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Embriologia do sistema reprodutor

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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
	FACULDADE DE SAÚDE	
CURSO DE MEDICINA
SEMINÁRIO EMBRIOLOGIA DO 
SISTEMA GENITAL
GRUPO 
Professora Larissa Finger
CUIABÁ- MT
2015
GRUPO
Professora Larissa Finger
Anna Rita Motta
Camila Rodrigues
Fernanda Mazzuti
Geovanna Schauren
Hayrã Martins
Isabel Lima
Kamilla Maciel
Matheus Hiraga
Murilo Souza
Rafaela Crepaldi
Vinícius Martinez
SEMINÁRIO EMBRIOLOGIA DO
SISTEMA GENITAL
Seminário apresentado como um dos requisitos para a aprovação na disciplina de Ciências Morfofuncionais II, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cuiabá (UNIC).
CUIABÁ- MT
2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	04
Desenvolvimento embriológico do sistema urogenital	05
Determinação sexual primária	05
Determinação secundária do sexo	05
Bases cromossômicas da determinação do sexo	06
Regulação hormonal do fenótipo sexual	06
As gônadas em desenvolvimento	07
6.1 Desenvolvimento dos testículos 	08
Desenvolvimento dos ovários	09
Desenvolvimento dos ductos genitais masculinos	10
Desenvolvimento dos ductos e glândulas genitais femininos	11
Desenvolvimento da vagina	12
Desenvolvimento da genitália externa	14
10.1 Desenvolvimento da genitália externa masculina	15
10.2 Desenvolvimento da genitália externa feminina	16
 Desenvolvimento dos canais inguinais	16
 Deslocamento dos testículos e ovários	17
12.1 Descida dos testículos	17
12.2 Descida dos ovários	18
13. Conclusão	20
INTRODUÇÃO
Desenvolvimento embriológico do sistema genital
Os meios pelos quais é determinado o sexo de um sujeito é uma das grandes interrogações da embriologia desde a antiguidade. Aristóteles, que reunia e dissecava embriões, afirmava que o sexo era acurado pelo calor do parceiro masculino durante a relação sexual. Quanto mais calorosa a paixão, maior era a probabilidade de uma progênie masculina. Aristóteles proclamou uma hipótese muito direta para determinação sexual: as mulheres eram homens cujo desenvolvimento havia estacado porque o frio do ventre materno suplantara o calor do sêmen masculino. Mulheres eram mais frígidas e mais passivas que os homens, e os órgãos sexuais femininos não haviam madurado até o ponto em que poderiam prover sementes ativas.[1: Scott F. Gilbert - Biologia do Desenvolvimento, 5ª edição-- Ribeirão Preto, SP / FUNPEC Editora, 2003]
No entanto, como essa teoria não faz mais sentido que alguns séculos atrás, O sexo cromossômico é estabelecido na fertilização e depende de um espermatozoide contendo um cromossomo X ou Y. Antes da sétima semana as gônadas de ambos os sexos são idênticas em aparência e são chamadas de gônadas indiferenciadas. As características morfológicas masculinas e femininas só começam a se desenvolver na sétima semana. O tipo de complexo cromossômico sexual estabelecido na fecundação do ovócito determina o tipo de gônada que se diferencia a partir da gônada indiferenciada. O tipo de gônada, então, determina o tipo de diferenciação sexual que ocorre nos ductos genitais e na genitália externa.[2: MOORE, Keith L. - Embriologia clínica, 9ª ed. Elsevier, 2013]
Determinação Sexual Primária
A determinação sexual primária se refere à determinação das gônadas. Nos mamíferos, a determinação do sexo é estritamente cromossômica e não é usualmente influenciada pelo ambiente. Na maioria dos casos, a fêmea é XX e o macho é XY. Cada indivíduo tem que ter ao menos um cromossomo X. Como a fêmea é XX, cada um de seus óvulos tem um único cromossomo X. O macho, sendo XY, pode gerar dois tipos de espermatozoide: metade contém o cromossomo X, metade o Y. Se o óvulo receber outro cromossomo X do espermatozoide, o indivíduo resultante é XX, forma ovários, e é feminino; se o óvulo recebe um cromossomo Y do espermatozoide, o indivíduo é XY, forma testículos, e é masculino. O cromossomo Y carrega um gene que codifica um fator determinador de testículos. Esse fator organiza a gônada em um testículo em vez de um ovário.¹
Determinação Secundária do Sexo
A determinação secundária do sexo se refere ao fenótipo corporal externo às gônadas. Um mamífero masculino tem um pênis, vesículas seminais, uma glândula próstata, e frequentemente tamanho, cartilagem vocal e musculatura específicos do sexo. Um mamífero feminino tem a vagina, cérvix, útero, ovidutos, glândulas mamárias, e frequentemente tamanho, cartilagem vocal e musculatura específicos do sexo. As características sexuais secundárias são geralmente determinadas pelos hormônios secretados pelas gônadas. Porém, na ausência das gônadas, é gerado o fenótipo feminino.[3: WOLPERT, Lewis – Princípios de biologia do desenvolvimento, 3ª ed. Artmed, 2008.]
Os hormônios estrogênicos produzidos pelo ovário permitem o desenvolvimento do duto Mülleriano em útero, ovidutos e terminal superior da vagina. Se o cromossomo Y estiver presente, formam-se testículos que secretam dois hormônios fundamentais. O primeiro –hormônio anti-duto Mülleriano (AMH; também chamado de substância inibidora Mülleriano, (MIS) -destrói o duto Mülleriano. Já o segundo hormônio -testosterona- masculiniza o feto estimulando a formação do pênis, escroto e outras porções da anatomia masculina, inibindo também o desenvolvimento dos primórdios do seio. Assim, o corpo tem o fenótipo feminino a não ser que seja mudado pelos dois hormônios elaborados pelos testículos fetais.¹
Bases cromossômicas da determinação do sexo
O desenvolvimento do fenótipo masculino requer um cromossomo Y. O gene SRY (região determinante do sexo no Y) para o fator determinante do testículo (FDT) foi localizado no braço curto do cromossomo Y, que determina a diferenciação testicular. Sob a influência desse fator organizador, os cordões gonadais se diferenciam em cordões seminíferos (primórdio dos túbulos seminíferos). A expressão dos genes Sox9 e Fgf9 está envolvida na formação dos cordões seminíferos. A testosterona, produzida pelos testículos fetais, a di-hidrotestosterona (um metabólito da testosterona) e o hormônio antimulleriano (HAM) determina a diferenciação sexual masculina normal.4				O desenvolvimento do ovário ocorre quando o cromossomo Y está ausente e inicia-se por volta da 12° semana. A diferenciação sexual feminina primária não depende de hormônios; ela ocorre mesmo se os ovários estiverem ausentes.2
Regulação Hormonal do Fenótipo Sexual
A determinação sexual primária envolve a formação de um ovário ou de um testículo de uma gônada indiferenciada. Isso, porém, não fornece o fenótipo sexual completo. A determinação sexual secundária se refere ao desenvolvimento dos fenótipos masculino e feminino por hormônios secretados pelos ovários e testículos. A determinação sexual secundária, tanto masculina como feminina, tem dois componentes temporaisprincipais. O primeiro ocorre dentro do embrião durante a organogênese; o segundoocorre durante a adolescência.1
Existem dois diferentes hormônios masculinizantes, testosterona e AMH. Existe evidência que a testosterona, em certos tecidos, pode não ser o hormônio ativo. A testosteronaparece ser responsável pela promoção da formação de estruturas reprodutivas masculinas(o epidídimo, vesículas seminais e vasos deferentes) do primórdio do duto Wolffiano.1
No entanto, a testosterona não masculiniza diretamente a uretra masculina, próstata,pênis ou escroto. Essas funções posteriores são controladas pela 5-diidrotestosterona (DHT) que é o andrógeno mais potente produzido nos homens e mulheres. É considerado 2-3 vezes mais potente do que a testosterona.O DHT liga-se a receptores específicos com mais afinidade e especificidade do que os demais andrógenos.Os mecanismos pelos quais o estrógeno poderia promover a diferenciação dos dutos Müllerianosnão são bem compreendidos.3
As Gônadas em Desenvolvimento
O desenvolvimento das gônadas é uma situação embriológica única. Todos os outros rudimentos de órgãos normalmentese diferenciam em um único tipo de órgão. Um rudimento de pulmão somente pode tornar-se pulmão e um rudimento de fígado somente se desenvolve em fígado. O rudimento da gônada, porém, tem duas opções normais. Quando se diferencia, pode desenvolver-se em um ovário ou em um testículo. O tipo de diferenciação seguido por esse rudimento determina o desenvolvimento sexual futuro do organismo.³
As gônadas, em mamíferos, se desenvolvem primeiro através de um estágio indiferente durante o qual não tem características femininas nem masculinas. Em humanos, o rudimento da gônada aparece no mesoderma intermediário durante a quarta semana e permanece sexualmente indiferente até a sétima semana. Durante esse estágio, o epitélio do sulco genital se prolifera para dentro do tecido mesenquimatoso conjuntivo frouxo acima dele. Essas camadas epiteliais formam as cordas sexuais, que irão envolver as células germinativas que migram para a gônada humana durante a sexta semana.¹
As gônadas (testículos e ovários) são os órgãos que produzem os gametas (espermatozoide ou ovócito). São derivadas de três fontes: 
O mesotélio (epitélio mesodérmico) revestindo a parede abdominal posterior.
O mesênquima subjacente (tecido conjuntivo embrionário).
As células germinativas primordiais (primeiras células sexuais indiferenciadas) ²
	As gônadas aparecem inicialmente durante a quinta semana como um par de cristas longitudinais, as cristas gonadais. Elas são formadas pela proliferação do epitélio e por uma condensação do mesênquima subjacente. Só aparecem células germinativas nas cristas gonadais por volta da sexta semana do desenvolvimento. Imediatamente antes da chegada das células germinativas primordiais o epitélio da crista genital prolifera e as células epiteliais penetram no mesênquima subjacente formando os cordões gonadais.¹
As gônadas indiferenciadas agora são formadas por um córtex externo e uma medula interna. Nos embriões com um complexo cromossômico sexual XX, o córtex da gônada indiferenciada se diferencia no ovário e a medula regride. Nos embriões com um complexo cromossômico sexual XY, a medula se diferencia no testículo e o córtex regride.¹
As células germinativas primordiais aparecem pela primeira vez num estágio precoce do desenvolvimento, entre as células endodérmicas na parede do saco germinativo, próximo do alantoide. Durante o dobramento do embrião, a parte dorsal da vesícula umbilical é incorporada ao embrião. À medida que isto ocorre, as células germinativas primordiais migram ao longo do mesentério dorsal do intestino posterior até as cristas gonadais. A migração das células germinativas primordiais é regulada por genes stellafragilis e BMP-4.¹ As gônadas não se desenvolvem caso as células germinativas não cheguem às cristas. Portanto, elas têm uma influência indutiva sobre o desenvolvimento gonadal.											Tanto em gônadas XY como XX, as cordas sexuais permanecem conectadas ao epitélio superficial. Se o feto for XY, as cordas sexuais continuam a proliferar durante a oitava semana, estendendo-se profundamente no tecido conjuntivo. As cordas testiculares perdem o contato com o epitélio superficial e dele ficam separadas pela grossa matriz extracelular, a túnica albugínea. Assim, as células germinativas são encontradas nas cordas dentro dos testículos. Durante a vida fetal e a infância, essas cordas permanecem sólidas. Na puberdade, porém, ficam ocas para formar os túbulos seminíferos, e as células germinativas começam a produção de espermatozoides.4		Em fêmeas, as células germinativas irão residir perto da superfície externa da gônada. Ao contrário das cordas sexuais nos machos, que continuam sua proliferação, as cordas sexuais iniciais de gônadas XX degeneram. Porém, o epitélio logo passa a produzir um novo conjunto de cordas sexuais, que não penetram profundamente no mesênquima, mas permanecem perto da superfície externa (córtex) do órgão. Por isso, são chamadas cordas sexuais corticais. Essas cordas são divididas em agregados, cada qual envolvendo uma célula germinativa. A célula germinativa se transformará em óvulo, e as cordas sexuais epiteliais que a rodeiam irão se diferenciarem células granulosas.³							As células mesenquimatosas do ovário diferenciam-se emcélulas tecais. Juntas, as células tecais e granulosas formam os folículos que envolvemas células germinativas e secretam hormônios esteroides. Cada folículo irá conter uma única célula germinativa. Em fêmeas, o duto Mülleriano permanece intacto, e se diferencia em ovidutos, útero, cérvix e vagina superior; o duto Wolffiano, privado detestosterona, degenera.³[4: LANGMAN – Embriologia Médica, 9ª ed. Editora Guanabara Koogan, 2005]
Desenvolvimento dos testículos
Os cordões seminíferos são estimulados pelo Fator Determinante do Testículo (FDT) a se condensarem e estenderem-se para dentro da medula da gônada ainda indiferenciada. Tais cordões se ramificam e se anastomosam para formar a rede testicular. Os cordões seminíferos perdem sua conexão com o epitélio de superfície a partir do momento em que a túnica albugínea, uma cápsula fibrosa e espessa, se desenvolve. O desenvolvimento da túnica albugínea é o primeiro sinal característico de desenvolvimento testicular. Gradualmente, os testículos se separam do mesonefro em degeneração e ficam suspensos pelo mesórquio, o seu próprio mesentério. O Mesonefro consiste no segundo conjunto de rins do embrião, antecedido pelo pronefro e anterior ao metanefro cujo conjunto forma os rins permanentes. Mesentério é uma camada dupla de peritônio responsável por integrar o órgão à parede do corpo, além de conduzir vasos e nervos até ele. Portanto, os cordões seminíferos se desenvolvem em três partes: túbulos seminíferos, túbulos retos e rede testicular.²			Os túbulos seminíferos são separados pelo mesênquima – esse mesênquima forma as células intersticiais ou células de Leydig. As células de Leydig são responsáveis por secretar hormônios androgênios tais como testosterona e androstenediona por volta da 8ª semana. Esses hormônios induzem a diferenciação masculina pelos ductos mesonéfricos e da genitália externa. A testosterona, por sua vez, atinge valores de pico da 8ª até a 12ª semana do desenvolvimento a partir da estimulação da gonadotrofina coriônica humana.14											Além disso, o testículo fetal também produz o hormônio antimulleriano (HAM ou AMH) ou substância inibidora mulleriana (SIM), ambas glicoproteínas. O HAM é produzido a partir das células de Sertoli ou de sustentação e é responsável por fazer a supressão do desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos¹ ou ductos de Müller14, que formam o útero e a tuba uterina14 e dos dois terços superiores da vagina. Durante o desenvolvimento do feto, as gônadas apresentam um duplo potencial de transformação, pois os ductos de Müller e os canais de Wolf coexistem. Os canais de Wolf formam o epidídimo, os canais deferentes e as vesículas seminais. No menino, o AMH, causa a regressão dos dutos de Müller e continuará a ser produzido até a puberdade. Após este período, os níveis decrescem lentamente até atingirem valores residuais. A dosagem de AMH éimportante para o diagnóstico de vários diagnósticos clínicos, como a puberdade precoce (AMH baixo), a puberdade tardia (AMH alto), o pseudo-hermafroditismo masculino, a Síndrome da Persistência do Ducto Mülleriano (PMDS) e a suspeita de anorquia ou ectopia testicular.14 											Os túbulos seminíferos ficam, até a puberdade, sem luz no canal. A parede desses túbulos contém dois tipos de células: as CÉLULAS DE SERTOLI que vão sustentar as células derivadas do epitélio da superfície do testículo; e as ESPERMATOGÔNIAS que são células espermáticas primordiais provenientes das células germinativas primordiais. As células de Sertoli são as células mais abundantes do epitélio seminífero do testículo fetal. No desenvolvimento tardio do feto, o epitélio da superfície do testículo torna-se achatado afim de formar o mesotélio da superfície externa dos testículos. Quanto a rede testicular, ela torna-se contínua com15 a 20 túbulos mesonéfricos que vão dar origem aos dúctulos eferentes. Esses dúctulos são ligados ao ducto mesonéfrico, que vai, posteriormente, ser o ducto do epidídimo.²
Desenvolvimento dos ovários
Nos embriões femininos, o desenvolvimento das gônadas é lento. Nesse sentido, os cromossomos XX possuem genes para o desenvolvimento dos ovários, além de genes autossômicos que parecem ter alguma função na organogênese ovariana. O ovário pode ser identificado histologicamente apenas na 10ª semana. Nesse âmbito, no desenvolvimento ovariano, os cordões gonadais não são proeminentes, porém se estendem para a medula e formam uma rete ovarri rudimentar, a qual degenera-se e desaparece.2
 Durante o início do período fetal, os cordões corticais se estendem do epitélio da superfície do ovário em desenvolvimento para dentro do mesenquima subjacente. Esse epitélio deriva-se do mesótelio do peritônio. Sendo assim, conforme os cordões corticais crescem em tamanho, as células germinativas primordiais (CGPs) são incorporadas por eles e, com aproximadamente 16 semanas, esses cordões começam a se romper em grupos de células isoladas, sendo que cada um deles contêm uma ovogônia, derivada de uma célula germinativa primordial. Esses grupos de células são denominados folículos primordiais, os quais são rodeados por uma única camada de células foliculares achatadas, derivada do epitélio da superfície. A mitose ativa das ovogônias ocorre durante a vida fetal, produzindo os folículos primordiais.²
 É importante salientar que, não há formação de ovogônias após o nascimento. Portanto, embora muitas ovogônias degenerem-se antes do nascimento, os dois milhões ou aquelas que permanecem, crescem e tornam-se os ovócitos primários, que irão iniciar a primeira divisão meiótica.²
O epitélio da superfície do ovário, após o nascimento, se achata em uma única camada de células contínua com o mesotélio do peritônio no hilo ovariano. Nesse âmbito, esse epitélio torna-se separado dos folículos do córtex por uma fina cápsula fibrosa, conhecida por túnica albugínea. Além disso, a medida que o ovário se separa do mesonefro em regressão, este fica suspenso pelo seu mesentério, o mesovário.²
Desenvolvimento dos ductos genitais masculinos
Durante a 5ª e 6ª semanas, o sistema genital do embrião está indiferenciado pois, estão presentes os dois pares de ductos genitais: ductos mesonéfricos e paramesonéfricos.²
Os ductos mesonéfricos são originados a partir do desenvolvimento dos rins. Três conjuntos de rins se desenvolvem nos embriões humanos, são eles: o pronefro, o mesonefro, e o metanefro, que formará os rins permanentes. O pronefro aparece no início da 4ª semana de desenvolvimento e é representado por poucos grupos de células na região do pescoço. Ele se degenera, entretanto, a maioria dos ductos pronéfricos persistem e são utilizados pelo segundo conjunto de rim formado, o mesonefro, assim esses ductos passam a ser os ductos mesonéfricos.²
Já os ductos paramesonéfricos se originam por meio da invaginação longitudinal do mesotélio, cujas bordas aproximam-se e fundem-se para formar os ductos na região lateral às gônodas e aos ductos mesonéfricos de cada lado.²
 Os ductos mesonéfricos formam os ductos genitais masculinos a partir do estímulo da testosterona produzida nos testículos fetais. Concomitantemente, é produzida, nas células de Sertoli, a substância inibidora mulleriana (SIM), que causa o desaparecimento dos ductos paramesonéfricos a partir de uma transformação epiteliomesenquimal.²
A medida que o mesonefro degenera-se , alguns túbulos mesonéfricos resistem e transformam-se em ductos eferentes. Então, esses irão se abrir no ducto mesonéfrico que, nessa região, foi transformado em ducto do epidídimo. Afastado do epidídimo, o ducto mesonéfrico ganha um revestimento espesso de musculo liso e transforma-se em ducto deferente. Já a porção do ducto mesonéfrico que está entre a uretra e o ducto deferente passa ser o ducto ejaculatório.²
Outras estruturas correlacionadas:
- Glândulas seminal: é uma vesícula originada a partir da evaginação lateral da extremidade caudal dos ductos mesonéfricos. As substâncias que ela secreta nutrem os espermatozóides.²
-Próstata: seu epitélio glandular é diferenciado a partir das células de várias evaginações endodérmicas que surgiram da uretra prostática. Isso porque essas evaginações cresceram para o mesênquima circundante, e não obstante, o mesênquima associado se diferencia em um estroma denso e músculo liso da próstata. As substâncias que a próstata secreta fazem parte do líquido ejaculado.²
-Glândulas bulbouretrais: são formadas a partir de evaginações da parte esponjosa da uretra. O mesenquima adjacente se diferencia em fibras musculares lisa e estroma. As substâncias que essas glândulas secretam se misturam com espermatozóides para formar o sêmen.
Desenvolvimento dos Ductos e Glândulas Genitais Femininos
	O desenvolvimento do sistema reprodutor feminino é conduzido pelos ductos paramesonéfricos, à medida que, os ductos mesonéfricos regridem devido à ausência de testosterona. Esse último é responsável pelo desenvolvimento do sistema genital masculino.²
	A priori e, efetivamente, a maior parte do trato genital feminino é de responsabilidade dos ductos paramesonéfricos. Vale lembrar que o desenvolvimento sexual feminino em estágio fetal não é dependente da presença de ovários e hormônios, logo, partes que compõem o sistema genital feminino, como a tuba uterina, o útero e parte superior da vagina sofrem estímulos progressivos posteriores, sobreinfluencia da produção hormonal de estrógeno pelos ovários maternos e placenta.²	
	Segmentando os componentes do sistema, as porções craniais e caudais do ducto dão origem a elementos importantes: tubas uterinas e primórdio úterovaginal (gênese do útero e parte superior da vagina), respectivamente. Dentre os demais, o estroma endometrial e o miométrio são derivados do mesênquima esplâncnico; bolsa retouterina e bolsa vesicouterina (compartimentos peritoneais) são formadas em razão da fusão dos ductos paramesonéfricos e aparecimento de uma dobra peritoneal.²
	Já as glândulas genitais, no geral, são desenvolvidas decorrentes de evaginações, dentre elas: evaginação da uretra e penetração do mesênquima circundante acomete formação das glândulas parauretrais e uretrais secretoras de muco; evaginações do seio urogenital formam as glândulas vestibulares maiores no terço inferior dos grandes lábios.²
Desenvolvimento da Vagina
O desenvolvimento da vagina ocorre através do sistema genital proveniente do sistema urogenital, o qual é dividido em duas partes: o sistema urinário e o sistema genital. Esses dois sistemas estão entrelaçados tanto sob o aspecto embriológico quanto sob o aspecto anatômico. Isso é verificado ao observar que a uretra e a vagina são independentes, mas suas aberturas ocorrem em uma região comum, chamado vestíbulo da vagina. A origem desses sistemas é a mesoderma intermediário, também denominado de pedúnculo dos somitos, pois está localizado entre os somitos e a mesoderma lateral. [5: Sonia Maria Lauer de Garcia e Casimiro García Fernández, Embriologia, 2° Edição.]
 Até aproximadamente seis semanas, o desenvolvimento dos sistemas genitais masculinos e femininos são iguais no embrião, pois ambos apresentam dois pares de ductos: os ductos mesonéfricos ou denominados ductos de Wolff e os ductos paramesonéfricos ou conhecidos como ductos de Muller. Os ductos mesonéfricos se originam no mesonefro e termina na cloaca, nos dois sexos. No sexo masculino, esses ductos vão funcionar como vias de condução de espermatozóides. Já no sexo feminino, esses ductos de Wolff irão desaparecer, podendo ainda restar vestígios embrionários, os quais poderão dar origem a cistos ao longo de sua trajetória.5
Nos embriões femininos, os ductos Wolffianos desaparecem devido à falta de testosterona, já os ductosMullerianos se desenvolvem devido à ausência da SIM (Substância Inibidora Mulleriana), uma glicoproteína produzida pelostestículos fetais.
Devido à ausência dessas estruturas (Testosterona e SIM) o desenvolvimento feminino ocorre corretamente, portanto, esse desenvolvimento feminino é independente da presença de ovários e hormônios e é regulado pela expressão dos genes Hox, os quais estão presentes nos ductos paramesonéfricos. A união dos ductos Mullerianos também junta duas dobras peritoneais que irão formar os ligamentos largos (direito e esquerdo) e compartimentos peritoneais (bolsa retouterina e vesicouterina).[6: Keith L. Moore, T.V.N Persaud e Mark G. Torchia, Embriologia básica, 8° Edição.]
Os ductos paramesonéfricos formam-se na lateral dos ductos de Wolff através de invaginação do epitélio do celoma, e são esses ductos paramesonéfricos que vão desenvolver a maior parte dos órgãos genitais femininos. Esses ductos são divididos em: parte vertical cranial, horizontal e parte vertical caudal. A parte cranial se abre para a cavidade celomática, futura cavidade peritoneal, para formar as tubas uterinas (possuem um orifício abdominal). A região horizontal cruza o ducto mesonéfrico, e formará o restante da tuba uterina. Já na parte vertical caudal desses ductos ocorre a fusão dos pares dos referidos ductos, os quais se cruzam ventralmente e se aproximam, ambos se fundem na linha média formando o primórdio uterovaginal (Se localiza entre o reto e o seio urogenital). Através desses processos, esses ductos adquirem uma configuração em forma de Y, formando o chamado primórdio urogenital. A fusão da parte caudal desses ductos também vão formar os ligamentos largo esquerdo e direito através de seus precursores: os septos urogenitais, os quais são uma divisão transversa entre o seio urogenital e o reto. As bolsas retouterina e vesicouterina (compartimentos da cavidade pélvica) são formadas com a formação dos ligamentos largos direito e esquerdo.5
 Os ligamentos largos possuem camadas, ao longo de todo o útero, entre essas camadas está o mesênquima que se multiplica e forma o tecido conjuntivo frouxo, o tecido muscular liso, formando o paramétrio. A região que se funde dos ductos de Muller formará o útero e a parte superior da vagina (A parte inferior da vagina é derivada do seio urogenital). O primórdio uterovaginal entra em contato com o seio urogenital, e esse contato induz a formação de uma saliência maciça.5
 A denominação dessa saliência é o tubérculo do seio que irá formar um par de projeções endodérmicas: os bulbos sinovaginais, os quais se originam do seio urogenital até a extremidade caudal do primórdio uterovaginal. Esses bulbos se fundem e formam a placa vaginal. As células centrais dessa placa desaparecem, desencadeando a luz da vagina. Já as células periféricas dessa placa formam o epitélio vaginal ou o revestimento interno (derivado do endoderma do seio urogenital).6
 Tanto a porção caudal dos ductos de Muller fusionados quanto a placa vaginal (originada do seio urogenital) se canalizam desencadeando a formação da vagina. Portanto a maior parte da vagina, cerca de seus quatro quintos, são originados da parte caudal dos ductos paramesanéfricos e o seu quinto caudal é formado pelo seio urogenital.5
 O Hímen é uma fina membrana que separa a cavidade da vagina do seio urogenital. Internamente é formada pelo revestimento epitelial da vagina (endoderma), medialmente é formada por uma fina camada conjuntiva (originada do mesoderma) e externamente é revestida pelo revestimento epitelial do seio urogenital.5 Essa membrana, até a vida fetal, separa a luz da vagina da cavidade do seio urogenital. O hímen é originado pela invaginação posterior do seio urogenital.6
 As glândulas genitais auxiliares femininas produzem o muco. Elas são formadas através de brotos que crescem na uretra, os quais irão penetrar no mesênquima circundante, propiciando assim a formação das glândulas parauretrais e uretrais, as quais são secretoras de muco. O seio urogenital se evagina e forma bilateralmente as glândulas vestibulares maiores, denominadas de glândulas de Bartholin, na parte inferior dos grandes lábios que também produzem muco.6
 Existem várias teorias embriológicas do desenvolvimento da vagina, entre elas, as principais são: a teoria puramente sinusal, participação dos canais de Wolff e teoria mista. A teoria sinusal defende que a vagina se origina exclusivamente do seio urogenital. Já a teoria de participação dos canais de Wolff afirma que há influência dos canais de Wolff, pois a extremidade distal desses canais se incorpora na parede dorsal do seio urogenital aproximadamente na sétima semana embriológica. Essa teoria afirma que os ductos de Wolff agem diretamente ou por indução nos bulbos seios-vaginais (sinovaginais). Tais bulbos vão se proliferar e se fundir, ocasionando assim a formação da placa vaginal. O tubérculo de Muller, que é uma saliência proveniente do contato entre o seio urogenital e os ductos de Muller (9 semanas), vão desaparecer ou se juntar à placa vaginal. O epitélio de origem sinusal (seio urogenital) vai revestir toda a vagina. Entretanto, a teoria mista afirma que a origem da vagina é proveniente dos canais de Muller e do sinusal, sem a participação dos canais de Wolff, nessa teoria, o terço superior da vagina é originado da parte distal dos canais Mullerianos e os dois terços inferiores são de origem sinusal e a lâmina epitelial da vagina tem origem do contato entre o seio urogenital e a parte caudal dos ductos de Muller. [7: http://www.fspog.com/fotos/editor2/cap_02.pdf, Isabel Torgal e Maria João Carvalho, Embriologia do aparelho genital feminino.]
Desenvolvimento da genitália externa
No período entre a 4° e a 7° semana, a genitália externa é semelhante em ambos os sexo, tendo características distintas a partir da nona semana, sendo, finalmente completamente distintas na décima segunda semana de gestação. No início do processo, isto é, na quarta semana, o mesênquima que circunda a membrana cloacal, produz o tubérculo genital, localizado acima dessa membrana. Adjacente a essa mesma membrana, são formadas as intumescências labioescrotais, além das pregas urogenitais. Posteriormente, o tubérculo genital sofre alongamento, acarretando na formação do falo primordial.6
No final da sexta semana, início da sétima, o septo urorretal se funde com a membrana cloacal, dividindo a membrana em membrana anal (também chamada de dorsal), e membrana urogenital (ventral). A membrana urogenital é muito semelhante a antiga membrana cloacal, sendo delimitada, portanto, pelas pregas urogenitais. Após uma semana, essas membranas são rompidas formando o ânus e o oríficio urogenital, respectivamente.6
Figura 1 - RBM - Revista Brasileira de Medicina
10.1 Desenvolvimento da genitália externa masculina
A diferenciação para formação da genitália externa masculina ocorre através da indução pela testosterona. O falo primordial, originado pelo alongamento do tubérculo genital, cresce e alonga-se para formar o pênis. As pregas urogenitais formam a parede do sulco uretral, região central peniana. Posteriormente, essas pregas vão se fundindo a partir da raiz, fechando este sulco uretral, até ocorrer a formação da uretra esponjosa. A ectoderma, camada mais externa do pênis, funde-se, concomitante às pregas urogenitais, formando a rafe peniana, envolvendo a uretra. 6
Ademais, na região da glande, há uma invaginação no ectoderma, a qual cresce até se unir a uretra esponjosa, formando um canal único. Além disso, durante a décima segunda semana, outra invaginação acontece na glande, desta vez circular, forma-se na periferia da glande do pênis. Essa invaginação sofre rompimento, formando o prepúcio.6
Outras estruturas da genitália masculina, como o corpo esponjoso e o corpo cavernoso são formados a partir do mesênquima do falo primordial. Por fim, as intumescências labioescrotais fundem-se formando o escroto.6
Figura 2 - RBM - Revista Brasileira de Medicina
10.2 Desenvolvimento da Genitália Externa Feminina
No sexo feminino, as alterações na genitália externasão menos significativas. Sob a influência dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários (estrógenos), o falo primordial, que vem do alongamento do tubérculo genital, diminui progressivamente e torna-se o clitóris. O prepúcio do clitóris se desenvolve do mesmo modo que seu homólogo masculino. Sendo que este ainda é grande com 18 semanas. As pregas urogenitais não se fundem, a não ser posteriormente, onde sua união forma o frênulo dos pequenos lábios. As partes que não foram fundidas das pregas urogenitais formam os pequenos lábios. Já as pregas labioescrotais se fundem anteriormente originando a comissura labial anterior e o monte pubiano, e posteriormente para originar a comissura labial posterior. Porém, a maior parte das pregas labioescrotais não se fusiona e origina, assim, os grandes lábios.[8: GARCIA, S; GARCÍA FERNÁNDEZ, Casimiro. Embriologia. 2ª ed.][9: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23ª ed.][10: MOORE, K. Embriologia Clínica. 9ª ed.]
	Em torno do quarto mês, a genitália externa feminina não pode ser mais masculinizada por andrógenos. Após o nascimento, meninas recém-nascidas possuem lábios menores, clitóris e lábios maiores relativamente desenvolvidos.[11: STANDRING, S. Gray’s Anatomia. 40ª ed.]
Desenvolvimento dos canais inguinais
O canal inguinal é a passagem no interior da parede abdominal anterior na qual transitam, nos homens, o cordão espermático e, nas mulheres, o ligamento redondo do útero. Na fase embriológica, eles formam vias para a descida dos testículos da sua posição intra-abdominal para o escroto através da parede abdominal anterior. Esses canais se desenvolvem em ambos os sexos, devido a um estágio morfologicamente indiferenciado do desenvolvimento sexual. 6
A medida que os mesonefros se degeneram, é desenvolvido um ligamento chamado gubernáculo de cada lado do abdome a partir do polo inferior da gônada. Esse ligamento passa obliquamente através da parede abdominal anterior em desenvolvimento , no local do futuro canal inguinal. O gubernáculo prende-se caudalmente à superfície interna das saliências labioescrotais. 6
Ventralmente ao gubernáculo desenvolve-se um invaginação do peritônio, o processo vaginal, o qual forma um hérnia através da parede abdominal, ao longo do trajeto formado pelo gubernáculo. Esse processo vaginal carrega extensões da parede abdominal , as quais formam as paredes do canal inguinal. Nos homens, essas camadas também formam os envoltórios do cordão espermático e dos testículos.6
A abertura da fáscia transversal produzida pelo processo vaginal torna-se o anel inguinal profundo, e a abertura criada na aponeurose oblíqua externa forma o anel inguinal superficial.6
Hérnia inguinal é a protrusão de uma alça do intestino através de um orifício que se formou na parede abdominal na região da virilha. Pode ser indireta se forma pela passagem da alça intestinal para o interior da bolsa que envolve o testículo através de um ponto frágil, o anel herniário. Ou direta , como o próprio nome sugere, forma-se diretamente num ponto da parede abdominal enfraquecida, que se rompe, permitindo a penetração de um segmento do intestino na bolsa escrotal. Esse tipo de alteração acomete mais frequentemente o gênero masculino em todas as faixas etárias, sendo mais comum do lado direito. Apesar de haver várias técnicas descritas para o tratamento dessa doença, ela ainda representa um desafio cirúrgico permanente.[12: Carlos Manoel de Oliveira Figueiredo; Sônia Oliveira Lima; Sebastião Duarte Xavier Júnior; Caroline Baptista da Silva- Morfometria dos canais e anéis inguinais de fetos natimortos e cadáveres adultos humanos e sua relação com as hérnias inguinais.]
A incidência de hérnia inguinal congênita atinge cerca de 1% a 3% da população geral. Ela é considerada a condição cirúrgica mais frequente em crianças de todas as idades, surgindo mais comumente como o tipo indireto. Seu reparo é um dos procedimentos mais comumente realizados pelo cirurgião pediátrico. 13
Deslocamento dos testículos e dos ovários
12.1 Descida dos testículos
Se deve a alguns fatores:10
- Ao ganho de tamanho dos testículos e à atrofia dos mesonefros, que são rins mesonéfricos, que possibilita o movimento dos testículos caudamente, percorrendo a parede abdominal posterior;
- Os ductos paramesonéfricos sofrem atrofia induzida pela substância inibidora de Muller (SIM);
- Ao aumento do processo vaginal que leva os testículos pelos canais inguinais até adentrar o escroto;
Com cerca de 26 semanas, os testículos desceram retroperitonealmente, ou seja externos ao peritônio, da região lombar superior da parede abdominal posterior para os anéis inguinais profundos. A mudança na posição acontece conforme à medida que a pelve fetal aumenta e o corpo, ou o tronco, do embrião acaba por se alongar. Os testículos sofrem o movimento transabdominal que é, em grande parte, um movimento relativo que resulta do crescimento da parte cranial do abdome a partir da futura região pélvica. Os andrógenos, produzidos pelos testículos fetais, controlam a descida dos testículos pelos canais inguinais até o escroto. O gobernáculo origina uma via através da parede abdominal anterior para ajudar o processo vaginal avançar durante a formação do canal inguinal. Ele também ancora o testículo no escroto e acaba guiando sua descida para o escroto. O aumento da pressão intra-abdominal, que é resultado do crescimento das vísceras abdominais, ajuda a passagem do testículo pelo canal inguinal.10
A descida dos testículos pelos canais inguinais até o escroto, em alguns fetos, demora cerca de 2 a 3 dias. Com 32 semanas, geralmente, os testículos estão no escroto. Eles passam externamente ao peritônio e ao processo vaginal. Após adentrarem no escroto, o canal inguinal se contrai ao redor do cordão espermático. Durante os primeiros três meses após o nascimento a maioria dos testículos que ainda não desceu, desce para o escroto. 10
A maneira que os testículos descem, acaba por explicar o porquê os ductos deferentes cruzam anteriormente ao ureter, também explicam o curso dos vasos testiculares, que se formam quando os testículos estão em posição alta na parede abdominal posterior. Durante a descida, carregam os ductos deferentes e os vasos junto com os testículos, conforme vão descendo, são embainhados por extensões de fáscias da parede abdominal.10
No interior do escroto, o testículo é projetado para a extremidade distal do processo vaginal, e no período perinatal, o pedículo de conexão deste processo se oblitera, formando uma membrana serosa chamada túnica vaginal, que cobre a frente e os lados do testículo.10
12.2 Descida dos Ovários
Os ovários descem da região lombar da parede abdominal posterior e se movem para a parede lateral da pelve; porém, eles não saem da pelve para entrar nos canais inguinais. A sua posição é estabilizada por dois ligamentos, que são remanescentes de estruturas do mesonefro. O gubernáculo está preso ao útero perto da ligação da tuba uterina. Cranialmente, o gubernáculo torna-se o ligamento ovariano, e a porção caudal origina o ligamento redondo do útero. Os ligamentos redondos atravessam os canais inguinais e são inseridas no tecido conjuntivo denso fascial dos grandes lábios. O processo vaginal, pequeno nas mulheres, geralmente é obliterado e some muito antes do nascimento. O processo constante nos fetos femininos é chamado de processo vaginal do peritônio ou canal de Nuck.10[13: CARLSON, B. M. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. 5ª ed.14 SCIELO, Hormônio Anti-Mülleriano: importância na prática pediátrica. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302003000100024]
Fig.3
Fig.4
Figura 3 e 4- Moore, Embriologia clínica.
CONCLUSÃO

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