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DIREITO CONSTITUCIONAL 1 ESPÉCIES NORMATIVAS Fundamento legal: artigo 59 a 69 da Constituição Federal. Conceito: as espécies normativas descritas no artigo 59 da Constituição Federal, são atos normativos primários, porque a justificativa da sua existência, está no texto da Constituição. CUIDADO: atos normativos primários editados depois da Constituição ou de suas emendas, autorizam o controle de constitucionalidade. ATOS NORMATIVOS EM ESPÉCIE EMENDA CONSTITUCIONAL Conceito: é um mecanismo jurídico utilizado para alterar a Constituição (artigo 60 da Constituição Federal). Único meio atual de modificar a Constituição. É ato normativo primário (artigos 59, I e 60 da Constituição Federal). Limitações procedimentais ou formas, relaciona-se ao procedimento ou ao mecanismo a ser adotado para modificar a Constituição Federal. O artigo 60, I, II e III da Constituição Federal, trata da iniciativa, ou seja, quem pode propor um projeto de emenda constitucional. Nos seus parágrafos segundo (votação), terceiro (promulgação) e quinto (limite temporal para reapresentação da PEC), é como deve ser o procedimento para emenda à constituição. Iniciativa: de no mínimo um terço dos deputados federais (171) ou senadores federais (27), do Presidente da República ou de um projeto com a anuência de mais da metade das Assembleias Legislativas da Federação Brasileira (14), manifestando-se a maioria relativa de seus membros em cada uma delas. Trâmite: a proposta será discutida e votada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois turnos (2 votações), com a obtenção em cada um deles de três quintos (3/5) dos votos dos respectivos membros de cada casa (3/5 da câmara= 308; 3/5 do senado= 49). Se aprovada, a emenda constitucional será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. ATENÇÃO: as propostas de emenda à constituição só se iniciarão no Senado Federal, quando apresentadas pelos senadores, nos demais casos, iniciará na Câmara dos Deputados. CUIDADO: não tem sanção nem veto presidencial de emenda constitucional. DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Comentários: cumpre destacar que a matéria constante de emenda constitucional rejeitada ou prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. DICA: sessão legislativa tem início dia 02 de fevereiro a 22 de dezembro. Conceito: limitações circunstanciais no processo de mudança constitucional, o artigo 60, em seu parágrafo primeiro, estabelece que, havendo determinadas circunstâncias, a Constituição não poderá ser emendada. Sã os casos de vigência de Intervenção Federal (artigos 34 a 36 da Constituição), de Estado de Defesa (artigo 136 da Constituição Federal) ou de Estado de Sítio (artigos 137 a 139 da Constituição Federal). Conceito²: limitações materiais, são as chamadas limitações materiais explícitas, cláusula pétreas, cerne fixo, cláusula de inamovibilidade, cláusulas inabolíveis, cláusulas inamovíveis ou núcleos constitucionais intangíveis, ou seja, parte da Constituição Federal que não podem ser modificadas por emendas constitucionais para abolir direitos (artigo 60, parágrafo quarto da Constituição Federal). As cláusulas pétreas explícitas estão previstas no parágrafo quarto do artigo 60 da Constituição Federal e são os seguintes casos: A. a forma federativa de Estado; B. o voto direto, secreto, universal e periódico; C. a separação dos poderes; D. direitos e garantias individuais. Comentários: cabe observar que o próprio dispositivo que contém tais vedações é também intangível. Cumpre lembrar que existem as cláusulas pétreas implícitas, que são mandamentos constitucionais que, apesar de não estarem previstos no parágrafo quarto do artigo 60, não podem ser retirados da Constituição, pois o espírito do órgão constituinte assim desejou. São exemplos o próprio procedimento das emendas constitucionais e os artigos 127 a 142: Artigo 127. O Ministério Público é instituição permanente (...)"; Artigo 142. As forças armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares (...)". Ver também artigo 144, parágrafos primeiro, segundo e terceiro da Constituição Federal. LEI ORDINÁRIA DIREITO CONSTITUCIONAL 3 Conceito: é a chamada lei comum, ou seja, tem incidência quando não há previsão específica, aprovada por maioria simples ou relativa (maioria dos presentes, a maioria simples depende da presença da maioria absoluta). ATENÇÃO: se a lei prevê que necessário a lei comum, tendo o poder legislativo ao seu critério feito por lei complementar, a sua revogação poderá ser feita pela lei ordinária, visto que a exigência legal dispõe que a lei a ser elaborada, será a comum. LEI COMPLEMENTAR Conceito: tem o mesmo processo legislativo das leis ordinárias, com exceção do quórum, pois o artigo 69 da Constituição exige maioria absoluta. Desse modo, as matérias reservadas à lei complementar não podem ser tratadas por medida provisória ou lei delegada. Destaque-se que a lei complementar só existe quando expressamente requisitada sua edição na própria Constituição (especificidade de matéria). MEDIDA PROVISÓRIA Conceito: o artigo 62 da Constituição disciplina as medidas provisórias e determina que, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotá-las, com força de lei, publicada passa a valer, em seguida, deve submeter de imediato ao Congresso Nacional, que se aprovado em status de lei ordinário. No parágrafo primeiro, há o rol das matérias que não podem ser objeto de edição de medidas provisórias: 1- Relativa a: A. nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; B. direito penal, processual penal e processual civil; C. organização do poder judiciário e do Ministério Público a carreira e a garantia dos seus membros; D. planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no artigo 167, parágrafo terceiro. 2. que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 3. reservada a lei complementar; DIREITO CONSTITUCIONAL 4 4. já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. Comentários: o parágrafo sexto, estabelece o regime de urgência: "se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando". O parágrafo sétimo, prevê que será prorrogada uma única vez, por igual período, a vigência da medida provisória que, no prazo de 60 dias, contado da sua publicação, não tiver sua votação encerrada nas duas casas do Congresso Nacional. O parágrafo nono, estabelece a criação de uma comissão parlamentar mista de Deputados e Senadores para examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das casas do Congresso Nacional. LEI DELEGADA Conceito: trata-se da possibilidade de o Presidente da República pedir ao Congresso Nacional, através de mensagem, delegação para legislar sobre certos assuntos. A delegação se efetiva por resolução (a resolução autorizando a delegação), que fixará os limites (artigo 68 da Constituição Federal) e, eventualmente, a necessidade de aprovação do projeto do Presidente pelo Congresso, em votação única, vedada qualquer emenda (artigo 68, parágrafo terceiro da Constituição Federal). Não podem ser objeto de lei delegada, matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional, matérias reservadas à lei complementare relativas ao orçamento, à organização do Ministério Público e do Poder Judiciário e as questões referentes à nacionalidade, à cidadania, aos direitos individuais, políticos e eleitorais. As leis delegadas são pouco utilizadas, pois é mais fácil o Presidente da República editar medida provisória. DECRETO LEGISLATIVO Conceito: é uma espécie normativa de competência exclusiva do Congresso Nacional, sendo promulgado pelo Presidente do Senado, e não sujeito a sanção ou veto (artigo 59, VI da Constituição). Pode tratar de matéria concreta (artigo 49, II a VI, IX, XII, XVII da Constituição), de atos normativos e de matéria abstrata. Exemplo: referendo congressual. DIREITO CONSTITUCIONAL 5 RESOLUÇÃO Conceito: vincula-se às competências privativas de cada uma das Casas do Congresso nacional (artigos 59, VII, 51 e 52 da Constituição Federal). Não está sujeita a sanção ou veto, sendo promulgada pela Mesa da Casa que a editou. Se for ato do Congresso Nacional, será promulgada pela Mesa do Senado (artigo 68, parágrafo segundo da Constituição Federal). Exemplo: resolução do Senado nos termos do artigo 52, X da Constituição Federal.
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