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AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
 
1 INTRODUÇÃO 
2 HISTÓRICO 
3 IMPACTOS AMBIENTAIS 
3.1 NATUREZA DOS IMPACTOS 
4 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 
4.1 ETAPAS DO PROCESSO DE AIA 
 
MÓDULO II 
 
5 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
6 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA 
7 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA 
7.1 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
8 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
8.1 TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS (ABORDAGEM NO ÂMBITO FEDERAL) 
8.2 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
9 AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL (AIA) COMO INSTRUMENTO DA 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
10 O MINISTÉRIO PÚBLICO E AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
11 LEITURAS COMPLEMENTARES 
11.1 A LEI DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
MÓDULO III 
 
12 INTRODUÇÃO: AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – MÉTODOS 
13 PEDIDO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
14 TERMO DE REFERÊNCIA 
14.1 INTRODUÇÃO 
14.2 PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO 
14.3 REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL 
14.4 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA 
14.4.1 Abordagem Metodológica 
14.4.2 Área De Influência Do Empreendimento 
14.4.3 Alternativas Tecnológicas e Locacionais 
14.4.4 Identificação Do Empreendedor 
14.4.4.1 Caracterização do Empreendimento 
14.4.4.1.1 Apresentação 
14.4.4.1.2 Histórico do proponente 
14.4.4.1.3 Descrição do empreendimento 
14.4.4.1.4 Justificativas para o empreendimento 
14.4.4.1.5 Infraestrutura de apoio à obra 
14.4.5 Diagnóstico Ambiental 
14.4.5.1 Estudos Específicos para a Bacia Hidrográfica 
14.4.5.1.1 Meio Físico 
14.4.5.1.2 Meio Biótico 
14.4.5.1.3 Meio Socioeconômico 
14.4.5.2 Área De Influência Direta 
14.4.5.2.1 Meio Físico 
14.4.5.2.2 Meio Biótico 
14.4.5.2.3 Meio Socioeconômico 
14.4.6 Análise Integrada 
14.4.7 Prognóstico Ambiental 
14.4.7.1 Prognóstico das condições ambientais na ausência do empreendimento 
14.4.7.2 Prognóstico das condições ambientais com o empreendimento 
14.4.8 Identificação e Avaliação de Impactos Ambientais 
14.4.8.1 Impactos existentes 
14.4.9 Medidas Mitigadoras, Compensatórias e Programas de Controle e De 
Monitoramento. 
14.4.10 Relatório De Impacto Ambiental – RIMA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
14.4.11 Equipe Técnica 
14.4.12 Bibliografia 
14.4.13 Glossário 
14.4.14 Autenticação 
15 ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
15.1 TÉCNICAS E METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
MÓDULO IV 
16 APLICABILIDADE DA AIA 
16.1 QUANTO À ESPECIFICIDADE 
16.2 USINAS HIDRELÉTRICAS OU PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS 
(PCH) 
16.2.1 Impactos Ambientais 
16.3 DESMATAMENTOS 
16.3.1 Impactos ambientais e sociais 
16.4 PROJETOS DE TRANSPORTES 
16.4.1 Impactos ambientais decorrentes da construção de estradas florestais 
16.5 AGRICULTURA & PECUÁRIA 
16.5.1 Impactos gerados 
16.6 ATIVIDADE DE MINERAÇÃO 
17 CONCLUSÃO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Já é sabido que o futuro da humanidade está comprometido, caso algo não 
seja feito urgentemente para garantir a sobrevivência de espécies que contribuam 
para a sustentabilidade do meio ambiente. 
A modernidade instituída pelo homem é sobremaneira um dos agentes que 
interfere na autossustentabilidade das riquezas naturais. Porém, o desenvolvimento 
das sociedades não deve ser interrompido, pois destruiria séculos de evolução da 
humanidade. Contudo, o desenvolvimento inteligente é aquele que aproveita os 
recursos naturais, preservando suas fontes e transformando o desenvolvimento em 
prol do bem-estar do ser humano e da própria natureza. 
O meio ambiente enfrenta vários problemas na atualidade. Um deles é o 
aquecimento global, caracterizado pela alta proporção no aumento da temperatura 
média da superfície terrestre. Os debates nessa questão se relacionam basicamente 
às atitudes e ações do ser humano em relação às reservas naturais do planeta, 
provocando perdas irreparáveis ao meio ambiente. As principais atitudes criminosas 
são: o uso de poluentes sem controle, uso dos recursos naturais sem reposição, 
emissão de gases na atmosfera, entre outros. 
O que os órgãos ambientais defendem é a prática do desenvolvimento 
sustentável, atendendo às demandas atuais, sem que para isso as necessidades 
das gerações futuras sejam comprometidas. Assim sendo, a sustentabilidade tem 
como definição a utilização dos recursos naturais, utilizando seu maior potencial no 
presente e ao mesmo tempo, buscando preservar a biodiversidade e os 
ecossistemas naturais. Para isso, é preciso planejar e agir com pró-eficiência nesta 
manutenção do meio ambiente. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
Os impactos ambientais têm sido assuntos constantes na mídia e estudá-los 
permitirá ampliar o conhecimento sobre o assunto, de forma a contribuir para o 
processo evolutivo e desenvolvimento das nações, com respeito aos recursos 
naturais. 
No Módulo I do curso de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), você 
conhecerá o histórico das ações neste sentido, a definição de impacto ambiental, as 
formas de avaliação desses impactos e suas etapas. 
No módulo II, você conhecerá toda a parte Legal das atividades de 
preservação dos recursos naturais, bem como documentos, órgãos governamentais 
e procedimentos na avaliação dos impactos ambientais. 
No módulo III, você conhecerá as metodologias empregadas no 
desenvolvimento da Avaliação de Impacto Ambiental, além dos procedimentos 
norteadores deste estudo. 
O último módulo IV contemplará os aspectos biológicos e ecológicos 
pertinentes a cada atividade. 
 
 
2 HISTÓRICO 
 
 
Em 1969 foi aprovada pelos Estados Unidos a lei federal “National 
Environmental Policy of Act”, também conhecida por NEPA. Adotada por vários 
países, esse documento consiste em uma política nacional ambiental que tem como 
instrumento a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). 
Exigida inicialmente apenas para ações no âmbito do governo federal 
americano, a AIA avançou também para as tomadas de decisões, programas, 
licenças, autorizações e empréstimos. 
Segundo Queiroz (1990), a força exercida da NEPA juntamente com as 
legislações pertinentes de cada Estado, em afinidade com a aplicação da AIA a 
impulsionou pelos Estados Unidos e demais países desenvolvidos. Posteriormente 
alcançando os países em desenvolvimento, devido à constatação que os problemas 
ambientais não se restringiam apenas ao território americano. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
De acordo com Andreazzi & Milward-de-Andrade (1990), com a realização 
da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, no ano de 1972, a percepção da 
problemática ambiental passou a ter maior atenção, devido aos requisitos 
estabelecidos na AIA para a concessão de empréstimos internacionais. 
Atualmente, a aplicação da AIA ocorre independente de estar prevista na 
legislação local devido à exigência de organismos internacionais (DIAS, 2001), 
sendo os principais organismos de cooperação internacional a Organização das 
Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial (BIRD), o Banco Interamericano de 
Desenvolvimento (BID), entre outros (MOREIRA, 1985). 
No Brasil, a partirda década de 70 é que se iniciaram os estudos 
relacionados aos Impactos Ambientais, por ocasião da implantação de projetos 
direcionados à instalação de usinas hidrelétricas por exigências do Banco Mundial. 
 
 
FIGURA 1 - RECURSOS HÍDRICOS 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://pwalwer.blogspot.com.br/2012/04/usina-
hidreletrica-de-itaipu.html>. Acesso em: 05 nov. 2012. 
 
 
No entanto, a necessidade destes estudos de AIA só foi reconhecida e 
inserida de maneira legal após a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente 
pela Lei Federal nº 6.938 em 1981, conforme pode ser visto a seguir: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana, atendidos os seguintes princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
 II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
 VIII - recuperação de áreas degradadas; 
 IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação 
da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa 
do meio ambiente (LEI FEDERAL nº 6938, 1981, art. 2). 
 
 
Todavia, somente com a definição das diretrizes, bem como dos critérios 
técnicos para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e também do 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é que a AIA foi regulamentada nos Estados 
da Federação Brasileira por meio da Resolução do CONAMA 001/86. 
Com a regulamentação ocorrida em 06 de junho de 1990, por meio do 
Decreto Federal nº 99.274 e devidas alterações feitas pela Resolução nº 237 de 
19/12/1997 do CONAMA, foi instituído que a AIA é procedimento integrante do 
licenciamento ambiental de qualquer atividade potencialmente degradadora e/ou 
poluidora, conforme descrito a seguir: 
 
A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas 
efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de 
impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, 
garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo 
com a regulamentação (RESOLUÇÃO Nº 237, Art. 3º). 
 
 
A Resolução CONAMA 237/1997 também determina a elaboração de 
estudos ambientais necessários e adequados à finalidade a que se destina o 
empreendimento proposto, conforme descrito a seguir: 
O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou 
empreendimento não é potencialmente causador de significativa 
degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes 
ao respectivo processo de licenciamento (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, 
1997, Parágrafo único). 
Todavia, é importante frisar que embora sejam desenvolvidos e constatados 
exemplos de sucesso por meio da aplicação de estudos direcionados, como EIA, 
RIMA e a própria AIA, para a adequada implantação e licenciamento ambiental de 
diversas atividades, ainda há muito a se fazer para que seja alcançada a eficácia 
desejada. 
 
 
3 IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
 
De maneira geral os impactos ambientais são ocasionados pela contínua 
agressão do homem ao meio ambiente, por meio de ações de irresponsabilidade e 
condutas que fogem às regras de sustentabilidade natural das riquezas. Atitudes 
assim reduzem a capacidade de regeneração natural devido à intensidade, 
velocidade e frequência com que ocorrem. 
Rohde (1989) classificou os impactos quanto aos seus aspectos de 
desencadeamento como dimensão, procedência, durabilidade, temporalidade, 
grandeza e extensão, dentre outros aspectos relacionados. 
Pode-se dizer que os impactos ambientais podem apresentar aspectos 
qualitativos e quantitativos. Os aspectos qualitativos apresentam intensidade variada 
quando comparada às alterações ocorridas no meio ambiente. Um impacto 
ambiental positivo pode se estender por um curto espaço de tempo, como também 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
perdurar por longos anos. Por exemplo, a atividade de reflorestamento que promove 
a preservação do solo, a fauna silvestre, os corpos d’água, diminuem o efeito estufa, 
dentre outros efeitos que promovem uma melhor qualidade de vida para todos os 
seres vivos. Já os impactos negativos causados pelas indústrias e outros 
segmentos, por exemplo, atingem diversos recursos naturais comprometendo não 
só a qualidade de vida, como também em alguns casos a própria existência da 
mesma. 
Quanto aos aspectos quantitativos a intensidade pode até mesmo ser baixa, 
por exemplo, mas a intensidade dos efeitos provoca modificações intensas e às 
vezes permanentes, podendo afetar a diversidade de ecossistemas, biomas e 
biotas. 
Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a definição de 
impacto ambiental é: 
 
 
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA n
o
 1, 1986, art. 1). 
 
 
 
 
Portanto, pode-se afirmar que os impactos ambientais apresentam relação 
de “causa e efeito” quando associados ao crescimento populacional e ao 
desenvolvimento econômico, por atuarem diretamente sobre os recursos naturais, 
tais como a água, o solo, o vento, a energia e outros. Ou seja, são as ações 
humanas, exclusivamente, que ocasionam e intensificam os impactos ambientais. 
Entre estas causas, destacam-se as obras de Usinas Hidrelétricas ou Pequenas 
Centrais Hidrelétricas (PCH), canais para navegação, retificação de cursos d'água, 
saneamento básico, irrigação e drenagem, entre outros. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
 
FIGURA 2- SANEAMENTO 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: 
<http://www.optussuaritma.com/atik_su_aritma/atik_su_aritma_sistemleri.php>. Acesso em: 06 fev. 
2014. 
 
 
Obras de infraestrutura e escoamento também são causas de impacto 
ambiental, como as ferrovias, portos e terminais de minério, petróleo e produtos 
químicos, as estradas de rodagem, aeroportos, linhas de transmissão elétrica, 
gasodutos, oleodutos, minerodutos e emissários de esgotos, e aterros sanitários. 
Também são fontes de impactos ambientais a extração e a exploração de minérios, 
carvão vegetal e de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão). Assim como, a 
exploração madeireira, as unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, 
siderúrgicos, destilarias de álcool, etc.), e a implantação de projetos urbanísticos. 
 
 
 
 
http://www.optussuaritma.com/atik_su_aritma/atik_su_aritma_sistemleri.php
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
 
FIGURA 3- EXTRAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: 
<http://www.mineradorasaojorge.com.br/infraestrutura.php>. Acesso em: 05 nov. 2012. 
 
 
Os efeitos dos impactos ambientais são consequências dos interesses 
humanos que fogem às necessidades autossustentáveisdo ambiente em questão. É 
com o intuito de equacionar problemas ambientais oriundos de projetos que causem 
impactos ao meio, que são recomendados determinados estudos que visem 
minimizar ou suprimir impactos negativos ou mesmo potencializar os positivos, por 
meio das Leis Ambientais estabelecidas em cada país. 
No Brasil, a Lei Federal n° 6.938 de 31/08/1981, referente à Política 
Nacional do Meio Ambiente foi o primeiro dispositivo legal da Avaliação de Impactos 
Ambientais (AIA), e foi regulamentada pelo Decreto Federal n° 88.351 de 
01/06/1983, permanecendo vinculada sua aplicação a quaisquer licenciamentos de 
atividades potencialmente poluidoras ou modificadoras do meio ambiente, a critério 
de órgãos ambientais competentes, seja da esfera estadual ou federal (SILVA, 
1994). 
A Resolução do CONAMA n° 01/86 atribuiu ao órgão estadual - Secretaria 
Estadual do Meio Ambiente (SEMA) – o poder de requerer a realização de 
audiências públicas para informar sobre projetos, possíveis impactos ambientais 
relacionados, bem como promover debates referentes ao Relatório de Impacto 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
Ambiental RIMA. No entanto, a Resolução n° 09 de 03/12/1987 do CONAMA, 
modificou esta prerrogativa, conforme pode ser visto a seguir: 
 
A Audiência Pública referida na Resolução CONAMA nº 1/86, tem por 
finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do 
seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas 
e sugestões a respeito. (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 09, 1987, art.1). 
 
Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, 
pelo Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos, o Órgão de 
Meio Ambiente promoverá a realização de audiência pública. 
 
§ 1º O Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA, 
fixará em edital e anunciará pela imprensa local a abertura do prazo que 
será no mínimo de 45 dias para solicitação de audiência pública. 
 
§ 2º No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do 
Órgão Estadual não realizá-la, a licença concedida não terá validade. 
 
§ 3º Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão licenciador, 
através de correspondência registrada aos solicitantes e da divulgação em 
órgãos da imprensa local. 
 
§ 4º A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos 
interessados. 
 
§ 5º Em função da localização geográfica dos solicitantes, e da 
complexidade do tema, poderá haver mais de uma audiência pública sobre 
o mesmo projeto de respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 
(RESOLUÇÃO CONAMA Nº 09, 1987, art.2). 
 
A audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão licenciador 
que, após a exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abrirá 
as discussões com os interessados presentes (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 
09, 1987, art.3). 
 
 
A Resolução n° 237, de 19/12/1997, estabeleceu definições, 
responsabilidades de empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, 
critérios e diretrizes, para uso e implementação da AIA, contendo uma listagem 
detalhada das atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, 
que poderá ser vista no próximo módulo. 
Embora possua uma legislação contemporânea, o Brasil ainda necessita de 
uma fiscalização mais efetiva que garanta e exerça sua função de proteção 
ambiental. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
 
 
3.1 NATUREZA DOS IMPACTOS 
 
 
O homem interage com o meio ambiente ao seu redor desde a antiguidade e 
devido a sua evolução, diversas modificações ocorreram ao longo do tempo. Ora 
pelas inovações tecnológicas, ora pela necessidade de aumentar a produção de 
alimentos em função do aumento da população mundial. Consequentemente, a 
utilização dos recursos naturais são maiores e, por vezes usados até ao seu 
esgotamento. 
 
 
FIGURA 4- DESMATAMENTO 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://www.jornallivre.com.br/230521/o-desmatamento-
da-mata-atlantica.html> Acesso em: 07 fev. 2014. 
 
 
http://www.jornallivre.com.br/230521/o-desmatamento-da-mata-atlantica.html
http://www.jornallivre.com.br/230521/o-desmatamento-da-mata-atlantica.html
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
Conforme disposto na Resolução CONAMA Nº 1, de 23/01/1986, alterada 
pelas Resoluções: nº 11/86, nº 05/87 e nº 237/97, o estudo de impacto ambiental 
deve desenvolver, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: 
 
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa 
descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como 
existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da 
implantação do projeto, considerando: 
 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os 
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos 
d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes 
atmosféricas; 
 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, 
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor 
científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de 
preservação permanente; 
 
c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a 
socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, 
históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a 
sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura 
desses recursos. 
 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, 
através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da 
importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos 
positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e 
a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de 
reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição 
dos ônus e benefícios sociais. 
 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas 
os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, 
avaliando a eficiência de cada uma delas. 
 
IV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados. (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1, 1986, art. 6). 
 
 
“As interferências, suas causas e consequências, trazem uma série de 
relações entre si” (BASTOS; FREITAS, 2000), atuando sobre diferentes elementos 
do meio ambiente, com níveis e maneiras distintas (tabela 1). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 
 
TABELA 1 – RELAÇÃO DOS TIPOS DE IMPACTOS COM ELEMENTOS AFETADOS. 
Tipos Elementos 
Físico Clima 
Orografia (por definição estudo das nuances do 
relevo de uma determinada região.) 
Hidrografia 
Geologia 
Biológico Flora 
Fauna 
Ecossistemas 
Econômicos Atividades econômicas 
Produtividades 
Renda per capita 
Inflação 
Sociais Desemprego 
Habitação 
Saúde 
Educação 
Culturais Costumes 
Tradições 
Estéticos Paisagem urbana 
e natural 
FONTE: Tourón (2004) – adaptada 
 
 
A utilização dos recursos naturais sem qualquer preocupação ambiental, ou 
seja, desprovida de ações que visem minimizar os impactos ambientais promovem 
alterações abrangentes, localizadas e extensivas. Segundo Bacci et. al. (2006), é 
possível adotar medidas que minimizem ou até mesmo que impeçam a ocorrência 
dos impactos ambientais, associados à implantação de um determinado 
empreendimento. Para tanto, é necessário conhecimento prévio dos problemas 
associados à instalação e desenvolvimento do empreendimento, bem como à 
correta avaliação, planejamento e emprego adequado de metodologias direcionadas 
a evitar tais impactos ambientais. 
A importância de caracterizar e quantificar os impactos ambientais estão em 
promover a conservação dos recursos naturais, e, portanto, optar por ações de 
manejo adequado e eficiente. Para tanto, são necessários estudos que determinem 
a adequada metodologia a ser empregada,como por exemplo, os Estudos de 
Impactos Ambientais (EIA), Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA) e outros, 
determinados pela Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
 
 
4 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 
 
 
A AIA surgiu durante a segunda metade do século XX em resposta à 
necessidade crescente da afirmação de valores ambientais, no que diz respeito às 
decisões dos processos de desenvolvimento. 
 
 
FIGURA 5 - ENERGIA 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://www.fnltda.com/rrnn_electrica.html> 
Acesso em: 07 fev. 2014. 
 
 
Anteriormente à AIA, a avaliação dos projetos se limitava à elaboração de 
Análises de Custo-Benefício (ACB) e Estudos de Viabilidade Técnica. As Análises 
http://www.fnltda.com/rrnn_electrica.html
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
de Custo/Benefício baseiam-se no princípio da avaliação econômica de critério 
único, ou seja, o custo. Nos Estudos de Viabilidade Técnica analisam apenas o 
projeto do ponto de vista da engenharia. 
Nessas análises se inclui a degradação baseada na qualidade dos recursos 
naturais, que decorre do uso inadequado, dos custos decorrentes das situações 
poluidoras ou ainda as perdas dos recursos naturais ou da capacidade de utilização 
em busca da produção de bens alternativos. Isso torna evidente na avaliação das 
consequências ambientais, as limitações e a incapacidade para explicações das 
razões dos efeitos negativos que são identificados nos processos de 
desenvolvimento econômico. 
 
FIGURA 6- MEIO AMBIENTE 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://www.witchpathforward.com/the-
elements.html>. Acesso em: 07 fev. 2014. 
 
 
A AIA se desenvolve como instrumento de avaliação global, contendo 
questões ambientais, políticas, econômicas, sociais e técnicas dentro do processo 
de decisão. 
http://www.witchpathforward.com/the-elements.html
http://www.witchpathforward.com/the-elements.html
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
Entre as várias definições de AIA, a maioria de cunho acadêmico e com 
vasta argumentação técnica, podemos entender que se trata de: 
Um estudo destinado a identificar a interpretar – assim como prevenir – as 
consequências ambientais ou os efeitos que determinados projetos ou 
ações podem causar à saúde e ao bem-estar do homem e ao entorno, ou 
seja, os ecossistemas em que o homem vive e de que depende (BOELA, 
1984). 
 
Atividade destinada a identificar e predizer o impacto sobre o ambiente 
biogeofísico e sobre a saúde e o bem-estar dos homens, resultantes de 
propostas legislativas, políticas, programas e projetos e de seus processos 
operacionais, e a interpretar e comunicar as informações sobre esses 
impactos (MUNN, 1979). 
 
Identificar, predizer e descrever, em termos apropriados, os prós e os 
contras (benefícios e danos) de uma proposta de desenvolvimento. Para ser 
útil, a avaliação deve ser comunicada em termos compreensíveis para a 
comunidade e para os responsáveis pela tomada de decisão. Os prós e 
contras devem ser identificados com base em critérios relevantes para os 
países afetados (PNUMA, 1978). 
 
"... de uma avaliação de todos os efeitos ambientais e sociais relevantes 
que resultariam de um projeto" (BATTELE INSTITUTE, 1978). 
 
 
Em síntese, é um instrumento preventivo utilizado nas políticas e gestões 
ambientais, respaldado por estudos ambientais desenvolvidos por profissionais de 
diversas áreas do conhecimento. 
Em 1999, a International Association for Impact Assessment (IAIA) instituiu 
na definição formal e internacionalmente aceita, conhecida por Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA), também teve seus objetivos definidos: 
 
Processo de identificação, previsão, avaliação e mitigação dos efeitos 
biofísicos, sociais e outros efeitos relevantes de propostas de 
desenvolvimento antes de decisões fundamentais serem tomadas e de 
compromissos serem assumidos (IAIA/IEA, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
 
Os objetivos da AIA 
 Assegurar que o ambiente é explicitamente considerado e 
incorporado no processo de decisão sobre propostas de 
desenvolvimento; 
 Antecipar e evitar, minimizar ou compensar os efeitos adversos 
significativos de propostas de desenvolvimento; 
 Proteger a produtividade e capacidade dos sistemas naturais e 
processos ecológicos que mantêm as suas funções; 
 Promover um desenvolvimento sustentável, que otimize o uso 
dos recursos e as oportunidades de gestão. 
 A AIA tem ainda como objetivo fundamental antecipar e apoiar a 
decisão: fornecendo aos decisores informações sobre as 
implicações ambientais significativas de determinadas ações 
propostas; sugerindo modificações da ação, visando à 
eliminação dos potenciais impactos adversos e potenciação dos 
impactos positivos; e sugerindo os meios de minimização dos 
potenciais impactos inevitáveis. 
FONTE: IAIA/IEA (1999) 
 
Também se pode entender que é constituído por uma série de 
procedimentos visando à avaliação sistemática dos possíveis impactos ambientais 
associados à execução do projeto, realizando interpretações no âmbito qualitativo e 
quantitativo. A elaboração de uma AIA inclui análises, avaliações e descrições a 
respeito dos impactos ambientais efetivos e potenciais do projeto a ser implantado, 
tais como: 
 Avaliação inicial (screening) identifica os possíveis impactos ambientais 
associados à implantação que um projeto pode resultar, são estimados também os 
impactos sociais significativos; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
 
 Etapa da AIA (scoping) que tem o objetivo de identificar as 
características ambientais, sociais e econômicas potenciais para elaboração do 
estudo, bem como analisar os aspectos negativos; 
 
 Elaboração do Estudo de Impactos Ambientais – EIA, contendo uma 
descrição detalhada do empreendimento, suas características potenciais, 
interferências prováveis e efeitos negativos; 
 
 Etapa de revisão do EIA realizada por departamentos governamentais, 
público, por meio de processo participativo; 
 Confecção do relatório final, pautadas nas análises realizadas nas 
etapas anteriores, principalmente durante a revisão do EIA; 
 
 Implementação de ações aprovadas na revisão do EIA, abrange 
medidas mitigadoras e campanhas de monitoramento com o objetivo de avaliar a 
aplicabilidade das ações indicadas, bem como seus resultados (EGLER, s/d). 
 
Das alternativas aos resultados analisados, todas as informações devem ser 
adequadamente demonstradas e repassadas ao público e aos empreendedores pela 
tomada de decisão. 
 
 
4.1 ETAPAS DO PROCESSO DE AIA 
 
 
No Brasil, o processo de AIA é composto por técnicas que visam identificar e 
interpretar os impactos e suas consequências sobre o meio ambiente. Sendo 
provenientes de ações ou projetos propostos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
A AIA possui fases distintas que têm uma sequência lógica de 
procedimentos que atendem as exigências legais conhecidas e voltadas para a 
obtenção de respostas e direcionamentos adequados, pertinentes aos elementos 
norteadores do processo de AIA. Além disso, a AIA é uma importante ferramenta 
que auxilia no processo de tomada de decisão para os empreendedores. Essas 
fases incluem atividades diferenciadas, porém inter-relacionadas e que envolvem 
vários segmentos como: entidades e órgãos ambientais, empresas, a sociedade, 
dentre outros. 
 
Processo de AIA em nosso país é composto por três etapas: 
 Inicial ou triagem – compreende a análise da seleção do projeto 
proposto, sendo determinado o estudo convencional ou de impacto ambiental; 
 Análises – compreende as etapas de definição do âmbito do projeto, 
elaboração e apreciação técnica do EIA. Nessa etapa também são analisadas as 
sugestões e interesses da sociedade - participação pública (não está inserida nas 
fases do processo de AIA); 
 Pós-aprovação – consiste na última fase do processo de AIA, em que é 
determinada a decisãofavorável ou não, quanto ao estudo proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
FLUXOGRAMA 1 – FASES DO PROCESSO DE AIA. 
 
FONTE: Partidário, Jesus (2003) – adaptado. 
 
 Seleção dos Projetos 
É fundamentada em critérios relacionados à ação proposta ou atividade 
sugerida, avaliando as necessidades, pontos positivos e negativos conforme a 
localização e características do empreendimento. Ou seja, é realizada uma triagem 
que avalia os impactos ambientais significativos associados ao empreendimento. 
Após essa avaliação deverá ser indicada à necessidade de desenvolver um 
licenciamento ambiental convencional por não implicar impactos ambientais, ou o 
 
Fases do Processo 
Participação Pública 
Seleção dos 
Projetos 
Elaboração 
do EIA 
Definição do Âmbito 
Análise Técnica do EIA 
Decisão 
DA 
Pós-avaliação 
Consulta 
Pública 
Consulta 
Pública 
Consulta 
Pública 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
desenvolvimento de licenciamento amparado em estudos de impactos ambientais 
específicos, em razão dos impactos ambientais causados. 
 
 Definição do âmbito 
Também conhecido por scoping é uma etapa facultativa do processo, pois o 
seu desenvolvimento está relacionado com o proponente em realizá-la. Trata-se de 
uma etapa do processo da AIA que visa selecionar os temas relevantes. Permitindo 
assim determinar a finalidade e abrangência dos estudos ambientais. Nesta etapa, 
os impactos significativos são identificados e analisados pelo EIA, bem como as 
possíveis alternativas. Resultando num planejamento adequado das atividades, 
além de promover uma redução dos danos ambientais. 
São realizadas audiências públicas (participação da sociedade) e de 
agências governamentais. Essa é uma atividade de extrema importância para o 
processo de AIA, pois aumenta a sua eficácia. 
 
 Elaboração do EIA 
 
Instituído no Brasil pela PNMA, é uma ferramenta de avaliação de impacto 
ambiental e tem por finalidade principal caracterizar de maneira imparcial os 
impactos ambientais de uma atividade proposta, além de relacionar medidas de 
mitigação. 
Na elaboração do EIA deve constar: a descrição do projeto, a análise das 
alternativas; a descrição as condições atuais do ambiente; o diagnóstico dos 
impactos ambientais associados ao projeto; interpretação e análise dos impactos 
ambientais; indicação de alternativas para minimizar os impactos ambientais e a 
definição dos programas de monitoramento como o de fauna, flora, macrofitas, e 
outros. 
Para o licenciamento ambiental são necessários procedimentos específicos 
e a realização de audiência pública, com a participação de vários segmentos da 
sociedade, interessada e/ou afetada pelo empreendimento. A confecção do EIA é da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
responsabilidade do proponente, que poderá contratar consultores para desenvolvê-
lo corretamente. 
O EIA é formado por: Resumo Não Técnico (RNT), Relatório ou Relatório 
Síntese (RS), Relatórios Técnicos (RT) quando necessários e anexos. 
 
 Apreciação técnica do EIA 
Etapa em que é verificado o cumprimento de todas as exigências 
determinadas pelo EIA - requisitos legais e termos de referência. E se há 
informações suficientes e necessárias para a tomada de decisão. Após análise 
técnica minuciosa é que se realiza a etapa de audiência pública que poderá ou não 
concordar. 
Nessa etapa são recolhidas as avaliações, opiniões e sugestões dos 
interessados pelo projeto submetido à AIA. Caso a avaliação realizada por uma 
autoridade ambiental, área de tutela ou governo resultar aprovação o EIA passará 
por duas etapas pós-aprovação: o monitoramento e acompanhamento da gestão 
ambiental. 
 
 Pós-avaliação 
Esta etapa tem por finalidade garantir o cumprimento das condições 
necessárias e termos exigidos para aceitação do projeto ou atividade sugerida, por 
meio da verificação do monitoramento, efetivação e concordância de auditorias. 
Os objetivos da pós-avaliação são: acompanhar os efeitos oriundos do 
projeto proposto a fim de avaliar a resposta do ecossistema afetado; avaliar as 
medidas implantadas pela gestão ambiental, analisando principalmente a eficácia 
das ações; propor e analisar a implementação de novas medidas eficazes, quando 
necessário; verificar o surgimento de outros impactos possíveis, porém não previstos 
no início da atividade. 
São necessárias atividades fundamentais relacionadas ao projeto proposto: 
o monitoramento e a auditoria: 
- Monitoramento: é um programa de ações sistemáticas de avaliação, 
observação e anotações pertinentes. Ou seja, constatações observadas durante a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
execução do projeto são de responsabilidade do proponente, além do 
encaminhamento de relatórios para a apreciação da autoridade de AIA. 
- Auditoria: consiste na verificação de práticas aplicadas, bem como a 
observação dos procedimentos de qualidade que inclui ainda o registro dos 
resultados das ações efetivas do programa de monitoramento. 
 Participação Pública 
É fundamental que o Poder Público tenha participação ativa no processo de 
AIA, como componente essencial em relação a responsabilidades. A participação 
pública pode acontecer de diversas formas, desde o fornecimento das informações, 
que geralmente é disponibilizada por meio da mídia de massa ou informativas, 
pesquisas situacionais escritas ou por entrevistas, promoção de debates e fóruns de 
ideias com reuniões de trabalho, e até mesmo audiências públicas. Essa 
participação do Poder Público tem como objetivo assegurar que o projeto contemple 
os impactos ambientais e sociais valorizados pelo público afetado potencialmente 
pelo mesmo. 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
 
 
MÓDULO II 
 
 
5 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
No final da década de 60, nos países industrializados e também em alguns 
países em desenvolvimento, o crescimento da conscientização do público quanto à 
rápida degradação ambiental e aos problemas sociais decorrentes levou as 
comunidades a demandar uma melhor qualidade ambiental. Assim crescia a 
participação pública, que passou a exigir que as questões ambientais fossem 
expressamente consideradas pelos governos ao aprovarem seus programas de 
investimento e projetos de grande e de médio porte. 
As primeiras reações quanto à importância da proteção do meio ambiente 
surgiram nos anos 70, por parte do Governo Brasileiro, em resposta à Conferência 
de Estocolmo (1972), com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente - 
SEMA. Durante mais de uma década, esse órgão federal, juntamente com outras 
agências de controle ambiental pioneiras da esfera estadual, encarregaram-se das 
atividades ligadas ao controle da poluição e à proteção da vida selvagem. 
Nos anos 80 houve a institucionalização e regulamentação da questão 
ambiental. Nesse período, a gestão ambiental consolidou-se no Brasil, por meio do 
surgimento de importantes instrumentos legais, como a Lei n° 6.938 de 31 de agosto 
de 1981, que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA e a 
Resolução CONAMA 001/86, relativa às definições, responsabilidades,critérios e 
diretrizes para o uso e implementação da AIA. 
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, 
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana e atende os 
seguintes princípios: 
 
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo; 
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente 
poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, incluindo a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação 
ativa na defesa do meio ambiente. (LEI FEDERAL Nº 6.938, 1981, 
art.2). 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente consagra um princípio muito 
importante quanto à responsabilidade do poluidor. Em questões ela é objetiva, isto é, 
independente da existência de dolo (intenção de causar dano) ou culpa (negligência, 
imperícia ou imprudência). O poluidor é responsável pelos danos causados ao Meio 
Ambiente e a terceiros, devendo repará-los, isto porque a atividade poluidora acaba 
sendo uma interferência no direito de alguém de ter uma qualidade de vida 
saudável, do ponto de vista ambiental. 
 
6 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – SISNAMA 
 
A Lei 6.938/81 criou o SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente, que 
congrega os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios 
e do Distrito Federal. A finalidade do SISNAMA é dar cumprimento aos princípios 
constitucionalmente previstos e nas normas instituídas e apresenta a seguinte 
estrutura: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
CONSELHO DE GOVERNO: Órgão superior de assessoria ao Presidente 
da República na formulação das diretrizes e política nacional do meio ambiente. 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA: Órgão 
consultivo e deliberativo. Assessora o Governo e delibera sobre normas e padrões 
compatíveis com o meio ambiente, estabelecendo normas e padrões federais que 
deverão ser observados pelos Estados e Municípios, os quais possuem liberdade 
para estabelecer critérios de acordo com suas realidades, desde que não sejam 
mais permissivos. 
MINISTÉRIO DO MEIO 
AMBIENTE - MMA: Planeja, coordena, 
controla e supervisiona a política 
nacional e as diretrizes estabelecidas 
para o meio ambiente, executando a 
tarefa de congregar os vários órgãos e 
entidades que compõem o SISAMA. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE 
MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS 
NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA: É 
vinculado ao MMA. Formula, coordena, 
fiscaliza, controla, fomenta, executa e 
faz executar a política nacional do meio 
ambiente e da preservação e 
conservação dos recursos naturais. 
ÓRGÃOS SECCIONAIS: São 
os órgãos ou entidades estaduais 
responsáveis pela execução de 
programas, projetos, controle e 
fiscalização das atividades 
degradadoras do meio ambiente. 
ÓRGÃOS LOCAIS: Órgãos 
municipais responsáveis pelo controle e 
fiscalização de atividades 
degradadoras. 
FONTE: Júris Ambiente. (2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
 
7 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA 
 
 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, conforme abordado no 
módulo anterior, é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente-SISNAMA, instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90. 
 
 
7.1 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
 Padrões de Qualidade - O estabelecimento de conceitos, padrões de 
qualidade, métodos de amostragem e análise de poluentes atmosféricos foi feito pela 
Resolução CONAMA nº 03/90; o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar – 
PRONAR foi instituído pela Resolução CONAMA 05/89 (complementada pela 
Resolução CONAMA nº 3/90 e 8/90); a Resolução CONAMA nº 18/86 (alterada pelas 
Resoluções nº 15/95, nº 315/02 e nº 414/09 e complementada pelas Resoluções nº 
08/93, e nº 282/01) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos 
Automotores – PROCONVE. 
 
 Zoneamento Ambiental - O artigo 21 da Constituição Federal dispõe 
que é o Poder Público que irá indicar os critérios básicos para o uso e ocupação do 
solo, estabelecendo a divisão do território em partes, nas quais poderá ser autorizado 
ou não a realização de certas atividades. Isso é realizado por meio de leis e 
regulamentos da Lei 8.171/91 que deixa claro no artigo 102, que o solo agrícola é 
considerado patrimônio natural; também é previsto no artigo 19, III desta Lei, o 
zoneamento agroecológico para ordenar e disciplinar a ocupação espacial pelas 
diversas atividades produtivas, assim como para a instalação de hidrelétricas; e ainda, 
o Decreto 99.540/90, que instituiu a Comissão Coordenadora do Zoneamento 
Ecológico-econômico do Território Nacional, em âmbito regional, para acompanhar e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
avaliar a implementação de trabalhos desse zoneamento, inclusive em nível estadual. 
Atualmente a matéria é regulamentada pelo Decreto no. 4.297/02. 
 
 Avaliação de Impactos Ambientais – AIA – a Lei 6.938, no seu artigo 
8º, item I, inclui entre as competências do CONAMA a de constituir, mediante proposta 
do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades potencial ou 
eficazmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. 
Dessa forma, o CONAMA por meio da Resolução 01/86 (alterada pelas Resoluções 
11/86, 05/87, 237/97), tornou obrigatório, para diversas atividades, a elaboração de 
Estudo de Impacto Ambiental – EIA que deve observar todas as alternativas 
tecnológicas e de localização do projeto. Contando, inclusive, com a hipótese de não 
execução, e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA que deverá ser apresentada de 
forma objetiva e ajustada à sua compreensão, sendo acessível ao público. 
 
 Incentivos à produção e instalação de equipamentos e novas 
tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade ambiental - Tal previsão tem 
encontrado grande aceitação, atualmente, por força dos processos de certificação da 
ISO 9.000 e ISO 14.000. 
 
 Criação de Unidades de Conservação, tais como APA, ARIE e 
RESEX - A matéria foi levada ao âmbito constitucional e, de acordo com a Constituição 
Federal, cabe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços 
territoriais e seus componentes a serem protegidos. Sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente por meio de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, tendo sido regulamentada 
através da Lei nº 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza. 
 
 Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa 
Ambiental - Este Cadastro, de acordo com a Resolução CONAMA 01/88, tem como 
objetivo realizar o registro, de caráter obrigatório, de pessoas físicas ou jurídicas que 
se dedicam à consultoria técnica ambiental e à indústria e comércio de equipamentos. 
Aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetivas ou 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
potencialmente poluidoras. É dirigido pelo IBAMA, nos termos do artigo 17, Item I da 
Lei n°. 6.938/81.Existe ainda o Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas - 
CNEA, criado pela Resolução CONAMA 06/89, alterada pela Resolução CONAMA nº 
292, de 2002. 
 
 Medidas disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das 
exigências necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental – 
Foi regulamentado pela Lei nº 9.605/98 e pelo Decreto n° 3.179/99. No entanto, sabe-
se que o conjunto de leis e outros atos normativos dispondo sobre as sanções 
administrativas, cíveis ou criminais são extensas. 
 
 Instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente - RQMA – O 
relatório é realizado pelo IBAMA. 
 
 Prestação de informações relativas ao meio ambiente - Além da Lei 
nº 10.650/03, vale chamar a atenção aos serviços postos à disposição do cidadão, por 
meio da LINHA VERDE, uma Central de Atendimentos integrante da OUVIDORIA do 
IBAMA que, além de receber denúncias, presta informações ou encaminha as 
solicitações às unidades internas que possam prestá-las. Funciona pelo número de 
telefone 0800-61-80-80. 
 
 
 Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
– realizado pelo IBAMA conforme o artigo 17, II da Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente e inclusive cobra uma taxa anual para tal fim, nos termos da Lei n° 
10.165/00. 
 
 
 Licenciamento ambiental 
 
Ponto que será abordado no próximo tópico. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
8 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
A Lei Federal nº 6.938/81, trata do licenciamento ambiental, definindo as 
atividades e os empreendimentos, que dependerão de prévio licenciamento, 
conforme pode ser visto a seguir: 
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e 
atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente 
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental 
dependerão de prévio licenciamento ambiental (LEI FEDERAL Nº 6.938, 
1981, art.10). 
Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para 
implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no 
artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA. 
§ 2º - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de 
projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a 
recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração 
predatórios ou poluidores (LEI FEDERAL Nº 6.938, 1981, art.11). 
 
O art. 1º, da Resolução CONAMA nº 237/97, dá as seguintes definições: 
Licenciamento Ambiental – procedimento administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais. Considerados 
efetiva ou potencialmente poluidores ou daquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e 
as normas técnicas ao acaso. 
Licença Ambiental – ato administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que 
deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica. Para localizar, 
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos 
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
Estudos Ambientais – todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos 
ambientais que se relacionam à sua localização, instalação, operação e ampliação de 
uma atividade ou empreendimento, que apresenta como subsídio para a análise da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, 
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de 
recuperação da área degradada e análise preliminar de risco. 
Impacto Ambiental Regional – todo e qualquer impacto que afete 
diretamente a Área de Influência Direta do Projeto (AID), no todo ou em parte, o 
território de dois ou mais Estados. 
FONTE: CONAMA (1997) 
 
 
8.1 TIPOS DE LICENÇA AMBIENTAL (ABORDAGEM NO ÂMBITO FEDERAL) 
 
 
O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as 
seguintes licenças, conforme o artigo 8, da Resolução CONAMA nº 237/1997: 
 
 Licença Prévia (LP) – na fase preliminar do planejamento de 
atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, 
instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de 
uso do solo; 
 
 Licença de Instalação (LI) – autorizando o início da implantação, de 
acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado; 
 
 Licença de Operação (LO) - autorizando, após as verificações 
necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus 
equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto na Licença Prévia e 
de Instalação. 
Alguns órgãos de meio ambiente incluíram em seu sistema de licenciamento 
outros tipos de licenças, com vistas a adequar esse processo às suas necessidades 
específicas. No IBAMA, por exemplo, foi criada a licença de Pré-Operação para a 
fase de teste dos equipamentos de controle de poluição, de curto prazo, concedida 
de acordo com as características do projeto. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
FIGURA 7 - PLANTAS PARA ÁREAS DEGRADADAS 
 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: 
<http://mauriciopivotoea.blogspot.com.br/2010/01/plantas-para-areas-degradadas.html>. Acesso em: 
06 nov. 2012. 
 
 
8.2 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
Extração e Tratamento de Minerais 
 Pesquisa mineral com guia de utilização; 
 Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; 
 Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento; 
 Lavra garimpeira; 
 Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
Indústria de Produtos Minerais não Metálicos 
 Beneficiamento de minerais, não metálicos, não associados à extração; 
 Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais 
como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. 
Indústria Metalúrgica 
 Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos; 
 Produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados com 
ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
 Metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e 
secundárias, inclusive ouro; 
 Produção de laminados/ligas/artefatos de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
 Relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas; 
 Produção de soldas e anodos; 
 Metalurgia de metais preciosos; 
 Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas; 
 Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de 
superfície, inclusive 
 Galvanoplastia; 
 Fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
 Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de 
superfície. 
Indústria Mecânica 
 Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios 
com ou sem tratamento térmico e/ou de superfície. 
Indústria de Material Elétrico, Eletrônico e Comunicações 
 Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; 
 Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para 
telecomunicação e informática; 
 Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos. 
Indústria de Material de Transporte 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
 Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e 
acessórios; 
 Fabricação e montagem de aeronaves; 
 Fabricação e reparo de embarcação e estruturas flutuantes. 
Indústria de Madeira 
 Serraria e desdobramento de madeira; 
 Preservação de madeira; 
 Fabricação de chapas, placas de madeiraaglomerada, prensada e 
compensada; 
 Fabricação de estruturas de madeira e de móveis. 
Indústria de Papel e Celulose 
 Fabricação de celulose e pasta mecânica; 
 Fabricação de papel e papelão; 
 Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra 
prensada. 
Indústria de Borracha 
 Beneficiamento de borracha natural; 
 Fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de 
pneumáticos; 
 Fabricação de laminados e fios de borracha; 
 Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de 
borracha, inclusive látex. 
Indústria de Couros e Peles 
 Secagem a salga de couros e peles; 
 Curtimento e outras preparações de couros e peles; 
 Fabricação de artefatos diversos de couros e peles; 
 Fabricação de cola animal. 
Indústria Química 
 Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos; 
 Fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de 
rochas betuminosas e da madeira; 
 Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais 
vegetais e outros produtos da destilação da madeira; 
 Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de 
borracha e látex sintéticos; 
 Fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-
desporto, fósforo 
 De segurança e artigos pirotécnicos; 
 Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais; 
 Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos; 
 Fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, 
inseticidas, germicidas e fungicidas; 
 Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, 
solventes e secantes; 
 Fabricação de fertilizantes e agroquímicos; 
 Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários; 
 Fabricação de sabões, detergentes e velas; 
 Fabricação de perfumarias e cosméticos; 
 Produção de álcool etílico, metanol e similares. 
Indústria de Produtos de Matéria Plástica 
 Fabricação de laminados plásticos; 
 Fabricação de artefatos de material plástico. 
Indústria Têxtil, de Vestuários, Calçados e Artefatos de Tecidos 
 Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e 
sintéticos; 
 Fabricação e acabamento de fios e tecidos; 
 Tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e 
artigo diversos de tecidos; 
 Fabricação de calçados e componentes para calçados. 
Indústria de Produtos Alimentares e Bebidas 
 Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos 
alimentares; 
 Matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueados e derivados de 
origem animal; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
 Fabricação de conservas; 
 Preparação de pescados e fabricação de conservas de pescado; 
 Preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados; 
 Fabricação e refinação do açúcar; 
 Refino/preparação de óleo e gorduras vegetais; 
 Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para 
alimentação; 
 Fabricação de fermentos e leveduras; 
 Fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para 
animais; 
 Fabricação de vinhos e vinagre; 
 Fabricação de cervejas, chopes e maltes; 
 Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e 
gaseificação de águas minerais; 
 Fabricação de bebidas alcoólicas. 
Indústria de Fumo 
 Fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de 
beneficiamento do fumo. 
Indústrias Diversas 
 Usinas de produção de concreto; 
 Usinas de asfalto; 
 Serviços de galvanoplastia. 
Obras Civis 
 Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; 
 Barragens e diques; 
 Canais para drenagem; 
 Retificação de curso de água; 
 Abertura de barras, embocaduras e canais; 
 Transposição de bacias hidrográficas; 
 Outras obras de arte. 
Serviços de Utilidades 
 Produção de energia termoelétrica; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
 Transmissão de energia elétrica; 
 Estações de tratamento de água; 
 Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto 
sanitário; 
 Tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos); 
 Tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de 
agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros; 
 Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive 
aqueles provenientes de fossas; 
 Dragagem e derrocamentos em corpos d’água; 
 Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. 
Transporte, Terminais e Depósitos 
 Transporte de cargas perigosas; 
 Transporte por dutos; 
 Marinas, portos e aeroportos; 
 Terminais de minérios, petróleo e derivados e produtos químicos; 
 Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. 
Turismo 
 Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e 
autódromos. 
Atividades Diversas 
 Parcelamento do solo; 
 Distrito e polo industrial. 
Atividades Agropecuárias 
 Projeto agrícola; 
 Criação de animais; 
 Projetos de assentamentos e de colonização. 
 
Uso de Recursos Naturais 
 Silvicultura; 
 Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; 
 Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 Utilização do patrimônio genético natural; 
 Manejo de recursos aquáticos vivos; 
 Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas; 
 Uso da diversidade biológica pela biotecnologia. 
FONTE: CONAMA (1997). 
 
 
9 AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL (AIA) COMO INSTRUMENTO DA 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei 6.938/81, tem por 
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida; visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, 
atendidas as seguintes diretrizes: 
 
 Ação governamental do equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e 
protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
 Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
 Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
 Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
 Controle zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras; 
 Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais; 
 Acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
 Recuperação de áreas degradadas; 
 Proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
 Educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa 
do meio ambiente. 
 
Para a consecução desse objetivo, a Lei 6.938/81 prevê a Avaliação de 
Impacto Ambiental (AIA) e uma série de outros instrumentos complementares e 
inter-relacionados, como, por exemplo: 
 O licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente 
poluidoras que exigem a elaboração de EIA-RIMA e/ou de outros documentos 
técnicos, os quais constituem instrumentos básicos de implementação da AIA; 
 O zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade 
ambiental e a criação de unidades de conservação. As quais condicionam e 
orientam a elaboração de estudos de impacto ambiental e de outros documentos 
técnicos necessários ao licenciamento ambiental; 
 Os Cadastros Técnicos, os Relatórios de Qualidade Ambiental, as 
penalidades disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, a instalação 
de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologias, voltados para a melhoria 
da qualidade ambiental, que facilitam ou condicionam a condução do processo de 
AIA em suas diferentes fases. 
De acordo com a legislação, as opções políticas, os interessessociais, e/ou 
mesmo a competência técnica, componentes, fatores e parâmetros ambientais 
devem ser definidos e considerados num estudo de impacto ambiental. A execução 
de uma avaliação de impactos ambientais segue, de uma maneira geral, as 
seguintes etapas: 
 Desenvolvimento de um completo entendimento da ação proposta; 
 Aquisição do conhecimento técnico do ambiente afetado; 
 Determinação dos possíveis impactos sobre as características 
ambientais, quantificando, quando possível, as mudanças; 
 Apresentação dos resultados da análise de maneira tal que a ação 
proposta possa ser utilizada em um processo de decisão. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
 
10 O MINISTÉRIO PÚBLICO E AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
 
O Ministério Público (MP) é uma instituição de interesse público que, por 
meio de seus membros, os Promotores de Justiça, representam a sociedade, 
defendendo, perante o Poder Judiciário, os princípios e os valores maiores que a 
sustentam. 
O MP desempenha um papel-chave em toda a problemática ambiental, em 
que tem a tarefa constitucional de agir judicialmente em defesa dos bens ambientais, 
quando no art. 129, III, a Constituição Federal previu: 
 
Artigo 129 - são funções institucionais do Ministério Público: III – promover o 
inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e 
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. 
 
Para a preservação e a proteção do meio ambiente, na esfera judicial, o MP 
recebeu a titularidade da ação penal pública e da ação civil pública, genericamente 
designada ação ambiental, prevista na Lei nº 6.938, de 31.08.81, que dispõe sobre a 
Política Nacional do Meio Ambiente, no art. 14, parágrafo 1º. 
 
Artigo 14 – Parágrafo 1º (...) O Ministério Público da União e dos Estados 
terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por 
danos causados ao meio ambiente. 
 
Mas foi ação civil pública que se tornou o principal instrumento de defesa do 
meio ambiente que na opinião de Antunes (1992), “... é uma das principais, senão a 
principal área de manobra do MP no ramo do Direito Processual Civil”. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
Na opinião de Machado (1995, p.21): 
 
A ação civil pública consagrou uma instituição – o Ministério Público – 
valorizando seu papel de autor em prol dos interesses difusos e coletivos. O 
MP saiu do exclusivismo das funções de autor no campo criminal e da 
tarefa de fiscal da lei no terreno cível, para nesta esfera passar a exercer 
mister de magnitude social. 
 
A titularidade da ação civil pública é definida no art. 5º da Lei Federal nº 
7.347, de 24.07.85. 
 
 
11 LEITURAS COMPLEMENTARES 
 
 
11.1 A LEI DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
Zilda Maria Ferrão Borsoi 
Solange Domingo Alencar Torres 
 
O projeto de lei de recursos hídricos foi longamente discutido durante o 
período 1995/96, tendo sido encaminhado ao Congresso em junho de 1996. Os 
principais impasses na negociação do projeto era o consenso sobre a cobrança pelo 
uso da água e a subordinação do setor elétrico à lei. 
Quanto à cobrança, ressalta-se que alguns pontos da lei foram vetados pelo 
presidente da República. O que reduziu as possibilidades de desvio dos recursos 
cobrados para aplicação fora da bacia ou de isenções de cobrança pelo uso da 
água, bem como de uso dos recursos gerados no orçamento geral da União, quando 
provenientes de rios de seu domínio. Também foi descartada do corpo da lei a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
previsão de compensação financeira aos municípios com áreas afetadas pelos 
investimentos para proteção dos recursos hídricos. 
Quanto ao setor elétrico, a questão principal era que a outorga para o uso da 
água não deveria se confundir com a concessão do serviço de geração de energia. 
A empresa geradora deveria obter a outorga junto ao Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos, ou ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, se fosse o caso, 
além de conseguir a concessão para a geração de energia elétrica junto ao 
respectivo órgão regulador competente. 
Vale esclarecer que a necessidade de outorga para o uso da água e de 
outorga para a prestação do serviço público concedido é comum a diversos setores. 
O caso do setor de saneamento é ilustrativo, pois os concessionários terão que 
pleitear a outorga pelo uso da água para o abastecimento ou para o despejo de 
efluentes, além de estarem sujeitos à outorga - por parte do poder concedente, no 
caso os municípios - relativa à concessão para à prestação do serviço de 
saneamento. 
O artigo que fazia a distinção entre outorga pelo uso dos recursos hídricos e 
outorga para concessão do serviço público, entretanto, foi integralmente vetado. 
A Lei n° 9.433, sancionada em 08/01/97, estabelece a Política Nacional de 
Recursos Hídricos. Essa lei representa um novo marco institucional no país, pois 
incorpora princípios, normas e padrões de gestão de água já aceitos e praticados 
em muitos países. A expectativa do governo federal é que ela opere uma 
transformação na gestão tanto dos recursos hídricos quanto do meio ambiente. 
Até hoje, é de difícil implementação o sistema de penalidades ou restrições 
para empresas de saneamento, indústrias ou propriedades rurais que despejam 
seus resíduos nos corpos d'água. E são os grandes usuários que praticam o uso 
indiscriminado, juntamente com o desperdício. Com a lei, o uso da água tem que ser 
autorizado através da outorga e será cobrado. 
Entre os princípios internacionalmente aceitos sobre gestão de recursos 
hídricos, incorporados à Lei 9.433, estão os fixados na Agenda 21, da Conferência 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
Rio 92, que foram aprimorados para serem factíveis e passíveis de serem 
implementados. Entre os princípios básicos da Agenda 21 estão: 
 A bacia hidrográfica é a unidade para a implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos e para a atividade de gestão desses recursos; 
 O gerenciamento dos recursos hídricos deve possibilitar sempre o uso 
múltiplo da água; 
 A água é recurso natural limitado e de valor econômico; 
 O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser descentralizado e 
envolver a participação do governo, dos usuários e das comunidades locais; 
 A água é propriedade pública; 
 Quando há escassez, a prioridade no uso da água é para o consumo 
humano e dos animais. 
Tendo-se os limites da bacia como o perímetro da área a ser planejada, 
tornam-se mais simples a realização do balanço hídrico, isto é, o cotejo entre as 
disponibilidades e as demandas pela água. 
A adoção do princípio dos usos múltiplos termina com o tradicional comando 
do setor elétrico sobre o processo de gestão da água e iguala todos os usuários em 
termos de acesso. 
O reconhecimento do valor econômico da água é o indutor ao uso racional 
desse recurso natural, pois serve de base para a instituição da cobrança pela 
utilização dos recursos hídricos. 
Quanto à gestão descentralizada, pretende-se que os governos regionais e 
locais tenham a responsabilidade pela tomada de decisão, retirando-se de Brasília e 
das capitais estaduais essa prerrogativa. A gestão participativa tem o objetivo de 
incluir os usuários e a sociedade organizada, em geral, no processo decisório. 
Além dos princípios expostos, em acordo com as formulações da Agenda 
21, a lei brasileira tem algumas orientações gerais para a administração dos 
recursos hídricos: a integração da gestão dos recursos hídricos com a gestão do 
meio ambiente; a coordenação do planejamento de recursos hídricos com os setores 
usuários e com o planejamento nos níveis nacional, estadual e municipal; a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
coordenação da gestão de recursos hídricos com o uso da terra; e a integração da 
gestão de bacias hidrográficas com a gestão dos sistemas costeiros e estuários. 
Os instrumentos que a Lei 9.433 definiu como necessários à boa gestão do 
uso da água seguema tendência da vanguarda mundial na administração dos 
recursos hídricos: 
 Plano Nacional de Recursos Hídricos - consolida todos os 
planos diretores de recursos hídricos de cada bacia hidrográfica, sendo 
sua elaboração de responsabilidade da Secretaria de Recursos 
Hídricos (SRH), do Ministério do Meio Ambiente. 
 Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos - 
instrumento pelo qual o usuário recebe uma autorização, concessão ou 
permissão, conforme o caso, para fazer uso da água. A outorga 
constitui o elemento central do controle para o uso racional dos 
recursos hídricos. Quando a outorga é sobre o direito de uso de águas 
de domínio da União, sua concessão é dada pela SRH. 
 Cobrança pelo uso da água - instrumento necessário para 
o equilíbrio entre a oferta e a demanda. 
 Enquadramento dos corpos d'água em classes de uso - 
mecanismo necessário à manutenção de um sistema de vigilância 
sobre a qualidade da água. A classificação será feita com base em 
legislação ambiental. 
 Sistema Nacional de Informações sobre Recursos 
Hídricos - compreende a coleta, a organização, a crítica e a difusão da 
base de dados referente aos recursos hídricos, seus usos e o balanço 
hídrico de cada bacia, para prover os usuários e gestores com 
informações para o planejamento e a gestão. A centralização das 
informações desse sistema será na SRH. 
Em termos de estrutura de gerenciamento, estão previstos o Conselho 
Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e seus equivalentes nos estados e no 
Distrito Federal, os Comitês de Bacias Hidrográficas e as Agências de Água. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
O CNRH é o órgão superior da hierarquia administrativa da gestão de águas, 
responsável pelas grandes questões do setor e pela resolução de contendas 
maiores. 
Os Comitês de Bacias Hidrográficas são um tipo novo de organização no 
Brasil, embora bastante conhecidos em países desenvolvidos com gestão de 
recursos hídricos, e contam com a participação de usuários, das prefeituras, de 
organizações civis e de representantes estaduais e federais. Os membros do comitê 
exercem o papel de um parlamento das águas da bacia, pois é o local de decisões 
sobre as questões relativas à bacia. 
A Agência de Águas é o órgão técnico dos respectivos comitês, destinadas a 
gerir os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água. 
 
Lei Nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. 
 
Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação 
financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de 
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos 
minerais em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar 
territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras providências. (Art. 21, 
XIX da CF) 
 
Nota: Lei regulamentada pelo Decreto n
o
 001, de 11.01.1991. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º O aproveitamento de recursos hídricos, para fins de geração de 
energia elétrica e dos recursos minerais, por quaisquer dos regimes previstos em lei, 
ensejará compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a ser 
calculada, distribuída e aplicada na forma estabelecida nesta Lei. 
Art. 2º (Revogado pela Lei no 9.648 de 27.05.1998) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
Art. 3º O valor da compensação financeira corresponderá a um fator 
percentual do valor da energia constante da fatura, excluídos os tributos e 
empréstimos compulsórios. 
§ 1º A energia de hidrelétrica, de uso privativo de produtor, quando 
aproveitada para uso externo de serviço público, também será gravada com a 
aplicação de um fator de 6% (seis por cento) do valor da energia elétrica 
correspondente ao faturamento calculado nas mesmas condições e preços do 
concessionário do serviço público local. 
§ 2º Compete ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - 
DNAEE, fixar, mensalmente, com base nas tarifas de suprimento vigentes, uma 
tarifa atualizada de referência, para efeito de aplicação das compensações 
financeiras, de maneira uniforme e equalizada, sobre toda a hidroeletricidade 
produzida no País. 
Art. 4º É isenta do pagamento de compensação financeira a energia elétrica: 
I - produzida pelas instalações geradoras com capacidade nominal igual ou 
inferior a 10.000 kW (dez mil quilowatts); 
II - gerada e consumida para uso privativo de produtor (autoprodutor), no 
montante correspondente ao seu consumo próprio no processo de transformação 
industrial; quando suas instalações industriais estiverem em outro Estado da 
Federação, a compensação será devida ao Estado em que se localizarem as 
instalações de geração hidrelétrica; 
III - gerada e consumida para uso privativo de produtor, quando a instalação 
consumidora se localizar no Município afetado. 
Art. 5º Quando o aproveitamento do potencial hidráulico atingir mais de um 
Estado ou Município, a distribuição dos percentuais referidos nesta Lei será feita 
proporcionalmente, levando-se em consideração as áreas inundadas e outros 
parâmetros de interesse público regional ou local. 
Parágrafo único. O Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - 
DNAEE elaborará, anualmente, os estudos necessários à operacionalização dos 
critérios estabelecidos no caput deste artigo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
Art. 6º A compensação financeira pela exploração de recursos minerais, 
para fins de aproveitamento econômico, será de até 3% (três por cento) sobre o 
valor do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral, obtido após a 
última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação 
industrial. 
(Vide Lei no 8.001, de 13.03.1990) 
§ 1º (Vetado). 
§ 2º (Vetado). 
I - (Vetado). 
II - (Vetado). 
III - (Vetado). 
§ 3º (Vetado). 
I - (Vetado). 
II - (Vetado). 
III - (Vetado). 
Art. 7º O art. 27 e seus §§ 4º e 6º, da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, 
alterada pelas Leis nº 3.257, de 2 de setembro de 1957, 7.453, de 27 de dezembro 
de 1985, e 7.525, de 22 de julho de 1986, passam a vigorar com a seguinte redação: 
Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadas a pagar a 
compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, 
correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o valor do óleo bruto, do xisto 
betuminoso e do gás extraído de seus respectivos territórios, onde se fixar a lavra 
do petróleo ou se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque 
ou desembarque de óleo bruto ou de gás natural, operados pela Petróleo 
Brasileiro S.A. - PETROBRÁS, obedecidos os seguintes critérios: 
I - 70% (setenta por cento) aos Estados produtores; 
II - 20% (vinte por cento) aos Municípios produtores; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
III - 10% (dez por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações 
marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto e/ou gás 
natural. 
§ 4º É também devido a compensação financeira aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios confrontantes, quando o óleo, o xisto betuminoso e o gás 
forem extraídos da plataforma continental nos mesmos 5% (cinco por cento) fixados 
no caput deste artigo, sendo 1,5% (um e meio por cento) aos Estados e Distrito 
Federal e 0,5% (meio por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações 
marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque; 1,5% (um e meio por cento) 
aos Municípios produtores e suas respectivas áreas geoeconômicas; 1% (um por 
cento) ao Ministério da Marinha, para atender aos encargos de fiscalização e 
proteção das atividades econômicas das referidas áreas de 0,5% (meio por cento) 
para constituir um fundo especial a ser distribuído entre os Estados, Territórios e 
Municípios. 
§ 6º Os Estados, Territórios e Municípios centrais, em cujos lagos, rios, ilhas 
fluviais e lacustres se fizer a exploração de petróleo, xisto betuminoso ou gás, farão 
jus à compensação financeiraprevista no caput deste artigo. 
Art. 8º O pagamento das compensações financeiras previstas nesta Lei, 
inclusive o da indenização pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do 
gás natural será efetuado, mensalmente, diretamente aos Estados, ao Distrito 
Federal, aos Municípios e aos órgãos da Administração Direta da União, até o último 
dia útil do segundo mês subsequente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela 
variação do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou outro parâmetro de correção 
monetária que venha a substituí-lo, vedada a aplicação dos recursos em pagamento 
de dívida e no quadro permanente de pessoal. 
(Redação dada pela Lei nº 8.001, de 13.3.1990) 
Nota: “Caput” regulamentado pelo Decreto no 3.739, de 31.01.2001. 
§ 2º Os recursos originários das compensações financeiras a que se refere 
este artigo poderão ser utilizados também para capitalização de fundos de 
previdência. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.195, de 14.2.2001) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
Art. 9º Os Estados transferirão aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) 
da parcela da compensação financeira que lhes é atribuída pelos arts. 2º, § 1º, 6º, § 
3º e 7º desta Lei, mediante observância dos mesmos critérios de distribuição de 
recursos, estabelecidos em decorrência do disposto no art. 158, inciso IV e 
respectivo parágrafo único da Constituição, e dos mesmos prazos fixados para a 
entrega desses recursos, contados a partir do recebimento da compensação. 
Art. 10. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo máximo de 90 
(noventa) dias da data de sua publicação. 
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 12. Revogam-se os §§ 1º e 2º do art. 27 da Lei nº 2.004, de 3 de outubro 
de 1953, na redação que lhes foi dada pela Lei nº 7.453, de 27 de dezembro de 
1985, e as demais disposições em contrário. 
Brasília, 28 de dezembro de 1989; da 168º Independência e 101º da 
República. 
JOSÉ SARNEY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
12 INTRODUÇÃO: AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – MÉTODOS 
 
 
A Avaliação dos Impactos Ambientais é fundada a partir dos Estudos de 
Impacto Ambiental (EIA). A constituição desses estudos é composta por um conjunto 
de atividades técnicas e científicas que abrange o diagnóstico ambiental com a 
propriedade de identificar, prevenir, medir e interpretar se possível, os impactos 
ambientais. 
A Avaliação de Impacto Ambiental não é um instrumento de decisão, mas 
sim de auxílio ao processo de tomada de decisão (PIMENTEL, 1992). Seu objetivo é 
obter informações por meio do exame sistemático das atividades do projeto. 
Os métodos utilizados em uma AIA envolvem a inter e multidisciplinariedade 
exigida pelo tema, as questões de subjetividade, os parâmetros que permitam 
quantificação e os itens qualitativos e quantitativos. Assim sendo, torna-se possível 
observar a proporção da importância destes parâmetros e a possibilidade dos 
impactos ocorrerem, a fim de se obter dados que aproximem o estudo de uma 
conclusão mais realística. 
 
FIGURA 8- MANGUE 
 
 
 
 
Autor desconhecido. Disponível 
em <www.conder.ba.gov.br> 
Acesso em: 07 fev. 2014. 
Nos Estudos de Impacto 
Ambiental (EIA) e Relatórios de Impacto 
Ambiental (RIMA), que originam a 
Avaliação de Impacto Ambiental para os 
licenciamentos exigidos por lei, três 
campos são estudados e enfocados por 
equipes multidisciplinares. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
Com o objetivo de obter o cenário daquele momento, para que se possa 
construir um programa que regule o uso múltiplo dos recursos naturais envolvidos: 
- Meio Físico: o estudo da climatologia, da qualidade do ar, do ruído, da 
geologia, da geomorfologia, dos recursos hídricos (hidrologia, hidrologia superficial, 
oceanografia física, qualidade das águas, uso da água), e do solo; 
- Meio Biológico: para o estudo do ecossistema terrestre, do ecossistema 
aquático e do ecossistema de transição; 
- Meio Antrópico: o estudo da dinâmica populacional, uso e ocupação do 
solo, nível de vida, estrutura produtiva e de serviço e organização social. 
Portanto, a metodologia de AIA utiliza para um parecer ambiental métodos e 
técnicas estruturadas para coletar, analisar, comparar e organizar informações e 
dados sobre os impactos nesses três campos citados. 
 
 
13 PEDIDO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
Quando da instalação de algum empreendimento (programa, plano ou 
projeto), o empreendedor deve procurar o órgão ambiental (IBAMA ou o órgão 
estadual, dependendo do caso) solicitar o Pedido de Licenciamento Ambiental das 
atividades a serem implantadas. O órgão ambiental licenciador deverá informar ao 
empreendedor se é necessário e qual o tipo de licenciamento e documentações 
técnicas que deverão ser apresentadas para se obter as licenças. 
É da função legal dos órgãos estaduais de meio ambiente ou do IBAMA 
licenciar as atividades que são consideradas modificadoras do meio ambiente 
previstas na Lei 6.803/80 e nas Resoluções do CONAMA. 
No caso de haver necessidade de elaboração de Estudo de Impacto 
Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental ou de outro documento técnico 
semelhante (Plano de Controle Ambiental, Relatório de Controle Ambiental, Plano de 
Recuperação de Áreas Degradadas, etc.), o órgão licenciador escolhe os elementos 
para preparar o Termo de Referência, que orientará os procedimentos necessários 
para a elaboração daqueles documentos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
Nas atividades modificadoras do meio ambiente, o empreendedor deverá 
preencher obrigatoriamente a ficha do Cadastro Técnico Federal e/ou Estadual de 
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, caso 
a atividade a ser implantada não tenha sido ainda cadastrada. 
 
Agentes sociais envolvidos no momento de pedido de licenciamento 
ambiental: 
IBAMA  órgão responsável pelo processo de licenciamento ambiental de 
atividades que envolvam a participação de mais de um estado ou que, por lei, sejam 
de competência federal. 
 
Órgãos Estaduais de Meio Ambiente  órgão responsável pelo processo 
de licenciamento das atividades modificadoras do meio ambiente, cabendo-lhe 
orientar o empreendedor quanto: as atividades que necessitam de licenciamento 
ambiental. Quais os tipos de licenças a serem obtidas? Quais os estudos ambientais 
e outros documentos técnicos a serem elaborados? E quais os documentos que 
devem ser apresentados para o pedido formal da licença. 
 
O Empreendedor  deve fornecer ao órgão ambiental competente as 
informações requeridas para a concessão de licenças ambientais a seu 
empreendimento, podendo ser de setor público ou privado. 
 
 
Procedimentos no Pedido de Licenciamento Ambiental – o 
empreendedor procura o órgão ambiental licenciador quando: 
 Por exigência de órgãos financiadores de projetos (BASA, BNDES, BID) 
e/ou de empresas estatais que oferecem infraestrutura aos projetos (SUDAM, 
SUFRAMA e outras) 
 Por exigência de órgãos públicos responsáveis pelo licenciamento 
integral de atividades a serem implantadas, como por exemplo: 
Prefeiturasmunicipais, no caso de loteamentos urbanos e construções 
gerais; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
INCRA, para as atividades rurais; 
DNER e DER, em construções de rodovias; 
DNPM, no caso de atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral. 
Por exigência do IBAMA e/ou órgão estadual competente, no caso de 
desmate; 
Em resposta a denúncias no caso de projetos implantados ou em 
implantação sem o licenciamento ambiental; 
 Cumprindo penalidade disciplinar ou compensatória imposta pelo órgão 
ambiental pelo não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou 
correção da degradação ambiental. 
Desde o primeiro momento, o empreendedor deverá fornecer ao órgão 
ambiental todas as informações sobre o empreendimento e sobre a natureza das 
atividades a serem implantadas. Deve ser realizado o preenchimento da Ficha de 
Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras 
de Recursos Ambientais. 
Após o exame da documentação exigida, o órgão ambiental consulta a 
legislação e os dados disponíveis sobre o local do empreendimento e, analisa a 
necessidade de elaboração de estudo de impacto ambiental ou documento 
semelhante. Se for necessário, o órgão ambiental realiza uma vistoria para a análise 
da situação ambiental no local proposto para o empreendimento, com relação a: 
- Necessidade de apresentação de EIA-RIMA e/ou outros documentos 
técnicos semelhantes (PCA, RCA, PRAD, etc.); 
- Outras exigências, tais como: apresentação de projetos, relatórios e 
pareceres específicos (p.e. projeto de engenharia ambiental para padarias, 
marmorarias, lavanderias, serrarias e marcenarias, cortiços, usinagem de metais, 
parecer da CNEN para atividades que envolvam substâncias radioativas, etc.); 
- Inviabilidade do empreendimento, quando sua implantação fere a 
legislação ambiental federal, estadual e/ou municipal (p.e. localização proposta em 
unidades de conservação, reservas indígenas, nascentes, bordas de chapada, áreas 
de proteção de mananciais, etc.). Nesse caso licenciamento é negado, e se o 
empreendedor insistir no projeto, o mesmo deverá ser adequado, com alterações, 
devendo ser dada com um novo pedido de licenciamento. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
FASES DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
1) Empreendedor realiza 
consulta ao órgão ambiental. 
Questões legais, 
socioeconômicas e políticas 
relacionadas com a implantação do 
projeto. 
2) Órgão ambiental emite 
instrução normativa. 
No termo de referência 
deverão constar todos os itens a 
serem seguidos para a elaboração do 
EIA-RIMA pela empresa consultora a 
ser contratada. 
3) Empreendedor 
licita/contrata a elaboração do EIA-
RIMA. 
Por meio de convite direto, 
tomada de preços, carta-convite, 
licitação. 
4) Empresas de consultoria 
ambiental apresentam suas propostas 
técnicas em concorrência. 
Deverão possuir habilitação 
legal, apresentando suas propostas 
no prazo determinado e cumprindo 
todas as exigências definidas no 
respectivo edital de concorrência. 
5) Empreendedor negocia 
a(s) proposta(s) e contrata a empresa 
vencedora. 
Julgamento das propostas 
técnicas e orçamentos prévios ao 
estabelecimento/negociação das 
cláusulas contratuais. 
6) Consultora elabora o EIA-
RIMA. 
Cumprindo todas as 
exigências para a realização dos 
relatórios, destacando as 
necessidades de formar uma equipe 
multidisciplinar habilitada e 
administrativa. 
Obter dados e informações 
técnico-científicas e de dar tratamento 
a este material. 
Obedecer a um cronograma 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
de trabalho. 
Possuir recursos materiais e 
financeiros para a apresentação do 
produto final. 
Garantir a gestão da 
qualidade. 
7) Empreendedor deve 
fiscalizar os segmentos da realização 
dos estudos. 
Acompanhamento sistemático 
de todas as atividades a serem 
realizadas na elaboração dos estudos 
 
8) Empreendedor submete os 
estudos ao órgão ambiental 
Os estudos serão analisados 
por uma equipe técnica especializada 
e qualificada, que poderá aprovar os 
estudos, sugerir modificações ou não 
aprová-los. 
9) Caso for aceito, o órgão 
ambiental coloca o EIA-RIMA a 
disposição do público, marcando a 
audiência pública e inicia-se a análise 
dos estudos elaborados. 
A audiência será marcada em 
local, data e horário acessível para a 
participação pública, divulgada em 
jornais de grande circulação e no 
Diário Oficial da União. 
O RIMA ficará a disposição da 
comunidade para análise e 
conhecimento, por no mínimo 45 dias 
antes da audiência. 
10) Empreendedor encomenda 
material para a audiência pública à 
consultora. 
As equipes técnicas e de 
comunicação visual prepararão o 
material para a apresentação na 
audiência. 
São encargos do 
empreendedor todos os custos 
necessários à realização desta 
audiência. 
11) Órgão ambiental realiza a Poderão ocorrer audiências 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
referida audiência; empreendedor 
apresenta o empreendimento, e a 
consultora apresenta detalhadamente 
o EIA-RIMA para o público presente. 
prévias e/ou seminários em 
universidades, auditórios públicos, 
anteriormente à audiência 
propriamente dita. 
Expositores adequadamente 
treinados para defender seus pontos 
de vista e o conteúdo técnico de 
forma objetiva e coloquial no dia da 
audiência. 
12) Órgão ambiental elabora 
a Ata da Audiência, finaliza a análise 
do EIA-RIMA e emite o parecer 
técnico. 
Levando-se em consideração 
todas as questões analisadas e 
comentadas na audiência pública, das 
interferências técnicas do 
empreendedor, consultora e 
comunidade. 
13) Órgão ambiental faz 
exigências e concede ou nega a 
Licença Ambiental. 
Deverá ocorrer um 
detalhamento de informações e/ou 
informações adicionais e justificativas 
técnicas, com possíveis exigências, e 
finalmente será emitida ou não a 
licença. 
 
 
RESOLUÇÃO Nº 237, de 19 de dezembro e 1997 
 
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das 
atribuições e competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de 
agosto de 1981, regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e 
tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e 
Considerando a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios 
utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de 
licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política 
Nacional do Meio Ambiente; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
Considerando a necessidade de se incorporar ao sistema de licenciamento 
ambiental os instrumentos de gestão ambiental, visando o desenvolvimento 
sustentável e a melhoria contínua; 
Considerando as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA nº 011/94, 
que determina a necessidade de revisão no sistema de licenciamento ambiental; 
Considerando a necessidade de regulamentação de aspectos do 
licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente que 
ainda não foram definidos; 
Considerando a necessidade de ser estabelecido critério para exercício da 
competência para o licenciamento a que se refere o artigo 10 da Lei no 6.938, de 31 
de agosto de 1981; 
Considerando a necessidade de se integrar a atuação dos órgãos 
competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA na execução da 
Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas 
competências, resolve: 
Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: 
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares 
e as normas técnicasaplicáveis ao caso. 
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental 
que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para 
localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos 
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas 
que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos 
aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação 
de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da 
licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, 
plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. 
IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que 
afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o 
território de dois ou mais Estados. 
Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e 
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos 
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de 
prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras 
licenças legalmente exigíveis. 
§ 1º- Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as 
atividades relacionadas no Anexo 1, parte integrante desta Resolução. 
§ 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de 
exigibilidade, o detalhamento e a complementação do Anexo 1, levando em 
consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras 
características do empreendimento ou atividade. 
Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades 
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do 
meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de 
impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida 
a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a 
regulamentação. 
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade 
ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do 
meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo 
de licenciamento. 
Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis - IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento 
ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de 
empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito 
nacional ou regional, a saber: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras 
indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União. 
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; 
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do 
País ou de um ou mais Estados; 
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, 
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia 
nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão 
Nacional de Energia Nuclear - CNEN; 
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a 
legislação específica. 
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar 
o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em 
que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o 
parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 
§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos 
Estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito 
regional, uniformizando, quando possível, as exigências. 
Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o 
licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades: 
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades 
de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; 
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de 
vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 
4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por 
normas federais, estaduais ou municipais; 
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de 
um ou mais Municípios; 
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por 
instrumento legal ou convênio. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o 
licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido 
pelos órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a atividade ou 
empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos 
competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
envolvidos no procedimento de licenciamento. 
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos 
competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o 
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental 
local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou 
convênio. 
Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único 
nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores. 
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, 
expedirá as seguintes licenças: 
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a 
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; 
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou 
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e 
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais 
condicionantes, da qual constituem motivo determinante; 
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das 
licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes 
determinados para a operação. 
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou 
sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do 
empreendimento ou atividade. 
Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais 
específicas, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as 
etapas de planejamento, implantação e operação. 
Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes 
etapas: 
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do 
empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao 
início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida; 
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado 
dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-sea devida 
publicidade; 
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos 
documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias 
técnicas, quando necessárias; 
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão 
ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da 
análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando 
couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos 
e complementações não tenham sido satisfatórios; 
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação 
pertinente; 
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão 
ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo 
haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não 
tenham sido satisfatórios; 
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer 
jurídico; 
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida 
publicidade. 
§ 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, 
obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo 
de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável 
ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de 
vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
§ 2º - No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao estudo de 
impacto ambiental - EIA, se verificada a necessidade de nova complementação em 
decorrência de esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI, o órgão 
ambiental competente, mediante decisão motivada e com a participação do 
empreendedor, poderá formular novo pedido de complementação. 
Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser 
realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor. 
Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os 
estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações 
apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais. 
Art. 12 - O órgão ambiental competente definirá, se necessário, 
procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza, 
características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a 
compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, 
implantação e operação. 
§ 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as 
atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que 
deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente. 
§ 2º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental 
para pequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles 
integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, previamente, pelo órgão 
governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo 
conjunto de empreendimentos ou atividades. 
§ 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os 
procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que 
implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando a 
melhoria contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental. 
Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser 
estabelecido por dispositivo legal, visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das 
despesas realizadas pelo órgão ambiental competente. 
Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos 
realizados pelo órgão ambiental para a análise da licença. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de 
análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das 
peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de 
exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) 
meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou 
indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência 
pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. 
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa 
durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de 
esclarecimentos pelo empreendedor. 
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que 
justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental 
competente. 
Art. 15 - O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e 
complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo 
máximo de 4 (quatro) meses, a contar do recebimento da respectiva notificação 
Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde 
que justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental 
competente. 
Art. 16 - O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 14 e 15, 
respectivamente, sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha 
competência para atuar supletivamente e o empreendedor ao arquivamento de seu 
pedido de licença. 
Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a 
apresentação de novo requerimento de licença, que deverá obedecer aos 
procedimentos estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de custo de 
análise. 
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade 
de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em 
consideração os seguintes aspectos: 
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) 
anos. 
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, 
o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não 
podendo ser superior a 6 (seis) anos. 
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os 
planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 
(dez) anos. 
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os 
prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos 
estabelecidos nos incisos I e II 
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade 
específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades 
que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou 
modificação em prazos inferiores. 
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão 
motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do 
desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência 
anterior, respeitados os limites estabelecidos no inciso III. 
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou 
empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e 
vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, 
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão 
ambiental competente. 
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá 
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou 
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a 
expedição da licença. 
III - superveniência de gravesriscos ambientais e de saúde. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências 
licenciatórias, deverão ter implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com 
caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir em seus quadros ou a sua 
disposição profissionais legalmente habilitados. 
Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, 
aplicando seus efeitos aos processos de licenciamento em tramitação nos órgãos 
ambientais competentes, revogadas as disposições em contrário, em especial os 
artigos 3o e 7º da Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. 
 
 
FIGURA 9- IBAMA 
 
 
FONTE: Autor desconhecido. IBAMA licenciamento. Disponível em: <www.ibama.gov.br>. 
Acesso em: 10 mar. 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
 
 
14 TERMO DE REFERÊNCIA – RESOLUÇÃO CONAMA 001/86 
 
 
Para a elaboração dos estudos de impactos ambientais, os órgãos 
licenciadores estaduais e/ou IBAMA estabelecem um roteiro, denominado de Termo 
de Referência, com o conteúdo necessário ao atendimento do que está disposto na 
Resolução CONAMA 001/86 (alterada pelas Resoluções nº 11/86, nº 5/87 e nº 
237/97) para fins de licenciamento do projeto. 
O Termo de Referência é o instrumento orientador para a elaboração de 
qualquer estudo ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, Plano de Monitoramento e 
outros). 
Em certos casos, diante de alguma deficiência de infraestrutura ou de 
funcionários especializados, o órgão ambiental pode solicitar ao empreendedor que 
elabore o Termo de Referência, reservando-se apenas o papel de julgar e aprovar o 
mesmo. Ou, o próprio empreendedor pode adiantar-se e apresentar a proposta do 
Termo de Referência no momento em que solicitar o licenciamento, o que poderá 
agilizar todo o processo. 
O Termo de Referência bem elaborado é fundamental para que o estudo de 
impacto ambiental alcance a qualidade esperada. O empreendedor, para atender ao 
respectivo Termo de Referência, deverá: 
 Para seguir com fidelidade a esse documento, o empreendedor deverá 
utilizar quaisquer metodologias de abordagem, desde que de acordo com a literatura 
nacional e/ou internacional sobre o assunto; 
 Submeter à apreciação do órgão licenciador as metodologias gerais e 
específicas do trabalho, e a serem aplicadas pela equipe responsável, em prazo a 
ser estipulado pelo referido órgão. Além das metodologias, deverão estar bem 
claras, também, as interações entre as diversas atividades e o cronograma físico de 
execução dos trabalhos; 
 Apresentar o referido estudo em duas versões básicas: integral – EIA 
(para o órgão ambiental) e síntese – RIMA (consulta pública). 
Os estudos de impactos ambientais deverão conter, basicamente: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
1) Dimensionamento do problema a ser estudado: referindo-se ao 
conhecimento da atividade a ser implantada, em função de suas características 
locacionais e tecnológicas, dos recursos tecnológicos e financeiros disponíveis para 
controlar seus efeitos, do contexto socioeconômico, dos objetivos da política de uso 
e ocupação do solo, da legislação em vigor. Uma das maiores dificuldades na 
realização de um estudo é dimensionar o objeto a ser estudado de forma a obter os 
parâmetros que devem orientar sua condução (ou seja, a escolha de métodos e 
estratégias adequados; a seleção das informações; a identificação de alternativas 
viáveis à proposta apresentada pelo empreendedor); 
2) Descrição geral do empreendimento: com a identificação do 
empreendedor; os objetivos do empreendimento; identificação do local preferencial 
para a instalação e justificativas do empreendimento; 
3) Descrição técnica do empreendimento: com o detalhamento das 
tecnologias de implementação do empreendimento – na implantação e operação; 
alternativas tecnológicas para o empreendimento; área proposta para a implantação; 
alternativas locacionais; insumos; descartáveis; infraestrutura necessária para a 
implantação e operação; 
4) Planos governamentais: deverá ser apresentada uma relação geral dos 
planos e programas governamentais que se desenvolvem ou estão propostos para a 
região, identificando a ação proposta pelo empreendedor com os mesmos; 
5) Legislação referente aos recursos naturais, ambientais, ao uso e 
ocupação do solo: com a apresentação da legislação atualizada aplicada ao projeto; 
6) Áreas de estudo: AII (Área de Influência Indireta) e AID (Área de 
Influência Direta). Considerando-se áreas de estudo os sistemas naturais, sociais e 
econômicos sujeitos aos impactos diretos e indiretos da implantação e operação do 
empreendimento. A delimitação dessas áreas é função das características físicas, 
biológicas e socioeconômicas dos sistemas a serem estudados, das características 
do empreendimento, de suas ações e da forma de dispersão de seus descartáveis, 
incluindo os locais sujeitos de serem impactados acidentalmente. A delimitação da 
AID e da AII do projeto, plano ou programa proposto, e de suas alternativas, constitui 
um dos aspectos mais discutidos na realização dos estudos ambientais, tanto no 
ponto de vista conceitual como operacional; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
7) Diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e antrópico: caracterização 
detalhada e atualizada da situação ambiental dos sistemas físicos, biológicos e 
socioeconômicos das áreas de influência, previamente delimitadas, antes da 
implantação do projeto; 
8) Identificação e avaliação dos impactos ambientais decorrentes da 
implantação e operação do projeto: os impactos deverão ser identificados e 
avaliados de acordo com as metodologias da literatura nacional e/ou internacionais 
adotadas pela equipe responsável pelos estudos incluindo prognósticos realizados 
nas áreas de influências e estudos quanto à viabilidade do empreendimento. 
Deverão ser mencionadas, também, as alterações ambientais decorrentes das 
diferentes alternativas locacionais previstas e os estudos dos custos ambientais e 
benefícios socioeconômicos decorrentes da implantação e operação do projeto; 
9) Programa e planos ambientais: deverão constar os programas e os planos 
de gerenciamento/monitoramento das ações voltadas para a proteção ambiental e 
de minimização de impactos negativos provocados pelas diferentes fases do 
empreendimento (incluindo programas para situações emergenciais e de acidentes e 
programas e planos estratégicos para incrementar os impactos positivos 
identificados); 
10) Referências bibliográficas: com toda a bibliografia utilizada durante a 
confecção dos estudos; 
11) Deverá conter um relatório simplificado (RIMA) com informações 
técnicas descritas no EIA, em linguagem acessível ao público, ilustrado por mapas 
em escalas adequadas, quadros e demais técnicas de comunicação visual, de modo 
a ficar compreensível ao público leigo. 
 
 
ROTEIRO BÁSICO DE TERMO DE REFERÊNCIA PARA EIA-RIMA E 
OUTROS DOCUMENTOS TÉCNICOS EXIGIDOS PARA O LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
A fonte deste roteiro é a publicação do IBAMA “Avaliação de impacto 
ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas” (Brasília, 1995). 
1. Identificação do 1.1. Nome ou razão social; número dos registros 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 77 
empreendedor legais; endereço completo, telefone, fax; nome, CPF, 
telefone e fax dos representantes legais e pessoas de 
contato. 
2. Caracterização do 
empreendimento 
2.1. Caracterização e análise do projeto, plano ou 
programa, sob o ponto de vista tecnológico e locacional. 
3. Métodos e 
técnicas utilizados 
para a realização dos 
estudos ambientais 
3.1. Detalhamento do método e técnicas 
escolhidos para a condução do estudo ambiental 
(EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, etc.), bem como dos 
passos metodológicos que levem ao diagnóstico; 
prognóstico; à identificação de recursos tecnológicos e 
financeiros para mitigar os impactos negativos e 
potencializar os impactos positivos;às medidas de 
controle e monitoramento dos impactos. 
3.2. Definição das alternativas tecnológicas e 
locacionais. 
4. delimitação da 
área de influência do 
empreendimento 
4.1. Delimitação da área de influência direta do 
empreendimento, baseando-se na abrangência dos 
recursos naturais diretamente afetados pelo 
empreendimento e considerando a bacia hidrográfica 
onde se localiza. Deverão ser apresentados os critérios 
ecológicos, sociais e econômicos que determinaram a sua 
delimitação. 
4.2. Delimitação da área de influência indireta do 
empreendimento, ou seja, da área que sofrerá impactos 
indiretos decorrentes e associados, sob a forma de 
interferências nas suas inter-relações ecológicas, sociais e 
econômicas, anteriores ao empreendimento. Deverão ser 
apresentados os critérios ecológicos, sociais e 
econômicos utilizados para sua delimitação. 
Delimitação da área de influência deverá ser feita 
para cada fator natural: solos, águas superficiais, águas 
subterrâneas, atmosfera, vegetação/flora; e para os 
componentes: culturais, econômicos e sociopolíticos da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
intervenção proposta. 
5. Espacialização da 
análise e da 
apresentação dos 
resultados. 
5.1. Elaboração de base cartográfica referenciada 
geograficamente, para os registros dos resultados dos 
estudos, em escala compatível com as características e 
complexidades da área de influência dos efeitos 
ambientais. 
6. Diagnóstico 
ambiental da área de 
influência. 
6.1. Descrição e análise do meio natural e 
socioeconômico da área de influência direta e indireta e 
de suas interações, antes da implementação do 
empreendimento. 
(Dentre os produtos dessa análise, devem 
constar: uma classificação do grau de sensibilidade e 
vulnerabilidade do meio natural na área de influência; 
caracterização da qualidade ambiental futura, na hipótese 
de não realização do empreendimento). 
7. Prognóstico dos 
impactos ambientais 
do projeto, plano ou 
programa proposto e 
de suas alternativas. 
7.1. Identificação e análise dos efeitos ambientais 
potenciais (positivos e negativos) do projeto, plano ou 
programa proposto, e das possibilidades tecnológicas e 
econômicas de prevenção, controle, mitigação e 
reparação dos seus efeitos negativos. 
7.2. Identificação e análise dos efeitos ambientais 
potenciais (positivos e negativos) de cada alternativa ao 
projeto, plano ou programa e das possibilidades 
tecnológicas e econômicas de prevenção, controle, 
mitigação e reparação de seus efeitos negativos. 
7.3. Comparação entre o projeto, plano ou 
programa proposto e cada uma de suas alternativas; 
escolha da alternativa favorável, com base nos seus 
efeitos potenciais e nas suas possibilidades de prevenção, 
controle, mitigação e reparação dos impactos negativos. 
8. Controle ambiental 
do empreendimento: 
alternativas 
8.1. Avaliação do impacto ambiental da alternativa 
do projeto, plano ou programa escolhido, através da 
integração dos resultados da análise dos meios: físico e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 79 
econômicas e 
tecnológicas para a 
mitigação dos danos 
potenciais sobre o 
ambiente 
biológico com os do meio socioeconômico. 
8.2. Análise e seleção de medidas eficientes, 
eficazes e efetivas de mitigação ou de anulação dos 
impactos negativos e de potencialização dos impactos 
positivos, além de medidas compensatórias ou 
reparatórias (deverão ser considerados os danos 
potenciais sobre os fatores naturais e sobre os ambientes 
econômicos, culturais e sociopolíticos). 
8.3. Elaboração de Programa de 
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos 
(positivos e negativos), com indicação dos fatores e 
parâmetros a serem considerados. 
 
Vamos ver agora um exemplo de termo de referência para a elaboração do EIA-
RIMA da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto do grupo Votorantim, nas cidades de 
Ribeira (SP) e Adrianópolis (PR). 
 
 
PARA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E O RESPECTIVO 
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA - USINA HIDRELÉTRICA DE 
TIJUCO ALTO Julho/2004 
 
 
14.1 INTRODUÇÃO 
 
 
Este Termo de Referência tem como objetivo determinar a abrangência, os 
procedimentos e os critérios para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA). E o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), instrumentos de 
licenciamento ambiental para o Aproveitamento Hidrelétrico de Tijuco Alto, 
pertencente à bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape, localizada na divisa dos 
Estados de São Paulo e Paraná. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 80 
Esta usina hidrelétrica é parte integrante dos aproveitamentos estudados, 
enquanto etapa de inventário da bacia hidrográfica do rio Ribeira do Iguape. Assim 
sendo, para o licenciamento ambiental do empreendimento, o responsável legal por 
sua implantação deve elaborar EIA, baseando-se no Termo de Referência ora 
apresentado. O qual tem por finalidade fornecer subsídios técnicos capazes de 
nortear o desenvolvimento de estudos que diagnostiquem a qualidade ambiental 
atual da área de implantação do empreendimento e sua área de inserção, na bacia 
hidrográfica do rio Ribeira do Iguape. A partir deste diagnóstico realizado, os estudos 
devem possibilitar a avaliação integrada dos impactos ambientais, tanto para 
aqueles isolados e relacionados especificamente com o empreendimento quanto os 
cumulativos, que apresentam efeitos sinérgicos com demais projetos inventariados e 
propostos ou em implantação/operação na área de inserção. 
 
 
14.2 PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO 
 
 
O ato administrativo para conceder o licenciamento de empreendimentos 
potencialmente poluidores ou degradadores do meio ambiente, em especial 
aproveitamentos hidrelétricos, foi instituído como instrumento da Política Nacional de 
Meio Ambiente na Lei Federal 6938/81. A referida lei institui ainda o Sistema 
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, atribuindo competências concorrentes entre 
os diversos entes da Federação (União, Estados e Municípios) para implementação 
dessa Política. 
Dessa forma, o IBAMA será o órgão licenciador e nesse procedimento 
deverá dar oitiva ao órgão Estadual de meio ambiente (§ 1º, art. 4º da Resolução do 
CONAMA nº 237/97). A referida Resolução preconiza, no seu art. 7º, que o 
licenciamento ambiental se dará em apenas um nível de competência, podendo o 
órgão licenciador solicitar ao empreendedor alterações, modificações que se fizerem 
necessárias para a perfeita consistência técnica do Estudo de Impacto Ambiental. 
O EIA integra a etapa de avaliação da viabilidade ambiental do 
empreendimento e a concessão, ou não, da Licença Prévia ao empreendimento, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 81 
habilitando-o na continuação dos estudos que compreendem o Projeto Básico e o 
Projeto Executivo, os quais são necessários à obtenção da Licença de Instalação. 
Ao EIA/RIMA, deverá ser dada publicidade, conforme exige a Constituição 
Brasileira, em seu artigo 225. Assim sendo, durante o período de análise do EIA, o 
IBAMA poderá promover a realização de audiências públicas, de acordo com o que 
estabelece a Resolução CONAMA nº 009/87. 
 
 
14.3 REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL 
 
 
A Constituição Federal, no seu artigo 225, inciso IV, trata que, para as 
atividades ou obras potencialmente causadoras de significativa degradação do meio 
ambiente, é exigível o estudo prévio de impacto ambiental, ao qual se dará 
publicidade. 
A Resolução CONAMA nº 001/86 situa as usinas de geração de energia 
elétrica com potência acima de 10 MW no campo das obras e empreendimentos 
sujeitos à avaliação de impacto ambiental, determinando a necessidade de 
apresentação do EIA/RIMA para aprovação de tais obras potencialmente poluidoras, 
indicando o conteúdo mínimo dos estudos. A Resolução CONAMA 006/87 
correlaciona a requisição e obtenção de Licença Prévia à apresentação e aprovação 
do EIA/RIMA, sendo que a Licença de Instalação deveráser obtida antes da 
construção do empreendimento, enquanto que a Licença de Operação deverá ser 
obtida antes do fechamento da barragem. A Resolução CONAMA nº. 237/87 define 
as competências para proceder ao licenciamento e indica as fases a serem 
contempladas. 
Além desse ordenamento principal que trata da obrigatoriedade de 
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, o mesmo deverá se pautar pelos 
seguintes condicionantes legais: 
1) Decreto – Lei nº 25, de 1937, que organiza a proteção do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional; 
2) Decreto Federal nº 79.367, de 1977, que dispõem sobre normas e 
padrões de potabilidade da água; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 82 
3) Decreto nº 4340, de 2002, que regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 
de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências; 
4) Legislação estadual de meio ambiente dos Estados de São Paulo e 
Paraná; 
5) Lei Federal nº 9.427, de 1996, que dispõe sobre solicitação a ANEEL de 
autorização para realização de estudos ligados ao setor elétrico; 
6) Lei Federal nº 3.824, de 1960, que torna obrigatória a destoca, limpeza 
das bacias hidráulicas dos açudes, represas ou lagos artificiais; 
7) Lei Federal nº 3.924, de 1961, que dispõe sobre os monumentos 
arqueológicos e pré-históricos; 
8) Lei Federal nº 5.197, de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna; 
9) Lei Federal nº 7.247, de 1985, que disciplina a ação civil pública de 
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente; 
10) Lei Federal nº 7.990, de 1989, que institui para Estados, Distrito Federal 
e Municípios a compensação financeira derivada de empreendimentos hidrelétricos; 
11) Lei Federal nº 9.433, de 08/01/1997, que institui a Política Nacional de 
Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos e Leis Estaduais de Recursos Hídricos; 
12) Lei Federal nº 9.605, de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente; 
13) Lei Federal nº 9.985, de 2000, que dispõe sobre a criação e categorias 
das Unidades de Conservação; 
14) Portaria IBAMA nº 37 N, de 1992, que apresenta e torna oficial a lista de 
espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção; 
15) Portaria IBAMA nº 1.522, que publica a lista oficial de espécies da fauna 
brasileira ameaçada de extinção; 
16) Resolução CONAMA nº 009/87, que dispõe sobre a realização de 
audiência pública durante o período de análise do EIA/RIMA; 
17) Resolução CONAMA nº 006/87, que dispõe sobre regras gerais para o 
licenciamento ambiental de obras de grande porte do setor elétrico; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 83 
18) Resolução CONAMA nº 004/94, que dispõe sobre os diferentes estágios 
de regeneração da Mata Atlântica, definição de vegetação primária e secundária e 
da outras providências; 
19) Resolução CONAMA nº 012/94, que dispõe sobre o Glossário de 
Termos Técnicos, elaborado pela Câmara Técnica Temporária para Assuntos de 
Mata Atlântica; 
20) Resolução CONAMA nº 009/96, que dispõe sobre a definição de 
"corredores entre remanescentes", citado no artigo 7º do Decreto nº 750/93, assim 
como estabelece parâmetros e procedimentos para a sua identificação e proteção; 
21) Resolução CONAMA nº 300/02, que dispõe sobre os casos passíveis de 
autorização de corte previstos no art. 2º da Resolução nº 278, de 24 de maio de 
2001; 
22) Resolução CONAMA nº 303/02 (alterada pela Resolução CONAMA nº 
341/03), que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação 
Permanente; 
23) Resolução CONAMA nº 341/06, que estabelece diretrizes aos órgãos 
ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de 
recursos advindos de compensação ambiental, conforme a Lei no 9.985, de 18 de 
julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza-SNUC e dá outras providências; 
24) planos e programas governamentais propostos e em implantação na 
área de influência do empreendimento, considerando-se sua compatibilidade; 
25) dispositivos legais em vigor em níveis Federal, Estadual e Municipal, 
referentes à utilização, proteção e conservação dos recursos ambientais, ao uso e a 
ocupação do solo e às penalidades por atividades lesivas ao meio ambiente. 
 
 
14.4 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA 
 
 
É um documento de natureza técnico-científica, que tem como finalidade 
subsidiar a avaliação dos impactos ambientais gerados por atividades e/ou 
empreendimentos potencialmente poluidores ou que possam causar degradação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 84 
ambiental e propor medidas mitigadoras e de controle ambiental, procurando 
garantir o uso sustentável dos recursos naturais. Esse estudo deverá ser 
desenvolvido considerando-se as seguintes abordagens técnicas: 
A. Os dados referentes ao Diagnóstico Ambiental deverão abranger pelo 
menos um período hidrológico completo da região. 
B. Apresentar os levantamentos e os potenciais impactos, considerando a 
sinergia dos empreendimentos já implantados e os em fase de implantação, bem 
como os inventariados na bacia do rio Ribeira do Iguape, principalmente a 
manutenção da vazão ecológica, a qualidade de água, os impactos na ictiofauna e 
remanescentes florestais, bem como os impactos socioeconômicos, além de 
assegurar a manutenção dos usos existentes. 
C. Descrever e analisar os fatores ambientais e suas interações, 
caracterizando a situação ambiental atual da área de influência, antes da 
implantação do empreendimento, englobando: 
- Variáveis susceptíveis a sofrer, direta ou indiretamente efeitos significativos 
das ações referentes às fases de planejamento, implantação e operação do 
empreendimento, destacando a importância da área diretamente afetada no 
ecossistema da bacia; 
- A inserção do empreendimento deverá ainda abordar suas inter-relações e 
influências (positivas ou negativas) em relação às políticas e obras governamentais 
de desenvolvimento, bem como das políticas de conservação e manejo da 
biodiversidade. 
D. Deverá ser apresentada, no momento da análise do estudo ambiental, a 
declaração de disponibilidade de água para a utilização do recurso hídrico e, no 
momento do envio do Projeto Básico Ambiental, deverá ser encaminhada à outorga 
definitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 85 
 
 
14.4.1 Abordagem metodológica 
 
 
A. O diagnóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá 
ser elaborado através de uma análise integrada, multi e interdisciplinar, a partir de 
levantamentos básicos primários e secundários. 
B. Todas as bases e metodologias utilizadas para a realização de cálculos e 
estimativas deverão ser claramente especificadas, referenciadas e justificadas. 
C. Todos os mapas apresentados deverão ser georreferenciados com 
coordenadas geográficas e UTM, legendados, em cores e em escala compatível 
com o nível do detalhamento dos elementos manejados e adequados para a área de 
influência. Os mapas deverão conter referência, carimbo com número do desenho, 
autor, proprietário, data e orientação geográfica em conformidade com o Termo de 
Referência elaborado pelo Centro de Sensoriamento Remoto do IBAMA. 
D. Para as áreas referentes às obras de maior porte, unidades de 
conservação, áreas indígenas e aquelas que apresentarem processo de degradação 
ambiental, deverão ser apresentados mapas em escala de maior detalhe, de acordo 
com as definições contidas neste termo de referência. 
E. A empresa deverá requerer os Pareceres da Fundação Palmares, IPHAN, 
FUNASA, FUNAI, quando for o caso. 
F. Todas as referências bibliográficas utilizadas deverão ser mencionadas no 
texto e relacionadas em capítulo próprio, contendo as informações referentes ao 
autor, título, origem, ano e demais dados que permitam o acesso à publicação. 
G. As informações ambientais básicasdeverão ser obtidas nos órgãos 
oficiais, universidades e demais entidades detentoras de tais informações, 
complementadas com trabalhos de campo para validação ou refinamento destes 
dados ou informações. Para o meio socioeconômico, o EIA deverá se basear em 
dados primários e secundários atualizados, tais como: o último Censo Demográfico 
do IBGE, o Zoneamento Econômico e Ecológico, indicadores de qualidade 
socioambiental, tais como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH – PNUD/ONU, 
1998), dentre outros disponíveis. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 86 
H. Deverão ser utilizados dados de sensoriamento remoto, com o uso de 
imagens de satélite, com a plotagem em escala apropriada. 
I. Deverão ser utilizadas tecnologias de geoprocessamento para avaliação 
integrada dos temas ambientais, produzindo mapas de sensibilidade ambiental, que 
deverão dar suporte à avaliação de alternativas de localização do empreendimento, 
gerando cartas e imagem. 
J. Apresentar mapa esquemático identificando e localizando todas as áreas 
legalmente protegidas por lei federal, estadual e municipal nas áreas de influência 
direta e indireta. 
K. A abordagem metodológica do meio socioeconômico deverá considerar o 
histórico das relações entre o homem e a natureza na região de influência 
analisando, de forma dinâmica, as interações entre os diversos grupos socioculturais 
ao longo do tempo, de forma a possibilitar o estabelecimento de tendências e 
cenários. 
L. O prognóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá 
ser elaborado considerando as alternativas de execução, de não execução e de 
desativação do empreendimento. Esse prognóstico deverá considerar, também, a 
proposição e a existência de outros empreendimentos na bacia hidrográfica (tanto 
implantados em operação, como os inventariados), bem como dos demais usos do 
solo e água. E suas relações sinérgicas, principalmente os aproveitamentos 
hidrelétricos situados a montante e a jusante do empreendimento proposto e nos 
seus tributários. 
M. A proposição de programas ambientais deverá ser capaz de minimizar as 
consequências negativas do empreendimento e potencializar os reflexos positivos. 
Deverão ser propostos Planos Programas de Controle e Monitoramento. 
N. Os Programas deverão ser apresentados com Cronograma de Execução 
e metodologia a ser aplicada. Os laboratórios deverão estar licenciados e 
cadastrados, conforme legislação vigente. 
O. O estudo deverá apresentar uma proposta de zoneamento ambiental da 
área de entorno do reservatório, com objetivo de ordenar e disciplinar os usos 
naquela faixa, para posterior desenvolvimento de instrumento normatizador, 
conforme Resolução nº 302/02 do CONAMA. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 87 
P. O IBAMA encaminhará o Termo de Referência para subsidiar na 
elaboração do Plano Ambiental de Conservação e Uso do reservatório e 
zoneamento ambiental da Área de Preservação Permanente e do seu Entorno. 
Q. A Supressão de vegetação deverá ser realizada em duas fases distintas: 
a primeira, para o canteiro de obras e a outra, para o reservatório. 
R. Apresentar os efeitos de sinergia decorrentes dos diversos barramentos 
de montante e jusante ao longo da bacia hidrográfica (tanto os implantados como os 
inventariados) em que se propõe o empreendimento. Para o qual deverão ser 
estudados os impactos decorrentes e referentes aos recursos hídricos e aporte de 
sedimentos, migração, deslocamento e ausência de ambientes específicos de 
reprodução para ictiofauna, entre outros. 
S. Para as hidrelétricas que formarem trechos de vazão reduzida, apresentar 
análise dessa interferência na dinâmica ecológica do rio (hidrologia, biota aquática) e 
nas relações socioeconômicas da região. Esse item deverá contar com um cadastro 
atual dos usos da água e uma análise da interferência do empreendimento proposto 
em cada uso da água identificado. 
T. Na época do desvio do rio deverá ser realizado o salvamento da 
ictiofauna, com acompanhamento de especialista no assunto, bem como do IBAMA. 
A empresa deverá apresentar Relatório Técnico mostrando os procedimentos 
adotados e relatando todo o processo de salvamento, inclusive se houve 
mortandade de peixes, local onde foram relocados os espécimes, bem como 
identificar as espécies encontradas. Caso existam mamíferos aquáticos ou outros 
grupos julgados relevantes é fundamental à sua relocação, devendo ser 
apresentado o Plano de Manejo e Monitoramento para a referida espécie. 
U. O resgate de fauna deverá ter acompanhamento constante de técnico do 
IBAMA. A empresa proponente deverá viabilizar a infraestrutura para efetivar a 
atividade. 
V. Para realização dos levantamentos da fauna, torna-se imprescindível 
obter a Licença de Captura e Coleta da fauna, conforme a Portaria nº 332/90 e a 
Licença de Coleta, Transporte do material botânico, em atendimento as diretrizes 
estabelecidas na Conversão sobre Diversidade Biológica e na Política. 
Nacional de Meio Ambiente. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 88 
 
 
14.4.2 Área de influência do empreendimento 
 
 
Anteriormente ao início do Estudo de Impacto Ambiental propriamente dito, 
deverão ser definidos os limites da área geográfica a ser direta e indiretamente 
afetada pelos impactos, denominada área de influência do empreendimento. Essa 
área deverá ser estabelecida a partir dos dados preliminares colhidos, devendo 
enfocar a bacia hidrográfica na qual o empreendimento será inserido, contemplando 
empreendimentos associados, tanto aqueles inventariados\propostos como aqueles 
em implantação\operação. No caso específico da área diretamente afetada, deve 
contemplar os territórios que serão inundados, parcial ou totalmente, fará parte do 
trecho à jusante até 05 quilômetros abaixo da cidade de Adrianópolis. As áreas de 
influência serão, portanto: 
A. Área de Influência Direta – AID - área sujeita aos impactos diretos da 
implantação e operação do empreendimento. A sua delimitação deverá ser em 
função das características sociais, econômicas, físicas e biológicas dos sistemas a 
serem estudados e das particularidades do empreendimento, considerando-se para 
o caso do Aproveitamento Hidrelétrico Tijuco Alto, no tocante aos meios: físico e 
biótico, a área de inundação do reservatório na sua cota máxima acrescida da área 
de preservação permanente em projeção horizontal, bem como outras áreas 
contínuas de relevante importância ecológica, além das áreas situadas a jusante da 
barragem em uma extensão a ser definida pelo estudo. 
Para os estudos socioeconômicos, será considerada como AID a extensão 
territorial dos municípios com parcela de área inundada, que apresentam trechos de 
vazão reduzida ou aqueles localizados a jusante da barragem, numa faixa a ser 
definida pelo estudo. 
B. Área de Influência Indireta – AII - é aquela real ou potencialmente 
ameaçada pelos impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento, 
abrangendo os ecossistemas e o sistema socioeconômico que podem ser 
impactados por alterações ocorridas na área de influência direta. Para o meio físico 
e biótico, será considerada parte da bacia hidrográfica em que o empreendimento se 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 89 
insere, a ser definida pelo estudo. Para o meio socioeconômico, a área de influência 
indireta será compreendida pelo conjunto do território dos municípios que tenham 
terras alagadas e pelos polos municipais de atração à região. 
C. Área de Abrangência Regional – AAR – é a área objeto da 
caracterização regional dos estudos, utilizada para efeito de distinção de impactos 
cumulativos, com objetivo de situar no contexto da bacia hidrográfica os eventuais 
impactos cumulativos decorrentes dos diversos aproveitamentos hidrelétricos 
inventariados e/ou propostos. Será considerada a bacia hidrográfica do rio Ribeira 
do Iguape até a cidade de Registro, excluído seu contribuinte, rio Juquiá. Deverão 
ser apresentadas descriçõese análises dos fatores ambientais e das suas 
interações, caracterizando a situação ambiental da área de influência, antes da 
implantação do empreendimento, englobando as variáveis susceptíveis de sofrer, 
direta ou indiretamente, efeitos significativos das ações referentes às fases de 
planejamento, implantação, operação e desativação do empreendimento. Também 
deverão ser apresentadas, informações cartográficas em escalas compatíveis com o 
nível de detalhamento dos fatores ambientais estudados, em cada uma das áreas. 
 
 
14.4.3 Alternativas tecnológicas e locacionais 
 
 
Deverão ser apresentados estudos de alternativas locacionais do 
empreendimento, confrontando-as de forma a mostrar a melhor hipótese do ponto 
de vista ambiental, considerando ainda a possibilidade de não executá-lo. No caso 
de implantação do empreendimento, deverão ser avaliadas possíveis variantes em 
relação aos pontos mais críticos estudados, tais como zonas de instabilidade quanto 
a fatores abióticos, de extrema importância biológica, de importância para 
conservação ou proteção da biodiversidade, áreas de pressão antrópica, indústrias, 
projetos agrícolas, entre outras. 
Apresentar alternativas de localização de eixos de barragem e estudo de 
variação e viabilidade ambiental do empreendimento em diferentes cotas de 
operação. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 90 
 
 
14.4.4 Identificação do empreendedor 
 
 
- Nome ou razão social. 
- Número dos registros legais. 
- Endereço completo. 
- Telefone e fax. 
- Representantes legais (nome, CPF, endereço, e-mail, fone e fax). 
- Pessoa de contato (nome, CPF, endereço, e-mail, fone e fax). 
 
 
14.4.4.1 Caracterização do empreendimento 
 
 
14.4.4.1.1 Apresentação 
 
 
- Objetivos. 
- Dados técnicos do empreendimento (arranjo, tipo, comprimento e altura da 
barragem, potência, lay-out da obra, desvio do rio, tamanho da área a ser inundada, 
cota e fase do enchimento do reservatório, sistema extravasor, sistema adutor, casa 
de força, energia, etc.), com previsão das etapas de execução. 
- Empreendimentos associados e decorrentes. 
- Localização do empreendimento. 
- Descrição da linha de transmissão associada incluindo planta 
planialtimétrica e planta perfil. 
 
 
 
 
 
 
 
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 91 
 
 
14.4.4.1.2 Histórico do proponente 
 
 
Descrever sucintamente a origem da empresa, os trabalhos que vêm sendo 
realizados pela organização e os tipos de projetos de desenvolvimento que já foram 
executados ou propostos. 
Informar experiência(s) da entidade em desenvolver trabalhos semelhantes 
ao proposto. 
 
 
14.4.4.1.3 Descrição do empreendimento 
 
 
- Deverá ser feito um relato sumário do projeto da UHE e da Linha de 
Transmissão associada, desde a sua concepção inicial até a conclusão da obra. 
Informando sobre o projeto, no seu conjunto, dando destaques para a localização; 
matérias-primas necessárias e tecnologia para a construção e operação; 
cronograma relativo às fases de planejamento, instalação e operação do 
empreendimento, bem como os procedimentos de controle e manutenção. 
- Indicar sistemas de registro e controle das vazões na descrição do regime 
operacional do reservatório. Apresentar simulações operacionais considerando 
vazão (m³/s) afluente, vazão de engolimento, de vertimento e remanescente, 
geração e tempo de operação (h). 
- Apresentar dados sobre as flutuações no nível do futuro reservatório, 
indicando cotas, periodicidade, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 92 
 
 
14.4.4.1.4 Justificativas para o empreendimento 
 
 
- Justificativas técnicas, econômicas e socioambientais, com a eventual 
importância da operação do empreendimento, em conjunto com outros reservatórios 
existentes ou previstos. 
- Descrever as razões que levaram a entidade a propor o projeto, deixando 
claro, os benefícios econômicos, sociais e ambientais a serem alcançados. 
 
 
14.4.4.1.5 Infraestrutura de apoio à obra 
 
 
- Centros administrativos e alojamentos; 
- Estradas de acesso e de serviços; 
- Canteiros de obra (saneamento básico: água, esgoto e lixo); 
- Áreas de empréstimo e bota-fora; 
- Mão de obra necessária; 
- Detalhamento da área para supressão de vegetação do canteiro de obras; 
- Quantitativos, para a UHE e LT, de escavações em solo e rocha, volume 
de empréstimo. 
 
 
14.4.5 Diagnóstico Ambiental 
 
 
O Diagnóstico Ambiental deverá retratar a atual qualidade ambiental da área 
de abrangência dos estudos, indicando as características dos diversos fatores que 
compõem o sistema ambiental atual, de forma a permitir o pleno entendimento da 
dinâmica e das interações existentes entre o meio físico, biótico e socioeconômico, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 93 
bem como a fragilidade ambiental com a inserção do empreendimento, de acordo 
com a sequência apresentada a seguir. 
 
 
14.4.5.1 Estudos Específicos para a Bacia 
 
 
Os estudos específicos para a bacia deverão considerar a Área de Influência 
Indireta e, quando especificado, a Área de Abrangência Regional. 
 
 
14.4.5.1.1 Meio Físico 
 
 
Geologia, Geomorfologia e Solos: 
A partir da caracterização das condições geológicas, geomorfológicas, 
pedológicas e suas interações na bacia hidrográfica, que deverá considerar as 
características das rochas e suas possíveis áreas de risco, distribuição espacial do 
solo e rochas, além da compartimentação geomorfológica. Avaliar o potencial 
erosivo, tendo como referência o grau de estabilidade do leito do rio e de suas 
margens, observando se haverá, ou não, uma redução do transporte de sedimentos. 
Deverá ser realizada ainda, caracterização do tipo de relevo, identificando e 
delimitando os diversos padrões de formas erosivas e deposicionais, sua 
constituição e dinâmica superficial, visando à identificação de setores com diferentes 
graus de suscetibilidade a processos erosivos e deposicionais, tanto natural como 
de origem antrópica. 
 
 
Clima 
Caracterizar o clima da área de influência, destacando e avaliando as 
mudanças ocorridas no comportamento dessa variável, bem como as mudanças 
microclimáticas que poderão ocorrer após a implantação do empreendimento. O 
estudo deverá ser baseado em séries de dados históricos, obtidos em estações 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 94 
climatológicas presentes na bacia, além de indicar a metodologia e parâmetros 
utilizados. 
 
Recursos Hídricos: 
Caracterizar os recursos hídricos da bacia, segundo os subitens a seguir: 
- Caracterizar a rede hidrográfica da bacia, a partir de dados referenciais do 
regime hidrológico dos principais cursos d’água (vazões média, mínima e máxima). 
Esse estudo deverá indicar os cursos d’água perenes e intermitentes, as regiões de 
cabeceiras e nascentes, as estações hidrometeorológicas existentes (localização, 
tipo e período de operação) e as estruturas hidráulicas implantadas, bem como os 
grandes usuários desse recurso. Essas informações deverão ser apresentadas 
também por meio de mapas e planilhas. 
- Avaliar a qualidade das águas quanto aos aspectos físicos, químicos e 
bacteriológicos dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, destacando as 
principais fontes poluidoras. Esse estudo deverá contar com a indicação e 
justificativa dos pontos de coleta e dos parâmetros selecionados, além de análise da 
influência desses níveis de qualidade nas demais atividades da bacia. Também para 
a AAR. 
- Identificar os principais usos de água e destacar as demandas futuras por 
esse recurso. 
 
Espeleologia 
Realizar levantamento detalhado das cavernas (horizontais e verticais) 
localizadas na microbacia hidrográfica do rio do Rocha e o restante da área de 
influência direta do reservatório, contendo: 
- Mapa topográfico das grutas com indicação dos pontos fotografados, 
espeleotemas encontrados e zoneamento bioespeleológico. 
- Coordenadas em UTM e cotas altimétricas. 
- Classificaçãogenética e dossiê fotográfico. 
- Identificação do nível em que se encontram cada caverna, ou seja, de 
carstificação ou não. 
- Identificação das cavernas que se encontram em desenvolvimento e das 
cavernas classificadas como paleocavernas, com suas cotas altimétricas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 95 
- Estudo paleontológico e arqueológico. 
- Delimitação do raio de influência de todas as cavidades levantadas. A 
representação cartográfica deve ser elaborada com a utilização de SIG, modelagem 
3D da área de influência direta, apresentando a indicação das cavernas com 
fotografias dos respectivos pórticos. 
Apresentar caracterização hidrológica e hidrogeológica das cavernas que 
estão dentro da cota de inundação. 
Apresentar os impactos relacionados com a alteração do regime 
espeleológico (geologia, hidrologia, hidrogeologia e biota) das cavernas levantadas, 
com a elevação do nível de base. 
Apresentar estudo de avaliação da ocorrência de inversão do fluxo das 
microbacias hidrográficas relacionadas na área do reservatório, que poderiam 
influenciar outros sistemas cársticos. 
Avaliar a interferência do empreendimento na fauna cavernícola, a partir de 
levantamento qualitativo e estudo das relações tróficas, caracterizando as inter-
relações com o meio. 
 
 
 
14.4.5.1.2 Meio Biótico 
 
 
Deverão ser caracterizados os ecossistemas terrestres e aquáticos da bacia 
hidrográfica. Todas as fontes de informação devem ser identificadas, assim como as 
principais publicações relativas à ecologia da região. Para o diagnóstico da fauna e 
flora, deverá ser indicada claramente a origem dos dados, a saber: dados primários, 
secundários ou fontes informais, incluindo a descrição da metodologia utilizada, com 
justificativas. 
 
Ecossistemas Terrestres 
A caracterização e análise dos ecossistemas terrestres deverão abordar: 
- o mapeamento dos biótopos e ecótonos da área de influência, indicando as 
fitofisionomias e a florística; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 96 
- identificação das espécies faunísticas (em especial as endêmicas, raras, e 
ameaçadas de extinção, migratórias, bem como as de valor econômico e valor 
ecológico significativo), de seus habitats e biologia reprodutiva, destacando as 
espécies mais relevantes que utilizam áreas da bacia hidrográfica; 
- avaliação do grau de conservação dos corredores ecológicos na bacia 
hidrográfica (AAR) e as conexões existentes com outros fragmentos, com vistas a 
identificar as áreas a serem utilizadas para o suporte da fauna. 
- classificação das áreas de sensibilidade ambiental localizadas na bacia 
(AAR e AII), apresentação de relação contendo as unidades de conservação e áreas 
protegidas por legislação específica no âmbito federal, estadual e municipal, 
ressaltando os ecossistemas existentes e as espécies protegidas, além da distância 
ao empreendimento proposto. Essas informações deverão ser georreferenciadas e 
apresentadas em escala compatível, em mapa temático específico. 
- Avaliação da interferência do empreendimento nas espécies da fauna e 
flora, a partir de dados qualitativos, caracterizando as inter-relações com o meio. 
 
 
Ecossistemas Aquáticos 
Deverão ser caracterizados todos os ecossistemas nas áreas atingidas pelas 
intervenções do empreendimento, a distribuição, interferência e relevância na biota 
regional, por meio de levantamentos de dados primários e secundários, 
contemplando a sazonalidade regional e caracterizando os estudos com dados 
recentes, abordando: 
- a interferência do empreendimento na biota aquática da bacia (AAR), 
considerando a distribuição e diversidade das espécies de interesse comercial, das 
espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, bem como a perda de fontes de 
alimentação, dos locais de desova, de áreas de reprodução e criadouros naturais; 
- a importância da ictiofauna, principalmente as espécies reofílicas, 
identificando as rotas migratórias das espécies de maior relevância e prognosticando 
a sua perda, avaliando a possibilidade de formas de mitigação a partir da instalação 
de mecanismos de transposição e/ou preservação das rotas alternativas; 
- os principais tributários e as áreas úmidas, visando verificar ambientes de 
reprodução da biota aquática, em especial, das espécies migratórias; 
 
 
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 97 
- a interferência do empreendimento nos mamíferos aquáticos da bacia. 
Adicionalmente, deve-se caracterizar e georreferenciar as estações de 
coleta, justificando a escolha dos pontos e a metodologia de análise para cada 
parâmetro, o índice de similaridade entre os pontos de coleta e o tratamento 
estatístico aplicado. 
 
 
14.4.5.1.3 Meio Socioeconômico 
 
 
Deverá ser apresentado um diagnóstico socioeconômico, a partir de dados 
secundários, em que deverão constar os aspectos relacionados à dinâmica dos 
municípios, indicando a evolução, distribuição espacial e crescimento da população 
residente na área da bacia hidrográfica. A situação de infraestrutura dos mesmos, 
definições básicas quanto ao uso e ocupação dos solos na bacia, além de uma 
caracterização da estrutura produtiva regional. 
Populações Tradicionais, Remanescentes de Quilombos e Quilombos 
Especificamente para as comunidades quilombolas deverão ser adotadas questões 
que foram sugeridas pelos assistentes do Ministério Público Federal ainda em 1997, 
a saber: 
- Identificação e localização de Comunidades de Quilombos ao longo da 
Bacia Hidrográfica do Ribeira abordando: denominação; município; área; número de 
famílias; titulação (tipo e natureza) instância fundiária; 
- Levantamento detalhado sobre o Patrimônio Cultural Material: sítios com 
reminiscências históricas, História da Ocupação Econômica e Social na Região e 
sobre a Formação das Comunidades de Quilombo. 
- Levantamento detalhado e integrado sobre sistemas produtivos, formas 
solidárias de produção (troca e venda de dias, mutirão) produção agrícola, 
estratégias alternativas ao trabalho agrícola (assalariamento, jornada, empreitada), 
extrativismo, sazonal idade do emprego, migrações regionais. Condições atuais da 
organização social e perspectivas de reprodução social: descrição dos Quilombos e 
das Comunidades enquanto tais. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 98 
- Levantamento sobre os padrões culturais, rituais, festivos, hábitos 
alimentares, manifestações culturais relacionadas com o meio ambiente natural e 
sociorreligioso. 
- Perspectivas sobre o destino das Comunidades de Quilombo com a 
construção das Barragens. 
- Sugestões Alternativas dos Quilombolas e das Entidades Representativas. 
- As lutas locais. 
 
 
14.4.5.2 Área de Influência Direta 
 
 
14.4.5.2.1 Meio Físico 
 
 
Geologia e Geomorfologia 
Identificar e avaliar possíveis áreas de risco geotécnico e de fuga d’água, a 
partir do detalhamento geológico/geotécnico da área de influência direta do 
empreendimento e em especial, para o eixo da barragem e obras civis. 
Avaliar a interferência da implantação do empreendimento com os recursos 
minerais de interesse econômico cadastrados na área de influência direta. 
Identificar e avaliar os principais condicionantes/mecanismos de deflagração 
de escorregamentos, a partir da caracterização da dinâmica superficial e 
identificação de setores com diferentes graus de suscetibilidade a processos 
erosivos e deposicionais, mapeando as encostas quanto as suas declividades, 
indicando o tipo de solo/afloramento de rocha associado. Deverá ser avaliada a 
estabilidade das encostas em decorrência do regime de operação do reservatório. 
Avaliar a interferência do empreendimento com as unidades de paisagem, 
as cavidades e monumentos naturais cadastrados, identificando as áreas 
susceptíveis a dolinamento, caracterizando-a como área de risco. 
 
 
 
 
 
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 99 
 
Solos 
Analisar a suscetibilidade natural dos solos à erosão, bem como aptidão 
agrícola, silvicultural e uso atual dos mesmos,considerando a caracterização e 
descrição das classes dos solos, sua gênese e distribuição espacial na área de 
influência do empreendimento. 
 
Recursos Hídricos 
Caracterizar e avaliar o regime hidrológico dos cursos d’água da área de 
influência direta, a partir da análise das séries históricas de descargas líquidas. Essa 
avaliação deverá contemplar a estimativa de vazões de referência (Qmáx, Qmín, 
Qméd, Q7,10, Q90% e outras), variação dos níveis d’água e estudos sobre 
transporte de sedimentos nas calhas fluviais, identificando suas fontes e os locais de 
deposição. Essa avaliação deverá resultar na análise do balanço hídrico, tendo em 
vista os usos atuais e futuros desse recurso, bem como as exigências quantitativas e 
qualitativas desses usos. 
Avaliar o comportamento hidrológico do curso d’água considerando a 
intervenção do empreendimento nesse regime, bem como sua influência nos demais 
usos desse recurso. Nesse item deverá ser apresentada a regra de operação do 
empreendimento e suas alterações nos níveis d’água na barragem e a jusante 
dessas, observando as variações diárias e sazonais. 
Cálculo da vida útil do reservatório avaliando a sua viabilidade ambiental. 
Determinação da curva cota x volume e área inundada. 
Avaliar a potencialidade dos aquíferos existentes na área de influência do 
empreendimento, estudando, entre outros: 
- localização, natureza, litologia e estruturas geológicas condicionantes; 
- alimentação (inclusive recarga artificial), fluxo e descarga (natural e 
artificial); 
- profundidade dos níveis das águas subterrâneas, dando enfoque ao lençol 
freático; 
- relações com águas superficiais e com outros aquíferos; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 100 
Indicar as possíveis interferências do enchimento do reservatório sobre o 
nível do lençol freático, a partir de cadastramento de poços existentes e da rede de 
perfurações e sondagens e do modelamento do regime de fluxo de águas. 
Avaliar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, a partir de um 
refinamento dos dados obtidos no âmbito da bacia hidrográfica. Esse estudo deverá 
contar com análises de parâmetros físicos, químicos, bacteriológicos e 
hidrobiológicos, com a identificação das principais fontes de poluição – indicar as 
condições sanitárias e a presença de metais pesados. As estações, parâmetros e 
metodologias utilizados deverão ser apresentados e justificados, considerando a 
sazonalidade da região estudada. 
Deverá ser avaliada, também, a qualidade de água futura do reservatório e a 
jusante desses, considerando as fases de implantação e operação. Essa atividade 
deverá ser realizada a partir do uso de modelos matemáticos específicos. Essa 
previsão da qualidade de água deverá abordar também a possível dinâmica de 
eutrofização do reservatório relacionada à biomassa inundada e a carga potencial de 
nutrientes. 
Apresentar cadastro atualizado de usuários de água da AID, com 
representação em mapas. 
 
 
14.4.5.2.2 Meio Biótico 
 
 
Deverão ser caracterizados todos os ecossistemas nas áreas atingidas pelas 
intervenções do empreendimento, a distribuição, interferência e relevância na biota 
regional, por meio de levantamentos de dados primários e secundários, 
contemplando a sazonalidade regional e caracterizando os estudos com dados 
recentes. A metodologia referente ao esforço amostral deverá ser detalhada e os 
resultados deverão demonstrar compatibilidade com dados preexistentes. 
Todas as fontes de informação devem ser identificadas, assim como as 
principais publicações relativas à ecologia da região. Para o diagnóstico da fauna e 
flora, deverá ser indicada claramente a origem dos dados, a saber: dados primários, 
secundários ou fontes informais, incluindo a metodologia utilizada. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 101 
Adicionalmente, deve-se caracterizar e georreferenciar as estações de 
coleta, justificando a escolha dos pontos e a metodologia de análise para cada 
parâmetro, o índice de similaridade entre os pontos de coleta e o tratamento 
estatístico aplicado. 
Para os ecossistemas terrestres e aquáticos, identificar espécies vetores e 
hospedeiras de doenças, avaliando o seu potencial de proliferação com a 
implantação do empreendimento e propondo medidas de controle. 
 
Ecossistemas Terrestres 
A caracterização e análise dos ecossistemas terrestres deverão abordar: 
- O mapeamento dos biótopos da área de influência, indicando as 
fitofisionomias e a florística; 
- Identificação das espécies da fauna e flora que poderão ser objeto de 
resgate, para fins de elaboração de projetos específicos para conservação e 
preservação. 
- Identificação das áreas potenciais para fins de relocação da fauna que será 
resgatada, quando do desmatamento, avaliando sua capacidade de adaptação à 
nova área. 
 
Flora: 
- Realizar a caracterização e a elaboração de mapa das fitofisionomias da 
área de influência direta, contemplando o grau de conservação, os diferentes 
estratos vegetais (incluindo epífitas), os corredores e as conexões existentes com 
outros fragmentos. 
- Identificar as espécies raras endêmicas e ameaçadas de extinção 
atingidas, além daquelas de valor ecológico significativo, econômico, medicinal, 
faunístico e ornamental. 
- Elaborar estudos qualitativos e quantitativos da flora na área de influência 
direta, incluindo a composição florística e estudos fitossociológicos. Deverão ser 
contemplados todos os estágios sucessionais que se encontram as formações 
vegetais. 
- Realizar o inventário florestal, destacando áreas de preservação 
permanente, reservas florestais legais e áreas protegidas por legislação específica, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 102 
o volume madeira e galhadas a ser suprimido, bem como as áreas totais de cada 
fitofisionomia a ser suprimida e seu georreferenciamento. 
- Avaliar os efeitos ambientais causados pelo empreendimento em áreas 
protegidas por lei. 
- Quantificar a vegetação a ser suprimida no reservatório, a partir da 
utilização dos parâmetros: qualidade de água, áreas de reprodução da ictiofauna, 
beleza cênica, erodibilidade e declividade. Para a destinação da vegetação 
suprimida, apresentar procedimentos para o seu aproveitamento separando os 
diferentes estratos vegetacionais, discriminando o uso econômico e ecológico do 
material lenhoso. 
- Identificar a existência de extrativismo vegetal na área de estudo. 
- Avaliar o potencial de regeneração dos fragmentos na conservação das 
espécies nativas existentes. 
- Identificar as áreas com potencial para o estabelecimento de unidades de 
conservação e sítios ímpares de reprodução, considerando-se que tais áreas 
deverão ter a capacidade de manter espécies raras, endêmicas ou em extinção. As 
áreas prioritárias à aplicação da compensação ambiental deverão levar em conta os 
aspectos de similaridade entre o ecossistema impactado e as áreas recomendadas 
à compensação; 
- Avaliar os efeitos da elevação do lençol freático na vegetação 
remanescente na nova APP a ser formada, bem como na vegetação existente entre 
a cota máxima e mínima de operação. 
 
Fauna: 
Avaliar a interferência do empreendimento na fauna local, a partir de dados 
qualitativos e quantitativos, caracterizando as inter-relações com o meio, contendo: 
- identificação/mapeamento de habitats, territorialidade, biologia reprodutiva 
e alimentação de espécies bioindicadoras, que utilizam as áreas que serão 
atingidas; 
- inventário faunístico para os grupos de vertebrados (incluir quirópteros) e 
para alguns grupos de invertebrados (bioindicadores), informando o tipo de registro 
– pegada, visualização, entrevista (...), com indicação do esforço de amostragem e 
curva do coletor para cada grupo; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 103 
- listagem das espécies, destacando as raras, endêmicas, migratórias, 
vulneráveis, ameaçadas de extinção, de interesse científico, de valor econômico e 
alimentício, as não descritaspreviamente para a área estudada, ou as não descritas 
pela ciência, além de informar o tipo de registro; 
- levantamento de espécies vetores e hospedeiras de doenças. 
Selecionar, para amostragem, os locais mais preservados da região, 
identificando as fitofisionomias. O levantamento da fauna para inventário deverá 
contemplar a sazonalidade e ser realizado em pelo menos quatro áreas distintas de 
cada fitofisionomia, sendo duas delas, ao longo das margens do futuro reservatório. 
 
 
Ecossistemas Aquáticos 
Apresentar e justificar os parâmetros selecionados que serão posteriormente 
utilizados para monitorar as comunidades por meio de bioindicadores adequados de 
alterações ambientais. 
Avaliar a interferência específica do empreendimento na ictiofauna, 
considerando as composições, distribuição e diversidade das espécies de interesse 
comercial, as reofílicas, as endêmicas e em extinção. Abordando a perda das fontes 
de alimentação, locais de desova, de reprodução e de criadouros naturais, bem 
como a alteração na produção pesqueira e o esforço de pesca. Destacar as 
espécies introduzidas e de uso antrópico. 
Avaliar a interferência do empreendimento nas comunidades aquáticas 
considerando preliminarmente o levantamento do fito e zooplanctôn, bentos, nécton 
e macrófitas. Deverão ser abordadas as riquezas, diversidade e similaridades, 
contemplando ainda densidades populacionais das espécies identificadas e a sua 
diversidade, identificação e localização de lagoas marginais, naturais ou artificiais, 
relacionando-as aos sítios de alimentação e de reprodução ou pontos de introdução 
de espécies exóticas. Os pontos amostrais deverão coincidir com aqueles previstos 
para monitorar a qualidade de água. 
Avaliar a possível proliferação de espécies vetores ou hospedeiras de 
doenças, bem como das principais plantas aquáticas e subaquáticas, na região. 
Localizar as áreas que se destacam por manter maiores adensamentos de plantas 
aquáticas, identificando as espécies existentes. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 104 
Avaliar a permanência de espécies migratórias da ictiofauna, por meio de 
estudos de biologia reprodutiva nos tributários, bem como de medidas de proteção 
(mecanismos de transposição). 
Avaliar a interferência do empreendimento nos mamíferos aquáticos da 
bacia. Estudar os deslocamentos efetuados pelas referidas espécies e o possível 
isolamento ocasionado pelo barramento. Avaliar a utilização de mecanismos de 
transposição para estas espécies. 
 
 
14.4.5.2.3 Meio Socioeconômico 
 
 
Deverá ser conduzida uma pesquisa socioeconômica, a partir de dados 
primários e secundários, entrevistas qualificadas, onde deverão constar os aspectos 
abaixo relacionados. 
 
Dinâmica Populacional 
Avaliar os aspectos socioeconômicos da região, utilizando indicadores 
básicos para análise do comportamento demográfico, demonstrados por meio de 
sua evolução, distribuição-espacial e crescimento da população residente nas áreas 
de influência. 
Infraestrutura 
Descrever a situação das áreas de influência, visando à atualização de 
dados por meio da avaliação do quadro atual da infraestrutura de saúde, educação, 
segurança, transporte, comunicação, lazer, sistema viário principal, rede de energia 
elétrica, rede de abastecimento de água e de saneamento básico, entre outros. 
 
Uso e Ocupação do Solo 
Avaliar os principais usos do solo nas áreas de influência direta e a 
paisagem por meio de análise descritiva e mapeamento, contemplando aspectos 
que envolvam áreas urbanas e de expansão, culturas sazonais, permanentes, 
pastagens naturais e\ou cultivadas, matas e outras tipologias de vegetação natural. 
E outros tipos introduzidos, infraestrutura existente quanto ao sistema viário, pontos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 105 
de travessias, unidades de conservação, estrutura fundiária indicada segundo o 
módulo fiscal local, as áreas de colonização ou ocupadas sem titulação e áreas 
ocupadas por populações tradicionais. 
 
Caracterização Socioeconômica das Comunidades Afetadas 
Analisar o conjunto das propriedades nas comunidades urbanas e rurais 
afetadas, inclusive dos proprietários não residentes, definindo os padrões da 
ocupação, por meio de levantamentos qualitativos e quantitativos em amostras 
representativas desse universo. Avaliando as condições de habitação, a dimensão 
das propriedades, o regime de posse e uso da terra, o nível tecnológico da 
exploração, as construções, benfeitorias e equipamentos. As principais atividades 
desenvolvidas e áreas envolvidas, a estrutura da renda familiar e resultados da 
exploração econômica, o preço de terras e de benfeitorias e a participação das 
comunidades em atividades comunitárias e de associativismo. 
 
Estrutura Produtiva e de Serviços 
Avaliar a economia regional, abordando as atividades urbanas e não as 
urbanas, presentes nas áreas de influência, caracterizando os aspectos gerais do 
processo de ocupação, com ênfase no período recente, os grandes vetores ou eixos 
de crescimento econômico, a caracterização da economia regional, a identificação 
dos tipos de mão de obra necessários, os empregos diretos e indiretos a serem 
gerados pelo empreendimento. 
 
Patrimônio Histórico, Cultural, Paisagístico e Arqueológico 
Avaliar e identificar, na área de influência direta, a evolução histórica dos 
municípios, os bens imóveis de interesse histórico-cultural, os recursos físico-
bióticos culturalmente valorizados pela população local (paisagístico, espeleológico 
e ecológico) e as áreas de valor arqueológico. 
 
Comunidades Indígenas, Ribeirinhas e Quilombolas 
Identificar as comunidades ribeirinhas, quilombolas, terras indígenas - 
quando couberem, grupos e aldeias existentes na área de influência direta do 
empreendimento. Apresentar a localização geográfica e vias de acesso, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 106 
caracterizando as populações atuais, avaliando os fatos históricos, descrevendo a 
vulnerabilidade a partir do planejamento, construção e operação do 
empreendimento, considerando todas as possíveis pressões sobre as comunidades. 
 
 
Planos e projetos colocalizados 
Avaliar os planos e projetos que se inserem nas áreas de influência e que 
possam sofrer interferências com o empreendimento, ou que possuam algum efeito 
sobre o mesmo. 
 
 
14.4.6 Análise Integrada 
 
 
Após o diagnóstico de cada meio, deverá ser elaborada uma síntese que 
caracterize a área de influência do empreendimento de forma global. Essa deverá 
conter a interação dos itens de maneira a caracterizar as principais inter-relações 
dos meios físico, biótico e socioeconômico. 
Deverá ser realizada uma análise das condições ambientais atuais e suas 
tendências evolutivas, explicitando as relações de dependências e/ou de sinergia 
entre os fatores ambientais anteriormente descritos, de forma a se compreender a 
estrutura e a dinâmica ambiental da bacia hidrográfica, contemplando projetos 
implantados ou futuros. Esta análise terá como objetivo fornecer dados para avaliar 
e identificar todos os impactos decorrentes do empreendimento, bem como a 
qualidade ambiental futura da região. 
 
 
14.4.7 Prognóstico Ambiental 
 
 
O prognóstico ambiental (meios físico, biótico e socioeconômico) deverá ser 
elaborado considerando-se as alternativas de execução e de não execução do 
empreendimento, sendo esta última baseada na identificação e avaliação dos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 107 
impactos ambientais. Este prognóstico deverá considerar, também, a proposição e a 
existência de outros empreendimentos inventariados na bacia do rio Madeira, 
contemplando os efeitos sinérgicos entre os empreendimentos propostos ou que já 
operam na respectiva bacia hidrográfica. 
A partir da análise integrada, principalmente do diagnóstico da qualidade 
ambiental, devem ser elaborados quadros prospectivos, tendências para a região, 
considerando um horizonte temporal como empreendimento e outro considerando a 
sua não implantação. Comparar esses dois quadros prospectivos entre si e também 
com um quadro de diagnóstico de qualidade ambiental atual. Uma vez considerada 
a implantação do projeto e a execução das medidas de controle da qualidade 
ambiental que serão propostas, bem como o desenvolvimento dos programas 
ambientais, deverá ser feita uma nova reavaliação do impacto global do projeto na 
sua área de inserção. Buscando-se sempre a perspectiva de efeitos cumulativos 
sinérgicos da implantação de empreendimentos elétricos em uma bacia hidrográfica. 
 
 
14.4.7.1 Prognóstico das condições ambientais na ausência do empreendimento 
 
 
Este tópico é uma síntese realizada a partir das tarefas constituintes do item 
precedente – diagnóstico – devendo representar um quadro sintético das tendências 
ambientais futuras da região. Dessa forma, com base no inventário dos fatores 
físicos, bióticos e socioeconômicos, deverá ser feita, basicamente, uma projeção do 
nível de apropriação futura dos recursos naturais do meio físico, do estado de 
conservação da biota e do perfil da população humana na área. Alicerçado nas 
possibilidades de desenvolvimento econômico, considerando-se a hipótese de não 
implantação do empreendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 108 
 
 
14.4.7.2 Prognóstico das condições ambientais com o empreendimento 
 
 
Em função do conhecimento do projeto e do diagnóstico ambiental, serão 
identificados os fatores a serem impactados pelas ações do empreendimento. Para 
qualquer tipo de abordagem, deve-se realizar uma avaliação e discussão de todos 
os aspectos ambientais do empreendimento envolvendo, inclusive, os impactos não 
quantificáveis de forma precisa, ou seja, aqueles que deverão sofrer uma análise 
apenas qualitativa. E a avaliação quantitativa com maior profundidade dos impactos 
mais importantes gerados pelo empreendimento na área diretamente afetada, em 
função da suscetibilidade ambiental diagnosticada. Os resultados deverão surgir da 
comparação entre os fatores ambientais mais significativos e as ações a serem 
geradas pelo empreendimento. 
Os fatores ambientais a serem impactados serão determinados a partir do 
diagnóstico ambiental e abrangerão os meios físico, biótico e antrópico. Uma vez 
caracterizado o elenco de impactos suscetíveis de ocorrerem devido à implantação 
do Projeto, estes devem ser agregados, de forma a permitir análise das 
consequências ambientais das diversas ações do empreendimento. 
O prognóstico ambiental constitui-se em uma etapa onde, a partir do 
diagnóstico e dos elementos constituintes do empreendimento, delineiam-se 
quadros prospectivos de uma qualidade ambiental futura e se estabelece o impacto 
ambiental. 
 
 
14.4.8 Identificação e avaliação de impactos ambientais 
 
 
A avaliação de impacto ambiental deverá levar em consideração os diversos 
fatores e seus tempos de incidência (abrangência temporal) nas fases de 
implantação e operação do empreendimento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 109 
Essa avaliação deverá abranger os impactos benéficos e adversos do 
empreendimento, determinando-se uma projeção dos impactos imediatos, a médio e 
em longo prazo; temporários, permanentes e cíclicos; reversíveis e irreversíveis; 
locais, regionais e estratégicos. A mesma deverá, ainda, levar em consideração as 
condições do meio ambiente na fase anterior às obras, bem como os impactos que 
não possam ser evitados ou mitigados de modo a permitir um prognóstico das 
condições emergentes. 
Deverão ser consideradas, na elaboração deste prognóstico, as condições 
emergentes com e sem a implantação do empreendimento, conduzindo à 
proposição de medidas destinadas ao equacionamento dos impactos ambientais 
decorrentes da formação do reservatório. 
Na apresentação dos resultados, deverão constar: 
- a metodologia de identificação dos impactos e os critérios adotados para a 
interpretação e análise de suas interações; 
- a valoração, magnitude e importância dos impactos; 
- uma descrição detalhada dos impactos sobre cada fator ambiental 
relevante, considerado no diagnóstico ambiental; 
- uma síntese conclusiva dos principais impactos que poderão ocorrer nas 
fases de implantação e operação, acompanhada de suas interações. 
 
 
14.4.8.1 Impactos existentes 
 
 
Deverá ser apresentada uma análise dos impactos ambientais já existentes 
na bacia hidrográfica, em função dos aproveitamentos projetados, já implantados ou 
em fase de implantação, de forma a possibilitar um planejamento e integração 
efetiva das medidas a serem adotadas para mitigar efeitos sinérgicos entre os 
empreendimentos. 
Para esses levantamentos, é necessária a utilização de dados primários e 
secundários já disponíveis nos órgãos ambientais, bem como em outras fontes 
necessárias a consolidação das informações. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 110 
 
 
14.4.9 Medidas Mitigadoras, compensatórias e programas de controle e de 
monitoramento 
 
 
Com base na comparação do prognóstico das condições emergentes 
obtidas a partir do diagnóstico ambiental, deverão ser avaliados os impactos 
potenciais e as medidas recomendadas que venham a minimizá-los, maximizá-los, 
compensá-los ou eliminá-los. 
Essas medidas devem ser implantadas visando tanto à recuperação quanto 
a conservação do meio ambiente, bem como o maior aproveitamento das novas 
condições a serem criadas pelo empreendimento, devendo ser consubstanciadas 
em programas. 
As medidas mitigadoras e compensatórias deverão ser consideradas quanto: 
- ao componente ambiental afetado; 
- a fase do empreendimento em que deverão ser implementadas; 
- ao caráter preventivo ou corretivo de sua eficácia; 
- ao agente executor, com definição de responsabilidades; 
Na implementação das medidas, em especial aquelas vinculadas ao meio 
socioeconômico, deverá haver uma participação efetiva da comunidade diretamente 
afetada, bem como dos parceiros institucionais identificados, buscando-se, desta 
forma a inserção regional do empreendimento, o que será possibilitado por meio dos 
procedimentos de comunicação social. 
Deverão ser propostos programas integrados para monitoração ambiental da 
área de influência, com o objetivo de acompanhar a evolução da qualidade 
ambiental e permitir a adoção de medidas complementares de controle. Esta etapa 
marca a consolidação dos Estudos de Impacto Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 111 
 
 
14.4.10 Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 
 
 
As informações técnicas geradas no estudo de Impacto Ambiental - EIA 
deverão ser apresentadas em um documento em linguagem acessível ao público, 
que é o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, em conformidade com a Resolução 
CONAMA nº 001/86. Este relatório deverá ser ilustrado por mapas, quadros, gráficos 
e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender 
claramente as consequências ambientais do projeto e suas alternativas, 
comparando as vantagens e desvantagens de cada uma delas. 
Deverá ser encaminhado 01 exemplar do EIA/RIMA para cada OEMA 
participante do processo de licenciamento, 03 para o IBAMA, 01 para cada Gerência 
Executiva do IBAMA nos estados, 01 para a FUNASA, 01 para o IPHAN, 01 para a 
Fundação Palmares e 01 exemplar para cada prefeitura, todos seguidos de cópias 
digitais. 
 
 
14.4.11 Equipe Técnica 
 
 
Deverá ser apresentada a equipe técnica multidisciplinar responsável pela 
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental, 
indicando a área profissional e o número de registro no respectivo conselho de 
classe e no Cadastro Técnico Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 112 
 
 
14.4.12 Bibliografia 
 
 
O EIA/RIMA deverá conter a bibliografia consultada, a qual deverá ser 
especificada por área de abrangência do conhecimento e referenciada segundo asnormas de publicação de trabalhos científicos da ABNT. 
 
 
14.4.13 Glossário 
 
 
O EIA/RIMA deverá conter uma listagem dos termos técnicos utilizados no 
estudo. 
 
 
14.4.14 Autenticação 
 
 
O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental deverão 
conter data e assinaturas dos profissionais responsáveis por sua elaboração, sendo 
que um exemplar de cada deve ter todas as páginas rubricadas. 
 
 
 
15 ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
 
Os estudos de impacto ambiental envolvem o desenvolvimento de um 
conjunto de atividades em certa ordem, o que não implica que sejam realizadas 
necessariamente uma após as outras. De fato, algumas são interdependentes e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 113 
outras se processam ao longo de todo o estudo, podendo ser aperfeiçoadas à 
medida que os trabalhos se desenvolvam. 
Uma das primeiras atividades multidisciplinares importantes do EIA-RIMA, 
após as descrições do empreendimento e dos planos governamentais para a região, 
é a delimitação das áreas de influência do projeto, para que se possa dar início ao 
levantamento da legislação ambiental aplicada a todo o diagnóstico atualizado. Isso 
significa conhecer os componentes ambientais e suas interações, caracterizando a 
situação ambiental dessa área antes da implantação do projeto. O mais importante 
disso é que estes resultados servirão de base à execução das demais atividades. 
Outra questão importante a ser comentada é a disponibilidade e organização 
dos dados necessários. Informações cartográficas atualizadas, em escalas 
adequadas, e informações de qualidade, completas e atualizadas, referentes ao 
meio físico, biológico e socioeconômico. São muitas vezes difíceis de serem obtidas 
(principalmente quando estes dados referem-se a regiões pouco estudadas e/ou 
bibliotecas e centros de informações dos órgãos/Instituições governamentais locais 
que não apresentam uma infraestrutura conveniente). Pode ocorrer também a 
dispersão deste material em instituições diferentes e, em geral, trabalhadas e 
armazenadas de acordo com os objetivos específicos dessas instituições, 
dificultando a adaptação desses dados nos respectivos projetos a serem realizados. 
 
 
15.1 TÉCNICAS E METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
 
Com a publicação do NEPA (National Environmental Policy Act of 1969), foi 
estabelecido formalmente, nos Estados Unidos, o processo de Avaliação de Impacto 
Ambiental. Desde então, começaram a serem desenvolvidos vários tipos de 
métodos com o objetivo de sistematizar as análises realizadas, utilizando-se, 
geralmente, de técnicas correntes de outras áreas do conhecimento. 
Mesmo que a maioria dos trabalhos de análise de impacto ambiental tenha 
sido elaborada nos EUA, o interesse do assunto desenvolve-se tanto nos países 
industrializados quanto nos países em desenvolvimento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 114 
As metodologias de avaliação são mecanismos estruturados para comparar, 
organizar e analisar informações sobre impactos ambientais de um projeto, incluindo 
os meios de apresentação escrita e visual dessas informações. 
Devido à variedade de métodos de AIA existentes, sendo que muitos deles 
não são compatíveis com as condições socioeconômicas e políticas do Brasil faz-se 
necessário que sejam escolhidos sob as próprias condições, muitas vezes, até 
adequando-os por meio de alterações e/ou revisões, para que sejam 
verdadeiramente úteis na tomada de decisão de um projeto. Fica, portanto, a critério 
de cada equipe técnica a seleção dos métodos mais apropriados, ou parte deles, de 
acordo com as atividades escolhidas. 
Assim sendo, a definição da metodologia de avaliação de impactos 
ambientais consiste em definir os procedimentos lógicos, técnicos e operacionais 
capazes de permitir que o processo, antes referido, seja completado. 
Há, basicamente, as diferentes linhas metodológicas desenvolvidas para a 
avaliação de impactos ambientais: Metodologias espontâneas (Ad hoc), Listagens 
(Check-list), Matrizes de interações, Redes de interações (Networks), Metodologias 
quantitativas, Modelos de simulação, Mapas de superposição (Overlays), Projeção 
de cenários, entre outras. 
Está cada vez mais, tornando-se consolidada a necessidade de análises e 
avaliações abrangentes dos impactos gerados por projetos, planos, programas e 
políticas. Dessa forma, as metodologias para AIA desenvolvidas nos últimos tempos 
foram e são, em todos os países, resultados desse tipo de necessidade. 
Serão identificadas, a seguir, metodologias cujos princípios possam ser 
utilizados ou adaptados às condições específicas de cada estudo ambiental e de 
cada realidade local e nacional. 
 
A) Metodologias Espontâneas (Ad Hoc) 
São métodos baseados nas experiências (conhecimentos empíricos) de 
pesquisadores do assunto e/ou da área em questão. Estas metodologias, se 
utilizadas isoladamente, deverão desenvolver a avaliação de impactos ambientais de 
forma simples, objetiva e de maneira dissertativa. São ajustadas para casos com 
escassez de dados, fornecendo orientação para outras avaliações. Os impactos são 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 115 
identificados geralmente por meio de conjunto de ideias, caracterizando-os e 
sintetizando-os em seguida por meio de tabelas ou matrizes. 
Apresentam como vantagem uma estimativa rápida da evolução de impactos 
de forma organizada, facilmente acessível pelo público. Entretanto, não realizam um 
exame mais detalhado das interferências e variáveis ambientais envolvidas, 
normalmente considerando-as de forma bastante subjetiva, qualitativa e pouco 
quantitativa. 
 
B) Metodologia de Listagem (Check-list) 
A listagem representa um dos métodos mais usados em Avaliações de 
Impactos Ambientais. Consiste na identificação e ordenações dos impactos, a partir 
do diagnóstico ambiental realizado por especialistas dos meios físico, biótico e 
antrópico. Os especialistas deverão relacionar os impactos decorrentes das fases de 
implantação e operação do empreendimento, classificando-os em positivos ou 
negativos, conforme o tipo da transformação antrópica que esteja sendo inserida no 
sistema analisado. 
Os métodos check-lists são relações padronizadas de fatores ambientais 
dos quais se identificam os impactos produzidos por um projeto específico. Existem 
hoje várias listas padronizadas por tipo de projetos (projetos hídricos, autoestradas, 
etc.) além de listas computadorizadas como o programa Meres, do Departamento de 
Energia dos Estados Unidos, que calcula a emissão de poluentes a partir de 
especificações sobre a natureza e o tamanho do projeto. 
Em algumas vezes a metodologia pode ser apresentada sob forma de 
questionário a ser respondido, para direcionar a avaliação a ser realizada. Esta 
metodologia apresenta como proveito seu emprego imediato na avaliação qualitativa 
de impactos mais importantes. Porém, por não considerar relações de causa/efeito 
entre os impactos (sequência de alterações desencadeadas a partir de uma ação 
impactante), é apenas adequada em avaliações iniciais. Pode, de forma limitada, 
agrupar escalas de valores e ponderações. 
C) Matrizes de Interações 
As matrizes de interações são técnicas bidimensionais que relacionam 
ações com fatores ambientais. Apesar de incorporar parâmetros de avaliação, são 
métodos basicamente de identificação. As matrizes iniciaram-se a partir das 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 116 
tentativas de suprir as deficiências das listagens (check-list). A mais disseminada 
nacional e internacionalmente, foi a Matriz de Leopold, elaborada em 1971 para o 
Serviço Geológico do Interior dos EUA. Essa matriz foi projetada para avaliação de 
impactos associados a quase todos os tipos de implantação de empreendimentos. 
A Matriz de Leopold basicamente consiste em, primeiramente, destacar 
todas as possíveis interações entre as ações e os fatores, para em seguida 
estabelecer,em uma escala de 1 a 10, a dimensão e a importância de cada impacto, 
identificando se é positivo ou negativo. Sendo a valoração da magnitude 
relativamente objetiva ou empírica, porque se refere ao grau de mudança provocada 
pela ação sobre o fato ambiental, a pontuação da importância é subjetiva ou 
normativa uma vez que envolve imputação de peso relativo ao fator afetado na 
esfera do projeto. 
Torna-se um dos pontos mais críticos das matrizes e dos demais métodos 
quantitativos, o estabelecimento destes pesos a matriz de Leopold pode ser criticada 
neste sentido, porque em sua concepção primeira não explicita claramente as bases 
dos cálculos das escalas de pontuação de importância e da magnitude. Podem ser 
apontados, também, outros aspectos criticáveis, como a não identificação, 
analogamente às check-lists, das inter-relações entre os impactos, o que pode levar 
a dupla contagem ou à subestimativa dos mesmos, bem como o pouco destaque 
atribuído aos fatores sociais e culturais. 
Um ponto muito discutido no uso deste tipo de técnica é a importância ou 
não de se calcular um índice global de impacto ambiental resultante da soma 
ponderada (magnitude x importância) dos impactos específicos. Diante das 
diferentes naturezas dos impactos, alguns pesquisadores defendem a não 
contabilização de índice global, recomendando a elaboração de matrizes para 
diversas alternativas e a comparação entre as mesmas em nível de cada efeito 
significativo específico. De qualquer forma, é importante salientar que o índice global 
só poderá ser calculado se houver compatibilização entre as escalas utilizadas para 
os vários impactos, já que apenas escalas de intervalo ou razão estão sujeitas a 
manipulação matemática. Dessa forma, efeitos medidos em escalas nominais ou 
ordinais deverão ser convertidos naquele tipo de escala. Como a matriz de Leopold 
não especifica, em princípio, as bases de cálculo das escalas, a contabilização do 
índice, apesar de útil para indicar o grau completo de impacto de um determinado 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 117 
empreendimento, não é aconselhável, a não ser que sejam incorporadas as 
considerações acima mencionadas. 
As matrizes atuais, baseadas na matriz de Leopold, correspondem a uma 
listagem bidimensional para identificação de impactos, permitindo, ainda, a 
imputação de valores de proporção e importância para cada tipo de impacto. Os 
impactos positivos e negativos de cada meio (físico, biótipo e antrópico) são 
localizados no eixo vertical da matriz, de acordo com a fase em que se encontrar o 
empreendimento (implantação e/ou operação), e com as áreas de influência (direta 
e/ou indireta). Sendo que alguns impactos podem ser localizados, tanto nas fases de 
implantação e/ou operação, como nas áreas direta e/ou indireta do empreendimento, 
com valores diferentes para alguns de seus atributos respectivamente. Cada 
impacto é, então, localizado na matriz por meio (biótico, antrópico e físico), e cada 
um contém subsistemas distintos no eixo vertical, sobre o qual os impactos são 
avaliados nominal e ordinalmente, de acordo com seus atributos. 
Os atributos de impacto, com suas escalas: nominal (atribuindo 
qualificações, por exemplo, alto, médio e baixo) e ordinal (atribuindo uma ordenação 
hierarquizada – por exemplo, primeiro, segundo e terceiro graus), possibilitam uma 
melhora da análise qualitativa, como se destaca a seguir: 
- Tipo de ação – primária, secundária e enésima; definidas respectivamente 
como uma simples relação de causa e efeito – como reação secundária em relação 
à ação, quando faz parte de uma cadeia de reações, ou como uma relação enésima 
em relação à ação. 
- Ignição – imediata, médio prazo e longo prazo; definidas como imediata 
quando o efeito surge simultaneamente com a ocorrência da ação; e, quando o 
efeito se manifesta com certa defasagem de tempo em relação à ação, esta variação 
é considerada como de médio ou longo prazo. 
- Sinergia e criticidade – alta, média e baixa; definidas como o nível de 
interatividade entre os fatores, de modo a aumentar o poder de modificação do 
impacto. 
- Extensão – maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica; definidas 
respectivamente quando o impacto sobre o subsistema abrange uma área maior, 
igual ou menor do que a bacia hidrográfica em questão. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 118 
- Periodicidade – permanente, variável e temporária; definidas 
respectivamente quando os efeitos não cessam de se manifestar enquanto durar a 
ação, ou quando não se tem conhecimento preciso de quanto tempo vai durar um 
determinado efeito e, ainda, quando o efeito tem duração limitada. 
- Intensidade – alta, média e baixa; definidas pela quantificação da ação 
impactante. 
Os estudos nominais e ordinais dos atributos são utilizados para 
determinação da dimensão e importância dos impactos, sendo a dimensão definida 
como a medida de gravidade de alteração do valor de um parâmetro ambiental. 
Dessa maneira, a dimensão é a soma dos valores determinados para os atributos 
extensão, periodicidade e intensidade. Já a importância do impacto é a medida de 
significância de um impacto. Logo, a importância é o resultado da soma dos valores 
de dimensão e dos atributos de ação, ignição e criticidade. 
Os componentes de cada fase do empreendimento e por área de influência 
apresentam também uma dimensão e importância médias de impactos positivos e 
negativos que são calculados. Portanto, a magnitude por meio (físico, biótico e 
antrópico, ou socioeconômico) é a média das dimensões totais, e a importância dos 
impactos em cada meio é representada pela média das importâncias totais de cada 
subsistema ambiental. 
O método permite uma fácil compreensão dos resultados; aborda fatores 
biofísicos e sociais; acomoda dados qualitativos e quantitativos, além de fornecer 
boa orientação para o prosseguimento dos estudos e introduzir multidisciplinaridade. 
 
D) Redes de Interações (Network) 
Esse método estabelece uma sequência de impactos ambientais a partir de 
uma determinada intervenção, utilizando método gráfico. A rede mais difundida e 
conhecida é a de Sorensen (1974). Há outros sistemas de redes, como o método 
CNYRPAB (utilizado com frequência nos EUA), o Bereano (no Alasca) e 
considerações do Banco Mundial sobre redes de interações modificadas, como 
muitas utilizadas no Brasil. 
As redes têm por objetivo as relações de precedência entre ações praticadas 
pelo empreendimento e os consequentes impactos de primeira e demais ordens. 
Apresentam como vantagens o fato de permitirem uma boa visualização de impactos 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 119 
secundários e demais ordens, principalmente quando computadorizadas, e a 
possibilidade de introdução de parâmetros probabilísticos, mostrando tendências. 
Visam, também, a orientar as medidas a serem propostas para o 
gerenciamento dos impactos identificados, isto é, recomendar medidas mitigadoras 
que possam ser aplicadas já no momento de efetivação das ações causadas pelo 
empreendimento e propor programas de manejo, monitoramento e controle 
ambientais. 
 
E) Metodologias Quantitativas 
Os métodos quantitativos pretendem relacionar valores às considerações 
qualitativas que possam ser estabelecidas quando da avaliação de impactos de um 
projeto. Um dos métodos quantitativos mais importantes foi o apresentado pelo 
Batelle Columbus Laboratories, em 1972, para o US Bureau of Reclamation. 
O método utiliza, basicamente, indicadores de qualidade ambiental 
representados por gráficos que relacionam o estado de determinados segmentos 
ambientais a um estado de qualidade variando de 0 a 1. Os indicadores são 
denominados como parâmetros, oferecendo 71 gráficos de qualidade ambiental a 
eles relacionados. Utiliza ainda um peso relativo para cada fator, comparando-os 
sob um julgamento subjetivo. Por fim estipula, para cada parâmetro considerado. A 
diferença,entre o referido produto e o peso relativo do parâmetro considerado na 
fase anterior ao empreendimento e o produto verificado em cada fase do 
empreendimento (implantação e operação), determina os impactos que poderão ser 
gerados pelo projeto. A determinação do grau de impacto líquido para cada 
parâmetro ambiental é dada pela expressão: 
Onde: 
UIA = unidade de impacto ambiental 
UIP = unidade de importância 
QA = índice de qualidade ambiental 
A contabilização final é feita por meio do cálculo de um índice global de 
impacto, dado pela diferença entre a unidade de impacto ambiental total com a 
realização do projeto e a unidade de impacto ambiental sem a realização do projeto, 
ou seja: 
a) UIA com projeto – UIA sem projeto = UIA por projeto 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 120 
b) UIA = UIP x QA 
O método Batelle apresenta a vantagem de prover os analistas com boas 
informações para caracterizar uma dada situação ambiental, com termos de 
previsão dos impactos que possam ser gerados. A subjetividade do método pode ser 
diminuída pelo uso de técnicas Delphi, utilizando equipes multidisciplinares. 
 
F) Modelos de Simulação 
São modelos relacionados à inteligência artificial ou modelos matemáticos, 
destinados a representar tanto quanto possível o comportamento de parâmetros 
ambientais ou as relações e interações entre as causas e os efeitos de 
determinadas ações. São bastante úteis em projetos de usos múltiplos e podem ser 
utilizados mesmo após o início de operação de um projeto. São, assim, capazes de 
processar variáveis qualitativas e quantitativas e incorporar medidas de magnitude e 
importância de impactos ambientais. Podem se adaptar a diferentes processos de 
decisão e facilitar o envolvimento de vários participantes no referido processo. 
Requer pessoal técnico e experiente, bem como exigem programas e emprego de 
equipamentos apropriados e dispendiosos. 
Entretanto, observam-se, por vezes, dificuldades quanto à comunicação e 
consequente entendimento do público, gerando imperfeições para futuras decisões. 
Observa-se a existência de limite de variáveis a serem estudadas, sendo 
necessário, portanto qualidade de dados para alimentação dos modelos. 
 
 
G) Mapas de Superposição (Overlay Mapping) 
As técnicas cartográficas são utilizadas na localização/extensão de 
impactos, na determinação de aptidão e uso de solos, na resolução de áreas de 
relevante interesse ecológico, cultural, arqueológico, socioeconômico; logo, em 
zoneamentos e gerenciamentos ambientais. Perfeitamente adaptável a diagnósticos 
e avaliações ambientais, tal metodologia consiste na confecção de uma série de 
cartas temáticas, uma para cada compartimento ambiental. 
Esses mapas desenhados em material transparente, quando sobrepostos, 
orientam os estudos em questão. Estas cartas se interagem para produzir a síntese 
da situação ambiental de uma área geográfica, podendo ser elaboradas de acordo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 121 
com os conceitos de vulnerabilidade ou potencialidade dos recursos ambientais 
(segundo se desejam obter cartas de restrição ou de aptidão do solo). Essa 
metodologia é útil para a localização de conflitos de uso e outras questões de 
dimensão espacial, como a comparação entre alternativas a serem analisadas num 
Estudo de Impacto Ambiental de um determinado empreendimento. 
 
H) Projeção de Cenários 
O método de Projeção de Cenários está baseado na análise de situações 
ambientais prováveis em termos de evolução de um ambiente (cada situação 
corresponde a um cenário) e/ou de situações hipotéticas, referentes a situações 
diferenciadas geradas por proposição de alternativas de projetos e programas. 
Tem por objetivo orientar as autoridades governamentais no cumprimento de 
suas metas de longo prazo, por meio de indicadores de tendências prováveis. As 
variáveis a serem analisadas terão maior ou menor grau de influência na 
determinação dos estudos futuros dos sistemas ambientais. Os cenários surgem a 
partir da ação contínua do(s) planejador(es) e do ambiente a ser estudado, incluídos 
aí fatores naturais e de externalidades. 
Os cenários podem ser classificados em três categorias: 
1. Cenários evolutivos e antecipatórios – Os cenários evolutivos 
descrevem as trajetórias do sistema em estudo, desde o presente até um horizonte 
dado, procurando ver as consequências de decisões tomadas hoje e no futuro 
próximo. Já os cenários antecipatórios descrevem um estado futuro do sistema, 
omitindo considerações de como chegar lá. 
2. Cenários tendenciais e cenários alternativos – A distinção entre 
tendências e alternativas está no escopo da análise. Nos cenários tendenciais, 
políticas e situações não diferem radicalmente das tradicionais; para alternativos, no 
entanto, procura-se investigar possibilidades estruturalmente distintas daquelas. 
3. Cenários exploratórios e cenários normativos – Os cenários 
exploratórios procuram, para uma dada situação, analisar as consequências de 
várias políticas escolhidas a priori ou de maneira interativa; ao contrário, os 
normativos estabelecem as consequências desejadas e procuram determinar, para 
cada situação, que políticas permitem atingir a meta desejada. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 122 
Na construção de cenários, os referidos autores apontam como primeira 
etapa a construção de uma base, ou seja, a imagem do estado atual do sistema a 
partir da qual o estudo prospectivo pode se desenvolver. Quando este método é 
adaptado para os Estudos de Impacto Ambiental, o que ocorre é a elaboração de 
alguns tipos básicos de estudo: os cenários das alterações ambientais com e sem a 
implantação e/ou operação do empreendimento em questão e as alternativas 
construtivas do referido projeto. 
Uma dificuldade que o uso de cenários apresenta é a necessidade de filtrar 
apenas as hipóteses plausíveis, o que exige o estabelecimento arbitrário de grande 
quantidade de coeficiente de impacto entre os eventos e as variáveis e políticas 
consideradas, normalmente condicionadas à probabilidade ou níveis de coerência. 
 
 
 
FIM DO MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
 
 
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 125 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
16 APLICABILIDADE DA AIA 
 
 
Com o advento da Revolução Industrial, o mundo passou por grandes 
transformações, seja no campo tecnológico, como no aproveitamento de seus 
recursos naturais. Além disso, a população avançou cientificamente e culturalmente, 
conquistando novos conhecimentos e ampliando produtos, consumo e trocas de 
mercadorias entre as nações. 
O problema da absorção dessas produções em todas as esferas (por causa 
do desenvolvimento acelerado e da disputa pelo poder mundial que aumentou o 
poder econômico) gerou recursos naturais que são utilizados de forma 
indiscriminada e com pouco ou até mesmo nenhuma preocupação sobre a 
renovação dos mesmos. 
Como visto no módulo I, os impactos ambientais tiveram atenção a partir da 
lei federal NEPA, em 1969 nos Estados Unidos, que passou a exigir ações efetivas 
através da política nacional do meio ambiente, tornando a Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA) um instrumento importante para as tomadas de decisõesrelacionadas às atividades que se utilizam dos recursos naturais. 
A partir desse foco, a sociedade começa a se mobilizar por uma atitude 
coerente com seus recursos naturais, na busca pela renovação das áreas destruídas 
pelo desenvolvimento e também pelo uso de novas áreas com responsabilidade 
ambiental. 
O processo de implantação de obras no Brasil assume hoje um papel 
diferente do início da colonização e industrialização. Porém, são evidentes as 
deficiências no processo de gestão ambiental, que deveria promover uma menor 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 126 
interferência antrópica por meio de estudos direcionados e coordenados que 
objetivem a conservação e monitoramento dos recursos naturais, associados a um 
crescimento socioeconômico. 
A concepção da AIA foi idealizada com o intuito de reduzir os impactos 
ambientais e aplicar métodos para o desenvolvimento da AIA, pois são mecanismos 
que auxiliam na identificação, reunião e organização de dados sobre impactos 
ambientais pertinentes ao empreendimento proposto. É importante ressaltar que 
estão incluídos na AIA, os seguintes aspectos: dimensões de conservação da 
capacidade de suporte dos ecossistemas e qualidade do ambiente, dimensões 
socioculturais, econômicas e institucionais. (STACHETTI; CAMPANHOLA, 2003). 
De acordo com Moreira (1985) a AIA é capaz de assegurar desde a 
implantação de um processo, a realização de análises sistemáticas dos impactos 
ambientais, bem como as possíveis alternativas para retardar ou mesmo minimizar 
seus efeitos. Portanto, infere-se que a AIA auxilia na tomada de decisão pautada em 
planos, políticas e novas tecnologias, e se detém às ações propostas. 
Segundo La Rovere (2001), para que seja determinado um processo de AIA, 
alguns aspectos devem ser considerados, podendo-se destacar: 
• Conhecimento da localização e do processo operacional das 
possíveis alternativas da proposta em estudo; 
• Descrição do local do estudo e do empreendimento; 
• Delimitação dos perímetros geográficos da área estudada; 
• Avaliação dos impactos previstos nas seguintes etapas: licença de 
prévia (LP), licença de implantação (LI) e licença de operação (LO); 
• Definição de medidas mitigadoras e do programa de monitoramento; 
• Fixação de um padrão de qualidade ambiental desejado após a 
implementação do projeto. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 127 
Desse modo, a aplicação da AIA pode acontecer em dois momentos: 
avaliação “ex-ante” – é desenvolvida anteriormente a ação potencialmente 
impactante ou “ex–post” depois dela. Um exemplo de uma avaliação “ex-ante” é o 
registro de um herbicida novo, já a avaliação “ex-post” para o mesmo produto – 
herbicida seria após o seu uso (SPADOTTO, 2002). 
Portanto, todo processo de desenvolvimento socioeconômico gera impactos 
diretos sobre o meio ambiente e suas consequências refletem de forma negativa, e 
de maneira mais pronunciada em determinados grupos sociais ou elementos. 
 
SANEAMENTO BÁSICO 
 
É uma atividade econômica direcionada a sociedade que visa o 
abastecimento de água potável encanada, coleta e tratamento de esgoto, além de 
controlar pragas e agentes patogênicos, promovendo assim a saúde das 
comunidades. 
Trata-se basicamente de serviços prestados por empresas estatais ou 
públicas, e que é essencial para população devido a sua importância para a saúde e 
o meio ambiente. Este setor de saneamento apresenta investimentos elevados, pois 
constantemente são realizadas obras e melhorias. 
O saneamento básico, por definição: 
 
é o conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar as condições do 
ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. 
Saneamento básico se restringe ao abastecimento de água e disposição de 
esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta categoria. Outras atividades de 
saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, 
escolas, locais de trabalho e de lazer e habitações (SABESP, 2008, p.21). 
 
Portanto, a atividade de saneamento tem por objetivos: controle e prevenção 
de doenças, melhoria da qualidade de vida da população, melhorar a produtividade 
do indivíduo e facilitar a atividade econômica. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 128 
A aplicação da AIA para estes projetos de saneamento consiste numa etapa 
importante, pois atua como direcionador para as demais fases, pois influencia desde 
a concepção do sistema até o detalhamento do projeto, bem como na formulação, 
elaboração e seleção de alternativas para a viabilidade do projeto proposto. 
Num projeto de esgotamento sanitário ou de abastecimento de água, é de 
estrema importância à avaliação da viabilidade ambiental, bem como a viabilidade 
técnica, por assumir caráter de condicionante nas alternativas a serem analisadas, e 
verificando predominância dos critérios ambientais em relação aos critérios 
econômicos. 
No entanto, durante muito tempo foram desconsiderados os eventuais 
impactos negativos ao ambiente associados a este tipo de projeto. Por exemplo, 
resíduos sólidos são lançados em corpos d´água como rios e mares, ou mesmo a 
céu aberto, que resultou em comprometimento de mananciais, ou pelas excessivas 
retiradas de água modificaram ecossistemas. 
De acordo com a publicação da Resolução n0 001 do CONAMA 23/01/1986 
(alterada pelas Resoluções nº 11/86, nº 05/87, e nº 237/97), na qual sistemas de 
esgotamento sanitário são citados como exemplos de atividades causadoras de 
alteração ambiental significativa. 
Com relação à definição de significância ou insignificância de alterações 
ambientais observam-se diferentes abordagens, principalmente da escolha de 
projetos de saneamento que necessitam investigação detalhada e sistemática de 
seus impactos ambientais. 
São estes os critérios que direcionam as abordagens relacionadas ao projeto 
de saneamento: 
• conforme o tipo ou gênero da atividade, análise dos prováveis impactos 
das ações a serem executadas nas diversas fases projeto (empreendimento); 
• porte do empreendimento - é avaliada a área de implantação, a extensão, 
o custo financeiro, a intensidade de utilização dos recursos naturais; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 129 
• qualidade ambiental da área de influência do empreendimento – é 
analisada a área considerando sua fragilidade ambiental, grau de saturação em 
relação a um ou mais poluentes em seu estágio de degradação. 
 
16.1 QUANTO À ESPECIFICIDADE 
 
 
Embora os tipos de projetos de saneamento sejam variados, como uma 
simples ampliação de rede de coleta de esgoto de uma cidade, ou a implantação de 
um completo sistema de abastecimento de água destinado a um novo assentamento 
urbano e até mesmo a construção de uma estação de tratamento de esgotos (ETE). 
São observadas intervenções complementares ao projeto de saneamento, devido à 
necessidade de uma adequada avaliação dos impactos potenciais independe do tipo 
de projeto. 
 
 Abastecimento de água 
Os sistemas de abastecimento de água compreendem basicamente os 
seguintes componentes ou etapas (Tabela 1). No entanto, deve-se ressaltar que as 
características locais são determinantes, e que não há obrigatoriedade destes 
componentes estarem presentes em todos os sistemas. 
Em caso de empreendimento já existente, pode ocorrer que o mesmo 
consista de uma ampliação ou adequação de um sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 130 
 
 
Tabela 1: Componentes de sistema de abastecimento de água. 
Captação Captação da água do manancial, podendo ser feita por 
meio de tomada direta ou utilizando sistema de 
bombeamento. 
Adução Transporte da água entre duas unidades do sistema de 
abastecimento, por meio de tubulações ou canais 
(adutoras). 
Tratamento Conjunto de processos adotados, visando transformar 
água bruta em água potável. 
Reservação Acumulação da água em reservatórios. 
Rede de distribuição Tubulações dispostas nas vias públicas, para efetuar o 
fornecimento de água às edificações,podendo incluir 
estações elevatórias ou de recalque, dependendo da 
topografia do terreno. 
FONTE: Banco do Nordeste (1999) 
 
 
Nesse caso existem impactos positivos por se tratar do abastecimento de 
água, sendo este um serviço que assegura melhoria da saúde e do bem-estar da 
população. E segundo Reali (1998), a água adequada ao consumo humano, deve 
obedecer a padrões de potabilidade, ou seja, não devem possuir odor e sabor 
objetáveis (organolética), devem ter aspecto agradável; não ter cor e turbidez acima 
do padrão de potabilidade (física), não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima 
dos limites de tolerância para o homem (química) e não conter germes patogênicos 
(biológica) estabelecidos pelo Ministério da Saúde - Portaria 36/GM de 19/01/1990. 
Já os impactos negativos estão associados à localização do 
empreendimento, vulnerabilidade da área de influência, à má escolha de técnicas 
construtivas e à operação dos sistemas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 131 
Tabela 2: Relação dos impactos ambientais potenciais e medidas 
atenuantes referentes ao abastecimento de água. 
 
 
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES 
• Modificação dos cursos d'água. 
• Alteração do balanço hídrico. 
• Remoção da vegetação; 
• Erosão das margens e assoreamento dos 
cursos d'água; 
• Alteração da fauna e da flora aquática e 
terrestre; 
• Rebaixamento do lençol freático. 
• Implantar programas de proteção 
ambiental dos mananciais, mediante a 
recuperação e manutenção das matas 
ciliares, conservação dos solos e do 
planejamento territorial. 
• Implantar sistemas de medição e 
controle da qualidade e quantidade da 
água, permitindo a vigilância da 
contaminação. 
• Análise e avaliação do uso atual das 
águas superficiais em toda a área dos 
mananciais de tal forma a adotar medidas 
preventivas e corretivas, legais e 
operacionais. 
• Riscos de danos à saúde pública por 
consumo de água contaminada, por falha 
no sistema de tratamento e/ou 
vazamento/infiltração na rede. 
• Realizar controle sanitário em pontos 
estratégicos e críticos da rede. 
• Desperdício de água por falhas no 
sistema de distribuição. 
• Implantar programas de prevenção do 
desperdício. 
• Contaminação do solo e de águas 
superficiais e subterrâneas, pela disposição 
inadequada do lodo e águas residuais do 
sistema de tratamento (limpeza de filtros e 
decantadores). 
• Implantar tecnologia adequada para 
reutilização das águas residuais. 
• Implantar sistema de disposição 
adequada ao lodo do sistema de 
tratamento. 
• Alteração do fluxo de veículos e tráfego 
durante a implantação das obras. 
• Informar a comunidade afetada e 
implantar sistema de sinalização 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 132 
adequado para minimizar riscos de 
acidentes 
• Geração de poluição atmosférica 
(emissão de poeira) e ruídos durante a 
execução das obras civis e geração de 
ruídos na operação do sistema de captação 
e tratamento. 
• Selecionar locais adequados para 
implantação dos sistemas de captação e 
tratamento, evitando a proximidade de 
áreas populosas. 
• Planejar corretamente a execução das 
obras, evitando horários inadequados dos 
trabalhos. 
• Planejar a implantação dos 
equipamentos geradores de ruídos para 
áreas que não afetem a comunidade ou 
implantar isolamento acústico nas fontes 
geradoras de ruídos dos sistemas de 
tratamento e captação. 
• Envolvimento da comunidade para 
conhecimento das obras e seus impactos 
ambientais potenciais. 
• Riscos de acidentes ambientais e de 
trabalho provocados por vazamentos de 
produtos químicos, em especial o cloro. 
• Implantação de medidas de segurança 
na unidade de armazenamento, no 
laboratório e na unidade de tratamento. 
• Implantação da Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes. 
• Riscos de acidentes por falhas no sistema 
de bombeamento, adução ou reservação. 
• Implantação de sistema de alerta e 
comunicação entre as unidades. 
FONTE: Banco do Nordeste (1999) 
 
 
 Sistemas de esgotamento sanitário 
Esgoto - termo utilizado para designar as águas que apresentam 
características alteradas depois de utilizadas nas diversas atividades humanas, 
podendo ser empregadas em empreendimentos comerciais, industriais ou 
doméstico. Também são designadas como águas residuais ou águas servidas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 133 
O retorno do esgoto ao meio ambiente deverá passar pelo tratamento de 
águas residuais, se necessário. Para posteriormente ser lançado em um corpo 
receptor como: rio, lago ou mar. 
Os sistemas de esgotos incluem um ou mais componentes como: rede 
coletora, interceptores, estações elevatórias, estações de tratamento e emissários. 
Assim como ocorre o abastecimento de água, não todos os componentes que estão 
presentes e é comum ser analisado uma ampliação ou adequação de um sistema 
preexistente. 
As principais características de um sistema de esgotamento sanitário é o 
potencial de carga poluidor das redes coletoras que poderá induzir uma deterioração 
do corpo receptor, bem como a biota aquática, e até prejudicar outros usuários como 
espécies de animais e vegetais. 
 
Tabela 3: Relação dos impactos ambientais potenciais e medidas 
atenuantes referentes à atividade tratamento de esgoto. 
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES 
• Modificação do equilíbrio da bacia 
hidrográfica pela coleta de grandes áreas. 
• Alterações nos habitat da flora e fauna 
aquática durante a construção do sistema. 
• Avaliar, durante o planejamento, a 
utilização de tecnologias de menor 
impacto, como por exemplo, sistemas 
regionais e comunitários de pequeno 
porte. 
• Planejar adequadamente a localização, 
processo de tratamento e lançamento dos 
efluentes, de forma a não comprometer a 
qualidade do corpo hídrico receptor. 
• Implantar sistemas de monitoramento e 
acompanhamento das obras, em especial 
de erosões e sedimentação dos cursos de 
água durante as obras. 
• Modificação temporária das condições de • Implementar programas especiais que 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 134 
vida da população durante a execução das 
obras. 
envolvam a comunidade no conhecimento 
dos impactos e medidas atenuantes 
durante a execução das obras. 
• Adotar medidas que minimizem as 
interferências no fluxo de veículos, 
circulação de pedestres, geração de 
ruídos e de material particulado, durante a 
execução das obras. 
• Produção de odores e ruído do processo 
de tratamento e de operação do 
sistema de alimentação de lodo. 
• Planejar a localização das unidades 
compatíveis com o uso do solo regional, 
com tecnologia adequada e com sistema 
de eliminação e controle de odores. 
• Comprometimento do solo, culturas 
agrícolas ou águas subterrâneas e/ou 
proliferação de vetores transmissores de 
doenças pelo manejo e eliminação de lodo. 
• Realizar o planejamento que assegure o 
uso de tecnologia para manejo, 
tratamento e destinação adequada do 
lodo, considerado também a possibilidade 
de aplicação no solo e em cultivos 
agrícolas. 
• Riscos de acidentes à acumulação de 
gases na rede coletora. 
• Estabelecer medidas de segurança e 
capacitação da equipe responsável pela 
manutenção da rede coletora. 
• Riscos de contaminação e 
comprometimento da saúde pública, devido 
ao vazamento (transbordamento) e a 
acumulação de esgoto bruto, ou ainda por 
falha no fornecimento de energia para o 
tratamento. 
• Estabelecer programa de monitoramento 
e manutenção sistematizada do sistema 
de coleta, bombeamento e tratamento, 
com a limpeza periódica da rede. 
• Implantar sistema de alerta por falhas no 
sistema de bombeamento e/ou 
tratamento. 
• Conscientizar a comunidade sobre os 
riscos de dispor resíduos sólidos na rede 
coletora. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 135 
• Implantar conjunto de geradores de 
energia (automáticos) 
• Desmatamento de áreas para 
implantação das estações. 
• Reflorestamentode áreas equivalentes. 
FONTE: Banco do Nordeste (1999) 
 
Em geral, estas obras propiciam impactos ambientais positivos quando 
avaliados seus efeitos sobre a população, por melhorar as condições da saúde 
pública da população e também por eliminar uma fonte poluidora para o meio 
ambiente. 
 
 
16.2 USINAS HIDRELÉTRICAS OU PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS 
(PCH) 
 
 
São complexos arquitetônicos, ou seja, um conjunto de obras e 
equipamentos, e têm por objetivo principal a produção de energia elétrica através do 
aproveitamento do potencial hidráulico existente nos rios. 
No entanto, este tipo de empreendimento gera impactos ambientais como, 
por exemplo, o alagamento das áreas circunvizinhas, aumento no nível dos rios, 
mudança no curso do rio represado causando prejuízos diretos ao meio ambiente 
devido à alteração do ecossistema local, além de impactar diretamente a fauna e a 
flora da região, em geral, decorrente da formação do reservatório. 
A dimensão do impacto depende de características do empreendimento, 
como o tamanho do reservatório, e do ambiente, como a composição, estrutura e 
situação da fauna e da vegetação na área do reservatório. Esse impacto pode ser 
direto, como a morte dos animais por afogamento, e indiretamente com a supressão 
de recursos, tais como o habitat, alimentos, rota de migração. Esse impacto é 
permanente e inevitável, no entanto, pode ser mitigado (VASCONCELLOS, 1999). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 136 
Contudo, trata-se de um tipo de energia barata em relação a outras, como a 
energia nuclear, além de ser menos prejudicial ao meio ambiente se comparada, por 
exemplo, com a energia produzida a partir do petróleo ou a do carvão. Porém a 
energia elétrica é fundamental para o desenvolvimento econômico e social, 
auxiliando também na qualidade de vida humana. 
É importante ressaltar que a viabilidade técnica de cada empreendimento 
deve ser analisada por profissionais especializados, e mesmo assim os impactos 
positivos e negativos estão intrínsecos neste tipo de empreendimento. 
Por este motivo projetos direcionados para energia elétrica, embora 
planejados, devem ser norteados pela aplicação da AIA, pois geram impactos 
negativos significativos sobre o meio ambiente e às populações vizinhas aos 
empreendimentos. 
Atividades relacionadas a empreendimentos elétricos como transmissão, 
distribuição e geração de energia estão subordinadas à legislação federal, estadual 
e municipal referente à preservação do meio ambiente. A empresa que violar a 
legislação ambiental fica sujeita a significativas multas e restrições da sua atividade. 
 
 
16.2.1 Impactos Ambientais 
 
 
Mesmo com a aplicação da AIA, bem como da legislação ambiental 
específica de forma correta, apontando os impactos gerados por uma hidrelétrica, as 
ações mitigadoras desses impactos não alcançam a eficiência necessária para 
compensar os efeitos negativos. 
É importante ressaltar que cada rio apresenta características únicas e 
específicas, como espécies da fauna e flora que em algumas vezes são endêmicas 
da região, vazões e ciclos particulares. Além disso, e não menos importante é a 
presença de populações morando em seu entorno, com realidades econômicas e 
sociais variadas. 
a) Perda da biodiversidade – a inundação de áreas com vegetação e florestas 
nativas sofrem os impactos mais evidentes da implantação de hidrelétricas, pois 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 137 
inúmeras vezes estas são construídas em áreas remanescentes de florestas, devido 
às condições de relevo. Para a formação dos lagos ocorre o desmatamento e a 
sapecagem, em alguns casos, para aumentar a limpeza da área, antes do 
alagamento, o que irá influenciar numa menor ocorrência de eutrofização. 
Nessas áreas, além das perdas relacionadas à fauna silvestre e flora, 
também ficam comprometidas belezas cênicas, como as observadas com a 
instalação da hidrelétrica de Itaipu que inundou as Cachoeiras de Sete Quedas, 
hidrelétrica de Itá que inundou o Estreito do Rio Uruguai, dentre outros exemplos. 
Pode-se afirmar que a instalação deste tipo de empreendimento acaba por destruir 
belas paisagens com o alagamento 
b) Qualidade da água – com a interrupção no curso normal do rio, diversas 
mudanças ocorrem na composição química da água, na velocidade e na 
temperatura resultando em consequências diretas sobre a qualidade da água. 
É sabido que as águas mais profundas de um reservatório apresentam-se 
mais frias no verão e mais quentes no inverno, enquanto que as águas superficiais 
são mais quentes. Os efeitos dessas modificações na temperatura alteram os ciclos 
de vida aquática, tais como procriação, metamorfose, etc. 
Outro acontecimento frequentemente observado, nos lagos originados de 
usinas hidrelétricas é a decomposição do material vegetal e do solo presentes no 
reservatório que estão submersos pelas águas. Pode ocorrer redução da quantidade 
de oxigênio diluído na água devido à decomposição desse material, além da 
produção de gases tóxicos e liberação de carbono para a atmosfera. Ressalta-se 
que no Brasil, a decomposição desta matéria orgânica levará décadas para ser 
totalmente decomposta, em virtude das condições climáticas. 
c) Erosão e depósito de sedimentos – normalmente sedimentos são 
transportados nos cursos normais, provenientes do solo e das rochas existentes nas 
margens dos rios. No entanto, com a construção de uma barragem esse processo é 
interrompido e é notado que as águas passam a correr mais lentamente no 
reservatório e acabam por serem depositados no fundo do reservatório devido à 
presença de obstáculo (barragem) para o escoamento. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 138 
As barragens influenciam no nível do rio, para que haja um abastecimento 
constante de água nas turbinas, para tanto é realizado controle no volume de água 
presente no reservatório e também da que é liberada rio abaixo. Nos períodos de 
estiagens o nível do rio abaixa ficando praticamente seco, sendo verificado muitas 
vezes o descumprimento da norma legal de deixar no rio a sua vazão mínima. Este 
tipo de procedimento influência diretamente na biodiversidade, no abastecimento 
público de água a população, além de afetar outras atividades econômicas. 
 
 
Tabela 4 – Enumeração dos impactos diretos sobre o meio físico-biótico e 
o socioeconômico, observados durante a construção de uma UHE. 
Meio físico-biótico Meio socioeconômico 
- desmatamento para instalação de um 
canteiro de obras, alojamento, vila 
residencial e estradas; 
- demanda de mão de obra para 
construção civil; 
- terraplanagem para instalação das obras 
de apoio: cortes e aterros, intercepção de 
drenagem e alteração das cabeceiras ou 
bacias de captação; 
tendência à criação de focos de 
prostituição;" 
 
 
- serviços de construção dos diques e 
barragens no leito principal e nos pontos de 
fuga de água, criando extensas áreas de 
empréstimo; 
- crescimento demográfico intenso com 
surgimento de favelas; 
- abertura do canal de desvio do leito fluvial 
e cortes no solo e na rocha, gerando 
grande volume de rejeito de fragmentos de 
rochas e de material de alteração que não 
se presta ao uso em aterros; 
- aparecimento de comércio clandestino; 
- ampliação da atividade de caça e pesca 
nos arredores do empreendimento levado 
até ao desaparecimento de espécies 
- incremento do comércio legal em face da 
demanda de consumo; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 139 
animais; 
 - interferência na demanda por escolas, 
professores e por serviços médico-
hospitalares; 
 - mudança nos hábitos e costumes dos 
nativos; 
 - conflitos entre população residente e os 
forasteiros; 
 - alteração nos custos de serviços (preço 
de mão de obra); 
 - absorção parcial da mão de obra local 
para serviços de serventes e auxiliares; 
 - atração de mão de obra agrícola para a 
construção; 
 - adensamento no tráfego com veículos de 
serviçose transporte urbano; 
 - deficiências infraestruturais (escolas, 
hospitais, água tratada, esgotos, energia 
elétrica, habitações populares); 
 - elevação de preços de mercadorias e 
serviços 
FONTE: Autor desconhecido. OLIVEIRA, W. Os impactos socioambientais motivados pela UHE de 
Porto Primavera no Município de Anaurilândia – MS. Tese de doutoramento. Depto. de Geografia 
FCT – UNESP, Presidente Prudente, 2003. 
 
 
Os principais impactos socioeconômicos (Tabela 4) provocados pela 
implantação de uma usina hidrelétrica são: a criação de expectativas, alteração do 
cotidiano da população, alteração demográfica, intensificação do tráfego, alteração 
no quadro de saúde, perda de terras e benfeitorias, desestruturação da unidade de 
produção familiar e interferência no fluxo turístico da região. Ë importante frisar que 
os impactos ambientais e socioeconômicos também são observados nas diferentes 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 140 
fases de implantação do empreendimento, por exemplo, na fase de enchimento do 
reservatório, como na fase de término da construção (Tabelas 5). 
 
Tabela 5 – Enumeração dos impactos diretos sobre o meio físico-biótico e 
o socioeconômico, observados durante a fase de enchimento e operação de uma 
UHE. 
Meio físico-biótico Meio socioeconômico 
- necessidades de desmatamento da área a 
ser inundada; 
- desalojamento de populações ribeirinhas 
rurais e urbanas; 
- ocupação de extensas áreas de terras 
pela água; 
- interferência em bens de valor afetivo, 
cultural, religioso; 
- eliminação de grande volume de biomassa 
vegetal; 
- inundação de sítios arqueológicos; 
- afugentamento ou eliminação da fauna 
terrestre e alada; 
- desalojamento de populações nativas; 
- alteração no regime fluvial do rio; - envolvimento de áreas e aldeias 
indígenas; 
- regularização da vazão; - inundações de áreas agrícolas, tornando 
as pequenas propriedades inviáveis 
economicamente; 
- ambiente aquático passa de água corrente 
para lacustre; 
- criação de dificuldades de circulação e 
comunicação entre comunidades vizinhas; 
- alteração na qualidade da água dos 
peixes; 
- desestruturação das famílias de origem 
rural que, às vezes são transferidas para 
áreas muito distintas; 
- submersão de recursos minerais 
necessários para o futuro; 
- condicionamento de concentração 
fundiária em que predominam as 
pequenas e médias propriedades rurais; 
- geração de extensos remansos de águas 
rasas, favorecendo o desenvolvimento de 
insetos; 
- criação de um falso pico de 
desenvolvimento local, que tende a se 
esgotar com o término da construção e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 141 
entrada em operação; 
- surgimento de extensas áreas de 
penínsulas e ilhas que dificultam a 
comunicação terrestre; 
 
- erosão e deslizamento nas margens do 
reservatório; 
 
- assoreamento nos remansos. 
Autor desconhecido. OLIVEIRA, W. Os impactos socioambientais motivados pela UHE de 
Porto Primavera no Município de Anaurilândia – MS. Tese de doutoramento. Depto. de Geografia 
FCT – UNESP, Presidente Prudente, 2003. 
 
 
Segundo Oliveira (2003), ao término da construção da UHE são observados 
impactos estritamente relacionados com esta fase, são eles: intensa liberação de 
mão de obra, desaceleração brusca na economia local, grande quantidade de mão 
de obra ociosa ou subempregada, desequilíbrio social pela queda do nível de renda, 
grande número de residências abandonadas (vila residencial), equipamentos 
ociosos no setor de infraestrutura e o esvaziamento demográfico com forte 
emigração urbana. 
 
 
16.3 DESMATAMENTOS 
 
 
Os processos de desmatamento advêm da intensa atividade humana, que 
envolvem os setores de produção e economia. Além de estar diretamente ligada ao 
aumento da densidade demográfica. Como consequência, reduz a capacidade do 
meio ambiente em absorver dióxido de carbono, causador do efeito estufa, 
agravando o problema do aquecimento global. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 142 
Além disso, a retirada da cobertura vegetal ocasiona: a degradação do solo, 
erosões, perdas de biodiversidade, aumento de áreas em processo de 
desertificação, modificações climáticas e na hidrografia. 
A atividade de extrativismo vegetal coloca em risco diversos tipos de 
vegetações distribuídas no mundo, por exemplo, em países como a Indonésia e o 
Canadá com florestas temperadas e no Brasil pela presença de florestas tropicais. 
No Brasil, os estados mais castigados com o processo de desmatamento 
são Pará e Mato Grosso, sendo este o campeão em área desmatada, embora tenha 
ocorrido uma redução nos últimos anos. 
Ressalta-se que os principais fatores que agravam o processo de 
desmatamento em nosso País são as atividades madeireiras, pecuária e o cultivo de 
monoculturas, principalmente soja. Sendo que estas atividades em sua maioria 
operam ilegalmente, especialmente na Amazônia, onde os danos são cada vez 
maiores e mais intensos. 
 
 
16.3.1 Impactos ambientais e sociais 
 
 
São inúmeros os impactos ambientais causados pelo desmatamento e 
dentre eles está à emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e o uso de 
combustíveis fósseis nas atividades humanas em países desenvolvidos. Com 
relação à emissão de gases de efeito estufa, estima-se que o desmatamento seja 
responsável por 10% a 35% das emissões globais anuais, sendo o principal deles, 
proveniente das florestas tropicais. 
O desmatamento tropical e a degradação das florestas são responsáveis 
pela perda de biodiversidade no planeta, além de contribuir para a extinção de 
diversas espécies. Sabe-se que as modificações no clima também são decorrentes 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 143 
do desmatamento, podendo afetar ecossistemas e espécies de diversas maneiras, 
por este motivo, são avaliadas como sendo uma ameaça adicional à biodiversidade. 
Os efeitos das mudanças climáticas sobre as florestas tropicais podem ser 
irreparáveis devido a sua suscetibilidade, comprometendo o ciclo das águas e o 
balanço de carbono na atmosfera, representando assim, uma grande ameaça à 
biodiversidade das florestas tropicais. 
A influência mútua entre o desmatamento e as mudanças climáticas revela 
um aumento na vulnerabilidade das florestas tropicais aos incêndios florestais e a 
conversão de florestas em ecossistemas mais secos e com baixo número de 
espécies. Porém, não são apenas o clima e a biodiversidade que são afetados. 
Milhares de pessoas que vivem e dependem das florestas também são ameaçadas, 
por exemplo, as comunidades indígenas na Amazônia e comunidades locais e 
tradicionais que são frequentemente associadas à violência e ameaçados de serem 
expulsos de suas terras, ficando sujeitos ao trabalho escravo e degradante. 
 
Tabela 6 – Efeitos relacionados desmatamento. 
EFEITOS DO DESMATAMENTO 
REDUZ A PROTEÇÃO DO SOLO – perda da proteção natural, que consiste numa 
camada de terra rica em nutrientes inorgânicos e materiais orgânicos que permitem 
o crescimento da vegetação, além da presença de vegetação com diferentes alturas 
que atuam como degraus, reduzindo o impacto da água das chuvas; 
AUMENTA A PREDISPOSIÇÀO À EROSÃO – com o impacto das chuvas no solo 
desprotegido aumenta o carregamento das partículas superficiais do solo, deixando-
o susceptível ao processo de erosão; 
DIMINUI A ABSORÇÃO DE CARBONO, PROMOVIDO PELAS FLORESTAS – o 
desflorestamento aumenta as emissões de dióxido de carbono que tem efeitos 
danosos ao ambiente; 
INTERFERE NA ESTABILIDADE DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS - com a retirada 
da cobertura vegetal, reduzem a quantidade de água evaporada do solo e a 
produzida pela transpiração das plantas, acarretando uma diminuição das chuvas e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 144 
influenciando no ciclo das águas; 
PERDA DE PRODUTIVIDADE – influenciada pela redução de macros e 
micronutrientes do solo, além de materiais orgânicos que atuam no crescimento da 
vegetação.O desmatamento é, portanto, um problema que atinge grandes proporções. 
São necessárias ações urgentes para combatê-lo e assim ajudar a prevenir as 
mudanças climáticas. 
 
 
16.4 PROJETOS DE TRANSPORTES 
 
 
As consequências do crescimento populacional ocasionam problemas 
relacionados à mobilidade, especialmente a urbana resultante de empreendimentos 
devido à intensificada demanda por tráfego e fatores sociológicos e culturais. Sendo 
que por meio deste crescimento populacional, a degradação ambiental nas urbes 
está diretamente ligada com a migração de pessoas do campo para as cidades. 
Com isso, aumenta a demanda de infraestrutura básica, o que leva a uma 
degradação mais acentuada do meio. 
A maioria das atividades humanas desenvolvidas pela engenharia impacta 
positiva ou negativamente o meio, como visto nas diferentes fases relacionadas aos 
empreendimentos anteriores, bem como, os sistemas de transporte, além de vários 
outros não citados. 
Portanto, a infraestrutura necessária para viabilizar a implantação desses 
empreendimentos deverá ser cuidadosamente analisada quanto aos impactos 
econômicos, sociais e ecológicos, sendo esta a maior dificuldade no que se refere à 
conformidade destes três parâmetros de forma a não inviabilizarem. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 145 
Com a construção de estradas são gerados impactos irreversíveis ao meio, 
porém a sua não execução pode causar transtornos maiores quando considerado a 
probabilidade de acidentes e baixos índices na economia. 
 
 
16.4.1 Impactos ambientais decorrentes da construção de estradas florestais 
 
 
A construção de estradas florestais causa impactos ambientais desde a 
construção, passando pela manutenção e utilização destas. São observados 
impactos sobre os meios físico, biótico e antrópico, para que sejam atenuados tais 
impactos faz-se necessário um planejamento adequado antes de sua construção, de 
forma que atenda os objetivos deste tipo de empreendimento, bem como adotar 
medidas mitigadoras e potencializadoras relacionadas aos impactos negativos e 
positivos. 
1) Impactos sobre o meio físico – refere-se principalmente com a emissão 
de partículas sólidas e gases para atmosfera, enfatizando os fenômenos erosivos, a 
turbidez e o assoreamento dos corpos d’água, além dos processos relacionados à 
vazão. 
a) AR (partículas sólidas e gases) 
O tráfego de veículos de grande, médio e pequeno porte causa a emissão 
de gases e poeira para a atmosfera, havendo um desgaste intenso destas estradas 
pelo tráfego de veículos pesados. A consequência será o aumento de partículas 
sólidas, sendo que estas são suspensas, resultando na queda da qualidade do ar. 
As possíveis medidas mitigadoras é a realização de manutenções periódicas nos 
veículos, especialmente caminhões, para que seja reduzida a emissão de gases. 
b) Recurso Hídrico (turbidez e assoreamento) 
O volume de poeira nas estradas nos períodos de estiagem é levado para 
corpos hídricos quando da ocorrência de chuvas. Ocasionando na turbidez e 
provável assoreamento de canais de drenagem. Como medidas mitigadoras a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 146 
construção às margens das estradas, valas e caixas de retenção para evitar o 
carreamento de partículas sólidas para os corpos hídricos e promover a revegetação 
de áreas próximas das bacias. 
c) Recurso Hídrico (vazão) 
O intenso tráfego de veículos pesados causa a impermeabilização de parte 
da malha viária, resultando na baixa infiltração das águas de chuvas no solo, o que 
reflete no maior escoamento das águas superficiais É recomendado a revegetação 
destas áreas próximas às bacias. 
d) Recurso Edáfico (erosão) 
Ocorrência da desestruturação do solo, devido ao volume de tráfego. São 
formadas rachaduras no solo que servem de passagem para a descida das águas 
de chuva, gerando processos erosivos. Também recomendado a revegetação das 
áreas susceptíveis a estes processos erosivos. 
2) Impactos sobre o meio biótico – estão relacionados com a flora e fauna 
(aquática e terrestre). 
a) Fauna (vertebrados e insetos) e flora terrestre (vegetação nativa) 
Ocorre o afugentamento da fauna terrestre ao longo das estradas, causando 
a morte de várias espécies por atropelamento, devido à fragmentação da vegetação 
nativa, reduzindo a base genética das espécies vegetais. A alternativa é a instalação 
de placas sinalizando a presença de animais na pista e a construção de corredores 
para deslocamento. 
b) Fauna (peixes e zooplâncton) e flora aquática (macrófitas e fitoplâncton) 
O processo de turbidez anteriormente citado compromete a incidência de luz 
no ambiente aquático, reduzindo a taxa fotossintética dos componentes bióticos da 
flora aquática. Já os impactos sobre a fauna aquática ocorrem indiretamente, pois, 
estes indivíduos utilizam da flora aquática seja como fonte de alimento ou abrigo. 
Recomenda-se a revegetação das áreas próximas de bacias, impedindo ou 
reduzindo o carreamento de partículas sólidas para os corpos d'água. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 147 
3) Impactos sobre o meio antrópico – estão relacionados com o 
desenvolvimento regional, emprego e paisagismo. Os impactos decorrentes da 
construção e manutenção destas estradas, assim como de qualquer outra atividade 
impactante, podem ser minimizados mediante a um estudo de impacto ambiental. 
a) Paisagismo 
A fragmentação da vegetação nativa causa a diminuição da qualidade 
paisagística do local, além do aumento dos processos erosivos ao longo das 
estradas. Como medidas mitigadoras possíveis: revegetação em áreas mais 
expostas; planejamento minucioso para otimização das estradas para redução da 
densidade de tráfego. 
b) Desenvolvimento regional 
Promove o desenvolvimento socioeconômico pela utilização da mão de obra 
local e pelo escoamento de produtos florestais e comercializados nas regiões 
circunvizinhas. Priorizar a manutenção das estradas como medida potencializadora, 
facilitando o escoamento contínuo de produtos. 
c) Empregos 
Com a construção e manutenção deste tipo de empreendimento são 
necessárias mão de obra qualificada (engenheiros civis, topógrafos, engenheiros 
agrimensores e engenheiros florestais) e também a não qualificada (operadores de 
máquinas, auxiliares, dentre outros) o que aumenta o número de empregos. Como 
medida potencializadora deve-se seguir o cronograma, proporcionando uma 
adequada conservação das estradas, além da contínua utilização de mão de obra. 
 
ESTUDO DE CASO 
 
O Aeroporto de Londrina (PR – Brasil), em sua ampliação física apresentou 
algumas interferências no meio ambiente. Um estudo realizado mostrou a aplicação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 148 
do método de matriz de interação e superposição de cartas, identificando assim os 
impactos ambientais que foram decorrentes dessas obras e serviços para a 
ampliação do sítio aeroportuário. 
“O Aeroporto de Londrina é um dos maiores aeroportos domésticos da Região Sul. 
Está entre os 25 maiores terminais de passageiros do Brasil e cresceu numa média de 15% 
nos últimos cinco anos. Localizado a apenas três quilômetros do centro da cidade, as 
atividades do aeroporto estão totalmente integradas à comunidade local, seja por meio do 
atendimento aos usuários e passageiros ou por meio de projetos socioculturais 
desenvolvidos pela Infraero. O terminal de passageiros tem espaço para check-in 
compartilhado, restaurante, lojas, amplas salas de embarque e desembarque, auditório, 
modernas instalações administrativas e estacionamento. A capacidade é para 800 mil 
passageiros ao ano e a área construída é de seis mil metros quadrados.” (INFRAERO, 
2008) 
Porém, como na época de sua ampliação não foi realizado o estudo de 
impacto ambiental, dois pesquisadores efetuaram quatro décadas após a sua 
inauguração, já em um contexto diferente e numa situação limite de saturação de 
sua infraestrutura aeroportuária. 
Identificou-se que a regiãodo aeroporto encontrava-se totalmente alterada e 
descaracterizada pela ação da comunidade vizinha, que foi se aproximando cada 
vez mais das instalações aeroportuárias. 
Nas conclusões obtidas com esta pesquisa, foi detectado que apesar de 
muitas organizações se encontrarem em operação sem licenciamento ambiental ou 
sem terem promovido o estudo prévio dos impactos ambientais das atividades que 
exercem, a elaboração destes estudos mesmo que tardia, é importante para que se 
tenha uma real dimensão da inter-relação do mesmo com o meio que o cerca. 
Ou seja, mesmo depois de quatro décadas da ampliação do aeroporto, foi 
possível levantar e diagnosticar uma situação local que apresentava características 
alteradas provocadas pela ação humana da comunidade local que povoou a região 
aleatoriamente. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 149 
 
Dessa forma, foi possível evidenciar que as agressões ambientais não são 
percebidas ou mesmo ignoradas pela organização. Com este conhecimento da 
situação tudo pode ser melhorado, procurando amenizar os impactos com medidas 
simples, de baixo custo, fácil manejo e alto benefício ambiental. 
Nesse caso do aeroporto de Londrina, em que o EIA foi realizado já 46 anos 
depois da inauguração, foi observado alterações significativas na região em que se 
localiza provocadas pela ação da comunidade vizinha que se instalou nas 
mediações do aeroporto. 
Alguns impactos importantes, característicos das atividades de aviação, 
como a propagação de ruídos, não foram avaliados como altos, pois a região em 
que o mesmo se insere é residencial e apresenta um tráfego intenso de veículos. 
Também foi detectado que a poluição atmosférica não foi classificada como 
importante. Com 29.987 operações no ano de 2000 não é considerado preocupante, 
levando-se em consideração 180.000 operações/ano (nível de alerta). 
A maior preocupação observada diz respeito ao meio antrópico. A ampliação 
da área do aeroporto foi positiva, pois ampliou área de uso especial e restrita, que 
não era respeitada. O aeroporto recuperou o comprimento total da sua pista de 
pouso e decolagem, com a cabeceira “13” com 300 m de recuo em virtude do 
zoneamento de ruído. 
Sua operação com aeronaves para o qual foi projetado permitirá se 
modernizar, com novos equipamentos de proteção ao voo, possibilitando maior 
segurança para a comunidade interna e externa ao aeroporto. 
Estes resultados levantados são pertinentes para pensarmos nas influências 
que determinados empreendimentos exercem numa comunidade, que pode interferir 
no meio ambiente. Muitas vezes, o empreendimento em si não apresenta riscos 
ambientais, mas sua implantação gera situações que aglomeram novas ações 
prejudiciais e de riscos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 150 
Para entender este estudo em sua complexidade, leia-o na íntegra 
acessando o site: http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes22/dcliv.pdf. 
 
 
16.5 AGRICULTURA & PECUÁRIA 
 
 
É no setor primário que estão inseridas as atividades econômicas de 
produção de matérias-primas ou que envolvem a modificação destes recursos 
naturais em produtos primários. Dentre as atividades econômicas deste setor 
podemos citar: agricultura, pecuária, caça, pesca, o extrativismo mineral e vegetal. 
Direcionaremos nossos estudos para duas atividades de grande relevância 
no cenário nacional brasileiro, a agricultura e a pecuária. Buscando evidenciar a 
relação existente entre o desenvolvimento destas atividades, os impactos ambientais 
gerados e a aplicação da AIA. 
A agricultura consiste no uso do solo para o cultivo de plantas com a 
finalidade de produzir alimentos, matéria-prima para roupas, construções, 
medicamentos, dentre outros produtos, enquanto que a pecuária refere-se a 
procedimentos técnicos empregados na domesticação e produção de animais para 
fins econômicos. 
Todavia, estes sistemas produtivos evoluem pouco e lentamente, 
corroborando com um processo constante e recorrente dos impactos ambientais 
gerados por estas atividades, devido à maneira como foram desenvolvidas estas 
atividades. 
Somente após anos de exploração inadequada dos recursos naturais no 
setor agropecuário, é que produtores e poder público, compreenderam que a 
maneira como eram explorados estes recursos poderiam torná-los indisponíveis, 
devido à exaustão de recursos naturais, por exemplo, o solo e as águas. 
A partir desta verificação, surge a procura por novos modelos de produção 
associando a sustentabilidade ecológica e econômica. O emprego de novas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 151 
tecnologias e procedimentos reduz o avanço dos impactos existentes e retarda o 
surgimento de novos impactos. 
 
 
16.5.1 Impactos gerados 
 
 
Assim como em outros empreendimentos verifica-se que alguns impactos 
ambientais são comuns tanto para a prática da agricultura como da pecuária, porém 
com intensidades diferentes. 
A saber: 
a) Desmatamento – consiste na supressão da vegetação devido à intensa 
atividade humana e crescimento populacional, por envolver setores de produção e 
economia, causam um dos impactos ambientais; 
b) Erosão – perda de camadas do solo devido à ausência de camada de 
proteção do solo (vegetação) associado ao emprego incorreto das práticas de cultivo 
do mesmo e a ação de chuvas e ventos, como consequências torna o solo não 
agricultável e promove o assoreamento de rios; 
c) Perda de biodiversidade – decorrente das mudanças ocorridas nos 
habitats afetando espécies de fauna e flora; 
d) Esgotamento da água doce – pela intensificação no uso voltado para a 
irrigação de campos agrícolas; 
e) Poluição atmosférica – causada pela liberação intensa de carbono pela 
queima de diesel dos tratores, produção de fertilizantes e defensivos agrícolas, além 
da decomposição de restos de cultura, 
f) Poluição de águas – ocorre pela lixiviação de resíduos para o interior 
de corpos d’água, como adubos e defensivos agrícolas causando contaminação das 
águas; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 152 
g) Desertificação – processo irreversível devido ao uso inadequado, 
também está associado à produção de gado e outros animais; 
h) Destruição de mananciais – associado à agricultura pela destruição de 
nascentes, por soterramento, impermeabilização, entre outros fatores; 
i) Geração de resíduos – a produção de animais gera muitos resíduos, 
principalmente fezes e urina de porcos (chorume de porco), frango (cama de frango), 
entre outras, que em contato com o solo e corpos d’ água causam contaminação 
destes recursos. 
 
 
16.6 ATIVIDADE DE MINERAÇÃO 
 
 
Também inserida no setor primário da economia do país, contribui para o 
bem-estar e a melhoria da qualidade de vida dos seres humanos. Pois, é 
fundamental para o desenvolvimento, desde que respeite e assegure a 
responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. 
O setor de mineração coopera para o desenvolvimento econômico e social 
brasileiro, devido a sua participação no abastecimento de insumos básicos 
necessário para o setor industrial e urbano. 
Além da potencialidade, produção e exportação dos produtos minerais, esse 
setor tem favorecido a inserção do Brasil no cenário econômico internacional, bem 
como contribuído na dinamização socioeconômica doméstica. 
Hoje as companhias mineiras precisam cumprir normas ambientais, desde 
encerramento até o funcionamento das atividades, sendo estas bastante rigorosas, 
pois visam garantir que a área afetada pela exploração mineira retorne à sua 
condição inicial ou próxima dela. 
 
 
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 153 
Mas vale mencionar que as explorações modernas adotaram procedimentos 
que reduziram ou buscam atenuar a ocorrência de problemas neste âmbito. 
A mineração e a agricultura, assim como outros empreendimentos causam 
grande parte dos impactos ambientais existentes, sendo que os impactos 
associados às demais atividades econômicas, apresentam-se como pouco 
significativos quandocomparado aos gerados pela mineração e agricultura. 
Os impactos originados pela mineração são consideráveis, pois alteram 
intensamente a área explorada e as circunvizinhas, devido à localização de 
depósitos de estéril e de rejeito, além de originar substâncias químicas lesivas 
durante a etapa de beneficiamento do minério, que implica sério problema 
ambiental. 
Sendo que os principais impactos ambientais oriundos da mineração são: a 
poluição da água, do ar, sonora, subsistência do terreno, incêndios causados pelo 
carvão e rejeitos radioativos (CPRM, 2002). 
 
 
Tabela 7 – Atividades relacionadas à produção mineral, problemas 
(impactos ambientais) e efeitos (consequências). 
ATIVIDADES PROBLEMAS EFEITOS 
SERES HUMANOS 
Pesquisa mineral 
 
Lavra Subterrânea: umidade, poeira, 
ruído, gases de exaustão de 
máquina e equipamentos. 
Contribui para a rotatividade da 
mão de obra. Possível doença 
respiratória, especialmente para 
asbesto, fluorita e outros. Stress 
e outros problemas físicos. 
 
 
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 154 
Beneficiamento e 
estocagem 
Poeira, ruído. Não ferrosos: 
gases nocivos, problema com 
manuseio de alguns reagentes 
tóxicos. Amianto: poeira, fibra. 
Contribui para a rotatividade da 
mão de obra. Possíveis doenças 
respiratórias e cancerígenas, 
especialmente para asbesto e 
outros minerais beneficiados a 
seco. 
Transporte Ruído, poeira, gases de 
exaustão de veículos pesados, 
poeira de correia transportadora. 
Para o consumidor: veículos 
pesados causam irritação e são 
perigosos em áreas povoadas 
(Ex.: agregados e materiais de 
construção) 
SOLO/SUBSOLO 
Pesquisa mineral Trincheiras, sondagens, vias de 
acesso, picadas, equipamento 
abandonado. 
Erosão, voçorocas. Prejuízo à 
vegetação. Alteração da 
drenagem natural. 
Lavra Cavas e pedreiras 
Desmatamento desnecessário 
do capeamento. 
Contaminação da água da mina. 
Estradas e vias de acesso. 
Pilhas de estéril. Impacto de 
vilas mal projetadas. 
Possibilidades limitadas de uso 
sequencial do solo. Afeta a 
estética da paisagem. 
Beneficiamento e 
estocagem 
Barragens e bacias de rejeito, 
contaminação devido a 
vazamento e transbordamento. 
Pilhas disformes (Ex.: enxofre). 
Depósitos de rejeito. Lama 
vermelha (produção de alumina). 
Terras inúteis criadas pelas 
áreas de rejeitos finos. 
Contaminação por lixiviação e 
enxurradas em depósitos de 
finos e de rejeitos. 
 
 
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 155 
Transporte Estradas largas para veículos 
pesados (áreas de material de 
empréstimo associadas). Poeira. 
Desmatamento desnecessário. 
Transbordamento em 
descarrilamentos e acidentes 
rodoviários. 
Abre áreas virgens a uma 
possível degradação. Tráfego 
pesado pode destruir rodovias. 
ÁGUA 
Pesquisa mineral Sólidos em suspensão (erosão). 
Salmoura de sondagem 
passando para aquíferos 
(pesquisa de evaporitos). 
Contaminação de cursos de 
água subterrânea. 
Lavra Sólidos em suspensão de água 
da mina, metais pesados, pH de 
minas de metálicos. Alteração do 
lençol freático, degradação da 
qualidade da água. 
Prejudicial à vida aquática. 
Beneficiamento e 
estocagem 
Sólidos em suspensão, metais 
pesados, pH, toxidez de 
descarga direta e 
transbordamento de sistemas de 
finos. Grande consumo de água. 
Prejudicial à vida aquática. 
Produz desequilíbrio ecológico. 
Transporte Transporte fluvial, lacustre e 
marítimo: coloração devido a 
sólidos em suspensão (minério 
de ferro) em terminais de 
embarque. Transbordamento em 
descarrilamentos e acidentes 
rodoviários. Problemas possíveis 
com minerodutos. 
Possível prejuízo à vida 
aquática. 
AR 
Pesquisa mineral 
 
 
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 156 
Lavra Poeira levada pelo vento. Gases 
de motores de combustão. 
Poeira de detonação e 
perfuração. Poeira e fibras de 
asbesto. 
Pouco importante. 
Beneficiamento e 
estocagem 
Poeira, partículas aéreas (fibras 
de asbesto), gases, odores, 
evaporação de bacias de finos. 
SO2 do processo de secagem 
(pelotização de minério de ferro). 
Secagem de concentrado (SO2, 
metais pesados). Geração de 
energia térmica 
(hidrocarbonetos, SO2, NO3). 
Possíveis efeitos respiratórios. 
Chuva atuando sobre partículas 
afetam vegetação e solo. 
Elevação de custos, devido à 
corrosão. 
Próximo às áreas urbanas, 
efeitos sobre a saúde 
decorrentes da inalação de 
fibras de asbesto. 
Transporte Partículas aéreas provenientes 
de material sendo transportado e 
da superfície da estrada. 
Pouco importante. 
FONTE: Autor desconhecido. SOUZA, P. A. Impacto econômico da questão ambiental no 
processo decisório do investimento em mineração. Brasília: DNPM, 2001. 152p.Souza, 2001. 
 
 
17 CONCLUSÃO 
 
 
Nas últimas décadas, as avaliações de impactos ambientais têm alcançado 
altos índices de trabalho e ampliação em diversos setores da economia mundial. No 
Brasil, a preocupação com o meio ambiente tem gerado discussões em torno do que 
deve ser preservado e de como e a que custo o país deve se desenvolver, passando 
por cima da legislação ambiental. 
Todavia, não precisa ir longe para ainda ver e sentir “coronéis” da civilização 
atual, determinando que áreas de reservas devam ser destruídas por interesses 
particulares, ferindo não somente o meio natural, mas sociedades e culturas inteiras 
por conta de seus empreendimentos. 
 
 
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 157 
Os estudos em torno da preservação ambiental, mesmo intensivos e 
constantes, ainda têm suas barreiras na ignorância de um povo que não aprendeu 
valorizar suas riquezas naturais. 
Porém, pode-se contemplar o outro lado da moeda, em que ações de 
sustentabilidade promovem o desenvolvimento focado na preocupação de adquirir 
do meio, suas potencialidades, mas promovendo em conjunto a preservação de 
espécies locais. 
Sabe-se que os impactos provocam não somente a perda de riquezas 
naturais, mas cria novas variedades geneticamente modificadas, detectadas em 
avaliações ambientais mais rigorosas. O problema de qualquer avaliação de impacto 
é: Quando fazer? Como e por quê? 
Os objetivos da avaliação é que determinam essas variações de quando, 
como e por quê. O tempo de fazer nem sempre é no momento exato da real 
necessidade, pois se estima, na maioria das vezes, períodos longos e distantes do 
ponto exato da avaliação. 
A implantação de quaisquer empreendimentos interceptará sempre um 
ecossistema terrestre, ocasionando uma quebra na sua continuidade e gerando ao 
meio ambiente algum impacto negativo. 
O processo de desenvolvimento de uma avaliação percorre os papéis e 
burocracia dos Governos, que avaliam com criteriedade demasiada, ou com vistas 
grossas para determinados interesses. Porém, como fazer as avaliações e as 
implementações de empreendimentos depende da necessidade de cada projeto. 
Os porquês das avaliações em nada devem barrar o desenvolvimento do 
Brasil, mas deve propor mudanças na forma de criar e gerir os empreendimentos 
que comprometem e esgotam os recursos naturais, que faltarão no futuro para estes 
mesmos empreendimentos irresponsáveis. 
Sendo assim, o desenvolvimento da AIA nos setores produtivos são 
ferramentas importantes, pois contribuem para o desenvolvimento local e 
sustentável. Deve ser avaliada a aplicabilidade para as atividades, bem como as 
características de cada região, pois são indicadores dos aspectos ecológicos, 
socioeconômico e cultural. 
 
 
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 158 
Em nada consta que a avaliação de impacto ambiental tenha como objetivo 
criar obstáculos e paradoxos, que são intransponíveis ao desenvolvimento 
sustentável do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 159 
 
 
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 162 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO CURSO

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