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Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos REAÇÕES QUÍMICAS ATMOSFÉRICAS Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Estudo complexo, pois: 1. Difícil Detecção e Análise: baixas concentrações dos reagen- tes e produtos formados 2. Velocidade das Reações: reações que requerem uma 3ª es- pécie M para absorver o excesso de energia são lentas nas atmosferas superiores, devido à pequena concentração de M 2 REAÇÕES ATMOSFÉRICAS No laboratório as reações são rápidas, pois as paredes dos recipientes absorvem energia atuando muitas vezes como “catalisadores”, podendo também reagir com várias espécies reativas Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 3. Difícil Simulação das Características das Regiões Atmosféri- cas Superiores (difícil reproduzir no laboratório as condições em que ocorrem as reações em altas altitudes) a) Grande concentração de elétrons e íons positivos b) Condições de baixa pressão c) Interferências quando as espécies estão confinadas em recipientes a baixas pressões 3 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Envolvem absorção de fóton de energia por um átomo, molé- cula, íon ou radical livre: A*: espécie A no estado excitado e pode participar de vários processos: 1) Dissociação: A* B1 + B2 + .......... Ocorrem alterações químicas na molécula. Ex.: predominância de oxigênio atômico nas camadas superio- res devido à dissociação de oxigênio molecular: 4 Tipos de Reações Fotoquímicas hv O2* → O + O A → A* hv Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 2) Reação Direta: A* + B C1 + C2 + .......... Ex.: reação entre moléculas de O2 excitado e O3: O2* + O3 2 O2 + O 3) Desativação por colisão: A* + M A + M(maior energia translacional) Na colisão há dissipação de energia (calor). Ex.: O2* + M O2 + M A molécula excitada volta ao estado original 4) Fotoionização: reação induzida por radiação. Caracteriza-se pela perda de elétron, ocorrendo ionização. 5 Ex.: N2* N2 + + e- hv → Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6 5) Fotoluminescência: processo que envolve a perda de energia por emissão de radiação eletromagnética: NO2* NO2 + h Após excitação os elétrons relaxam e voltam à órbita inicial, l iberando excesso de energia na forma de fótons. A espécie excitada perde energia: A fotoluminescência pode ser de três tipos: Fluorescência emissão de radiação eletro- magnética aproximadamente instantânea(luz de vida curta): 10-8 a 10-4 s Fosforescência emissão significativamente lenta (luz de vida longa): 10-4 a 102 s Quimiluminescência emissão de luz durante uma reação Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Termos de Russel- Sandell Estado eletrônico: 2S + 1 Onde S = s (spin) Fluorescência: o estado excitado é singlete: spin do elétron é mantido. Fosforescência: estado excitado triplete (orientação do elétron excitado inverte-se). 7 2S + 1 = 1 (Singlete) 2S + 1 = 3 (Triplete) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 8 É mais rápido e mais fácil transitar de um estado excitado para o fundamental sem alterar o spin (singlete, fluorescência) do que alterando o spin (triplete,fosforescência). Materiais Fluorescentes: fluorita, CaF2 (melhor ex.de mineral fluorescente); placas de trânsito, roupas de sinalização. Materiais Fosforescentes: ponteiro de relógio, tubos de TVs antigas, interruptores. Objetos fosforescentes produzem a própria radiação e os fluorescentes apenas convertem a radiação que recebem em luz visível. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 9 Quimioluminescência: emissão de luz numa reação. No processo formam-se espécies excitadas: O3 + NO O2 + NO2*(possui maior energia) Luminol catalisador (metal de transição) 3-aminoftalato (p. ex. ferro do grupo heme) (quimioluminescente) Detecção de sangue Sensibilidade do Luminol: pode chegar a 10-9 até em locais com azulejos, cerâmica, madeira lavados. É possível a detecção de sangue até 6 anos após o crime. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 7) Transferência Intramolecular: forma-se novo estado excitado XY# da mesma molécula: XY* XY# (singlete) 1SO2 3SO2 (triplete) 8) Isomerização Espontânea Ocorre com o orto-nitrobenzaldeído que passa ao ácido nitro- benzóico: 10 O ║ C − H NO2 O ║ C − OH NO → hv 6) Transferência Intermolecular de Energia: moléculas excitadas transferem energia a outras, excitando-as. Ex.: O2* + Na O2 + Na* Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Depende: Do Comprimento de Onda () da Radiação Da Intensidade da Radiação: varia com a hora do dia, a lati- tude e a época do ano Esses fatores influenciam as reações atmosféricas Principais Substâncias que Absorvem Radiação Solar 11 O2 O3 CO SO2 NO NO2 HNO3 HNO2 Nitratos e Nitritos Alquílicos Compostos Nitrogenados Aldeídos Cetonas Peróxidos Material Particulado 2. Absorção de Radiação Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Formam-se por ação da radiação eletromagnética. Em reações comuns: íons positivos reagem instantaneamente com elétrons livres Em altas altitudes: a interação entre íons de carga oposta é lenta. Por que? 12 3. Íons e Radicais na Atmosfera À medida que a altitude aumenta a atmosfera torna-se mais rarefeita os íons podem permanecer longo tempo nas ca- madas superiores sem reagir para formar espécies neutras Devido à rarefação, nas camadas superiores as espécies podem ter meia-vida de minutos e até muito mais longa Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Além de íons, a radiação eletromagnética pode formar espécies atômicas e radicais livres (elétrons desemparelhados). Os radicais livres participam da maioria dos fenômenos atmosféricos, pois possuem elevada reatividade Principais Radicais de Importância na Química Atmosférica 13 Radical Fórmula Metila CH3 . Hidroxila HO. Alquila R. Acila RCO. Radical Fórmula Formila HCO. Alcoxila RO. Hidroxiperoxila HOO. Peroxialquila ROO. Radical Fórmula Peroxila H3CO . Metilperoxila H3COO . Peroxiacila RO=COO. Acilato RO=CO. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 2) Radical hidroxila (HO·): mais simples e importante das espé- cies intermediárias em reações atmosféricas. a) Fotólise da água: ocorre em altitudes elevadasFormação de Íons e Radicais na Troposfera 1) Radical metila (CH3 ·): formado por dissociação do acetaldeído por ação da radiação eletromagnética: 14 O O ║ ║ H3C C H → H3C· + ·C H (Formila) hv hv H2O → HO· + H Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos b) Fotólise do Ácido Nitroso: em ar poluído por NOx forma-se HNO2 que se decompõe por ação da radiação solar: 15 Óxido nítrico HONO HO· + NO hv c) Intermediário da Formação do Smog: elevadas concentra- ções de HO. são produzidas quando smog se forma na pre- sença de matéria orgânica. d) Fotólise de Ozônio: na troposfera relativamente livre de poluentes, HO. é produzido nas reações: O* + H2O 2 HO · O3 O* + O2 ( < 315 nm) hv Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos e) Sistema NO2 / O2 / O / O3 / O* / H2O: processo mais importante de formação de HO. envolve 4 etapas (2 fotoquímicas): 16 NO2 → NO + 3O (triplete, estado fundamental) hv 3O + O2 + M O3 + M hv O3 → 1O*(singlete, estado excitado) + O2* O* + H2O 2 HO · 2S + 1 = 3 (Triplete) 2S + 1 = 1 (Singlete) CO + HO· CO2 + H· Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 3) Radical Metilperoxila (H3COO ·): formação CH3 · + O2 + M H3COO · + M (Rsmog) Participa de reações em cadeia (ex., formação do smog): H3COO · + NO H3CO · (peroxila) + NO2 17 4) Radical hidroxiperoxila (HOO·): forma-se na reação: H· + O2 + M HOO · + M Participa de várias reações: HOO· + HOO· O2 + H2O2 HOO· + NO HO· + NO2 HOO· + O3 2O2 + HO · Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 18 4. Reações do Oxigênio Atmosférico O2 na Troposfera: participa de reações que produzem energia (queima de combustíveis fósseis) CH4(gás natural) + 2 O2 CO2 + 2 H2O Processo Fotossintético e Balanço de O2: Retorna ao ar CO2 + H2O hv {CH2O} + O2 A fotossíntese gera O2, e assim, o consumo em outros proces- sos não preocupa, pois não causa deficiência do gás no ar Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Por que nas camadas atmosféricas superiores há maior teor de oxigênio monoatômico (O) que diatômico (O2)? 1. As camadas superiores estão sujeitas aos efeitos de radia- ções muito energéticas. 19 Na Termosfera: hv O2 O + O Apesar da ligação O = O ser forte, a radiação UV entre 135 a 176 nm e 240 a 260 nm é muito efetiva na dissociação. 2. As camadas superiores são muito rarefeitas: oxigênio atômi- co é estável pois, a atmosfera é tão rarefeita que são raras as colisões necessárias à ocorrência de reações. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Estado excitado: dissociação foto- química de O3: O3 hv O* + O2 ( < 308 nm) Oxigênio Molecular no Estado Fun- damental: triplete 3O2 com 2 elétrons desemparelhados. Oxigênio atômico pode existir na atmosfera tanto no estado fundamental (O) quanto no excitado (O*) 20 2S + 1 = 3 (Triplete) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 21 Pode ser excitado ao estado singlete 1O2: Fotólise de O3 e reações que produzem oxigênio (290 nm < < 350 nm): No estado singlete o oxigênio é muito mais reativo Reação do oxigênio singlete com água (produz o radical OH.): O3 hv O2 + 1O 2S + 1 = 1(Singlete) 1O + H2O 2 OH . Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Formação de O+ Iônico : por ação da radiação UV Predomina em certas regiões da ionosfera: 22 hv O O+ + e- O íon O+ pode reagir com O2 e N2 molecular: O+ + O2 O2 + + O O+ + N2 NO + + N Nas Regiões Intermediárias da Ionosfera: O2 absorve energéticas radiações UV ( entre 17 a 103 nm) surgindo o íon O2 +: O2 O2 + + e- hv O2 + pode ser produzido na reação: N2 + + O2 N2 + O2 + Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos O2 O + O 23 hv Ciclo Fotoquímico Básico O3 é produzido a partir da reação fotoquímica de dissociação de O2 por absorção de radiações UV: O3 O2 + O hv O + O2 + M O3 + M(maior energia) hv Reação Global: O2 O + O M: tem a função de absorver o excesso de energia. Pode ser outra substância presente na atmosfera (N2, O2, etc.). Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Concentração máxima de O3: ≈ 25 _ 30 km da superfície terrestre (estratosfera), constituindo a camada de ozônio. O3 absorve intensamente radiações UV entre 220 a 330nm: 24 mínimo maxímo hv O3 O2 + O A radiação eletromagnética absorvida por ozônio, converte-se em calor, resultando no máximo de temperatura na fronteira entre a estratosfera e mesosfera (altitude 50 km). Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Decomposição de Ozônio na Estratosfera: 2 O3 3O2 Catalisada por espécies naturais e antrópicas: NO, NO2, H, HO . , HOO. , Cl, ClO, Br, BrO Pode também ocorrer em superfícies sólidas como óxidos metálicos e sais. 25 Reações de Decomposição de Ozônio O3 → O2 + O hv O3 + O O2 + O2 O3 + HO . O2 + HOO . O3 + NO O2 + NO2 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Reações de Oxidação com Oxigênio Atômico 26 hv NO2 → NO + 3O 2S + 1 = 3 (Triplete) Oxigênio atômico: uma das espé- cies que iniciam a formação do smog.Pode ser gerado na atmosfera a par- tir da fotólise de NO2 (absorve radia- ção na região (290 nm < < 430 nm) e produz oxigênio atômico no estado triplete: Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos No estado singlete é muito mais reativo e pode formar-se pela fotólise (290 nm < < 350 nm): 27 Reação do oxigênio singlete com água: produção do radical OH.: 1O + H2O 2 OH . O3 hv O2 + 1O Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos N2 é fixado naturalmente na atmosfera a partir de descargas elétricas (raios, relâmpagos). Mas: Significativo teor é introduzido por processos de combustão Produção Fotoquímica de Nitrogênio Atômico: N2 é muito es- tável e não se dissocia facilmente, mas em elevadas altitudes (100 km) passa a nitrogênio atômico: 28 5. Reações de Nitrogênio e Seus Óxidos hv N2 → N + N N2 → N2 + + e- hv Formação de Espécies Iônicas: ação de raios cósmicos N2 + + O NO+ + N O+ + N2 NO + + N Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Produção de NO+: na região mais baixa da ionosfera ( 50 a 85 km) 29 NO → NO+ + e- hv NO+ pode reagir: NO+ + e- N + O Principais Fontes de NOx em Atmosferas Urbanas: processos de combustão. NO2 é produzido a partir dos gases quentes lança- dos pelo sistema de exaustão de veículos: 2 NO + O2 2 NO2 É um gás muito reativo, poluente e absorve radiação visível e UV. Se decompõe fotoquimicamente passando a NO e 3O Acelera a reação de oxidação de SO2 a H2SO4 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Ciclo Fotoquímico de NO2, NO e O3 Envolve importantes reações entre NOx e o ar atmosférico: 30 hv NO2 → NO + O (Rsmog) (fotodissociação a < 398 nm) O + O2 + M O3 + M NO + O3 O2 + NO2 (Rsmog) M: espécie qualquer, em geral N2 ou O2. A sequência de reações representa um ciclo onde NO2 se decompõe na 1ª e se forma rapidamente na 3ª reação [NO2] ≈ constante. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos hv H2O2 → 2 OH · 31 Sistema NOx, H2O, CO e Ar Reação entre o radical hidroxila e CO: origina o radical hidroxi- peroxilo HO2 ·: OH· + CO CO2 + H · H· + O2 + M HO2 · + M O radical HO2 · é um importante oxidante em regiões urbanas poluídas: HO2 · + NO OH· + NO2 (Rsmog) HO2 · + HO2 · O2 + H2O2 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.1 Principais Reações Com Oxigênio Atômico: 1) Hidrocarbonetos saturados: provavelmente ocorrem por formação de radicais alquilas e hidroxila: RH + O R. + OH. (Rsmog) 2) Compostos aromáticos: mecanismo não bem conhecido. A reação com benzeno é lenta. 32 3) Compostos insaturados: forma-se epoxi excitado que se decompõe em radicais alquila e acila: R1 R3 R1 R3 R1 R3 O \ ∕ \ ∕ \ ∕ ║ C = C + O C — C C. + C. (acila) ∕ \ ∕ \ ∕ \ R2 R4 R2 O R4 R2 R4 6. Reações de Hidrocarbonetos (HC) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 33 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.2 Reações de Oxidação com o Radical OH· Semelhantes às do oxigênio atômico (algumas diferenças). 1. Alcanos: produzem água e radical alquilo: RH + OH. R. + H2O 34 2. Hidrocarbonetos Insaturados: reações de adição. As cons- tantes de velocidades são muito maiores que com Oatôm CH3CHCH2OH ou CH3CH = CH2 + OH · CH3CHCH2 | OH (Rsmog) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 35 3. Compostos Aromáticos Há retirada de átomos de hidrogênio do mesmo modo como ocorre com oxigênio atômico. CH2CH3 .CHCH3 + HO. + H2O (Rsmog) ∕ ∕ Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.3 Reações de Oxidação com O3 (Ozonólise) Concentrações de 0,25 ppm ou maiores são comuns em atmosferas poluídas. Nestas condições reage com HC com apreciável velocidade (exceto com alcanos e aromáticos). 1. Alcanos e aromáticos: velocidade muito lenta. 2. Hidrocarbonetos insaturados: o mecanismo das reações e os produtos da decomposição inicial não são bem conhecidos. Supõe-se que em fase líquida O3 interaja com a dupla ligação, formando um intermediário que se decompõe em aldeído e um diradical. 36 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos . HCHO + CH3CH C3H6 + O3 H3CHC — CH2 OO . ou O O . \ ∕ CH3CHO + H2COO . O Com Oxig Atômico 1190 6810 2,06 x 104 37 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 38 COMPOSTO Reação com Oxigênio Atôm OH. O3 Etano 1,37 < 443 > - Etileno 1190 7550 > 2,96 x 10-3 < Butano 32,4 5700 > 0,0134 < Buteno 6810 - 0,0147 < Ciclohexano 177 < 1,2 x 104 > - Ciclohexeno 2,06 x 104 - 0,044 < Acetaldeído 544 < 2,35 x 104 > - Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.4 Oxidação de HC Oxigenados: Aldeídos e Cetonas Gases lançados pelo sistema de exaustão de veículos contêm cerca de 1,5% de cetonas e aldeídos (formam-se mais facilmente que cetonas). Principais Fontes: oxidação de HC e decomposição de radicais livres. 39 6.4.1 Fotólise: sob ação da luz solar com > 300 nm os aldeídos se dissociam fotoquimicamenteformando-se radical formila (muito reativo): . RCHO h R. + HCO (formila) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.4.2 Oxidação com Oxigênio Atômico: formam-se radicais acila e hidroxila: 40 O + RCHO RC. + OH. O (acila) 6.4.3 Oxidação com o Radical OH. que sequestra um hidrogênio dos aldeídos formando-se água e radical acila: OH. + RCHO RC. + H2O O (acila) Essas reações são importantes no controle de poluição, pois eliminam aldeídos da atmosfera Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.5 Reações de Radicais Livres: muito reativos 6.5.1 Com Oxigênio Molecular O2 Os radicais alquila e acila (R. e RCO.) reagem rapidamente com O2 produzindo radicais peroxilas: R. + O2 ROO . (peroxialquilas) 41 . RCO + O2 RCOO . (peroxiacetilas) (Rsmog) O Os radicais alcoxilas RO. ao reagir com O2 produzem aldeídos e o radical hidroperoxila HO2 . : RO. + O2 R’CHO + HO2 . Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.5.2 Com Óxido Nítrico Na reação com radicais peroxilos NO passa a NO2: NO + ROO. (peroxialquila) NO2 + RO . (alcoxila) (Rsmog) 42 NO + RCOO. NO2 + RCO . (acilatos) O (peroxiacila) O 6.5.3 Com Dióxido de Nitrogênio +2 +4 À medida que NO é oxidado há acúmulo de NO2 (formação do smog) Reação entre os radicais peroxilos e NO2 passa a ser ambientalmente importante devido aos produtos formados. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Os produtos formados (nitratos de peroxiacilos, PANs) são poluentes estáveis. São fitotóxicos, lacrimogêneos e reduzem a visibilidade: 43 RCOO. + NO2 RCOONO2 (PANs) (Rsmog) O (peroxiacila) O Os alquilperoxinitratos (ROONO2) formam-se na reação: ROO. (peroxialquila) + NO2 ROONO2 (alquilperoxinitro) NO2 pode reagir com radicais alcoxila RO . originando nitratos de alquila: RO. + NO2 RONO2 (nitratos de alquilas) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6.5.4 Reações Radical-Radical e Reações de Decomposição Radicais peroxilos presentes no smog podem originar peróxido e O2: ROO . (peroxialquila) + ROO. ROOR + O2 (Rsmog) 44 O ROO. + ROO. R’CH + R”CH2OH + O2 (Rsmog) O radical acilato é instável e se decompõe em radical alquila com liberação de CO2: O (acilato) RCO. R. + CO2 Na reação forma-se aldeído (ou cetona), álcool e O2: Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 45 Final do Capítulo
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