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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Modificações fisiológicas da gestação Hormônios placentários: Gonadotrofina coriônica humana (hCG): Subunidade alfa = hormônios hipofisiarios. Beta HCG = dosagem quantitativa. Manter o corpo lúteo. Pico entre 8ª e 10ª semana de gestação. Se beta hCG estiver acima de 2.500 já é possível visualizar com o USG. Gestação tópica (gestação viável) = valor do beta hCG dobra a 48 horas. Gestação não viável = valor do beta hCG aumenta pouco ou diminui. Se beta hCG aumentar expressivamente pode ser gestação gemelar ou câncer. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Hormônio lactogênio placentário (hPL): Hormônio somatotrófico coriônico ou somatotrofina coriônica. Aumenta a resistência periférica à ação da insulina. Meia vida curta. Progesterona: Até 8ª semana secretada pelo corpo lúteo. Produzida a partir do colesterol. Implantação embrionária. Relaxamento das musculatura lisa. Estrógenos: Estradiol, Estrona e Estriol. Tecido placentário não é capaz de produzi-lo a partir do colesterol = precurssores androgênicos (DHEAS e sulfato de 16-alfa-hidroxihidroepiandrosterona). Estimula contratilidade miometrial. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sistema hematológico Aumento maior de líquido (plasma) do que soluto (hemácias), resultando em uma anemia dilucional (é uma anemia fisiológica). O aumento de hemácias gera uma necessidade de reposição de ferro. De modo geral, os fatores de coagulação encontram-se mais elevados, principalmente o fibrinogênio, e, associados à estase venosa e ao útero gravídico, comprometendo o retorno venoso, proporcionam um quadro propício para o tromboembolismo. Os níveis plaquetários estão pouco reduzidos principalmente pela hemodiluição. Sistema hemodinâmico Ocorre o aumento da frequência cardíaca, do débito cardíaco, do volume sanguíneo e do plasmático enquanto há diminuição da resistência vascular e da pressão sanguínea. A hipervolemia induzida pela gestação é uma adaptação do organismo materno no sentido de suprir as necessidades fetais e evitar perdas importantes de sangue na hora do parto. Após a 20ª semana, grávidas em posição supina podem ter hipotensão pela compressão do útero gravídico dificultando o retorno venoso e causando síncope. Em função disso, o decúbito lateral esquerdo favorece a descompressão e restaura o débito cardíaco. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sistema endócrino A hipófise aumenta tanto de volume como de peso, e isso decorre da hipertrofia e hiperplasia da adenoipófise por estímulo dos estrógenos. A produção aumentada da prolactina obtida por essas modificações preparará as mamas para a lactação no pós- parto. O hormônio estimulante da tireoide sofre diminuição pela presença da fração beta do hormônio gonadotrófico que apresenta semelhança molecular. As altas concentrações de progesterona provocam uma má resposta dos tecidos ao cortisol. Metabolismo dos carboidratos O consumo de glicose fetal é contínuo, enquanto a ingestão materna passa por períodos de jejum, como é o caso do período noturno, quando a grávida está dormindo. Para manter a fonte de energia contínua ao feto, o transporte da glicose, através da placenta, ocorre por difusão facilitada, mesmo com pequenas diferenças nos gradientes de concentração. Para manter a disponibilização da glicose ao feto priorizada, há aumento da resistência insulínica materna, conhecido como efeito diabetogênico. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sistema urinário Tanto os rins quanto ureteres e a bexiga sofrem compressão pelo útero gravídico. A progesterona atua no tônus da musculatura lisa ureteral promovendo também a dilatação do trato urinário e causando estase urinária. Convém alertar da maior propensão a infecções urinárias. As alterações circulatórias desencadeiam o aumento de fluxo plasmático renal e da taxa de filtração renal – TFR. A creatinina plasmática e a ureia encontram-se em valores menores que em não gestantes em decorrência da elevação da TFR. A glicosúria deve-se a aumento da oferta de glicose em nível renal, que ultrapassa a capacidade de absorção. A bexiga apresenta-se com retificação do trígono vesical pela sua posição mais elevada na gestação, provocando refluxo vesicoureteral. Essas transformações podem favorecer a formação de cálculos renais, infecções, incontinência urinária e até hematúria, esta principalmente mais frequente em parturientes. Sistema digestório VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Pela ação hormonal, principalmente da progesterona, todo o aparelho digestivo permanece com tônus diminuído, facilitando o aparecimento de pirose, obstipação, hemorroidas etc. A pirose é desencadeada por refluxo das secreções gástricas, além do relaxamento do esfíncter esofágico. Com o evoluir da gestação, o útero deslocará o intestino para cima e para a direita e o estômago para cima e a para esquerda, prejudicando a digestão e agravando a pirose. O peso do útero gravídico comprimindo as veias do plexo hemorroidário e a obstipação podem provocar a manifestação de hemorroidas. Propensão para a formação de cálculos de colesterol pela potente ação relaxante da musculatura lisa provocada pela progesterona na vesícula biliar e pela alteração do metabolismo lipídico no período gestacional. Sistema respiratório A elevação do diafragma leva à redução do volume residual pulmonar. A capacidade respiratória total encontra-se reduzida (cerca de 200 mL), pois ocorre diminuição da capacidade residual funcional. Sistema músculo-esquelético A embebição gravídica acomete todas as articulações. Por meio dela, articulações da bacia apresentam mais elasticidade e maior capacidade pélvica. Ainda promove modificação da postura e da deambulação. O aumento dos diâmetros e estreitos da pelve é indispensável para a expulsão fetal. A marcha anserina da gestante decorre da necessidade de mudança de centro da gravidade para manter o equilíbrio. Ela projeta o ventre para frente, afasta a base de sustentação dos membros inferiores e os ombros se inclinam para trás. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sistema tegumentar As alterações cutâneas observadas na gestação são decorrentes dos níveis elevados da progesterona e da produção placentária de estrógenos. Ocorre ainda maior dissipação materna de calor pela pele devido à vasodilatação periférica. As modificações mais encontradas estão relacionadas a pigmentação, vascularização e atrofia. A hiperpigmentação atinge preferencialmente a face (cloasma), linha alba (linha nigra), aréolas mamárias, períneo e axilas; geralmente desaparecem após o parto e pioram com a exposição ao sol. Do ponto de vista vascular, podem surgir eritema palmar, teleangiectasias, hipertricose, secreção sebácea exacerbada e sudorese. Quanto à atrofia, 50% das gestantes podem apresentar estrias gravídicas, violáceas, quando recentes, e nacaradas, quando antigas.
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