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Resumo sobre Síndromes Pleurais e Pulmonares - Semiologia Médica

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Aillyn F. Bianchi, MEDICINA/UNIC – XXIII – Semiologia Médica II / 1º bim 
 
Semiologia do Aparelho Respiratório 
 
SÍNDROMES PLEURAIS E PULMONARES 
Referências bibliográficas: 
Porto, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 2ª ed. Ed. Guanabara Koogan. 
López, Mario. Semiologia Médica, as bases do diagnóstico clínico. 5ª ed. Ed. Revinter. 
 
SÍNDROMES BRÔNQUICAS 
Decorrem de obstrução, infecção e/ou dilatação dos brônquios (bronquites e bronquiectasias). 
 
ASMA BRÔNQUICA 
Principal representante da síndrome por obstrução. Observa-se um estreitamento difuso dos 
condutos aéreos de pequeno calibre, em conseqüência de edema de mucosa, constrição da 
musculatura lisa e hipersecreção das células brônquicas. 
 
Manifestações clínicas: crises de dispnéia, predominantemente expiratória, sensação de aperto no 
tórax (constrição torácica), dor torácica difusa, chieira, tosse (inicialmente seca depois com o 
progredir da doença torna-se produtiva), quando produtiva torna-se uma expectoração mucóide, 
espessa e aderente, difícil de ser eliminada. Durante a crise, o sinal mais evidente é o estado de 
sofrimento em que se encontra o paciente, com dispnéia de grau variável, com freqüência e ritmo 
respiratório consideravelmente alterados, chieira que pode ser ouvida a distância. À inspeção 
observa-se que o paciente adota uma posição inclinada para frente, com ombros e clavículas 
elevadas. Em geral, os ciclos respiratórios são mais longos, com redução da freqüência 
respiratória. O FT está diminuído em função da hiperinsuflação pulmonar, encontrando-se 
hipersonoridade à percussão, pela mesma razão. Fora da crise os sinais desaparecem e o exame 
de tórax é normal. 
 
Exame fisico 
 Inspeção: Dispnéia, tiragem. 
 Palpação: Frêmito toracovocal (FT) normal ou diminuído. 
 Percussão: Normal ou hipersonoridade. 
 Ausculta: Diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada e sibilos 
expiratórios. 
 
BRONQUITES 
 
Bronquite aguda: geralmente é causada por vírus que compromete as vias aéreas superiores com 
dor de garganta, rouquidão e coriza. No início a doença não se acompanha de sinais físicos. 
Quando o processo atinge os brônquios podem-se ouvir roncos e sibilos difusos, em ambos os 
pulmões. Entre os vírus, os principais responsáveis pelos surtos de agudização são rinovírus e 
vírus influenza. 
 
Manifestações clínicas: Febre, cefaléia, desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca com 
progressão para expectoração mucosa que se transforma em mucopurulenta se houver infecção 
bacteriana secundária. Dispnéia aos pequenos esforços está presente está presente durante as 
crises agudas. 
 
Exame físico 
 Inspeção, palpação, percussão: nada de anormal se observa. 
 Ausculta: estertores grossos em ambos os pulmões. 
Bronquite crônica: caracteriza-se pela excessiva secreção de muco na árvore brônquica. 
Recorrente durante pelo menos três meses por ano, por dois anos consecutivos. Entre os agentes 
bacterianos responsáveis por surtos de agudização da doença destaca-se o Streptococcus 
pneumoniae. Acomete principalmente os pacientes em torno de 50 anos e/ou fumantes 
inveterados. As crises de broncoespasmo, denunciadas pela presença de sibilância, surgem com 
maior freqüência durante os resfriados. Hepatomegalia, jugulares insurgitadas e edema maleolar 
indicam a presença de insuficiência cardíaca que só aparece na fase mais avançada da doença. 
 
Manifestações clínicas: tosse produtiva com expectoração mucopurulenta que persiste por meses, 
alternando períodos de melhora e piora, dependendo da presença de infecções, poluição 
atmosférica e uso de tabaco. 
 
Exame físico 
 Inspeção, palpação, percussão: nada de anormal se observa. A hipoxemia é um achado 
importante. 
 Ausculta: estertores grossos disseminados em ambos os hemitórax. Roncos e sibilos são 
freqüentes. 
 
BRONQUIECTASIAS 
Consistem na dilatação dos brônquios em conseqüência de destruição de componentes da parede 
destes ductos. Comprometem segmentos ou até mesmo lobos pulmonares. Resultam de um 
processo inflamatório que destrói as estruturas da parede brônquica. As bronquiectasias secas 
manifestam-se apenas por episódios de hemoptise. Na maioria dos casos estas bronquiectasias 
resultam de lesões brônquicas residuais conseqüentes à tuberculose. Sua localização mais comum 
é nos mesmos segmentos preferenciais da tuberculose. Daí a razão de as “bronquiectasias secas” 
localizarem-se com maior freqüência nos ápices, que são menos sujeitos a infecções inespecíficas 
e drenam com mais facilidade. Nas bronquiectasias basais volumosas verifica-se macicez, com 
redução da mobilidade costodiafragmática correspondente. Febre suores noturnos, 
emagrecimento, astenia, cianose e hipocratismo digital são achados quase constantes nas 
bronquiectasias crônicas e extensas. 
 
Manifestações clínicas: tosse produtiva com expectoração mucopurulenta abundante, 
principalmente pela manhã. Febre, suores noturnos, emagrecimento, astenia, hipocratismo digital, 
hemoptises. 
 
Exame físico 
Nas bronquiectasias basais extensas observa-se redução da expansibilidade e submacicez nas 
bases. 
 Ausculta: estertores grossos, apenas nas áreas correspondentes às bronquiectasias. 
Roncos e sibilos também podem estar presentes. 
(Porto, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 2ª ed. Ed. Guanabara Koogan. Pg. 276, 277, 278, 
279.) 
 
SÍNDROMES PULMONARES 
São elas: consolidação (condensação), atelectasia e hiperaeração (enfisema pulmonar). 
Causas de Atelectasia: neoplasias e corpos estranhos. 
 
SÍNDROME DE CONDENSAÇÃO PULMONAR 
Caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato. 
 
Causas de Condensação pulmonar: pneumonias, infarto pulmonar e tuberculose. 
Manifestações clínicas: dispnéia, tosse (seca ou produtiva). Quando há expectoração, é comum a 
presença de sangue misturado com muco ou pus. Na tuberculose as hemoptises são freqüentes. 
Além da sensação de desconforto retroesternal, quando há comprometimento da pleura, surge dor 
localizada em um dos hemitórax com as características de dor pleurítica. 
 
Exame físico 
 Inspeção: Expansibilidade diminuída. 
 Palpação: Expansibilidade diminuída e FT aumentado. 
 Percussão: Macicez ou Submacicez. 
 Ausculta: Respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular, broncofonia ou 
egofonia, pectorilóquia e estertores finos. 
 
ATELECTASIA 
Tem como elemento principal o desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar 
seja ocupado por células ou exsudato. Causas comuns: neoplasias e a presença de corpos estranhos 
que ocluem a luz de brônquios. Se a oclusão se encontrar em um brônquio principal, ocorre 
atelectasia do pulmão inteiro. 
 
Manifestações Clínicas: variam de acordo com o tamanho da área comprometida. Quanto mais 
for esta, mais intensas serão as manifestações representadas por dispnéia, sensação de desconforto 
e tosse seca. A dispnéia é o principal sintoma do enfisema. 
 
Exame físico 
 Inspeção: Retração do hemitórax e tiragem. 
 Palpação: Expansibilidade diminuída e FT diminuído ou abolido. 
 Percussão: Macicez ou submacicez. 
 Ausculta: Respiração broncovesicular e ressonância vocal diminuída. 
 
ENFISEMA PULMONAR 
A hiperaeração que se observa no enfisema pulmonar resulta de alterações anatômicas 
caracterizadas pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, 
acompanhadas de modificações estruturais das paredes alveolares. 
O enfisema compõe um grupo de afecções, genericamente denominada “doença pulmonar 
obstrutiva crônica” (DPOC), que inclui o enfisema propriamente dito, a bronquite crônica, e o 
complexo bronquite-enfisema.O tabagismo é a mais importante causa da doença pulmonar 
obstrutiva crônica. Além das alterações estruturais das paredes alveolares, experimentalmente 
demonstradas, o tabaco tem a capacidade de inibir a atividade fagocitária das células do trato 
respiratório. O tabaco provoca hiperplasia e metaplasia do epitélio brônquico e alterações 
vasculares, com ruptura dos septos alveolares, proliferação fibrótica e espessamento das paredes 
das arteríolas. Condiciona o broncoespasmo, inflama as paredes brônquicas e alveolares, 
hipertrofia as células mucosas, reduz a motilidade ciliar, etc. 
 
Classificação: O enfisema divide-se em: 1.panlobular, 2.perilobular, 3.centrolobular e 4.enfisema 
irregular. 
1. Caracteriza-se pela destruição de todo o lóbulo, acompanhada de fenômenos obstrutivos 
discretos e aumento volumétrico do pulmão. Este tipo de enfisema tem preferência pelas 
bases pulmonares, sendo freqüente nos homens mais idosos. 
2. Localiza-se na periferia do lóbulo e insinua-se através dos septos intra-alveolares 
envolvendo os sacos alveolares, logo abaixo da pleura visceral, de preferência junto à 
goteira vertebral e ao diafragma. Costuma ser responsável pelas bolhas subpleurais de 
enfisema. 
3. As lesões localizam-se no centro do lóbulo, na sua extremidade proximal. Os ductos, os 
sacos alveolares e os alvéolos estão íntegros. As lesões não se distribuem uniformemente, 
havendo áreas de enfisema intercaladas com zonas de parênquima são. As lesões têm 
preferência pelos ápices pulmonares. Processos inflamatórios quase sempre estão 
presentes. É o enfisema dos fumantes. 
4. Os ácinos são irregularmente envolvidos, estando associados a lesões pulmonares 
cicatriciais. 
 
 
Manifestações clínicas: dispnéia que se agrava lentamente. No início a dispnéia aparece devido 
aos granes esforços, mas nas fases avançadas aparece até em repouso. Na fase final surgem as 
manifestações de insuficiência respiratória. 
*Diferenciar dispnéia de origem cardíaca da dispnéia causada pelo enfisema: A dispnéia de 
origem cardíaca é quase sempre agravada pelo decúbito, enquanto o paciente com enfisema 
permanece deitado sem dificuldade respiratória. 
 
Exame físico 
Nas fases iniciais, ao exame físico do tórax, encontram-se apenas redução do murmúrio vesicular 
e expiração prolongada. O enfisematoso geralmente é magro. Pela inspeção, observam-se fácies, 
a postura e a deformação torácica característica do enfisematoso. Ao sentar-se, inclina-se para 
frente e apóia os braços na tentativa de facilitar o funcionamento dos músculos acessórios 
(posição de ancoragem). Em decúbito dorsal, seu tipo respiratório é torácico. 
Expiração prolongada e redução ou ausência do murmúrio vesicular são os dados estetacústicos 
que melhor caracterizam o enfisema. O murmúrio vesicular no enfisema é quase inaudível. Tanto 
o murmúrio vesicular como os roncos e os sibilos podem estar ausentes nas formas graves de 
DPOC. Estertores finos são audíveis durante toda a inspiração. Nos portadores de enfisema 
pulmonar grave, as veias do pescoço distendem-se durante a expiração e se acompanham de pulso 
paradoxal. Na insuficiência cardíaca, a turgência das jugulares mantém-se igual tanto na 
inspiração como na expiração. Nesses casos existe também hepatomegalia e edema de membros 
inferiores a indicar a origem cardíaca da turgência venosa. 
Nos enfisematosos as bulhas cardíacas são hipofonéticas ou inaudíveis, por causa do parênquima 
pulmonar insuflado que se interpõe entre o esterno e o mediastino. O baqueteamento digital, 
muitas vezes presente, fala a favor de hipoxemia associada, embora esta alteração seja mais 
comum nas bronquiectasias, na fibrose cística e no carcinoma broncogênico. 
 
Com a evolução... 
 Inspeção: Expansibilidade diminuída e tórax em tonel nos casos avançados. 
 Palpação: Expansibilidade diminuída, FT diminuído. 
 Percussão: Sonoridade pulmonar normal no início e hipersonoridade à medida que a 
enfermidade se agrava. 
 Ausculta: Murmúrio vesicular diminuído. Fase expiratória prolongada. Ressonância 
vocal diminuída. 
 
CONGESTÃO PULMONAR 
Causas: insuficiência ventricular esquerda e estenose mitral. 
 
Fisiopatologia: O líquido se acumula no interstício causando dispnéia de esforço, dispnéia de 
decúbito e dispnéia paroxística noturna, além de tosse seca e, às vezes, chieira. 
 
Exame físico 
 Inspeção: Expansibilidade diminuída ou normal. 
 Palpação: Expansibilidade e FT normal ou aumentado. 
 Percussão: Submacicez nas bases pulmonares. 
 Ausculta: Estertores finos nas bases pulmonares. Ressonância vocal normal. 
 
ESCAVAÇÃO DA CAVERNA PULMONAR 
São conseqüência de eliminação de parênquima em uma área que sofreu necrobiose. Isto pode 
ocorrer nos abscessos, neoplasias, micoses, mas a causa principal ainda é a tuberculose. 
 
Manifestações clínicas: São muito variáveis, com o predomínio de tosse seca e vômica. 
 
Exame físico 
 Inspeção: Expansibilidade diminuída na região afetada. 
 Palpação: Expansibilidade diminuída e FT aumentado (se houver secreção). 
 Percussão: Sonoridade normal ou som timpânico. 
 Ausculta: Respiração broncovesicular ou brônquica no lugar do murmúrio vesicular, 
ressonância vocal aumentada ou pectorilóquia. 
 
SÍNDROMES PLEURAIS 
Compreendem as pleurites, os derrames pleurais e o pneumotórax. 
 
PLEURITES 
Trata-se da inflamação dos folhetos pleurais, podem ocorrer em várias entidades clínicas, 
destacando-se a tuberculose, as pneumonias, a moléstia reumática e outras colagenoses, viroses e 
as neoplasias da pleura e do pulmão. 
Pode ser aguda ou crônica, sem derrame (pleurite seca) ou com derrame. 
 
Pleurite Seca Aguda 
Manifestações clínicas: dor localizada em um dos hemitórax, com características de dor pleurítica. 
Tosse, dispnéia, febre, etc. 
 
Exame físico 
 Inspeção: Expansibilidade diminuída. 
 Palpação: Expansibilidade e FT diminuídos. 
 Percussão: Sonoridade normal ou submacicez. 
 Ausculta: Atrito pleural (*principal dado semiológico). 
 
Pleurite Crônica 
Com o espessamento dos folhetos pleurais, a dor não é tão acentuada como na pleurite aguda, 
podendo ter caráter surdo ou inexistir. 
Manifestações clínicas: dispnéia aos grandes esforços. 
 
Exame físico 
 Inspeção: Retração torácica e expansibilidade diminuída. 
 Palpação: Expansibilidade e FT diminuídos. 
 Percussão: Submacicez ou macicez. 
 Ausculta: Murmúrio vesicular diminuído. Ressonância vocal (RV) diminuída. 
 
A síndrome pleural crônica é semelhante à síndrome pulmonar atelectásica do ponto de vista do 
exame físico do tórax. Podem ser diferenciadas através de uma radiografia simples. 
 
DERRAMES PLEURAIS 
Observado em: pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e insuficiência 
cardíaca. 
 
Manifestações clínicas: Pode haver dor sem as características de dor pleurítica, tosse seca e 
dispnéia cuja intensidade depende do volume do líquido acumulado. 
Exame físico 
 Inspeção: Expansibilidade diminuída. 
 Palpação: Expansibilidade diminuída e FT abolido na área do derrame e aumentado na 
área do pulmão em contato com líquido pleural. 
 Percussão: Macicez. 
 Ausculta: Murmúrio vesicular abolido na área do derrame, egofonia e estertores finos na 
área do pulmão em contato com o líquido pleural na parte mais alta do derrame. 
 
EXAME DO LÍQUIDO PLEURAL 
O derrame pleural é uma coleção anormal de líquido no espaço pleural. A sua retirada é indicada 
tanto como procedimento diagnóstico, como terapêutico (punção de alívio). O líquido pleural na 
maioria dos derrames é inodoro. 
Para se realizar uma punção pleural o paciente deve estar semi-sentado, apoiado sobreo lado são, 
com o braço correspondente ao derrame afastado do tórax em posição cômoda. Antes de proceder 
à toracocentese o médico delimita pela percussão a área de macicez, tendo diante dele a 
radiografia do tórax de frente e perfil feita naquele dia ou de véspera. O líquido deverá se aspirado 
lentamente na máxima quantidade possível. A taxa de glicose no líquido deve ser verificada 
rotineiramente. Índice baixo de glicose só é encontrado na doença reumatóide e no lúpus 
eritematoso. 
 
PNEUMOTÓRAX 
Há acúmulo de ar no espaço pleural, que penetra através de lesão traumática, ruptura de bolha 
subpleural, ou em certas afecções pulmonares (pneumonia, neoplasias) que põem em 
comunicação um ducto com espaço pleural. 
 
Manifestações clínicas: dor no hemitórax comprometido, tosse seca e dispnéia. A intensidade da 
dispnéia depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que podem acompanhar o 
pneumotórax. 
 
Exame físico 
 Inspeção: Normal ou abaulamento dos espaços intercostais quando a quantidade de ar é 
grande. 
 Palpação: Expansibilidade e FT diminuídos. 
 Percussão: Hipersonoridade ou som timpânico, sendo este o dado que mais chama a 
atenção. 
 Ausculta: Murmúrio vesicular diminuído. RV diminuída. 
 
PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO 
Pacientes acometidos: maioria do sexo masculino, tipo longilíneo e fumantes. É mais comum 
à direita. Quando isso ocorre, costuma ser homolateral. 
É também chamado de pneumotórax simples, idiopático ou primário. Costuma atingir 
indivíduos em plena saúde, tanto após esforço físico, como em repouso ou até durante o sono. 
Ocorre pela ruptura de pequenas veiculas que fazem saliência na superfície da pleura visceral. 
Essas vesículas, através de um mecanismo valvular, vão aumentando progressivamente seu 
volume e pressão até se romperem, provocando pneumotórax. Quase sempre a doença 
manifesta-se de maneira súbita, surgindo dispnéia dor e tosse. Os dados obtidos no exame 
físico dependem do tipo de pneumotórax, ou seja, parcial, total, hipertensivo, hipotensivo ou 
valvular. À inspeção e à palpação observa-se que o hemitórax comprometido está imóvel ou 
com mobilidade reduzida e na maioria dos casos o murmúrio vesicular está reduzido ou 
ausente. 
 
(Porto, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 2ª ed. Ed. Guanabara Koogan. Pg. 276, 277, 278, 279, 
299, 303.) 
 
TUBERCULOSE 
A infecção tuberculosa processa-se quase sempre pela inalação de bactérias expelidas pelos 
pacientes quando falam, tossem ou espirram. A via de contágio também pode ser através do leite 
digerido, proveniente de vacas tuberculosas. As lesões iniciais são sempre exsudativas. É 
característica da doença produzir um tipo especial de necrose de coagulação, chamada 
caseificação. Não é rara a descoberta da doença quando ela se acompanha de um “quadro gripal” 
cuja evolução prolongada exija uma radiografia do tórax. Estão presentes nestes casos os sintomas 
habituais de uma infecção respiratória: tosse produtiva, dor torácica e febre. Na grande maioria 
dos pacientes com tuberculose inicial nada se encontra de anormal no exame físico do tórax. As 
formas mais comuns da tuberculose no adulto são: infiltrado infraclavicular escavado, pneumonia 
lobar, disseminação hematogênica localizada no ápice, tuberculoma, derrame pleural, etc. 
Exame bacteriológico – exame do escarro: só a demonstração do bacilo de Koch confirma o 
diagnóstico de tuberculose. A pesquisa do bacilo pode ser feita diretamente no material 
expectorado pelo paciente ou após coleta broncoscópica. 
(Porto, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 2ª ed. Ed. Guanabara Koogan. Pg.321, 322, 323) 
 
PNEUMONIAS 
Nos indivíduos normais, a árvore brônquica, abaixo da Carina, é isenta de germes, tal não 
ocorrendo nas vias respiratórias superiores. Os agentes agressores podem atingir o pulmão por 
via hematogênica ou inalatória. Partículas, quando inaladas, são removidas pelo tapete mucociliar 
que recobre a superfície brônquica. Os elementos estranhos são removidos para a parte alta do 
aparelho respiratório, de onde são eliminados pela tosse ou por deglutição. O que chegar aos 
recessos alveolares, é englobado pelos macrófagos, responsáveis pelo mecanismo fagocitário. 
Conceito 
 Inflamação aguda do parênquima pulmonar de qualquer natureza. Nas pneumonias 
lobares, o processo se inicia por uma alveolite que se propaga aos alvéolos vizinhos, atingindo os 
segmentos correspondentes e finalmente o lobo. Nas broncopnemonias a infecção inicial é 
predominantemente brônquica, lesando várias áreas do pulmão, de que resulta o aparecimento de 
infiltrados irregulares intercalados por zonas de parênquima são. O termo pneumonite é usado 
atualmente para definir a presença de lesões inflamatórias intersticiais, observadas nas viroses e 
nas colagenoses. Pneumonite serviria também para designar as imagens de consolidação por 
agente não determinado. 
Pneumonias primárias: as que atingem primitivamente o pulmão como doença autônoma. 
Pneumonias secundárias: surgem na vigência de outra enfermidade preexistente, pulmonar ou 
não. 
Pneumonias bacterianas 
Desde o primeiro contato com o paciente deve-se solicitar o exame bacteriológico do 
escarro, na tentativa de averiguar se o agente responsável é uma bactéria gram-positiva ou gram-
negativa. No mesmo material deve-se fazer a pesquisa de BAAR, pelo método Ziehl-Nielsen, a 
fim de que se possa afastar desde logo a etiologia tuberculosa. Pneumonias muitas vezes 
mascaram um carcinoma brônquico. Há pneumonias que assumem aspecto radiológico de tumor, 
sugerindo erroneamente o diagnóstico de lesão maligna. 
O refluxo gástrico favorece as pneumonias aspirativas que, nos idosos, não é difícil de se 
encontrar. Condições locais como estenose brônquica, broquiectasias e presença de corpo 
estranho ou condições gerais como AIDS, doenças sistêmicas, etc, podem contribuir para uma 
evolução inteiramente anômala de uma pneumonia. 
Entre as pneumonias bacterianas, as causadas por pneumococo são as mais freqüentes. 
Geralmente é de início súbito e acomete indivíduos em plena saúde ou no decurso de estados 
gripais prolongados. O hemograma na maioria dos casos revela leucocitose com neutrofilia. O 
pneumococo nem sempre está presente em abundância no escarro, como acontece com o bacilo 
de Koch na tuberculose pulmonar. Por isso, sua ausência no material expectorado NÃO exclui a 
etiologia pneumocóccica. 
As complicações das pneumonias pneumocócicas são incomuns, destacando-se pericardite, 
abscesso pulmonar, atelectasia, endocardite, meningite, artrite e nefrite. 
Manifestações clínicas: calafrios, tosse, dor torácica em forma de pontada, febre alta, cefaléia, 
dores musculares principalmente nas panturrilhas e astenia. A tosse inicialmente é seca, depois 
torna-se produtiva, com eliminação de catarro mucossanguinolento. A dor obriga o paciente a 
respirar de modo superficial. A dor das lesões próximas ao diafragma pode refletir-se no pescoço, 
no ombro e na axila. Não é raro, sobretudo em crianças, essa localização simular abdome agudo. 
Na fase resolutiva a expectoração torna-se abundante e de caráter purulento. Poucos dias depois 
reaparecem os estertores finos concomitantemente com o aparecimento de roncos e sibilos. 
Exame físico 
 Inspeção: Redução da mobilidade do hemitórax comprometido. 
 Palpação: FT aumentado na zona de condensação. 
 Percussão: As áreas de condensação encontram-se maciças. 
 Ausculta: Estertores finos audíveis desde o início da doença, seguido pelo 
desaparecimento dos mesmos para o surgimento da respiração brônquica. 
 
 
Pneumonias Viróticas e Viroses respiratórias 
É difícil avaliar pela clínica o grupo a que o vírus pertence, uma vez que o mesmo víruspode 
provocar as mais diversas síndromes. O vírus da gripe, por exemplo, produz tanto coriza e 
traqueobronquite como pneumonia. O isolamento do vírus pode ser feito em secreções 
nasofaríngeas ou brônquicas, após lavagem com soro fisiológico. 
Nas pneumonias por vírus, as queixas têm caráter mais geral, destacando-se cefaléia, astenia e 
mialgia, enquanto nas bacterianas os sintomas estão mais relacionados aos pulmões. A tosse é 
produtiva nas pneumonias bacterianas enquanto nas viróticas costuma ser seca. Nas pneumonias 
virais a expectoração costuma ser mínima, com secreção com aspecto mucoso. A dor torácica nas 
pneumonias bacterianas é precoce e em pontada em um dos hemitórax. Nas viróticas, é mais uma 
sensação de desconforto retroesternal do que propriamente dor. Bradisfigmia com temperatura 
elevada é frequente nas viróticas e também a presença de petéquias no véu palatino e 
conjuntivites, enquanto o herpes labial é comum nas bacterianas. O derrame pleural é raro nas 
viróticas e comum nas bacterianas, sendo este volumoso e às vezes purulento. 
RESFRIADO COMUM 
Os rinovírus são os principais causadores dos resfriados comuns. 
Manifestações clínicas: clínicas: rinorréia e obstrução nasal. Transmite-se por contágio direto. 
GRIPE 
A gripe ou Influenza é uma virose aguda que se manifesta com febre alta, calafrios, prostração, 
dor nas pernas, dor ocular retrobulbar, cefaléia, tosse seca, rinite, congestão nasal e conjuntivite. 
Seu início pode ser gradativo, simulando um resfriado comum. A ocorrência de pequenas 
hemoptises deve-se à infecção bacteriana associada. 
Exame físico 
Pode-se encontrar: esterotores, roncos e sibilos. Ao atingir o parênquima pulmonar, o vírus invade 
predominantemente o tecido intersticial, podendo haver comprometimento de apenas um 
segmento ou de um lobo inteiro com certa preferência pelos lobos inferiores. 
 (Porto, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 2ª ed. Ed. Guanabara Koogan. Pg.312, 313, 314) 
 
DOENÇAS DAS VIAS AÉREAS 
Uma das principais funções das vias aéreas é a defesa mecânica dos pulmões. O exame físico 
pode revelar o comprometimento das vias aéreas superiores através do aspecto da mucosa nasal, 
da presença de secreções fluindo do meato médio, e ainda constatar o gotejamento nasal superior. 
Nas doenças das vias aéreas inferiores, a ausculta costuma ser o exame mais importante ao revelar 
crepitações e sibilos. Afinal, os ruídos adventícios são justamente originários de mecanismos 
atuantes nas vias aéreas. Os sibilos predominam na asma, mas podem ocorrer sempre que existir 
vibrações de paredes brônquicas trazidas ao ponto de oclusão, como nas bronquites, DPOC, e 
outras doenças obstrutivas. A presença de hipocratismo digital associado às doenças das vias 
aéreas, acompanha principalmente as bronquiectasias e o câncer de pulmão. 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) 
Acontece após um ataque crônico e agressivo das pequenas vias aéreas e do parênquima 
pulmonar. Quase sempre o agente agressor é a fumaça do cigarro. A presença de oxidantes 
promove o recrutamento e a ativação das células inflamatórias, especialmente os neutrófilos e 
macrófagos, as principais células efetoras da inflamação crônica na DPOC. A maioria das células 
do organismo possuem um sistema antioxidante natural. DPOC é o resultado de um desequilíbrio 
entre os fatores de agressão e os fatores de proteção. A patologia da DPOC é a bronquiolite crônica 
obstrutiva e a destruição alveolar que a caracteriza – bronquite crônica e enfisema pulmonar. 
CONCEITUAÇÃO ATUAL DA DPOC 
É a presença de obstrução crônica e irreversível de fluxo aéreo. Uma pessoa fumante, com tosse 
crônica produtiva, sem sinais clínicos ou espirométricos de obstrução crônica de fluxo aéreo, não 
tem DPOC. Neste caso, o diagnóstico é de bronquite crônica não obstrutiva. Trata-se portanto, da 
síndrome hipersecretora. Asma crônica, mesmo grave, não é DPOC. Portanto a DPOC é um grupo 
restrito que inclui bronquite crônica e enfisema pulmonar, causando obstrução crônica de fluxo 
aéreo. 
QUADRO CLÍNICO DA DPOC 
Inclui dispnéia crônica e os sinais físicos de obstrução crônica de fluxo aéreo. A dispnéia é 
geralmente fixa, há presença de hipersecreção de muco, sendo freqüentes quadros de tosse crônica 
produtiva e a presença de crepitações protoinspiratórias nas regiões basais, características da 
bronquite crônica. 
 
 
Sinais físicos de Obstrução Crônica de Fluxo Aéreo 
 Tórax globoso, movimento paradoxal do tórax inferior, uso da musculatura inspiratória 
acessória, expiração ativa e prolongada, sons respiratórios reduzidos. 
CONSOLIDAÇÃO PULMONAR 
Significa a substituição do ar dentro dos alvéolos por um produto patológico. Os espaços aéreos 
podem ser preenchidos por transudato, exsudato, sangue, células inflamatórias ou neoplásicas. 
Destacam-se, entre os exemplos de consolidação, o edema e a hemorragia pulmonar, os 
carcinomas, as pneumonias, etc. Quando os espaços aéreos tornam-se preenchidos por células de 
maneira compacta, a ponto de transformar a estrutura anatômica do pulmão para a de um órgão 
sólido, como o fígado, pode-se configurar a síndrome clínica de consolidação. Na maioria das 
vezes a síndrome clínica acontece nas pneumonias infecciosas. Muitas vezes o diagnóstico é 
principalmente radiológico. 
É a única situação em que o FT encontra-se aumentado. Frequentemente o diagnóstico acontece 
quando a inflamação já se estendeu para a parede das pequenas vias aéreas, quando então 
predominam as crepitações agudas teleinspiratórias. 
Exame físico 
Principais achados: som bronquial e crepitações agudas teleinspiratórias. A preservação do 
volume pulmonar é fundamental. Durante a inspeção, o tórax simétrico indica que o volume 
pulmonar está preservado, tendo ocorrido apenas substituição do ar por outro fluido. Se existir 
retração do hemitórax comprometido, ou seja, uma perda de volume pulmonar, significa que não 
é mais uma consolidação pura. 
Principais sinais clínicos: som bronquial, pectorilóquia afônica, crepitações teleinspiratórias, 
tórax simétrico, expansibilidade reduzida, macicez, FT aumentado e broncofonia. 
ATELECTASIA 
Significa uma perda de volume pulmonar. O ar dos espaços aéreos é simplesmente retirado sem 
haver substituição alguma. Pode ser total ou parcial de um segmento, de um ou mais lobos 
pulmonares, ou de todo um pulmão. Existem microatelectasias comuns após cirurgias do abdome 
superior em decorrência da hipomobilidade reflexa do diafragma. São provocadas por perda de 
surfactante e não são decorrentes de obstrução crônica. 
A atelectasia de um segmento, de um lobo ou de todo o pulmão são geralmente obstrutivas. A 
obstrução brônquica irá provocar o desaparecimento do parênquima pulmonar correspondente. 
Atelectasia Obstrutiva Central (de um brônquio lobar ou principal) 
Resulta em atelectasia lobar pulmonar total. Os sons respiratórios abolidos e a retração do 
hemitórax comprometido são os dois sinais físicos mais importantes que demonstram a 
interrupção da ventilação e a perda de volume pulmonar. O desvio inspiratório da traquéia e do 
impulso cardíaco apical para o lado comprometido mostram o desvio das estruturas mediastinais 
para compensar essa perda de volume. 
Atelectasia Obstrutiva Periférica 
A síndrome clínica se baseia nos sinais de perda de volume pulmonar, com retração do hemitórax 
comprometido, associados ao som bronquial e a crepitações graves. O som bronquial demonstra 
que os brônquios estão permeáveis e que os espaços aéreos estão desarejados, sem a capacidade 
de filtro e absorção dos sons produzidos nas vias aéreas. 
O parênquima pulmonar adquire uma estrutura sólida, uma mistura de atelectasia e condensação 
devida à obstrução dos bronquíolosperiféricos. O fechamento e a reabertura de brônquios 
originam as crepitações. 
Principais sinais clínicos: retração do hemitórax, expansibilidade reduzida, sons inspiratórios 
reduzidos ou abolidos, desvio da traquéia para o lado doente e FT reduzido ou ausente. 
 
 
Atelectasia Não-Obstrutiva ou Fibroatelectasia 
São secundárias a processos granulomatosos crônicos como a tuberculose, que curam por fibrose, 
e também às pneumonias actínicas decorrentes de irradiação pós-radioterapia. 
DOENÇAS DA PLEURA 
A dor torácica tipo pleural é a manifestação clínica própria da pleura parietal. O acúmulo de 
líquido na cavidade pleural pode ocorrer por aumento na sua formação ou diminuição da 
reabsorção linfática. 
Do ponto de vista clínico, os derrames pleurais estão divididos em: transudatos e exsudatos. Os 
transudatos ocorrem nas patologias em que há aumento na pressão hidrostática ou diminuição da 
pressão oncótica do sangue. Causas de transudatos: Insuficiência cardíaca congestiva, cirrose e 
síndrome nefrótica.São causas extrapleurais. Quase sempre o derrame é bilateral. Na cirrose 
hepática, o derrame está associado à ascite. O derrame acontece pela passagem de líquido da 
cavidade abdominal através dos defeitos do diafragma. Na maioria das vezes o derrame é à direita. 
Os exsudatos ocorrem em condições em que exista permeabilidade capilar exagerada ou 
obstrução linfática. Causas mais freqüentes: infecções pulmonares, como tuberculose e 
pneumonias, neoplasias metastásicas e embolia pulmonar. 
SINDROME DE DERRAME PLEURAL 
A presença de dor tipo pleural, febre ou atrito pleural chama a atenção para a natureza inflamatória 
de um derrame. A dispnéia é proporcional ao volume de líquido na cavidade. Dispnéia acompanha 
geralmente os derrames volumosos que caracterizam os derrames pleurais neoplásicos malignos. 
A presença de expectoração purulenta ou hemoptise associada ao derrame pleural é sugestiva de 
acometimento das vias aéreas ou do parênquima pulmonar. 
Nos derrames de pequeno volume, e não dolorosos, o exame físico pode ser absolutamente 
normal. Nos casos de derrames inflamatórios, até mesmo de pequeno volume, o atrito pleural à 
ausculta e a imobilidade do hemitórax comprometido são as duas alterações que podem dar o 
diagnóstico clínico nesses derrames pequenos. 
A partir de certo volume, o exame físico torna-se bastante sujestivo. A inspeção pode mostrar o 
hemitórax acometido mais abaulado e de expansibilidade reduzida. A percussão mostra som 
maciço e se presta para delimitar o derrame. Os sons respiratórios e o FT tornam-se abolidos. 
 
PLEURITE SECA 
As pleurites inflamatórias podem não se acompanhar de derrame pleural ou então antecederem a 
formação do líquido. A presença do atrito pleural, às vezes também palpável, é o sinal 
semiológico mais importante. A dor torácica é geralmente sugestiva e, quase sempre, corresponde 
exatamente ao local onde se ausculta o atrito. Não raramente, o paciente refere, quando respira, a 
sensação de “algo raspando” ou uma “ronqueira” localizada. 
SÍNDROME DE PNEUMOTÓRAX 
Em vez de líquido, a barreira que se cria é de ar na cavidade pleural. A única diferença com o 
derrame pleural será a percussão, que ao invés de maciço, mostrará timpanismo ou 
hipertimpanismo. 
Manifestações clínicas de um pneumotórax espontâneo: Dor pleural súbita, sensação de opressão 
retroesternal e/ou dispnéia. Em geral trata-se de pessoa jovem, quase sempre do sexo masculino. 
O rompimento de pequenas bolhas subpleurais, estabelecendo uma comunicação entre alvéolos e 
pleura, é a causa do pneumotórax espontâneo primário. A presença de pneumopatia prévia 
predispõe ao pneumotórax espontâneo secundário. As patologias pulmonares mais freqüentes 
envolvidas são doenças que levam à obstrução ccrônica do fluxo aéreo, tais como: DPOC, asma, 
tuberculose pulmonar, pneumonias necrosantes, fibroses, etc. O pneumotórax ainda pode ser 
traumático como após procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Nesses casos é bem maior a 
possibilidade de ocorrer insuficiência pulmonar aguda. 
O pneumotórax hipertensivo ocorre ao se criar um mecanismo valvular único, Trata-se de uma 
emergência médica. A maioria dos casos é traumática, ou associada à ventilação artificial, ou após 
manobras de ressuscitação cardiopulmonar. O diagnóstico é clínico. Se não diagnosticado e 
tratado em tempo, resulta em morte devida à hipóxia grave que se estabelece, em decorrência do 
desvio, no pulmão colapsado. 
No exame físico, nota-se hemitórax abaulado, com desvio da traquéia para o lado oposto, intensa 
dispnéia, cianose e taquicardia. 
 
 
 
 
 
(López, Mario. Semiologia Médica, as bases do diagnóstico clínico. 5ª ed. Ed. Revinter. Pág 580 
– 586)

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