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Resenha Fisiologia Neonatal

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Fisiologia Neonatal
Resenha 
Autor: Tara M. Doherty; Annett
Aluna: Elisangela dos Santos Silva
A autora inicia sua introdução dizendo que as mudanças fisiológicas da criança no período neonatal são as mais dramáticas da vida humana. Enquanto sistema cardiovascular e cérebro ainda estarão em desenvolvimento e mudam imediatamente na hora do nascimento, os outros sistemas vão evoluindo lentamente na transição vida intra-uterina para um Adulto.
O momento do nascimento sendo um momento crítico para a criança.
Já o nascimento prematuro frustra essas mudanças fisiológicas principalmente levando em conta o sistema endócrino que ao liberar Cortisol fica responsável pela maturação do sistema pulmonar, além de fornecer a secreção pra tireoide e catecolaminas, enzimas digestivas.
E a função da tireoide parece ser fundamental na preparação do sistema cardiovascular neonatal e na regulação da temperatura do corpo.
Nesta introdução a escritora já mostra de forma clara e precisa o seu trabalho, ágil em descrever detalhes e simples ao relatar.
Ela ainda descreve que apenas após o clampeamento do cordão umbilical a tensão arterial do oxigênio acaba por aumentar e a pulmonar diminuir, produzindo, ou melhor facilitando  primeira troca gasosa do neonato, a escritora ainda descreve dados precisos sobre essas mudanças e adaptações de forma a proporcionar ao leitor fácil entendimento sobre o assuntos.
 
 A autora separa então seu texto por sistemas, começando pelo sistema cardiovascular, respiratório, hematológico, sistema nervoso central, sistema endócrino, gastrointestinal/hepático e sistema Renal. 
E por fim as Significâncias clínicas do neonato, suas diferenças únicas entre uma criança e um neonato.
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 Ao separar-se da placenta causa ao neonato mudanças significativas as pressões vasculares do recém nascido. A resistência vascular diminui pelo aumento do oxigênio no sangue, e a resistência vascular sistêmica aumenta devido à perda da placenta de baixas pressão.
Ela explica também que o coração do neonato tem um número reduzido de miócitos fazendo com que sua complacência seja menor do que a de um adulto, sabendo que, o débito cardíaco é dependente da frequência cardíaca e o neonato é fisiologicamente incapaz de expandir-se adequadamente ao seu sistema, há  a geração de um estresse produzido no seu sistema nervoso Parassimpático, gerando assim uma resposta de diminuição da frequência cardíaca quando em comparação à um Adulto que em situação de estresse gera um aumento da frequência cardíaca. Porém como o neonato depende da frequência cardíaca para o débito cardíaco adequado, há a diminuição de quantidade adequada de sangue, podendo resultar em diminuição da pressão arterial, e eventual colapso cardiovascular exigindo imediata intervenção. Ainda contando com um eventual relaxamento e pouco eximindo diastólico o neonato fica incapaz de controlar sozinho os volumes vasculares.
 Os neonatos devido ao aumento da oxigenação sanguínea e baixo nível de prostaglandinas e Canal Arterial Patente(PCA), que é o responsável pela ligação da circulação entre mãe e feto se fecha, permitindo assim que os pulmões do neonato recebam mais oxigênio. Esse fechamento se completa por volta de 2 a 3 semanas após o nascimento e quando não ocorre, esse shunt mantém a comunicação ente aorta pulmonar descendente e artéria pulmonar. Esse defeito a autora descreve como um defeito cardíaco congênito congênito acianótico, podendo ser corrigido cirurgia ou farmacologicamente. Alguns autores defendem o tratamento cirúrgico, outros o farmacológico, visto que este pode ser ineficaz e exigir a cirurgia de qualquer forma. 
Os Neonato ainda tem o que chamamos de Forame Oval Patente (FOP), uma ligação aberta entre os ventrículos que permite que mais sangue vá ao cérebro. Esse FOP deve se fechar com o aumento das pressões vasculares nos primeiros meses de vida pós Natal.
Há ainda o Ducto venoso que geralmente se fecha dentre 3 a 7 dias pós nascimento por conta das prostaglandinascirculantes, porém se este shunt não se fecha, as toxinas sanguíneas circundarão o fígado, resultando no aumento de amônia, ácido úrico e exigindo intervenção cirúrgica. 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
A Autora descreve em detalhes que os neonatos possuem características físicas que podem resultar em uma mecânica respiratória inibida.
Como a caixa torácica e seus ossos ainda dão cartilaginosos, são complacentes e ainda são mais horizontalizadas do que os adultos, em contrapartida o pulmão do neonato é pouco complacente, que em conjunto contribuem para uma suscetibilidade de dessaturação de oxigênio muito maior.
Ainda com sua Capacidade Residual Funcional reduzida, e uma necessidade de consumo quase duas vezes maior que de um adulto, pequenas vias aéreas podem se fechar, necessitando então do que chamamos de CPAP, ou, Pressão Contínua nas Vias Aéreas, podendo ser bem útil tanto em bebês nascidos prematuro, quanto nos bebês nascidos à termo, visto que eles são menos resistentes à fadiga devido às fibras musculares tipo 1 que eles possuem em menor quantidade.
Essa exigência muscular no neonato se deve à sua posição do sistema respiratório como um todo, e sua pouca quantidade de Alvéolos e sua espessura maior, dificultando ainda mais a dinâmica respiratória.
Sendo os recém nascidos respiradores nasais obrigatórios devido à sua anatomia, a autora explica de forma simples em comparação com um adulto que o Neonato possui, cabeça maior, pescoço curto, língua maior em relação à sua anatomia, glote estreita e a cartilagem cricóide de forma mais cônica, logo abaixo da glote ainda mais estreita, podendo tornar a intubação neonatal um verdadeiro desafio. 
Ainda há a laringe do neonato que em relação ao adulto é mais cefálica e mais anteriorizada em relação à um Adulto , permitindo assim que a criança respire e possa mamar de forma eficaz e ao mesmo tempo. 
 
SISTEMA HEMATOLÓGICO
De forma sucinta, a autora nos explica que o feto contém sua HbF (Hemoglobina Fetal) entre 70 e 90%, hemoglobina essa, com alta afinidade ao oxigênio e presente no sangue do recém nascido  até por volta dos 3 meses de idade, quando gradualmente  vai sendo substituída pela Hemoglobina Adulta, e na Curva de dissociação oxigênio-hemoglobina, essa, se desloque para esquerda. Por isso as pressões de oxigênio arterial são mais baixas no recém nascido do que no adulto. Essa HgF também acaba por proteger a falcisação dos glóbulos vermelhos. 
Por fim o fígado do neonato que ainda imaturo até os primeiros  meses de vida os fatores de coagulação da vitamina K são deficientes, sendo portando administrada ainda na sala de parto para previnir que a criança desenvolva a doença hemorrágica do recém nascido.  
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O neonato não um sistema nervoso que possa se autorregular, sendo, a autorregulação cerebral necessária para a regulação sanguínea cerebral em circunstâncias de pressões extremas, no caso de uma pressão arterial elevada, o neonato está predisposto à a hemorragia interventricular devido à fragilidade dos seus vasos sanguíneos. O mesmo sistema de autorregulação também trabalha no caso de hipotensão arterial.
A Barreira Hematoencefalica do neonato, além de imatura, também é fraca, permitindo que medicamentos solúveis em lipídios penetrem mais facilmente ao sistema nervoso central.
Além disso os neonatos apresentam maior quantidade de líquido cefalorraquidiano e mielinização imatura, o que pode diminuir ou encurtar a eficiência de anestésicos locais.
A autora ainda apresenta as diferença anatômicas da medula espinhal do neonato X Adulto.
Medula espinhal neonatal: L3
Medula espinhal Adulta: L1
Saco Dural neonatal termina em: S4
Saco Dural Adulto termina em: S2
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
A autora também descreve de forma sucinta e fácil como esse sistema funciona no neonato. 
Ela nos conta que o neonato tem uma superfície corporal aumentada em relação ao próprio peso, o que dificulta a manutenção do calor corporal, fazendo com que ele se perca mais rapidamente. E mesmo o neonatotendo um mecanismo compensatório, este é ineficiente para evitar perda de calor, já que são incapazes de tremer, ou utilizar a vasoconstrição.
O neonato tem uma gordura de cor marrom, que permite que a termogênese aconteça sem arrepios e acaba por consumir oxigênio, esses eventos hipotérmicos devem ser evitados, pois leva o bebê ao estresse e a uma cascata de eventos indesejados. 
 
SISTEMA GASTROINTESTINAL /HEPÁTICO 
Nesta parte do texto de forma Simples a autora explica que o neonato é propenso a ter mais refluxo gastroesofágico, devido ao seu tempo de esvaziamento gástrico ser menor e o tônus do esfíncter esofágico inferior ser diminuído.
Já por ter uma função hepática imatura e uma diminuição do fluxo sanguíneos nesta área, acaba que o neonato tem uma forma mais lenta de metabolizar os medicamentos. Além disso essa imaturidade hepática afeta os níveis de glicose, fazendo-se necessária a oferta de glicose no neonato para evitar a hipoglicemia. Essas  infusões suplementares de glicose são ofertadas em 8mg/ kg / min.
Os bebês com icterícia fisiológica é um processo autolimitando que pode se apresentar devido ao aumento da bilirrubina não conjugada. 
SISTEMA RENAL.
O rim do feto começa a produzir urina na 16° semana de gestação e entre 34 e 36 semanas a nefrogênese já está completa.
A autora cita que ao nascer o Sistema Renal do neonato não consegue concentrar  urina, por falta do sistema tubular ainda incompleto, o que provoca a perda de peso nos primeiros dias de vida, proporcionando diminuição de água corporal conta do alto débito urinário, mas por volta do 5° ao 7° dia começa a estabilizar. 
Como a Taxa de filtração glomerular é de apenas 20/30% de um adulto, a medicação demora mais a ser excreta da via renal, e um aumento de dosagem com base no peso do neonato é necessário, porém esse aumento pode ser compensado pelo fato de a medicação demorar mais pra ser excretada pelo rim,  portanto exige que as doses do medicamento sejam aplicadas em um intervalo maior. 
Com um fluxo sanguíneos renal diminuído e também a Taxa de filtração glomerular diminuída, fazem com que o neonato tenha dificuldade com a administração de fluido intravenoso, portanto tal fluido deve sempre ser dosado com base no peso da criança. 
Agora ao final do texto a autora nos oferece um pequeno resumo em pontos de cada sistema abordado no artigo.  Vou numerá-los para melhor compreensão. A autora as chá de Pérolas, e acredito que sejam os detalhes mais importantes que devemos ter em mente ao ser responsável por um neonato.
Significância clínica
1 – O coração do neonato depende da frequência cardíaca para manter um débito cardíaco adequado, já que o tecido ventricular  deles apresenta menor complacência.
2 – As Pressões vasculares neonatais mudam conforme sua exposição ao oxigênio.
3 – o Neonato possui um Sistema Parassimpático dominante, facilitando assim a bradicardia em circunstâncias de estresse. 
4 – O Neonato é um respirador nasal obrigatório e sua anatomia de vias aéreas é pequena em relação ao tamanho da sua cabeça. 
5 – A porção subglótica do Neonato é a porção mais estreita de suas vias aéreas.
6 – A mecânica respiratória do Neonato é ineficiente devido à uma caixa torácica complacente, pulmões pouco complacentes, movimentos respiratórios paradoxais, menor quantidade de Alvéolos e também tamanho menor.Com uma Capacidade Residual Funcional diminuída, possui mais facilidade de colabar e consome mais oxigênio  
7 – O Neonato é mais propenso à fadiga respiratória devido à baixa quantidade  de fibras musculares tipo 1 , de contração lenta.
8 – Neonatos nascem com uma alta quantidade Hemoglobina Fetal com uma afinidade mais forte pelo oxigênio, o que causa uma baixa pressão parcial de oxigênio e um desvio à esquerda na curva de dissociação oxigênio-hemoglobina.
9 – Um Neonato não tem autorregulação cerebral e possuem uma barreira Hematoencefálica imatura.
10 – A medula espinhal neonatal termina em L3 e o Saco dural em S4.
11 – o Neonato é mais suscetível à hipotermia devido à área de superfície corporal em relação ao peso, e usam a gordura marrom para produzir calor.
12 – A função hepática dos neonatos ainda imatura, oferece risco de hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, metabolismo medicamentoso prejudicado e coagulopatias.
13 – Os neonatos apresentar maior nível de água corporal total (ACT) o que pode causar diluição e menor eficácia de alguns medicamentos. 
14 – Possuem fluxo Sanguíneo Renal menor e portanto uma taxa de filtração de filtração glomerular baixa, dificultando o manuseio de grandes volumes de fluidos e a regulação de eletrólitos.
Recém nascido em números 
Volume de sangue normal 85 à 95 ml/ kg.
Hematócrito normal, 37 à 52%.
Água corporal total 70%
PAS normal 50% à 90 mmHg
Frequência cardíaca normal 100 à 170 bpm.
Glicose normal, maior que 40 mg/dl
Substituição FIV 4ml/kg/hr.
 
A autora nos presenteou com um mini manual de fisiologia Neonatal, o mínimo a se saber quando se está responsável por uma UTI Neonatal. Adultos aguentam mais tempo e bebês, especialmente os recém nascidos são mais delicados exigem cuidado rápido e certeiro, e com esse artigo podemos começar a nos aprofundar no assunto e atender os bebês de forma mais segura.
A autora tem formas claras de falar e vai direto ao assunto, deixando tudo simples e de fácil entendimento à qualquer profissional de saúde.

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