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09 - Desenho Arquitetônico e Noções de Construção Civil - web

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DESENHO ARQUITETÔNICO E 
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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écnico em
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Direitos AutoraisExpediente
INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO 
PROFISSIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do(s) autor(es) 
a emissão dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá 
ser reproduzida por qualquer meio ou 
forma sem prévia autorização do IBRESP.
A violação dos direitos autorais é crime 
estabelecido na Lei 9.610/98 e punido de 
acordo com o Art. 184 do Código Penal.
DESENHO ARQUITETÔNICO E 
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
AUTOR
Mariana de Oliveira Rodrigues
DIRETOR PRESIDENTE
Arnaldo Manoel Alves
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Jaqueline Araújo
DIRETORA ESCOLAR
Maria Tereza N. Abdal S. Cunha
SECRETÁRIA ESCOLAR
Lisamar Delazeri Castro
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
Ariane Francine Serafim
REVISÃO
Maria Tereza N. Abdal S. Cunha
Ariane Francine Serafim
Valéria Serafim
Davi Bagnatori Tavares
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
João Carlos Rossi Fonseca
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Sueli Costa CRB-8/5213 
Rodrigues, Mariana de Oliveira 
 Desenho arquitetônico e noções de construção civil 
[livro eletrônico] / Mariana de Oliveira Rodrigues. – 
São Paulo: IBRESP, 2020. 
 106 p. 
 Formato: PDF 
 ISBN: 978-65-88399-07-1 
1. Arquitetura 2. Desenho 3. construção civil
I. Título
CDD-728.28
Índice para catálogo sistemático: 
1. Arquitetura 728.28
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DESENHO ARQUITETÔNICO E
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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Sumário
 ` AULA 1. FUNDAMENTOS DO DESENVOLVIMENTO 
 DA ARQUITETURA, PÁG. 11
 ` AULA 2. NORMAS TÉCNICAS E MATERIAIS UTILIZADOS EM 
 REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS DE PROJETOS, PÁG. 27
 ` AULA 3. ETAPAS DO PROJETO: ESCOLHA E COMPRA DO TERRENO, 
 ESTUDO PRELIMINAR, ANTEPROJETO, PROJETO LEGAL 
 E DE EXECUÇÃO, PÁG. 41
 ` AULA 4. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO, PÁG. 57
 ` AULA 5. PROJETO DE ARQUITETURA: PLANTAS, FACHADAS, 
 CORTES E QUADRO DE ÁREAS, PÁG. 69
 ` AULA 6. PROJETOS COMPLEMENTARES, PÁG. 115
 ` AULA 7. PROJETOS DE INTERIORES, PÁG. 121
 ` GLOSSÁRIO, PÁG. 128
 ` REFERÊNCIAS, PÁG. 129
 ` REFERÊNCIAS DE FIGURAS, PÁG. 130
 ` GABARITO, PÁG. 131
5
Mariana de Oliveira 
Rodrigues
Especialista em Gestão 
de Construções e Edifícios 
Sustentáveis e Graduada 
em Arquitetura e Urbanismo.
Tem experiência em Gestão de Construções e 
Projetos Civis, Projetos de Restauro de Patrimônio 
Histórico e Projetos Navais. Em 2009, ingressou no 
Centro Paula Souza como professora de Ensino Téc-
nico para lecionar no Curso Técnico em Edificações. 
Desde 2017 é Coordenadora de Projetos na Adminis-
tração Central do Centro Paula Souza, responsável 
pelo Eixo Tecnológico de Infraestrutura.
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DESENHO ARQUITETÔNICO E
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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Apresentação 
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao componente curricular de Desenho Arquitetônico e Noções 
de Construção Civil do curso Técnico em Transações Imobiliárias.
Sou a professora Mariana de Oliveira Rodrigues e neste componente curricular abor-
daremos os diversos assuntos da área de desenho arquitetônico e noções de construção 
civil de maneira prática e adequada ao desempenho profissional do corretor de imóveis, 
de modo que você consiga ler e interpretar plantas e projetos arquitetônicos para facilitar 
a transação imobiliária.
Inicialmente o desenho técnico causa certa apreensão, já que é regido por muitas 
normativas e detalhes. Mas também desperta a curiosidade do público em geral. Saber 
ler e interpretar tais elementos pode propiciar um bom domínio do empreendimento a 
ser comercializado, aumentando a chance de sucesso da transação imobiliária.
Bons estudos!
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Objetivo de 
aprendizagem
Interpretar tecnicamente os principais elementos de um projeto arquitetônico.
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Fundamentos 
do Desenvolvimento 
da Arquitetura
Caro(a) aluno(a),
Esta primeira aula vai proporcionar a você a familiarização com os fundamentos de alguns 
conceitos de arquitetura para que possa compreender o Desenho Arquitetônico.
Além disso, apresentaremos um breve histórico da arquitetura e a relação entre a engenharia 
e a arquitetura, considerando as atribuições específicas de cada área, de modo que, ao final desta 
aula, você possa entender os conceitos e atribuições dos profissionais envolvidos em um projeto.
Para desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` Fundamentos e história da arquitetura;
 ` Atribuições profissionais.
Vamos ao trabalho!
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Aula 1
Fundamentos do 
Desenvolvimento da Arquitetura
O que é Arquitetura?
Arquitetura é a arte de criar espaços para abrigar as atividades do homem obedecendo aos 
seguintes critérios:
 � Funcionalidade;
 � Técnica;
 � Ergonomia;
 � Sustentabilidade;
 � Custos;
 � Conforto;
 � Estética.
A arquitetura pode ser considerada, portanto, um tipo de manifestação artística que reúne 
construções e/ou edificações que apresentam um propósito ou finalidade.
Lúcio Costa (1995) definiu a arquitetura como: 
Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o 
proposito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade 
e visando à determinada intenção.
Figura 1 – Arquiteto Lúcio Costa e o seu projeto para a cidade de Brasília
Fonte: Arquivo Lucio Costa
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Desde o princípio, a arquitetura é a arte de edificar por meio de uma ciência dinâmica e ilimi-
tada em sua capacidade criadora, aliando as necessidades do homem primitivo com as atividades 
fundamentais do homem, como:
A. Físicas: de abrigo;
B. Emocionais: de segurança e proteção;
C. Estéticas: de beleza e funcionalidade. 
A necessidade primitiva de buscar um abrigo da chuva, vento, frio e predadores fez com que 
os primeiros homens buscassem um local seguro. No início, os homens usavam as moradias 
como locais transitórios, mas aos poucos mudaram sua maneira de viver e, consequentemente, 
a maneira como se relacionavam com seus abrigos. Um exemplo são os desenhos encontrados 
nas cavernas, a utilização de materiais mais permanentes para se protegerem, o trabalho com os 
rebanhos recém-domesticados e uma agricultura rudimentar. Assim, por necessidade, o homem 
deixou de ser migratório e começou a ser social. À medida que evoluiu, seus abrigos deixaram 
de ser apenas locais de refúgio. O homem começou a se preocupar com a função e a estética 
de seus refúgios. As edificações eram mais sólidas e duradouras, limpas, arejadas e sobretudo 
belas. Exemplos são as pinturas rupestres das grutas de Altamira, na Espanha, e as construções 
monolíticas de Stonehenge, na Inglaterra.
História da Arquitetura
Agora que você já sabe o que é arquite-
tura, vamos de forma breve entender sua 
história.
A história da Arquitetura acompanhou 
o desenvolvimento da sociedade, uma vez 
que surgiu da necessidade de organizar e 
adornar espaços, sobretudo os espaços 
urbanos.
Em outras palavras, a arquitetura é uma 
arte que surge da relação entre o homem 
e o espaço, organizando os ambientes.
Figura 2 – Portal Túmulo do Período Neolítico
Fonte: Depositphotos
13
Aula 1
Fundamentos do 
Desenvolvimento da Arquitetura
Na Pré-História (desde o período neolítico), os homens começaram a desenvolver técnicas de 
construção, dando origem a uma arquitetura rudimentar, com pedras, madeiras e, mais tarde, metais.
Assim, aos poucos, a arquitetura foi adquirindo um lugar de destaque na construção das so-
ciedades.
Desde a Antiguidade, diversos povos desenvolveram espaços arquitetônicos por meio da cons-
trução de templos, pórticos, tumbas, moradias, pontes, aquedutos, praças, entre outros.
Das civilizações da Antiguidade podemos destacar as arquiteturas romana, grega,egípcia, etrusca, 
bizantina e persa.
Torna-se tarefa difícil apresentar a história da arquitetura mundial, uma vez que o desenvol-
vimento da arquitetura depende da cultura em que está inserida, donde cada uma apresenta 
peculiaridades, segundo suas características histórico-sociais.
Arquitetura Egípcia
A civilização egípcia, umas das mais importantes da Antiguidade, foi marcada pela religião, que 
influenciava a sua organização social, política, cultural, além de orientar a produção arquitetôni-
ca. As edificações egípcias de maior destaque eram de uso religioso, como templos e túmulos 
(pirâmides, hipogeus e mastabas), que se perpetuaram ao longo da história.
As construções eram feitas com enormes blocos de pedra e outros materiais, como tijolos de 
barro cozido, com o cuidado de serem adaptadas ao meio ambiente, conferindo a elas solidez 
e durabilidade.
A arquitetura egípcia, com uma aparência grandiosa, expressa um sentimento de eternidade 
e um aspecto misterioso e impenetrável.
Figura 3 – As pirâmides de Gizé, Egito
Fonte: Depositphotos
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NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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Arquitetura grega e romana
As arquiteturas grega e romana, embora apresentassem diferenças, se destacaram pela gran-
diosidade e luxo das construções, bem como por seu caráter público.
A arquitetura grega se desenvolveu a partir do século VIII a.C., enquanto a romana a partir do 
século III a.C.
A arquitetura romana é inspirada na grega e, portanto, ambas têm pontos em comum. No 
entanto, sem dúvida os templos da arquitetura grega têm maior destaque, como, por exemplo, 
o Parthenon, em Atenas.
Já na arquitetura romana, os arcos, desconhecidos pelos gregos, compuseram as mais impor-
tantes construções, como o Coliseu, em Roma. Além dos arcos, o uso da abóbada e da cúpula 
complementa a arquitetura romana.
Os materiais mais utilizados nas construções gregas eram pedras, mármore, madeira e calcá-
rio. Já os romanos utilizavam mármore, areia, madeira, gesso, calcário, pedras, tijolos, cimento 
e ladrilhos.
Figura 4 – Parthenon em Atenas, Grécia 
Fonte: Depositphotos
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Aula 1
Fundamentos do 
Desenvolvimento da Arquitetura
Arquitetura Medieval e Renascentista
A arquitetura medieval foi desenvolvida durante os séculos V e XV. Os principais estilos foram 
o gótico, visigótico, paleocristão, moçárabe, mourisca, bizantino e românico. As principais cons-
truções realizadas foram igrejas, mosteiros e castelos.
Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, a arquitetura renascentista destacava-se pelos estilos 
maneiristas, barroco e neoclássico, com a introdução de técnicas de perspectiva, proporções e 
planejamento. Da mesma forma que no período medieval, as principais construções arquitetô-
nicas do Renascimento são as igrejas e mosteiros.
Figura 5 – Arquitetura Medieval e Renascentista
Fonte: Depositphotos
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Arquitetura Moderna e Contemporânea
Com o desenvolvimento da socie-
dade e da tecnologia, a arquitetura foi 
expandindo suas possibilidades, suas 
técnicas e os materiais utilizados.
As arquiteturas moderna (século 
XIX e XX) e contemporânea (século 
XXI) destacaram-se pelo rompimen-
to com padrões e pelo surgimento de 
inovações estéticas. Ambos os perío-
dos foram caracterizados por constru-
ções gigantescas e muito altas, como 
os arranha-céus.
Muitos movimentos de vanguarda 
foram fundamentais para consolidar o 
novo conceito da arquitetura moder-
na, que muitas vezes está associada 
ao design.
Dos movimentos da arquitetura moderna, podemos citar a Bauhaus, Arts & Crafts, Inter-
national Style e a Art Nouveau. Nesse momento, a arquitetura apresenta preocupação 
com a funcionalidade e com as causas sociais em detrimento da estética.
A arquitetura contemporânea ou pós-moderna propõe uma nova concepção, 
baseada no ecletismo. Por esse motivo, é considerada vanguardista e engloba 
as produções mais recentes. Alguns movimentos contemporâneos são: 
arquitetura desconstrutivista e arquitetura hightech.
Figura 6 – Arquitetura Contemporânea em Hong Kong
Fonte: Depositphotos
Figura 7 – Vista de Abu Dhabi
Fonte: Depositphotos
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Aula 1
Fundamentos do 
Desenvolvimento da Arquitetura
O que a arquitetura pode fazer?
Vamos agora conhecer algumas possibilidades da arquitetura:
1. Concepção e execução de projetos: arquitetura de edifícios e cidades, projetos de inte-
riores, paisagismo;
2. Patrimônio histórico: preservação, conservação, restauro;
3. Conforto ambiental: projetos para melhorias de condições climáticas, acústicas, de ilu-
minação e ergonomia;
4. Instalações: projetos referentes a equipamentos de uma edificação (hidráulica, elétrica etc.);
5. Tecnologia: resistência dos materiais, materiais de construção, patologias e meios para 
recuperar as edificações;
6. Sistemas construtivos e estruturais: estruturas e aplicações tecnológicas;
7. Meio ambiente: soluções para diminuir o impacto ambiental, projetos para licenciamento 
e utilização de recursos e desenvolvimento sustentável;
8. Topografia: elaboração e interpretação de levantamentos topográficos cadastrais;
9. Planejamento urbano e regional: intervenções dos espaços das cidades, projetos de in-
fraestrutura, saneamento, sistemas viários, estudos para parcelamento dos solos e plano 
diretor das cidades.
Qual a relação entre 
arquitetura e engenharia?
Bom, a arquitetura e engenharia são profissões complementares e que possuem a mesma 
importância dentro de uma obra. Cada uma segue seu conselho de classe. O CREA (Conselho 
Regional de Engenharia e Agronomia) rege e fiscaliza as atividades dos engenheiros e o CAU 
(Conselho de Arquitetura e Urbanismo) rege e fiscaliza as atividades dos arquitetos. Temos ainda 
o CRT (Conselho Regional dos Técnicos), que rege e fiscaliza as atividades dos técnicos industriais, 
como os técnicos em edificações, desenhistas de arquitetura, entre outros.
O arquiteto, em suma, é o profissional que faz o planejamento da utilização do espaço de 
forma racional, que se envolve com questões ligadas à estética, arte e conforto do usuário. Ele 
é o profissional que cria o projeto da edificação, faz os trâmites de aprovação do projeto na 
prefeitura e nos órgãos legais e, com os engenheiros, fiscaliza a obra para verificar que ela está 
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sendo executada exatamente como foi planejada. Geralmente, é o primeiro profissional procurado 
pelo cliente e é aquele que acompanhará as obras e todos os trâmites até a finalização da obra.
Os engenheiros, considerando as diversas habilitações, como os civis, calculistas, elétricos, 
entre outros, buscam soluções técnicas para viabilização do projeto do arquiteto. Tratam da 
execução do projeto arquitetônico e podem ser responsáveis por projetos complementares 
(estrutural, hidráulico, elétrico, lógica, entre outros). O engenheiro é o profissional que está na 
obra acompanhando e orientando as equipes de execução sobre questões técnicas e de aca-
bamentos. É o profissional que atua desde as movimentações iniciais (instalação de canteiro de 
obras e fundações) até a conclusão da obra. 
O exercício profissional do engenheiro está regulamentado pela Lei nº 5.194, de 24 de de-
zembro de 1966. De acordo com a lei:
Art. 1º As profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo são caracterizadas 
pelas realizações de interesse social e humano que importem na realização dos seguintes 
empreendimentos: 
A ) aproveitamento e utilização de recursos naturais; 
B ) meios de locomoção e comunicações; 
C ) edificações, serviços e equipamentos urbanos, rurais e regionais, nos seus aspectos 
técnicos e artísticos; 
D ) instalações e meios de acesso a costas, cursos e massas de água e extensões terrestres; 
E ) desenvolvimento industrial e agropecuário.
E o exercício profissional do arquiteto está regulamentado pela Lei nº 12.378,de 31 de de-
zembro de 2010
Art. 2o As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em: 
I ) Supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica; 
II ) Coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação; 
III ) Estudo de viabilidade técnica e ambiental; 
IV ) Assistência técnica, assessoria e consultoria; 
V ) Direção de obras e de serviço técnico; 
VI ) Vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, 
parecer técnico, auditoria e arbitragem; 
VII ) Desempenho de cargo e função técnica; 
VIII ) Treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária; 
IX ) Desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, 
padronização, mensuração e controle de qualidade; 
X ) Elaboração de orçamento; 
XI ) Produção e divulgação técnica especializada; e 
XII ) Execução, fiscalização e condução de obra, instalação e serviço técnico.
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Aula 1
Fundamentos do 
Desenvolvimento da Arquitetura
O projeto arquitetônico
Já sabe o que é um projeto arquitetônico? Se não, vamos aprender, pois, com certeza, em 
suas atividades como corretor de imóveis você ouvirá falar sobre.
Então vamos lá:
Projeto arquitetônico é a concepção da arquitetura propriamente dita com base em um pro-
grama de necessidades (funções e expectativas espaciais) e em determinados meios de edificação, 
com seus equipamentos, materiais e técnicas construtivas que melhor se adequa a situação e 
preocupação com o meio ambiente e o conforto dos usuários da edificação.
É importante ressaltar aqui que o projeto arquitetônico bem pensado e desenvolvido é fun-
damental para a execução da obra, pois erro de projeto significa erro na execução da obra e 
acarreta prejuízos financeiros e atraso de conclusão.
É importante lembrar que a qualidade do projeto evita:
1. Prejuízo financeiro e de tempo;
2. Desperdício de materiais;
3. Riscos para os usuários e equipe de mão de obra.
Mas para projetar existe um método?
E a resposta é: não! Projeto não é uma receita de bolo que possui ingredientes e execução 
descritos passo a passo. Mesmo as receitas de bolo podem variar muito de um cozinheiro para 
outro, não é mesmo? 
Por isso, para projetar, podem existir guias, normas e informativos que auxiliam e dão um norte 
para o projetista, mas não é algo prescritivo.
O ideal é reunir todas as informações que o profissional tem, como literaturas, referências 
acadêmicas, observação do cotidiano, entrevistas e diagnósticos com o cliente, legislações e o 
mais importante: a prática!
Ao projetar, o profissional deve reunir todas essas informações e alinhar com os seguintes 
pilares para um bom projeto:
1. Funcionalidade: o projeto tem que ter uma forma e função e deve sempre considerar o 
usuário. Exemplo: ao projetar uma casa para um casal com filhos pequenos, não é acon-
selhável projetar escadas com guarda-corpo de vidro ou grandes vãos sem proteção. 
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O projeto é um conjunto de desenhos que correspondem à organização das funções 
(atividades) que ocorrerão na edificação. Itens a serem levados em consideração ao se 
realizar o projeto: dimensionamento, circulação, zoneamento e ergonomia.
2. Técnica construtiva: levar em consideração a localidade onde será feita a edificação e 
optar por técnicas que se adequam mais à realidade. São procedimentos necessários 
para a execução das obras: mecânica dos solos, fundações, materiais de acabamentos, 
entre outros. Por exemplo: em locais muito quentes, não são aconselháveis projetos com 
grandes vãos cobertos por vidros sem aberturas para a troca de calor.
3. Materiais empregados: ao projetar, é importante entender a rotina e a realidade dos clientes. 
Não se devem aplicar materiais de difícil manutenção ou que sejam escassos na localidade. 
4. Conforto: levar em consideração novamente a localidade. Em locais muito quentes, por 
exemplo, o ideal é projetar de acordo com o norte magnético e a predominância dos 
ventos para dispor os cômodos de acordo com a orientação do sol. Cômodos localizados 
na face norte, por exemplo, tendem a ser mais quentes por causa de o sol bater neles nos 
horários em que está mais forte.
5. Sustentabilidade: prever materiais que sejam abundantes e de fornecedores locais para 
fortalecer a economia local e evitar custos com transportes, dar preferência aos materiais 
ecológicos, sustentáveis e que sejam de empresas certificadas.
6. Custos: um bom projeto é aquele que é feito de acordo com a disponibilidade financeira 
do cliente e com um bom cronograma de execução. A obra transcorre sem prejuízos e 
atrasos de fornecimento de materiais.
7. Topografia: sempre levar em consideração as características topográficas do terreno e do 
entorno onde será construída a edificação. Locais muito íngremes precisam de um estudo 
mais detalhado para que as fundações sejam feitas de maneira correta. Um bom projeto 
tira partido dessas características e as utiliza como parte da edificação.
8. Local: temos que considerar algumas características do local em que será implantada a 
edificação, como: se existe acesso para o terreno, se tem ligação de energia e água/esgoto, 
se o transporte de materiais consegue chegar com facilidade etc.
9. Estética: esse item leva em consideração os desejos do cliente. Temos que projetar de 
acordo com as características e aspirações do que o nosso cliente imagina que seja bom 
para ele. Cabe aos projetistas juntar todas essas informações e fazer um projeto harmônico.
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Aula 1
Fundamentos do 
Desenvolvimento da Arquitetura
Resumindo, um bom projeto é a somatória dos itens:
Saiba mais
Para saber mais detalhes sobre as atribuições das atividades 
dos engenheiros e arquitetos, acesse estes links:
 ` CREA: http://www.creasp.org.br/institucional/legislacao-crea-sp
 ` CAU: https://transparencia.caubr.gov.br/legislacao/
Espaço
FormaTécnica
Estética
Função
Ou escaneie o código
Ou escaneie o código
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Para saber um pouquinho mais sobre a história da arquitetura, acesse este link:
 ` https://www.youtube.com/watch?v=lenK03TSzxI
IMPORTANTE: 
 ` A arquitetura é a arte de edificar, uma ciência dinâmica e ilimitada em 
sua capacidade criadora;
 ` A arquitetura aliou as necessidades fundamentais do homem: físicas, 
emocionais e estéticas;
 ` Os órgãos regulamentadores que fiscalizam as atividades da construção 
civil são o CREA (Conselho Regional de Engenharia) e o CAU (Conselho 
de Arquitetura e Urbanismo).
TOME NOTA: para projetar, são necessários os seguintes pilares: funcionalidade, 
técnica construtiva, materiais empregados, conforto, sustentabilidade, custos, 
topografia, local e estética.
Síntese da aula
 ` Os fundamentos da arquitetura;
 ` Os diferentes estilos arquitetônicos;
 ` As atribuições dos profissionais envolvidos em todas as etapas de uma obra: os arquitetos, 
os engenheiros (civis, elétricos, calculistas, entre outros) e os técnicos (edificações, desenho 
de arquitetura, entre outros);
 ` Os fundamentos de um projeto de arquitetura.
Ou escaneie o código
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Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria.
 1. A arquitetura pode ser considerada “um tipo de manifestação artística que reúne construções e/ou 
edificações que apresentam um propósito ou finalidade”. A afirmação pode ser considerada:
A. ( ) Verdadeira.
B. ( ) Falsa.
 2. O homem primitivo procurava os abrigos porque esse era seu instinto de preservação. A afirmação 
pode ser considerada:
A. ( ) Verdadeira.
B. ( ) Falsa.
 3. O corretor de imóveis deve conhecer sobre estrutura de obras, para que possa sempre oferecero 
melhor serviço aos clientes.
 De acordo com um levantamento feito pelo CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), a principal 
causa de erro na execução de uma obra é: 
A. ( ) Materiais.
B. ( ) Manutenção.
C. ( ) Projeto mal dimensionado.
D. ( ) Tempo.
E. ( ) Espaço.
 4. Os estilos arquitetônicos mostram o grau de evolução de um povo em épocas distintas. A afirmação 
pode ser considerada:
A. ( ) Verdadeira.
B. ( ) Falsa.
 5. Quais são os pilares que você, como corretor de imóveis, pode observar para saber se um projeto 
foi bem feito?
A. ( ) Funcionalidade, técnica construtiva, materiais empregados, conforto, sustentabilidade, custos, 
 topografia local e estética.
B. ( ) Prejuízo, desperdício e riscos para o futuro morador.
C. ( ) Tempo, durabilidade, mão de obra.
D. ( ) Serviços de manutenção e materiais.
E. ( ) Patologias, materiais, mão de obra.
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Normas Técnicas e Materiais 
Utilizados em Representações 
Gráficas de Projetos
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula, estudaremos a importância das normas técnicas que nos ajudam a desenvolver 
um bom projeto e os principais materiais utilizados em desenho técnico. Lembre-se que esses 
são os principais itens e que constantemente são atualizados.
Para o desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` O que são NBR e ABNT;
 ` A lista das principais NBRs referentes ao desenho técnico;
 ` A lista dos principais materiais utilizados na representação gráfica.
Vamos lá!
27
Aula 2
Normas técnicas e materiais utilizados 
em representações gráficas de projetos
Para facilitar a compreensão universal do projeto, todos os componentes de desenho de 
arquitetura e engenharia são padronizados e normalizados em todo o país. Para isso, existem 
normas específicas para cada elemento do projeto, como: caligrafia, formatos do papel e outros. 
Conseguem-se melhores resultados quando são utilizados padrões que supostamente descre-
vem o projeto de maneira mais adequada e que permitem a sua compreensão e execução por 
profissionais diferentes, independentemente da presença daquele que o concebeu.
Você sabe o que é ABNT?
A ABNT é a sigla para Associação Brasileira de Normas Técnicas, instituição brasileira que pa-
droniza normas de produtos e serviços para que garantam confiabilidade, segurança e eficiência. 
Lista das principais NBRs 
referentes ao desenho técnico
É importante que você conheça as principais normas técnicas que regem os projetos de 
arquitetura para entendê-los melhor. Assim, quando você estiver negociando um imóvel, terá 
condições de explicar para seu cliente alguns detalhes do projeto, demonstrando maior conhe-
cimento do empreendimento.
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DESENHO ARQUITETÔNICO E
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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écnico em
ransações
mobiliárias
De acordo com a ABNT:
Número Nome Descrição
8192 Emprego de escalas.
Esta é a norma de desenho técnico que fixa as condições exigidas na hora de 
trabalhar o emprego de escalas e suas designações nos desenhos técnicos.
8403
Aplicação, tipos de linhas e 
largura das linhas.
Estabelece os tipos e os escalonamentos de larguras de linhas 
para desenho técnico e documentos semelhantes.
Considera tipo, dimensão, escala e densidade de linhas no desenho.
10067 Representação em desenho técnico.
Um dos destaques das normas para desenho técnico da ABNT desvenda objetos de 
um projeto e revela como as representações técnicas devem ser colocadas em prática.
10068 Folha de desenho e Leiaute e Dimensões.
Torna padrão as características dimensionais das folhas em branco e as 
pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos.
10126 Cotagem de desenho técnico.
Refere-se à representação gráfica no desenho da característica do elemento 
por meio de símbolos; notas; valor numérico sob medida; linhas.
10582 Apresentação da folha para desenho.
Norma referente à localização e disposição do espaço para desenho, texto e legenda.
Orienta o arquiteto a compreender como os espaços numa folha devem ser preenchidos.
13142 Dobramento de cópia. São várias especificações acerca das normas para dobramentos de desenhos.
12298 Hachuras.
Define os efeitos de tons e sombras a partir de linhas, 
quando apresentadas em desenho de corte.
6492/94 Representação dos projetos de arquitetura.
Trata da representatividade gráfica dos projetos, mostra os parâmetros necessários 
para a aplicação do desenho correto e a compreensão dos elementos em uma planta.
16636-1
Elaboração e desenvolvimento de serviços 
técnicos especializados de projetos arquite-
tônicos e urbanísticos Parte 1: Diretrizes e 
terminologia.
Estabelece os procedimentos gerais e as diretrizes para a aplicabilidade e produção das 
principais etapas de elaboração e de desenvolvimento dos serviços especializados de 
projetos técnicos profissionais, arquitetônicos e urbanísticos, considerando-se outras 
normas específicas e apropriadas, de acordo com as diversas especialidades envolvidas 
em cada projeto.
16636-2
Elaboração e desenvolvimento de serviços 
técnicos especializados de projetos arqui-
tetônicos e urbanísticos Parte 2: Projeto 
arquitetônico.
Especifica as atividades técnicas envolvidas no desenvolvimento 
do projeto arquitetônico, com foco em edificações.
TOME NOTA: conhecer as normas é muito importante para o corretor de imóveis.
Em todos os projetos de construção civil, mesmo partindo das ideias e necessidades do cliente 
e do projetista, os desenhos devem seguir uma série de normas técnicas que auxiliam na leitura 
correta do que está sendo representado no projeto, uma espécie de norte preciso.
Por exemplo, você, corretor de imóveis, foi contratado para realizar a transação imobiliária de 
um empreendimento que ainda vai ser construído, ou seja, comercializar um empreendimento 
que está na planta, apenas projetado. Assim, você precisará saber ler o projeto. Portanto, as nor-
mas técnicas são necessárias para que o profissional interprete facilmente todos os conjuntos 
de desenhos representados nos projetos.
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Aula 2
Normas técnicas e materiais utilizados 
em representações gráficas de projetos
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DESENHO ARQUITETÔNICO E
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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mobiliárias
Principais materiais utilizados 
na representação gráfica 
de projetos técnicos
Agora vamos conhecer os principais materiais que são utilizados pelo projetista no momento 
da elaboração do projeto arquitetônico.
Você deve estar se perguntando: “Por que eu, como corretor de imóveis, devo conhecer esses 
materiais?”
E eu te respondo: os materiais utilizados influenciam no resultado do projeto. Por isso, você 
compreender a sua concepção, tendo em vista os materiais utilizados, ajudarão você na hora da 
leitura do projeto, facilitando a sua atuação como corretor de imóveis.
Então vamos lá conhecer cada um deles?
Mas, antes de iniciarmos o estudo dos materiais, é importante você saber que com o advento 
dos softwares de desenho assistido por computador (CAD) e com as novas metodologias de mo-
delagem 3D (3 dimensões) e de modelagem de informações (sistema BIM – Building Information 
Modeling ou, em português, modelagem da informação da construção), desenhos feitos à mão 
têm caído em desuso, mas ainda é uma prática muito importante.
A seguir vamos ver uma lista dos principais materiais utilizados e sua correta utilização:
Lapiseiras técnicas
A função da lapiseira técnica é auxiliar a criação de traços mais finos e precisos, em 
comparação aos traços feitos por lápis. Seu corpo foi criado especificamente para se en-
caixar nos esquadros e réguas, facilitando o traçado preciso e uniforme.
As lapiseiras possuem espessuras variadas. Vão desde a mais fina, de 0,2 mm, até a mais 
grossa, de 5,6 mm.
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Aula 2
Normas técnicas e materiais utilizados 
em representações gráficas de projetos
Grafites
As grafites têm graus de dureza variáveis e são utilizadas conforme o desenho que está 
sendo executado:de 9H a 9B. As grafites são classificadas pela sua dureza – da mais suave 
(macia) para a mais dura. Essa classificação foi criada por um fabricante de lápis inglês no 
início do século XX. A dureza da grafite é classificada em 4 grupos:
B – A grafite mais macia. O B representa “blackness” (negritude);
H – A grafite mais dura. O H representa “hardness” (dureza);
F – Uma grafite de ponta mais fina. O F significa “fine” (ponta fina);
HB – Grafite mais comumente utilizada para escrita. É a intermediária entre a mais 
macia e a mais dura.
Segue a escala da mais rígida para a mais macia:
FH2H3H4H5H6H7H8H9H HB B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 8B 9B
Exemplos:
9H é mais dura que o H;
9B é mais suave que o B.
Borracha
O ideal é usar uma borracha macia, compatível com o trabalho, para evitar danificar a 
superfície do desenho. Existem no mercado modelos de borrachas em formatos variados. 
Para usar em detalhes, o indicado é o modelo de caneta.
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DESENHO ARQUITETÔNICO E
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Esquadros
Esquadros são o conjunto de duas peças de formato triangular, uma peça com 2 ângulos 
de 45º e outra peça com ângulos de 30º e 60º.
Essas 2 peças são denominadas de “jogo de esquadros” quando são de dimensões 
compatíveis. São equipamentos para a criação de linhas verticais, horizontais e inclinadas, 
e seu uso é combinado com a régua paralela ou régua T.
Escalímetro
O escalímetro é um instrumento destinado à marcação de medidas na escala do dese-
nho e pode ser encontrado em dois tipos de graduações de escalas. A mais comumente 
utilizada em desenho técnico arquitetônico é a que marca as seguintes escalas: 1/20, 1/25, 
1/50, 1/75, 1/100 e 1/125. Por ser um instrumento de precisão, nunca deve ser utilizado 
para o traçado de linhas, porque, ao se traçar uma linha apoiada no escalímetro, tira-se 
as marcações feitas no equipamento e assim ela perde a precisão e se torna inutilizável.
De acordo com a NBR 8196, norma de desenho técnico que fixa as condições exigidas 
na hora de trabalhar o emprego de escaladas e suas designações nos desenhos técnicos, 
escala é a representação de qualquer tipo de proporção de objetos, seja ele linear ou não 
linear.
Representadas por “Esc”, elas são inseridas na legenda do projeto e podem ser de três 
tipos, lembrando, pela regra, que as escalas listadas a seguir podem ser reduzidas ou am-
pliadas à razão de 10, conforme os tipos de escala.
Os três tipos de escalas no desenho técnico:
 ` Redução: 1:2; 1:5, 1:10;
 ` Natural: 1:1;
 ` Ampliação: 2:1, 5:1, 10:10.
33
Aula 2
Normas técnicas e materiais utilizados 
em representações gráficas de projetos
Compasso
O compasso é um instrumento que serve para traçar circunferências, arcos de circun-
ferências e criar ângulos. Ele deve ser preciso e sem folgas nas suas hastes.
Gabaritos
Os gabaritos são réguas em plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que 
possibilitam a reprodução dessas formas nos desenhos. Como exemplo, o gabarito de 
circunferências ou, como é comumente chamado, “bolômetro”, é útil para agilizar e man-
ter precisa a criação de círculos no desenho. Outros gabaritos muito utilizados são os de 
equipamentos sanitários/hidráulicos e de mobiliário. Podem ser encontrados em diversas 
escalas preestabelecidas (a mais comum é a escala 1:100).
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NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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Régua paralela
A régua paralela é destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas no sentido do 
comprimento da prancheta e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas 
verticais ou com determinadas angulações. Pode ser substituída pela régua T na pranche-
ta, que nada mais é que uma régua com um dispositivo na sua extremidade que permite 
que se encaixe na lateral da prancheta e deslize sobre o desenho de maneira paralela ao 
comprimento da prancheta.
Prancheta
Geralmente de madeira e com formato retangular, a prancheta é o local em que as folhas 
de papel nas quais será feito o desenho são fixadas. Para proteção, recomenda-se cobrir 
as pranchetas com vinil verde ou branco. As pranchetas podem ser articuladas, fixas ou 
portáteis. Suas dimensões podem variar. Existem desde pranchetas portáteis, de tamanho 
A4 e A3, até de tamanhos maiores que as folhas A0.
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Aula 2
Normas técnicas e materiais utilizados 
em representações gráficas de projetos
Ferramentas computacionais 
para desenho técnico
Atualmente, a grande maioria dos projetos é executada em meio digital (de acordo com 
o Decreto nº 10.306/2020, todos os projetos para órgãos e entidades públicas devem ser 
entregues de acordo com o sistema BIM – Building Information Modeling ou, em português, 
modelagem da informação da construção). Os softwares mais conhecidos e utilizados são 
o Autodesk Autocad, o Sketchup e o Autodesk Revit. 
Existem outros programas mais avançados, como o Vector Works, Autodesk 3dMax, 
Vray, Kerkythea, Lumion etc., que vêm ganhando muito espaço no mercado devido aos 
recursos avançados e de otimização de tarefas.
Apesar das facilidades para melhoria de qualidade dos projetos, produtividade e norma-
tização oferecidas por esses recursos, precisamos ter uma boa base de desenho técnico 
executado à mão, pois é com essa base que se extrai o melhor que esses softwares podem 
oferecer.
Caro(a) aluno(a), vimos até aqui a importância de conhecer as normas regulamentadoras 
que podem te ajudar a explicar o projeto com mais detalhes para seu cliente. Vimos um pouco 
também dos equipamentos necessários para se fazer um projeto.
IMPORTANTE:
O órgão que regulamenta as normas brasileiras se chama ABNT – Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas;
Hoje os projetos são realizados, na sua grande maioria, com o auxílio de 
ferramentas computacionais, entre elas o Autodesk Autocad, Autodesk 
Revit, Sketchup, entre outros.
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Síntese da aula
 ` A ABNT é um sistema de padronização que serve de base para os desenhos 
técnicos, garantindo qualidade e facilidade de leitura e interpretação;
 ` Existem mais de 10 normas técnicas relacionadas ao 
desenho técnico para o projeto arquitetônico;
 ` Existe uma infinidade de materiais para auxiliar o projetista no desenho técnico.
Saiba mais
Para mais informações sobre as normas, acesse o link:
 ` http://www.abnt.org.br/normalizacao/lista-de-publicacoes/abnt
Sobre materiais de desenho 
e técnicas:
 ` https://www.youtube.com/ 
watch?v=PpIKgmotW10
Sobre os programas para desenho 
em computador:
 ` https://www.youtube.com/ 
watch?v=lenK03TSzxI
Ou escaneie o código
Ou escaneie o código Ou escaneie o código
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Aula 2
Normas técnicas e materiais utilizados 
em representações gráficas de projetos
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Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria.
 1. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) regulamenta uma série de NBRs (Normas 
Brasileiras Regulamentares) para garantir uma padronização na execução e leitura dos projetos 
técnicos. Essa afirmação é: 
A. ( ) Verdadeira.
B. ( ) Falsa.
 2. A respeito da NBR 6492:1994 (ABNT, 1994), você, corretor de imóveis, deverá saber que é a norma 
mais importante para os projetos técnicos de arquitetura, pois trata mais especificamente de:
A. ( ) Especificações de normas para dobramentos de desenhos.
B. ( ) Representatividade gráfica no desenho da característica do elemento por meio de símbolos, 
 notas, valor numérico sob medida, linhas.
C. ( ) Representatividade gráfica dos projetos, mostrar os parâmetros necessários para a aplicação 
 do desenho correto e a compreensão dos elementos em uma planta.
D. ( ) Especificação de atividades técnicas envolvidas no desenvolvimento do projeto arquitetônico, 
 com foco emedificações.
E. ( ) Regulamentação dos memoriais descritivos.
 3. Qual ferramenta que você, corretor, poderá utilizar para transferir medidas que estão em desenho 
para medidas reais na obra:
A. ( ) Compasso.
B. ( ) Transferidor.
C. ( ) Lapiseira.
D. ( ) Gabarito.
E. ( ) Escalímetro.
 4. Quais são os tipos de escalas utilizadas no desenho técnico que você, como corretor de imóveis, 
poderá encontrar em um desenho de um imóvel que ainda não foi construído?
A. ( ) Redução, ampliação, natural.
B. ( ) Digital e analógica.
C. ( ) Matemáticas e ampliação.
D. ( ) Artística e natural.
E. ( ) Milimétrica e redução.
 5. É correto afirmar que o corretor de imóveis precisa ter pleno domínio de ferramentas computacionais 
de desenho técnico?
A. ( ) Sim.
B. ( ) Não. G
ab
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it
o
 e
 r
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st
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p
ág
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Etapas do Projeto: escolha e 
compra do terreno, estudo 
preliminar, anteprojeto, 
projeto legal e de execução
Caro(a) aluno(a),
Até aqui estudamos sobre o que é arquitetura, sua história e as principais normas regulamen-
tadoras que regem os projetos, além de algumas ferramentas de desenho. Mas para que estamos 
estudando tudo isso?
Todo projeto é fruto de uma mistura de normas e repertório (quando falamos em repertório, 
estamos nos referindo ao conjunto de informações que o projetista vai acumulando ao longo do 
processo do projeto para usar no seu desenho, como se fosse uma pasta de inspirações). Após 
essa etapa, o projeto segue uma ordem de processo para que a ideia inicial, que o projetista ali-
nhou com seu cliente, seja aprovada pela prefeitura e fique pronto para que você possa vender 
para seu cliente.
O corretor de imóveis precisa saber ler as plantas dos projetos arquitetônicos dos imóveis 
que irá mostrar para seus clientes para que possa apresentar as especificidades e detalhes. Isso 
acontece principalmente quando a construção do imóvel ainda não teve início ou quando ele 
está sendo construído.
Você, como corretor de imóveis, certamente fará visitas com seus clientes em obras e em-
preendimento. Para tanto, é necessário que saiba fazer a leitura de um projeto arquitetônico e 
entenda como ocorre o andamento de um projeto na construção civil. 
É isso que você verá nesta aula, e assim demonstrará conhecimento e profissionalismo para 
seu cliente.
Bons estudos!
41
Aula 3
Etapas do projeto
Para o desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` O que é um projeto de arquitetura;
 ` As etapas de um projeto e seus detalhes;
 ` O plano diretor e o código de obras.
Agora vamos aprender as etapas do projeto, mas primeiro precisamos entender o que seria 
um projeto de arquitetura.
O projeto de arquitetura é um conjunto de desenhos técnicos, representações gráficas e do-
cumentos usados na construção ou reforma de alguma edificação (pode ser uma casa, edifício, 
pontes, estradas etc.).
Podemos diferenciar os tipos de projetos em:
 � Residenciais: casas e apartamentos;
 � Comerciais: restaurantes, clínicas, lojas etc.;
 � Empresariais ou corporativos: escritórios e empresas;
 � Institucionais: escolas, museus, hospitais, fóruns e obras governamentais em geral.
Ao realizar um projeto, o profissional precisa seguir os procedimentos determinados em duas 
normas da ABNT. Por isso, o corretor de imóveis precisa saber quais são, para que possa ter a 
certeza de que está comercializando imóveis que seguem todas as normas.
Vamos saber quais são elas:
 � ABNT/NBR 13532 – Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura;
 � ABNT/NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura.
Além de todas as informações e normas, existe uma sequência de ações que deve ser realizada 
e que é importante para o melhor andamento do projeto, de acordo com a NBR 13563/95 (que 
dispõe sobre a elaboração de projetos de edificações em arquitetura), que pode ser descrita de 
acordo com:
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Levantamento de Dados (LD)
Após vistoriar o local e sua vizinhança, o profissional que fará o projeto tem que analisar os 
seguintes itens:
A. As dimensões do terreno e de edificações já existentes, se for o caso;
B. A topografia; 
C. A posição em relação ao sol;
D. A infraestrutura da região; 
E. A escritura do terreno ou planta original.
Nessa etapa, deve-se fazer um levantamento de dados para identificar se o terreno está prepa-
rado para receber a obra. Os itens a serem identificados são: a metragem do terreno, as cotas de 
níveis, as condições do terreno – topográfica e ambiental –, qual a orientação do sol em relação 
ao terreno – condição importante para garantir o conforto térmico da edificação.
Em muitos casos, o profissional tem que solicitar um levantamento topográfico planialtimé-
trico, que nada mais é que uma planta exata do terreno feita por um topógrafo profissional ou 
técnico em agrimensura.
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Aula 3
Etapas do projeto
Esse levantamento é importante, pois traz segurança e precisão ao profissional que irá fazer o 
projeto. Prevê possíveis problemas relacionados ao terreno, antecipando a realização dos ajustes 
no projeto, antes que as mudanças não sejam mais possíveis. Com isso, evitam-se gastos des-
necessários com retrabalho e o atraso de conclusão da obra.
 É muito importante conhecer detalhadamente as medidas e os detalhes geográficos do terre-
no para poder assessorar seu cliente na escolha do que for mais adequado às necessidades dele.
No caso de visitas a obras já prontas, é necessário avaliar alguns pontos a mais, como:
 ` Características gerais do uso do espaço;
 ` Características gerais das ruas e arredores da obra;
 ` Histórico do bairro;
 ` Construções e reformas em andamento nos arredores;
 ` Características dos imóveis vizinhos.
Nesse momento, além de todos esses levantamentos, é interessante realizar um levantamento 
fotográfico para o registro visual do andamento da obra, deixando assim a documentação do 
terreno bem detalhada, o que facilita o acesso às informações no momento da comercialização.
Programa de Necessidades (PN)
O programa de necessidades (ou briefing) é criado nas primeiras reuniões do corretor de 
imóveis com o cliente.
Nesta etapa, o corretor de imóveis precisa reunir o maior número de informações possíveis 
sobre os objetivos do cliente. Em um projeto residencial, por exemplo, é necessário saber o 
número de cômodos, o tamanho aproximado de cada ambiente, a quantidade de moradores, 
entre outras informações.
Alguns profissionais criam uma espécie de checklist de perguntas predefinidas para ajudar a 
levantar todos os dados, procedimento considerado essencial para começar a buscar o imóvel 
que melhor se encaixa nas necessidades do cliente.
Os profissionais mais experientes, em uma espécie de bate-papo informal, já conseguem extrair 
de maneira sutil todas as informações e desejos do cliente, até mesmo aquelas mais delicadas, 
como verba disponível, prazos e rotina da família que irá ocupar a casa, que são itens de suma 
importância para comercializar um imóvel.
Após o fechamento do contrato com os valores e prazos, é hora de partir para as análises 
técnicas do empreendimento.
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NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
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Estudo de Viabilidade (EV)
O estudo de viabilidade é uma análise técnica da viabilidade de um empreendimento ou 
edificação. São avaliados:
A. A área do terreno;
B. Sua localização dentro do zoneamento da cidade; 
C. Os parâmetros urbanísticos determinados pelo Plano Diretor do Município, que define 
os recuos, uso do solo, gabarito de altura, taxa de ocupação e aproveitamento etc. 
O resultado do estudo é um relatório técnico sobre o que se pode e o que não se pode edi-
ficar em determinado local, e é nesse momento que se verifica se o que vai ser construídoou 
reformado está de acordo com o Plano Diretor e com o código de obras da cidade. Esta etapa é 
muito importante, pois, de acordo com a legislação vigente nas cidades, existem atividades que 
não podem ser exercidas em determinados locais. A legislação regulamenta e acaba interferindo 
também no tamanho dos recuos, altura máxima permitida da edificação, necessidade de dispor 
de equipamentos especiais como lixeiras, vagas especiais etc.
Para o corretor de imóveis, esses documentos são muito importantes. Tê-los em mãos facilita 
muito a busca de um imóvel que seja exatamente o que seu cliente quer. 
45
Aula 3
Etapas do projeto
Por exemplo: seu cliente irá abrir uma padaria e você o auxiliará na busca do melhor imóvel 
para esse empreendimento. Seu cliente gostou muito de um imóvel, porém, antes de fechar o 
negócio, é fundamental saber se naquele local a prefeitura do município permite esse tipo de co-
mércio, de acordo com o código de obras e o plano diretor, que abordaremos logo na sequência.
O que é Plano Diretor?
Plano Diretor é o documento que define a política de desenvolvimento de um muni-
cípio. Geralmente, é revisto a cada quatro anos, dependendo da legislação do município. 
Portanto, não é definitivo e o seu principal objetivo é orientar o poder público e a iniciativa 
privada sobre quais os rumos para o desenvolvimento na construção dos espaços urbanos 
e rurais de cada município, priorizando o desenvolvimento, bem-estar e segurança dos 
munícipes durante o crescimento das cidades. 
A altura máxima de uma obra em determinado local, a taxa de ocupação e o coeficiente 
de aproveitamento são algumas das informações encontradas neste documento, que irá 
auxiliar o corretor de imóveis a buscar a melhor localidade para os seus clientes, oferecendo 
um imóvel, terreno ou empreendimento que esteja adequado à legislação local, evitando 
futuros problemas com fiscalização.
O que é Código de Obras? 
O Código de Obras são normas técnicas municipais que regulamentam as regras para a 
construção e tem como objetivo garantir alguns fatores que contribuem para o bem-estar 
da área urbana e rural de um município.
Cada cidade tem seu código de obras específico e, antes de projetar, o profissional deve 
entrar em contato com a secretaria de obras da sua cidade para obter esse documento, 
pois nele estão descritas as normas técnicas para todo tipo de construção a ser feita no 
município. Esse documento tem o objetivo de garantir o conforto do usuário, a acessibi-
lidade de pessoas com problemas de mobilidade, entre outros itens.
Esse documento também determina a metragem mínima de cada cômodo e o tama-
nho mínimo exigido de aberturas (janelas), assim como especifica a quantidade de vagas 
normais e especiais por tipo de construção e por tamanho do empreendimento.
O corretor de imóveis deve estar atento à legislação do município para explicar para 
seus clientes tais detalhes. Exemplo: a quantidade de vagas para idosos e portadores de 
necessidades especiais é assegurada por esse documento, que fixa essa quantidade de 
acordo com o tamanho do imóvel. O não cumprimento dessa lei pode gerar multas e até 
embargo da obra, além de fechamento do estabelecimento.
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Estudo Preliminar (EP)
Com o programa de necessidade já bem definido e a análise de viabilidade do local, o estudo 
preliminar constitui o início da solução arquitetônica proposta para a obra.
Cada projetista tem uma espécie de rotina no processo de criação, porém todos os projetos 
começam com a setorização dos cômodos a serem criados em seus croquis e perspectivas 
volumétricas, sem preocupação de estarem nas suas medidas finais. 
Quando falamos em setorização, estamos dizendo que basicamente uma edificação contém 
os seguintes setores: 
 � Íntimo (os dormitórios, suítes, closets etc.);
 � Social (salas, lavabos, área de lazer etc.); 
 � Serviço (cozinha, lavanderia etc.). 
Além disso, nesse momento, são utilizadas algumas referências projetuais (outros projetos 
que sirvam de inspiração). Aqui é importante que o projetista esteja alinhado com as ideias e 
necessidades do cliente para que possa partir para as etapas seguintes do projeto. É nessa etapa 
que o profissional usará sua criatividade para projetar.
47
Aula 3
Etapas do projeto
A criação de croquis é muito bem-vinda para estimular o surgimento de ideias e para dar início 
às primeiras plantas baixas, maquetes 3D e outras representações gráficas do projeto.
Dominar os principais programas de arquitetura, como o Sketchup, Autocad, Revit e 3dmax, é 
importante para que o projetista consiga criar uma representação realística e encantar o cliente.
É com esses softwares que são criadas as imagens foto realísticas apresentadas nos stands 
de venda de imóveis que ajudam seu cliente a entender melhor os tamanhos dos cômodos para 
a disposição dos móveis. Muitas construtoras e imobiliárias já estão utilizando tecnologias que 
permitem ao cliente usar óculos especiais de realidade virtual para “andar” pelo empreendimento 
sem sair do escritório. Essas técnicas ajudam muito no momento da venda. Dessa forma, o cliente 
consegue entender e vivenciar de maneira virtual o ambiente em questão.
Anteprojeto (AP)
Depois que o conceito inicial do projeto foi aprovado pelo cliente, o projetista inicia a próxima 
etapa, o Anteprojeto, que constitui a configuração final da solução arquitetônica proposta para 
a obra.
Podemos pensar que o Anteprojeto é a etapa de aprofundamento do estudo. O projetista re-
colhe as informações obtidas e criadas no estudo preliminar e as coloca em medidas já definidas 
para o projeto. É nesse momento que o projetista define aspectos mais técnicos da obra para 
garantir um bom projeto executivo e posterior execução.
Os projetos criados nessa etapa, de modo geral, são:
A. Plantas baixas (com as especificações de cada ambiente);
B. Plantas de cobertura;
C. Plantas de cortes;
D. Plantas de fachadas;
E. Planta de localização do terreno;
F. Planta de situação;
G. Maquete 3D final.
É importante que você, futuro corretor de imóveis, saiba diferenciar cada tipo de desenho 
que compõe o projeto, pois, em algumas ocasiões, você será o profissional que explicará para o 
cliente a planta de um imóvel que talvez ainda nem tenha começado a ser construído.
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DESENHO ARQUITETÔNICO E
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É importante que todas as alterações de projeto sejam realizadas nesse momento, pois as 
mudanças nas fases posteriores gerarão retrabalho e, consequentemente, custos e prazos adi-
cionais para o cliente.
É nesse momento que o profissional começa a pensar nos projetos complementares, que 
são, entre outros: 
A. Estruturais;
B. Hidrossanitários;
C. Elétricos;
D. De automação;
E. De ar-condicionado;
F. De proteção contra incêndio.
Para criar esses projetos complementares, é interessante contratar profissionais específicos 
para cada tipo de assunto (engenheiros calculistas, elétricos etc.). Cada profissional valida o pro-
jeto e faz uma compatibilização projetual. Assim, quando o projeto for executado, não haverá 
interferências, como uma tubulação de esgoto passando no meio de uma viga estrutural, que, 
por sua vez, não pode ser alterada para passar essa tubulação. É nesse momento que serão feitas 
todas as alterações e adições ao projeto, pois, se isso for feito na fase executiva, demandará mais 
tempo para os ajustes, resultando em aumento de custos.
Após a aprovação do material, é hora da parte mais burocrática do processo. Sabendo desses 
detalhes, você poderá explicar para seu cliente em que fase o projeto ou a obra estão demons-
trando assim interesse e preocupação com ele.
49
Aula 3
Etapas do projeto
Projeto Legal (PL)
Chegamos à parte burocrática das etapas de um projeto. Chamamos de Projeto Legal aquele 
que passou por todo o trâmite anterior para aprovação da prefeitura, portanto atende, alémdas 
exigências contidas no programa de necessidades estabelecidas com o cliente no estudo preli-
minar, o Anteprojeto já com as exigências legais (normas técnicas de acordo com o município). 
As pranchas (nome que se dá às folhas impressas do projeto) impressas (ou digitais, dependendo 
do município) devem ser formatadas segundo os padrões exigidos pela Prefeitura do Município 
e seus órgãos fiscalizadores para que o projeto seja aprovado e, assim, a obra autorizada possa 
ser executada.
Cada município tem legislação própria, com exigências e normas específicas. De modo geral, 
o projetista precisa entregar todos os documentos exigidos para a aprovação. 
Então, vamos conhecer os documentos que são usualmente exigidos no processo de apro-
vação:
A. Projeto impresso em folha A1 com carimbo padrão de cada prefeitura, em escala 1/100 
e contendo plantas baixas, cobertura, cortes, elevações e todas as peças gráficas para 
o correto entendimento do fiscal. Geralmente são exigidas duas cópias assinadas pelo 
proprietário e pelo profissional autor do projeto;
B. Requerimento padrão da prefeitura;
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C. Cópia do documento de propriedade do imóvel (certidão de matrícula no cartório de 
registro de imóveis ou do compromisso de compra e venda);
D. Documento de responsabilidade técnica do autor do projeto, que pode ser:
 ` ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, que é emitida 
pelo engenheiro, que registra seus serviços junto ao CREA – 
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, ou;
 ` RRT – Registro de Responsabilidade Técnica, que é emitida pelo arquiteto, que 
registra seus serviços junto ao CAU – Conselho Regional de Arquitetura;
E. Duas cópias do memorial descritivo da obra assinado pelo proprietário e pelo autor do 
projeto (neste documento, é descrita toda a obra, quais materiais serão utilizados e quais 
técnicas construtivas serão empregadas);
F. Cópia do espelho do IPTU (folhas que contenham o endereço do imóvel e o ano da 
construção).
ATENÇÃO: poderão ser solicitados outros documentos específicos ao longo da 
análise do projeto, como o estudo de eia/rima, que é um estudo de impacto ambiental.
SAIBA MAIS:
Com esse material, o responsável da prefeitura que fará a avaliação poderá checar 
se tudo está de acordo com as normas do município.
Caso falte alguma informação ou algum ponto não esteja de acordo com as exigências, 
o projeto volta para o profissional responsável. É o chamado “comunique-se”. 
É importante destacar que reformas de interior de apartamentos, casas, lojas etc. 
não precisam de aprovação da Prefeitura. No caso de apartamentos, é necessária 
apenas a aprovação do condomínio e da ART.
Nesta etapa, o corretor de imóveis atuará mais diretamente com os outros profissionais 
envolvidos. Para obter a autorização da prefeitura e dos órgãos regulamentadores, 
são necessários diversos documentos, entre eles o contrato de compra e venda do 
imóvel, o espelho do IPTU com o nome do proprietário, entre outros.
51
Aula 3
Etapas do projeto
Projeto para Execução (PE)
O Projeto para Execução é a última etapa de todo o processo do projeto. É quando o projeto 
sai do papel e torna-se realidade. 
É uma das fases mais trabalhosas para o projetista, pois trata-se de projetos minuciosos, em 
que é feito todo o detalhamento construtivo do projeto, permitindo que a obra seja executada 
exatamente como foi projetada.
Trata-se de um conjunto de documentos técnicos (memoriais, desenhos e especificações) 
necessários à execução da obra. É nele que o profissional especifica dimensões, acabamentos, 
materiais, sistemas construtivos, tipologias, pontos hidráulicos e estruturas gerais. 
Explicando de forma mais simples, o projeto executivo é composto das plantas que vão para 
o canteiro de obras.
É nesse momento que se somam os resultados dos projetos complementares e se executa 
a compatibilização entre eles. É de extrema importância que todos os desenhos de arquitetura 
sejam revisados e que se atualizem as posições e as dimensões exatas de cada elemento cons-
trutivo (aberturas de vãos – portas e janelas, vigas, pilares etc.). É nele que o projetista especifica 
os materiais que serão utilizados (revestimentos, torneiras, cubas, móveis), as dimensões dos 
elementos construtivos, tipologias, pontos hidráulicos e de iluminação, enfim, fornece os detalhes 
necessários para a execução do projeto.
As pranchas detalhadas do projeto são enviadas para o canteiro de obras e ficam sob respon-
sabilidade do mestre de obras e do responsável técnico pela execução. Muitas empresas adotam 
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o costume de deixar fixos em uma parede todos os projetos para que os profissionais envolvidos 
estejam cientes de todos os detalhes executivos da obra.
É de extrema importância que a obra não se inicie sem que todas as plantas do projeto exe-
cutivo estejam concluídas, revisadas e entregues à equipe responsável por sua execução. 
Apesar de todas as fases citadas serem comuns na realização de um projeto, é importante dizer 
que cada projeto e cada profissional são únicos, e, dependendo das particularidades de cada um, 
pode haver variações nas etapas. Além disso, vale lembrar também que essas fases são aplicadas 
a todos os tipos de edificações: habitacionais, educacionais, culturais, religiosos, comerciais, 
industriais, administrativos, esportivos, de saúde, de lazer, de comunicação, de transporte etc.
Esse processo pode variar também de acordo com o tipo de projeto, necessidades de cada 
cliente e processos internos da empresa.
Entender as etapas de um projeto é importante para que você saiba como o projeto foi criado. 
Conhecer as normas e regras (entender código de obras e plano diretor é essencial para oferecer 
o melhor imóvel para seu cliente), assim como entender os desenhos que compõem o projeto, 
possibilita que você visualize o que será construído.
IMPORTANTE: a sequência para projetar geralmente é: levantamento de 
dados, programa de necessidades, estudo de viabilidade, estudo preliminar, 
anteprojeto, projeto legal e projeto executivo.
Saiba mais
Para saber mais sobre roteiros de desenvolvimento 
 do projeto de arquitetura, acesse o link:
 ` http://www.iab.org.br/sites/default/files/ 
documentos/roteiro-arquitetonico.pdf
Ou escaneie o código
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Aula 3
Etapas do projeto
Síntese da aula
 ` Podemos diferenciar os projetos em: residenciais, comerciais, empresariais ou corporativos 
e institucionais;
 ` Plano diretor é o documento que trata da política de desenvolvimento de um município, que 
regulamenta usos, recuos, taxas de ocupação, alturas, entre outros aspectos importantes 
da construção;
 ` O Código de obras é o conjunto de normas técnicas municipais que regulamentam as 
regras para a construção;
 ` De acordo com a NBR 13563/95 (que dispõe sobre a elaboração de projetos de edificações 
em arquitetura), as etapas para a elaboração de um projeto podem ser resumidas em: 
levantamento de dados, programa de necessidades, estudo de viabilidade, estudo preliminar, 
anteprojeto, projeto legal e projeto para execução.
Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria.
 1. Imagine que você, corretor de imóveis, foi contratado para fazer o levantamento de dados iniciais 
de um terreno. Seu cliente quer avaliar se vale a pena comprar em uma determinada localização 
para construir uma pousada. Você deverá analisar os seguintes itens: dimensões (do terreno e de 
edificações já existentes, caso existam), a topografia, a posição em relação ao sol, a infraestrutura 
da região e a escritura do terreno ou a planta original para auxiliar seu cliente na escolha do terreno 
ou edificação que melhor atenda às necessidades dele. Essa informação é: 
A. ( ) Verdadeira.
B. ( ) Falsa.
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 2. Você, corretor, encomendou um estudo de viabilidade de um terreno para futura implantação de 
um empreendimento. Quais itens esse estudo analisou? 
A. ( ) A área do terreno, a localização do zoneamento da cidade e os parâmetros urbanísticos.
B. ( ) As dimensões do terreno e a topografia.
C. ( ) A quantidade de material que será utilizado.
D. ( ) O tempo para a execução da obra.
E. ( ) A quantidade de verba que o cliente dispõe para a compra do local.
 3. Você está auxiliando seu cliente a buscar uma residência e encontrou um terreno que se encaixa 
nos padrões que ele busca. Quais desenhos serão desenvolvidos na etapa de anteprojeto para que 
seu cliente possa ter uma ideia do imóvel depois de pronto? 
A. ( ) Estrutural, hidrossanitário e de estrutura.
B. ( ) Plantas em geral e estudos volumétricos. 
C. ( ) Detalhamento de marcenaria e elementos decorativos.
D. ( ) Quantidade de materiais a ser utilizada.
E. ( ) Levantamento de dados iniciais.
 4. Na conversa inicial com seu cliente, você, corretor de imóveis, deverá levantar quais os dados 
necessários para identificar as necessidades estruturais do cliente a fim de auxiliá-lo na busca do 
imóvel mais adequado. Quais são esses dados?
A. ( ) Número de cômodos, quantidade de pessoas que irão 
 utilizar o imóvel, detalhes do cotidiano, entre outros.
B. ( ) Tempo disponível, materiais a serem utilizados e equipe de mão de obra.
C. ( ) Taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e recuos.
D. ( ) Equipamentos a serem utilizados.
E. ( ) Características dos imóveis vizinhos.
 5. Qual a função do código de obras municipal?
A. ( ) Definir a área do terreno.
B. ( ) Regulamentar as características dos imóveis vizinhos.
C. ( ) Definir os projetos hidrossanitários.
D. ( ) Mostrar as maquetes de realidade virtual.
E. ( ) Garantir o conforto ambiental e conservação de energia, assim como 
 a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida, entre outros. G
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Aula 3
Etapas do projeto
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Levantamento Topográfico
Caro(a) aluno(a), 
Nesta aula, abordaremos itens importantes para você na hora de negociar um empreendimento. 
Aprenderemos um pouco sobre topografia e quais os equipamentos e as técnicas utilizadas em 
um levantamento topográfico. Este levantamento é muito importante para assegurar as medidas 
reais do terreno e para identificar se existem aclives ou declives (acidentes geográficos), a exis-
tência de rios, lagos ou outros detalhes que possam inviabilizar o empreendimento. 
Vamos lá?
Bons estudos!
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Aula 4
Levantamento topográfico
Introdução
A topografia é a ciência que estuda a superfície de um terreno e seus acidentes geográficos 
naturais ou provocados pelo homem (cortes, aterros, taludes etc.), definindo a situação e a lo-
calização de qualquer ponto e determinando as medidas (área/perímetro) com exatidão de seu 
relevo por meio de representações gráficas em cartas ou plantas topográficas.
A topografia poderia ser descrita como a ciência ou mesmo a arte que descreve o relevo de 
uma localidade graficamente, com todas as características do local de estudo (dimensões, ele-
mentos existentes no terreno, variações altimétricas e acidentes geográficos). O termo vem do 
grego: topos – lugar, região e graphen – descrição.
O levantamento topográfico reúne dados obtidos por estudos e análises que utilizam instru-
mentos e métodos específicos, dando base para a execução de projetos e obras realizados por 
engenheiros ou arquitetos. Trata-se de uma etapa fundamental do projeto e da execução da obra.
Breve História da Topografia
Bom, agora que você já sabe o que é topografia, vamos conhecer de forma breve a história 
dessa importante área para a construção?
A topografia e a cartografia surgiram praticamente ao mesmo tempo como consequência 
da necessidade do homem primitivo de demarcar caminhos, locais de caça e suas propriedades.
As civilizações seguintes começaram a desenvolver e utilizar instrumentos rudimentares que 
serviram para delimitar propriedades, traçar rotas comerciais e erguer construções. 
A groma egípcia, por exemplo, é um instrumento manual com uma base em forma de “X”, 
suspensa por uma corrente com pendentes em cada ponta do “X” e uma corda com um pequeno 
peso. Além de ser utilizado para alinhar direções em áreas planas até objetos distantes e depois 
transferir as linhas para o solo marcando linhas retas, podia ser usada para marcar ângulos ne-
cessários nas construções, como nas pirâmides. 
Amarante (2012) explica que o início do entendimento do globo terrestre como o conhecemos 
hoje, deu-se no ano de 1828, quando o matemático, astrônomo e físico alemão Carl Friedrich 
Gauss apresentou um modelo aperfeiçoado do globo terrestre com base em seus estudos mate-
máticos. Em 1873, o matemático Johann Benedict Listing criou o termo geoide, que denomina a 
figura da terra tendo como base o nível médio dos oceanos e a altitude média dos continentes e, 
em 1945, o físico russo Mikhail Molodenskii demonstrou em seus estudos que a superfície física 
da Terra pode ser determinada com base nas medidas geodésicas, criando assim sistemas de 
referências verticais para grandes áreas. 
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Assim, profissionais responsáveis por levantamentos topográficos, como engenheiros agri-
mensores e técnicos de agrimensura, entre outros, começaram a criar as redes geodésicas, que 
são sistemas que determinam as características físicas da superfície terrestre e são baseadas na 
altitude com relação ao geoide e à longitude. 
Recentemente, a maior revolução na topografia foi a invenção do GPS (Sistema de Posicio-
namento Global), que possibilitou determinar posições estáticas ou em movimento com mais 
rapidez e precisão do que qualquer outro método anterior.
A importância da Topografia
Agora vamos saber da importância da topografia.
A topografia é um estudo importante para a criação, implantação e execução de qualquer obra. 
É a base inicial para engenheiros e arquitetos realizarem qualquer projeto ou obra.
Então agora, vamos conhecer alguns itens que podem compor o estudo topográfico:
A. A representação em planta e em qualquer escala;
B. Todas as variações apresentadas em uma superfície;
C. A identificação de todos os limites de propriedades;
D. A expressão exata de seu relevo com todos os detalhes de seu interior (vegetação, vales, 
córregos, cercas, cursos d’água, edificações e outros).
São várias as aplicações da topografia na implantação de projetos de engenharia, sendo ve-
rificadas em diversas modalidades, tais como: 
 ` Edificações em geral: aeroportos, portos, cais, conjuntos habitacionais;
 ` Túneis, pontes, pontilhões, viadutos, barragens; 
 ` Sistema de drenagem, galerias, canais, sistema de água e esgoto; 
 ` Planejamento urbano; 
 ` Paisagismo; 
 ` Usinas hidrelétricas; 
 ` Telecomunicações; 
 ` Agricultura; 
 ` Reflorestamento.
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Aula 4
Levantamento topográfico
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A Importância da Topografia 
para a Construção Civil
A primeira coisa que o profissional contratado para fazer o projeto ou mesmo para 
auxiliar em uma transação imobiliária deve fazer é solicitar um serviço de levantamento 
planialtimétrico cadastral do terreno (a topografia) para poder auxiliar o seu cliente 
na escolha do melhor terreno, de acordo com as necessidades básicas do projeto.
O levantamento topográfico confirma a metragem de um determinado terreno 
com o levantamento planialtimétrico, e com esse levantamento o corretor terá como 
avaliar as características do local e se tem condições para receber a execução do 
projeto ou mesmo avaliar se esse local é adequado para seu cliente.Um levantamento topográfico bem apurado deve considerar todos os elementos 
existentes no local: 
A. Meio-fio; 
B. Arruamentos internos;
C. Alinhamentos de muros e cercas;
D. Marcos demarcatórios; 
E. Árvores; 
F. Caixas de drenagem; 
G. Postes; 
H. Ralos; 
I. Edificações existentes; 
J. Edificações confrontantes;
K. Indicação do sentido do trânsito; 
L. Existência de rios ou córregos próximos ao terreno; 
M. Pontos cotados;
N. Curvas de nível; 
O. Taludes; 
P. Rochas. 
61
Aula 4
Levantamento topográfico
Na fase de execução da obra, a topografia serve de instrumento técnico para: 
A. Demarcação dos limites do terreno; 
B. Locação de nivelamento dos furos de sondagem; 
C. Demarcação do esquadro da obra; 
D. Locação de estacas; 
E. Locação de pilares; 
F. Nivelamento do terreno; 
G. Acompanhamento das prumadas dos pilares; 
H. Nivelamento dos pisos e lajes; 
I. Marcações das áreas de lazer e jardim.
O levantamento topográfico é, em resumo, o estudo do terreno, visando verificar as suas 
divisas, dimensões e perfis. Ele pode ser dividido em três etapas:
A. PLANIMÉTRICO: abrange somente as divisas e ângulos;
B. ALTIMÉTRICO: abrange as curvas de nível e as alturas do terreno;
C. PLANIALTIMÉTRICO: é o levantamento topográfico propriamente dito, apresentando o 
estudo planimétrico e altimétrico do terreno.
Curvas de Nível
As curvas de nível são linhas curvas que indicam as alturas e a inclinação do terreno. As curvas 
de níveis devem ser representadas metro a metro em um levantamento topográfico. Essas curvas 
são definidas de acordo com a sinuosidade do terreno. Quanto mais próximas, mais o terreno 
possui inclinação. Quando são mais espaçadas, indicam que o terreno é pouco inclinado ou até 
mesmo plano. Conforme podemos notar na imagem a seguir, o setor A é o mais íngreme e o 
setor B é o menos inclinado.
Por exemplo: se seu cliente deseja comprar um terreno para instalar uma fábrica, o estudo 
de curvas de nível a seguir mostra que, dependendo do tamanho da instalação, esse terreno não 
seria indicado, pois o ponto A demonstra que o terreno é bem íngreme e, para fazer a instalação 
dessa fábrica, deverá ser feito um aterro e isso pode encarecer o valor da obra.
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Orientação
A orientação é a posição do norte em relação ao terreno e deve constar no levantamento 
topográfico, pois é de fundamental importância para o projetista elaborar o projeto e por meio 
dele o corretor orientar melhor seu cliente no momento da escolha do terreno.
Existem dois tipos de orientação: 
A. A magnética (bússola);
B. A verdadeira, que é a geográfica. 
No levantamento topográfico, é utilizada a verdadeira, pois a magnética apresenta variações 
no decorrer dos anos.
Entendendo melhor os estudos topográficos, você, como corretor de imóveis, poderá orientar 
de forma mais assertiva seus clientes na escolha do terreno ou imóvel, de acordo com as ne-
cessidades dele. Por exemplo: imóveis que estão voltados para o sol nascente são imóveis mais 
valorizados por causa da incidência solar.
C
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25
2626
25
24
23
22
B
A
231
8 19
2021
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Figura 8 – Curvas de nível
Fonte: Domingues (1979)
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Aula 4
Levantamento topográfico
Termos Técnicos
Para melhor compreensão do estudo topográfico, o Técnico em Transações Imobiliárias precisa 
estar por dentro de alguns termos técnicos relacionados à situação do terreno:
 ` Terraplanagem – Processo de preparação do terreno, para dar início à construção.
 ` Aterro – Preenchimento de uma área em desnível, com terra ou entulho.
 ` Desaterro – Retirada de terra de uma área.
 ` Declive – Quando a inclinação do terreno está abaixo do nível da rua.
 ` Aclive – Quando a inclinação do terreno está acima do nível da rua.
 ` Logradouro – Local público, como praças, ruas, avenidas, parques etc.
 ` Arruamento – Processo de criação das ruas.
 ` Caixa de Rolamento – Parte da rua destinada para o trânsito de veículos.
 ` Passeio – Parte da rua destinada para o passeio de pedestre.
 ` Afastamento – Distâncias exigidas pelo uso do solo da edificação em relação ao terreno.
Bom, até aqui vimos que os estudos topográficos são importantes para você orientar seu 
cliente quanto à escolha do terreno, de acordo com as necessidades dele. Entender como foram 
obtidas as medidas e os detalhes vai te ajudar a interpretar melhor os projetos.
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Saiba mais
Para se aprofundar ainda mais nos estudos topográficos, acesse:
 ` https://www.youtube.com/watch?v=RlYTNsmZefY
IMPORTANTE: a topografia é a expressão exata do relevo com todos os 
detalhes (vegetação, vales, rios, aterros e taludes, córregos, cercas, cursos 
d’água, edificações e outros).
Síntese da aula
 ` Breve história da topografia;
 ` A importância da topografia para a construção civil;
 ` Diferenças entre os tipos de estudos topográficos;
 ` Curvas de nível;
 ` Orientação sobre os pontos cartesianos;
 ` Termos técnicos utilizados nos estudos topográficos.
Ou escaneie o código
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Aula 4
Levantamento topográfico
Exercícios
Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula?
Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria.
 1. A topografia é uma ciência que estuda a superfície de um terreno com todos os seus acidentes 
geográficos naturais ou provocados pelo homem (cortes, aterros e determinando as medidas – área 
e perímetro). Essa afirmação é: 
A. ( ) Verdadeira.
B. ( ) Falsa.
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 2. Em um estudo inicial de um futuro empreendimento, você, como corretor de imóveis, irá encontrar 
no documento de análises de estudos topográficos alguns itens que irão auxiliar para definir se o 
terreno em questão é adequado às necessidades de seu cliente. Qual desses itens não se encontra 
nos resultados das análises de estudos topográficos? 
A. ( ) Demarcação dos limites do terreno.
B. ( ) Locação de estacas.
C. ( ) Quantificação de materiais para execução.
D. ( ) Nivelamento dos pisos e lajes.
E. ( ) Medidas dos cômodos de uma edificação.
 3. Você, como corretor de imóveis, encomendou um levantamento topográfico de um terreno para 
um futuro empreendimento. Quais desses itens não constam no documento:
A. ( ) Meio-fio.
B. ( ) Árvores.
C. ( ) Edificações existentes.
D. ( ) Carros.
E. ( ) Existência de rios.
 4. O estudo topográfico pode ser dividido em três etapas: planimétrico, altimétrico e planialtimétrico. 
Em qual dessas três fases o corretor de imóveis pode contar com um documento para observar as 
melhores condições de um determinado terreno para a implantação de um futuro empreendimento?
A. ( ) Planimétrico.
B. ( ) Altimétrico.
C. ( ) Planialtimétrico.
D. ( ) Nenhuma das três etapas.
E. ( ) Todas as etapas.
 5. No estudo topográfico para um futuro empreendimento, surgiu o termo ARRUAMENTO. O que 
significa?
A. ( ) Processo de preparação do terreno para dar início à construção.
B. ( ) Preenchimento de uma área em desnível com terra ou entulho.
C. ( ) Inclinação do terreno abaixo do nível da rua.
D. ( ) Processo de criação das ruas.
E. ( ) Locais públicos, como praças, ruas, avenidas, parques etc. G
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Aula 4
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Projeto de Arquitetura: 
plantas, fachadas, cortes 
e quadro de áreas
Caro(a) aluno(a), 
Nesta aula, abordaremos itens importantes para o entendimento de um projeto. Todos os de-
talhes dos desenhos que compõem um projeto são necessários para que você possa interpretar 
a planta do imóvel que negociará com o seu cliente.
Para o desenvolvimento desta aula, veremos:
 ` O desenho técnico;
 ` Os detalhamentos gráficos;
 ` As técnicas de desenho;

Outros materiais