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Planejamento de Ambiente Construído

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ARQUITETURA
Betina Conte Cornetet
Planejamento do ambiente 
construído
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer as fases do projeto de um ambiente construído.
 � Identificar os quesitos que devem ser analisados e estudados para 
o planejamento e desenvolvimento do projeto.
 � Demonstrar a fase inicial de planejamento do projeto.
Introdução
Você sabia que são várias as considerações e análises que devem ser 
feitas ao planejar e desenvolver uma edificação?
Neste texto, você vai compreender o desenvolvimento de um pro-
jeto com ênfase no planejamento inicial. Vai aprender também sobre 
o planejamento de um ambiente construído; ou seja, o planejamento 
e, consequentemente, o desenvolvimento de um projeto. É impor-
tante, porém, que você saiba que um conjunto de edificações, uma
cidade ou até mesmo um ambiente que, a princípio, pode parecer
isolado, deve ser pensado nas ligações com o entorno, como o clima,
o fluxo de pessoas e outras implicações.
As fases de um projeto arquitetônico
O projeto arquitetônico consiste no conjunto de documentos necessários para 
representar previamente, através de desenhos e textos, a configuração arquite-
tônica do edifício ou ambiente que se pretende construir. Essa documentação 
deve ser elaborada com base nas condições levantadas do terreno (ou edificação 
existente, se for o caso), no programa de necessidades elaborado para atender 
às demandas do cliente, nas condicionantes legais e em outros itens que possam 
ser particularmente importantes em cada caso. Segundo a NBR 13532 (ASSO-
CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1995), que regulamenta 
as condições exigíveis para a elaboração de projetos de arquitetura para a cons-
trução de edificações, as principais etapas do projeto são:
a. Levantamento de dados para arquitetura.
b. Programa de necessidades de arquitetura.
c. Estudo de viabilidade de arquitetura.
d. Estudo preliminar de arquitetura.
e. Anteprojeto de arquitetura ou de pré-execução.
f. Projeto legal de arquitetura.
g. Projeto básico de arquitetura (opcional).
h. Projeto para execução de arquitetura.
Você vai ver todas essas etapas, e também o material que deve ser produ-
zido em cada momento do desenvolvimento do projeto. Os atributos funcio-
nais, formais e técnicos devem estar informados para cada item projetado, 
atendendo às exigências do programa, das normativas legais e de desempenho 
da edificação. Você ainda deve garantir a coordenação e compatibilização 
entre as decisões do projeto de arquitetura e todos os demais projetos comple-
mentares realizados por outros colaboradores.
Levantamento de dados para arquitetura
Para a realização do levantamento de dados de arquitetura, você deve levar 
em consideração as condicionantes do terreno em que vai intervir; isto é, 
orientação solar, topografia, ventos predominantes, entorno, infraestrutura 
urbana, e as exigências legais. Deve ainda verificar a geometria correta do 
terreno através do levantamento cadastral desse terreno.
Nesta etapa, você deve produzir os desenhos levantados do terreno ou da 
edificação – implantação, plantas, cortes, elevações e o que for adequado 
para registrar todas as informações – em escala apropriada, além do relatório 
de vistoria do terreno, contendo dados importantes, levantamento fotográ-
fico e números de protocolos de consulta nos órgãos competentes. Outras 
documentações necessárias referentes a condições específicas de cada projeto 
também podem ser incluídas na documentação. Veja um exemplo de levanta-
mento fotográfico na Figura 1.
Arquitetura44
Programa de necessidades de arquitetura
Com base na documentação produzida na etapa de levantamento e conhecendo 
as necessidades do cliente com relação à dimensão da edificação, usos, público-
-alvo, dinâmica dos espaços, características formais, entre outros, o arquiteto 
pode elaborar um programa de necessidades. Esse programa deve conter as in-
formações básicas necessárias para que seja possível realizar a próxima etapa, e 
verificar a viabilidade da implantação do projeto naquele local.
Para demonstrar o programa de necessidades, você deve organizar as infor-
mações em forma de organograma funcional e diagramas básicos de estudo; des-
crever, em um memorial, informações relevantes; e apresentar planilhas contendo 
dimensões, exigências, relações entre as atividades e quantidades desejadas.
Estudo de viabilidade de arquitetura
Para realizar o estudo de viabilidade, você precisa cruzar as informações ob-
tidas no levantamento de arquitetura e no programa de necessidades elaborado 
com as informações geradas pelos colaboradores que realizam levantamentos 
específicos para cada disciplina complementar. O objetivo desta etapa é testar 
alternativas volumétricas que atendam às exigências legais e às solicitações 
do cliente. Após a realização de quantos estudos forem necessários, você vai 
conseguir chegar a algumas conclusões e elaborar recomendações para o de-
senvolvimento do projeto. Nesta etapa, é possível concluir que o terreno e suas 
condicionantes inviabilizam o projeto nas condições desejadas pelo cliente.
Figura 1. Exemplo de levantamento fotográfico de edificação e terreno.
Fonte: Farrelly (2014, p. 164).
45Planejamento do ambiente construído
Os documentos técnicos produzidos nesta etapa para apresentar as conclu-
sões do estudo de viabilidade para o cliente são desenhos esquemáticos, dia-
gramas, esquemas, e outras representações necessárias em escala adequada, 
além de um relatório conclusivo.
Estudo preliminar de arquitetura
Se o resultado do estudo de viabilidade for aprovado, a próxima etapa de desen-
volvimento é a do estudo preliminar, e podemos dizer que é a primeira etapa do 
projeto propriamente dito. Nesse momento, você vai utilizar todo o material de-
senvolvido nas etapas anteriores como embasamento para as decisões projetuais 
de lançamento de um partido ou conceito arquitetônico. Além disso, nesta etapa, 
você deve realizar uma consulta aos colaboradores das demais disciplinas, a fim 
de verificar quaisquer necessidades específicas identificadas por eles.
Para saber mais sobre lançamento de partido arquitetônico, consulte o livro Composição, 
Partido e Programa: uma revisão crítica de conceitos em mutação (CANEZ; SILVA, 2010).
O estudo preliminar consiste em uma proposta resumida do que entendemos 
ser o partido mais adequado para o projeto. Já devem constar indicações das 
funções, dos usos, das formas, das dimensões, da relação entre os ambientes 
e das tecnologias adotadas. É possível a realização de mais de um estudo pre-
liminar, para que, junto com o cliente e os demais colaboradores, você possa 
definir qual dos estudos é o mais adequado para atender às necessidades de 
todos. Veja um exemplo de planta baixa de um estudo preliminar na Figura 2.
Para demonstrar graficamente o estudo preliminar, você tem de apresentar 
um conjunto de desenhos, como a planta geral de implantação, plantas dos pa-
vimentos, planta da cobertura, cortes longitudinais e transversais, elevações e 
detalhes construtivos, quando for necessário. Também é desejável a apresen-
tação de um memorial com as justificativas para as tomadas de decisão, além 
de recursos tridimensionais, como perspectivas, maquetes, fotomontagens e 
outros recursos gráficos.
Arquitetura46
Anteprojeto de arquitetura ou de pré-execução
Com o estudo preliminar aprovado, a etapa de anteprojeto, ou projeto pré-
-executivo, será a primeira etapa de desenvolvimento da proposta. Você deve 
produzir informações técnicas relativas à edificação, seus ambientes internos 
e externos, a todos os seus elementos e a seus componentes construtivos re-
levantes.
O material a ser produzido nesta etapa é muito semelhante à listagem que 
se apresenta para o estudo preliminar. A diferença, porém, é a quantidade de 
informações em cada desenho. À medida que o desenvolvimento do projeto 
avança, aumenta a complexidade das informações necessárias para demons-trar as decisões de projeto que foram tomadas. Os documentos são os de-
senhos e os textos. Os desenhos consistem em planta geral de implantação, 
planta de terraplenagem, cortes de terraplenagem, plantas dos pavimentos, 
plantas das coberturas, cortes longitudinais e transversais, elevações, deta-
lhes de elementos da edificação e de seus componentes construtivos; e os 
textos em memorial descritivo da edificação e de seus elementos, dos compo-
nentes construtivos e dos materiais de construção.
Figura 2. Exemplo de estudo preliminar.
Fonte: Farrelly (2014, p. 164).
47Planejamento do ambiente construído
Projeto legal de arquitetura
Para a elaboração do projeto legal de arquitetura, você precisa verificar a legis-
lação municipal, a estadual e a federal pertinentes (leis, decretos, portarias e 
normas), além de consultar as normas técnicas do INMETRO e a ABNT. Nesta 
etapa, você precisa produzir informações suficientes para atender aos proce-
dimentos de análise e aprovação do projeto e da construção nos órgãos com-
petentes: órgãos públicos, concessionárias de serviços públicos, conselho do 
patrimônio, autoridades estaduais e federais de meio ambiente, departamento 
de aeronáutica e todas as demais entidades reguladoras às quais o projeto espe-
cífico deva ser submetido. Os documentos técnicos para esta etapa podem ser 
uma exigência específica de cada órgão. Assim, seria interessante realizar uma 
consulta prévia para verificar a listagem de documentos exigidos.
Projeto básico de arquitetura (opcional)
O projeto básico de arquitetura é uma etapa intermediária e opcional. Geral-
mente, nesta etapa, é elaborado o projeto básico para direcionar o desenvol-
vimento do projeto executivo; em especial, quando este não foi desenvolvido 
pela mesma equipe que trabalhou no projeto até o momento, ou ainda quando 
não há previsão para o início da próxima etapa. Nesta etapa, você deve apre-
sentar o conjunto de elementos obrigatórios de desenhos e textos, e, se pos-
sível, também os recursos de representação tridimensional.
O conjunto de desenhos devem conter: planta geral de implantação, planta 
de terraplenagem, cortes de terraplenagem, planta dos pavimentos, planta das 
coberturas, cortes longitudinais e transversais, elevações frontais, posteriores 
e laterais, plantas, cortes e elevações de ambientes especiais, como banheiros, 
cozinhas, lavatórios, oficinas e lavanderias, e detalhes de elementos da edifi-
cação e de seus componentes construtivos – portas, janelas, bancadas, grades, 
forros, beirais, parapeitos, revestimentos e seus encontros, impermeabiliza-
ções e proteções. Com relação aos textos, você deve apresentar o memorial 
descritivo da edificação, o memorial descritivo dos elementos da edificação, 
das instalações prediais (aspectos arquitetônicos), dos componentes constru-
tivos e dos materiais de construção, e o memorial quantitativo dos compo-
nentes construtivos e dos materiais de construção.
Arquitetura48
Projeto para execução de arquitetura
O projeto executivo é a última etapa do processo de projeto e deve garantir que 
todas as intenções de arquitetura e das demais disciplinas estejam documen-
tadas, para que não haja deficiências de informação que possam comprometer 
a qualidade da construção. Quanto mais completo e mais bem elaborado for 
o projeto executivo, menores as chances de erro na construção ou equívocos 
de interpretação. Para a elaboração desta etapa, você deve ter todas as infor-
mações geradas em todas as etapas anteriores e por todos os colaboradores 
responsáveis pelas demais disciplinas, compatibilizadas em um conjunto de 
documentos. Na Figura 3, veja um exemplo do edifício já apresentado no le-
vantamento e estudo preliminar, executado conforme informações de projeto.
Figura 3. Imagens da execução conforme informações de projeto.
Fonte: Farrelly (2014, p. 164).
Os documentos técnicos mínimos desta etapa são desenhos completos e em 
escala adequada, apresentando planta geral de implantação, planta de terraple-
nagem, cortes de terraplenagem, plantas das coberturas, cortes longitudinais e 
transversais, elevações frontais, posteriores e laterais, plantas, cortes e eleva-
ções de ambientes especiais, como banheiros, cozinhas, lavatórios, oficinas e 
lavanderias, e detalhes de todos os elementos da edificação e de seus compo-
nentes construtivos – portas, janelas, bancadas, grades, forros, beirais, para-
peitos, pisos, revestimentos e seus encontros, impermeabilizações e proteções.
Também é necessário o desenvolvimento de memorial descritivo da edi-
ficação, de memorial descritivo dos elementos da edificação, das instalações 
prediais em relação aos aspectos arquitetônicos, dos componentes construtivos 
e dos materiais de construção, além de memorial quantitativo dos componentes 
construtivos e dos materiais de construção. Recursos de representação tridi-
mensionais são opcionais, porém desejáveis para facilitar a comunicação.
49Planejamento do ambiente construído
Para saber a respeito da capacitação e das atribuições de cada profissional, é importante 
consultar os conselhos de classe. Para conhecer as atividades, atribuições e campos de 
atuação privativos dos arquitetos e urbanistas, consulte a Resolução N° 51, de 12 de julho 
de 2013 (CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL, 2013). As demais atribui-
ções compartilhadas entre arquitetos e outras profissões regulamentadas e legalmente 
habilitadas podem ser conhecidas consultando a Lei n° 12.378, de 2010 (BRASIL, 2010).
Para o desenvolvimento de projetos de arquitetura, é comum que a equipe conte com a 
participação de colaboradores de diferentes disciplinas, uma vez que se trata de uma ativi-
dade com características multidisciplinares. No livro Fundamentos de Arquitetura (FARRELLY, 
2014) foram listados alguns colaborares e seus papéis no processo de projeto. São eles:
 � O CLIENTE: Responsável pela idealização do projeto, financia a construção e pode 
ser também o próprio usuário final da edificação.
 � O TOPÓGRAFO: Ele é responsável pelo levantamento dos níveis das característi-
cas topográficas existentes, além de verificar os limites dos terrenos e a posição 
exata dos elementos. O topógrafo pode ainda verificar os materiais e sistemas da 
arquitetura, desenhando uma edificação existente (quando houver) no terreno 
ou a sua localização.
 � O ORÇAMENTISTA: O orçamentista avalia os materiais usados na construção e 
suas quantidades, busca a precificação de mercado adequada e prepara um or-
çamento dos custos da construção.
 � OS ENGENHEIROS: Dependendo da complexidade do projeto, pode ser neces-
sário contar com a colaboração de especialistas em determinadas disciplinas. Os 
engenheiros possuem formação específica e detêm conhecimentos científicos 
e técnicos para suas respectivas disciplinas. Os engenheiros trabalham em con-
junto com o arquiteto e podem ser responsáveis por disciplinas relacionadas à 
estrutura da edificação ou às instalações de calefação e refrigeração, ventilação, 
eletricidade, água, esgoto, telefonia, etc.
 � OS CONSTRUTORES E EMPREITEIROS: Os construtores e empreiteiros da constru-
ção civil são responsáveis pela execução dos projetos com base nas informações 
fornecidas pelos engenheiros, arquitetos, topógrafos e orçamentistas. Os cons-
trutores e empreiteiros seguem um cronograma de obra que é elaborado no 
início da execução e são supervisionados por um gerente de obras ou arquiteto 
que fica no local verificando se a execução permanece fiel ao projeto e sanando 
quaisquer dúvidas que possam surgir.
Arquitetura50
Atualmente, o processo de projeto vem sendo revisto a partir de uma nova lógica projetual 
baseada na modelagem da informação (sistema BIM – Building Modeling Information). Conheça 
mais sobre essa nova plataforma que está alterando o processo linear de desenvolvimento 
de projetos em Manual de BIM: Um guia de modelagem da informação da construção para 
arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores (EASTMAN et al.,2013).
Condicionantes que devem ser analisadas 
e estudadas para o planejamento e 
desenvolvimento do projeto
Na fase de levantamento, é quando haverá o primeiro contato do profissional 
contratado para elaborar o projeto arquitetônico com a problemática apresen-
tada. Nesse momento, é importante levantar, verificar, analisar e estudar o 
maior número de informações possíveis, a fim de conhecer as condicionantes 
que poderão interferir nas definições de projeto. Cada sítio oferece situações 
particulares de deficiências e potenciais que podem ser explorados em di-
ferentes tipos de projeto. No entanto, é usual que sejam verificados alguns 
parâmetros, como as relações com o entorno, situações climáticas, o fluxo de 
pessoas e outras implicações. Para demonstrar isso, dividimos as condicio-
nantes mais comuns nestes quatro grupos:
O terreno e região
Conhecer o contexto da implantação do projeto é um fator fundamental. Para 
compreender esse entorno, você primeiro deve identificar a localização do 
terreno ou sítio. Uma breve análise do conjunto ao qual o terreno pertence 
deve ser realizada a fim de resgatar a identidade do local. Você deve iden-
tificar as características das edificações vizinhas, os fluxos e acessos, suas 
alturas, a materialidade e as técnicas construtivas utilizadas. A partir dessas 
informações, o projetista pode optar por uma estratégia de opor-se ao tecido 
urbano, ou ainda integrar-se a ele. Veja um exemplo de mapa de figura e 
fundo, que revela a densidade edilícia do terreno, na Figura 4.
51Planejamento do ambiente construído
Figura 4. Exemplo de levantamento da densidade construída através do mapa de figura 
e fundo.
Fonte: Farrelly (2014, p. 16).
A orientação solar do terreno deve ser avaliada para que seja possível 
definir a direção das janelas conforme a necessidade de insolação dos am-
bientes, além de verificar a necessidade de elementos de proteção. A rosa 
dos ventos deve indicar a orientação dos ventos predominantes naquele local. 
Assim, é possível verificar a possibilidade de se obter a desejada ventilação 
natural dos ambientes. As curvas de nível vão revelar os desníveis presentes 
no terreno, que devem ser verificados através da topografia. Elas também vão 
sugerir possibilidades ou barreiras de projeto. É importante verificar ainda 
a implicação da topografia e das construções mais próximas em relação ao 
edifício que será projetado, analisando se isso interfere na incidência de sol e 
vento. Veja uma opção de representação das curvas de nível, através de ma-
quete topográfica, na Figura 5.
Também é interessante verificar as instalações de infraestrutura do ter-
reno. Assim, você fica sabendo se existem esperas de instalações de luz e 
água, se a posição de postes ou árvores no passeio podem determinar ou con-
dicionar a relação com a rua, além de outras particularidades. O conjunto das 
informações levantadas pode ser reunido em um mapeamento com a síntese 
de levantamento. Veja um exemplo na Figura 6.
Arquitetura52
Figura 5. Exemplo de maquete demons-
trando as edificações do entorno, a topo-
grafia do terreno e o traçado viário.
Fonte: Farrelly (2014, p. 18).
Figura 6. Exemplo de diagrama síntese dos elementos levantados no terreno de projeto.
Fonte: Farrelly (2014, p. 17).
53Planejamento do ambiente construído
Objetivos do cliente
Conhecer as intenções do cliente é um ponto de partida importante para a ela-
boração do programa de necessidades. Em algumas reuniões, é possível fazer 
um levantamento dos espaços que são necessários e ainda compreender as 
expectativas com relação a forma, fluxos, usos, funcionalidades dos espaços 
e demais fatores importantes para o cliente. É fundamental que o projetista 
compreenda quais elementos são essenciais para o cliente, e quais elementos 
possuem alguma liberdade propositiva.
Programa de necessidades
Tendo o domínio do terreno, através do complexo levantamento que foi reali-
zado previamente, e compreendendo as expectativas do cliente, você poderá 
desenvolver o programa de necessidades. Nesta etapa, ainda é importante que 
sejam conhecidas as condicionantes legais e, se houver, as normas internas do 
condomínio para o desenvolvimento do projeto.
O programa de necessidades, diferentemente dos objetivos do cliente, 
passa pela interpretação do arquiteto. Com base no seu repertório profissional, 
nos conhecimentos técnicos, culturais, na análise do terreno, no domínio das 
condicionantes legais e da interpretação dos objetivos do cliente, o arquiteto 
desenvolve o programa. O programa de necessidades deverá ser a base para 
o lançamento do partido arquitetônico, que visa responder às perguntas por 
ele sugeridas.
Função da construção
Compreender que função terá o edifício permite verificar as condicionantes 
legais que se aplicam ao seu uso. Depois disso, você vai precisar verificar 
todos os projetos para a elaboração do projeto legal. Porém, é importante 
fazer uma primeira consulta previamente para ter certeza de que o terreno 
pode abrigar determinados usos. É necessário também realizar consultas 
em órgãos competentes, como órgãos públicos, concessionárias de serviços 
públicos, conselho do patrimônio, autoridades estaduais e federais de meio 
ambiente, departamento de aeronáutica e todas as demais entidades regula-
doras às quais o projeto específico deva ser submetido, e verificar se existem 
condicionantes condominiais.
Arquitetura54
1. Para contextualizar o ambiente a ser 
construído, o terreno deve ser anali-
sado e nele devemos verificar estes 
itens, EXCETO:
a) A orientação solar.
b) As curvas de nível.
c) A história do local.
d) A sondagem.
e) Os acessos.
2. Gordon Cullen, no livro Concise 
Townscape, de 1961, descreveu o 
conceito por ele proposto da “visão 
serial”. Tal conceito consiste em:
a) Uma montagem de fotos tiradas 
em série do entorno do terreno 
analisado.
b) Um croqui de todo o entorno, 
na visão do arquiteto, na forma 
de mapa, apontando pontos 
estratégicos.
c) Um vídeo mostrando todo o 
entorno.
d) Um desenho do terreno com as 
medidas e anotações do arquiteto 
sobre as características do espaço.
e) Uma montagem de fotos e croqui 
da visão do arquiteto do entorno a 
ser trabalhado.
3. Segundo o livro Fundamentos de 
arquitetura (FARRELLY, 2014), o projeto a 
ser realizado pode ser contextualizado 
com o local de várias maneiras, as quais 
estão citadas nas alternativas. Analise-
-as e assinale a correta.
a) O levantamento e o mapeamento 
do terreno consistem em localizar 
o terreno a ser trabalhado no mapa 
da cidade.
b) O estudo de figura e do fundo 
auxilia na identificação dos vazios 
e das altas concentrações de 
construções.
c) O levantamento histórico do ter-
reno é fundamental e deve ser feito 
na prefeitura municipal para obter 
as certidões negativas.
d) O contexto da paisagem consiste 
em um levantamento da vege-
tação existente no local.
e) O levantamento topográfico 
fornece apenas os desníveis do 
terreno.
55Planejamento do ambiente construído
4. Para o planejamento e desenvolvi-
mento de um projeto e, consequente-
mente, de uma construção, é neces-
sário o trabalho em conjunto de alguns 
profissionais, cada um exercendo 
o seu papel. Muitos colaboradores 
participam desta etapa. Observe as 
alternativas e aponte a que não cita o 
profissional e a função correspondente.
a) O topógrafo passa para o papel in-
formações precisas, como desníveis 
no terreno e construções vizinhas 
existentes.
b) O arquiteto transmite para o papel 
os anseios e desejos dos clientes 
aliados à função da edificação a ser 
projetada.
c) Os engenheiros trabalham em con-
junto com os arquitetos, estando 
relacionados à estrutura e sistemas 
hidráulicos e elétricos da edificação.
d) Os construtores e empreiteiros 
executam o projeto desenvolvido 
pelo arquiteto e engenheiro. Caso 
seja necessário na obra, ele tem 
autonomia para modificações em 
imprevistos de projeto.
e) Os orçamentistas contribuem com 
a elaboração de contratos.
5. Aindasobre as áreas de atuação, 
conforme a Resolução nº 51, de 12 de 
julho de 2013 (CONSELHO DE ARQUITE-
TURA E URBANISMO DO BRASIL, 2013), 
que dispõe sobre as áreas de atuação 
privativas dos arquitetos e urbanistas, 
e as áreas de atuação compartilhadas 
com outras profissões regulamentadas, 
é correto fazer a seguinte afirmação:
a) O arquiteto e também o enge-
nheiro podem realizar o projeto 
de parcelamento do solo me-
diante loteamento.
b) O projeto arquitetônico leva este 
nome, mas pode também ser 
realizado pelo engenheiro civil.
c) Os projetos de acessibilidade e 
ergonomia de uma edificação 
existente podem ser realizados 
tanto pelo arquiteto quanto pelo 
engenheiro.
d) O ensino em graduação da dis-
ciplina de projeto de arquitetura 
pode ser realizado por arquiteto 
ou engenheiro, desde que ele 
seja apto.
e) Os projetos urbanísticos e do sis-
tema viário são atribuição exclu-
siva do arquiteto e urbanista.
Arquitetura56
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13532: elaboração de projetos de 
edificações: arquitetura. São Paulo: ABNT, 1995.
BRASIL. Lei n° 12.378, de 31 de dezembro de 2010. Regulamenta o exercício da Arquitetura 
e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Con-
selhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal – CAUs; e dá outras 
providências. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/wp-content/
uploads/2012/07/L12378.pdf>. Acesso em: 17 set. 2016.
CANEZ, Anna Paula; SILVA, Cairo Albuquerque. Composição, partido e programa: uma 
revisão crítica de conceitos em mutação. Porto Alegre: UniRitter, 2010.
CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL. Resolução nº 51, de 12 de ju-
lho de 2013. Dispõe sobre as áreas de atuação privativas dos arquitetos e urbanistas e 
as áreas de atuação compartilhadas com outras profissões regulamentadas, e dá ou-
tras providências. Brasília, DF, 2013. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/?page_
id=40739>. Acesso em: 17 set. 2016.
CULLEN, Gordon. Concise townscape. [S.l.]: Architectural, 1961.
EASTMAN, Chuck et al. Manual de BIM: um guia de modelagem da informação da cons-
trução para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Porto 
Alegre: Bookman, 2013.
FARRELLY, L. Fundamentos de arquitetura. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
57Planejamento do ambiente construído
http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2012/07/L12378.pdf
http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2012/07/L12378.pdf
http://www.caubr.gov.br/?page_id=40739
http://www.caubr.gov.br/?page_id=40739
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