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Oral LIII MPMG - Respostas

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PROVA ORAL� – MP/MG LIII CONCURSO – 2013
Parte 1 – Thiago Ferraz
DIREITO ADMINISTRATIVO
Em relação ao sistema adm. O que é um sistema administrativo?� 
R: Por sistema administrativo, ou sistema de controle jurisdicional da Administração, como se diz modernamente, entende-se o regime adotado pelo Estado para a correção dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público em qualquer dos seus departamentos de governo. Existem dois sistemas: a) O sistema francês ou sistema do contencioso administrativo é aquele em que o controle do ato praticado pela Administração Pública será realizado pela própria Administração. Há, nesse sistema, tribunais de índole administrativa, os quais formam a chamada jurisdição especial do contencioso administrativo, motivo pelo qual é comum falar-se em dualidade de jurisdição no contencioso administrativo – jurisdição administrativa (composta pelos tribunais de natureza administrativa) e jurisdição comum (formada por órgãos do Poder Judiciário); b) O sistema inglês ou sistema de jurisdição única ou sistema judiciário, por sua vez, é aquele em que todos os litígios – administrativos ou de interesses exclusivamente privados – são resolvidos de forma definitiva pelo Poder Judiciário. Importante esclarecer que a adoção desse sistema não implica a proibição da solução de litígios em âmbito administrativo. O que se garante é que qualquer questão, de qualquer natureza, mesmo que já tenha sido iniciada ou concluída em outra esfera, pode ser levada à apreciação do Judiciário sem restrições, eis que ele é o único Poder competente para dizer o direito de forma definitiva, com força da chamada coisa julgada.
Desde quando o Brasil adota o sistema inglês de jurisdição única ? Qual é a finalidade desta jurisdição única? Há algo na CR que identifica que a jurisdição é una? 
R: A partir da instauração da República, em 1891, o Brasil adotou o sistema administrativo da jurisdição única. O controle administrativo realizado pela Justiça Comum. As demais Constituições advindas no século XX ( 1934, 1937, 1946, 1967 e 1969) não admitiram a existência de uma Justiça administrativa. Somente a partir de 1977 (EC Nº 7/77) foi prevista como possível a criação de dois contenciosos administrativos. Estes porém, não se concretizaram. A partir da Carta Magna de 1988, tal possibilidade não foi mantida e o Brasil seguiu a sua tradição de adoção do sistema da jurisdição única. (RIVERO, Jean. Direito Administrativo, Coimbra: Almedina, 1981, Pp. 25-42). O inciso XXXV do art. 5º da Lei Maior - princípio da inafastabilidade da jurisdição - evidencia que o Brasil adotou o sistema administrativo de jurisdição única. 
Processo administrativo de função atípica é condição sine qua non para propor a ação no judiciário? (Ver causas desportivas)
R: Via de regra, não se admite a jurisdição condicionada, ou seja, que exija o esgotamento administrativo para a instauração do processo jurisdiscional. Contudo, no âmbito da Justiça Desportiva (art. 217, § 1.º, CF) é necessário esgotar tal via.
Defina o que são serviços públicos e o que o senhor pode falar sobre o assunto? (Não esqueça de diferenciar de outorga e delegação)
R: Serviço público é uma função administrativa e material, prestada pelos órgãos da Administração direta do Estado ou por suas entidades da Administração indireta, ou, ainda, por empresas privadas que atuam por delegação do estado (concessionárias, permissionárias e autorizatárias), sujeita a regime total ou parcialmente público. O serviço pode ser prestado de forma direta ou indireta. Neste caso, ocorre: a) serviço outorgado: aquele prestado por entidade da Administração indireta, de natureza pública ou privada. O Estado transfere por lei a titularidade e a prestação do serviço; b) serviço delegado: prestado por empresas concessionárias, permissionárias e autorizatárias. O Estado transfere por contrato ou ato apenas a prestação do serviço público.
Qual a diferença entre a desconcentração e descentralização.
R: A atividade administrativa pode ser prestada de duas formas: a) centralizada: o serviço é prestado pela Administração direta; b) descentralizada: a prestação é deslocada para outras pessoas jurídicas. Assim, descentralização consiste na Administração Pública deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço público para a Administração Indireta ou para o particular (não haverá hierarquia, apenas controle). Por outro lado, a desconcentração é a distribuição do serviço dentro da mesma pessoa jurídica, no mesmo núcleo, razão pela qual será uma transferência com hierarquia (a distribuição é interna).
Quais são as modalidades dos serviços públicos? 
R: São modalidades: a) centralização: é a prestação de serviços diretamente pela pessoa política prevista constitucionalmente, sem delegação a terceiros. O Estado atua diretamente por meio de seus órgãos; b) descentralização: é a transferência de execução do serviço ou da titularidade para outra pessoa, de direito público ou privado. A descentralização, mesmo que seja para entes particulares, não retira o caráter público do serviço, apenas transfere a execução.
 
Dentre as formas de outorga e delegação temos a concessão, autorização e delegação. Faça um paralelo entre concessão e permissão. 
R: Concessão comum é contrato administrativo de concessão de serviços públicos ou de obras públicas, por meio do qual a Administração Pública delega, por prazo determinado, a prestação de serviços públicos, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para o seu desempenho, por sua conta e risco, mediante remuneração paga, em regra e sob a forma de tarifa, pelo usuário.
Permissão é um contrato, formalizado como contrato de adesão, através do qual a Administração delega, a título precário e revogável, e mediante licitação, a prestação de serviços públicos à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
( Autorização é ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual a Administração Pública faculta ao terceiro interessado a prestação de serviços públicos.
Com relação a autorização legislativa o que o senhor pode me dizer de ambas? 
R: Pergunta ininteligível.
Fale da formalização da permissão. A permissão tem alguma peculiaridade quanto ao prazo? 
R: Há divergência quanto à natureza jurídica. O art. 175, I, da CF e o art. 40, da Lei 8.987/95 atribuem natureza contratual à permissão, mas a doutrina majoritária afirma tratar-se de ato unilateral (principal diferença com a concessão). O mencionado art. 40 afirma que a formalização ocorre por contrato de adesão. Isso porque a precariedade encontra-se na própria origem do ato de outorga. A Administração, ao expedir o ato, já o faz sem prazo estabelecido e, por isso, pode ser retirado a todo momento, sem qualquer direito a reparação.
( Ressalva-se a possibilidade de delegação de permissões com prazo determinado ou com condicionamentos à faculdade de revogação (Hely denomina permissão condicionada ou qualificada).
Com relação a quem pode contratar por concessão e permissão. Pode ser pessoa física e jurídica? 
Concessão: a legislação brasileira determina que o status de concessionária não pode ser atribuído a pessoa física, mas tão-somente a pessoa jurídica ou consórcio de empresas.
Permissão: pode beneficiar pessoas físicas ou jurídicas.
Como é a autorização na concessão de serviço público? 
R: a) exige prévia concorrência pública (art. 2.º, II, Lei 8.987/95) na modalidade concorrência, podendo o edital prever a inversão das ordem das fases de habilitação e de julgamento das propostas; b) o concessionário assume o serviço por conta e risco (a responsabilidade do Estado é subsidiária); c) exige-se lei específica, ou seja, somente o legislador pode decidir a forma como deve ser realizada a prestação do serviço público; d) o contrato deve ter prazo determinado; e) admite-se arbitragem (art. 23-A, Lei8.987/95); e) a remuneração ocorre por tarifa; f) é possível a intervenção do Estado, assumindo temporariamente a gestão da empresa até a normalização da prestação (art. 32, da Lei 8.987/95).
Digamos que a Santa Casa (pessoa jurídica de direito privado) recebe através de lei terreno em doação para que ali seja construído unidade hospitalar. O ente publico faz repasse de verbas. Nessa autorização legislativa o doador estipula que só pode atender o SUS. Nessa situação a Santa Casa se comporta em função delegada, a atuação da Santa CASA é em função delegada? 
R: AÇÃO POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - SANTA CASA DE MISERICÓRDIA - CONVÊNIO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ""SUS"" - FUNÇÃO DELEGADA. Hospitais e médicos conveniados aos SUS que além de exercerem função pública delegada, administram verbas públicas, são sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa.   (Apelação Cível  1.0000.00.326523-8/000, Relator(a): Des.(a) Edivaldo George dos Santos , 7ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/04/2003, publicação da súmula em 27/06/2003)
Como se trata no sistema brasileiro a propriedade privada? 
R: Propriedade pode ser definida como uma relação não obrigacional, mas de direito real, entre a pessoa e a coisa, podendo usar, gozar e dispor. Em face do advento do chamado Estado Social�, tem-se exigido a conformação pública do direito de propriedade, baseada na função social da propriedade e na delimitação de seu exercício individual, de acordo notadamente com o estabelecido nos planos diretores municipais.
A propriedade se dá de que forma no direito brasileiro, como eu comprovo que sou proprietário? 
R: a) Imóvel: nos termos do art. 1.227, CC “os direitos reais sobre imóveis constituídos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no CRI dos referidos títulos”, sendo assim, a comprovação da propriedade imóvel somente se faz através da escritura devidamente registrada; b) Móveis: nos termos do art. 1.226, CC, o direito real sobre móveis prova-se com a simples tradição.
Em que consiste a intervenção na propriedade? 
R: A função social da propriedade autoriza o Estado a intervir na propriedade privada sempre que for necessário para adequar o seu uso ao interesse público. Nesse poder de intervenção, o Estado pode ordenar socialmente o uso da propriedade privada, por meio das limitações e servidões administrativas; pode utilizar transitoriamente o bem particular, através da ocupação temporária ou da requisição administrativa; pode estabelecer restrições sobre algumas propriedades privadas em razão de seu valor histórico e artístico, via tombamento; pode, finalmente, tomar a própria propriedade privada de seu dono, por intermédio da desapropriação.
Quais as modalidades e características da desapropriação? 
R: A desapropriação consiste na transferência compulsória da propriedade particular (ou pública de entidade inferior) para o poder público ou seus delegados, por utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro. Cuida-se de forma originária de aquisição da propriedade. Além da desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social (art. 5.º, XXIV, CF), a Carta Magna ainda prevê outras modalidades: a) para fins de reforma agrária (art. 184, CF): competência privativa da União, para aquele imóvel que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária. Att! Não atinge a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra, nem a propriedade produtiva, em face da cláusula de inexpropriação (art. 185, CF); b) por descumprimento da função social da propriedade urbana: o alvo é o imóvel urbano que não esteja cumprindo sua função social.
Na desapropriação urbana a ausência de pagamento de tributos se insere como pressuposto para a intervenção? 
R: A desapropriação urbana é aplicada para imóveis que não estejam cumprindo sua função social (art. 182, § 4.º, CF). Somente o município pode proceder a essa desapropriação como instrumento de política urbana. A desapropriação em tela, como modo de punir o proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado, que não promoveu o seu adequado aproveitamento, é medida que só pode ser aplicada após a tomada de providências preliminares, quais sejam: 1.º) exigência de promoção do adequado aproveitamento; 2.º) ordem de parcelamento, utilização ou edificação compulsória; 3.º) cobrança de IPTU progressivo no tempo por 5 (cinco) anos. Portanto, apenas decorridos 5 anos de cobrança do IPTU progressivo, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel.
Na desapropriação é possível aplicar juros de mora e correção monetária? 
R: EMENTA: REEXAME NECESSARIO - APELAÇAO CIVIL - DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA - APOSSAMENTO INDEVIDO - VALOR DA INDENIZAÇÃO - ÉPOCA DA EXPROPRIAÇÃO - CORREÇÃO MONETÁRIA - DATA DO LAUDO PERICIAL - JUROS DE MORA - JUROS COMPENSATÓRIOS - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 
1- A justa indenização se resume em um valor que possa reparar a perda patrimonial do titular da propriedade. Nesse sentido, deve ser levado em conta o valor patrimonial que o titular detinha à época da expropriação ou apossamento indevido. 
2- Em sede de desapropriação, a correção monetária deve incidir a partir da elaboração do laudo técnico pericial, pois é o momento em que se teve conhecimento do valor do bem a ser indenizado, utilizando o índice da Tabela da Corregedoria Geral de Justiça de Minas Gerais. 
3- Os juros compensatórios incidem na desapropriação indireta, sendo devidos a partir da ocupação e calculados em 12% ao ano sobre o valor da indenização corrigido monetariamente, conforme a Súmula 114 do STJ e Súmula 618 do STF. 
4- Os juros de mora, em sede de desapropriação, devem incidir à razão de 6% (seis por cento ao ano), a partir do dia 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito (art. 15-B do Decreto-Lei 3.365/41). 
5- Deve ser dada interpretação extensiva ao art. 27, §1º do Decreto-Lei 3.365/41, aplicando-o também ao procedimento de desapropriação indireta. 
6- Confirmaram a sentença, em reexame necessário. Prejudicado os recursos voluntários.   (Ap Cível/Reex Necessário  1.0317.07.079529-7/001, Relator(a): Des.(a) Jair Varão , 3ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 06/02/2014, publicação da súmula em 21/02/2014)
Nessa indenização, com relação ao fundo de comercio, ele é passível de indenização? 
R: 1 - O locatário é parte ilegítima para propor ação visando a anulação de ato expropriatório, por se tratar de instituto afeto ao direito real de propriedade. 
2 - Todavia, guarda legitimidade e interesse jurídico-processual para pleitear indenização por fundo de comércio e lucros cessantes em razão de desapropriação que resulta na desocupação do imóvel.   (Apelação Cível  1.0024.08.217163-8/003, Relator(a): Des.(a) Marcelo Rodrigues , 2ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 16/06/2014, publicação da súmula em 26/06/2014)
No caso da desapropriação esse valor é indenizável? E se esse fundo de comércio for de terceiro não proprietário? Quais são as formas de indenização dos terceiros nos casos de desapropriação? 
R: Há precedente em MG reconhecendo que o locatário possui legitimidade para requerer indenização para pagamento do fundo de comércio. Consoante julgado, as formas de indenização são dano emergente e lucro cessante. Confira-se: “No caso do locatário, guarda legitimidade e interesse jurídico-processual para pleitear indenização por fundo de comércio e lucros cessantes em razão de desapropriação que resulta na desocupação do imóvel.”   (Apelação Cível  1.0024.08.217163-8/003, Relator(a): Des.(a) Marcelo Rodrigues , 2ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 16/06/2014, publicação da súmula em 26/06/2014)
Diferencie a desapropriação agrária da urbana.
	Desapropriação agrária:
- Art. 184, CF: competência da União
- A desapropriação é executada – amigável ou judicialmente – pelo INCRA.
- A isenção dos impostosdo art. 184, § 5.º, CF deve ser tida por imunidade.
- Não atinge a pequena e média propriedade, muito menos a produtiva.
- Intervenção obrigatória do MPF.
	Desapropriação urbana:
- Art. 182, § 4.º, CF: competência do Município.
- Antes da desapropriação é necessário parcelamento ou edificação compulsórios e IPTU progressivo.
- Intervenção obrigatória do MPE.
O que é tombamento e como ele se opera? Os imóveis vizinhos são afetados? Com relação ao tombamento, é possível existir bem que não esteja tombado administrativamente, mas que pode sofrer restrições? 
R: O tombamento consiste em uma restrição estatal da propriedade privada, que se destina especificamente à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional, assim considerado o conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis na história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etonográfico, bibliográfico ou artístico. 
Depende de um procedimento administrativo prévio, necessário para se aferir o valor histórico e artístico do bem, assegurado ao proprietário o direito à ampla defesa. Ao final, constatado esse valor, o bem será inscrito no ‘Livro do Tombo’.
Natureza jurídica: modalidade autônoma de restrição do Estado na propriedade, que não se confunde nem com a limitação administrativa, nem com a servidão administrativa.
Sujeição da propriedade vizinha e restrições especiais: A área do entorno do bem tombado é importante para garantir a ambiência e a visibilidade do patrimônio. Por isso, os proprietários dos imóveis vizinhos também sofrem as consequências do tombamento, já que não podem, sem prévia autorização do órgão protetor do patrimônio cultural, fazer construção que impeça ou reduza a visibilidade da coisa tombada, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirado o objeto, impondo-se, nesse caso, multa de 50% do valor do mesmo objeto. 
STJ: "Não há desapropriação indireta sem que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder Público. Desse modo, as restrições ao direito de propriedade, impostas por normas ambientais, ainda que esvaziem o conteúdo econômico, não se constituem desapropriação indireta. Assim, a pretensão reparatória funda-se em direito pessoal, de modo que o prazo prescricional é de 5 anos." (AgRg no REsp 1317806 / MG. Ministro HUMBERTO MARTINS. Julgado em 06/11/2012 e publicado em 14/11/2012).
Digamos que não há procedimento, mas existe alguma situação em que pode haver restrição sem que haja procedimento? Uma igreja que foi tombada, o entorno dele sofre alguma restrição?
R: A área do entorno do bem tombado é importante para garantir a ambiência e a visibilidade do patrimônio. Por isso, os proprietários dos imóveis vizinhos também sofrem as consequências do tombamento, já que não podem, sem prévia autorização do órgão protetor do patrimônio cultural, fazer construção que impeça ou reduza a visibilidade da coisa tombada, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirado o objeto, impondo-se, nesse caso, multa de 50% do valor do mesmo objeto.
Vejamos o seguinte julgado: A proteção ao patrimônio histórico e cultural, com a delimitação do perímetro do entorno de bem tombado (Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha), visa impedir a realização de obras que prejudiquem a visibilidade da coisa protegida, sendo a prévia aprovação pelos órgãos públicos competentes condição inafastável para a execução de qualquer obra ou atividade.  (Agravo de Instrumento Cv  1.0024.11.067741-6/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 29/03/2012, publicação da súmula em 18/04/2012)
Conceito de responsabilidade civil do estado. 
R: É o dever estatal de ressarcir particulares por prejuízos civis e extracontratuais experimentados em decorrência de ações ou omissões de agentes públicos no exercício da função administrativa, podendo os danos serem materiais, morais ou estéticos.
Administração indireta responde objetivamente? Aplica-se as sem e empresa publica exploradoras de atividade econômica? Nos casos dos transportes públicos, como isso se opera? Se a concessionária se envolve em acidente de trânsito. Estado responde subsidiariamente? A responsabilidade da empresa é objetiva?
R: Inicialmente, pode-se anotar que a CF/88 adotou, como regra, a teoria objetiva na modalidade risco administrativo. Isso significa que o pagamento da indenização não precisa de comprovação de culpa ou dolo (objetiva) e que existem exceções ao dever de indenizar (risco administrativo)
A completa compreensão do referido dispositivo exige o desdobramento da norma em três partes:
As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes causarem a terceiros: U, E, DF, T, M, AQ, FP e associações públicas são pessoas jurídicas de direito público e, por ostentarem natureza pública, respondem objetivamente;
As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes causarem a terceiros: empresas públicas, sociedades de economia mista, concessionários (transporte público) e permissionários são pessoas jurídicas de direito privado e, como tal, não estão inerentemente vinculadas à responsabilidade objetiva, como ocorre com as pessoas jurídicas de direito público. Assim, as pessoas jurídicas de direito privado respondem objetivamente enquanto prestam serviços públicos como decorrência do regime jurídico próprio do serviço público não pela qualidade da pessoa. É que a responsabilidade objetiva é garantia do usuário independentemente de quem realize a prestação. Por isso, desempenhando outras atividades, como uma atividade econômica, por exemplo, empresas públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas somente à responsabilidade subjetiva.
Assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo culpa: a responsabilidade do agente público é subjetiva, dependendo de dolo e culpa.
A responsabilidade dos concessionários: o art. 2.º, inc. III, da Lei 8.987/95 define concessão de serviço público como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”. Assim, a responsabilidade primária pelo ressarcimento de danos decorrentes da prestação é do concessionário, cabendo ao Estado concedente responder em caráter subsidiário. Além de direta, a responsabilidade do concessionário é objetiva, à medida que o pagamento da indenização não depende da comprovação de dolo e culpa. No RE 591.874/MS, o STF passou a admitir que a responsabilidade dos concessionários sujeita-se à aplicação da teoria objetiva para danos causados a usuários e também a não usuários. Ex. atropelamento de ciclista por ônibus de empresa concessionária de transporte.
.Digamos que em um acidente de transito causado por motorista de ônibus (ele que causou o acidente) a empresa teria responsabilidade objetiva?
R: Como dito acima, a responsabilidade é objetiva em tais casos. Vejamos o paradigma do STF: A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. III - Recurso extraordinário desprovido.
(RE 591874, Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-237 DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-10 PP-01820)
Dentro do coletivo houve um assaltoe alguém teve dano. Como resolvemos essa situação? Excludente de responsabilidade, caso fortuito e força maior.
R: O caso fortuito e a força maior somente são causas excludentes de ilicitude na medida em que impeçam o nexo causal entre o comportamento estatal e o dano e que, ademais, não exista nenhuma outra causa paralela atribuída ao Estado que possa também haver contribuído para a provocação do dano. No caso de assalto a ônibus, impõe-se verificar, junto aos elementos do caso concreto, se a rota coberta pela concessionária era imune a abordagens de assaltantes e se a empresa havia adotado todos os procedimentos de segurança necessários para garantir o bem estar dos usuários. Caso a rota seja conhecida pela prática frequente de assaltos e a empresa, sabendo deste fato, tenha se omitido de adotar os procedimentos de segurança (como escolta armada, p. ex.), haverá, nesse caso, uma concausa, isto é, uma causa paralela ao roubo, atribuível à concessionária, que consiste na omissão de prestar um serviço seguro, que contribuiu para o dano sofrido. Assim, ela deve responder, não lhe aproveitando a força maior invocada. (Dirley da Cunha, op cit.)�
Digamos que preso foragido venha ocasionar uma lesão corporal ou um furto, como isso se resolveria?
R: Nas relações de custódia a responsabilidade do Estado é mais acentuada do que nas relações de sujeição geral, por isso a responsabilidade é objetiva, inclusive quanto a atos de terceiros. Ex. preso e criança vítima de briga em escola pública. Cabe advertir que a responsabilidade estatal é objetiva na modalidade risco administrativo, razão pela qual a culpa exclusiva da vítima e a força maior excluem o dever de indenizar. No caso específico, o TJMG assim decidiu: “Tratando-se de conduta omissiva do poder público (o serviço não funcionou, funcionou tardia ou ineficientemente), a responsabilidade do Estado é subjetiva, de acordo com a teoria da culpa do serviço. Para que haja responsabilização do Poder Público, portanto, faz-se necessária a comprovação do dano, do nexo causal e a demonstração de que o Estado, estando obrigado a agir, omitiu-se culposamente. O simples fato de o preso vir a evadir-se e, na condição de foragido, praticar determinado delito, não pode ser suficiente para ativar o nexo de causalidade ensejador do dever de indenizar do Poder Público. É necessário que, além da falha do serviço administrativo, demonstre-se também o nexo de causalidade entre esta e o evento danoso, cuja configuração deve ser regida pela teoria do dano direto e imediato, sob pena de o Estado vir a se tornar verdadeiro "segurador universal". O reconhecimento de que a responsabilidade civil fundamenta-se na teoria do dano direto e imediato conduz à conclusão de que inexiste, em regra, nexo de causalidade entre a suposta falha do sistema penitenciário e o ato ilícito cometido por foragido, quando o evento danoso não tiver como causa necessária e determinante a evasão do preso. Frise-se: (i) se, para fugir, o sujeito pratica crimes e causa danos a terceiros, configura-se claramente o nexo de causalidade entre a omissão do Estado que ensejou a fuga e os danos causados a terceiros; (ii) em outra perspectiva, se após decorrido certo lapso temporal o foragido praticar algum ato ilícito, o ente estatal somente deverá ser responsabilizado caso comprovado o liame entre a evasão deste e o dano causado a terceiros, no sentido de que a fuga, direta e imediatamente, revelou-se como fator determinante da violação do patrimônio jurídico alheio. Sobre o tema, conquanto o Supremo Tribunal Federal não tenha construído uma normatização geral para a questão, os precedentes de sua jurisprudência são indicativos de que a responsabilidade civil somente se aperfeiçoa se houver comprovação de que a evasão do sistema prisional constituiu causa direta e imediata dos eventos danosos. Nesse sentido: RE 130764, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 07/08/1992; AR 1376, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 22/09/2206; AgR no RE 460812, Rel. Min. Eros Grau, DJ 25/05/2007; RE 172025, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 08/10/1996.   (Apelação Cível  1.0024.05.751647-8/003, Relator(a): Des.(a) Elpídio Donizetti , 8ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 31/01/2013, publicação da súmula em 14/02/2013)
Digamos que estaciono veiculo em estacionamento público que tem apenas um vigilante, há responsabilidade do Estado? 
R: A responsabilidade do Estado por omissão, ou pela ‘faute du service’, é subjetiva. Mesmo para quem entende que é objetiva, não se dispensa a prova dos danos e do nexo de causalidade entre a ausência ou má prestação do serviço público e do evento danoso. No caso, havendo prova da existência de vigilância ostensiva, passível a responsabilidade do estado�.
Digamos que o Estado conforme dever de proteção integral do meio ambiente se omita nesse dever de proteção ambiental (ou deixando de vigiar ou dando licença para quem não tenha capacitação ), como isso se resolve? 
R: TJMG: A Constituição da República elevou o meio ambiente equilibrado à condição de direito constitucional, garantindo a sua preservação dada a importância desse bem jurídico à própria sobrevivência humana. Para tanto, assegurou a responsabilização civil e criminal daqueles que praticarem condutas que lhe sejam lesivas.  Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a responsabilidade civil do Estado por omissão é subjetiva, ainda que se trate de responsabilidade por dano ao meio ambiente, uma vez que a ilicitude no comportamento omissivo é aferida sob a perspectiva de que deveria o Estado ter agido conforme estabelece a lei.  Deve-se reconhecer a responsabilidade do ente público pela falha na segurança de zoológico municipal, sabidamente precária, e que teve por conseqüência a morte e subtração de animais do local, gerando evidente dano ambiental.  O dano moral não é compatível com a idéia de transindividualidade, de modo que descabida a condenação do poder público ao pagamento de indenização por dano moral coletivo, dada à indeterminabilidade dos sujeitos que sofreram o dano, bem como da indivisibilidade da reparação.   (Apelação Cível  1.0702.10.005258-9/003, Relator(a): Des.(a) Luís Carlos Gambogi , 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 19/09/2013, publicação da súmula em 23/09/2013)
Concessão de licença ambiental de forma indevida que causa danos ao meio ambiente. Qual a responsabilidade do estado? 
R: Faz-se necessário o estudo das diversas possibilidades ensejadoras de responsabilidade estatal, de modo a conferir a cada uma delas tratamento condizente. Para tanto, considera-se: a) a responsabilidade solidária do Estado por ação ou omissão de agente público que contribui indiretamente para a ocorrência do dano provocado por terceiro; b) a responsabilidade solidária do Estado decorrente do descumprimento do dever de agir, ainda que não haja concretamente o conhecimento pelo agente estatal da atuação danosa de terceiro, feita na clandestinidade; c) a responsabilidade solidária no Estado nos casos em que tenha agido estritamente conforme a legislação e, ainda assim, não tenha impedido a ocorrência do dano. 
No primeiro caso, a responsabilidade Estatal decorreria de um ato ou omissão de um agente que deixando de proceder conforme as determinações legais, ou agindo em desconformidade com as mesmas, acaba com permitir a ocorrência do dano ambiental. É o caso, por exemplo, do policial ambiental que conhecendo a existência de um dano provocado por terceiros não toma as providências necessárias a impedir sua cessação. É ainda, por exemplo, a concessão de licença ambiental por parte do agente público à empresa cujo estudo de impacto ambiental não recomendava a exploração da atividade, por que inexistentes as condições mínimas de operação sem dano ao meio ambiente. Para estes casos entende-se possível responsabilizar solidariamente o Estado. No primeiro caso ela encontra justificativa na falha do Estado no dever constitucional de proteção ambiental. No segundo, a despeito da discricionariedade administrativa sustentada por alguns autoresna concessão de licenças ambientais, vislumbra-se atuação imprudente do agente estatal que atua em sentido diverso do que determina a legislação, concedendo indevidamente licença ambiental à indústria que não apresentava condições mínimas de operar em segurança. Nestes dois exemplos expostos, a responsabilidade do estatal é decorrente de culpa grave do agente estatal, caso em que seria admita a inclusão do Estado como solidariamente responsável pelo dano provocado por terceiro, desde que provada a culpa do agente público. Quando se trata, porém, da omissão Estatal de atividade cuja atribuição lhe competia como, por exemplo, o tratamento do esgoto e a destinação adequada para o lixo urbano, não há que se falar em responsabilidade solidária. Para MIRRA (2008, p. 22) “nestes casos a responsabilidade estatal é direta e sua omissão é a causa, senão exclusiva, pelo menos primeira e principal do dano verificado”. Neste caso também não há que se falar em responsabilidade fundada em culpa, posto que o dano ambiental decorre da atividade do próprio Poder Público e não de terceiro, estando, portanto, sujeito à responsabilidade objetiva. LEITE compartilha do mesmo entendimento “eis que a omissão estatal é causa direta do dano” (2003, p. 205).�
O ato legislativo e o ato judicial que causem danos se incluem na responsabilidade objetiva do Estado? E no caso de lei de efeitos concretos?
R: A responsabilidade estatal por danos causados por leis inconstitucionais foi admitida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 153.464, desde que a vítima demonstre especial e anormal prejuízo decorrente da norma inválida. Exige-se, ainda, como pressuposto da condenação, a declaração formal de inconstitucionalidade da lei pelo próprio STF.
Raciocínio similar pode ser aplicado aos atos regulamentares e aos normativos expedidos pelo Poder Executivo quando eivados do vício de ilegalidade ou se forem declarados inconstitucionais pelas autoridades competentes. O pagamento de indenização, nesses casos, não é regra geral, mas não se pode excluir a possibilidade de ocorrência de dano possível de reparação.
Quanto às leis de efeitos concretos, isto é, aquelas dirigidas a um destinatário determinado, a responsabilidade estatal independe de sua declaração de inconstitucionalidade à medida que tais leis constituem, na verdade, atos materialmente administrativos capazes de causar prejuízo patrimonial ensejador de ressarcimento do Estado.
Por fim, em relação aos atos tipicamente jurisdicionais, entende que, em princípio, não produzem direito a indenização como consequência da soberania do Poder Judiciário e da autoridade da coisa julgada. Entretanto, a CF/88 prevê, excepcionalmente, a possibilidade de ressarcimento do condenado por erro judicial, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Convém ressalvar que, no caso de atos administrativos praticados por órgãos do Poder Legislativo e Judiciário, no exercício de função atípica, havendo dano, a responsabilidade é objetiva.
 
Erro judicial? Demora do judiciário passível a gerar danos. Há responsabilidade nessa hipótese? 
R: Algumas vozes doutrinárias soam contrárias à responsabilização do Estado por atos jurisdicionais com base nos seguintes fundamentos: a) soberania do Poder Judiciário; b) independência absoluta dos juízes; c) não aplicação do art. 37, § 6º da Constituição Federal aos magistrados; d) o art. 133 do CPC estatuiu a responsabilidade pessoal do magistrado quando agir dolosa ou fraudulentamente; e) imutabilidade da coisa julgada (DINIZ, 2007, p. 634-635).
Em que pese existam na atualidade teses contrárias à responsabilização do Estado por atos jurisdicionais, os argumentos de defesa da irresponsabilidade são refutados, com grande propriedade, pela corrente adversa.
No que se refere à soberania do Poder Judiciário, é bom destacar que a característica da soberania não pertence a nenhum dos poderes isolados e sim ao Estado como um todo. Outro argumento exposto foi o da tese de absoluta independência da magistratura, não podendo prosperar esse posicionamento, já que assim como o Poder Judiciário, os outros poderes também são independentes, e nem por isso deixam de ser responsabilizados por atos de seus agentes.
O terceiro argumento explanado foi que não incidiria o art. 37, § 6º da Constituição Federal aos atos dos juízes. É facilmente contraposto esse argumento, tendo em vista que, esse dispositivo constitucional fala em responsabilidade estatal por atos de seus agentes, portanto, engloba todos que agem em nome do Estado.
A penúltima tese contrária a responsabilização estatal por atos jurisdicionais aduz que o Estado não pode ser responsabilizado, ao passo em que a CF já estatuiu a responsabilidade pessoal dos magistrados. É de se frisar que o Estado e o juiz são figuras inseparáveis, assim, se o magistrado causar gravame a alguém, por exemplo, demorar na entrega da prestação jurisdicional, o Estado é que terá que reparar essa situação.
Enfim, a última tese aborda a questão da afronta a coisa julgada, caso fosse reconhecida a responsabilidade estatal por atos dos juízes. Esse argumento não deve persistir, visto que a coisa julgada pode ser desconstituída, não possuindo um valor absoluto.
Desse modo, o magistrado, ao exercer a atividade monopolizada pelo Estado, que é a aplicação do direito ao caso concreto, age na função de agente público, devendo, portanto, se o serviço judiciário for prestado de forma danosa aos administrados, ser o Estado responsabilizado a reparar tais danos.
À guisa de ilustração, trazemos à baila um RE do STF que atualmente vem reconhecendo a responsabilidade objetiva do Estado por atos judiciais:
"EMENTA: - Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. 3. Ação que deveria ter sido ajuizada contra a Fazenda Estadual - responsável eventual pelos alegados danos causados pela autoridade judicial, ao exercer suas atribuições -, a qual, posteriormente, terá assegurado o direito de regresso contra o magistrado responsável, nas hipóteses de dolo ou culpa. 4. Legitimidade passiva reservada ao Estado. Ausência de responsabilidade concorrente em face dos eventuais prejuízos causados a terceiros pela autoridade julgadora no exercício de suas funções, a teor do art. 37, § 6º, da CF/88. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido."
Sobre a demora na prestação jurisdicional, José Augusto Delgado leciona: "A demora na prestação jurisdicional cai no conceito de serviço público imperfeito. Quer que ela seja por indolência do Juiz, quer que seja por o Estado não prover adequadamente o bom funcionamento da Justiça. E, já foi visto que a doutrina assume a defesa da responsabilidade civil do Estado pela chamada responsabilidade civil do Estado pela chamada falta anônima do serviço ou, em consequência, do não bem atuar dos seus agentes, mesmo que estes não pratiquem a omissão dolosamente."
Desse modo, a delonga no cumprimento da prestação jurisdicional derivada do mau funcionamento da Justiça, seja esse problema ocasionado pelo atuar dos juizes ou pela falta de recursos de ordem humana ou material, não exime o Estado do dever de indenizar eventuais danos causados aos jurisdicionados.
Contudo, é de se frisar que os Tribunais Pátrios ainda colocam resistência para o reconhecimento da responsabilidade objetiva do Estado pela demora na prestação jurisdicional. A Corte Suprema do nosso país tem entendido que o Estado somente responde objetivamente pelos danos causados pela atividade jurisdicional, nas hipóteses expressamente previstas em lei, ou seja, de forma excepcional.Ocorre que tal posicionamento não deve mais prosperar, sendo urgente uma reformulação nos entendimentos jurisprudenciais pátrios, já que a inserção da duração razoável do processo como garantia fundamental, a partir da Emenda Constitucional 45, alicerçou ainda mais o posicionamento daqueles que defendem a responsabilidade do ente estatal pela demora na entrega da prestação jurisdicional.
Assim, nas palavras de Luis Roberto Barroso (2002, p.80), os direitos fundamentais dos cidadãos oferecem a inclusão em "situações jurídicas imediatamente desfrutáveis, a serem efetivadas por prestações positivas ou negativas, exigíveis do Estado ou de outro eventual destinatário da norma".
Desse modo, se o ente estatal não cumpre com os direitos fundamentais postos na Constituição Federal, é necessário exercitar o direto de ação, previsto no art. 5º, inciso XXXV, da Carta Magna, exigindo do Estado que cumpra tais dogmas, sob pena de reparação�.
Quem é o servidor público? Como se definiria o servidor público?
R: Servidores públicos são aqueles agentes que entretêm relação de trabalho profissional e permanente com as entidades de direito público. Vale dizer, mantém vínculos profissionais com a Administração Pública Direta das Entidades Estatais ou as suas Autarquias e Fundações de direito público.�
Algum terceirizado/contratado se compararia a esse servidor público? 
R: Empregados públicos: os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos, tendo uma vinculação contratual com o Estado regida pela CLT. O regime de emprego público é menos protetivo do que o regime estatutário de cargo público e está constitucionalmente definido como o sistema de contratação a ser utilizado nas pessoas jurídicas de direito privado da Administração Indireta, isto é, nas empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais e consórcios privados. Além das pessoas jurídicas de direito privado, admite-se contratação por regime de emprego também nas pessoas jurídicas de direito público, desde que para funções materiais subalternas. Após a posse, os empregados públicos não têm estágio probatório, mas se sujeitam ao período de experiência com duração de 90 dias (455, p. único, CLT).
Os empregados públicos não têm a estabilidade típica do regime estatutário. Entretanto, isso não quer dizer que o empregado público possa ser demitido livremente, como um empregado comum. A totalidade da doutrina administrativista entende que os empregados públicos somente podem sofrer demissão motivada e após regular processo administrativo, observadas as garantias do contraditório e ampla defesa. A demissão imotivada, comum na iniciativa privada, é incompatível com os princípios administrativos da obrigatória motivação, impessoalidade, finalidade, legalidade, moralidade, entre outros.
No art 37 da CR é definindo a forma de investidura do servidor. Mas temos uma exceção no inciso IX. Esse servidor admitido dessa forma ocupa cargo público? ele está sujeito ao regime estatutário? Ele se submete ao regime geral de previdência social? Quais as condições para celebração desse contrato temporário? 
R: O art. 37, IX, CF/88 prescreve que a “lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”.
Os servidores temporários submetem a regime jurídico especial – mais conhecido como regime especial de direito administrativo – instituído por lei específica de cada entidade estatal (União, Estados, DF e Municípios), não devendo ser necessariamente celetista.
Os servidores temporários não titularizam cargos nem ocupam empregos públicos. Desempenham função temporária (que é uma função autônoma, por não estar vinculada a cargo ou emprego) para atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público.
O regime próprio de previdência é aplicável apenas aos servidores ocupantes de cargos efetivos. Ao servidor contratado por prazo determinado aplica-se o regime geral da previdência social, nos termos do art. 40, § 13, da CF (RMS 29.462/PA).
Importante observar que o recrutamento para contratação temporária prescinde de concurso público, mas por processo seletivo simplificado (art. 3.º, L. 8.745/93). Entretanto, nos casos de calamidade pública ou emergência ambiental o processo seletivo simplificado é dispensado.
No âmbito federal, o Dec. 4.748/03 regulamenta o processo seletivo (art. 3.º, L. 8.745/93). As contratações somente serão possíveis com observância da disponibilidade orçamentária, mediante prévia autorização do Ministério de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério de Estado sob cuja supervisão se encontrar o órgão ou entidade contratante. As contratações serão custeadas pelas dotações consignadas em outras despesas correntes dos órgãos e entidades contratantes, nas respectivas ações em que se desenvolvam os projetos (art. 3º, § 3º). O processo seletivo simplificado conterá uma prova escrita obrigatória, além de poder conter análise curricular e outras demais modalidades a critério do órgão ou entidade contratante (art. 4º, caput). O art. 6º da Lei 8745 veda a contratação, nos seus termos, de servidores públicos das Administrações Direta ou Indireta, de todas as órbitas de governo no Brasil. Importante exceção ao disposto na proibição do art. 6º é a possibilidade de se contratar professor substituto nas instituições federais de ensino, desde que não ocupem cargos efetivos, e haja, é claro compatibilidade de horários.
Para fazer essa contratação o ente público precisa de algum expediente legal para autoriza-lo, precisa de projeto de lei, justificativa, registro? 
R: Não encontrei a resposta.
Digamos que a dotação orçamentária para pagar essa contratação não existe. Tenho uma lei orçamentária aprovada com destinação para cada rubrica. Surge uma situação que preciso priorizar essa calamidade publica. Como resolvo essa situação? 
R: No âmbito federal, o Dec. 4.748/03 regulamenta o processo seletivo (art. 3.º, L. 8.745/93). As contratações somente serão possíveis com observância da disponibilidade orçamentária, mediante prévia autorização do Ministério de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministério de Estado sob cuja supervisão se encontrar o órgão ou entidade contratante. As contratações serão custeadas pelas dotações consignadas em outras despesas correntes dos órgãos e entidades contratantes, nas respectivas ações em que se desenvolvam os projetos (art. 3º, § 3º).
Existe prazo para essa contratação e ele pode ser prorrogado? 
R: O contrato por prazo determinado de direito administrativo, deverá ter duração máxima de 12 meses, podendo ser prorrogado por idêntico período, não podendo ultrapassar o período do mandato do gestor. Sua aplicação acontece em situações emergenciais e transitórias, portanto. Ele somente poderá admitido pela Administração Pública se houver cargo criado por lei. Não poderá ser contratado servidor para ocupar um cargo quando há servidor concursado. Rescinde-se o contrato, pelo decurso do prazo, a pedido do servidor contratado, por conveniência da administração ou pelo exaurimento do Programa Especial. Findo o contrato, em favor do servidor contratado não socorre direitos rescisórios do contrato de trabalho. Se o contrato foi encerrado por conveniência da administração, por lei, poderá se definir que o servidor terá direito a receber vencimentos dos meses remanescentes, ou de metade do valor dele. Como todo servidor público, hoje, o contratado pela modalidade do inciso IX está vinculado ao Regime Geral da Previdência Social, o servidor contratado terá a contagem do tempo de serviço para aposentadoria e obtenção dos demais benefícios previdenciários. Leia mais: http://jus.com.br/artigos/6672/contrato-por-prazo
O que é a sustentabilidade na obra pública administrativa?
R: As licitações verdes correspondem a uma forma de inserção de critérios ambientais e sociais nas compras e contratações realizadas pelaAdministração Pública, priorizando a compra de produtos que atendem critérios de sustentabilidade, como facilidade de reciclagem, vida útil mais longa, geração de menos resíduos em sua utilização, e menor consumo de matéria-prima e energia. Para isso, é necessário todo o ciclo de fabricação do produto. O preço, nesta concepção, está sendo relativizado, pois nem sempre o mais barato significa a melhor compra, tanto em termos de gastos como em quesitos ambientais.
Em relação ao atual momento da humanidade, como nos poderemos identificar princípios matrizes para o projeto dessa obra pública? Economicidade, interesse publico...�
R: No estudo da licitação sustentável destacam-se os princípios constitucionais da eficiência, isonomia e desenvolvimento sustentável, sem, contudo, distanciar a aplicação de todos os princípios gerais e específicos no processo licitatório.
Quais seriam o primordial para que conseguimos eles como situações maximizas dentro dessa nova obra? 
R: Pergunta ininteligível.
Dentro da nova ordem, quais são os princípios essenciais para execução de uma obra? 
R: Para que um empreendimento seja sustentável, deve ter em vista quatro 
princípios básicos: 
• Ser ecologicamente correto; 
• Ser economicamente viável; 
• Ser socialmente justo; e 
• Ser culturalmente aceito. 
A construção sustentável tem como objetivo aplicar esses mesmos princípios ao processo de planejamento e execução de obras, propondo soluções aos principais problemas ambientais de nossa época, buscando explorar menor quantidade de matéria e energia, causar menos poluição e produzir menos resíduos, respeitando e zelando pelas pessoas envolvidas. Tudo isso, agregando a moderna tecnologia e os benefícios que a evolução construtiva tem nos trazido ao longo da história.
O promotor deve observar quais requisitos no caso de uma obra a ser realizada?
R: Respondi tudo na 46.
Quais requisitos o autor de um projeto da obra o que o adm deve inserir nessa obra publica sob a perspectiva de sustentabilidade? 
R: A noção de construção sustentável deve estar presente desde o estudo de viabilidade técnica, escolha do terreno, definição do programa de necessidades e concepção arquitetônica – quando já devem ser considerados aspectos interdisciplinares do processo de projeto, de execução da obra, de utilização, manutenção e principalmente da conservação da construção durante todo o seu ciclo de vida útil - os quais garantirão a sua sustentabilidade. 
É necessário um detalhamento do que pode ser feito para tornar um empreendimento mais sustentável em cada fase da obra, analisando aspectos e impactos ambientais, bem como os diversos itens em cada uma das fases, devendo ser trabalhados para que se caminhe para um empreendimento sustentável - em sua concepção, implantação e utilização.
A construção sustentável não se restringe às novas edificações, mas engloba 
também reformas, adaptações e mudanças na utilização do espaço construído e nas edificações já existentes, que garantam maior qualidade de vida para as gerações atual e futura. 
Trata-se de trabalhar e readaptar não somente o espaço, mas também percepções e comportamentos de usuários e servidores. O Programa de Educação Ambiental em Prédios do Governo de Minas Gerais – AmbientaAÇÅO, é um exemplo nesse sentido, e se propõe a estimular mudanças de comportamento por meio da construção de uma nova cultura institucional na admnistração pública, voltada para a adoção de critérios ambientalmente corretos, práticas sustentáveis e melhorias na qualidade de vida no trabalho�.
De exemplo de obra publica sustentável.
R: THE NEW YORK TIMES. Idealizado pelo arquiteto Renzo Piano, o edifício com 148.644 m² e 52 pavimentos é promovido como uma estrutura verde, embora não seja certificado pelo LEED. Este é o primeiro edifício construído nos Estados Unidos em cortina de vidro ultra-clear Low-e, que maximiza a luz, e tubos de cerâmica solar que funcionam como um brise. Máscaras mecanizadas, controladas por sensores, reduzem o ofuscamento da luz solar, enquanto mais de 18 mil luminárias fluorescentes dimerizáveis individualmente suplementam a luz natural, proporcionando uma economia de energia real de 30%. O prédio também incorpora resfriamento de ar-livre, trazendo ar de fora quando está mais fresco do que o espaço interior, o que economiza energia adicional. Mais de 95% do aço estrutural é reciclado. A planta de cogeração de gás natural fornece 40% da energia elétrica consumida no interior do edifício com aquecimento e refrigeração. Pisos elevados permitem a distribuição de ar por baixo, exigindo menos energia do que um sistema de refrigeração convencional canalizado. O edifício não possui estacionamento no site, como a maioria dos funcionários vai para o trabalho de transporte público. 
No Brasil, o estádio nacional de Brasília Mané Garrincha.
Examinadora falou da importância do certificado internacional que se chama LEED. 
R: O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações. Criado pelo U.S. Green Building Council, é o selo de maior reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o mundo, inclusive no Brasil, sendo que até março deste ano, 46 empreendimentos foram certificados.
Para obter a certificação de uma edificação, primeiramente, o projeto dever ser registrado junto ao USGBC (United States Green Building Council) e no Brasil quem fornece essa certificação adaptada de acordo com as condições e realidades brasileiras é o Green Building Council Brasil. Após o registro, a certificação só será válida com a confirmação dos pré-requisitos estabelecidos no registro.
Um projeto sustentável não é apenas aproveitamento dos recursos naturais, como uso da energia solar, ventilação natural, diminuindo os impactos ecológicos etc., isso é apenas um dos quesitos para a certificação. Para ter essa certificação, o empreendimento também precisa ser economicamente viável (retorno aos empreendedores), socialmente justo e culturalmente aceito (contribuir para o crescimento de todas as pessoas envolvidas).
E esses quesitos são divididos nos seguintes grupos, para obter uma pontuação: 1) Sustentabilidade da localização; 2) Water Efficiency: Eficiência no uso da água; 3) Energy & Atmosphere: Eficiência energética e cuidados com as emissões na atmosfera; 4) Materials & Resources: Otimização dos materiais e recursos naturais a serem utilizados na construção e operação da edificação; 5) Indoor Environmental Quality: Qualidade ambiental no interior da edificação. 6) Innovation In Design: Uso de novas e inovadoras tecnologias que melhorem o desempenho do edifício; 7) Regional Priority: Edificações que dão prioridade às preocupações ambientais regionais.
As pontuações e pré-requisitos da certificação LEED dependem do tipo de empreendimento. No Brasil, existem oito selos diferentes: 
LEED NC, para novas construções ou grandes projetos de renovação. Nesta categoria, a certificação é realizada considerando o terreno e a edificação como um todo. Geralmente são prédios de utilização de uma única empresa ou entidade como: corporações, universidades, escolas, hospitais, etc. Sendo que escolas e unidades de saúde tem outra classificação específica. 
LEED ND, para projetos de desenvolvimento de bairro. Nesta categoria, a certificação é realizada para a parte urbanística de um condomínio, de um bairro ou de uma quadra residencial ou comercial;
LEED CS, para projetos na envoltória e parte central do edifício. Para prédios de múltiplos usuários, realizada para o terreno e para as áreas comuns da edificação, onde o empreendedor não tem responsabilidade sobre o projeto das áreas internas de cada unidade. Geralmente são prédios de uso coletivo para venda ou locação.
LEED Retail NC e CI, para lojas de varejo;
LEED Healthcare, para unidades de saúde;
LEED EB_OM, para projetos de manutenção de edifícios já existentes. Nesta categoria, a certificação é realizadacom base no desempenho de operação e na melhoria desta em edificações existentes,
LEED Schools, para escolas;
LEED CI, para projetos de interior ou edifícios comerciais. Para interiores de edificações comerciais, realizada somente para os inquilinos de áreas de escritórios em melhorias de instalações existentes ou novas edificações.
Além dos diferentes tipos e necessidades, a certificação também tem diferentes níveis de acordo com o desempenho do empreendimento (pontuação), como Silver (Prata), Gold (Ouro) e Platinum (Platina).
Para saber mais sobre a certificação LEED, acesse o site da Green Building Council Brasil (http://www.gbcbrasil.org.br/)
Conceito de bem público.
R: São todas as coisas materiais ou imateriais, móveis ou imóveis, cujos titulares são as pessoas jurídicas de direito público (entidades estatais, autarquias e fundações de direito público) ou as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, quando estes bens, na última hipótese, se encontram vinculados à prestação do serviço postal (ex. ECT).
Quais são as modalidades de bem público?
R: a) bens de uso comum do povo: são aqueles destinados ao uso comum e geral de toda a comunidade, tais como os rios, os mares, as estradas, ruas e praças. Há uma destinação específica; b) bens de uso especial: destinam-se à prestação do serviço administrativo, tais como os edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, distrital ou municipal, inclusive de suas autarquias e fundações públicas; c) bens dominicais: são os bens públicos que constituem o patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades.
Se o detentor da propriedade do bem entender a possibilidade de cedê-lo para uso do particular. O bem público pode ser cedido para o uso particular. Como isso se procede?
R: Uso de bens públicos afetados por particular: Ocorre mediante: a) autorização de uso: cuida-se de um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual o Estado faculta a alguém o uso privativo de bens públicos para atender a interesse predominantemente particular da pessoa. Ex. barracas na rua em festas juninas; b) permissão de uso: é ato administrativo também discricionário e precário em virtude do qual se franqueia a alguém o uso privativo de bens públicos. Distingue-se da autorização, porque a permissão é empregada para atender interesse predominantemente público. Ademais, exige, em regra, licitação, salvo dispensa e inexigibilidade. Ex. bancas de jornal em ruas e praças; c) concessão de uso: trata-se de contrato administrativo através do qual a Administração Pública, por prazo determinado, faculta a terceiro interessado o uso privativo de determinado bem público. Ex. uso de espaços em aeroportos para instalação de lojas. Uso de bens públicos não afetados por particular: a) locação: a locação de imóveis da União não se sujeita à lei geral das locações, mas sim ao Dec.-Lei 9.760/46. Pode ser celebrado com autoridades federais ou servidores públicos da União por necessidade do serviço. A locação de imóveis da União se fará mediante contrato, não ficando sujeita a disposições de outras leis concernentes à locação; b) arrendamento: é uma modalidade de locação, também previsto no Dec.-Lei 9.760/46, quando objetiva a exploração de frutos ou prestação de serviços; c) enfiteuse ou aforamento: rege-se pelo Dec.-Lei 9.760/49 e limita-se aos terrenos da Marinha e seus acrescidos. O domínio útil (uso, gozo e disposição) do imóvel é conferido ao enfiteuta ou foreiro, cabendo à União somente o domínio direto; d) cessão de uso: Lei 9.636/98. A cessão de uso é contrato de natureza pessoal e somente se aplica aos bens de domínio privado do Estado, apesar de ser um título de direito público.; e) concessão de direito real de uso: Dec.-lei 271/67. É contrato pelo qual o Estado transfere, como direito real resolúvel, o uso remunerado ou gratuito de terreno público ou do espaço aéreo que o recobre, para que seja utilizado com fins específicos por tempo certo ou indeterminado. É instituto de direito real resolúvel, para fins específicos, de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação. 
PARTE 2 – Júlia 
Pontos divergentes entre permissão de uso e autorização de uso. O que as difere da concessão de uso? É necessária a prévia autorização legislativa e licitação? 
AUTORIZAÇÃO DE USO e PERMISSÃO DE USO: ambas consistem em ato administrativo unilateral, discricionário e precário, independente de prévia autorização legal, pelo qual o Poder Público consente que determinado indivíduo utilize bem público de modo privativo. Distinguem-se pelos interesses envolvidos: na autorização predomina o interesse privado, enquanto na permissão os interesses público e privado nivelam-se. Ademais, de acordo com José dos Santos Carvalho Filho, a autorização não depende de licitação, para a permissão, todavia, ela se fará necessária sempre que for possível e houver mais de um interessado na utilização do bem. CONCESSÃO DE USO: formaliza-se por contrato administrativo (caráter de bilateralidade), não dispõe da precariedade quase absoluta da autorização e da permissão e independe do maior ou menor interesse da pessoa concedente. Por se tratar de contrato, submete-se às normas próprias do instituto, como as que estabelecem privilégios da Administração e a exigência de licitação prévia. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. pp. 1190 a 1197). 
Concessão de uso é sempre remunerada ou pode ser gratuita? 
A concessão de uso é contato administrativo pelo qual o Poder Público confere a pessoa determinada o uso privativo de bem público, independentemente do maior ou menor interesse público da pessoa concedente, de forma GRATUITA ou REMUNERADA. (Carvalho Filho, pp. 1194 a 1195). 
O que difere a autorização e permissão da concessão de serviço público? 
O que difere a autorização e a permissão da concessão de serviço público é o fato de que o concessionário deve ser pessoa jurídica ou consórcio de empresas, enquanto o permissionário e o autorizatário devem ser pessoa física ou pessoa jurídica, vedado o ajuste com consórcio de empresas.(http://atualidadesdodireito.com.br/fabriciobolzan/2012/02/10/servicos-publicos/) 
Como pode ocorrer a desafetação do bem público para o particular?
Afetação e desafetação são FATOS ADMINISTRATIVOS dinâmicos indicativos de uma alteração das finalidades do bem público. Pela DESAFETAÇÃO, desativa-se um bem público, o qual deixa de servir à finalidade pública anterior. Por se tratar de fato administrativo, a desafetação independe de forma, podendo verificar-se mediante a prática de ato administrativo formal ou através de fato jurídico de natureza diversa, ainda que tacitamente, bastando que se verifique o real intento da Administração Pública e a ocorrência em si da alteração da finalidade do bem (Carvalho Filho, pp.1167 a 1168).
O que é autorização de uso? É necessária a prévia autorização legislativa e a licitação?
Autorização de uso é o ato administrativo pelo qual o Poder Público consente que determinado indivíduo utilize bem público de modo privativo, atendendo primordialmente a seu próprio interesse, independentemente de autorização legislativa e de licitação prévia (Carvalho Filho, pp. 1190 e 1191).
O que é concessão de direito real? É necessária averbação no registro de imóvel?
A concessão e direito real de uso é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público confere ao particular o direito real resolúvel de uso de terreno público ou sobre o espaço aéreo, para os fins que, prévia e determinadamente, o justificaram, nos termos do Decreto-lei nº 271/1967. Os seus objetivos, previamente fixados na lei reguladora, são de caráter eminentemente social (urbanização, regularização fundiária, industrialização, edificação, cultivo, preservaçãode comunidades tradicionais, etc). Formaliza-se mediante escritura pública ou termo administrativo e deve ser inscrito no Registro de Imóveis competente. Ademais, depende de lei autorizadora e de licitação prévia. (Carvalho Filho, pp. 1197 a 1199) 
O que é o instituto da enfiteuse ou aforamento? 
A ENFITEUSE ou AFORAMENTO é o instituto pelo qual o Estado permite ao particular o uso privativo de bem público a título de domínio útil, mediante a obrigação de pagar ao proprietário uma pensão ou foro anual, certo e invariável. Propicia a aquisição de direito real por parte do enfiteuta, titular do domínio útil, e admite transferência a terceiro, desde que o senhorio direto renuncie a seu direito de preferência de reaver o imóvel. Havendo a renúncia, o enfiteuta deverá pagar, pela transmissão do domínio útil, o chamado LAUDÊMIO, calculado sobre o preço da alienação. O não pagamento do foro anual, por três anos consecutivos ou quatro intercalados, conduz à caducidade da enfiteuse. Sua disciplina geral se encontrava nos arts. 678/694 do CC/1916, e o CC/2002 proibiu a constituição de novas enfiteuses e subenfiteuses, devendo-se apenas assegurar a eficácia das já existentes. (Carvalho Filho, pp.1206,1207)
O que é laudêmio?
“Laudêmio vem do latim laudare, que significa prêmio. Prêmio pela ocupação. Cuida-se de uma renda em que a União tem direito a receber, no caso de aforamento público, quando o foreiro ou ocupante de imóvel localizado em sua propriedade, transfere onerosamente os direitos de ocupação ou domínio útil a outrem.”(http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Joao_Jose_da_Silva_Junior.pdf) 
O que é cessão de uso público? 
A cessão de uso é aquela em que o Poder Público consente o uso gratuito de bem público por órgãos da mesma pessoa ou de pessoa diversa, incumbida de desenvolver atividade que, de algum modo, traduza interesse para a coletividade. Fundamenta-se no benefício coletivo decorrente da atividade desempenhada pelo cessionário. Para alguns autores, limita-se às entidades públicas (Hely Lopes Meirelles e Lucia Valle Figueiredo). José dos Santos Carvalho Filho entende que ela será possível, em casos especiais, também a pessoas privadas, desde que no desempenho de atividade não lucrativa e em benefício (geral ou parcial) da coletividade. (Carvalho Filho, pp.1204,1205).
Conceitue Administração Indireta.
A Administração Indireta do Estado é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar atividades administrativas de forma descentralizada. O critério para a sua instituição é de ordem administrativa. (Carvalho Filho, pp. 463,464).
Existe autonomia ou são vinculadas às entidades indiretas?
As entidades da Administração Indireta não dispõem de autonomia política, pois, como pessoas jurídicas meramente administrativas, não possuem competência legislativa, limitando-se a executar as leis editadas pelas pessoas políticas. Entretanto, possuem autonomia ADMINISTRATIVA (capacidade de autoadministração), e detêm capacidade para dispor acerca de sua organização e funcionamento, gestão de pessoas, financeira e de seus serviços, sempre nos termos da lei instituidora ou autorizadora. Por fim, na relação entre Administração Direta e Indireta diz-se que há VINCULAÇÃO, e não subordinação ou hierarquia. (ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 18ª ed. São Paulo: Método, 2010. p. 22, 23 e 25).
Há alguma atividade do Poder Executivo que não possa ser repassada à administração indireta? 
De acordo com o princípio da especialidade, não é qualquer atividade cometida aos órgãos da Administração Direta que pode ser objeto de descentralização. Nenhuma entidade da Administração Indireta pode ser instituída com finalidades genéricas, sem precisa definição na lei do objeto de sua atuação. (Carvalho Filho, pp.469-470). Além disso, considerando que não dispõem de autonomia política, não possuem competência legislativa. Ressalte-se, por fim, que as autarquias devem ser criadas para a atuação em serviços típicos do Estado, e não para as atividades econômicas e em sentido estrito, como as industriais ou comerciais (atividades que, quando exploradas pelo Estado, devem ser desenvolvidas por empresas públicas ou sociedades de economia mista). (Paulo e Alexandrino, pp. 22 e 43). 
Há alguma interferência na gestão tendo em vista a autonomia?
Embora possuam autonomia administrativa, as entidades da Administração Indireta não possuem autonomia política, e estão ligadas, por elo de VINCULAÇÃO, à pessoa política da federação na qual está a respectiva Administração Direta. Em razão disso, submetem-se a CONTROLE FINALÍSTICO (ou tutela administrativa ou supervisão) pela Administração Direta da pessoa política a que se vinculam. (Carvalho Filho, pp. 470,471). Portanto, na relação entre a Administração Direta e a Indireta, embora não haja subordinação ou hierarquia, há controle finalístico, e os instrumentos e limites ao exercício do controle (atos de tutela) devem ser expressamente previstos em lei. (Paulo e Alexandrino, p. 25)
As entidades indiretas possuem personalidade jurídica?
A Administração Indireta se compõe de PESSOAS JURÍDICAS, também denominadas de entidades. De acordo com o art. 4º, II, do Decreto-lei nº 200/1967, a Administração Indireta compreende quatro categorias de entidades (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas), todas dotadas de personalidade jurídica própria. (Carvalho Filho, p. 464) 
Qual a natureza da personalidade jurídica de cada uma (autarquia, fundação, pública, sociedade de economia mista e empresa pública)?
Autarquias: pessoas jurídicas de direito público;
Empresas públicas: pessoas jurídicas de direito privado;
Sociedades de economia mista: pessoas jurídicas de direito privado;
Fundações públicas: para a corrente hoje dominante, pode-se falar em dois tipos de fundações públicas, as de direito público (com personalidade jurídica de direito público) e as de direito privado (com personalidade jurídica de direito privado). As de direito público seriam uma espécie do gênero autarquias. (Carvalho Filho, p. 525) 
Como ocorre a gestão delas?
Como pessoas jurídicas que são, as entidades da Administração Indireta gozam de liberdade administrativa nos limites da lei que as criou. Não são subordinadas, mas controladas, e constituem-se em centros subjetivados de direitos e obrigações distintos do Estado, com assuntos e negócios autônomos. Quanto aos recursos, não importa se oriundos de trespasse estatal ou hauridos como produto da atividade que lhes seja afeta, configuram recursos e patrimônio próprios, de modo que possuem autonomia financeira e administrativa. Dessa forma, suas gestões administrativa e financeira são de alçada própria – logo, descentralizadas. (MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 20ª edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2006. p.146)
As entidades indiretas se submetem ao Tribunal de Contas?
SIM, no exercício de função judicante, o “TCU julga as contas dos administradores públicos e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluindo as fundações e as sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, bem como as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário.” (http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/institucional/conheca_tcu/institucional_funcionamento). Ademais, para o STF: "Ao TCU compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º,I). (...)" (MS 25.092, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 10-11-2005, Plenário, DJ de 17-3-2006). 
 
Fale sobre o patrimônio das entidades dessas pessoas jurídicas
A questão do patrimônio diz respeito à caracterização dos bens em públicos e privados. Nesse sentido, de acordo com o art. 98 do Código Civil, serão PÚBLICOS os bens de entidades com personalidade jurídica de direito público interno (autarquias e fundações públicas de direito público), e são PRIVADOS os que pertençam a entidades privadas (empresas públicas e sociedades de economia mista). (Carvalho Filho, pp.487 e 516) Importante esclarecer que o patrimônio inicial da autarquia é formado a partir da transferência de bens do ente federado que a criou, enquanto a fundação pública, institui-se mediante a personificação de um patrimônio. Por fim, no que tange às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, os bens diretamente ligados à respectiva prestação não são públicos, mas se sujeitam a restrições similares às decorrentes do regime jurídico de tais bens (com fundamento no princípio da continuidade dos serviços públicos). (Paulo e Alexandrino, pp.43, 56 e 97) 
Como se dá o orçamento dessas entidades? O orçamento deve fazer parte da lei orçamentária? Para esse orçamento precisa de autorização do chefe do executivo?
De acordo com o art. 165, par.5º, inc. I, da Constituição Federal, integra a lei orçamentária anual o “o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”. Sendo assim, o orçamento das entidades da Administração Indireta é idêntico ao dos órgãos da Direta, e suas receitas e despesas integram o “orçamento fiscal”, parte da lei orçamentária anual. (Paulo e Alexandrino, p. 45) Esclareça-se que o orçamento fiscal é aquele relacionado com o ingresso de receitas em incremento ao patrimônio dos Poderes da União, órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta. (DE ALMEIDA, Rodrigo Damasceno. LISBOA, Marcelo Jucá. Direito Financeiro – Lei nº 4.320/64. 2ª edição. Salvador: Juspodium, 2014. p. 78)
As autarquias possuem as vantagens tributárias, os privilégios administrativos, e as prerrogativas processuais da Fazenda Pública? 
O ordenamento jurídico, diante da natureza e do papel desempenhado pelas autarquias, atribui-lhes algumas prerrogativas de direito público, são elas: imunidade tributária, impenhorabilidade de seus bens e rendas; imprescritibilidade de seus bens; prescrição quinquenal das dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias; inscrição de seus créditos como dívida ativa e cobrança pelo processo especial de execução fiscal; prazos quádruplo para contestar e em dobro para recorrer; duplo grau obrigatório, nos termos do art. 475, I e II do CPC; a sua defesa na execução de título judicial por quantia certa formaliza-se em apenso e por meio de embargos do devedor, nos termos dos arts. 741 a 743 do CPC. (Carvalho Filho, pp.491 a 493) 
O que é ato administrativo? 
Para José dos Santos Carvalho Filho, ato administrativo é “a exteriorização da vontade de agentes da Administração Público ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público.” Todavia, o próprio autor esclarece que não há consenso doutrinário quanto à conceituação do instituto. (Carvalho Filho, p.101). 
Com relação aos requisitos para que o ato seja legal o senhor pode me dizer a posição de supremacia da administração pública? Faça a correlação com o interesse público. Qual é a finalidade do ato administrativo?
O regime jurídico-administrativo é marcado por dois princípios essenciais: o da supremacia do interesse público sobre o privado e o da indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos. Estes princípios, que são considerados a como pedras angulares do Direito Administrativo, refletem no ordenamento jurídico em geral, limitando a atividade da Administração Pública e, consequentemente, impondo limitações à prática de atos administrativos (cujas finalidades devem ser exclusivamente as expostas nas leis que os prevejam). Assim, diante do conteúdo de tais princípios, os próprios órgãos que representem o interesse público não possuem disponibilidade sobre eles, incumbindo-lhes apenas o dever de curá-los, sem desvincular-se da finalidade dos atos administrativos que tenham que ser praticados. Caso a Administração se afaste da finalidade do ato, restará configurado o desvio de finalidade, e, consequentemente, o ato será inválido. (Bandeira de Mello, pp. 45 a 47, 63, 377 e 378). 
Com relação aos elementos do ato administrativo, quais são eles?
Os elementos do ato administrativo, independentemente da terminologia utilizada, são os pressupostos necessários para a validade dos atos administrativos. Por questão didática, José dos Santos Carvalho Filho repete os elementos do art. 2º da lei da ação popular, quais sejam: competência, objeto, motivo, forma e finalidade. (Carvalho Filho, p. 106)
Na hipótese de ausência de qualquer um dos elementos é causa de nulidade do ato administrativo ou existe algum elemento que pode ser flexibilizado no tocante a nulidade? 
Os atos administrativos precisam observar seus requisitos de validade para que possam produzir normalmente seus efeitos, sem eles o ato não poderá ter a eficácia desejada pelo administrador. Ocorre que, em alguns casos o vício é superável e o ato pode ser convalidado. A convalidação é o processo de que se vale a Administração para aproveitar os atos com vícios sanáveis. São convalidáveis, em regra, os atos que contenham vícios de COMPETÊNCIA e de FORMA. Ademais, é convalidável também o ato com vício no OBJETO, quando este for plúrimo. (Carvalho Filho, pp. 157, 165 e 166). 
Como os atos administrativos são classificados? 
Quanto aos destinatários: gerais e individuais; quanto às prerrogativas: de império e de gestão; quanto à liberdade de ação: vinculados e discricionários; quanto à intervenção da vontade administrativa: simples, compostos e complexos; quanto aos efeitos: constitutivos, declaratórios e enunciativos; quanto à retratabilidade: revogáveis e irrevogáveis; quanto à executoriedade: autoexecutórios e não autoexecutórios. (Carvalho Filho, pp. 130 a 134)
O que são atos de correspondência? Um ato enunciativo? Atos normativos? atos de ajuste? atos comprobatórios? As certidões seriam atos comprobatórios? 
Ato de correspondência: podem ser de correspondência individual ou pública e sua característica é ter destinatário declarado, como os ofícios e circulares (http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=assessoriadecomunicacao&lang=pt_BR&pg=5563&tax=13062). Ato enunciativo: é o ato que indica juízos de valor, dependendo, portanto, de outro ato de caráter decisório (Carvalho Filho, p.133). Ato normativo: é aquele de comando geral e abstrato (Carvalho Filho, p.135). Para Alexandre Mazza, as CERTIDÕES (cópias autenticadas de atos ou fatos permanentes de interesse do requerente constantes de arquivos públicos) são consideradas atos declaratórios ou enunciativos, que visam preservar direitos e afirmar situações preexistentes, sem conter manifestação de vontade da Administração. (MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 4ª edição. p. 143 e 171) 
* OBS: não encontrei nenhum autor ou site oficial que fale sobre os atos de ajuste e os atos comprobatórios. No site http://www.ibam-concursos.org.br/documento/Atos.pdf há menção aos dois, mas o responsável pela página não indica as referencias bibliográficas. 
Conceitue processo administrativo. Quais são as fases do processo administrativo?
Processo administrativo é o “instrumento que formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares, a fim de ser produzida uma vontade final

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