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27 PRÁTICA - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

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www.trilhante.com.br
AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE 
- PEÇA PRÁTICA
ÍNDICE
1. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE .....................................................3
Introdução ................................................................................................................................................................................... 3
Objetivo ......................................................................................................................................................................................... 3
Competência para julgamento ..................................................................................................................................... 5
Procedimento .............................................................................................................................................................................7
Pedidos ..........................................................................................................................................................................................9
2. IDENTIFICANDO A PEÇA ............................................................................................10
Identificação – Ação Direita de Inconstitucionalidade .............................................................................. 10
3. MODELO DE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE .........................16
OAB/FGV 2015.02 – 2ª Fase Prova Constitucional – XVII Exame de Ordem Unificado ....16
Endereçamento ......................................................................................................................................................................16
Nome da ação .........................................................................................................................................................................17
Desenvolvimento ...................................................................................................................................................................17
Conclusão ...................................................................................................................................................................................19
www.trilhante.com.br 3
1. Ação Direta de Inconstitucionalidade
Introdução
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN ou ADIN) é regulamentada pela Lei º 
9.868/99. Ela é usada para o controle de constitucionalidade de normas ou leis que 
tenham conteúdo em desacordo com nossa Constituição Federal. O controle ao qual 
ela se destina é chamado concentrado porque está nas mãos de apenas 1 tribunal: o 
STF. (Na verdade, admite-se o controle pelos Tribunais de Justiça, seguindo-se algumas 
peculiaridades). É também chamado abstrato porque se trata de um processo objetivo 
fundado em interesse público, ou seja, não se precisa de uma demanda com autor e réu 
para se propor uma ADIN.
Curiosidade: o controle concentrado é também invocado nas ações Declaratória De 
Constitucionalidade (ADC), Declaratória Por Omissão (ADO) e de Descumprimento de 
Preceito Fundamental (ADPF).
Na ADIN, questiona-se diretamente a validade de norma ou lei em face do que dispõe a 
Constituição.
Objetivo
O objetivo da ADIN é expurgar do sistema jurídico a lei ou ato normativo viciado 
formal ou materialmente, isto é, a finalidade da ADIN é retirar do ordenamento jurídico 
uma lei ou ato normativo que contenha vícios de natureza formal (cujo processo de 
elaboração da norma ou lei tenha sido contaminado) ou material (cujo conteúdo da 
norma seja contrário, em alum aspecto, à Constituição), invalidando-o de forma total 
(retirada da totalidade da norma do ordenamento jurídico) ou parcial (retirada apenas 
da parte viciada), em conformidade com o Princípio da Supremacia da Constituição (a 
Constituição é soberana sobre todas as leis). Ora, sempre que existir incompatibilidade 
entre a lei e a Constituição, a Constituição prevalecerá.
Importante destacar que a ADIN ataca Lei e Ato normativo Federais.
São estas as espécies de Lei que estarão sujeitas ao controle concentrado:
 " Emenda Constitucional;
 " Lei Complementar;
 " Lei Ordinária;
 " Lei Delegada;
 " Medida Provisória;
 " Decretos Legislativos;
 " Resoluções.
Já no que se refere aos Atos normativos, estarão sujeitos ao controle concentrado:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9868.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9868.htm
https://dirleydacunhajunior.jusbrasil.com.br/artigos/208196508/o-controle-de-constitucionalidade-no-plano-estadual-e-a-problematica-das-normas-constitucionais-federais-repetidas
www.trilhante.com.br 4
 " as resoluções e deliberações administrativas;
 " os Regimentos Internos dos tribunais;
 " os atos estatais (editados pelo Poder Executivo) de conteúdo alterável em parte (resoluções 
administrativas), desde que incidam sobre atos de caráter normativo (tenham peso de norma).
OBJETOS QUE A ADIN NÃO ATACA
1. Normas Constitucionais Originárias: As normas constituicionais originárias são aquelas 
das quais todas as outras decorrem. São a origem, a base, as primeiras a serem firmadas. 
A partir delas é que se monta todo o restante do ordenamento jurídico. Fica claro, então, 
porque a ADIN não ataca normas que surgem do Poder Constituinte Originário: servindo 
de base a todo um sistema, devem ser sólidas, seguras. Além disto, não haveria normas 
precedentes em que basear a inconstitucionalidade destas, afinal, elas “nasceram” na 
própria Constituição.
2. Norma anterior à Constituição Federal de 1988: Isso porque as normas anteriores da 
Constituição Federal de 1988 foram, algumas, recepcionadas e aquelas que não estão na 
Constituição atualmente vigente foram revogadas, extirpadas do ordenamento jurídico. 
Isso não impede que a norma recepcionada não esteja sujeita a nenhum controle 
concentrado, pois cabe ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, 
presente no artigo 102, §2º da CF. É usado em caso de descumprimento, em atos do Poder 
Público, de quaisquer preceitos fundamentais, considerados aqueles que, presentes na 
CF, servem para erguer e preservar a ordem jurídica e política do Estado).
3. Lei Revogada ou Eficácia Exaurida: Por óbvio, não cabe controle de constitucionalidade 
destas pois elas possuem valor unicamente histórico, isto é, existem, mas não possuem 
eficácia alguma.
4. Súmulas: não cabe ADIN questionando súmulas de tribunais. Tem-se que estes órgãos, 
em especial o STF, são grandes responsáveis pelo controle de constitucionalidade das 
normas vigentes. Sendo assim, suas súmulas possuem um controle próprio (de revisão) 
exercido pelos próprios órgãos que a editam.
5. Regulamentos e Decretos Regulamentares: Tratam-se de atos normativos 
secundários, ou seja, são editados com vistas a dar explicações ou a pormenorizar 
o disposto em alguma outra norma pré-existente (acontece em casos nos quais 
a Constituição preconiza a elaboração de uma lei para regulamentar determinada 
matéria prevista mas não inteiramente explicada). Não cabe controle concentrado 
nestes casos porque tais regulamentos ou decretos regulamentares não são 
autônomos: dependem de norma anterior que precise ser regulamentada para existir. 
Concorda a doutrina constitucional majoritária que interpor ADIN atacando este tipo de 
norma acabaria por gerar uma crise de legalidade, pois que, se uma norma sencundária 
sofre esse controle, é colocada em discussão também a norma primária. Todavia, se a lei 
(norma primária) for declarada inconstitucional, a norma secundária também será assim 
declarada, pois são concatenadas entre si.
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Atenção: por estes mesmos motivos, o regulamento ou decreto autônomos serão, 
sim, passíveis de figurar como objetos de ADIN. Veremos melhor adiante.
6. Lei municipal: A CF somente previu a ADIN para controles de normas estaduais e 
federais. Cabe, contra leis municipais, entretanto, a Arguição de Descumprimento de 
PreceitoFundamental.
Caso interessante é o do Distrito Federal: não se trata ele de um município tampouco de 
um estado, comportando-se como um híbrido. Desta forma, suas leis que tiverem matéria 
de competência tipicamente estadual serão, sim, objeto possível de ADIN. Entretanto, 
não caberá esta ação para atacar leis do DF cuja matéria seja tipicamente municipal.
OUTROS OBJETOS QUE A ADIN ATACA:
1. Decreto Autônomo: Sofrerá controle concentrado (aquele realizado via 
processo especificamente com vins de guardar o disposto constitucional, tare-
fa cabível ao STF), uma vez que ele não só regulamenta determinada matéria 
como traz novidade normativa, ou seja, traz novas matérias. O regulamento ou 
decreto autônomos podem, inclusive, ser alvo de controle repressivo no Poder 
Legislativo quando for editado com abuso de poder regulamentar.
2. Tratados Internacionais: eles só se sujeitarão ao controle concentrado se 
forem incorporados ao ordenamento jurídico interno. Vale lembrar que os trata-
dos internacionais são recepcionados e possuem força supra legal, isto é, estão 
acima da lei e abaixo da Constituição.
3. Lei Orçamentária: são leis que criam abertura de crédito suplementar, isto é, 
crédito extraordinário, ainda que seja por intermédio de Medida Provisória. 
Competência para julgamento
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LEGITIMIDADE PARA PROPOR ADIN (ART. 103 DA CF/88)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Vale ressaltar que a mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF 
devem demonstrar pertinência temática ao propor a ADIN. Ou seja, há exigência que o 
órgão que pretende discutir a constitucionalidade de uma lei que demonstre claramente 
que a decisão final tenha ligação direta com o interesse e com a atividade desenvolvida 
pelo órgão ou ente legitimado.
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004)
No caso do Governador do Estado ou do DF, este também deve demonstrar a pertinência 
temática para propor uma ADIN.
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
Os partidos políticos são uma entidade de classe e, por isso, devem demonstrar o interesse 
profissional da sua categoria como tópico questionado, comprovando a pertinência da 
demanda. Além disso, os partidos políticos devem ser representados por advogado. Não 
há necessidade de que todos no partido assinem a petição, basta assinatura de apenas 1 
parlamentar pertencente ao partido.
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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As confederações sindicais também devem demonstrar pertinência temática por serem 
entidade de classe de uma determinada categoria profissional, bem como precisam ser 
representadas por advogados.
Atenção!! Todos os outros entes possuem capacidade postulatória, não sendo 
necessário advogado para representá-los.
A UNE (União Nacional dos Estudantes) não possui legitimidade para propor 
ADIN.
Procedimento
Assim como qualquer petição inicial, a ADIN também deverá observar os requisitos 
gerais estabelecidos no art. 319 do NCPC (no que couber):
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
No caso, são cabíveis o STF ou o TJ.
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição 
no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu;
No caso das ADIN’s não há um réu pessoa física!
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
Também não há audiência de conciliação ou mediação na ADIN.
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Além destes requisitos, o art.3º da Lei 9.868/99 também discrimina requisitos que devem 
conter na ADIN:
Art. 3º A petição indicará:
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação 
a cada uma das impugnações;
II - o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por 
advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado 
e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Analisados todos estes requisitos e a ADIN tendo sido deferida, o Relator irá requerer 
as informações que se fizerem oportunas aos órgãos e autoridades responsáveis pela 
elaboração do ato ou lei impugnados no prazo de 30 dias, de acordo com o art. 6º, 
parágrafo único, da Lei da ADIN.
Observação: são legitimados passivos deste processo justamente os órgãos e autoridades 
responsáveis pela elaboração do ato ou lei impugnados!
Art. 6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato 
normativo impugnado.
Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do 
pedido.
Após o prazo de 30 dias, serão ouvidos sucessivamente o Advogado-Geral da União e 
o Procurador-Geral da República, que terão prazo igual, de 15 dias, para se manifestar. 
Após o prazo, o relator publicará o seu relatório, com cópia a todos os Ministros ou 
Desembargadores, e pedirá para incluir o processo para julgamento em Plenário.
MEDIDA CAUTELAR NA ADIN
A ADIN admite o pedido de medida cautelar para suspender a eficácia da Lei ou Ato 
normativo questionado, competindo também ao STF julgá-la, de acordo com o que 
emana o art. 102, inciso I, alínea “P” da Constituição e o art. 10 da Lei da ADIN. Entretanto, 
a medida cautelar será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do 
Tribunal. Concedida a medida cautelar, se houver lei anterior que regule a mesma matéria 
tratada pela lei suspensa, ela será aplicada até que se decida em definitivo sobre a 
questão.
Requisitos para a concessão da cautelar:
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• Fumus boni iuris: significa “fumaça do bom direito”. Trocando em miúdos, significa 
a constatação de verossimilhança entre as alegações feitas e o direito pretendido.
• Periculum in mora: significa “perigo da demora”, ou seja, o perigo de dano ou 
lesão que a demora na observância do pedido poderia causar.
Pedidos
Na petição inicial de uma ADIN, os pedidos devem ser os seguintes:
1. Medida Cautelar à requerer a suspensão da eficácia da Lei ou Ato normativo 
questionados com base no art. 10 da Lei da ADIN ou no art. 102, inciso I, alínea 
“P” da CF/88;
2. Notificação dos responsáveis pela elaboração da norma para prestar infor-
mações no prazo de 30 dias, com base no art. 6º da Lei da ADIN;
3. Notificação do AGU e do PGR, sucessivamente, para se manifestarem no 
prazo de 15 dias, de acordo com o art. 8º da Lei da ADIN;
4. Procedência da ação no sentido de declarar a inconstitucionalidade da Lei ou 
Ato normativo impugnados.
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2. Identificando a Peça
Identificação – Ação Direita de Inconstitucionalidade
Controle de Constitucionalidade
Concentrado (competência para julgar somente do STF ou TJ) e Abstrato (não depende de ter 
ocorrido um caso concreto. Não há autor e réu na ADIN porque ela visa ao interesse público.)
Lei ou Ato Normativo com vício de Constitucionalidade:
• Formal (que tenha contaminado o processo de elaboração da norma ou lei) ou 
Material (cujo conteúdo da norma seja contrário à Constituição).• Total (requer a retirada total da norma do ordenamento jurídio, pois manchada 
completamente por vício) ou parcial (requer a retirada apenas da parte que 
estiver viciada).
• Paradigmas de confronto: Constituição Federal ou Estadual.
• Legitimidade (art. 103, CF/88 ou art. 2º da Lei 9.868/99).
CASO 01: OAB/FGV – 2ª FASE – PROVA DE DIREITO CONSTITUCIONAL - XVI – EXAME 
DE ORDEM UNIFICADO (2015.1).
A Assembleia Legislativa do Estado Y edita, em 1º de março de 2015, a Lei nº 8888, 
que estabelece que a concessionária exploradora do serviço de fornecimento de energia 
elétrica no território do Estado fica obrigada a remover, sem qualquer ônus para os 
interessados, os postes de sustentação à rede elétrica que estejam causando transtornos 
aos proprietários e aos promitentes compradores de terrenos. Ressalta-se que não há 
qualquer Lei Complementar que autorize excepcionalmente ao Estado Y dispor sobre 
a questão, sendo certo que, ao contrário, no âmbito federal existe norma expedida 
pela agência reguladora que autoriza a remoção desses postes de energia, cujo serviço 
fica às expensas dos usuários interessados. Há notícia também de que o Governador 
do Estado Y vetou integralmente o projeto de Lei Estadual, mas restou superado pela 
vontade da Assembleia Legislativa do Estado, que, ao final, promulgou a referida Lei. 
Diante da relevância e da urgência da questão, o partido político “Para Frente Brasil” – 
PFB, representado unicamente por um Deputado Federal, procura os seus serviços para 
objetar contra a Lei Estadual, por entender que a norma estadual viola diretamente a 
Constituição Federal. Considerando os dados acima, formule a peça adequada, fazendo 
introito sobre a legitimidade ativa e observando que o partido entende ser urgente a 
questão. (Valor: 5,00). Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
Trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADIN a ser proposta perante o 
Supremo Tribunal Federal (Art. 102, I, “a”, da Constituição Federal).
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A petição deve ser endereçada ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal. O 
objeto da referida ADIN será a Lei Estadual atacada e terá como parâmetro diversos 
dispositivos constitucionais. O Partido Político possui legitimidade para propor a ADIN 
(Art. 103, VIII, da Constituição Federal) e deve figurar como autor da ação, pois é 
representado por Deputado Federal no Congresso Nacional. É considerado legitimado 
universal para propor ADIN e não se sujeita ao exame da pertinência temática, pois seu 
papel institucional já o autoriza a promover tal ação em qualquer hipótese, conforme 
entendimento pacificado no STF: Partido político. Ação direta. Legitimidade ativa. 
Inexigibilidade do vínculo de pertinência temática. Os partidos políticos, desde que 
possuam representação no Congresso Nacional, podem, em sede de controle abstrato, 
arguir, perante o STF, a inconstitucionalidade de atos normativos federais, estaduais ou 
distritais, independentemente de seu conteúdo material, eis que não incide sobre as 
agremiações partidárias a restrição jurisprudencial derivada do vínculo de pertinência 
temática. (ADIN 1.407-MC, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 7-3-1996, Plenário, DJ 
de 24-11- 2000).
A Assembleia Legislativa do Estado deve ser indicada no polo passivo da ação e o 
Governador do Estado intimado a prestar informações sobre o processo legislativo. Os 
fundamentos da Ação Direta de Inconstitucionalidade devem ser:
a) Desencontro entre o dispositivo da legislação estadual e o Art. 21, XII, “b”, da Constituição 
Federal. A imposição, por meio de ato normativo estadual, da obrigação de remover, 
sem custo para o usuário, postes de sustentação da rede elétrica que estejam causando 
transtornos ou impedimentos a particulares configuraria intervenção indevida do poder 
estadual em domínio da União para explorar, diretamente ou mediante autorização, 
concessão ou permissão os serviços e instalações de energia elétrica. Trata-se de 
campo de distribuição constitucional de competência. É a denominada competência 
administrativa da União;
b) Vulneração ao Art. 22, IV, da Constituição Federal pela lei estadual, pois a Carta da 
República reserva à União a competência privativa para dispor legislativamente sobre 
energia, o que demarca primazia federal sobre o tema, não se abrindo espaço para a 
atuação dos estados e dos municípios;
c) Afronta ao Art. 175, parágrafo único, inciso III, da Constituição Federal pela lei estadual. 
A lei estadual, ao dispor que a remoção dos postes fica a cargo da concessionária do 
serviço público, imiscui-se na tarefa da União para definir, por meio de lei, a política tarifária 
a ser observada na exploração deste serviço no que tange os elementos definidores 
do equilíbrio econômico-financeiro de contratos de concessão, isto é, na ingerência na 
política tarifária do serviço público.
O pedido de concessão de medida cautelar deve ser feito com amparo no Art. 10, da Lei nº 
9.868/99, a fim de suspender a vigência da lei estadual que entende ser inconstitucional. Os 
pressupostos da medida cautelar devem ser apontados, ou seja, devem ser constatados 
www.trilhante.com.br 12
o fumus boni iuris e o periculum in mora. O primeiro é demonstrado facilmente a partir 
da violação das normas constitucionais, e o segundo reside no fato de que a lei estadual 
criou, para as concessionárias de serviço público, uma obrigação de alto custo a ser 
prestada em hipóteses extremamente vagas para o proveito de interesses individuais. 
Trata-se de norma estadual que instituiu verdadeiro direito potestativo a ser exercido 
ao alvedrio pessoal de titulares de direito real sobre terrenos, impondo-lhes encargos 
extraordinários não previstos nos contratos de concessão celebrados com o poder 
concedente, e, com isso, alterando-se a matriz de custos da prestação do serviço e se 
rompendo com os parâmetros estipulados pela agência federal do setor elétrico para a 
remoção de postes de energia.
No mérito, deve ser demonstrado que a Lei estadual fere dispositivos constitucionais: a 
repartição de competências, bem como o princípio da razoabilidade/proporcionalidade. 
Por derradeiro, há que se formular, expressamente, pedido de concessão de medida 
cautelar e, ao final, pedido de declaração de inconstitucionalidade. Devem ser requeridas 
as oitivas do Advogado Geral da União, a fim de defender o ato normativo estadual e 
também do Ministério Público.
CASO 02: OAB/FGV – 2ª FASE – PROVA DE DIREITO CONSTITUCIONAL - XIII EXAME 
DE ORDEM UNIFICADO (2014.1).
O Presidente da República editou o Decreto nº 5555, estabelecendo a obrigatoriedade, 
como exigência à obtenção do diploma de graduação em engenharia, de um elevado 
aproveitamento nas disciplinas do curso, e, para inscrição nos Conselhos Regionais, a 
conclusão de uma pós-graduação com carga horária mínima de 480 horas de aula. A 
medida tem por objetivo conferir maior controle sobre a formação do profissional, num 
momento de expansão das obras de infraestrutura no país.
A Confederação Sindical dos Engenheiros, entidade que reúne 18 (dezoito) Federações 
de sindicatos em diferentes Estados, cada uma com ao menos 10 (dez) sindicatos, procura 
os seus serviços para impugnar o Decreto expedido pelo Presidente da República, 
salientando que o mesmo viola diretamente a Constituição, sendo certa a urgência na 
obtenção de um provimento judicial favorável, tendo em vista a aproximação do final de 
ano, época em que, tradicionalmente, são formados milhares de bacharéis em todo o 
território nacional.
Considerando a hipótese acima, formule a peça adequada. (Valor: 5,00).
Trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), a qual terá, por objeto, 
o Decreto expedido pelo Presidente da República, e, como parâmetros, diversos 
dispositivos da Constituição da República.
De início, deve-se destacar que os decretos do Chefe do Poder Executivo podem 
ser regulamentaresou autônomos. Na jurisprudência do STF, somente se admite a 
propositura de ação direta tendo por objeto decreto se este for autônomo, e não o 
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decreto que tenha por escopo regulamentar a lei. Isto porque o decreto regulamentar 
não possui autonomia normativa, como já visto. Se o decreto não autônomo fere a Lei 
Maior ou desborda dos limites regulamentares, abrir-se-á a via do controle de legalidade, 
e não do controle de constitucionalidade.
Deste modo, deve ser destacada a autonomia normativa do Decreto em questão, tendo 
em vista a ausência de lei da qual decorre aquele ato normativo.
A competência para julgamento da Ação Direta é do Supremo Tribunal Federal, e para 
essa corte deve ser endereçada a petição inicial.
Somente possuem legitimidade para propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade 
aqueles explicitados no rol do artigo 103 da Constituição. No caso em análise, a Confederação 
Sindical dos Engenheiros tem legitimidade com base no inciso IX do citado dispositivo: 
entidade de classe de âmbito nacional. Deve ser demonstrado o preenchimento dos 
requisitos constantes dos Artigos 533 a 535 da CLT (“as Confederações organizar-se-ão 
com o mínimo de 3 Federações” e “é facultado aos Sindicatos, quando em número não 
inferior a 5, desde que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou 
profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se em federação”), uma vez que 
tais requisitos são exigidos pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Ainda em relação à legitimidade, deve ser identificado que o Supremo Tribunal Federal 
exige o requisito da pertinência temática – que se traduz na relação de congruência que 
necessariamente deve existir entre os objetivos estatutários ou as finalidades institucionais 
da entidade autora e o conteúdo material da norma questionada em sede de controle 
abstrato – à condição de pressuposto qualificador da própria legitimidade ativa ad 
causam para efeito de instauração do processo objetivo de fiscalização concentrada 
de constitucionalidade. O examinando deve demonstrar, assim, a pertinência temática 
entre aquele que ajuizou a ação e a finalidade que ela busca alcançar: a Confederação 
sindical atuará na defesa do interesse de uma classe diretamente atingida pelo decreto 
impugnado.
O Presidente da República, que editou a norma impugnada, deve ser indicado no polo 
passivo da ação.
Deve ser formulado pedido de concessão da medida cautelar a fim de suspender a 
vigência do decreto cuja inconstitucionalidade arguiu-se. Os pressupostos à concessão 
da medida são o fumus boni iuris e o periculum in mora. O primeiro é demonstrado 
pela direta e frontal violação às normas constitucionais que estabelecem o princípio da 
separação de poderes, o princípio da legalidade e a liberdade de exercício de profissão; o 
segundo, pela proximidade da conclusão do curso de milhares de bacharéis, que restarão 
impossibilitados de concluir o curso e/ou obterem a inscrição nos Conselhos Regionais 
com base em exigência sem previsão legal.
www.trilhante.com.br 14
No mérito, deve ser demonstrado que o Decreto, a um só tempo, viola o princípio 
da separação de poderes (pois ingressa em atividade legislativa não autorizada pela 
Constituição, em violação à separação constitucional de funções entre cada um dos 
Poderes) e o princípio da legalidade (pois restringe direitos e disciplina matéria sujeita à 
lei em sentido formal).
Deve ser demonstrado, ainda, que o Decreto viola o princípio da liberdade de exercício 
de atividades ou profissões, inscrito no artigo 5º, XIII da CF, que estabelece ser livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais 
que a lei estabelecer.
Por fim, deve ser apontada a violação ao princípio da razoabilidade/proporcionalidade, 
pois a medida prevista na lei, ainda que adequada à finalidade declarada, falha nos 
subprincípios da necessidade (que impõe a utilização, dentre as possíveis, da medida 
menos gravosa para atingir determinado objetivo) e da proporcionalidade em sentido 
estrito (que impõe a análise da relação custo-benefício da norma avaliada, de modo que 
o ônus imposto pela norma seja inferior ao benefício por ela engendrado, sob pena de 
inconstitucionalidade).
Nesse sentido, deve ainda ser formulado, expressamente, pedido de concessão da medida 
cautelar (a fim de se suspender a vigência e a eficácia do decreto impugnado, sob pena de 
restar consolidada a violação) e, ao final, pedido de declaração da inconstitucionalidade 
do Decreto, além de requerida a oitiva do Ministério Público e da AGU.
CASO 03: OAB/FGV – 2ª FASE – PROVA DE DIREITO CONSTITUCIONAL - VII EXAME 
DE ORDEM UNIFICADO (2012.1)
O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade dos estacionamentos privados 
vinculados a estabelecimentos comerciais, como supermercados, hipermercados, 
shopping centers, determinando multas pelo descumprimento, estabelecendo gradação 
nas punições administrativas e delegando ao PROCON local a responsabilidade pela 
fiscalização dos estabelecimentos relacionados no instrumento normativo. Tício, 
contratado como advogado Junior da Confederação Nacional do Comércio, é consultado 
sobre a possibilidade de ajuizamento de medida judicial, apresentando seu parecer 
positivo quanto à matéria, pois a referida lei afrontaria a CRFB. Em seguida, diante desse 
pronunciamento, a Diretoria autoriza a propositura da ação judicial constante do parecer.
Na qualidade de advogado elabore a peça cabível, observando:
a) competência do Juízo;
b) legitimidade ativa e passiva;
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados;
d) requisitos formais da peça;
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e) tutela de urgência.
A ação referida no parecer, consoante jurisprudência assente, é a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. O autor será a Confederação Nacional do Comércio, legitimada 
pela norma do art. 103, IX, da CF, que deve comprovar a pertinência temática que está 
caracterizada nesse caso. Serão interessados o Governador do Estado e a Assembleia 
Legislativa estadual. A competência será do Supremo Tribunal Federal. O fundamento 
constitucional assente, neste caso, é a violação da competência legislativa para o Direito 
Civil (privativa da União Federal) pelo Congresso Nacional (CF, art. 22, I), pois ocorre 
violação ao direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII).
Há necessidade de medida liminar vez que estão preenchidos os pressupostos legais.
Os requisitos formais da peça são os previstos no art. 282 do CPC, ressaltando o 
requerimento de intervenção do Ministério Público e da Advocacia Geral da União.
O fundamento legal para a cautelar é o art. 10 da Lei n. 9868/99.
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3. Modelo de Ação Direta de Inconstitucionalidade
OAB/FGV 2015.02 – 2ª Fase Prova Constitucional – XVII Exame de Ordem 
Unificado
O Partido Político “Z”, que possui apenas três representantes na Câmara dos Deputados, 
por entender presente a violação de regras da CF, procura-o para que, na qualidade de 
advogado especialista em Direito Constitucional, tome posição sobre a possibilidade de 
ser obtida alguma medida judicial em face da Lei Estadual “Y” de janeiro de 2015, que 
contém 3 (três) artigos.
De acordo com a exposição de motivos do projeto que culminou na Lei Estadual “Y”, 
o seu objetivo é criar, no âmbito estadual, ambiente propício às discussões políticas de 
âmbito nacional, e, para alcançar este objetivo, estabelece, em sua parte dispositiva, 
novas regras eleitorais que, em seu artigo 1º, estabelece regras temporais sobre a criação 
de partidos políticos; em seu artigo 2º, fica retirada a autorização para que partidos 
políticos com menos de cinco Deputados Federais possam ter acesso gratuito ao rádio 
e à televisão na circunscrição do Estado, e, por fim, em seu artigo 3º, fica estabelecida 
a vigência imediata da referida legislação. Elabore a peça adequada, considerando a 
narrativa acima. (Valor: R$5,00).
Pergunte-se:
1.Estão preenchidos os requisitos de que falamos para propositura de uma 
ação direta de inconstitucionalidade?
2. Possui legitimados?
3. Um Estado pode criar leis que dizem respeito a normas eleitorais?
4. Um Estado pode editar leis que retirem direitos constitucionalmente expres-
sos?
Dividiremos a elaboração em 3 partes:
1. Inicio à endereçamento, qualificação do legitimado ativo, nome da ação, qua-
lificação do legitimado passivo.
2. Desenvolvimento à fatos e fundamentos jurídicos.
3. Conclusão à pedidos, provas e valor da causa, local, data e ano.
Endereçamento
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente Do Supremo Tribunal Federal
(pular 6 linhas ou escrever por extenso em 1 linha: “espaçamento: 6 linhas”)
Qualificação do legitimado ativo
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Partido Político “Z”, pessoa jurídica de direito privado, devidamente registrado na 
Justiça Eleitoral e inscrito no CNPJ nº.xxx; neste ato representado pelo Presidente de 
sua Comissão Executiva Nacional, Sr.xxx; vem, mui respeitosamente perante V. Exa., por 
meio de seu advogado que esta subscreve, com procuração e endereço anexos, nos 
termos do Art. 103, VIII e Art. 102, I, “a” e “p” da Constituição Federal; e na Lei 9.868/99 
(fundamentação ou capitulação da peça), propor a presente:
Importante salientar: na prova da OAB, não é permitido ao candidato criar fatos novos 
que o problema não deu. Desta forma, quando elementos da qualificação forem 
desconhecidos pelo candidato, ele deve indicar “XXX” ou “... ”.
Nome da ação
AÇÃO DIREITA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Qualificação do legitimado passivo (se houver)
(espaço para qualificação do réu, via de regra. Porém, na ADIN, por se tratar de controle 
abstrato de constitucionalidade, não há lide, logo não há réu).
Tem-se por objeto a declaração de inconstitucionalidade da Lei Estadual “Y” de janeiro 
de 2015 que criou, em âmbito estadual, novas regras eleitorais, maculando, desta forma, 
a Constituição Federal, conforme se verifica pelos fatos e fundamentos jurídicos que se 
passa a expor:
I- DA LEGITIMIDADE ATIVA (pode-se inverter essa ordem, assim como colocar em 
primeiro a medida cautelar).
A legitimidade para a propositura de Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADIN) está 
prevista expressamente no Art. 103 da Constituição Federal e Art. 2º da Lei 9.868/99 – a 
Lei que regula o procedimento do presente instituto.
Assim, nos termos do Art. 103, VIII da Constituição repetido pelo Art. 2º, VIII da Lei 9.868/99, 
o Partido Político com representação no Congresso Nacional possui legitimidade 
universal para a propositura de ADIN, bastando, para tanto, que tenha um representante 
eleito – Deputado Federal ou Senador.
Neste caso, o Partido “Z” possui três representantes eleitos na Câmara dos Deputados, o 
que legitima sua aptidão para a propositura desta ação.
Desenvolvimento
II- DOS FATOS (relatar de forma suscinta o enunciado da questão, sem inventar fatos 
novos).
Em janeiro de 2015, foi publicada a Lei Estadual “Y” que, em 3 artigos, editou novas 
regras eleitorais sobre a criação de partidos políticos, e ainda retirou a autorização para 
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que partidos políticos com menos de cinco Deputados Federais pudessem ter acesso 
gratuito ao rádio e à televisão na circunscrição do Estado. Por fim, estabeleceu a vigência 
imediata da legislação.
Conforme se verá, a referida norma está eivada de vício de inconstitucionalidade formal 
e material, devendo ser declarada inconstitucional, pelos fundamentos a seguir.
III- DO DIREITO OU DA INCONSTITUCIONALIDADE (explicar primeiro o porquê de se 
propor a ação, depois demonstrar a inconstitucionalidade com base no que ela fere na 
Constituição, citar princípios constitucionais).
A Ação Direta de Inconstitucionalidade tem por objetivo expurgar do ordenamento 
jurídico norma viciada, seja por motivos formais ou materiais, tendo em vista o princípio 
da Supremacia da Constituição – segundo o qual, havendo incompatibilidade entre a 
Constituição e uma norma hierarquicamente inferior, deverá prevalecer a primeira, posto 
que atue como norma de validade de todo o sistema.
No caso em tela, tem-se que a Lei Estadual “Y” está impregnada de ambas as máculas 
de inconstitucionalidade, tanto de ordem formal quando material.
A inconstitucionalidade formal ocorre quando a norma infraconstitucional apresenta 
vício em seu processo de formação. Assim, o vício formal da Lei Estadual “Y” deriva 
da usurpação de competência constitucional sobre telecomunicações e radiodifusão, 
uma vez que tratam-se de matérias cuja competência legislativa é privativa da União, 
conforme dispõe o art. 22 da Carta Magna:
(pode citar o artigo de forma expressa. No caso em tela, trata-se do art. 22, inciso I e II 
da CF/88).
Desse modo, não poderia o referido Estado ter editado norma sobre conteúdo que não 
lhe compete, caracterizando assim a inconstitucionalidade formal da Lei combatida.
Por sua vez, a inconstitucionalidade material se configura quando a lei ou ato normativo 
apresenta uma incompatibilidade substancial (de conteúdo) em relação à Constituição 
– o que aqui também se faz presente.
Em primeiro lugar, salta aos olhos o Art. 2ºda Lei Estadual “Y” que determina a retirada 
de autorização para que partidos políticos com menos de cinco Deputados Federais 
possam ter acesso gratuito ao rádio e à televisão na circunscrição do Estado. Nesse caso, 
há flagrante incompatibilidade entre a norma estadual e o comando do Art. 17, §3º, da 
Constituição Federal, que concede o acesso gratuito ao rádio e à televisão ao partido que 
cumprir suas exigências. Assim não poderia a lei dispor contrariamente à Carta Magna.
Ademais, as novas regras temporais estabelecidas no Art. 1º da Lei Estadual “Y”, bem 
como a restrição imposta por seu Art. 2º, diminuem a eficácia do princípio democrático 
do pluripartidarismo, consagrado também no Art. 17, caput, da Constituição Federal, ao 
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dificultar a criação, atuação e a representação dos partidos menores. Ao proceder assim, 
a referida lei também acaba por prejudicar a pluralidade dos ideais políticos, marca típica 
de um Estado Democrático de Direito, ferindo um dos Fundamentos da República: o 
pluralismo político, consagrado no Art. 1º, V, da CF/88.
Por fim, há de se ressaltar que, mesmo que não fosse o caso de uma inconstitucionalidade 
evidentemente escancarada, a referida norma ainda padeceria de mal irreparável, por 
estar longe dos critérios de razoabilidade ou de proporcionalidade, o que se verifica 
na comparação entre seus objetivos (de melhorar o debate político nacional, na esfera 
estadual) e a escolha de meios legais restritivos que não contribuem para seu êxito – que, 
ao contrário, tendem a enfraquecer o debate político na sociedade. Por esses motivos, 
deve a referida Lei ser declarada inconstitucional.
IV – DA MEDIDA CAUTELAR (como vimos, a medida cautelar na ADIN é possível desde 
que fiquem demonstrados os requisitos autorizadores para sua concessão, por isso, é 
necessário que o examinando esteja atento aos conceitos jurídicos desses institutos para 
lograr êxito e evitar perda de pontuações).
A medida cautelar é instrumento preventivo que visa ao resultado eficiente do processo. 
Os requisitos que autorizam sua concessão são o fumus boni juris e o periculum in mora. 
Ou seja, a fumaça do bom direito, evidenciada na probabilidade do direito invocado, e o 
perigo na demora – o perigo de ocorrer um dano devido ao lapso de tempo transcorrido 
que comprometa o resultado útil do processo.
No caso em tela, a probabilidade do direito está configurada pela flagrante 
inconstitucionalidade a acometer a Lei Estadual “Y”, tanto por vícios de ordem formal 
quanto de ordem material, conforme já demonstrado nos argumentos supra arrolados.
De outro lado, o periculum in mora se verifica pelo fato de a lesão estar produzindo 
efeitos. Isso porque a referida lei já foi promulgada e está em vigor e em observância, 
uma vez que seu Art. 3º estabeleceusua vigência imediata. Desse modo é evidente que a 
norma guerreada pode causar lesão de difícil reparação, dado que já está apta a acarretar 
o constrangimento ao exercício constitucional da atividade político-parlamentar dos 
partidos políticos.
Portanto, cumpridos os requisitos que autorizam a medida cautelar, deve a Lei Estadual 
“Y” ter sua eficácia imediatamente suspensa até a decisão final da questão por esta 
Suprema Corte, a fim de evitar lesões ao próprio funcionamento democrático da 
República e, por conseguinte, à própria sociedade brasileira!
Conclusão
V – DOS PEDIDOS (sempre fundamentar os pedidos, no que couber).
Por todo o exposto, requer de V. Excelência:
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a) Seja deferida medida cautelar, com base no Art. 102, I, “p”, da CF/88 e Art. 10 da Lei 
9.868/99, para suspender desde já a eficácia da Lei Estadual “Y”, até seu julgamento 
final;
b) Sejam solicitadas as informações necessárias para o julgamento da ação à Assembleia 
Estadual e ao Governador do Estado responsáveis pela edição da Lei Estadual “Y”, 
conforme Art. 6º da Lei 9.868/99;
c) Sejam ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da 
República, cada qual no prazo de 15 dias, conforme Art. 8º da Lei 9.868/99;
d) Seja, no mérito, declarada a inconstitucionalidade da Lei Estadual “Y”, por vício formal 
e material com a Constituição Federal, pelos motivos ora expostos.
Aproveita ainda a oportunidade para requerer a juntada dos documentos que instruem 
a presente inicial.
Valor da causa R$ xxx
(Apesar do NCPC indicar o valor da causa, é aconselhável que se substitua por três 
pontinhos ou “xxx” a fim de não perder pontuação).
Nesses termos,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado/OAB.
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AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE
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