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PROCESSO LEGISLATIVO MÓDULO 1 Listar os tipos de limitações impostas ao Poder Constituinte Reformador EMENDAS CONSTITUCIONAIS ASPECTOS INTRODUTÓRIOS A elaboração das Constituições decorre da manifestação do Poder Constituinte. Esse poder aparece por diversos motivos, como o surgimento de um novo Estado ou por conta de uma revolução, uma transição constitucional ou uma derrota de guerra. A partir desses acontecimentos, é dado a uma pessoa ou transferido a um grupo o poder para elaborar novas normas constitucionais. O indivíduo ou os indivíduos escolhidos para elaborar a nova constituição são definidos como os titulares do Poder Constituinte Originário. Esse poder, sob a visão positivista, possui algumas características que guiam o trabalho dos titulares na elaboração da Carta Magna, entre elas, ser: INICIAL Uma vez que não existe nenhum outro antes ou acima dele. AUTÔNOMO Uma vez que cabe apenas ao titular a escolha do conteúdo da Constituição. INCONDICIONADO Já que não é submetido a regras preestabelecidas de forma ou conteúdo. ATENÇÃO Embora tenha essas características, a doutrina destaca três limites materiais para o trabalho do Poder Constituinte Originário, sendo eles: a) limites transcendentes que se relacionam aos valores éticos e de direito natural; b) limites imanentes que se relacionam à soberania ou forma de Estado; c) limites heterônomos que se referem às obrigações decorrentes de normas de direito internacional. Após o trabalho do Poder Constituinte Originário(Default tooltip), com a criação da Constituição, nasce outro poder: o Poder Constituinte Derivado(Default tooltip), que é dividido em: DECORRENTE Responsável pela auto-organização dos Estados-membros por meio das Constituições Estaduais. REVISOR Responsável pela revisão do texto constitucional. REFORMADOR Responsável pelas eventuais alterações no texto constitucional de acordo com as regras determinadas pelo PCO. Ocorre que o PCD deve obedecer às regras predefinidas pelo PCO na elaboração das constituições estaduais, revisão e reforma do Texto Constitucional. Por conta disso, o PCO estabeleceu, no art. 60 da Constituição Federal, limites para o exercício do PCD. Nele, encontra-se o Poder Constituinte Derivado Reformador, cujo trabalho é materializado por meio das emendas à Constituição. Fruto do Poder Constituinte Derivado Reformador, as emendas constitucionais possuem a capacidade de alterar, acrescentar ou modificar o trabalho do Poder Constituinte Originário estabelecido na Carta Magna. Por intermédio da aprovação da “PEC” (projeto de emenda constitucional), a matéria é introduzida após o preenchimento dos requisitos constitucionais e incorporado ao texto originário tendo força normativa de status constitucional. Contudo, esse poder é condicionado por dois tipos de limitações: limitações expressas (formais, materiais e circunstanciais) e implícitas. Vamos aprofundar em cada uma delas a seguir: LIMITAÇÕES FORMAIS, PROCESSUAIS OU PROCEDIMENTAIS O primeiro tipo de limitação posta pelo PCO para os trabalhos do PCD é a formal, processual ou procedimental. Essa limitação se refere aos órgãos competentes(Default tooltip) e aos procedimentos(Default tooltip) que devem ser observados na alteração do Texto Constitucional. Essa competência está prevista no art. 60, I, II e III da CF/1988, ao estabelecer a iniciativa privativa e concorrente. Desse modo, não se admite que qualquer outra pessoa ou órgão diverso dos previstos nesse artigo proponham emenda à Constituição, sob implicação de vício formal subjetivo no projeto de emenda à Constituição. De acordo com a Constituição Federal de 1988, são órgãos e pessoas competentes para propor emenda à Constituição: Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal (art. 60, I da CF/1988). Presidente da República (art. 60, II da CF/1988). Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (art. 60, III da CF/1988). ATENÇÃO Parte da doutrina defende ser possível a iniciativa popular para propositura de emendas. Defende-se que o mesmo procedimento previsto para iniciativa popular de leis deve ser aplicado para as emendas constitucionais. Contudo, esse posicionamento não é admitido pelo STF, que entende como possível a iniciativa popular apenas para PEC à Constituição Estadual (STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018). Em contrapartida, a limitação formal objetiva está relacionada ao processo de discussão, votação, aprovação e promulgação das propostas de emendas à Constituição. Esse processo está previsto no art. 60, §§ 2º e 3º da Constituição Federal. Importante destacar que o procedimento de alteração das normas constitucionais da CF/1988 é rígido, logo, mais dificultoso de ser aprovado do que o processo legislativo ordinário. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a proposta de emenda à Constituição deverá respeitar o seguinte processo: A proposta será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros (art. 60, § 2º da CF/1988). A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60, § 3º da CF/1988). A primeira parte do processo se refere ao quórum de aprovação da emenda. Para que a emenda seja aprovada, é necessário que a PEC (proposta de emenda constitucional) seja discutida e votada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois turnos, sendo necessário o voto de três quintos dos respectivos membros de cada casa. Subsequentemente, a segunda parte do processo se refere à promulgação. Após o trâmite processual e a aprovação em cada casa, a emenda será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal com o respectivo número de ordem. Importante destacar que não há sanção ou veto presidencial, cabendo ao presidente, se assim quiser, apenas a competência para propor emenda constitucional. ATENÇÃO De acordo com o art. 60, § 5º da CF/1988, se a proposta de emenda à Constituição for rejeitada ou prejudicada, ela não poderá ser objeto de nova apresentação na mesma sessão legislativa (princípio da irrepetibilidade). A sessão legislativa ordinária compreende o período de 2 de fevereiro a 17 de julho e 1º de agosto a 22 de dezembro (art. 57 da CF/1988). Portanto, a proposta rejeitada ou prejudicada só poderá ser reapresentada no ano seguinte a partir do dia 2 de fevereiro. LIMITAÇÕES MATERIAIS OU SUBSTANCIAIS O segundo tipo de limitação estabelecida pelo PCO para os trabalhos do PCD é a limitação material ou substancial. Essa limitação se refere às vedações materiais denominadas de cláusulas pétreas. A doutrina explica que a proteção dessas matérias ocorre com base em duas teorias: TEORIA DO PRÉ-COMPROMETIMENTO Essa teoria sustenta que a proteção qualificada de algumas matérias objetiva a proteção do processo democrático e resguarda seus objetivos a longo prazo. Portanto, as constituições democráticas são consideradas como mecanismos de autovinculação da soberania nacional que evitam desejos que possam enfraquecê-la. TEORIA DA DEMOCRACIA DUALISTA Sob outra perspectiva, a teoria da democracia dualista sustenta que as decisões adotadas pelo povo, em decorrência de uma forte mobilização, devem ser protegidas da vontade de seus representantes, manifestada em situações em que a cidadania não se apresenta. Nisso, distingue-se a política ordinária, realizada por deliberações dos órgãos de representação popular, da política extraordinária, realizada pelas manifestações da cidadania que podem impor limites ao exercício a seus representantes. Essas duas teorias correspondem ao objetivo da proteção conferida às cláusulas pétreas. Elas são limitações materiais impostas pelo PCO ao Poder Reformador para restringir a alteração de conteúdos expressos (art. 60, § 4º), implícitos, institutos e valores imprescindíveisà preservação da Constituição e do processo democrático, defendidas pela teoria do pré-comprometimento e da democracia dualista. As cláusulas pétreas expressas estão contidas no art. 60, § 4º da Constituição Federal de 1988, sendo elas: A FORMA FEDERATIVA DE ESTADO (ART. 60, § 5º, I DA CF/1988) A forma federativa de Estado é a forma de Estado adotada pelo Poder Constituinte Originário(Default tooltip). A violação dessa cláusula pétrea acarreta problemas capazes de afetar as autonomias conferidas aos entes da federação. Da forma federativa de Estado decorre outros princípios que também devem ser protegidos, como o princípio da indissolubilidade do pacto federativo (art. 1º, caput da CF/1988) e o princípio da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a” da CF/1988). O VOTO DIRETO, SECRETO, UNIVERSAL E PERIÓDICO (ART. 60, § 5º, II DA CF/1988) O voto direto, secreto, universal e periódico refere-se tanto ao voto em sua acepção própria quanto ao sufrágio e o escrutínio. O sufrágio está relacionado com a capacidade de eleger, ser eleito e participar da vida política. O voto é o exercício de cada um desses. O escrutínio é o modo pelo qual se realiza o exercício desses direitos. Portanto, o sufrágio é o voto universal e o escrutínio corresponde ao voto secreto. O art. 14, § 1º da CF/1988, que estabelece o voto obrigatório em razão da idade, não é considerado cláusula pétrea. A SEPARAÇÃO DOS PODERES (ART. 60, § 5º, III DA CF/1988) O princípio da separação dos poderes reparte as funções estatais entre os órgãos e os protegem da influência de outros poderes ou do próprio Estado. A repartição do exercício do poder pelos órgãos busca evitar que eles ultrapassem os limites estabelecidos pela Constituição Federal. Contudo, o foco dessa repartição não é criar órgãos rígidos e separados por completo um do outro, mas sim equilibrar as funções de cada um, aqui compreendidas as funções típicas e atípicas. OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS (ART. 60, § 5º, IV DA CF/1988) Os direitos e garantias individuais, considerados como cláusulas pétreas, são aqueles expostos no art. 5º da CF/1988 e em outros artigos no Texto Constitucional, como os princípios tributários da irretroatividade (art. 150, III, “a” da CF/1988), princípio da anterioridade eleitoral (art. 16 da CF/1988), princípios da legalidade (art. 37, caput da CF/1988) entre outros. Embora o art. 60, § 5º, IV da CF/1988 se refira aos direitos e garantias individuais, os direitos coletivos também são incluídos no rol de cláusulas pétreas já que esses direitos são individuais de exercício coletivo, pois o titular do direito são os indivíduos. Importante saber que é vedada a deliberação de proposta de emenda tendente a abolir direitos e garantias individuais incluídos na CF/1988 por meio de emenda ou tratado internacional de direitos humanos aprovados pelo rito do art. 5º, § 3º da CF/1988. COMENTÁRIO As cláusulas pétreas não impedem a alteração do texto. Pelo contrário, o objetivo é preservar o núcleo essencial dos princípios e institutos protegidos por elas. Um exemplo disso é o princípio da anterioridade eleitoral (art. 16 da CF/1988) em que houve uma mudança do texto artigo, que é considerado uma cláusula pétrea. Também existem as cláusulas pétreas implícitas. Por não terem previsão expressa na CF/1988, são necessários dois critérios para localizá-las no Texto Constitucional: legitimidade ou identidade da constituição. LEGITIMIDADE DA CONSTITUIÇÃO IDENTIDADE DA CONSTITUIÇÃO Embora o art. 60, § 4º da CF/1988 seja abrangente, é possível que exista limitação implícita ao Poder Reformador em decorrência do núcleo de legitimidade da Constituição ao qual as cláusulas pétreas expressas referem-se, mas que não foram contempladas por elas. Contudo, de acordo com decisão proferida na ADPF 33, apenas a atividade hermenêutica é capaz de revelar quais princípios implícitos estão vinculados com as cláusulas pétreas expressas. A identidade da Constituição busca interpretar a ordem constitucional em relação à realidade histórica. Essa tarefa não é feita de forma descritiva e interpretativa dos dispositivos da constituição, mas por meio do juízo de valor. PODE-SE DESTACAR COMO CLÁUSULAS PÉTREAS IMPLÍCITAS AS LIMITAÇÕES IMPOSTAS PELO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO AO PODER REFORMADOR E A TITULARIDADE DOS PODERES. Seria incoerente relativizar e afastar os limites determinados pelo PCO ao PCR. Portanto, é proibido alterações nos limites circunstanciais, formais e materiais do art. 60 da Constituição Federal de 1988. É também vedada a alteração da titularidade do Poder Constituinte Originário e Reformador. OS LIMITES IMPLÍCITOS IMPEDEM A INOVAÇÃO DO PODER REFORMADOR POR INTERMÉDIO DA DUPLA REFORMA (REFORMA EM DOIS TEMPOS OU DUPLA REVISÃO). Essa reforma seria feita em duas etapas: ETAPA 1 ETAPA 2 O limite imposto pelo PCO seria revogado. A norma constitucional de fundo seria alterada e sua proteção afastada (ex.: revogação do art. 60, § 4º, IV e incorporação de uma emenda que admite a pena de morte). Ocorre que, no segundo caso, o princípio fundamental (art. 5º, XLVI, “a” da CF/1988) impõem por si só limites ao Poder Reformador, mesmo sem previsão expressa. Nesse sentido, as limitações implícitas, decorrentes do sistema constitucional, impossibilitam a aplicação da teoria da dupla revisão. LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS As limitações circunstanciais impedem que o Poder Reformador se manifeste em situações excepcionais de extrema gravidade, tendo em vista a possibilidade de seu poder estar ameaçado ou fragilizado. Caso fosse possível alterar a Constituição nesse período, as alterações poderiam ser precipitadas e desnecessárias para a população do país, os entes federativos e o próprio Texto Constitucional. O art. 60, § 1º da CF/1988 estabelece três situações em que a reforma da Constituição é vedada: Intervenção federal (art. 60, § 1º e art. 34 da CF/1988) Estado de defesa (art. 60, § 1º e art. 136 da CF/1988) Estado de sítio (art. 60, § 1º e art. 137 a 139 da CF/1988) É IMPORTANTE ENTENDER A DIFERENÇA ENTRE LIMITAÇÃO CIRCUNSTANCIAL E TEMPORAL: A limitação temporal esteve presente apenas na Constituição de 1824. Ela estabelece que a Constituição não pode ser alterada durante um prazo específico. As limitações do art. 60, § 1º da CF/1988 referem-se a circunstâncias que a CF/1988 não pode ser emendada (intervenção federal, estado de defesa e sítio) e não a um prazo em que é vedada a alteração à Constituição. Não há nenhuma limitação temporal expressa na CF/1988.. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. FRUTO DO PODER CONSTITUINTE, O PODER REFORMADOR DETÉM O PODER DE REFORMAR O TEXTO CONSTITUCIONAL. CONTUDO, ESSE PODER NÃO É ILIMITADO JÁ QUE ESTE DEVE OBEDIÊNCIA AS REGRAS ESTABELECIDAS PELO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO. UMA DAS LIMITAÇÕES ESTABELECIDAS AO PODER REFORMADOR É A LIMITAÇÃO FORMAL, QUE DIZ RESPEITO AO PROCESSO PARA ELABORAÇÃO DA NORMA. EM RELAÇÃO A ESSE TEMA, É CORRETO AFIRMAR QUE, EM RELAÇÃO AS SUAS CARACTERÍSTICAS, A LIMITAÇÃO FORMAL: por interpretação sistemática da Constituição Federal, admite a possibilidade de iniciativa popular para a propositura de emendas à Constituição. deve obediência à estrutura flexível da Constituição Federal, logo, o processo legislativo das emendas é a mesma das leis ordinárias. estabelece que a proposta de emenda deve ser discutida e votada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois turnos, sendo necessário o voto de dois terços dos membros de cada casa. determina que o Presidente da República promulgue a emenda com o respectivo número de ordem, cabendo ao Congresso Nacional a sua publicação. institui que a proposta de emenda rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 2. OS LIMITES MATERIAIS IMPOSTOS AO PODER REFORMADOR ESTABELECEM NORMAS QUE NÃO PODEM SER OBJETO DE DELIBERAÇÃO E QUE MODIFIQUEM O NÚCLEO ESSENCIAL DE CERTOS PRINCÍPIOS OU INSTITUTOS PROTEGIDOS CONSTITUCIONALMENTE. ESSAS MATÉRIAS SÃO CONHECIDAS COMO “CLÁUSULAS PÉTREAS”. EM RELAÇÃO A ESSAS CLÁUSULAS,É CORRETO AFIRMAR QUE: o voto direto, secreto, universal, obrigatório e periódico é considerado como cláusula pétrea. o princípio da separação dos poderes refere-se a uma norma rígida que não admite que outros poderes exerçam funções atípicas. a forma federativa de Estado protege a soberania conferida aos entes políticos da federação brasileira. a titularidade do Poder Constituinte Originário e Reformador é protegida por meio da cláusula pétrea implícita. o Poder Reformador pode revogar a cláusula pétrea que protege os direitos e garantias individuais e incluir no Texto Constitucional, por exemplo, a pena de morte em qualquer caso. GABARITO 1. Fruto do Poder Constituinte, o Poder Reformador detém o poder de reformar o Texto Constitucional. Contudo, esse poder não é ilimitado já que este deve obediência as regras estabelecidas pelo Poder Constituinte Originário. Uma das limitações estabelecidas ao Poder Reformador é a limitação formal, que diz respeito ao processo para elaboração da norma. Em relação a esse tema, é correto afirmar que, em relação as suas características, a limitação formal: A alternativa "E " está correta. De acordo com o art. 60, § 5º da CF/1988, a matéria constante da proposta de emenda rejeitada ou prejudicada só pode ser objeto de nova proposta na próxima sessão legislativa, ou seja, no dia 2 de fevereiro do ano seguinte (art. 57 da CF/1988). Essa restrição também foi imposta para as medidas provisórias, desde que tenham sido rejeitadas ou perdido sua eficácia por conta do tempo. 2. Os limites materiais impostos ao Poder Reformador estabelecem normas que não podem ser objeto de deliberação e que modifiquem o núcleo essencial de certos princípios ou institutos protegidos constitucionalmente. Essas matérias são conhecidas como “cláusulas pétreas”. Em relação a essas cláusulas, é correto afirmar que: A alternativa "D " está correta. Existem cláusulas pétreas explícitas e implícitas. As explícitas estão expostas no art. 60, § 4º da CF/1988, e protegem a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais. Por outro lado, as implícitas, que não estão no Texto Constitucional, protegem as limitações impostas pelo Poder Constituinte Originário ao Reformador e a titularidade de cada. MÓDULO 2 Identificar as principais características e diferenças das espécies de leis. LEIS ASPECTOS INTRODUTÓRIOS O processo legislativo determina as regras para elaboração de atos normativos primários, que são aqueles que podem criar direitos e obrigações no ordenamento jurídico. Além das emendas constitucionais já estudadas, esse processo engloba as leis (complementares, ordinárias e delegadas), medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Esse rito deve obedecer às regras previstas na CF/1988 em decorrência do devido processo legislativo. ATENÇÃO Se houver violação ao processo legislativo estabelecido pela CF/1988, qualquer parlamentar da respectiva casa poderá impetrar Mandado de Segurança ao Supremo Tribunal Federal para que o vício seja reconhecido e sanado. Esse processo, do ponto de vista político organizacional, é considerado como representativo (indireto), já que os parlamentares receberam da população, em um processo eleitoral democrático, poderes para decidir matérias de sua competência. Vale destacar ainda que, segundo o princípio da simetria, as regras constantes na CF/1988 sobre o processo de elaboração de leis devem ser observadas obrigatoriamente pelos Estados e Municípios por meio de suas constituições estaduais e leis orgânicas. Existem três espécies de processo legislativo, sendo eles: Ordinário: Regras gerais para elaboração de leis ordinárias. Sumário: Semelhante ao ordinário, mas com diferença no prazo para apreciação do projeto de lei pelo Congresso Nacional. Especiais: Processo estabelecido para elaboração de outras espécies normativas. A seguir aprofundaremos mais esses conceitos. PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO O processo legislativo ordinário refere-se às regras gerais para elaboração de leis ordinárias. Esse processo é composto por três fases, sendo elas: INTRODUTÓRIA CONSTITUTIVA COMPLEMENTAR A fase introdutória se trata da iniciativa do projeto de lei, que é estabelecida pela Constituição Federal para determinados órgãos ou autoridades. De acordo com o art. 61 da CF/1988, são competentes para propor projeto de lei ordinária e complementar: Cidadão, na forma e nos casos previstos na CF/1988 Presidente da República Procurador-Geral da República Qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados Qualquer membro ou Comissão do Congresso Nacional Qualquer membro ou Comissão do Senado Federal Supremo Tribunal Federal Tribunais Superiores A iniciativa para propor projeto de lei é dividida em concorrente e exclusiva. A iniciativa concorrente atribui a legitimidade para deflagrar o processo legislativo a mais de uma pessoa ou órgão, como a iniciativa para propositura de emendas constitucionais (art. 60, I, II e III da CF/1988). Por outro lado, a iniciativa privativa atribuiu a legitimidade para deflagrar o processo legislativo a determinados órgãos ou pessoas, como as competências fixadas para o Presidente da República (art. 61, § 1º da CF/1988), Câmara dos Deputados (art. 51, IV da CF/1988), Senado Federal (art. 52, XIII da CF/1988) etc. ATENÇÃO Vale destacar que a iniciativa privativa atribui a determinados órgãos ou pessoas a legitimidade para deflagração do processo legislativo. Logo, será configurado vício formal de iniciativa se outras pessoas ou outros órgãos não previstos no Texto Constitucional iniciarem o processo não sendo legitimados para tanto. Essa iniciativa é indelegável. A fase constitutiva refere-se ao processo de discussão, votação, aprovação e sanção. Aqui, há a conjugação de vontades do Legislativo, por meio da deliberação parlamentar, e do Executivo, por intermédio da sanção ou veto. Na deliberação parlamentar é feita a votação e aprovação do projeto de lei que é encaminhado para deliberação executiva para sancionar ou vetar o projeto. Primeiramente é feita a deliberação parlamentar. Em razão do bicameralismo federal, é necessário que o projeto de lei seja aprovado pelas duas casas do Congresso Nacional, sendo uma a casa iniciadora e a outra a casa revisora. Logo, para com que o projeto seja sancionado ou vetado, é necessário que ele tenha sido apreciado e aprovado, previamente tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado Federal. A CF/1988 estabelece, no art. 64, o local em que o projeto de lei deve começar. De acordo com o artigo, os projetos de iniciativa do Presidente da República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República, popular e de iniciativa concorrente dos Deputados ou de Comissão da Câmara deverão ter início na Câmara dos Deputados (casa iniciadora). O Senado Federal será a casa iniciadora nos projetos de leis de iniciativa dos Senadores ou de Comissão do Senado. Dado início ao processo legislativo na casa iniciadora, o projeto de lei passará para apreciação das Comissões. Primeiramente, ele será encaminhado para uma Comissão Temática, em que será analisada a matéria da proposição, e depois para a Comissão de Constituição e Justiça(Default tooltip), em que será examinada a constitucionalidade do projeto. Existe também a Comissão de Finanças e Tributação para os projetos de lei que envolvam aspectos financeiros ou orçamentários. Nessa situação, o projeto passará na comissão temática, depois, para a comissão de finanças e, por fim, na CCJ. Os pareceres emitidos pelas Comissões Temáticas têm caráter opinativo, pois a matéria ainda será discutida e votada. Por outro lado, tanto o parecer da Comissão de Constituição e Justiça, em relação à constitucionalidade ou juridicidade da matéria, quanto à Comissão de Finanças e Tributação, em relação à adequação financeira ou orçamentária da proposição, possuem caráter terminativo. Entretanto, essa regra possui exceção. Nos casos em quehouver provimento de recurso, o parecer deverá ser apreciado preliminarmente pelo Plenário. Finalizado e emitido o parecer das comissões, será iniciado o processo de votação. A votação poderá ser ostensiva ou secreta. Para a votação ostensiva, será adotado o processo simbólico, pelo qual o parlamentar votará pela aprovação (se permanecer sentado em seu lugar, na casa respectiva) ou rejeição (caso se levante). Por outro lado, a votação secreta será realizada por meio do sistema eletrônico de acordo com os preceitos fixados no art. 188 do RICD, como na eleição do Presidente e demais membros da Mesa Diretora. Em seguida, caso aprovado, o projeto será encaminhado para a casa revisora. Assim como na casa iniciadora, na revisora, o projeto também passará pelas Comissões. Ao final, a casa revisora poderá aprovar, rejeitar ou emendar o projeto de lei. Aprovado, em um turno de discussão votação, o projeto será enviado para sanção ou veto do Presidente da República. Rejeitado, o projeto será arquivado, sendo possível sua reapresentação na mesma sessão legislativa mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer uma das casas do Congresso Nacional (art. 67 da CF/1988) ou na seguinte, sem a necessidade dessa formalidade. Emendado, a emenda será apreciada pela casa iniciadora (art. 65, parágrafo único da CF/1988). Nesse último caso, é vedada a apresentação de subemenda, ou seja, a emenda da emenda. Se a casa iniciadora aceitar a emenda, o projeto segue para deliberação executiva, mas se recusar a emenda, o projeto, em sua redação original, será remetido para apreciação executiva. Nesse caso, sempre haverá predominância da casa revisora. COMENTÁRIO Se o projeto for reprovado na casa iniciadora, ele sequer será submetido para a casa revisora. Portanto, ele será arquivado na primeira casa. Em relação às emendas no projeto de lei, o art. 118 do RICD estabelece algumas espécies: SUPRESSIVA Emenda que erradica parte de outra proposição. AGLUTINATIVA Emenda que se funde com outra emenda. Nesse caso, não há subemenda, uma vez que ela se aglutina com outras formando uma só. SUBSTITUTIVA Emenda apresentada como sucedânea de outra proposição. Ela poderá alterar o conjunto desta. MODIFICATIVA Emenda que altera a proposição sem modificá-la substancialmente. ADITIVA Emenda que acrescenta outra proposição. REDAÇÃO Emenda que modifica para sanar vício de linguagem ou algum termo técnico legislativo. Completada a deliberação parlamentar (discussão e votação) na casa iniciadora e revisora, o projeto de lei será submetido para apreciação do Chefe do Poder Executivo iniciar a deliberação executiva. Recepcionando-o, o Presidente da República deverá decidir entre sancionar ou vetar o projeto de lei. Concordando, o Presidente da República sancionará o projeto de lei. A sanção refere-se à anuência ou aceitação de que o projeto de lei se transforme em lei, pois aquilo que se promulga é a lei. O presidente poderá sancionar o projeto de modo expresso ou tácito. A sanção expressa ocorre quando o presidente manifesta a sua concordância. A sanção tácita ocorre quando o presidente não se manifesta em 15 (quinze) dias, sendo o seu silêncio considerado como ato sancionatório. A SANÇÃO PRESIDENCIAL NÃO CONVALIDA VÍCIO FORMAL SUBJETIVO DE INICIATIVA. NESSE CASO, IDENTIFICADO O VÍCIO, O PARLAMENTAR DA CASA RESPECTIVA DEVERÁ IMPETRAR UM MANDADO DE SEGURANÇA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA CORRIGIR O VÍCIO DO PROJETO DE LEI. Não existe previsão constitucional de prazo para sanção do projeto de lei. Contudo, levando em conta que o Presidente da República possui o prazo de 15 (quinze) dias para vetar o projeto de lei, é correto afirmar que o prazo para o sancionar é de 15 (quinze) dias. Importante lembrar que existem alguns projetos que não dependem de sanção presidencial, como as matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF/1988), de competência privativa da Câmara dos Deputados (art. 51 da CF/1988), do Senado Federal (art. 52 da CF/1988) e as propostas de emenda à constituição (art. 60 da CF/1988). Caso discorde, o Presidente da República poderá vetar o projeto de lei. Para isso, ele terá o prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados do recebimento. O Chefe do Executivo também poderá vetar todo o projeto (voto total) ou parte dele (parcial), abrangendo o texto integral do artigo, parágrafo, inciso ou alínea. O Presidente deverá expor os motivos do veto no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sendo ele em razão de inconstitucionalidade (veto jurídico) ou contrário ao interesse público (veto político). O veto sempre será expresso, motivado e escrito. Portanto, se o Presidente se mantiver inerte quanto à sanção ou veto do projeto, ele será sancionado tacitamente. Concordando, o presidente sancionará o projeto e ele será transformado em lei com a sua devida promulgação e publicação. Contudo, caso decida vetá-lo, o projeto será apreciado em sessão conjunta pelas duas casas do Congresso Nacional em 30 (trinta) dias a contar de seu recebimento. O veto poderá ser afastado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados Federais e Senadores. Desse modo, a concordância das duas casas terá os mesmos efeitos que a sanção. Derrubado o veto, a lei será enviada ao Presidente da República para promulgação dentro de 48 (quarenta e oito) horas. Caso o Presidente permaneça silente ou não queira promulgá-la, o Presidente do Senado fará a promulgação e, caso ele não o faça, o Vice-Presidente do Senado fará. O PROJETO DE LEI SERÁ ARQUIVADO CASO O VETO SEJA MANTIDO. Por fim, dar-se-á início à última fase: fase complementar (promulgação e publicação). A promulgação é o atestado de existência da lei e da sua executoriedade. Mesmo que não esteja em vigor, a promulgação atesta o seu nascimento. Em sequência, a publicação é o ato em que leva ao conhecimento do coletivo o conteúdo da lei. Ela é feita no Diário Oficial, devendo ser especificada em seu texto quem a promulgou. A partir da publicação, é feito o estabelecimento do momento que a lei deverá ser exigida. De acordo com o art. 1º, caput da LINDB, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de sua publicação oficial. Contudo, poderá haver disposição expressa com outro prazo, devendo, nesse caso, a exceção prevalecer sobre a regra geral. Importante destacar que o período entre a publicação da lei e a sua vigência denomina-se vacatio legis. PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO A principal diferença do processo legislativo sumário e do ordinário é a fixação de prazo para apreciação do projeto de lei. Nesse caso, o Chefe do Executivo solicitará ao Congresso Nacional, em caráter de urgência, a apreciação de projeto de lei de sua iniciativa. Nesse sentido, tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal terão o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para apreciar o projeto de lei. Esse prazo não corre durante o período de recesso parlamentar. Ultimado o prazo, o projeto será incluído na ordem do dia, sobrestando-se as outras deliberações legislativas, salvo se eles tiverem prazo determinado pela Constituição Federal, como as medidas provisórias (art. 64, § 6º da CF/1988). Se o Senado Federal emendar o projeto de lei, a Câmara dos Deputados terá o prazo de 10 (dez) dias para apreciá-la (art. 64, § 3º da CF/1988). PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL: LEIS COMPLEMENTARES O processo legislativo para deliberação e promulgação das leis complementares é praticamente o mesmo das leis ordinárias, já analisadas. Contudo, existem duas diferenças entre elas: DIFERENÇA MATERIAL DIFERENÇA FORMAL Trata-se da previsão constitucional de edição de lei complementar. Todas as vezes que o Poder Constituinte Originário, e até mesmo o Reformador, desejar que certa matéria seja regulamentada por lei complementar, ele deixará expressamente seu ensejo. As situações que devem ser regulamentadas por lei complementar estão predeterminadas no Texto Constitucional, como o art. 7º, I, 21, IV e 22, parágrafo único da CF/1988. Por outro lado, as leis ordinárias ocupam caráterresidual. Logo, o que não for regulamentado por lei completar será por lei ordinária, desde que não seja matéria com previsão de edição de decreto legislativo (art. 49 da CF/1988) ou resolução (arts. 51 e 52 da CF/1988). Refere-se ao quórum de aprovação do projeto de lei. Para aprovação de lei complementar, é necessário o voto da maioria absoluta, enquanto para aprovação de lei ordinária é necessário o voto da maioria simples ou relativa. Maioria absoluta O voto da maioria absoluta refere-se à maioria dos membros integrantes da casa (número fixo). Maioria simples ou relativa O voto da maioria simples ou relativa refere-se à maioria dos presentes à reunião ou sessão que compareceram no dia da votação. O art. 47 da CF/1988 estabelece que a deliberação de cada casa e de suas Comissões deverão ser tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. Resumidamente: O Texto Constitucional determina que, para instalar a sessão, é necessária a maioria absoluta dos membros. Presente o quórum necessário de instalação da sessão, poderá ser feita a votação pelo quórum da maioria simples, ou seja, os presentes àquela sessão. Esse quórum de votação é o mesmo para lei ordinária e complementar. Contudo, a diferença está no quórum de aprovação: Para aprovar lei ordinária, é preciso maioria simples. Para aprovar lei complementar, é preciso maioria absoluta. Para compreensão, o quórum de aprovação para lei complementar sempre será o mesmo já que se refere à maioria dos membros integrantes da casa (ex.: a maioria absoluta do Senado Federal é 41). Já no caso das leis ordinárias, a aprovação será para a maioria simples (ex.: a maioria simples do Senador Federal, nesse caso, é 21). ATENÇÃO Não existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. Na realidade, existe aplicação legislativa em âmbitos diferenciados definidos pela Constituição Federal. PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL: LEIS DELEGADAS A lei delegada é uma espécie de ato normativo primário elaborado pelo Chefe do Executivo, mediante a delegação externa corporis do Congresso Nacional (art. 68 da CF/1988). Essa norma é a exceção do princípio da indelegabilidade de atribuições, pois sua elaboração é antecedida de delegação de atribuições entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. COMENTÁRIO O Legislativo possui a atribuição de delegar o poder de elaborar normas tanto de forma interna, para as Comissões temáticas (delegação interna corporis), quanto de forma externa (delegação externa corporis), como a lei delegada. O processo começa com a fase “iniciativa solicitadora”. O Presidente da República, o único que pode começar o processo, após solicitação ao Congresso Nacional, elaborará a lei delegada sobre o assunto que ele pretende legislar. Após a aprovação, por meio de resolução (art. 68, § 2º da CF/1988), o Congresso especificará o conteúdo da delegação e seu exercício. Consequentemente, o Congresso Nacional determinará, por meio da resolução, se haverá a apreciação ou não do projeto de lei delegada pela Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Se o Congresso optar positivamente, ele deverá fazer a delegação típica. Por outro lado, se o Congresso portar negativamente, ele deverá fazer a delegação atípica. DELEGAÇÃO TÍPICA DELEGAÇÃO ATÍPICA Sem apreciação pelo Congresso Nacional. Desse modo, será atribuída a delegação ao Presidente da República de elaborar, promulgar e publicar a lei delegada. Com apreciação pelo Congresso Nacional. Desse modo, a apreciação será feita em votação única, sendo vedada a emenda à lei delegada. Após a aprovação, o Presidente promulgará e determinará a sua publicação no órgão oficial. Vale destacar que existem matérias que não podem ser delegadas. Elas estão estipuladas no art. 68, § 1º da CF/1988, sendo sobre: Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. A resolução editada pelo Congresso Nacional transfere de modo temporário a competência para legislar sobre determinada matéria. A titularidade da competência sempre será do Poder Legislativo. Se houver exorbitância nos limites da delegação legislativa, o Congresso Nacional deverá sustar o ato normativo, por meio de decreto legislativo (art. 49, V da CF/1988). Essa hipótese refere-se ao “controle repressivo de constitucionalidade”. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. APÓS DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR, O CHEFE DO PODER EXECUTIVO DÁ INÍCIO À DELIBERAÇÃO EXECUTIVA. NESSA FASE, O PRESIDENTE PODERÁ SANCIONAR OU VETAR O PROJETO DE LEI, POR MOTIVOS INCONSTITUCIONAIS (VETO JURÍDICO) OU EM DECORRÊNCIA DO INTERESSE PÚBLICO (VETO POLÍTICO). EM RELAÇÃO ÀS REGRAS DO VETO PRESIDENCIAL, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA: O Presidente da República tem o prazo de até 15 (quinze) dias corridos para vetar o projeto de lei, contados da data do recebimento. O Presidente da República poderá vetar de forma total ou parcial o texto da lei. Se for parcial, deverá abranger o texto integral do artigo. Em decorrência do princípio da separação dos poderes, o silêncio do Presidente importa no veto do projeto de lei. O veto deve ser expresso, motivado e escrito. Contudo, também é possível que o veto seja tácito. O Presidente deverá expor os motivos do veto ao Presidente do Senado Federal no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 2. NA FASE DA DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR, O SENADO FEDERAL REUNIU- SE PARA VOTAR DETERMINADO PROJETO DE LEI ORDINÁRIA. NA ABERTURA DA SESSÃO, FIZERAM-SE PRESENTES 50 SENADORES. APÓS AS DELIBERAÇÕES, FOI INICIADO O VOTO. NO FINAL, CERCA DE 27 SENADORES VOTARAM PARA APROVAÇÃO DA LEI E 23 CONTRA. IRRESIGNADO COM A SITUAÇÃO, ANDRÉ, SENADOR DO ESTADO ZIGMA, ALEGOU AO PRESIDENTE DO SENADO QUE O PROCESSO ESTAVA VICIADO, PORQUE ERAM NECESSÁRIOS 41 VOTOS A FAVOR E NÃO 27. EM RELAÇÃO A ESSA SITUAÇÃO, É CORRETO AFIRMAR QUE ANDRÉ: Está correto, uma vez que é necessário o quórum da maioria absoluta do Senado Federal para aprovação do projeto de lei, ou seja, 41 senadores. Está correto, uma vez que é necessário o quórum da maioria relativa do Senado Federal para instalação da sessão, ou seja, 41 senadores. Está correto, e deverá impetrar Mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal já que houve vício no processo legislativo. Está equivocado, uma vez que é necessário o quórum da maioria relativa do Senado Federal para aprovação do projeto de lei. No caso em questão, foi a mais do exigido. Está equivocado, uma vez que o quórum para instalação da sessão e aprovação do projeto de lei é maioria absoluta. GABARITO 1. Após deliberação parlamentar, o Chefe do Poder Executivo dá início à deliberação executiva. Nessa fase, o Presidente poderá sancionar ou vetar o projeto de lei, por motivos inconstitucionais (veto jurídico) ou em decorrência do interesse público (veto político). Em relação às regras do veto presidencial, assinale a afirmativa correta: A alternativa "B " está correta. Existem dois tipos de veto: total e parcial. No veto total, o Presidente da República veta todo o projeto de lei. Já no veto parcial, o Presidente da República veta parte da lei. Contudo, esse veto deverá abranger todo o artigo, compreendido os parágrafos e suas alíneas, sendo vedado o veto de palavras. 2. Na fase da deliberação parlamentar, o Senado Federal reuniu-se para votar determinado projeto de lei ordinária. Na abertura da sessão, fizeram-se presentes 50 senadores. Após as deliberações, foi iniciado o voto. No final, cerca de 27 senadores votaram para aprovação da lei e 23 contra. Irresignado com a situação, André, Senador do Estado Zigma, alegou ao Presidente do Senado que o processo estava viciado, porque eram necessários 41 votos a favor e não 27. Em relação a essa situação, é correto afirmar que André: A alternativa "D " está correta. O quórum para instalação da sessão é maioria absoluta, tanto para lei complementar quanto para lei ordinária (art. 47 da CF/1988). Contudo, o quórum necessáriopara aprovação da lei, no caso acima referido, para leis ordinárias, é de maioria simples. No exemplo citado, houve o voto de 27 senadores, ou seja, 6 votos a mais do exigido (21 senadores). Logo, o Senador André está equivocado. MÓDULO 3 Classificar o processo legislativo especial MEDIDAS PROVISÓRIAS, DECRETOS E RESOLUÇÕES BREVE ANÁLISE INTRODUTÓRIA Conforme estudado, o processo legislativo compreende a edição de algumas espécies normativas, como a emenda à Constituição, lei complementar, ordinária e delegada. Além dessas normas, existem as medidas provisórias, decretos e resoluções. VALE RESSALTAR QUE, COM EXCEÇÃO DAS EMENDAS À CONSTITUIÇÃO, NÃO EXISTE HIERARQUIA ENTRE AS DEMAIS ESPÉCIES NORMATIVAS. MEDIDAS PROVISÓRIAS Com previsão no art. 62 da Constituição Federal, as medidas provisórias(Default tooltip) são uma espécie normativa editada pelo Poder Executivo com força, eficácia e valor de lei. Esse ato normativo possui algumas características que o diferencia dos demais: Atribuição de elaboração a um órgão competente Caráter excepcional, relevante e urgente Possibilidade de ser rejeitado pelo Congresso Nacional a qualquer momento Possibilidade de perda de eficácia desde o início SAIBA MAIS As medidas provisórias foram incluídas pela Constituição Federal de 1988, substituindo-se o decreto-lei. Essa nova espécie legislativa busca reparar, dentro do atual Estado democrático de Direito, as distorções legislativas feitas pelo regime militar que abusava da sua função atípica na edição de lei. Antes de estudarmos o processo de edição da MP, é importante destacar que todas as regras relacionadas ao processo legislativo são normas de observância obrigatória pelas constituições dos estados e das leis orgânicas dos municípios e Distrito Federal. Fundamentado no princípio da simetria, a edição de MP por governadores de Estado é admitida, desde que tenha previsão na Constituição estadual e sejam observadas as regras estabelecidas pela Constituição Federal. Constituições estaduais como a do Acre, Santa Catarina e Piauí admitem a edição de medida provisória pelo governador. Já no âmbito municipal, também é admitida a edição de medida provisória por prefeito, também resguardado pelo princípio da simetria. Desse modo, além da previsão na lei orgânica e observância do processo estabelecido pela Constituição Federal, é necessário que a constituição do estado do referido município estabeleça a possibilidade de utilização da MP pelo governador, uma vez que a lei orgânica municipal deve observância aos princípios estabelecidos pela constituição do estado. O processo legislativo da medida provisória começa com o preenchimento prévio dos pressupostos de relevância e urgência para sua edição. Após o cumprimento do requisito, o Presidente da República estará apto a editar medida provisória, com força de lei, com a devida submissão posterior e imediata ao Congresso Nacional. A MP nasce com a manifestação exclusiva do Presidente, valendo-se de seus efeitos desde sua edição. A MP terá o prazo de duração de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período (mais sessenta dias com um total de até cento e vinte dias). Contudo, em casos de recesso parlamentar, a MP terá o seu prazo suspenso. Ela perderá sua eficácia, desde a edição, se não for convertida em lei dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período (art. 62, § 7º da CF/1988). Se isso ocorrer, o Congresso Nacional deverá editar decreto legislativo dispondo sobre as relações jurídicas delas decorrentes. Existem restrições em relação a matéria a ser disciplinada na MP. De acordo com o art. 62, § 1º, da CF/1988, é vedado que o Presidente da República edite MP sobre matéria: I II III IV I Relativa a/à: Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral Direito penal, processual penal e processual civil Organização do Poder Judiciário e do Ministério Pública, à carreira e à garantia de seus membros Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º da CF/1988 II Que vise à detenção ou ao sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro. III Reservada a lei complementar. IV Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. Dentro do período dos 60 (sessenta) dias, a MP será submetida à apreciação do Congresso Nacional. Por meio de uma comissão mista de deputados e senadores (art. 62, §§ 5º e 9º da CF/1988), os parlamentares examinarão a norma e emitirão parecer, apreciando o mérito e a sua adequação financeira e orçamentária. Após o parecer da comissão mista, a MP passará à apreciação pelo plenário da Câmara dos Deputados Federais e do Senado Federal. O processo de votação será em sessão separada e terá início na Câmara (casa iniciadora) e depois no Senado (casa revisora). VOCÊ SABIA De acordo com o art. 62, § 6º da CF/1988, se a MP não for apreciada em até 45 (quarenta e cinco) dias, contados de sua publicação, ela entrará em regime de urgência. Assim, a MP ficará sobrestada em relação às outras deliberações legislativas da casa em que estiver tramitando até que se ultime sua votação. Em relação ao trâmite do processo, após apreciação e votação por maioria simples na Câmara dos Deputados (casa iniciadora), o projeto será encaminhado ao Senado Federal (casa revisora). Por fim, o Congresso Nacional deverá adotar uma entre quatro medidas em relação à MP, sendo elas as seguinte. APROVAÇÃO DA NORMA SEM ALTERAÇÃO Aprovada a MP, sem alteração de mérito, o texto será promulgado pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional e publicado no Diário Oficial da União. Conforme o art. 57, § 5º da CF/1988, o Presidente do Senado preside a Mesa do Congresso Nacional. Logo, ele deverá promulgar e publicar a medida provisória no DU. APROVAÇÃO DA NORMA COM ALTERAÇÃO Havendo emendas na MP, o projeto de lei de conversão será apreciado por uma casa e depois pela outra, aplicando-se as regras do processo legislativo comum. Após a aprovação das emendas, o projeto será levado para apreciação do Presidente da República para sancioná-lo ou vetá-lo. Em relação à matéria alterada, as relações decorrentes dela deverão ser regulamentadas por decreto legislativo. NÃO APROVAÇÃO DA NORMA (REJEIÇÃO TÁCITA) Se a MP não for apreciada no prazo de 60 (sessenta dias), contados de sua publicação, mais 60 (sessenta dias) de prorrogação, ela perderá a eficácia desde a sua edição (efeitos ex tunc). Nesse caso, caberá ao Congresso Nacional editar decreto legislativo disciplinando as relações jurídicas decorrentes da MP. REJEIÇÃO EXPRESSA DA NORMA Dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal, o Congresso Nacional poderá rejeitar expressamente a MP. Nesse sentido, também é cabível ao órgão disciplinar os efeitos decorrentes por decreto legislativo. DE ACORDO COM ART. 62, § 10º DA CF/1988, É VEDADA A REEDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA QUE TENHA SIDO REJEITADA OU QUE TENHA PERÍODO A SUA EFICÁCIA POR DECURSO DE PRAZO. A VEDAÇÃO APLICA- SE DENTRO DO PRAZO QUE COMPREENDE A SESSÃO LEGISLATIVA. MEDIDAS PROVISÓRIAS Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse conceito? Acompanhe o especialista Marcílio Ferreira discorrer, no vídeo abaixo, sobre o conceito de medida provisória, seus requisitos e as vedações ao seu uso. DECRETOS LEGISLATIVOS Os decretos legislativos são espécies legislativas que materializam as competências exclusivas do Congresso Nacional. O procedimento de elaboração dessa norma é disciplinado pelo Congresso ou pelas casas por meio dos regimentos internos. As competências exclusivas do Congresso estão disciplinadas no art. 49, da CF/1988: COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DO CONGRESSO I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem peloterritório nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART. 49) Além dessas hipóteses, o art. 62, § 3º da CF/1988 estabelece que os efeitos decorrentes da medida provisória não convertida em lei devem ser reguladas por decreto legislativo. Art. 63, § 3º da CF/1988: As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12, perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes; (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ART. 63) Em relação ao trâmite processual, a iniciativa, em alguns casos, é do Presidente da República ou de membro ou comissão do Congresso Nacional. O quórum para aprovação é de maioria relativa, conforme a regra do art. 47 da CF/1988. Não há previsão de sanção já que essa norma é um instrumento de veiculação de competência deliberativa do Congresso. A promulgação e publicação é feita pelo Presidente do Congresso (Presidente do Senado Federal). RESOLUÇÕES As resoluções são normas primárias elaboradas pelas casas do Congresso Nacional, em isolado ou conjunto, para regulamentar matérias de sua competência pelos regimentos internos, como as matérias estabelecidas nos seguintes artigos: ART. 68, § 2º DA CF/1988 A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício; ART. 155, § 2º, IV DA CF/1988 [...] resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; ART. 155, § 2º, V, “A” DA CF/1988 [...] estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros. Em relação ao trâmite processual, a iniciativa é cabível a qualquer membro do Congresso Nacional. Já a votação e a discussão devem ser feitas na casa que expedir a resolução de modo unicameral ou bicameral quando referir-se ao Congresso. De acordo com o art. 47 da CF/1988, a aprovação será feita pela maioria relativa. A promulgação deverá ser feita pela casa que expediu a resolução ou pela Mesa do Senado Federal, nos casos em que a resolução se referir ao Congresso Nacional. A publicação é determinada pela casa que expediu a resolução. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SUBSTITUTA DO DECRETO-LEI, A MEDIDA PROVISÓRIA, ESTABELECIDA NO ART. 62 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, POSSUI DIVERSAS DIFERENÇAS DAS OUTRAS ESPÉCIES NORMATIVAS. ALÉM DE TER APENAS UM LEGITIMADO, A REFERIDA NORMA PRECISA PREENCHER PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS (RELEVÂNCIA E URGÊNCIA) PARA POSSUIR EFICÁCIA DESDE SUA EDIÇÃO. EM RELAÇÃO AO PROCESSO E CARACTERÍSTICAS DA REFERIDA NORMAL, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA: É permitido que o Presidente da República legisle, por meio da MP, normas sobre direito processual penal. A MP terá o prazo de duração de 60 (sessenta) dias, improrrogável. A MP perderá a sua eficácia caso não seja convertida em lei no prazo constitucional. Se a medida provisória não for apreciada em 45 (quarenta e cinco) dias, ela entrará em regime de urgência em cada casa do Congresso Nacional. É permitida a reedição da medida provisória na mesma sessão legislativa, nas hipóteses de ter sido rejeitada pelo Congresso Nacional ou ter perdido a sua eficácia dentro do decurso de prazo. 2. CONSIDERE QUE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO BRASIL TENHA EDITADO LEI DELEGADA SOBRE MATÉRIA DIVERSA ATRIBUÍDA PELO CONGRESSO NACIONAL. NESSE CASO, o Senado Federal deverá ingressar com Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, com o pedido de inconstitucionalidade total da lei. o Congresso Nacional deverá ingressar com Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental no Supremo Tribunal Federal, com o pedido de inconstitucionalidade da lei. a Câmara dos Deputados deverá ingressar com Mandado de Segurança repressivo no Supremo Tribunal Federal, com a prejudicial de inconstitucionalidade da lei. o Congresso Nacional deverá sustar o ato normativo, por meio de decreto legislativo. o Senado Federal deverá sustar o ato normativo, por meio de decreto legislativo. GABARITO 1. Substituta do decreto-lei, a medida provisória, estabelecida no art. 62 da Constituição Federal, possui diversas diferenças das outras espécies normativas. Além de ter apenas um legitimado, a referida norma precisa preencher pressupostos constitucionais (relevância e urgência) para possuir eficácia desde sua edição. Em relação ao processo e características da referida normal, assinale a afirmativa correta: A alternativa "C " está correta. De acordo com o art. 62, § 3º da Constituição Federal, as medidas provisórias perderão eficácia, desde sua edição, se não forem convertidas em lei dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por meio de decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes da MP. 2. Considere que o Presidente da República do Brasil tenha editado lei delegada sobre matéria diversa atribuída pelo Congresso Nacional. Nesse caso, A alternativa "D " está correta. De acordo com o art. 49, V da Constituição Federal, cabe exclusivamente ao Congresso Nacional a sustação de atos normativos emanados pelo Poder Executivo que exorbitem dos limites de delegação legislativa. No caso mencionado, o Chefe do Executivo elaborou a lei delegada além do limite fixado na resolução do Congresso. Nesse caso, cabe ao Congresso, por meio do decreto legislativo, sustar o ato presidencial.
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