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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Partido político Sigma, Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrito no CNPJ sob o nº “...”, registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o nº “...”, por deliberação de seu diretório nacional, vem, por seu advogado que esta subscreve, conforme procuração anexa, com escritório no endereço “...”, o qual informa para fins do art. 77, V, do CPC, propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, com fundamento no art. 102, I, a da CRFB/88 e Lei nº 9868/99, em face da Assembleia Legislativa do Estado Alfa e do Governador do mesmo, tendo por objeto a lei X.
I) DA LEGITIMIDADE ATIVA
O partido político Sigma possui legitimidade para propor a presente ação, visto que está com o seu estatuto devidamente registrado junto ao TSE, bem como por possuir representação no Congresso Nacional, conforme dita o art. 103, VIII, da CRFB e art. 2º, VIII, da Lei nº 9868/99. Por ser considerado legitimado universal não há necessidade de comprovação da pertinência temática, tendo em vista a sua importância no cenário nacional e defesa democrática.
II) DA COMPETÊNCIA DO STF
A competência do STF para o processamento da ADI está expressa no art. 102, I, a, da CRFB, já que, por ser o guardião da Constituição Federal, quando se há o questionamento in abstrato de norma federal ou estadual, como no caso em epígrafe, a respeito de incompatibilidade com a Lei Maior caberá ao Supremo decidir pela constitucionalidade ou não daquela lei.
III) DO OBJETO DA ADI
A Assembleia Legislativa do Estado Alfa aprovou e o Governador do Estado sancionou a Lei X, a qual, com o objetivo de realizar minirreforma política, direcionada as eleições seguintes para os cargos de Deputado Estadual de Alfa.
A referida lei possui quatro dispositivos. O art. 1º dita que não será permitido o registro de candidatura de qualquer pessoa com antecedentes criminais; o art. 2º afasta a possibilidade de campanha eleitoral no rádio e na televisão para os partidos políticos que abrigassem em seus quadros pessoas com antecedentes criminais; o art. 3º dispunha sobre as distintas formas de exercício da cidadania no território do respectivo Estado. Por fim, o art. 4º dispunha que sua entrada em vigor seria imediata, aplicando-se as eleições que se realizarão três meses após.
IV) DA INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL DA LEI X
A Lei X, objeto da presente ação traz em seu bojo disposições relacionadas ao Direito Eleitoral para aplicação no Estado Alfa. Contudo, segundo o art. 22, I, da CRFB é da competência privativa da União legislar sobre tal temática. A competência que poderia ser delegada aos Estados, por meio de lei complementar, sobre tal matéria seria para legislar sobre questões específicas.
Portanto, resta claro que a norma possui vício de inconstitucionalidade formal subjetivo, por ter sido editada por autoridades legislativas que não detinham competência para legislar sobre o assunto.
V) DA INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DA LEI X
A Lei X encontra-se em total incompatibilidade com a Constituição Federal brasileira, a seguir se tecerão os fundamentos de inconstitucionalidade material da lei com a análise dos seus quatro dispositivos.
O art. 1º da lei X ao não permitir que se candidate pessoas com antecedentes criminais estaria violando o princípio da dignidade humana, previsto no art. 1º, III, da CRFB/88, bem como o direito a isonomia previsto no art. 5º, caput, da CRFB/88 por estar a lei prevendo discriminação arbitrária entre cidadãos. Viola, ainda, o art. 5º, XLVII, b, CRFB/88 que veda penas de caráter perpétuo, ou seja, os efeitos penais dos atos cometidos por um sujeito sofrem limite temporal que está estabelecida em lei. Tal artigo viola também os direitos políticos passivos dos cidadãos do Estado Alfa, que é o direito de ser votado, que sofre limitações de ordem constitucional com a previsão das condições de elegibilidade, no art. 14, § 3º, da CRFB/88 e as inelegibilidades no art. 14, §§ 4º e 7º, da CRFB/88. Por fim, tal disposição vai de encontro com o que determina o art. 14, § 9º, da CRFB/88, a qual expressa que outras hipóteses de inelegibilidades podem ser criadas por meio de lei complementar e, dita também que haverá previsão de cessação com os referidos prazos, ou seja, não pode ser a inelegibilidade criada sem limites temporais. Referido parágrafo é regulamentado pela LC nº 64/90, que, em seu art. 1º, prevê outras hipóteses de inelegibilidade, todas com prazo.
O art. 2º da lei X viola uma série de direitos fundamentais, assim como o art. 1º. Entretanto, o citado art. 2º traz um limite de acesso a campanha dos partidos políticos no rádio e na televisão, o que contraria a Constituição Federal. A Emenda Constitucional nº 97/2017 alterou a CRFB/88 no seu art. 17, § 3º para limitar o acesso ao rádio e a televisão para campanha de partidos políticos, porém, baseada em fundamentos de representatividade daqueles partidos, levando em conta o número de candidatos eleitos/votos recebidos e sendo apenas no que tange o acesso gratuito. O art. 2º da lei X proíbe, em ambos os casos, tanto pago, quanto gratuito, violando o regime democrático e o pluripartidarismo, conforme art. 17, caput, da CRFB/88 e, por ter base discriminatória, no sentido de impedir que todos tenham o direito de se alistarem, fora das restrições constitucionais.
O art. 3º da lei X estabelece “formas distintas de exercício da cidadania” no Estado Alfa, porém, a cidadania, segundo preceitos constitucionais, é exercida de modo igual em todo o território nacional, não sendo permitida tal diferenciação, de acordo com o art. 19, III, da CRFB/88. Conforme, ainda, art. 14, caput, da CRFB/88 a soberania popular tem igualdade de valor para todos.
O art. 4º da lei X contraria o princípio da anterioridade em matéria eleitoral, previsto no art. 16, da CRFB/88, já que lei que altera o processo eleitoral só se aplica a eleição que venha a ocorrer um ano após sua vigência.
VI) DA MEDIDA LIMINAR
A tutela liminar na ADI encontra guarida nos arts. 10 a 12, da lei nº 9.868/99 e tem o condão de suspender a aplicabilidade da lei durante a tramitação do processo.
A probabilidade do direito é clara, tendo em vista os inúmeros argumentos utilizados que evidenciam a inconstitucionalidade da lei X.
VII) PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) Seja acolhido o pedido de tutela liminar, suspendendo a aplicação da lei e, ao final, seja julgada procedente a presente ação com a declaração de inconstitucionalidade da lei X;
b) Sejam juntados ao processo os documentos em anexo, conforme art. 3º, parágrafo único, da lei nº 9.868/99;
c) Sejam notificados a Assembleia Legislativa do Estado Alfa e o Governador do mesmo para prestarem informações, segundo art. 6º, da lei nº 9.868/99, no prazo de 30 dias;
d) Sejam ouvidos o Advogado Geral da União e o Procurador Geral da República, de acordo com o art. 8º, da lei nº 9.868/99 e art. 103, §§ 1º e 3º, da CRFB/88, no prazo de 15 dias.
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
LOCAL/DATA
ADVOGADO/OAB

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