldo da Guarda Nacional. 
 
 Em Paris, o povo armado pela Guarda Nacional não 
aceitou as medidas de Thiers e se revoltou → o governo 
se retirou para Versalhes. 
 
 Em Paris, formou-se outro governo, autônomo e popular: 
a Comuna de Paris. 
Os resultados da Comuna de Paris 
Os resultados da 
Comuna de Paris 
A Comuna de Paris promoveu a defesa de Paris 
e estruturou uma nova organização de poder 
Governo eleito 
por sufrágio 
universal 
Representantes 
do movimento 
operário como 
membros do 
Conselho Geral 
Influência de 
ideias 
socialistas e 
anarquistas 
Controle 
estatal sobre 
as fábricas 
abandonadas 
na cidade 
Ensino 
gratuito, laico 
e obrigatório a 
todos 
Com duração de 72 dias, a Comuna de Paris foi o 
primeiro modelo de governo popular da história 
Foi destruída pela aliança feita entre Adolphe 
de Thiers e o exército prussiano 
A unificação da Itália 
 Desde o início do século XIX, movimentos surgiram nos reinos 
e ducados italianos com a finalidade de unificar o país. 
 
 Em meados do século, dois movimentos se consolidaram: 
 
• O Projeto Piemontês: monarquia liberal → liderança 
de Camilo di Cavour. 
• O projeto dos “camisas vermelhas”: república → liderança de 
Giuseppe Garibaldi. 
A unificação da Itália 
 Cavour promoveu alianças militares com outros países 
para enfraquecer a Áustria → com isso anexou a Toscana, 
Parma, Módena e parte dos Estados pontifícios. 
 
 Em 1860, Garibaldi conquistou as Duas Sicílias. Em 1870, 
os exércitos da Itália conquistaram Roma. 
 
 A unificação só foi completada após a Primeira Guerra 
Mundial, com a anexação de Trentino, Trieste e Ístria. 
→ em 1929, pelo Tratado de Latrão, criou-se o Vaticano, 
completando o processo de formação da Itália. 
A unificação da Alemanha 
 A formação do Estado alemão teve início na Idade Média com 
o surgimento do Sacro Império Romano-Germânico. 
 
 No século XVII o território alemão estava dividido em 
300 reinos, separados por questões religiosas, dinásticas 
ou políticas. 
 
 Em 1815, formou-se a Confederação Germânica, que, em 
1834, promoveu uma união aduaneira, o Zollverein. 
A unificação da Alemanha 
 Em 1862, Otto von Bismarck assumiu a chancelaria 
da Prússia e iniciou o projeto de unificação, com apoio 
da alta burguesia. 
 
 Bismarck promoveu guerras contra a Dinamarca e a Áustria 
e tornou o norte germânico satélite da Prússia. 
 
 A unificação alemã se completou com a Guerra 
Franco-Prussiana (1870) → o Segundo Reich Alemão foi 
fundado em 1871. 
A Europa em 1900 
O MAPA EUROPEU ENTRE 1871 E 1914 
Fonte: CHALIAND, Gérard; REGEAU, Jean-Pierre. Atlas politique du XXe siècle. Paris: 1988. p. 31. 
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O governo de d. Pedro I 
e o período regencial 
A Revolução Liberal do Porto 
Parte da aristocracia brasileira se 
uniu a d. Pedro e propôs o 
rompimento com Portugal 
Revolução do Porto (1820) 
As Cortes portuguesas pretendiam 
recolonizar o Brasil 
Retomada de antigos 
privilégios portugueses no 
comércio com o Brasil 
Pressionaram pelo 
fechamento de órgãos 
portugueses sediados 
no Brasil 
As diferenças políticas entre as elites 
do Brasil 
 Nesse contexto, surgem no Brasil dois grupos políticos 
divergentes: 
 
• Partido português: comerciantes lusitanos e o alto 
comando militar, todos favoráveis à recolonização para 
manter os privilégios da estrutura colonial. 
• Partido brasileiro: burocratas, comerciantes, grandes 
proprietários de terras e profissionais liberais, todos 
interessados em manter os benefícios obtidos a partir das 
mudanças promovidas com a chegada de d. João ao Brasil. 
O processo de independência do Brasil 
 O confronto entre o projeto recolonizador e o liberal 
desencadeou o processo de independência do Brasil. 
 
 9 de janeiro de 1822: Dia do Fico → rompimento com 
as Cortes e proclamação da independência em 7 de 
setembro de 1822. 
 
 A unidade política e territorial do Brasil foi mantida com 
o uso das armas e a monarquia, instituída como forma 
de governo. 
 
Manteve-se a escravidão para preservar os interesses 
dos grandes proprietários. 
Reconhecimento do Império do Brasil e sua independência, 
pintura de Leon Tirode. 
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O processo de independência do Brasil 
A Constituição de 1824 
 Defesa de dois projetos na Assembleia Constituinte de 1823: 
 
• Um defendia que os deputados eleitos deveriam representar 
a soberania do país. 
• O outro, que essa soberania deveria ser partilhada entre 
o imperador e a Assembleia eleita pela população. 
 
 O anteprojeto de Constituição, de cunho elitista, pretendia 
limitar o poder do imperador e manter o voto censitário. 
 
 D. Pedro I dissolveu a Constituinte e formou um Conselho 
de Estado para formular a Carta → a primeira Constituição 
do Brasil foi outorgada em 25 de março de 1824. 
A Constituição de 1824 
Criação de quatro 
poderes: Executivo, 
Legislativo, Judiciário 
e Moderador 
A Constituição de 1824 
Conciliava princípios liberais e características autoritárias 
Monarquia hereditária 
constitucional e 
representativa 
 Catolicismo como 
religião oficial do 
Estado sob o comando 
do imperador 
(Padroado) 
 Tolerância em relação 
às demais crenças 
Preservou o poder nas mãos do monarca e 
garantiu os interesses da aristocracia agrária 
A Confederação do Equador (1824) 
 Em Pernambuco, radicais liberais apoiados na aristocracia rural 
questionavam o autoritarismo de d. Pedro I. 
 
 Organizaram um movimento que pretendia implementar uma 
república liberal no Nordeste. 
 
 As ideias do movimento se espalharam por meio da imprensa, 
que divulgava o pensamento dos rebeldes. 
A Confederação do 
Equador (1824) 
 A adesão popular e a proibição 
do tráfico negreiro em Pernambuco 
levou as elites a se retirarem do 
movimento, enfraquecendo-o. 
 
 Foram derrotados pelas tropas 
imperiais, e os líderes, julgados 
e condenados. 
Execução de Frei Caneca, detalhe de pintura do 
artista Murillo La Greca, século XX. Frei Caneca, 
um dos principais líderes da Confederação do 
Equador, foi executado por fuzilamento. 
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O fim do Primeiro Reinado 
 Fatores que desgastaram a imagem de d. Pedro I, tornando-o 
cada vez mais impopular: 
 
• Autoritarismo e repressão aos opositores. 
• Derrota na Guerra da Cisplatina (1825-1828). 
• Crise econômica e aumento do custo de vida. 
• Sua ligação cada vez mais estreita com membros 
do partido português. 
 
 Nesse cenário, d. Pedro I viajou para Minas Gerais, onde foi 
recebido com hostilidades. 
 
• Na sua volta ao Rio de Janeiro, ocorreu a Noite das 
Garrafadas, confronto entre membros dos partidos brasileiro 
e português. 
O fim do Primeiro Reinado 
 Enfraquecido politicamente e com possibilidades de assumir 
o trono português, d. Pedro I abdicou do trono brasileiro em 
7 de abril de 1831. 
Abdicação do imperador d. Pedro I do Brasil, pintura de Aurélio de Figueiredo, 1831. 
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O novo contexto político 
 Com a queda de d. Pedro I e a saída dos portugueses 
dos cargos públicos, consolidou-se a independência 
política do Brasil. 
O novo contexto político 
Grupo Posição política Posição social 
Liberais 
moderados 
(“chimangos”) 
Monarquistas liberais 
Aristocracia agrária, 
principalmente do 
centro-sul do país 
 Formaram-se grupos políticos interessados nas disputas 
pelo poder regencial: 
Liberais exaltados 
(“farroupilhas”) 
Descentralização 
política e/ou república 
Pequenos proprietários 
e profissionais liberais, 
concentrados nas 
províncias do Nordeste 
e do Sul 
Restauradores 
(“caramurus”) 
Restauração da 
monarquia com 
d. Pedro I no trono 
Comerciantes e 
burocratas 
portugueses 
A Regência Trina (1831-1835) 
 A Regência Trina foi dominada pelos liberais moderados. 
 
 O período foi marcado pela adoção de medidas 
descentralizadoras: 
 
• Criação da Guarda Nacional (1831): controlada por 
aristocratas e burocratas que buscavam manter a ordem 
escravista nas províncias. 
• Aprovação do Código de Processo Criminal (1832), que 
deu autonomia ao juiz de paz de cada local. 
• Ato Adicional de 1834: de caráter descentralizador, 
atribuiu poderes crescentes às províncias. 
 
 Essas medidas fortaleceram o poder da aristocracia 
agrária, que controlava as armas (Guarda Nacional) 
e a justiça (juízes de paz) locais. 
 
A Regência Trina (1831-1835) 
 Com o Ato Adicional, as elites políticas do Brasil se dividiram 
em duas correntes: 
 
• Progressistas: apoiavam as medidas descentralizadoras. 
• Regressistas: defendiam a centralização política e o fim 
do Ato Adicional. 
 
A Regência Una 
 O Ato Adicional criou a Regência Una → o padre Diogo Feijó 
foi eleito regente em 1835, defendendo a descentralização. 
 
 A forte oposição dos regressistas levou Feijó a renunciar 
em 1837. 
 
 Um novo governo se formou em torno do regressista Araújo 
Lima → defensor da centralização política. 
 
 Em 1840 foi publicada a Lei de Interpretação do Ato 
Adicional → revogou a maioria das medidas 
descentralizadoras de 1834. 
 
A Regência Una 
 Nesse momento ficou mais clara a atuação dos partidos 
Liberal e Conservador: o primeiro defendia maior 
autonomia para as províncias; e o segundo, 
a centralização política. 
 
 Apesar das divergências políticas, os dois partidos se uniam 
na defesa dos interesses da elite nacional. 
As revoltas regenciais 
 No período regencial, uma série de revoltas explodiu 
pelo país, expressando a tensa relação entre o governo 
central e algumas províncias, os contrastes sociais marcantes 
em algumas regiões e a frágil unidade política do Estado 
brasileiro. 
As revoltas regenciais 
Tensa relação entre o 
governo central e algumas 
províncias 
Contrastes sociais marcantes 
em algumas regiões 
Frágil unidade política do 
Estado brasileiro 
As revoltas regenciais 
Cabanagem 
(1835-1840) 
Pará 
Malês 
(1835) 
Bahia 
Farrapos 
(1835-1845) 
Rio Grande do Sul 
Movimento de caráter 
popular, disposto a 
romper com o Rio de 
Janeiro e a proclamar 
uma república. Foi 
derrotado por forças 
do governo central 
Movimento de 
escravos, em sua 
maioria muçulmanos 
da etnia nagô e 
haussá. Foram 
derrotados e 
duramente 
castigados 
Em conflito com o 
governo central, 
estancieiroslocais 
proclamam a 
República Rio- 
-Grandense. Depois 
de dez anos de lutas 
são derrotados pelas 
forças imperiais 
O Golpe da Maioridade 
 Em fins de 1839, o Partido Liberal passou a defender a 
antecipação da maioridade de d. Pedro II → a manobra era 
uma tentativa de afastar o grupo conservador liderado por 
Araújo Lima. 
 
 A imprensa passou a defender a maioridade em nome 
da governabilidade. 
 
 Em 23 de julho de 1840 ocorreu o chamado Golpe da 
Maioridade → d. Pedro II assumiu o trono com apenas 
14 anos. 
O Golpe da Maioridade 
Coroação de d. Pedro II, pintura de François Moreaux, 1842. 
A antecipação da maioridade de d. Pedro II se deu num 
contexto de intensas revoltas provinciais, o que ameaçava 
a unidade do Império. 
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ANOTAÇÕES EM AULA 
Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Claudia Fernandes 
Elaboração: Leandro Torelli e Gabriel Bandouk 
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Preparação de texto: Mitsue Morrisawa 
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Iconografia: Aline Reis Chiarelli, Leonardo de Sousa Klein e Daniela Baraúna 
 
EDITORA MODERNA 
Diretoria de Tecnologia Educacional 
Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida 
Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio 
Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Coltri Fernandes 
Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin 
Editor de arte: Fabio Ventura 
Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini 
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Revisores: Antonio Carlos Marques, Diego Rezende e Ramiro Morais Torres 
 
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O governo de d. Pedro II 
(1840-1889) 
O significado histórico 
do Segundo Reinado 
 O Segundo Reinado é visto 
como um período de 
prosperidade econômica 
e incentivo às inovações. 
Na área política, 
representa a consolidação, 
o apogeu e a crise do 
Estado monárquico. 
A família real no Rio de Janeiro, em foto de 1887. 
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O significado histórico 
do Segundo Reinado 
 A produção cafeeira tornou-se a principal atividade 
econômica do Brasil, impulsionando o primeiro surto 
industrial do país. 
 
 Abolição do tráfico negreiro e formação de uma nova 
oligarquia rural não escravista, associada à mão de obra do 
imigrante europeu. 
 
 Criação da Lei de Terras, redigida com a finalidade de 
garantir mão de obra para a grande lavoura cafeeira. 
 
 A Guerra do Paraguai envolveu os países da Bacia do Rio da 
Prata e seu resultado contribuiu para fortalecer 
politicamente o Exército brasileiro. 
Liberais e conservadores 
 Dois grupos políticos, o Partido Liberal e o Partido 
Conservador, dominaram a política brasileira no 
Segundo Reinado. 
Partidos no Segundo Reinado 
Partido Liberal 
(“Luzias”) 
Partido Conservador 
(“Saquaremas”) 
Defendiam 
mais 
autonomia 
para as 
províncias 
Venceu as 
primeiras 
eleições 
parlamentares: 
“eleições do 
cacete” 
Defendiam 
um poder 
central forte 
De volta ao 
poder em 1841, 
tomaram 
medidas para 
reduzir o poder 
das províncias 
“Parlamentarismo às avessas” 
 Em 1847 é introduzido o parlamentarismo no Brasil 
→ ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”. 
 
• Chamado assim porque o imperador nomeava 
o primeiro-ministro, que convocava eleições para 
o Parlamento, diferente da Grã-Bretanha, onde 
o primeiro-ministro é indicado pelo partido político que 
obtém maioria nas eleições parlamentares. 
• Além disso, por meio do Poder Moderador, o imperador 
podia nomear ou demitir ministros e dissolver a 
Câmara dos Deputados. 
 
Ministério da Conciliação 
 
• Formado em 1853 no ministério do marquês de 
Paraná, reunia os setores mais moderados dos 
partidos Liberal e Conservador. 
Economia: permanências e mudanças 
 O capital acumulado pela cafeicultura foi aplicado em 
setores industriais e na construção de ferrovias, que 
também contou com investimentos ingleses. 
 
 Apesar das experiências com a mão de obra imigrante, 
o trabalho escravo africano predominou na cafeicultura 
brasileira até o início da década de 1880. 
 
 O barão (e depois visconde) de Mauá é considerado o 
primeiro grande empresário brasileiro → criou um banco, 
investiu em ferrovias, no serviço de iluminação, na 
instalação de cabos telegráficos, em companhias de 
comércio e navegação fluvial. 
Economia: permanências e mudanças 
 Outras atividades econômicas tiveram destaque na pauta de 
exportações brasileiras e no mercado interno: 
 
• Extração de látex no Norte, para produção de borracha. 
• Produção de açúcar no Nordeste. 
• Cultivo de algodão no Maranhão, Pará e em Goiás. 
• Tabaco no sul da Bahia. 
• Pecuária em várias partes do país e produção de charque 
no Sul do Brasil. 
Economia: permanências e mudanças 
EXPANSÃO DO CAFÉ E DAS FERROVIAS EM SÃO PAULO 
Fontes: TOLEDO, Vera Vilhena; GANCHO, Cândida Vilares. Sua Majestade o café. São Paulo: Moderna, 2003; GORODETTI, João Emílio; CORNEJO, Carlos. Lembranças de São Paulo. 
São Paulo: Solaris, 2003. p.26-27 
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40 km 
A sociedade em transformação 
 As pressões inglesas pelo fim do tráfico negreiro e a sua 
abolição, em 1850, estimularam alguns cafeicultores a 
fazerem experiências com novas relações de trabalho: 
 
• Sistema de parceria: o fazendeiro assumia as despesas 
com a vinda e a instalação dos imigrantes, que deveriam 
depois ser ressarcidas com juros → o sistema fracassou. 
• Imigração subvencionada: a partir de 1870, o Estado 
passou a patrocinar a vinda de imigrantes para o trabalho 
na lavoura, e eles passaram a receber salários. 
Modernização urbana e mudança 
de hábitos 
Capitais acumulados 
pela cafeicultura 
+ 
Recursos liberados pelo fim 
do tráfico de escravos 
+ 
Incentivos à industrialização 
Crescimento dos centros urbanos 
Ampliação de 
casas 
comerciais, 
como cafés e 
confeitarias 
Serviços públicos 
como: transporte, 
saneamento, 
iluminação etc. 
Novos segmentos 
sociais, advogados, 
médicos, 
jornalistas, 
marceneiros, 
alfaiates, 
professores etc. 
Ampliação do 
comércio 
Investimentos 
em teatros, 
concertos 
líricos e 
óperas, 
frequentados 
pela camada 
privilegiada de 
políticos, 
intelectuais, 
ricos e 
comerciantes 
A Rebelião Praieira (1848) 
 Liberais de Pernambuco rebelaram-se contra medidas 
de centralização administrativa e jurídica adotadas pelo 
governo de d. Pedro II, motivados também pela crise 
da produção açucareira nordestina. 
 
• Adesão das camadas populares, artesãos, liberais, 
senhores de engenho. 
• O movimento foi influenciado pelas ideias do socialismo 
utópico e pelas Revoluções de 1848 na Europa. 
• Os rebeldes nomeiam Antônio Chichorro para a 
presidência da província → pretendiam instaurar uma 
república e instituir o sufrágio universal. 
A Rebelião Praieira (1848) 
 Reação do governo monárquico: 
 
• Destituição do governo liberal de Antônio Chichorro 
em 1848. 
• Início da rebelião armada, que deixou cerca de 800 
mortos e foi detida por forças do governo monárquico 
em 1849 → fim dos conflitos em 1851. 
A Guerra do Paraguai (1864-1870) 
 Paraguai e Argentina disputavam o controle dos rios 
Paraná, Paraguai e Uruguai, na Bacia do Prata. 
 
 A Argentina bloqueou a navegação das embarcações 
paraguaias e prejudicou a economia desse país. 
Rendição de Uruguaiana, pintura 
de Candido López, 1865. 
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A Guerra do Paraguai (1864-1870) 
 O Paraguai saiu em defesa do Uruguai após o Brasil e a 
Argentina se envolverem nos assuntos internos uruguaios. 
 
 O Paraguai declarou guerra à Argentina, invadiu parte 
do país vizinho e também do atual Mato Grosso do Sul, 
no Brasil. 
 
 O Brasil e a Argentina reagiram, assinando com o Uruguai o 
Tratado da Tríplice Aliança, e atacaram o Paraguai. 
 
 A guerra acabou em 1870 com a morte de Solano López. 
 
 Ao final da guerra, o Paraguai havia perdido quase 80% 
da sua população masculina. 
A Proclamação da República 
 A monarquia brasileira perdeu sua base de sustentação social 
ao abolir a escravidão e por não atender às reivindicações de 
diferentes segmentos da sociedade. 
 
• O Partido Liberal Radical reivindicava o fim do Poder 
Moderador, maior autonomia para as províncias 
e reformas econômicas. 
• O Exército, influenciado pelas ideias positivistas, passou 
a conspirar contra a realeza, formando uma aliança com 
a oligarquia rural. 
 
 Um golpe militar liderado pelo marechal Deodoro da 
Fonseca proclamou a república no dia 15 de novembro de 
1889. Foi o fim da monarquia no Brasil. 
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Os Estados Unidos e a América 
hispânica pós-independência 
A expansão para o oeste 
Fatores da expansão dos 
Estados Unidos para o oeste 
Sociais Econômicos 
Ideológico- 
-religiosos 
 O crescimento 
populacional 
 
 A alta densidade 
demográfica 
 
 A vinda de 
imigrantes 
 A aquisição de 
terras pelo 
governo para 
facilitar o 
transporte de 
mercadorias para 
o Caribe 
 
 A corrida do ouro 
para a Califórnia 
 O princípio do 
Destino 
Manifesto: 
expansão do país 
até o oceano 
Pacífico, levando 
os valores 
religiosos às 
regiões carentes 
Caravanas de imigrantes 
rumam em direção ao 
oeste dos Estados Unidos 
pelo Strawberry Valley, 
Califórnia, 1866. 
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A expansão para o oeste 
Os novos territórios dos Estados Unidos 
 Conquistados pela via diplomática: 
 
• Flórida, comprada da Espanha. 
• Louisiana, comprada da França. 
• Oregon, adquirido através de acordo com a Grã-Bretanha. 
• Alasca, comprado da Rússia. 
 
 Conquistados pela via militar: 
 
• 1844 → anexação do Texas aos Estados Unidos 
→ os Estados Unidos entram em guerra contra o 
México (1846), que, derrotado, perdeu cerca de 40% 
de seu território. 
• O massacre de índios e a anexação de terras no 
meio-oeste. 
Antecedentes da Guerra de Secessão 
 A expansão territorial agravou o antagonismo entre 
as elites do norte e do sul. 
 
• Norte: urbano, industrial e abolicionista, com 
predomínio das propostas liberais. 
• Sul: rural, agrário e escravista, com predomínio das 
ideias conservadoras. 
Antecedentes da Guerra de Secessão 
 Compromisso do Missouri (1820): a escravidão seria 
permitida abaixo do paralelo 36º N. 
 
 Compromisso de 1850: a escravidão é decisão de 
cada estado. 
 
 A questão alfandegária: os estados do norte defendiam 
taxas elevadas; os do sul queriam taxas reduzidas. 
 
 O republicano Abraham Lincoln, nortista e abolicionista, 
vence as eleições de 1860. 
 
• A reação do sul → os estados do sul separam-se dos do 
norte e formam um novo país: os Estados 
Confederados da América → o norte não reconhece o 
novo país e o sul inicia a guerra. 
A Guerra de Secessão (1861-1865) 
 A supremacia e a vitória do norte sobre os Confederados 
do sul. 
 
• Superioridade numérica, econômica e bélica do norte. 
• O sul não tinha recursos financeiros para continuar 
a guerra. 
• O norte impôs o bloqueio naval às exportações do sul. 
• Beneficiado pela expansão territorial para o oeste, o norte 
conseguiu aprovar o Homestead Act, em 1862 
→ distribuição de pequenos lotes de terras, estimulando 
ainda mais a imigração e a ocupação do oeste. 
• A lei contribuiu para aproximar os estados do norte e os 
do oeste, isolando os do sul. 
A Guerra de Secessão (1861-1865) 
 Desdobramentos da guerra: 
 
• Devastação do sul. 
• Cerca de 610 mil mortos. 
• Abolição da escravidão. 
• Segregação racial e formação da Ku-Klux-Klan. 
• Criação de um mercado unificado com base no 
norte industrial. 
Fundamentos do imperialismo 
norte-americano 
Fundamentos do imperialismo 
norte-americano 
A ideologia 
do Destino 
Manifesto 
A Doutrina 
Monroe (1823): 
“A América para 
os americanos” 
A vitória do 
norte industrial 
na Guerra de 
Secessão 
A política do 
Big Stick e o 
Corolário 
Roosevelt 
A “diplomacia 
do dólar” 
América Latina 
Resultados do imperialismo norte-
-americano na América Latina 
 A Guerra Hispano-americana (1889-1901): os 
Estados Unidos apoiaram a independência de Cuba, 
derrotando a Espanha e anexando a ilha de Guam, as 
Filipinas e Porto Rico. 
 
 Emenda Platt (1901): alteração inserida na 
Constituição cubana que concedia aos Estados Unidos a 
Baía de Guantánamo e o direito de intervir nos assuntos 
internos de Cuba. 
Resultados do imperialismo norte- 
-americano na América Latina 
 Construção do Canal do Panamá: construído pelos 
Estados Unidos, possibilitou o fluxo comercial marítimo 
entre o Atlântico e o Pacífico. 
 
 Outras ações imperialistas: República Dominicana (1905), 
Nicarágua (1909), México (1914), Haiti (1915). 
 
 A política de boa vizinhança de Franklin Roosevelt 
nos anos 1930. 
A formação dos novos Estados 
e o caudilhismo 
 Divergências entre os defensores de um Estado unitário- 
-central e os defensores de um Estado federalista. 
 
 Caudilho: chefe militar, político carismático e membro da 
elite colonial que assumiu o poder em vários Estados da 
América espanhola independente. 
 
 Escravidão: mantida em muitas regiões e abolida em outras. 
 
 
 
A formação dos novos Estados 
e o caudilhismo 
 
 Indígenas: continuaram a ser explorados como mão de obra 
barata na agricultura e na mineração; muitas terras 
comunitárias indígenas foram incorporadas por grandes 
proprietários e as comunidades foram dissolvidas. 
 
 Economia: os novos Estados latino-americanos 
permaneceram dependentes da Inglaterra e dos Estados 
Unidos fornecendo, essencialmente, matéria-prima e 
consumindo produtos industrializados. 
 
A formação dos novos Estados 
e o caudilhismo 
Ilustração representando a venda de escravos africanos nas 
ruas de Havana no século XIX. 
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Argentina: modernização e dependência 
 Fonte de crescimento da economia nacional: pecuária, trigo 
e milho. 
 
 Aumento expressivo da imigração europeia (italiana), 
quadruplicandoa população do país entre 1869 e 1914. 
 
Mecanização da agricultura e um primeiro e importante 
surto industrial no início do século XX. 
 
 Crescimento do operariado e do movimento sindical. 
Argentina: modernização e dependência 
 Buenos Aires 
 
• Elite de comerciantes e criadores de gado. 
• Modernização com expansão urbana. 
• Arquitetura com padrão estético europeu. 
• Efervescência cultural: construção de teatros e expansão 
das livrarias. 
 
 Contradição do desenvolvimento do país: 
 
• Crescimento econômico centrado na produção 
agroexportadora e dependente. 
 
• Queda nas exportações e redução econômica com a crise 
de 1929. 
Cuba e a primeira guerra 
de independência 
 Cuba torna-se a maior produtora de açúcar do mundo em 
meados do século XIX: forte participação dos Estados 
Unidos na economia de Cuba. 
 
 A primeira guerra de independência (1868-1878): 
 
• Independência declarada em 10 de outubro de 1868 por 
Carlos Manuel de Céspedes, fazendeiro que libertou seus 
escravos e se tornou presidente da república em 1869. 
• Céspedes foi deposto e morto por tropas espanholas em 
1874 → parte dos escravos foi libertada, mas Cuba 
continuou sob domínio espanhol. 
Cuba e a Guerra Hispano-americana 
(1895-1898) 
 Antecedentes: 
 
• Divergências entre os autonomistas, que lutavam pela 
independência plena de Cuba, e os anexionistas, que 
defendiam a independência, mas com a incorporação de 
Cuba pelos Estados Unidos. 
• José Martí, pensador e poeta, líder dos autonomistas, 
chegou a propor a aliança de Cuba com países da 
América Latina contra os Estados Unidos. 
 
 
Cuba e a Guerra Hispano-americana 
(1895-1898) 
 Desdobramentos: 
 
• Vitória dos cubanos na guerra contra a Espanha, com 
forte apoio militar dos Estados Unidos. 
• Independência política de Cuba, com a presença 
hegemônica dos anexionistas no governo. 
• Crescimento da presença dos Estados Unidos na 
economia cubana. 
O México e o governo de Porfirio Díaz 
 O México após a independência: disputa pelo poder entre 
liberais e conservadores. 
 
• Liberais → defendiam liberdade comercial, igualdade 
jurídica, modernização econômica e reforma agrária. 
• Conservadores → ligados à Igreja e aos grandes 
proprietários rurais. 
 
 O general Porfirio Díaz governa entre 1876 e 1911 
(porfiriato) → estabelece uma ditadura política e elimina 
os ejidos (terras comunitárias indígenas). 
 
• Modernização econômica com forte presença do 
capital estrangeiro. 
• Prisão do oposicionista Francisco Madero, depois 
libertado e exilado. 
México, 1910: a primeira revolução 
do século XX 
 Fase liberal: o governo de Francisco Madero. 
 
• Francisco Madero retorna do exílio e Porfirio Díaz é 
deposto. 
• Madero é apoiado por camponeses, destacando-se Pancho 
Villa e Pascoal Orozco, no norte, e o indígena Emiliano 
Zapata, no estado de Morelos, no sul. 
 
 
México, 1910: a primeira revolução 
do século XX 
 Fase popular: a reforma agrária de Zapata. 
 
• Zapata divulga o Plano de Ayala, na defesa da 
reforma agrária. 
• Oposição de Madero ao Plano de Ayala e divisão 
do governo. 
• Madero é fuzilado em 1913 por porfiristas apoiados 
pelos Estados Unidos. 
México, 1910: a primeira revolução 
do século XX 
 Revolução Liberal → liderada por Venustiano Carranza, 
defendia a diversificação e a aceleração do 
desenvolvimento capitalista no México, em oposição 
à Revolução Popular → comandada por Villa e Zapata, 
defendia a reforma agrária e a devolução 
das terras indígenas. 
 
 1919 → Carranza derrota a Revolução Popular. 
 
• Inicia processo de constitucionalização do país. 
• Apesar da derrota do movimento popular, medidas 
tomadas pelo governo mostravam a força da revolução: 
uso social da terra, leis trabalhistas que estabeleciam 
direito de greve, salário mínimo e jornada de 8 horas. 
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