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Avaliação de Impacto Ambiental

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AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
 
1 INTRODUÇÃO 
2 HISTÓRICO 
3 IMPACTOS AMBIENTAIS 
3.1 NATUREZA DOS IMPACTOS 
4 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 
4.1 ETAPAS DO PROCESSO DE AIA 
 
MÓDULO II 
 
5 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
6 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA 
7 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA 
7.1 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
8 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
8.1 TIPOS DE LICENÇAS AMBIENTAIS (ABORDAGEM NO ÂMBITO FEDERAL) 
8.2 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
9 AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL (AIA) COMO INSTRUMENTO DA 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
10 O MINISTÉRIO PÚBLICO E AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
11 LEITURAS COMPLEMENTARES 
11.1 A LEI DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
MÓDULO III 
 
12 INTRODUÇÃO: AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – MÉTODOS 
13 PEDIDO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
14 TERMO DE REFERÊNCIA 
14.1 INTRODUÇÃO 
14.2 PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO 
14.3 REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL 
14.4 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA 
14.4.1 Abordagem Metodológica 
14.4.2 Área De Influência Do Empreendimento 
14.4.3 Alternativas Tecnológicas e Locacionais 
14.4.4 Identificação Do Empreendedor 
14.4.4.1 Caracterização do Empreendimento 
14.4.4.1.1 Apresentação 
14.4.4.1.2 Histórico do proponente 
14.4.4.1.3 Descrição do empreendimento 
14.4.4.1.4 Justificativas para o empreendimento 
14.4.4.1.5 Infraestrutura de apoio à obra 
14.4.5 Diagnóstico Ambiental 
14.4.5.1 Estudos Específicos para a Bacia Hidrográfica 
14.4.5.1.1 Meio Físico 
14.4.5.1.2 Meio Biótico 
14.4.5.1.3 Meio Socioeconômico 
14.4.5.2 Área De Influência Direta 
14.4.5.2.1 Meio Físico 
14.4.5.2.2 Meio Biótico 
14.4.5.2.3 Meio Socioeconômico 
14.4.6 Análise Integrada 
14.4.7 Prognóstico Ambiental 
14.4.7.1 Prognóstico das condições ambientais na ausência do empreendimento 
14.4.7.2 Prognóstico das condições ambientais com o empreendimento 
14.4.8 Identificação e Avaliação de Impactos Ambientais 
14.4.8.1 Impactos existentes 
14.4.9 Medidas Mitigadoras, Compensatórias e Programas de Controle e De 
Monitoramento. 
14.4.10 Relatório De Impacto Ambiental – RIMA 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
14.4.11 Equipe Técnica 
14.4.12 Bibliografia 
14.4.13 Glossário 
14.4.14 Autenticação 
15 ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
15.1 TÉCNICAS E METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
MÓDULO IV 
16 APLICABILIDADE DA AIA 
16.1 QUANTO À ESPECIFICIDADE 
16.2 USINAS HIDRELÉTRICAS OU PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS 
(PCH) 
16.2.1 Impactos Ambientais 
16.3 DESMATAMENTOS 
16.3.1 Impactos ambientais e sociais 
16.4 PROJETOS DE TRANSPORTES 
16.4.1 Impactos ambientais decorrentes da construção de estradas florestais 
16.5 AGRICULTURA & PECUÁRIA 
16.5.1 Impactos gerados 
16.6 ATIVIDADE DE MINERAÇÃO 
17 CONCLUSÃO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Já é sabido que o futuro da humanidade está comprometido, caso algo não 
seja feito urgentemente para garantir a sobrevivência de espécies que contribuam 
para a sustentabilidade do meio ambiente. 
A modernidade instituída pelo homem é sobremaneira um dos agentes que 
interfere na autossustentabilidade das riquezas naturais. Porém, o desenvolvimento 
das sociedades não deve ser interrompido, pois destruiria séculos de evolução da 
humanidade. Contudo, o desenvolvimento inteligente é aquele que aproveita os 
recursos naturais, preservando suas fontes e transformando o desenvolvimento em 
prol do bem-estar do ser humano e da própria natureza. 
O meio ambiente enfrenta vários problemas na atualidade. Um deles é o 
aquecimento global, caracterizado pela alta proporção no aumento da temperatura 
média da superfície terrestre. Os debates nessa questão se relacionam basicamente 
às atitudes e ações do ser humano em relação às reservas naturais do planeta, 
provocando perdas irreparáveis ao meio ambiente. As principais atitudes criminosas 
são: o uso de poluentes sem controle, uso dos recursos naturais sem reposição, 
emissão de gases na atmosfera, entre outros. 
O que os órgãos ambientais defendem é a prática do desenvolvimento 
sustentável, atendendo às demandas atuais, sem que para isso as necessidades 
das gerações futuras sejam comprometidas. Assim sendo, a sustentabilidade tem 
como definição a utilização dos recursos naturais, utilizando seu maior potencial no 
presente e ao mesmo tempo, buscando preservar a biodiversidade e os 
ecossistemas naturais. Para isso, é preciso planejar e agir com pró-eficiência nesta 
manutenção do meio ambiente. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
Os impactos ambientais têm sido assuntos constantes na mídia e estudá-los 
permitirá ampliar o conhecimento sobre o assunto, de forma a contribuir para o 
processo evolutivo e desenvolvimento das nações, com respeito aos recursos 
naturais. 
No Módulo I do curso de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), você 
conhecerá o histórico das ações neste sentido, a definição de impacto ambiental, as 
formas de avaliação desses impactos e suas etapas. 
No módulo II, você conhecerá toda a parte Legal das atividades de 
preservação dos recursos naturais, bem como documentos, órgãos governamentais 
e procedimentos na avaliação dos impactos ambientais. 
No módulo III, você conhecerá as metodologias empregadas no 
desenvolvimento da Avaliação de Impacto Ambiental, além dos procedimentos 
norteadores deste estudo. 
O último módulo IV contemplará os aspectos biológicos e ecológicos 
pertinentes a cada atividade. 
 
 
2 HISTÓRICO 
 
 
Em 1969 foi aprovada pelos Estados Unidos a lei federal “National 
Environmental Policy of Act”, também conhecida por NEPA. Adotada por vários 
países, esse documento consiste em uma política nacional ambiental que tem como 
instrumento a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). 
Exigida inicialmente apenas para ações no âmbito do governo federal 
americano, a AIA avançou também para as tomadas de decisões, programas, 
licenças, autorizações e empréstimos. 
Segundo Queiroz (1990), a força exercida da NEPA juntamente com as 
legislações pertinentes de cada Estado, em afinidade com a aplicação da AIA a 
impulsionou pelos Estados Unidos e demais países desenvolvidos. Posteriormente 
alcançando os países em desenvolvimento, devido à constatação que os problemas 
ambientais não se restringiam apenas ao território americano. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
De acordo com Andreazzi & Milward-de-Andrade (1990), com a realização 
da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, no ano de 1972, a percepção da 
problemática ambiental passou a ter maior atenção, devido aos requisitos 
estabelecidos na AIA para a concessão de empréstimos internacionais. 
Atualmente, a aplicação da AIA ocorre independente de estar prevista na 
legislação local devido à exigência de organismos internacionais (DIAS, 2001), 
sendo os principais organismos de cooperação internacional a Organização das 
Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial (BIRD), o Banco Interamericano de 
Desenvolvimento (BID), entre outros (MOREIRA, 1985). 
No Brasil, a partirda década de 70 é que se iniciaram os estudos 
relacionados aos Impactos Ambientais, por ocasião da implantação de projetos 
direcionados à instalação de usinas hidrelétricas por exigências do Banco Mundial. 
 
 
FIGURA 1 - RECURSOS HÍDRICOS 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://pwalwer.blogspot.com.br/2012/04/usina-
hidreletrica-de-itaipu.html>. Acesso em: 05 nov. 2012. 
 
 
No entanto, a necessidade destes estudos de AIA só foi reconhecida e 
inserida de maneira legal após a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente 
pela Lei Federal nº 6.938 em 1981, conforme pode ser visto a seguir: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana, atendidos os seguintes princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
 II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
 VIII - recuperação de áreas degradadas; 
 IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação 
da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa 
do meio ambiente (LEI FEDERAL nº 6938, 1981, art. 2). 
 
 
Todavia, somente com a definição das diretrizes, bem como dos critérios 
técnicos para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e também do 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é que a AIA foi regulamentada nos Estados 
da Federação Brasileira por meio da Resolução do CONAMA 001/86. 
Com a regulamentação ocorrida em 06 de junho de 1990, por meio do 
Decreto Federal nº 99.274 e devidas alterações feitas pela Resolução nº 237 de 
19/12/1997 do CONAMA, foi instituído que a AIA é procedimento integrante do 
licenciamento ambiental de qualquer atividade potencialmente degradadora e/ou 
poluidora, conforme descrito a seguir: 
 
A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas 
efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de 
impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, 
garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo 
com a regulamentação (RESOLUÇÃO Nº 237, Art. 3º). 
 
 
A Resolução CONAMA 237/1997 também determina a elaboração de 
estudos ambientais necessários e adequados à finalidade a que se destina o 
empreendimento proposto, conforme descrito a seguir: 
O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou 
empreendimento não é potencialmente causador de significativa 
degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes 
ao respectivo processo de licenciamento (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, 
1997, Parágrafo único). 
Todavia, é importante frisar que embora sejam desenvolvidos e constatados 
exemplos de sucesso por meio da aplicação de estudos direcionados, como EIA, 
RIMA e a própria AIA, para a adequada implantação e licenciamento ambiental de 
diversas atividades, ainda há muito a se fazer para que seja alcançada a eficácia 
desejada. 
 
 
3 IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
 
De maneira geral os impactos ambientais são ocasionados pela contínua 
agressão do homem ao meio ambiente, por meio de ações de irresponsabilidade e 
condutas que fogem às regras de sustentabilidade natural das riquezas. Atitudes 
assim reduzem a capacidade de regeneração natural devido à intensidade, 
velocidade e frequência com que ocorrem. 
Rohde (1989) classificou os impactos quanto aos seus aspectos de 
desencadeamento como dimensão, procedência, durabilidade, temporalidade, 
grandeza e extensão, dentre outros aspectos relacionados. 
Pode-se dizer que os impactos ambientais podem apresentar aspectos 
qualitativos e quantitativos. Os aspectos qualitativos apresentam intensidade variada 
quando comparada às alterações ocorridas no meio ambiente. Um impacto 
ambiental positivo pode se estender por um curto espaço de tempo, como também 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
perdurar por longos anos. Por exemplo, a atividade de reflorestamento que promove 
a preservação do solo, a fauna silvestre, os corpos d’água, diminuem o efeito estufa, 
dentre outros efeitos que promovem uma melhor qualidade de vida para todos os 
seres vivos. Já os impactos negativos causados pelas indústrias e outros 
segmentos, por exemplo, atingem diversos recursos naturais comprometendo não 
só a qualidade de vida, como também em alguns casos a própria existência da 
mesma. 
Quanto aos aspectos quantitativos a intensidade pode até mesmo ser baixa, 
por exemplo, mas a intensidade dos efeitos provoca modificações intensas e às 
vezes permanentes, podendo afetar a diversidade de ecossistemas, biomas e 
biotas. 
Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a definição de 
impacto ambiental é: 
 
 
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA n
o
 1, 1986, art. 1). 
 
 
 
 
Portanto, pode-se afirmar que os impactos ambientais apresentam relação 
de “causa e efeito” quando associados ao crescimento populacional e ao 
desenvolvimento econômico, por atuarem diretamente sobre os recursos naturais, 
tais como a água, o solo, o vento, a energia e outros. Ou seja, são as ações 
humanas, exclusivamente, que ocasionam e intensificam os impactos ambientais. 
Entre estas causas, destacam-se as obras de Usinas Hidrelétricas ou Pequenas 
Centrais Hidrelétricas (PCH), canais para navegação, retificação de cursos d'água, 
saneamento básico, irrigação e drenagem, entre outros. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
 
FIGURA 2- SANEAMENTO 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: 
<http://www.optussuaritma.com/atik_su_aritma/atik_su_aritma_sistemleri.php>. Acesso em: 06 fev. 
2014. 
 
 
Obras de infraestrutura e escoamento também são causas de impacto 
ambiental, como as ferrovias, portos e terminais de minério, petróleo e produtos 
químicos, as estradas de rodagem, aeroportos, linhas de transmissão elétrica, 
gasodutos, oleodutos, minerodutos e emissários de esgotos, e aterros sanitários. 
Também são fontes de impactos ambientais a extração e a exploração de minérios, 
carvão vegetal e de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão). Assim como, a 
exploração madeireira, as unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, 
siderúrgicos, destilarias de álcool, etc.), e a implantação de projetos urbanísticos. 
 
 
 
 
http://www.optussuaritma.com/atik_su_aritma/atik_su_aritma_sistemleri.php
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
 
FIGURA 3- EXTRAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: 
<http://www.mineradorasaojorge.com.br/infraestrutura.php>. Acesso em: 05 nov. 2012. 
 
 
Os efeitos dos impactos ambientais são consequências dos interesses 
humanos que fogem às necessidades autossustentáveisdo ambiente em questão. É 
com o intuito de equacionar problemas ambientais oriundos de projetos que causem 
impactos ao meio, que são recomendados determinados estudos que visem 
minimizar ou suprimir impactos negativos ou mesmo potencializar os positivos, por 
meio das Leis Ambientais estabelecidas em cada país. 
No Brasil, a Lei Federal n° 6.938 de 31/08/1981, referente à Política 
Nacional do Meio Ambiente foi o primeiro dispositivo legal da Avaliação de Impactos 
Ambientais (AIA), e foi regulamentada pelo Decreto Federal n° 88.351 de 
01/06/1983, permanecendo vinculada sua aplicação a quaisquer licenciamentos de 
atividades potencialmente poluidoras ou modificadoras do meio ambiente, a critério 
de órgãos ambientais competentes, seja da esfera estadual ou federal (SILVA, 
1994). 
A Resolução do CONAMA n° 01/86 atribuiu ao órgão estadual - Secretaria 
Estadual do Meio Ambiente (SEMA) – o poder de requerer a realização de 
audiências públicas para informar sobre projetos, possíveis impactos ambientais 
relacionados, bem como promover debates referentes ao Relatório de Impacto 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
Ambiental RIMA. No entanto, a Resolução n° 09 de 03/12/1987 do CONAMA, 
modificou esta prerrogativa, conforme pode ser visto a seguir: 
 
A Audiência Pública referida na Resolução CONAMA nº 1/86, tem por 
finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do 
seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas 
e sugestões a respeito. (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 09, 1987, art.1). 
 
Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, 
pelo Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos, o Órgão de 
Meio Ambiente promoverá a realização de audiência pública. 
 
§ 1º O Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA, 
fixará em edital e anunciará pela imprensa local a abertura do prazo que 
será no mínimo de 45 dias para solicitação de audiência pública. 
 
§ 2º No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do 
Órgão Estadual não realizá-la, a licença concedida não terá validade. 
 
§ 3º Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão licenciador, 
através de correspondência registrada aos solicitantes e da divulgação em 
órgãos da imprensa local. 
 
§ 4º A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos 
interessados. 
 
§ 5º Em função da localização geográfica dos solicitantes, e da 
complexidade do tema, poderá haver mais de uma audiência pública sobre 
o mesmo projeto de respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA 
(RESOLUÇÃO CONAMA Nº 09, 1987, art.2). 
 
A audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão licenciador 
que, após a exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abrirá 
as discussões com os interessados presentes (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 
09, 1987, art.3). 
 
 
A Resolução n° 237, de 19/12/1997, estabeleceu definições, 
responsabilidades de empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, 
critérios e diretrizes, para uso e implementação da AIA, contendo uma listagem 
detalhada das atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, 
que poderá ser vista no próximo módulo. 
Embora possua uma legislação contemporânea, o Brasil ainda necessita de 
uma fiscalização mais efetiva que garanta e exerça sua função de proteção 
ambiental. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
 
 
3.1 NATUREZA DOS IMPACTOS 
 
 
O homem interage com o meio ambiente ao seu redor desde a antiguidade e 
devido a sua evolução, diversas modificações ocorreram ao longo do tempo. Ora 
pelas inovações tecnológicas, ora pela necessidade de aumentar a produção de 
alimentos em função do aumento da população mundial. Consequentemente, a 
utilização dos recursos naturais são maiores e, por vezes usados até ao seu 
esgotamento. 
 
 
FIGURA 4- DESMATAMENTO 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://www.jornallivre.com.br/230521/o-desmatamento-
da-mata-atlantica.html> Acesso em: 07 fev. 2014. 
 
 
http://www.jornallivre.com.br/230521/o-desmatamento-da-mata-atlantica.html
http://www.jornallivre.com.br/230521/o-desmatamento-da-mata-atlantica.html
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
Conforme disposto na Resolução CONAMA Nº 1, de 23/01/1986, alterada 
pelas Resoluções: nº 11/86, nº 05/87 e nº 237/97, o estudo de impacto ambiental 
deve desenvolver, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: 
 
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa 
descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como 
existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da 
implantação do projeto, considerando: 
 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os 
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos 
d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes 
atmosféricas; 
 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, 
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor 
científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de 
preservação permanente; 
 
c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a 
socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, 
históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a 
sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura 
desses recursos. 
 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, 
através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da 
importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos 
positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e 
a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de 
reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição 
dos ônus e benefícios sociais. 
 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas 
os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, 
avaliando a eficiência de cada uma delas. 
 
IV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos 
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados. (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 1, 1986, art. 6). 
 
 
“As interferências, suas causas e consequências, trazem uma série de 
relações entre si” (BASTOS; FREITAS, 2000), atuando sobre diferentes elementos 
do meio ambiente, com níveis e maneiras distintas (tabela 1). 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 
 
TABELA 1 – RELAÇÃO DOS TIPOS DE IMPACTOS COM ELEMENTOS AFETADOS. 
Tipos Elementos 
Físico Clima 
Orografia (por definição estudo das nuances do 
relevo de uma determinada região.) 
Hidrografia 
Geologia 
Biológico Flora 
Fauna 
Ecossistemas 
Econômicos Atividades econômicas 
Produtividades 
Renda per capita 
Inflação 
Sociais Desemprego 
Habitação 
Saúde 
Educação 
Culturais Costumes 
Tradições 
Estéticos Paisagem urbana 
e natural 
FONTE: Tourón (2004) – adaptada 
 
 
A utilização dos recursos naturais sem qualquer preocupação ambiental, ou 
seja, desprovida de ações que visem minimizar os impactos ambientais promovem 
alterações abrangentes, localizadas e extensivas. Segundo Bacci et. al. (2006), é 
possível adotar medidas que minimizem ou até mesmo que impeçam a ocorrência 
dos impactos ambientais, associados à implantação de um determinado 
empreendimento. Para tanto, é necessário conhecimento prévio dos problemas 
associados à instalação e desenvolvimento do empreendimento, bem como à 
correta avaliação, planejamento e emprego adequado de metodologias direcionadas 
a evitar tais impactos ambientais. 
A importância de caracterizar e quantificar os impactos ambientais estão em 
promover a conservação dos recursos naturais, e, portanto, optar por ações de 
manejo adequado e eficiente. Para tanto, são necessários estudos que determinem 
a adequada metodologia a ser empregada,como por exemplo, os Estudos de 
Impactos Ambientais (EIA), Relatórios de Impactos Ambientais (RIMA) e outros, 
determinados pela Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
 
 
4 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 
 
 
A AIA surgiu durante a segunda metade do século XX em resposta à 
necessidade crescente da afirmação de valores ambientais, no que diz respeito às 
decisões dos processos de desenvolvimento. 
 
 
FIGURA 5 - ENERGIA 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://www.fnltda.com/rrnn_electrica.html> 
Acesso em: 07 fev. 2014. 
 
 
Anteriormente à AIA, a avaliação dos projetos se limitava à elaboração de 
Análises de Custo-Benefício (ACB) e Estudos de Viabilidade Técnica. As Análises 
http://www.fnltda.com/rrnn_electrica.html
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
de Custo/Benefício baseiam-se no princípio da avaliação econômica de critério 
único, ou seja, o custo. Nos Estudos de Viabilidade Técnica analisam apenas o 
projeto do ponto de vista da engenharia. 
Nessas análises se inclui a degradação baseada na qualidade dos recursos 
naturais, que decorre do uso inadequado, dos custos decorrentes das situações 
poluidoras ou ainda as perdas dos recursos naturais ou da capacidade de utilização 
em busca da produção de bens alternativos. Isso torna evidente na avaliação das 
consequências ambientais, as limitações e a incapacidade para explicações das 
razões dos efeitos negativos que são identificados nos processos de 
desenvolvimento econômico. 
 
FIGURA 6- MEIO AMBIENTE 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: <http://www.witchpathforward.com/the-
elements.html>. Acesso em: 07 fev. 2014. 
 
 
A AIA se desenvolve como instrumento de avaliação global, contendo 
questões ambientais, políticas, econômicas, sociais e técnicas dentro do processo 
de decisão. 
http://www.witchpathforward.com/the-elements.html
http://www.witchpathforward.com/the-elements.html
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
Entre as várias definições de AIA, a maioria de cunho acadêmico e com 
vasta argumentação técnica, podemos entender que se trata de: 
Um estudo destinado a identificar a interpretar – assim como prevenir – as 
consequências ambientais ou os efeitos que determinados projetos ou 
ações podem causar à saúde e ao bem-estar do homem e ao entorno, ou 
seja, os ecossistemas em que o homem vive e de que depende (BOELA, 
1984). 
 
Atividade destinada a identificar e predizer o impacto sobre o ambiente 
biogeofísico e sobre a saúde e o bem-estar dos homens, resultantes de 
propostas legislativas, políticas, programas e projetos e de seus processos 
operacionais, e a interpretar e comunicar as informações sobre esses 
impactos (MUNN, 1979). 
 
Identificar, predizer e descrever, em termos apropriados, os prós e os 
contras (benefícios e danos) de uma proposta de desenvolvimento. Para ser 
útil, a avaliação deve ser comunicada em termos compreensíveis para a 
comunidade e para os responsáveis pela tomada de decisão. Os prós e 
contras devem ser identificados com base em critérios relevantes para os 
países afetados (PNUMA, 1978). 
 
"... de uma avaliação de todos os efeitos ambientais e sociais relevantes 
que resultariam de um projeto" (BATTELE INSTITUTE, 1978). 
 
 
Em síntese, é um instrumento preventivo utilizado nas políticas e gestões 
ambientais, respaldado por estudos ambientais desenvolvidos por profissionais de 
diversas áreas do conhecimento. 
Em 1999, a International Association for Impact Assessment (IAIA) instituiu 
na definição formal e internacionalmente aceita, conhecida por Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA), também teve seus objetivos definidos: 
 
Processo de identificação, previsão, avaliação e mitigação dos efeitos 
biofísicos, sociais e outros efeitos relevantes de propostas de 
desenvolvimento antes de decisões fundamentais serem tomadas e de 
compromissos serem assumidos (IAIA/IEA, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
 
 
Os objetivos da AIA 
 Assegurar que o ambiente é explicitamente considerado e 
incorporado no processo de decisão sobre propostas de 
desenvolvimento; 
 Antecipar e evitar, minimizar ou compensar os efeitos adversos 
significativos de propostas de desenvolvimento; 
 Proteger a produtividade e capacidade dos sistemas naturais e 
processos ecológicos que mantêm as suas funções; 
 Promover um desenvolvimento sustentável, que otimize o uso 
dos recursos e as oportunidades de gestão. 
 A AIA tem ainda como objetivo fundamental antecipar e apoiar a 
decisão: fornecendo aos decisores informações sobre as 
implicações ambientais significativas de determinadas ações 
propostas; sugerindo modificações da ação, visando à 
eliminação dos potenciais impactos adversos e potenciação dos 
impactos positivos; e sugerindo os meios de minimização dos 
potenciais impactos inevitáveis. 
FONTE: IAIA/IEA (1999) 
 
Também se pode entender que é constituído por uma série de 
procedimentos visando à avaliação sistemática dos possíveis impactos ambientais 
associados à execução do projeto, realizando interpretações no âmbito qualitativo e 
quantitativo. A elaboração de uma AIA inclui análises, avaliações e descrições a 
respeito dos impactos ambientais efetivos e potenciais do projeto a ser implantado, 
tais como: 
 Avaliação inicial (screening) identifica os possíveis impactos ambientais 
associados à implantação que um projeto pode resultar, são estimados também os 
impactos sociais significativos; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
 
 Etapa da AIA (scoping) que tem o objetivo de identificar as 
características ambientais, sociais e econômicas potenciais para elaboração do 
estudo, bem como analisar os aspectos negativos; 
 
 Elaboração do Estudo de Impactos Ambientais – EIA, contendo uma 
descrição detalhada do empreendimento, suas características potenciais, 
interferências prováveis e efeitos negativos; 
 
 Etapa de revisão do EIA realizada por departamentos governamentais, 
público, por meio de processo participativo; 
 Confecção do relatório final, pautadas nas análises realizadas nas 
etapas anteriores, principalmente durante a revisão do EIA; 
 
 Implementação de ações aprovadas na revisão do EIA, abrange 
medidas mitigadoras e campanhas de monitoramento com o objetivo de avaliar a 
aplicabilidade das ações indicadas, bem como seus resultados (EGLER, s/d). 
 
Das alternativas aos resultados analisados, todas as informações devem ser 
adequadamente demonstradas e repassadas ao público e aos empreendedores pela 
tomada de decisão. 
 
 
4.1 ETAPAS DO PROCESSO DE AIA 
 
 
No Brasil, o processo de AIA é composto por técnicas que visam identificar e 
interpretar os impactos e suas consequências sobre o meio ambiente. Sendo 
provenientes de ações ou projetos propostos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
A AIA possui fases distintas que têm uma sequência lógica de 
procedimentos que atendem as exigências legais conhecidas e voltadas para a 
obtenção de respostas e direcionamentos adequados, pertinentes aos elementos 
norteadores do processo de AIA. Além disso, a AIA é uma importante ferramenta 
que auxilia no processo de tomada de decisão para os empreendedores. Essas 
fases incluem atividades diferenciadas, porém inter-relacionadas e que envolvem 
vários segmentos como: entidades e órgãos ambientais, empresas, a sociedade, 
dentre outros. 
 
Processo de AIA em nosso país é composto por três etapas: 
 Inicial ou triagem – compreende a análise da seleção do projeto 
proposto, sendo determinado o estudo convencional ou de impacto ambiental; 
 Análises – compreende as etapas de definição do âmbito do projeto, 
elaboração e apreciação técnica do EIA. Nessa etapa também são analisadas as 
sugestões e interesses da sociedade - participação pública (não está inserida nas 
fases do processo de AIA); 
 Pós-aprovação – consiste na última fase do processo de AIA, em que é 
determinada a decisãofavorável ou não, quanto ao estudo proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
FLUXOGRAMA 1 – FASES DO PROCESSO DE AIA. 
 
FONTE: Partidário, Jesus (2003) – adaptado. 
 
 Seleção dos Projetos 
É fundamentada em critérios relacionados à ação proposta ou atividade 
sugerida, avaliando as necessidades, pontos positivos e negativos conforme a 
localização e características do empreendimento. Ou seja, é realizada uma triagem 
que avalia os impactos ambientais significativos associados ao empreendimento. 
Após essa avaliação deverá ser indicada à necessidade de desenvolver um 
licenciamento ambiental convencional por não implicar impactos ambientais, ou o 
 
Fases do Processo 
Participação Pública 
Seleção dos 
Projetos 
Elaboração 
do EIA 
Definição do Âmbito 
Análise Técnica do EIA 
Decisão 
DA 
Pós-avaliação 
Consulta 
Pública 
Consulta 
Pública 
Consulta 
Pública 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
desenvolvimento de licenciamento amparado em estudos de impactos ambientais 
específicos, em razão dos impactos ambientais causados. 
 
 Definição do âmbito 
Também conhecido por scoping é uma etapa facultativa do processo, pois o 
seu desenvolvimento está relacionado com o proponente em realizá-la. Trata-se de 
uma etapa do processo da AIA que visa selecionar os temas relevantes. Permitindo 
assim determinar a finalidade e abrangência dos estudos ambientais. Nesta etapa, 
os impactos significativos são identificados e analisados pelo EIA, bem como as 
possíveis alternativas. Resultando num planejamento adequado das atividades, 
além de promover uma redução dos danos ambientais. 
São realizadas audiências públicas (participação da sociedade) e de 
agências governamentais. Essa é uma atividade de extrema importância para o 
processo de AIA, pois aumenta a sua eficácia. 
 
 Elaboração do EIA 
 
Instituído no Brasil pela PNMA, é uma ferramenta de avaliação de impacto 
ambiental e tem por finalidade principal caracterizar de maneira imparcial os 
impactos ambientais de uma atividade proposta, além de relacionar medidas de 
mitigação. 
Na elaboração do EIA deve constar: a descrição do projeto, a análise das 
alternativas; a descrição as condições atuais do ambiente; o diagnóstico dos 
impactos ambientais associados ao projeto; interpretação e análise dos impactos 
ambientais; indicação de alternativas para minimizar os impactos ambientais e a 
definição dos programas de monitoramento como o de fauna, flora, macrofitas, e 
outros. 
Para o licenciamento ambiental são necessários procedimentos específicos 
e a realização de audiência pública, com a participação de vários segmentos da 
sociedade, interessada e/ou afetada pelo empreendimento. A confecção do EIA é da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
responsabilidade do proponente, que poderá contratar consultores para desenvolvê-
lo corretamente. 
O EIA é formado por: Resumo Não Técnico (RNT), Relatório ou Relatório 
Síntese (RS), Relatórios Técnicos (RT) quando necessários e anexos. 
 
 Apreciação técnica do EIA 
Etapa em que é verificado o cumprimento de todas as exigências 
determinadas pelo EIA - requisitos legais e termos de referência. E se há 
informações suficientes e necessárias para a tomada de decisão. Após análise 
técnica minuciosa é que se realiza a etapa de audiência pública que poderá ou não 
concordar. 
Nessa etapa são recolhidas as avaliações, opiniões e sugestões dos 
interessados pelo projeto submetido à AIA. Caso a avaliação realizada por uma 
autoridade ambiental, área de tutela ou governo resultar aprovação o EIA passará 
por duas etapas pós-aprovação: o monitoramento e acompanhamento da gestão 
ambiental. 
 
 Pós-avaliação 
Esta etapa tem por finalidade garantir o cumprimento das condições 
necessárias e termos exigidos para aceitação do projeto ou atividade sugerida, por 
meio da verificação do monitoramento, efetivação e concordância de auditorias. 
Os objetivos da pós-avaliação são: acompanhar os efeitos oriundos do 
projeto proposto a fim de avaliar a resposta do ecossistema afetado; avaliar as 
medidas implantadas pela gestão ambiental, analisando principalmente a eficácia 
das ações; propor e analisar a implementação de novas medidas eficazes, quando 
necessário; verificar o surgimento de outros impactos possíveis, porém não previstos 
no início da atividade. 
São necessárias atividades fundamentais relacionadas ao projeto proposto: 
o monitoramento e a auditoria: 
- Monitoramento: é um programa de ações sistemáticas de avaliação, 
observação e anotações pertinentes. Ou seja, constatações observadas durante a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
execução do projeto são de responsabilidade do proponente, além do 
encaminhamento de relatórios para a apreciação da autoridade de AIA. 
- Auditoria: consiste na verificação de práticas aplicadas, bem como a 
observação dos procedimentos de qualidade que inclui ainda o registro dos 
resultados das ações efetivas do programa de monitoramento. 
 Participação Pública 
É fundamental que o Poder Público tenha participação ativa no processo de 
AIA, como componente essencial em relação a responsabilidades. A participação 
pública pode acontecer de diversas formas, desde o fornecimento das informações, 
que geralmente é disponibilizada por meio da mídia de massa ou informativas, 
pesquisas situacionais escritas ou por entrevistas, promoção de debates e fóruns de 
ideias com reuniões de trabalho, e até mesmo audiências públicas. Essa 
participação do Poder Público tem como objetivo assegurar que o projeto contemple 
os impactos ambientais e sociais valorizados pelo público afetado potencialmente 
pelo mesmo. 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
 
 
MÓDULO II 
 
 
5 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
No final da década de 60, nos países industrializados e também em alguns 
países em desenvolvimento, o crescimento da conscientização do público quanto à 
rápida degradação ambiental e aos problemas sociais decorrentes levou as 
comunidades a demandar uma melhor qualidade ambiental. Assim crescia a 
participação pública, que passou a exigir que as questões ambientais fossem 
expressamente consideradas pelos governos ao aprovarem seus programas de 
investimento e projetos de grande e de médio porte. 
As primeiras reações quanto à importância da proteção do meio ambiente 
surgiram nos anos 70, por parte do Governo Brasileiro, em resposta à Conferência 
de Estocolmo (1972), com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente - 
SEMA. Durante mais de uma década, esse órgão federal, juntamente com outras 
agências de controle ambiental pioneiras da esfera estadual, encarregaram-se das 
atividades ligadas ao controle da poluição e à proteção da vida selvagem. 
Nos anos 80 houve a institucionalização e regulamentação da questão 
ambiental. Nesse período, a gestão ambiental consolidou-se no Brasil, por meio do 
surgimento de importantes instrumentos legais, como a Lei n° 6.938 de 31 de agosto 
de 1981, que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA e a 
Resolução CONAMA 001/86, relativa às definições, responsabilidades,critérios e 
diretrizes para o uso e implementação da AIA. 
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, 
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana e atende os 
seguintes princípios: 
 
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo; 
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente 
poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, incluindo a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação 
ativa na defesa do meio ambiente. (LEI FEDERAL Nº 6.938, 1981, 
art.2). 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente consagra um princípio muito 
importante quanto à responsabilidade do poluidor. Em questões ela é objetiva, isto é, 
independente da existência de dolo (intenção de causar dano) ou culpa (negligência, 
imperícia ou imprudência). O poluidor é responsável pelos danos causados ao Meio 
Ambiente e a terceiros, devendo repará-los, isto porque a atividade poluidora acaba 
sendo uma interferência no direito de alguém de ter uma qualidade de vida 
saudável, do ponto de vista ambiental. 
 
6 SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – SISNAMA 
 
A Lei 6.938/81 criou o SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente, que 
congrega os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios 
e do Distrito Federal. A finalidade do SISNAMA é dar cumprimento aos princípios 
constitucionalmente previstos e nas normas instituídas e apresenta a seguinte 
estrutura: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
CONSELHO DE GOVERNO: Órgão superior de assessoria ao Presidente 
da República na formulação das diretrizes e política nacional do meio ambiente. 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA: Órgão 
consultivo e deliberativo. Assessora o Governo e delibera sobre normas e padrões 
compatíveis com o meio ambiente, estabelecendo normas e padrões federais que 
deverão ser observados pelos Estados e Municípios, os quais possuem liberdade 
para estabelecer critérios de acordo com suas realidades, desde que não sejam 
mais permissivos. 
MINISTÉRIO DO MEIO 
AMBIENTE - MMA: Planeja, coordena, 
controla e supervisiona a política 
nacional e as diretrizes estabelecidas 
para o meio ambiente, executando a 
tarefa de congregar os vários órgãos e 
entidades que compõem o SISAMA. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE 
MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS 
NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA: É 
vinculado ao MMA. Formula, coordena, 
fiscaliza, controla, fomenta, executa e 
faz executar a política nacional do meio 
ambiente e da preservação e 
conservação dos recursos naturais. 
ÓRGÃOS SECCIONAIS: São 
os órgãos ou entidades estaduais 
responsáveis pela execução de 
programas, projetos, controle e 
fiscalização das atividades 
degradadoras do meio ambiente. 
ÓRGÃOS LOCAIS: Órgãos 
municipais responsáveis pelo controle e 
fiscalização de atividades 
degradadoras. 
FONTE: Júris Ambiente. (2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
 
7 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA 
 
 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, conforme abordado no 
módulo anterior, é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente-SISNAMA, instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90. 
 
 
7.1 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
 Padrões de Qualidade - O estabelecimento de conceitos, padrões de 
qualidade, métodos de amostragem e análise de poluentes atmosféricos foi feito pela 
Resolução CONAMA nº 03/90; o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar – 
PRONAR foi instituído pela Resolução CONAMA 05/89 (complementada pela 
Resolução CONAMA nº 3/90 e 8/90); a Resolução CONAMA nº 18/86 (alterada pelas 
Resoluções nº 15/95, nº 315/02 e nº 414/09 e complementada pelas Resoluções nº 
08/93, e nº 282/01) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos 
Automotores – PROCONVE. 
 
 Zoneamento Ambiental - O artigo 21 da Constituição Federal dispõe 
que é o Poder Público que irá indicar os critérios básicos para o uso e ocupação do 
solo, estabelecendo a divisão do território em partes, nas quais poderá ser autorizado 
ou não a realização de certas atividades. Isso é realizado por meio de leis e 
regulamentos da Lei 8.171/91 que deixa claro no artigo 102, que o solo agrícola é 
considerado patrimônio natural; também é previsto no artigo 19, III desta Lei, o 
zoneamento agroecológico para ordenar e disciplinar a ocupação espacial pelas 
diversas atividades produtivas, assim como para a instalação de hidrelétricas; e ainda, 
o Decreto 99.540/90, que instituiu a Comissão Coordenadora do Zoneamento 
Ecológico-econômico do Território Nacional, em âmbito regional, para acompanhar e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
avaliar a implementação de trabalhos desse zoneamento, inclusive em nível estadual. 
Atualmente a matéria é regulamentada pelo Decreto no. 4.297/02. 
 
 Avaliação de Impactos Ambientais – AIA – a Lei 6.938, no seu artigo 
8º, item I, inclui entre as competências do CONAMA a de constituir, mediante proposta 
do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades potencial ou 
eficazmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. 
Dessa forma, o CONAMA por meio da Resolução 01/86 (alterada pelas Resoluções 
11/86, 05/87, 237/97), tornou obrigatório, para diversas atividades, a elaboração de 
Estudo de Impacto Ambiental – EIA que deve observar todas as alternativas 
tecnológicas e de localização do projeto. Contando, inclusive, com a hipótese de não 
execução, e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA que deverá ser apresentada de 
forma objetiva e ajustada à sua compreensão, sendo acessível ao público. 
 
 Incentivos à produção e instalação de equipamentos e novas 
tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade ambiental - Tal previsão tem 
encontrado grande aceitação, atualmente, por força dos processos de certificação da 
ISO 9.000 e ISO 14.000. 
 
 Criação de Unidades de Conservação, tais como APA, ARIE e 
RESEX - A matéria foi levada ao âmbito constitucional e, de acordo com a Constituição 
Federal, cabe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços 
territoriais e seus componentes a serem protegidos. Sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente por meio de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, tendo sido regulamentada 
através da Lei nº 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza. 
 
 Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa 
Ambiental - Este Cadastro, de acordo com a Resolução CONAMA 01/88, tem como 
objetivo realizar o registro, de caráter obrigatório, de pessoas físicas ou jurídicas que 
se dedicam à consultoria técnica ambiental e à indústria e comércio de equipamentos. 
Aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetivas ou 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
potencialmente poluidoras. É dirigido pelo IBAMA, nos termos do artigo 17, Item I da 
Lei n°. 6.938/81.Existe ainda o Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas - 
CNEA, criado pela Resolução CONAMA 06/89, alterada pela Resolução CONAMA nº 
292, de 2002. 
 
 Medidas disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das 
exigências necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental – 
Foi regulamentado pela Lei nº 9.605/98 e pelo Decreto n° 3.179/99. No entanto, sabe-
se que o conjunto de leis e outros atos normativos dispondo sobre as sanções 
administrativas, cíveis ou criminais são extensas. 
 
 Instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente - RQMA – O 
relatório é realizado pelo IBAMA. 
 
 Prestação de informações relativas ao meio ambiente - Além da Lei 
nº 10.650/03, vale chamar a atenção aos serviços postos à disposição do cidadão, por 
meio da LINHA VERDE, uma Central de Atendimentos integrante da OUVIDORIA do 
IBAMA que, além de receber denúncias, presta informações ou encaminha as 
solicitações às unidades internas que possam prestá-las. Funciona pelo número de 
telefone 0800-61-80-80. 
 
 
 Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
– realizado pelo IBAMA conforme o artigo 17, II da Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente e inclusive cobra uma taxa anual para tal fim, nos termos da Lei n° 
10.165/00. 
 
 
 Licenciamento ambiental 
 
Ponto que será abordado no próximo tópico. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
8 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
 
A Lei Federal nº 6.938/81, trata do licenciamento ambiental, definindo as 
atividades e os empreendimentos, que dependerão de prévio licenciamento, 
conforme pode ser visto a seguir: 
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e 
atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente 
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental 
dependerão de prévio licenciamento ambiental (LEI FEDERAL Nº 6.938, 
1981, art.10). 
Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para 
implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no 
artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA. 
§ 2º - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de 
projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a 
recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração 
predatórios ou poluidores (LEI FEDERAL Nº 6.938, 1981, art.11). 
 
O art. 1º, da Resolução CONAMA nº 237/97, dá as seguintes definições: 
Licenciamento Ambiental – procedimento administrativo pelo qual o órgão 
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais. Considerados 
efetiva ou potencialmente poluidores ou daquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e 
as normas técnicas ao acaso. 
Licença Ambiental – ato administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que 
deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica. Para localizar, 
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos 
ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
Estudos Ambientais – todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos 
ambientais que se relacionam à sua localização, instalação, operação e ampliação de 
uma atividade ou empreendimento, que apresenta como subsídio para a análise da 
 
 
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 37 
licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, 
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de 
recuperação da área degradada e análise preliminar de risco. 
Impacto Ambiental Regional – todo e qualquer impacto que afete 
diretamente a Área de Influência Direta do Projeto (AID), no todo ou em parte, o 
território de dois ou mais Estados. 
FONTE: CONAMA (1997) 
 
 
8.1 TIPOS DE LICENÇA AMBIENTAL (ABORDAGEM NO ÂMBITO FEDERAL) 
 
 
O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as 
seguintes licenças, conforme o artigo 8, da Resolução CONAMA nº 237/1997: 
 
 Licença Prévia (LP) – na fase preliminar do planejamento de 
atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, 
instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de 
uso do solo; 
 
 Licença de Instalação (LI) – autorizando o início da implantação, de 
acordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado; 
 
 Licença de Operação (LO) - autorizando, após as verificações 
necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus 
equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto na Licença Prévia e 
de Instalação. 
Alguns órgãos de meio ambiente incluíram em seu sistema de licenciamento 
outros tipos de licenças, com vistas a adequar esse processo às suas necessidades 
específicas. No IBAMA, por exemplo, foi criada a licença de Pré-Operação para a 
fase de teste dos equipamentos de controle de poluição, de curto prazo, concedida 
de acordo com as características do projeto. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
FIGURA 7 - PLANTAS PARA ÁREAS DEGRADADAS 
 
 
FONTE: Autor desconhecido. Disponível em: 
<http://mauriciopivotoea.blogspot.com.br/2010/01/plantas-para-areas-degradadas.html>. Acesso em: 
06 nov. 2012. 
 
 
8.2 ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL 
 
 
Extração e Tratamento de Minerais 
 Pesquisa mineral com guia de utilização; 
 Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; 
 Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento; 
 Lavra garimpeira; 
 Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. 
 
 
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 39 
Indústria de Produtos Minerais não Metálicos 
 Beneficiamento de minerais, não metálicos, não associados à extração; 
 Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais 
como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. 
Indústria Metalúrgica 
 Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos; 
 Produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados com 
ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
 Metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e 
secundárias, inclusive ouro; 
 Produção de laminados/ligas/artefatos de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
 Relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas; 
 Produção de soldas e anodos; 
 Metalurgia de metais preciosos; 
 Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas; 
 Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de 
superfície, inclusive 
 Galvanoplastia; 
 Fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia; 
 Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de 
superfície. 
Indústria Mecânica 
 Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios 
com ou sem tratamento térmico e/ou de superfície. 
Indústria de Material Elétrico, Eletrônico e Comunicações 
 Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; 
 Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para 
telecomunicação e informática; 
 Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos. 
Indústria de Material de Transporte 
 
 
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 40 
 Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e 
acessórios; 
 Fabricação e montagem de aeronaves; 
 Fabricação e reparo de embarcação e estruturas flutuantes. 
Indústria de Madeira 
 Serraria e desdobramento de madeira; 
 Preservação de madeira; 
 Fabricação de chapas, placas de madeiraaglomerada, prensada e 
compensada; 
 Fabricação de estruturas de madeira e de móveis. 
Indústria de Papel e Celulose 
 Fabricação de celulose e pasta mecânica; 
 Fabricação de papel e papelão; 
 Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra 
prensada. 
Indústria de Borracha 
 Beneficiamento de borracha natural; 
 Fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de 
pneumáticos; 
 Fabricação de laminados e fios de borracha; 
 Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de 
borracha, inclusive látex. 
Indústria de Couros e Peles 
 Secagem a salga de couros e peles; 
 Curtimento e outras preparações de couros e peles; 
 Fabricação de artefatos diversos de couros e peles; 
 Fabricação de cola animal. 
Indústria Química 
 Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos; 
 Fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de 
rochas betuminosas e da madeira; 
 Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo; 
 
 
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 41 
 Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais 
vegetais e outros produtos da destilação da madeira; 
 Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de 
borracha e látex sintéticos; 
 Fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-
desporto, fósforo 
 De segurança e artigos pirotécnicos; 
 Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais; 
 Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos; 
 Fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, 
inseticidas, germicidas e fungicidas; 
 Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, 
solventes e secantes; 
 Fabricação de fertilizantes e agroquímicos; 
 Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários; 
 Fabricação de sabões, detergentes e velas; 
 Fabricação de perfumarias e cosméticos; 
 Produção de álcool etílico, metanol e similares. 
Indústria de Produtos de Matéria Plástica 
 Fabricação de laminados plásticos; 
 Fabricação de artefatos de material plástico. 
Indústria Têxtil, de Vestuários, Calçados e Artefatos de Tecidos 
 Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e 
sintéticos; 
 Fabricação e acabamento de fios e tecidos; 
 Tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e 
artigo diversos de tecidos; 
 Fabricação de calçados e componentes para calçados. 
Indústria de Produtos Alimentares e Bebidas 
 Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos 
alimentares; 
 Matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueados e derivados de 
origem animal; 
 
 
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 42 
 Fabricação de conservas; 
 Preparação de pescados e fabricação de conservas de pescado; 
 Preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados; 
 Fabricação e refinação do açúcar; 
 Refino/preparação de óleo e gorduras vegetais; 
 Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para 
alimentação; 
 Fabricação de fermentos e leveduras; 
 Fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para 
animais; 
 Fabricação de vinhos e vinagre; 
 Fabricação de cervejas, chopes e maltes; 
 Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e 
gaseificação de águas minerais; 
 Fabricação de bebidas alcoólicas. 
Indústria de Fumo 
 Fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de 
beneficiamento do fumo. 
Indústrias Diversas 
 Usinas de produção de concreto; 
 Usinas de asfalto; 
 Serviços de galvanoplastia. 
Obras Civis 
 Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; 
 Barragens e diques; 
 Canais para drenagem; 
 Retificação de curso de água; 
 Abertura de barras, embocaduras e canais; 
 Transposição de bacias hidrográficas; 
 Outras obras de arte. 
Serviços de Utilidades 
 Produção de energia termoelétrica; 
 
 
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 43 
 Transmissão de energia elétrica; 
 Estações de tratamento de água; 
 Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto 
sanitário; 
 Tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos); 
 Tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de 
agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros; 
 Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive 
aqueles provenientes de fossas; 
 Dragagem e derrocamentos em corpos d’água; 
 Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. 
Transporte, Terminais e Depósitos 
 Transporte de cargas perigosas; 
 Transporte por dutos; 
 Marinas, portos e aeroportos; 
 Terminais de minérios, petróleo e derivados e produtos químicos; 
 Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. 
Turismo 
 Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e 
autódromos. 
Atividades Diversas 
 Parcelamento do solo; 
 Distrito e polo industrial. 
Atividades Agropecuárias 
 Projeto agrícola; 
 Criação de animais; 
 Projetos de assentamentos e de colonização. 
 
Uso de Recursos Naturais 
 Silvicultura; 
 Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; 
 Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre; 
 
 
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 44 
 Utilização do patrimônio genético natural; 
 Manejo de recursos aquáticos vivos; 
 Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas; 
 Uso da diversidade biológica pela biotecnologia. 
FONTE: CONAMA (1997). 
 
 
9 AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL (AIA) COMO INSTRUMENTO DA 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei 6.938/81, tem por 
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida; visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, 
atendidas as seguintes diretrizes: 
 
 Ação governamental do equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e 
protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
 Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
 Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
 Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
 Controle zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras; 
 Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais; 
 Acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
 Recuperação de áreas degradadas; 
 Proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
 
 
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 45 
 Educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa 
do meio ambiente. 
 
Para a consecução desse objetivo, a Lei 6.938/81 prevê a Avaliação de 
Impacto Ambiental (AIA) e uma série de outros instrumentos complementares e 
inter-relacionados, como, por exemplo: 
 O licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente 
poluidoras que exigem a elaboração de EIA-RIMA e/ou de outros documentos 
técnicos, os quais constituem instrumentos básicos de implementação da AIA; 
 O zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade 
ambiental e a criação de unidades de conservação. As quais condicionam e 
orientam a elaboração de estudos de impacto ambiental e de outros documentos 
técnicos necessários ao licenciamento ambiental; 
 Os Cadastros Técnicos, os Relatórios de Qualidade Ambiental, as 
penalidades disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, a instalação 
de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologias, voltados para a melhoria 
da qualidade ambiental, que facilitam ou condicionam a condução do processo de 
AIA em suas diferentes fases. 
De acordo com a legislação, as opções políticas, os interessessociais, e/ou 
mesmo a competência técnica, componentes, fatores e parâmetros ambientais 
devem ser definidos e considerados num estudo de impacto ambiental. A execução 
de uma avaliação de impactos ambientais segue, de uma maneira geral, as 
seguintes etapas: 
 Desenvolvimento de um completo entendimento da ação proposta; 
 Aquisição do conhecimento técnico do ambiente afetado; 
 Determinação dos possíveis impactos sobre as características 
ambientais, quantificando, quando possível, as mudanças; 
 Apresentação dos resultados da análise de maneira tal que a ação 
proposta possa ser utilizada em um processo de decisão. 
 
 
 
 
 
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 46 
 
 
10 O MINISTÉRIO PÚBLICO E AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
 
O Ministério Público (MP) é uma instituição de interesse público que, por 
meio de seus membros, os Promotores de Justiça, representam a sociedade, 
defendendo, perante o Poder Judiciário, os princípios e os valores maiores que a 
sustentam. 
O MP desempenha um papel-chave em toda a problemática ambiental, em 
que tem a tarefa constitucional de agir judicialmente em defesa dos bens ambientais, 
quando no art. 129, III, a Constituição Federal previu: 
 
Artigo 129 - são funções institucionais do Ministério Público: III – promover o 
inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e 
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. 
 
Para a preservação e a proteção do meio ambiente, na esfera judicial, o MP 
recebeu a titularidade da ação penal pública e da ação civil pública, genericamente 
designada ação ambiental, prevista na Lei nº 6.938, de 31.08.81, que dispõe sobre a 
Política Nacional do Meio Ambiente, no art. 14, parágrafo 1º. 
 
Artigo 14 – Parágrafo 1º (...) O Ministério Público da União e dos Estados 
terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por 
danos causados ao meio ambiente. 
 
Mas foi ação civil pública que se tornou o principal instrumento de defesa do 
meio ambiente que na opinião de Antunes (1992), “... é uma das principais, senão a 
principal área de manobra do MP no ramo do Direito Processual Civil”. 
 
 
 
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 47 
 
Na opinião de Machado (1995, p.21): 
 
A ação civil pública consagrou uma instituição – o Ministério Público – 
valorizando seu papel de autor em prol dos interesses difusos e coletivos. O 
MP saiu do exclusivismo das funções de autor no campo criminal e da 
tarefa de fiscal da lei no terreno cível, para nesta esfera passar a exercer 
mister de magnitude social. 
 
A titularidade da ação civil pública é definida no art. 5º da Lei Federal nº 
7.347, de 24.07.85. 
 
 
11 LEITURAS COMPLEMENTARES 
 
 
11.1 A LEI DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
Zilda Maria Ferrão Borsoi 
Solange Domingo Alencar Torres 
 
O projeto de lei de recursos hídricos foi longamente discutido durante o 
período 1995/96, tendo sido encaminhado ao Congresso em junho de 1996. Os 
principais impasses na negociação do projeto era o consenso sobre a cobrança pelo 
uso da água e a subordinação do setor elétrico à lei. 
Quanto à cobrança, ressalta-se que alguns pontos da lei foram vetados pelo 
presidente da República. O que reduziu as possibilidades de desvio dos recursos 
cobrados para aplicação fora da bacia ou de isenções de cobrança pelo uso da 
água, bem como de uso dos recursos gerados no orçamento geral da União, quando 
provenientes de rios de seu domínio. Também foi descartada do corpo da lei a 
 
 
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 48 
previsão de compensação financeira aos municípios com áreas afetadas pelos 
investimentos para proteção dos recursos hídricos. 
Quanto ao setor elétrico, a questão principal era que a outorga para o uso da 
água não deveria se confundir com a concessão do serviço de geração de energia. 
A empresa geradora deveria obter a outorga junto ao Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos, ou ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, se fosse o caso, 
além de conseguir a concessão para a geração de energia elétrica junto ao 
respectivo órgão regulador competente. 
Vale esclarecer que a necessidade de outorga para o uso da água e de 
outorga para a prestação do serviço público concedido é comum a diversos setores. 
O caso do setor de saneamento é ilustrativo, pois os concessionários terão que 
pleitear a outorga pelo uso da água para o abastecimento ou para o despejo de 
efluentes, além de estarem sujeitos à outorga - por parte do poder concedente, no 
caso os municípios - relativa à concessão para à prestação do serviço de 
saneamento. 
O artigo que fazia a distinção entre outorga pelo uso dos recursos hídricos e 
outorga para concessão do serviço público, entretanto, foi integralmente vetado. 
A Lei n° 9.433, sancionada em 08/01/97, estabelece a Política Nacional de 
Recursos Hídricos. Essa lei representa um novo marco institucional no país, pois 
incorpora princípios, normas e padrões de gestão de água já aceitos e praticados 
em muitos países. A expectativa do governo federal é que ela opere uma 
transformação na gestão tanto dos recursos hídricos quanto do meio ambiente. 
Até hoje, é de difícil implementação o sistema de penalidades ou restrições 
para empresas de saneamento, indústrias ou propriedades rurais que despejam 
seus resíduos nos corpos d'água. E são os grandes usuários que praticam o uso 
indiscriminado, juntamente com o desperdício. Com a lei, o uso da água tem que ser 
autorizado através da outorga e será cobrado. 
Entre os princípios internacionalmente aceitos sobre gestão de recursos 
hídricos, incorporados à Lei 9.433, estão os fixados na Agenda 21, da Conferência 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
Rio 92, que foram aprimorados para serem factíveis e passíveis de serem 
implementados. Entre os princípios básicos da Agenda 21 estão: 
 A bacia hidrográfica é a unidade para a implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos e para a atividade de gestão desses recursos; 
 O gerenciamento dos recursos hídricos deve possibilitar sempre o uso 
múltiplo da água; 
 A água é recurso natural limitado e de valor econômico; 
 O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser descentralizado e 
envolver a participação do governo, dos usuários e das comunidades locais; 
 A água é propriedade pública; 
 Quando há escassez, a prioridade no uso da água é para o consumo 
humano e dos animais. 
Tendo-se os limites da bacia como o perímetro da área a ser planejada, 
tornam-se mais simples a realização do balanço hídrico, isto é, o cotejo entre as 
disponibilidades e as demandas pela água. 
A adoção do princípio dos usos múltiplos termina com o tradicional comando 
do setor elétrico sobre o processo de gestão da água e iguala todos os usuários em 
termos de acesso. 
O reconhecimento do valor econômico da água é o indutor ao uso racional 
desse recurso natural, pois serve de base para a instituição da cobrança pela 
utilização dos recursos hídricos. 
Quanto à gestão descentralizada, pretende-se que os governos regionais e 
locais tenham a responsabilidade pela tomada de decisão, retirando-se de Brasília e 
das capitais estaduais essa prerrogativa. A gestão participativa tem o objetivo de 
incluir os usuários e a sociedade organizada, em geral, no processo decisório. 
Além dos princípios expostos, em acordo com as formulações da Agenda 
21, a lei brasileira tem algumas orientações gerais para a administração dos 
recursos hídricos: a integração da gestão dos recursos hídricos com a gestão do 
meio ambiente; a coordenação do planejamento de recursos hídricos com os setores 
usuários e com o planejamento nos níveis nacional, estadual e municipal; a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
coordenação da gestão de recursos hídricos com o uso da terra; e a integração da 
gestão de bacias hidrográficas com a gestão dos sistemas costeiros e estuários. 
Os instrumentos que a Lei 9.433 definiu como necessários à boa gestão do 
uso da água seguema tendência da vanguarda mundial na administração dos 
recursos hídricos: 
 Plano Nacional de Recursos Hídricos - consolida todos os 
planos diretores de recursos hídricos de cada bacia hidrográfica, sendo 
sua elaboração de responsabilidade da Secretaria de Recursos 
Hídricos (SRH), do Ministério do Meio Ambiente. 
 Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos - 
instrumento pelo qual o usuário recebe uma autorização, concessão ou 
permissão, conforme o caso, para fazer uso da água. A outorga 
constitui o elemento central do controle para o uso racional dos 
recursos hídricos. Quando a outorga é sobre o direito de uso de águas 
de domínio da União, sua concessão é dada pela SRH. 
 Cobrança pelo uso da água - instrumento necessário para 
o equilíbrio entre a oferta e a demanda. 
 Enquadramento dos corpos d'água em classes de uso - 
mecanismo necessário à manutenção de um sistema de vigilância 
sobre a qualidade da água. A classificação será feita com base em 
legislação ambiental. 
 Sistema Nacional de Informações sobre Recursos 
Hídricos - compreende a coleta, a organização, a crítica e a difusão da 
base de dados referente aos recursos hídricos, seus usos e o balanço 
hídrico de cada bacia, para prover os usuários e gestores com 
informações para o planejamento e a gestão. A centralização das 
informações desse sistema será na SRH. 
Em termos de estrutura de gerenciamento, estão previstos o Conselho 
Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e seus equivalentes nos estados e no 
Distrito Federal, os Comitês de Bacias Hidrográficas e as Agências de Água. 
 
 
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 51 
O CNRH é o órgão superior da hierarquia administrativa da gestão de águas, 
responsável pelas grandes questões do setor e pela resolução de contendas 
maiores. 
Os Comitês de Bacias Hidrográficas são um tipo novo de organização no 
Brasil, embora bastante conhecidos em países desenvolvidos com gestão de 
recursos hídricos, e contam com a participação de usuários, das prefeituras, de 
organizações civis e de representantes estaduais e federais. Os membros do comitê 
exercem o papel de um parlamento das águas da bacia, pois é o local de decisões 
sobre as questões relativas à bacia. 
A Agência de Águas é o órgão técnico dos respectivos comitês, destinadas a 
gerir os recursos oriundos da cobrança pelo uso da água. 
 
Lei Nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. 
 
Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação 
financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de 
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos 
minerais em seus respectivos territórios, plataformas continental, mar 
territorial ou zona econômica exclusiva, e dá outras providências. (Art. 21, 
XIX da CF) 
 
Nota: Lei regulamentada pelo Decreto n
o
 001, de 11.01.1991. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º O aproveitamento de recursos hídricos, para fins de geração de 
energia elétrica e dos recursos minerais, por quaisquer dos regimes previstos em lei, 
ensejará compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a ser 
calculada, distribuída e aplicada na forma estabelecida nesta Lei. 
Art. 2º (Revogado pela Lei no 9.648 de 27.05.1998) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
Art. 3º O valor da compensação financeira corresponderá a um fator 
percentual do valor da energia constante da fatura, excluídos os tributos e 
empréstimos compulsórios. 
§ 1º A energia de hidrelétrica, de uso privativo de produtor, quando 
aproveitada para uso externo de serviço público, também será gravada com a 
aplicação de um fator de 6% (seis por cento) do valor da energia elétrica 
correspondente ao faturamento calculado nas mesmas condições e preços do 
concessionário do serviço público local. 
§ 2º Compete ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - 
DNAEE, fixar, mensalmente, com base nas tarifas de suprimento vigentes, uma 
tarifa atualizada de referência, para efeito de aplicação das compensações 
financeiras, de maneira uniforme e equalizada, sobre toda a hidroeletricidade 
produzida no País. 
Art. 4º É isenta do pagamento de compensação financeira a energia elétrica: 
I - produzida pelas instalações geradoras com capacidade nominal igual ou 
inferior a 10.000 kW (dez mil quilowatts); 
II - gerada e consumida para uso privativo de produtor (autoprodutor), no 
montante correspondente ao seu consumo próprio no processo de transformação 
industrial; quando suas instalações industriais estiverem em outro Estado da 
Federação, a compensação será devida ao Estado em que se localizarem as 
instalações de geração hidrelétrica; 
III - gerada e consumida para uso privativo de produtor, quando a instalação 
consumidora se localizar no Município afetado. 
Art. 5º Quando o aproveitamento do potencial hidráulico atingir mais de um 
Estado ou Município, a distribuição dos percentuais referidos nesta Lei será feita 
proporcionalmente, levando-se em consideração as áreas inundadas e outros 
parâmetros de interesse público regional ou local. 
Parágrafo único. O Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - 
DNAEE elaborará, anualmente, os estudos necessários à operacionalização dos 
critérios estabelecidos no caput deste artigo. 
 
 
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 53 
Art. 6º A compensação financeira pela exploração de recursos minerais, 
para fins de aproveitamento econômico, será de até 3% (três por cento) sobre o 
valor do faturamento líquido resultante da venda do produto mineral, obtido após a 
última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua transformação 
industrial. 
(Vide Lei no 8.001, de 13.03.1990) 
§ 1º (Vetado). 
§ 2º (Vetado). 
I - (Vetado). 
II - (Vetado). 
III - (Vetado). 
§ 3º (Vetado). 
I - (Vetado). 
II - (Vetado). 
III - (Vetado). 
Art. 7º O art. 27 e seus §§ 4º e 6º, da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953, 
alterada pelas Leis nº 3.257, de 2 de setembro de 1957, 7.453, de 27 de dezembro 
de 1985, e 7.525, de 22 de julho de 1986, passam a vigorar com a seguinte redação: 
Art. 27. A sociedade e suas subsidiárias ficam obrigadas a pagar a 
compensação financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, 
correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o valor do óleo bruto, do xisto 
betuminoso e do gás extraído de seus respectivos territórios, onde se fixar a lavra 
do petróleo ou se localizarem instalações marítimas ou terrestres de embarque 
ou desembarque de óleo bruto ou de gás natural, operados pela Petróleo 
Brasileiro S.A. - PETROBRÁS, obedecidos os seguintes critérios: 
I - 70% (setenta por cento) aos Estados produtores; 
II - 20% (vinte por cento) aos Municípios produtores; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
III - 10% (dez por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações 
marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque de óleo bruto e/ou gás 
natural. 
§ 4º É também devido a compensação financeira aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios confrontantes, quando o óleo, o xisto betuminoso e o gás 
forem extraídos da plataforma continental nos mesmos 5% (cinco por cento) fixados 
no caput deste artigo, sendo 1,5% (um e meio por cento) aos Estados e Distrito 
Federal e 0,5% (meio por cento) aos Municípios onde se localizarem instalações 
marítimas ou terrestres de embarque ou desembarque; 1,5% (um e meio por cento) 
aos Municípios produtores e suas respectivas áreas geoeconômicas; 1% (um por 
cento) ao Ministério da Marinha, para atender aos encargos de fiscalização e 
proteção das atividades econômicas das referidas áreas de 0,5% (meio por cento) 
para constituir um fundo especial a ser distribuído entre os Estados, Territórios e 
Municípios. 
§ 6º Os Estados, Territórios e Municípios centrais, em cujos lagos, rios, ilhas 
fluviais e lacustres se fizer a exploração de petróleo, xisto betuminoso ou gás, farão 
jus à compensação financeira

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