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Curso amamentação

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GOVERNO FEDERAL
Ministério da Saúde
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES)
Coordenação-Geral de Ciclos da Vida (CGCIVI)
Coordenação de Saúde da Criança e 
Aleitamento Materno (COCAM)
Departamento de Promoção da Saúde (DEPROS)
Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN)
Instituto de Saúde - Secretaria Estadual de Saúde/SP
Universidade Federal Fluminense (UFF)
 
EQUIPE TÉCNICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
COCAM
Amanda Souza Moura
Ariane Tiago Bernardo de Matos
Renara Guedes Araújo
Janini Selva Ginani
CGAN
Ana Maria Thomáz Maya Martins
Ana Maria Cavalcante de Lima
Ariene Silva do Carmo
Ana Maria Spaniol
Gisele Ane Bortolini
Mayara Kelly Pereira Ramos
Maria Fernanda Moratori Alves
Universidade Federal de Santa Catarina
Reitor: Ubaldo Cesar Balthazar
Vice-Reitora: Alacoque Lorenzini Erdmann 
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Cristiane Derani 
Pró-Reitor de Pesquisa: Sebastião Roberto Soares 
Pró-Reitor de Extensão: Rogério Cid Bastos 
Centro de Ciências da Saúde
Diretor: Celso Spada 
Vice-Diretor: Fabrício de Souza Neves 
Departamento de Saúde Pública
Chefe do Departamento: Fabrício Augusto Menegon
Subchefe do Departamento: Lúcio José Botelho 
Gestora geral do Projeto
Sheila Rubia Lindner
Coordenação de produção do material
Elza Berger Salema Coelho
Equipe de produção editorial
Carolina Carvalho Bolsoni 
Dalvan Antonio de Campos
Deise Warmling 
Thays Berger Conceição
Sabrina Blasius Faust
Equipe executiva
Gabriel Donadio Costa 
Gisélida Garcia da Silva Vieira
Patricia Castro 
Eurizon Oliveira Neto
Autoria do Curso 
Sonia Isoyama Venancio 
Regicely Aline Brandão Ferreira
Gláubia Rocha Barbosa Relvas 
Daiane Sousa Melo
Valdecyr Herdy Alves 
Audrey Vidal Pereira
Autoria da edição anterior:
Elsa Regina Justo Giugliani
Lilian Córdova Espírito Santo
Regina Lang
Identidade Visual e Projeto gráfico 
Pedro Paulo Delpino 
Designer instrucional
Soraya Falqueiro
Assessoria pedagógica
Márcia Regina Luz
Esquemáticos/Infográficos Web
Naiane Salvi
Diagramação 
Laura Martins Rodrigues
Finalização
Nicole Alessandra Geller
Desenvolvedor Web
Paulo A. G Lefol 
Tcharlies Dejandir Schmitz
Fonte para Imagem e Esquemáticos 
Adobe Stock
1 ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO 
INFANTIL 10
1.1 Introdução da unidade 10
1.2 O papel da alimentação no 
desenvolvimento infantil 10
1.3 Encerramento da unidade 17
2 UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO 
DO ALEITAMENTO MATERNO E DA 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR NO BRASIL 18
2.1 Introdução da unidade 18
2.2 Indicadores de aleitamento materno 
e alimentação complementar no Brasil 19
2.3 O uso do Sistema de Vigilância Alimentar 
e Nutricional (SISVAN) 21
2.4 Encerramento da unidade 26
3 O QUE INFLUENCIA AS PRÁTICAS DE 
ALEITAMENTO MATERNO E ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR 27
3.1 Introdução da unidade 27
3.2 Fatores envolvidos no processo de 
amamentação e alimentação complementar 27
3.3 Encerramento da unidade 29
4 A PROTEÇÃO LEGAL DA AMAMENTAÇÃO 
E DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL 30
4.1 Introdução da unidade 30
4.2 Entendendo a questão da publicidade 
de alimentos 30
4.3 Leis que protegem a amamentação 
e a alimentação 31
4.4 Norma Brasileira de Comercialização de 
Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira 
Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras 33
4.5 Encerramento da unidade 34
5 TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO 35
5.1 Introdução da unidade 35
5.2 Habilidades de comunicação para escutar 
e compreender 36
5.3	 Habilidades	para	aumentar	a	confiança	 
da mulher e oferecer apoio 38
5.4 Encerramento da unidade 43
6 GUIA ALIMENTAR PARA CRIANÇAS BRASILEIRAS 
MENORES DE 2 ANOS 44
6.1 Introdução da unidade 44
6.2 Os princípios do novo Guia Alimentar 
para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos 44
6.3 Os 12 passos para uma alimentação saudável para 
crianças brasileiras menores de 2 anos 46
6.4 Encerramento da unidade 47
7 O BEBÊ MENOR DE 6 MESES 48
7.1 Introdução da unidade 48
7.2 Leite materno: o primeiro alimento 48
7.3 Encerramento da unidade 58
8 CRIANÇAS DE 6 A 24 MESES 59
8.1 Introdução da unidade 59
8.2 Práticas saudáveis de alimentação para 
a criança de 6 meses a 2 anos 59
8.3 Da escolha dos alimentos ao preparo 
das refeições 63
8.4 Encerramento da unidade 66
9 PROMOVENDO O ALEITAMENTO MATERNO 
E ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR SAUDÁVEL 
NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 67
9.1 Introdução da unidade 67
9.2 Ações de promoção do aleitamento materno e da 
alimentação complementar na atenção primária 67
9.3 Encerramento da unidade 69
ENCERRAMENTO DO CURSO 71
REFERÊNCIAS 72
MINICURRÍCULO 79
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá!
Desejamos boas-vindas ao Curso “Promoção do aleita-
mento materno e da alimentação complementar saudável na 
Atenção Primária à Saúde (APS): recomendações baseadas no 
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos”.
Este	curso	foi	elaborado	especialmente	para	você,	profis-
sional	da	saúde,	pensando	nas	dificuldades	encontradas	no	
seu cotidiano de trabalho na APS no que diz respeito ao alei-
tamento materno e às recomendações sobre a introdução 
da alimentação complementar.
Você aprenderá sobre a promoção do aleitamento 
materno e da alimentação complementar saudável 
para crianças menores de 2 anos no âmbito da atenção 
primária do Sistema Único de Saúde (SUS), considerando 
a perspectiva da educação permanente em saúde, com 
base	 nos	 princípios	 da	 educação	 crítico-reflexiva.	 Este	 é	
um	 conteúdo	 que	 certamente	 trará	 reflexões	 sobre	 como	
realizar a transformação das ações no atendimento a 
crianças e famílias de crianças pequenas.
Esperamos que você tenha um bom estudo!
A coordenação
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO CURSO
Ao	final	deste	curso,	você	deverá	ser	capaz	de:
• Compreender a importância da promoção, da proteção 
e do apoio ao aleitamento materno e à alimentação 
complementar saudável nas Unidades Básicas de Saúde 
(UBS). 
• Reconhecer as atuais recomendações sobre alimentação 
adequada e saudável para crianças brasileiras menores 
de 2 anos.
• Participar do planejamento, da implementação e da 
avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao 
aleitamento materno e à alimentação complementar 
saudável nas UBS.
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM ESPECÍFICO POR UNIDADE
Unidade 1
Reconhecer a alimentação como um direito fundamental 
e sua importância nos dois primeiros anos de vida para a 
saúde e o desenvolvimento infantil.
Unidade 2
Refletir	sobre	a	situação	alimentar	de	crianças	menores	
de 2 anos no Brasil a partir de indicadores obtidos pelas 
pesquisas nacionais e pelo Sistema de Vigilância Alimentar 
e Nutricional (SISVAN), reconhecendo sua importância para 
o trabalho de promoção do aleitamento materno e da 
alimentação complementar na Atenção Primária.
Unidade 3
Compreender a importância de um olhar ampliado para 
identificar	 fatores	 que	 podem	 influenciar	 o	 aleitamento	
materno e a alimentação complementar adequada e 
saudável reconhecendo os problemas mais frequentes.
Unidade 4
Conhecer referências legais para proteger bebês e 
crianças pequenas no seu direito à alimentação.
Unidade 5
Conhecer técnicas de aconselhamento que podem ser 
utilizadas	pelos	profissionais	de	saúde	da	Atenção	Primária	
para analisar a causa de qualquer adversidade que as 
pessoas apresentem e propor sugestões para resolver as 
dificuldades	na	alimentação	das	crianças.
Unidade 6
Conhecer os princípios e os 12 Passos para uma 
Alimentação Saudável do Guia Alimentar para Crianças 
Brasileiras Menores de 2 Anos.
Unidade 7
Conhecer as recomendações para alimentação de bebês 
menores de 6 meses e maneiras efetivas para apoiar a 
mulher que amamenta.
Unidade 8
Conhecer recomendações de alimentação complementar 
para crianças maiores de 6 meses até os 2 anos de idade.
Unidade 9
Compreender a importância do planejamento de ações 
de promoção do aleitamento materno e da alimentação 
complementar saudável na Atenção Primária e a Estratégia 
Amamenta e Alimenta Brasil como uma ferramenta 
transformadora da realidade local.
CARGA HORÁRIA DEESTUDO RECOMENDADA 
Para estudar e apreender todas as informações e os 
conceitos abordados, bem como trilhar todo o processo 
ativo de aprendizagem, estabelecemos uma carga horária 
de 30 horas para este curso.
10
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
1 ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
1.1 Introdução da unidade
Nesta unidade, abordaremos alguns aspectos do 
desenvolvimento infantil e de como a alimentação e nutrição 
adequadas na primeira infância são essenciais para a saúde e 
o	pleno	desenvolvimento	das	crianças.	Ao	final	da	leitura	desta	
unidade, você será capaz de reconhecer a importância de uma 
alimentação adequada como um direito fundamental para 
saúde durante a primeira infância. Bons estudos!
1.2 O papel da alimentação no desenvolvimento infantil
Durante a gestação e nos dois primeiros anos de vida da 
criança (primeiros mil dias) ocorrem processos fundamentais 
para o desenvolvimento infantil. É neste período que as crianças 
conhecem o seu ambiente, desenvolvem a fala, aprendem a 
andar e interagem com as pessoas ao seu redor (BRASIL, 2019). 
Ao nascer, cada criança apresenta suas singularidades, e a 
maneira como são cuidadas na primeira infância é decisiva para 
seu pleno desenvolvimento. Considera-se primeira infância o 
período que abrange os primeiros seis anos completos ou 72 
meses de vida da criança (BRASIL, 2016a).
É importante compreender que todas as experiências 
vividas durante a primeira infância afetam as condições 
de	 vida	 e	 saúde	 do	 bebê	 e	 têm	 reflexos	 na	 vida	 adulta.	 
11
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
O desenvolvimento infantil é um processo multifatorial que apresenta interferência 
de fatores genéticos e, em especial, dos estímulos e condições do meio em que a 
criança vive, como suporte emocional e cuidados de higiene e alimentação. 
O artigo 227 da Constituição Federal brasileira estabelece que é dever da 
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança o direito à vida, à 
saúde e à alimentação. Trata-se de uma obrigação que deve ser comparti-
lhada entre toda a sociedade com absoluta prioridade.
O Brasil ratificou em 1990, a partir do Decreto nº 99.710, de 1990, o 
compromisso presente na Convenção sobre os Direitos das Crianças das 
Nações Unidas. Em linhas gerais, o decreto estabeleceu a proteção integral 
aos direitos da criança. E, por meio da Lei nº 8.069, de 1990, foi instituído o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um grande avanço no tocante 
à proteção integral à criança e ao adolescente no país.
Em 2015, foi publicada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
Criança (PNAISC), que é resultado de um processo de construção participa-
tiva, liderado pelo Ministério da Saúde, com envolvimento de instituições, 
especialistas e consultores de Saúde da Criança. A PNAISC está estrutura-
da em princípios, diretrizes e eixos estratégicos. O objetivo é promover e 
proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante atenção e 
cuidados integrais e integrados, da gestação aos 9 anos de vida, com 
especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabili-
dade, visando a redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à 
vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento.
2015
1990
1988
2016 Em 8 de março de 2016, 
por meio da Lei nº 13.257, 
o Brasil instituiu o Marco 
Legal da Primeira Infância, 
como resultado de um 
amplo processo participati-
vo para formulação e 
implementação de políti-
cas públicas para a primei-
ra infância.
 SAIBA +
Você pode acessar 
integralmente o conteúdo 
da Lei nº 13.257 acessando 
o link: <http://www.planalto.
g o v . b r / c c i v i l _ 0 3 / _ a t o 2 0 1 5 -
2018/2016/lei/l13257.htm>.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
12
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento 
infantil,	 realizado	por	 profissionais	 da	 saúde,	 é	 um	direito	
de todas as crianças brasileiras presente no ECA. Envolve 
múltiplos aspectos: além da avaliação do estado nutricional, 
deve-se observar os marcos do desenvolvimento infantil 
relacionados às habilidades de cada criança e suas interações 
com pessoas e objetos, que indicam muito sobre seu processo 
de aprendizagem, desenvolvimento cognitivo e emocional. 
Profissionais	 da	 saúde,	 pais,	 cuidadores,	 professores	 e	
outros devem estar envolvidos nesse acompanhamento, isto 
porque é nesta etapa da vida que ocorrem a formação e o 
amadurecimento de muitas funções corporais importantes, 
sendo também neste período que são mais efetivas as 
intervenções em saúde.
Por	 isso,	 o	 profissional	 da	 saúde	 precisa	 estar	 atento	
a possíveis sinais de atraso no desenvolvimento (como 
sustentar	 a	 cabeça,	 engatinhar,	 andar,	 dificuldades	 na	
linguagem e na aprendizagem). Nos casos em que a criança 
apresenta	alguma	dificuldade	para	realizar	alguma	atividade,	
é comum que isso gere dúvidas na família. Quanto mais 
cedo	 o	 atraso	 no	 desenvolvimento	 for	 identificado	 (pela	
família	ou	por	profissionais	da	saúde)	e	tratado	com	atenção	
e estímulos adequados, melhor será o resultado. 
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o 
Banco Mundial e a Organização Mundial de Saúde (OMS) 
priorizaram o desenvolvimento da criança na primeira 
infância nos seus programas de trabalho visando atingir 
os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Um 
Modelo de Cuidados Integrais, tradução livre do termo 
Nurturing Care Framework, elaborado por essas instituições, 
visa orientar governos e a comunidade global sobre as ações 
necessárias para assegurar que cada criança desenvolva 
todo o seu potencial (WHO, 2018). A nutrição infantil destaca-
se como um dos domínios fundamentais para assegurar o 
pleno desenvolvimento das crianças.
Modelo de cuidados 
integrais para o 
desenvolvimento na 
primeira infância da 
OMS e Unicef
Domínios da
Atenção Integral
Saúde
Nutrição
Oportunidades
de aprendizagem
Cuidado responsivo
Segurança e proteção
13
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
diabetes tipo 1, leucemia e obesidade.
• Para a mulher, a amamentação contribui para a prevenção 
de doenças como os cânceres de mama, ovário e útero, 
além do diabetes tipo 2. 
Por meio da amamentação, a criança entra em contato 
com a mãe, favorecendo o vínculo afetivo e estímulos dos 
sentidos como visão, olfato, paladar e tato. Além desses as-
pectos, o leite materno contribui para a economia da família, 
visto	que	não	há	gasto	financeiro	para	sua	produção	e	nem	
gastos com gás e água, por exemplo, em contrapartida de 
outros leites. 
As repercussões do aleitamento materno a longo prazo 
mostram ainda que crianças amamentadas por mais tempo 
estudaram mais, tiveram melhor desempenho em testes 
de inteligência e conquistaram melhores salários na vida 
1.2.1 A importância do aleitamento materno 
O aleitamento materno é a estratégia que, isoladamente, 
mais impacta na redução da mortalidade infantil por causas 
evitáveis. O leite materno fornece uma nutrição adequada, 
ajuda a desenvolver a imunidade infantil e contribui na saúde 
física	e	emocional	da	criança.	Confira	outros	benefícios:
• Favorece o desenvolvimento da face e da fala.
• Previne doenças na infância, como a diarreia, alergias e 
infecções respiratórias.
• Na vida adulta, diminui as chances de desenvolvimento de 
DESTAQUE
As mais recentes recomendações da OMS, do Unicef 
e do Ministério da Saúde do Brasil reiteram que o 
aleitamento materno deve ser iniciado na primeira 
hora de vida do bebê e mantido até os 2 anos de idade 
ou mais, sendo exclusivo (sem a oferta de qualquer outro 
líquido ou alimento) até os 6 meses de vida. A partir dos 
6 meses, a amamentação deve ser complementada 
com a introdução de alimentos adequados e saudáveis(BRASIL, 2019).
 SAIBA +
Este vídeo, produzido pelo Ministério da Saúde, 
apresenta de forma bastante clara a importância do 
profissional	da	saúde	na	vigilância	do	crescimento	e	
desenvolvimento: “Apurando o olhar para a vigilância do 
desenvolvimento infantil”, disponível no link: <https://
www.youtube.com/watch?v=sFRodh3w8C8>.
A Caderneta da Criança do Ministério da Saúde é um 
instrumento de coordenação do cuidado que possui 
informações para o acompanhamento do crescimento 
e do desenvolvimento da criança, pois nela constam os 
marcos de desenvolvimento neuropsicomotor, afetivo 
e	 cognitivo/linguagem.	 	 Acesse	 e	 confira:	 2020/0221	
Caderneta da Criança - Menina (eletrônica) <http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_
crianca_menina_2ed.pdf> 2020/0220 Caderneta da 
Criança - Menino (eletrônica) <http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menino_2ed.
pdf>.
https://www.youtube.com/watch?v=sFRodh3w8C8
https://www.youtube.com/watch?v=sFRodh3w8C8
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menina_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menina_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menina_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menino_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menino_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_crianca_menino_2ed.pdf
14
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
crescimento e desenvolvimento infan-
til, tanto do ponto de vista nutricional 
como do ponto de vista afetivo e cogni-
tivo. A alimentação e nutrição adequa-
das são essenciais para o crescimento e 
desenvolvimento das crianças. A partir 
de seis meses, além do leite materno, 
novos alimentos saudáveis devem ser 
oferecidos às crianças e terão papel 
importante na formação dos hábitos 
alimentares para toda a vida, e, além 
disso, esses alimentos irão fornecer nu-
trientes que desempenham um papel 
importante na formação dos tecidos e 
sistemas corporais. 
O Direito Humano à Alimentação 
Adequada (DHAA) é um direito 
filhas	 de	mães	 privadas	 de	 liberdade.	
Mulheres e suas famílias devem rece-
ber a informação e o apoio necessários 
para que a amamentação aconteça de 
forma agradável e prazerosa, além de 
orientação sobre o manejo adequado 
de problemas, caso surjam.
1.2.2 A importância da alimentação 
complementar saudável 
Entende-se por alimentação comple-
mentar quaisquer alimentos nutritivos 
sólidos ou líquidos oferecidos à criança 
em adição ao leite materno, devendo 
ser iniciada aos seis meses de vida. A 
alimentação saudável nesse período 
apresenta profunda relação com o 
adulta. Portanto, a amamentação das 
crianças, nos primeiros anos, tem im-
pacto não somente na nutrição e saú-
de,	mas	também	influencia	fortemente	
o desenvolvimento humano. 
Por	fim,	amamentar	faz	bem	a	toda	
sociedade e à natureza porque crianças 
amamentadas são mais saudáveis 
– a amamentação não impacta nos 
recursos naturais, dispensa a produção 
de plásticos e demais resíduos sólidos. 
Por todos esses benefícios citados, 
amamentar não deve ser considerado 
um ato solitário, mas sim um bem so-
cial que deve ser apoiado e estimulado 
por todos da família e da comunidade 
(empregadores, estabelecimentos e 
profissionais	de	ensino	e	saúde,	meios	
de transporte público, espaços pú-
blicos, entre outros). O ECA garante a 
proteção à amamentação, determinan-
do que o poder público, as instituições 
e os empregadores devem propiciar 
condições adequadas ao aleitamento 
materno, inclusive para as crianças 
15
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
variedade, quantidade e qualidade necessárias). Em outros 
casos,	a	influência	de	campanhas	publicitárias	para	compra	
de alimentos não saudáveis também interfere na qualidade 
da alimentação dos indivíduos.
A introdução de alimentos seguros do ponto de vista 
nutricional e sanitário, em época oportuna e de forma 
adequada, previne carências nutricionais e tem grande 
impacto na morbimortalidade infantil. Em condições de 
baixo acesso a alimentos saudáveis, ocorrem diferentes 
formas	de	deficiências	nutricionais:	desnutrição,	excesso	de	
peso	e	carências	específicas	de	micronutrientes	como	ferro,	
zinco e vitamina A, que podem impactar de maneira negativa 
humano básico, garantido pela Constituição Brasileira, e 
significa	dizer	que	todas	as	pessoas	deveriam	ter	acesso	a	
alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade 
suficientes,	de	forma	permanente	e	regular,	ficando,	assim,	
livres da fome e bem nutridas. 
Contudo, no Brasil e no mundo, muitos são os fatores que 
levam uma expressiva parcela da população a não ter uma 
alimentação saudável. A desigualdade social é sem dúvida 
um fator decisivo para que muitas famílias não consigam 
ter	alimentos	suficientes	para	suas	necessidades	básicas	(na	
 SAIBA +
Para saber mais sobre o conceito do DHAA, 
recomendamos que assista a esse vídeo, uma 
parceria entre a Ação Brasileira pela Nutrição e 
Direitos Humanos (ABRANDH) e a Coordenação Geral 
de Alimentação e Nutrição (CGAN) com apoio da 
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que tem 
o objetivo de motivar a discussão sobre a agenda de 
nutrição no SUS e o papel das ações de nutrição na APS. 
Acesse no link: <http://vimeo.com/32862441>.
Além disso, um estudo avaliou práticas alimentares de 
crianças brasileiras e os fatores associados à qualidade 
e	 à	 diversidade	 da	 dieta	 e	 identificou	 que	 iniquidades	
sociais e situações de vulnerabilidade social estão 
relacionados a menores chances de uma alimentação 
diversificada.	 Acesse	 e	 confira	 no	 link:	 <https://doi.
org/10.1590/0102-311X00153414>.
http://vimeo.com/32862441
https://doi.org/10.1590/0102-311X00153414
https://doi.org/10.1590/0102-311X00153414
16
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
obesidade têm a saúde comprometida 
e correm sérios riscos de desenvolver 
doenças nas articulações e nos ossos, 
diabetes, hipertensão, problemas 
cardíacos e câncer na vida adulta, 
além de problemas emocionais, que 
impactam a saúde mental das crianças 
e suas relações interpessoais. 
É fundamental compreender que a 
obesidade infantil não é uma questão 
do indivíduo e suas escolhas, mas sim 
resultado	 da	 influência	 do	 ambiente	
econômico, cultural, político e social. 
Assim, é possível assumir que o en-
frentamento parte do planejamento 
de propostas de intervenções que con-
tribuam com o seu controle e redução.
Em resumo, quanto menos saudável 
for a alimentação da criança, mais sus-
cetível ela estará às carências nutricio-
nais, ao sobrepeso e à obesidade e aos 
agravos no seu desenvolvimento. 
a prevenção do sobrepeso e da 
obesidade infantil, que é considerada 
pela OMS como uma epidemia mundial 
com ampla associação com o consumo 
alimentar e com o nível de atividade 
física dos indivíduos. Sabe-se que a 
prevalência de obesidade infantil está 
em franco crescimento. As crianças com 
o desenvolvimento da criança, com 
repercussões para toda a vida.
Alguns nutrientes são amplamente 
reconhecidos por seus mecanismos 
de	atuação	no	corpo	humano,	confira	
alguns a seguir!
A alimentação complementar 
saudável também contribui para 
 Ácido fólico 
A deficiência de ácido fólico 
tem sido relacionada com 
defeitos do tubo neural e 
outras anomalias congênitas 
como a encefalocele, anen-
cefalia e mielomeningocele. 
 
 Ferro e zinco
Evidências demonstram que 
a anemia por deficiência de 
ferro ocasiona alterações no 
desenvolvimento neuropsi-
comotor e interfere no 
comportamento, no aprendi-
zado e na memória, assim 
como ocorre na deficiência 
de zinco.
 Iodo
O iodo também é um importante 
micronutriente, cuja deficiência está 
relacionada ao atraso no desenvolvi-
mento neurológico, podendo provocar 
déficit cognitivo irreversível.
 Vitaminas
A carência de vitamina A na infância 
causa a perda da visão. Já algumas 
vitaminas do complexo B (B1, B6 e B12) 
tambémestão relacionadas com 
problemas no desenvolvimento, e a 
carência dessas vitaminas está associa-
da ao atraso psicomotor, letargia, 
irritabilidade, crises epiléticas, sequelas 
neurológicas e motoras permanentes 
além de problemas comportamentais. 
17
ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL UN1
As práticas de desmame precoce e de alimentação 
complementar inadequada estão intimamente relacionadas 
a problemas de saúde, assim como trazem implicações 
para o pleno desenvolvimento na infância, com impactos 
de médio e longo prazo. Durante as consultas de rotina, 
é	 importante	 que	 você,	 profissional,	 forneça	 orientações	
sobre os cuidados necessários e esclareça dúvidas das mães 
e dos cuidadores.
1.3 Encerramento da unidade 
Nesta unidade você conheceu alguns aspectos do 
desenvolvimento infantil e qual o papel da alimentação 
saudável na primeira infância. A alimentação adequada 
e saudável é um direito porque é fundamental para a 
manutenção da vida, da saúde e do bem-estar, em especial 
durante esta fase da vida.
Esperamos que as informações até aqui apresentadas 
tenham sido relevantes para a compreensão da importância 
das repercussões dos cuidados promovidos desde a gestação 
até a primeira infância para o desenvolvimento infantil na 
garantia de uma vida saudável.
A APS no SUS tem um importante papel nos cuidados 
desde a gestação até os primeiros dois anos de vida da 
criança.	São	os	profissionais	de	saúde	e	as	equipes	de	saúde	
das UBS que acolhem as gestantes, mães, pais e cuidadores 
de crianças pequenas nas suas dúvidas e vulnerabilidades. 
Constitui-se uma grande janela de oportunidades para 
a promoção do aleitamento materno e da alimentação 
complementar	 saudável	 e,	 assim,	 a	 ressignificação	 dos	
processos de trabalho e de abordagem durante o pré-natal 
e na primeira infância é importante.
 SAIBA +
Todos estes aspectos sobre crescimento e 
desenvolvimento mencionados podem ser 
complementados com a leitura da cartilha “O cuidado 
às crianças em desenvolvimento: orientações para as 
famílias e cuidadores”, disponível em:
<https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/
MTM0MA==>.
DESTAQUE
A	 conscientização	 dos	 profissionais	 sobre	 a	
importância do cuidado à criança com foco na 
alimentação saudável e prevenção de complicações 
no seu desenvolvimento futuro deve ser uma prioridade 
de todos.
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTM0MA==
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTM0MA==
18
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
2 UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL
2.1 Introdução da unidade
Nesta unidade, você conhecerá como se comportaram 
os indicadores de aleitamento materno e da alimentação 
complementar no Brasil nas últimas décadas. O objetivo é 
refletir	 sobre	 como	 está	 a	 situação	 alimentar	 de	 crianças	
menores de 2 anos. Também conhecerá o Sistema de 
Vigilância Alimentar e Nutricional do Brasil (SISVAN), 
ferramenta de gestão das informações sobre Vigilância 
Alimentar e Nutricional (VAN) na APS.
	 Ao	 final	 dos	 estudos	 desta	 unidade,	 esperamos	 que	
você reconheça a importância dos indicadores e de dados 
populacionais para o trabalho de promoção do aleitamento 
materno e da alimentação complementar e também valorize 
o registro dos dados na rotina da atenção primária para 
elaborar planejamentos estratégicos frente ao cenário 
epidemiológico encontrado. Boa leitura!
19
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
tomavam refrigerante 
ou suco artificial 
32,3%
60,8%
estavam em aleitamento 
materno complementado
50,6%
comiam biscoitos, 
bolachas ou bolo
Crianças menores de 2 anosCrianças com idade entre 9 e 12 meses
giões Sudeste e Sul, que apresentaram 
maiores taxas de interrupção precoce 
do aleitamento materno. Quanto ao 
uso de mamadeira, os resultados da 
pesquisa mostraram que das crianças 
menores de 12 meses analisadas 
58,4% faziam uso de mamadeira e 
42,6% de chupeta. A região Sudeste foi 
a que apresentou maior frequência de 
uso de mamadeira (63,8%) e a menos 
frequente foi a região Norte (50,0%).
Os dados populacionais obtidos a 
partir da Pesquisa Nacional de Saúde 
(PNS), realizada em 2013, evidenciaram 
os dados apresentados a seguir. 
Os resultados preliminares do 
Estudo Nacional de Alimentação e 
Nutrição Infantil (UFRJ, 2020) indicam 
que a prevalência do aleitamento 
materno exclusivo entre as crianças 
com menos de 6 meses de idade foi 
de 45,7%, sendo que na região Norte a 
prevalência foi de 40,7%, no Nordeste 
de 38,0%, no Sudeste de 50%, no Sul 
de 53,1% e no Centro-Oeste de 44,1%. 
Em crianças com menos de 4 meses, a 
prevalência do aleitamento materno 
exclusivo aumentou de 4,7% em 2006 
para 60,0% em 2020, um aumento 
de 12,8 vezes. A prevalência de 
2.2 Indicadores de aleitamento 
materno e alimentação 
complementar no Brasil
As pesquisas de abrangência 
nacional realizadas no Brasil desde a 
década de 1970 têm mostrado grandes 
avanços na prática da amamentação. 
Passamos de uma duração mediana da 
amamentação de 2,5 meses (idade em 
que metade das crianças estava sendo 
amamentada) em 1975 para 11 meses 
em 2008. A amamentação exclusiva de 
0 a 6 meses, que praticamente inexistia 
na década de 1980 (era apenas 3%), 
teve um aumento expressivo, passando 
a 41% em 2008.
Os dados de 2008, resultados da II 
Pesquisa de Prevalência de Aleitamen-
to Materno nas Capitais Brasileiras e 
Distrito Federal (2008), evidenciaram 
também que, com relação à continui-
dade do aleitamento materno, os mu-
nicípios das regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste tinham prevalências mais 
altas quando comparados aos das re-
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 2
01
5.
20
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
de alta relevância na população brasileira (VIEIRA, 2010)
O SISVAN mostra dados sobre a situação alimentar e 
nutricional	de	indivíduos	acompanhados	na	APS.	Confira,	a	
seguir, alguns resultados obtidos.
No ano de 2018, foram registrados no SISVAN dados de 
consumo alimentar de 4,81% da população de 0 a 5 anos, e 
evidenciaram que apenas 54,4% das crianças menores de 6 
meses são amamentadas exclusivamente.
Os dados do SISVAN de 2018 indicam também que 
a diversidade alimentar mínima para crianças menores 
de 2 anos foi de 72,3%. A diversidade alimentar mínima é 
um indicador que apresenta a proporção de crianças que 
receberam seis grupos alimentares. São eles: leite materno 
ou outro leite que não do peito, mingau com leite ou 
iogurte; frutas, legumes e verduras; vegetais ou frutas de 
aleitamento materno continuado aos 12 meses (crianças de 
12 a 15 meses) foi de 53,1% no Brasil, sendo essa prática mais 
frequente na região Nordeste (61,1%) e menos na região Sul 
(35%). A prevalência de aleitamento materno em menores 
de 2 anos de vida, aumentou 23,5 pontos percentuais no 
mesmo período, alcançando prevalência de 60,9%.
Os dados apresentados, de pesquisas e inquéritos 
nacionais, mostram que ainda precisamos avançar nas taxas 
de aleitamento materno e que o consumo de alimentos não 
recomendados acontece cada vez mais precocemente. Esse 
padrão de consumo alimentar está associado à formação 
de hábitos alimentares inadequados que, por sua vez, 
relacionam-se ao desenvolvimento de diferentes formas de 
má nutrição, incluindo a desnutrição, o excesso de peso e as 
carências nutricionais. 
As causas do excesso de peso (que abrange o sobrepeso 
e a obesidade) na infância estão relacionadas ao conjunto 
de fatores caracterizado por um consumoexcessivo de 
alimentos com altos teores de açúcar, gordura e sódio, e 
pelo	sedentarismo,	influenciados	pelo	ambiente,	pela	mídia	
e publicidade de alimentos não saudáveis.
Em relação às carências de micronutrientes, destaca-se 
a	 deficiência	 de	 ferro.	 Uma	 revisão	 sistemática	 identificou	
que há uma alta prevalência (maior que 40%) de anemia em 
estudos de base populacional, indicando que é um problema 
 SAIBA +
Os dados do Estudo Nacional de Alimentação 
e Nutrição Infantil (ENANI) mostram que houve 
melhora nos indicadores de aleitamento materno 
no Brasil no período de 1986 a 2019. Para saber mais 
sobre a situação atual e a tendência dos indicadores 
de aleitamento materno no Brasil acesse o relatório 
do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil 
(ENANI). Acesse o link para saber mais: <https://enani.
nutricao.ufrj.br/index.php/relatorios/>.
https://enani.nutricao.ufrj.br/index.php/relatorios/
https://enani.nutricao.ufrj.br/index.php/relatorios/
21
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
do curso da vida (crianças, adolescentes, adultos, idosos e 
gestantes)	atendidos	pelo	SUS.	Para	isso,	profissionais	e	ges-
tores da saúde contam com o SISVAN como ferramenta de 
gestão das informações de VAN na APS para o planejamento 
e a organização da atenção nutricional no SUS.
O aperfeiçoamento do SISVAN é uma das diretrizes 
presentes no Decreto nº 408, de 2008, do Conselho Nacional 
de Saúde, como uma das estratégias para a prevenção de 
todas as formas da má nutrição.
O SISVAN consolida as informações sobre estado nutri-
cional e marcadores de consumo alimentar dos brasileiros 
acompanhados na APS e oferece o diagnóstico descritivo e 
analítico da situação alimentar e nutricional da população. A 
partir do diagnóstico alimentar e nutricional individual ou co-
letivo	de	um	território,	profissionais	e	gestores	são	capazes	
cor alaranjada e folhas verdes escuras; carnes e ovos; feijão; 
cereais e tubérculos (arroz, batata, inhame, aipim/macaxeira/
mandioca, farinha ou macarrão – sem ser instantâneo). 
A adequação alimentar ao consumo de alimentos fontes 
de ferro foi de apenas 13% e de ingestão de alimentos fonte 
de vitamina A de 62%. Entretanto, o consumo de alimentos 
ultraprocessados foi de 48,3% para menores de 2 anos.
Contudo, os dados do SISVAN precisam ser interpretados 
com cautela, uma vez que correspondem a menos de 5% 
da população. Essa baixa cobertura está principalmente 
relacionada com a ausência de registro dos dados durante 
os atendimentos na APS.
Ainda segundo dados do SISVAN, de 2019, com relação ao 
estado nutricional de um total de 1.487.057 crianças menores 
de 2 anos acompanhadas na APS, 9,74% apresentaram 
sobrepeso e 7,6% obesidade.
2.3 O uso do Sistema de Vigilância 
Alimentar e Nutricional (SISVAN)
O processo de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) cor-
responde a um conjunto de ações para a descrição contínua 
das condições de alimentação e nutrição de uma população. 
No Brasil, essa vigilância é realizada por meio de inquéritos 
e	pesquisas	populacionais	e	pelos	profissionais	de	saúde	na	
atenção primária considerando indivíduos de qualquer fase 
22
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
acompanhamento da condicionalidade de vigilância 
nutricional de crianças menores de 7 anos, gestantes e 
mulheres	beneficiárias	ou	atendidas	pelo	programa.	
No SISVAN, é possível obter dois tipos de relatórios 
públicos: 
 
de organizar ações adequadas, incluindo ações de promo-
ção da alimentação adequada e saudável, de prevenção de 
agravos relacionados à má alimentação e atenção precoce 
e	oportuna	aos	casos	de	carências	nutricionais	específicas.
O e-SUS Atenção Primária (e-SUS APS) é uma estratégia 
do Departamento de Saúde da Família para reestruturar as 
informações da APS em nível nacional e se constitui no Sis-
tema de Informação da Atenção Primária vigente. Esta ação 
está alinhada com a proposta mais geral de reestruturação 
dos Sistemas de Informação em Saúde do Ministério da 
Saúde. No e-SUS APS é possível registrar os dados antropo-
métricos e de marcadores de consumo alimentar, porém 
não é possível a geração de relatórios, apenas disponíveis 
no site do SISVAN. 
O registro de dados antropométricos também pode 
ser realizado pelo Sistema do PBF na Saúde a partir do 
 SAIBA +
O SISVAN reúne informações sobre o registro 
de dados antropométricos e de marcadores de 
consumo alimentar de diferentes sistemas de 
informação, dentre os quais o registro realizado pelo 
próprio SISVAN, pelo Sistema de Informação em Saúde 
para a Atenção Básica (SISAB) e Sistema do Programa 
Bolsa Família (PBF) na Saúde. 
 SAIBA +
Para mais informações sobre o registro de dados 
antropométricos e de marcadores de consumo 
alimentar, bem como sobre a integração entre 
os sistemas de informação da APS acerca do estado 
nutricional e consumo alimentar da população, 
acesse o “Manual operacional para uso do Sistema de 
Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN VERSÃO 3.0”. 
Acesse: <http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/public/file/
ManualDoSisvan.pdf>.
Relatório de Produção 
Oferece informação sobre a 
cobertura de acompanha-
mento dos marcadores de 
consumo alimentar por 
fase da vida para todos 
os municípios brasi-
leiros.
Relatórios Consolidados 
Informa o estado nutricio-
nal e indicadores de 
consumo alimentar para 
todas as fases do curso 
da vida e estratifica-
do para os municí-
pios do país.
http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/public/file/ManualDoSisvan.pdf
http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/public/file/ManualDoSisvan.pdf
23
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
alimentar de crianças menores de 2 anos. Esses relatórios 
podem ser gerados com abrangência nacional, regional, 
estadual, municipal e por estabelecimento de saúde.
Fonte: Brasil (2020). 
É importante salientar que é a partir da coleta e do registro 
dos	marcadores	de	consumo	alimentar	que	os	profissionais	
da atenção primária poderão obter informações sobre 
as práticas de aleitamento materno e de alimentação 
complementar das crianças do seu território, permitindo 
o monitoramento desses indicadores, contribuindo para 
o planejamento de ações e a organização dos cuidados 
adequados à realidade local.
Após a implementação da integração entre o SISAB e o 
SISVAN observou-se um aumento progressivo na cobertura 
de acompanhamento dos dados de VAN. Contudo, esse 
registro do acompanhamento está ainda muito aquém do 
esperado e pode ser melhorado de modo a subsidiar as 
ações voltadas para alimentação e nutrição na APS.
A seguir você pode conhecer alguns dos indicadores 
gerados a partir dos relatórios consolidados do SISVAN, 
obtidos a partir do registro dos marcadores de consumo 
 SAIBA +
É possível acessar relatórios públicos do SISVAN 
no seguinte endereço: <http://sisaps.saude.gov.br/
sisvan/relatoriopublico/index>.
 SAIBA +
Para saber mais sobre os indicadores de consumo 
alimentar avaliados, acesse o documento “Marco 
de referência da vigilância alimentar e nutricional na 
atenção básica”, disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/marco_referencia_vigilancia_
alimentar.pdf>.
Cobertura de acompanhamento de marcadores de 
consumo alimentar para crianças menores de 2 
anos de idade na APS
Número de crianças 
acompanhadas:
2015  75.431
2016  184.290
2017  216.579
2018  273.319
2019  268.203
0
2015 2016 2017 2018 2019
2
4
5
1,33
3,24
3,81
4,81 4,72
http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriopublico/index/
http://sisaps.saude.gov.br/sisvan/relatoriopublico/index/
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/marco_referencia_vigilancia_alimentar.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/marco_referencia_vigilancia_alimentar.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/marco_referencia_vigilancia_alimentar.pdf
24
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTOMATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
Agora,	 conheça	 o	 significado	 de	 alguns	 dos	 termos	
importantes relacionados ao tema:
• Aleitamento exclusivo: quando a criança recebe 
apenas o leite materno, direto da mama ou ordenhado, 
ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou 
sólidos, exceto gotas ou xaropes contendo vitaminas, 
sais de reidratação oral, suplementos minerais ou 
medicamentos. 
• Aleitamento materno predominante: quando a 
criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas 
à base de água, como chás, infusões e sucos de frutas. 
• Aleitamento materno: quando a criança independente 
de receber ou não outros alimentos recebe o leite 
materno (direto da mama ou ordenhado). 
• Aleitamento materno complementado: quando a 
criança recebe leite materno e qualquer alimento 
sólido, semissólido ou líquido, incluindo leite não 
materno e fórmula infantil.
Aleitamento materno exclusivo de 0-6 meses
Aleitamento materno continuado 6-24 meses
Diversidade alimentar mínima
Frequência mínima e consistência adequada
Consumo de alimentos fonte de ferro
Consumo de alimentos fonte de vitamina A
Consumo de alimentos ultraprocessados
Consumo de hambúrgueres e/ou embutidos
Consumo de macarrão instantâneo, 
salgadinhos de pacote
Consumo de bebidas adoçadas
Consumo de biscoitos recheados, doces e 
guloseimas
Indicadores para a avaliação do consumo 
alimentar de crianças menores de 2 anos
Fonte: Brasil, 2015.
25
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
A partir do registro dos dados de marcadores de consumo 
alimentar, e também dos dados antropométricos, a utilização 
do SISVAN torna-se fundamental para o monitoramento dos 
indicadores de alimentação das crianças menores de 2 anos 
bem como do estado nutricional nessa fase da vida. Assim, 
é	possível	 conhecer	o	perfil	alimentar,	nutricional	e	epide-
miológico do seu local de atuação, incluindo os principais 
agravos e fatores de risco ou proteção à saúde relacionados 
à alimentação e nutrição, e planejar ações na APS. 
Agora que você já conhece o SISVAN e os principais 
indicadores de aleitamento materno, alimentação 
complementar e da situação nutricional de crianças no 
Brasil, que tal buscar informações dos indicadores do seu 
município? Com esses dados, é possível dizer se existe algum 
problema com a prática da amamentação, alimentação 
complementar e estado nutricional das crianças menores de 
2 anos no seu município ou território. 
 SAIBA +
Para mais informações sobre os indicadores 
de consumo alimentar em menores de 2 anos, 
recomendamos a leitura “Orientações para avaliação 
de marcadores de consumo alimentar na atenção 
básica”: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
marcadores_consumo_alimentar_atencao_basica.pdf>.
Qual a cobertura de acompanhamento dos 
marcadores de consumo alimentar para 
crianças menores de 2 anos no seu município?
Qual a prevalência de aleitamento materno 
exclusivo (AME) em crianças menores de 6 
meses?
Qual a prevalência de aleitamento materno (AM) 
em crianças entre 6 e 24 meses?
Qual a prevalência do consumo de alimentos 
ultraprocessados em crianças entre 6 e 24 meses?
Qual a prevalência de crianças entre 6 e 24 meses que 
apresentaram diversidade alimentar mínima?
Qual a prevalência de crianças 
com baixa estatura para a idade?
Qual a prevalência de crianças 
com baixo peso para a estatura?
Qual a prevalência de crianças com sobrepeso e 
obesidade?
?
Informações relevantes para sua investigação 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/marcadores_consumo_alimentar_atencao_basica.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/marcadores_consumo_alimentar_atencao_basica.pdf
26
UM PANORAMA SOBRE A SITUAÇÃO DO 
ALEITAMENTO MATERNO E DA ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR NO BRASIL UN2
2.4 Encerramento da unidade
Chegamos	 ao	 fim	 desta	 unidade!	 Você	 aprendeu	 sobre	
os indicadores usualmente empregados para descrever o 
cenário epidemiológico da prática do aleitamento materno e 
da alimentação complementar, conheceu também a situação 
que se encontram as crianças brasileiras com relação a al-
guns indicadores. Esperamos que o conteúdo desta unidade 
seja útil no seu cotidiano e que a partir dessas informações 
você possa sensibilizar sua equipe de trabalho sobre a impor-
tância dos dados para as ações de promoção do aleitamento 
materno e da alimentação complementar na APS. 
27
O QUE INFLUENCIA AS PRÁTICAS 
DE ALEITAMENTO MATERNO E 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR UN3
3 O QUE INFLUENCIA AS PRÁTICAS DE ALEITAMENTO 
MATERNO E ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR 
3.1 Introdução da unidade
Nesta unidade, apresentaremos algumas situações para 
que	você	possa	refletir	sobre	os	problemas	mais	frequentes	
relacionados à alimentação nos primeiros anos de vida. Ao 
final	desta	etapa,	você	compreenderá	a	importância	de	um	
olhar	ampliado	para	identificar	fatores	que	podem	influenciar	
o aleitamento materno e a alimentação complementar 
adequada e saudável. Bons estudos!
3.2 Fatores envolvidos no processo de 
amamentação e alimentação complementar
Você	 tem	 notado	 dificuldades	 frequentes	 com	
amamentação e alimentação complementar saudável de 
mães, bebês e famílias atendidos no seu local de trabalho? 
Por que razão esses problemas acontecem? Como é feito 
o	 manejo	 dessas	 situações?	 Quais	 dificuldades	 vocês	
enfrentam na rotina dos serviços?
A alimentação da criança é um processo multifatorial, 
socioculturalmente determinado. Portanto, compreender 
o processo da amamentação e alimentação complementar 
saudável no contexto sociocultural da família pode ser bas-
tante	desafiador	e	complexo	para	o	profissional	da	saúde.	
28
O QUE INFLUENCIA AS PRÁTICAS 
DE ALEITAMENTO MATERNO E 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR UN3
é possível fornecer apoio mais efetivo 
às mulheres e famílias com bebês na 
primeira infância.
Para que possamos demonstrar 
estes	 fatores,	 vamos	 classificá-los	 em	
cinco dimensões: biológico/psicológico, 
cultural, social, processo de trabalho e 
abordagem.	 Essa	 classificação	 tem	 a	
finalidade	de	colaborar	no	raciocínio	da	
influência	 de	 cada	 dimensão,	 embora	
essas dimensões estejam interligadas 
e	exerçam	influências	entre	si.
Identificar	quais	são	os	fatores	que	
influenciam	as	práticas	de	amamenta-
ção e de alimentação complementar 
saudável é importante para que você, 
profissional	 da	 saúde,	 em	 trabalho	
integrado com equipe multidisciplinar/
interdisciplinar, possa considerá-los, 
ampliando assim sua visão sobre o 
processo do aleitamento materno 
e da alimentação complementar e 
compreender que esse é um processo 
complexo e multideterminado. Assim, 
Muitas	 são	 as	 influências	 vividas	
pela mulher, pela criança e pela 
família que interferem nas decisões de 
amamentação e alimentação. Para que 
ocorram boas práticas de alimentação 
nos primeiros anos de vida, o apoio 
da rede familiar e social é primordial. 
Reconhecer as necessidades da mulher 
que amamenta e as de sua família é 
uma forma de potencializar a vivência 
empoderada da amamentação e da 
alimentação complementar saudável.
 SAIBA +
Para conhecer mais 
sobre cuidados e práticas 
alimentares da criança, 
recomendamos a leitura desse 
artigo,	que	analisou	o	significado	
das práticas alimentares e valores 
sobre a alimentação para mães 
de criança sob risco nutricional, 
disponível em: <https://www.
scielo.br/pdf/rbsmi/v4n1/19984.
pdf>.
https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v4n1/19984.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v4n1/19984.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v4n1/19984.pdf
29
O QUE INFLUENCIA AS PRÁTICAS 
DE ALEITAMENTO MATERNO E 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR UN3
3.3 Encerramento da unidade 
Nesta unidade, você conheceu as 
cinco	 dimensões	 que	 influenciam	 a	
amamentação e a alimentação com-
plementar saudável. Também pôde 
entender a importância de ter um olhar 
ampliado nas situações de amamen-
tação e alimentação complementar 
nos primeiros anos de vida, e que as 
dimensões de abordagem e processode trabalho se relacionam com a sua 
atividade cotidiana de atendimento. 
Esperamos que o conteúdo abordado 
nesta etapa seja útil para que você 
possa	 refletir	 sobre	 a	 importância	 do	
seu	papel,	como	profissional	da	saúde,	
na	 influência	 de	 práticas	 promotoras	
de saúde na primeira infância.
 BIOLÓGICO/PSICOLÓGICO
São os fatores relacionados a anatomia, fisiologia, dificuldades de ordem 
física e emocional com amamentação e/ou alimentação complementar.
 CULTURAL
Incluem as crenças, tabus, hábitos alimentares, vivências, restrições 
alimentares.
 SOCIAL 
Diz respeito ao acesso aos alimentos, nível de escolaridade, níveis social e 
financeiro, grupo social.
 PROCESSO DE TRABALHO
Se refere ao modo de estruturação e execução da rotina de trabalho 
como a organização da agenda e gestão dos serviços.
 ABORDAGEM
Refere-se a todas as situações na relação profissional-usuário como 
postura, acolhimento e comunicação.
30
A PROTEÇÃO LEGAL DA AMAMENTAÇÃO 
E DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL UN4
4 A PROTEÇÃO LEGAL DA AMAMENTAÇÃO 
E DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL
4.1 Introdução da unidade 
A alimentação é um direito humano básico, iniciando com 
o direito à amamentação e a introdução da alimentação 
complementar saudável. Existem políticas públicas que 
protegem e promovem os direitos na primeira infância, das 
quais podemos mencionar a licença maternidade, licença 
paternidade, sala de apoio à amamentação e direito a creche 
e a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para 
Lactentes e Crianças (NBCAL) na Primeira Infância, Bicos, 
Chupetas e Mamadeiras. Existem também resoluções que 
abordam a questão da publicidade de alimentos. Essas são as 
referências legais para proteger bebês e crianças pequenas 
no seu direito à alimentação. Acompanhe mais informações 
sobre esses temas!
4.2 Entendendo a questão da 
publicidade de alimentos
As indústrias de alimentos utilizam de inúmeras estra-
tégias de marketing para vender seus produtos. Podemos 
identificar	algumas	dessas	 técnicas	publicitárias	nos	anún-
cios comerciais veiculados em televisão, internet, rádio, 
jornais, revistas. Também são estratégias as promoções 
31
A PROTEÇÃO LEGAL DA AMAMENTAÇÃO 
E DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL UN4
4.3 Leis que protegem a 
amamentação e a alimentação
No Brasil, existe um escopo de 
leis, normativas e políticas públicas 
que garantem condições para a 
amamentação e para a alimentação da 
criança.	Confira!
Para coibir práticas publicitárias 
abusivas, o Código de Defesa do Con-
sumidor (CDC) considera ilegal qual-
quer tipo de publicidade de produto 
ou serviço voltada ao público infantil, 
em qualquer meio de comunicação 
ou espaço de convivência da criança. 
Neste sentido, as leis n° 8.985, de 2012, 
e nº 12.529, de 2011, tornam proibida 
a comercialização de alimentos que 
acompanhem brinde ou brinquedo, 
por entenderem que é uma estratégia 
de marketing voltada ao público infan-
til, bem como a venda casada.
Alinhando ao Código de Defesa do 
Consumidor, a Resolução nº 163, de 
2014, do Conselho Nacional dos Direitos 
da Criança e do Adolescente (Conanda) 
acrescenta o conceito de abusividade 
como toda forma de publicidade 
dirigida diretamente ao público infantil 
com o intuito de incentivar o consumo 
de produtos e serviços.
com desconto de preço, distribuição de 
amostras grátis de produtos, exposição 
diferenciada de produtos nos locais de 
venda, embalagens atraentes.
A questão é que essa publicidade in-
fluencia	no	desmame	precoce	e	no	con-
sumo de alimentos prejudiciais à saúde 
das	 crianças.	 Essa	 influência	 ocorre	
tanto com foco nas mães e famílias 
desde a gestação até o pós-parto, com 
produtos substitutos do leite materno, 
quanto voltado ao público infantil e 
também	sobre	profissionais	da	 saúde	
que atendem crianças pequenas.
DESTAQUE
É importante lembrar que 
os	 profissionais	 da	 saúde	
também são alvo dessas 
estratégias das indústrias de 
alimentos com patrocínio de 
eventos, doação de brindes, 
visitas de representantes e 
distribuição de material técnico 
científico.
Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição
Destinada a melhorar as 
condições de alimentação e 
nutrição e saúde da população 
brasileira.
Política Nacional de Atenção 
Integral à Saúde da Criança
Essa política amplia o olhar sobre 
a saúde da criança, uma vez que 
trata dos cuidados desde a 
gestação até os 9 anos de idade. 
Proteção à mulher estudante
Tem assegurada a prestação de 
exames finais e direito ao regime 
de exercícios domiciliares.
32
A PROTEÇÃO LEGAL DA AMAMENTAÇÃO 
E DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL UN4
Licença maternidade/paternidade e pausas para 
amamentação
Garante 120 dias para a mulher trabalhadora 
registrada pela Consolidação das Leis trabalhistas 
(CLT) o direito de afastamento do trabalho sem 
prejuízo de salário ou emprego e garante ao pai cinco 
dias de licença pela Constituição Federal. A licença 
maternidade pode ser ampliada para 180 dias para 
trabalhadores formais de empresas que aderiram ao 
programa Empresa Cidadã. No retorno ao trabalho, a 
mulher tem o direito de dois períodos de 30 minutos 
de pausa para amamentação até a criança completar 
6 meses.
Marco Legal da Primeira Infância
Define orientações para familiares, profissionais da 
saúde e tomadores de decisões sobre iniciativas para 
o desenvolvimento integral das crianças até os 6 anos 
de idade e amplia a licença-paternidade para 20 dias. 
Sala de apoio à amamentação
Sala localizada em uma empresa pública ou privada 
que tenha funcionalidade para a mulher trabalhadora 
retirar e armazenar o seu leite para oferecê-lo 
posteriormente ao bebê.
Filhos de mães submetidas à medida privativa de 
liberdade
A Lei 11.942, de 2009, prevê que instituições penais 
tenham berçários, onde as mulheres privadas de 
liberdade possam cuidar de seus filhos pelo menos 
até os primeiros 6 meses. 
Direito à creche
Todo estabelecimento que contenha mais de 30 
mulheres maiores de 16 anos, segundo a CLT, deve 
prover um local adequado para que seus filhos fiquem 
sob cuidados e assistência adequada. 
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
O PNAE oferece alimentação escolar e ações de 
educação alimentar e nutricional a estudantes da rede 
pública.
Mulheres infectadas pelo HIV
Diante da contraindicação do aleitamento materno em 
caso de mães infectadas pelo HIV, a Portaria de 
Consolidação do SUS nº 6, de 28 de setembro de 2017, 
garante à criança menor de 6 meses de idade o 
recebimento da fórmula infantil.
33
A PROTEÇÃO LEGAL DA AMAMENTAÇÃO 
E DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL UN4
Na última revisão foram produzidos os seguintes 
documentos: a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.051, 
de 2001, e as Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), RDC nº 
221, de 2002, e RDC nº 222/2002. São esses três documentos 
que formam a NBCAL. 
A NBCAL tem como objetivo a regulamentação da 
promoção comercial e o do uso apropriado de produtos 
que interferem nas práticas de amamentação e alimentação 
saudável na primeira infância, são eles:
1. alimentos de transição e alimentos à base de cereais, 
indicados para lactentes ou crianças de primeira 
infância, e outros alimentos ou bebidas à base de leite 
ou não, quando comercializados ou apresentados 
como apropriados para a alimentação de lactentes e 
crianças de primeira infância;
2. fórmulas de nutrientes apresentadas ou indicadas 
para recém-nascidos de alto risco;
3. fórmulas infantis de seguimento para crianças de 
primeira infância;
4. fórmulas infantis para lactentes e fórmulas infantis de 
seguimento para lactentes;
5. fórmulas infantis para necessidades dietoterápicas 
específicas;
4.4 Norma Brasileira de Comercialização de 
Alimentos para Lactentes e Crianças na Primeira 
Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras
A Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para 
Lactentes e Crianças na Primeira Infância, Bicos, Chupetas 
e Mamadeiras (NBCAL) é regulamentada pela Lei nº 11.265, 
de 2006, e pelo Decreto nº 9.579,de 2018. É um instrumento 
constitucional contra a interferência da publicidade infantil 
nas práticas de alimentação. A NBCAL surge em 1988 (revisada 
em 1992 e 2002), inspirada no “Código Internacional de 
Comercialização de Substitutos do Leite Materno”, de 1981, 
que prevê medidas para coibir práticas de publicidade que 
possam interferir na prática da amamentação e introdução 
de alimentos complementares.
 SAIBA +
Para conhecer melhor a NBCAL, recomendamos 
assistir a este vídeo:
<https://www.youtube.com/watch?v=SuPNryJyxUQ>.
As estratégias regulamentadas pela NBCAL visam 
promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, 
para garantir a saúde infantil. Para conhecer o escopo 
da NBCAL, acesse: 
<http://www.ibfan.org.br/parceiros/pdf/2.pdf>.
https://www.youtube.com/watch?v=SuPNryJyxUQ
http://www.ibfan.org.br/parceiros/pdf/2.pdf
34
A PROTEÇÃO LEGAL DA AMAMENTAÇÃO 
E DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL UN4
4.5 Encerramento da unidade
Nesta unidade você conheceu as políticas públicas que 
protegem e promovem os direitos na primeira infância. Es-
sas são as referências legais para proteger bebês e crianças 
pequenas no seu direito à amamentação e alimentação.
6. 	leites	fluidos	ou	em	pó,	leites	modificados	e	similares	
de origem vegetal; 
7. mamadeiras, bicos e chupetas. 
A International Baby Food Action Network (IBFAN) Brasil é 
uma organização não governamental que faz parte de uma 
rede internacional (a Rede Internacional em Defesa do Direito 
de Amamentar) formada por mais de 270 grupos de ativistas 
espalhados por 168 países e que atua há 40 anos para a 
melhoria da nutrição e saúde infantis e monitoramento do 
Código Internacional.
 SAIBA +
Você pode conhecer mais sobre o papel da IBFAN 
e de outras organizações na defesa da amamenta-
ção no Brasil no vídeo “Um olhar sobre a História da 
Amamentação”, disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=QnEGVK6KBgI>.
Como	 o	 profissional	 da	 saúde	 pode	 colaborar	 para	 o	
cumprimento e para a proteção da amamentação? Es-
sas respostas você pode encontrar na publicação “A le-
gislação e o marketing de produtos que interferem na 
amamentação:	 um	 guia	 para	 o	 profissional	 de	 saúde”,	
disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/legisla-
cao_marketing_produtos_amamentacao.pdf>.
https://www.youtube.com/watch?v=QnEGVK6KBgI
https://www.youtube.com/watch?v=QnEGVK6KBgI
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/legislacao_marketing_produtos_amamentacao.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/legislacao_marketing_produtos_amamentacao.pdf
35
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
5 TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO
5.1 Introdução da unidade
Nesta unidade trataremos de um aspecto muito 
importante para os atendimentos de mães e bebês na 
atenção primária: o uso do aconselhamento. Você aprenderá 
algumas habilidades de comunicação que poderão ser úteis 
no dia a dia do seu trabalho na UBS para analisar a causa de 
qualquer adversidade que as pessoas apresentem e propor 
sugestões	para	resolver	as	dificuldades.
As habilidades de comunicação são um conjunto de 
técnicas de interação que são úteis para escutar e 
compreender sobre o nível de conhecimento das pessoas e 
suas	práticas,	aumentar	a	confiança	das	mães	e	de	cuidadores	
e também sugerir mudanças, caso necessárias. Neste curso, 
trataremos	 especificamente	 do	 aconselhamento	 de	 mães	
ou cuidadores sobre alimentação de bebês e crianças 
de primeira infância, porém são técnicas que podem ser 
utilizadas em outras situações da APS. Vamos olhar agora 
para cada uma dessas habilidades.
36
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
Habilidade Explicação Exemplos de diálogo
Comunicação 
não verbal útil
• Remover barreiras físicas como mesas ou pastas 
de papel que se tem nas mãos. 
• Manter a cabeça no mesmo nível e estar próximo.
• Prestar atenção à mulher, evitar se distrair e 
mostrar que está ouvindo assentindo com a 
cabeça, sorrindo ou outros gestos adequados. 
• Não apressar a conversa e não olhar para o 
relógio. 
• Só tocar na mulher de forma apropriada (como 
na mão ou no braço). Não toque em suas mamas, 
barriga ou em seu bebê sem sua permissão.
------
Quando você realiza um 
atendimento é possível que, em um 
primeiro momento, a pessoa não 
consiga falar abertamente sobre o que 
está acontecendo, principalmente se 
ela for tímida ou não tiver um vínculo 
pré-estabelecido. As habilidades para 
escutar e compreender lhe ajudarão a 
fazer com que a mãe, o pai, o cuidador 
ou o responsável sinta que você se 
importa com a situação e se interessa 
por auxiliar. Na tabela a seguir você 
encontra as seis habilidades para 
escutar	e	compreender,	confira.
5.2 Habilidades de comunicação 
para escutar e compreender
Em	geral,	a	formação	dos	profissio-
nais da saúde é focada na superação 
de problemas. Contudo, esse modo de 
olhar a situação gera atendimentos em 
que	os	profissionais	focam	na	disponi-
bilização de informações em detrimen-
to de uma comunicação que respeite 
os pensamentos, as crenças e a cultura 
das pessoas e que possibilite a com-
preensão dos aspectos envolvidos na 
determinação dos problemas. 
Utilizar o aconselhamento não 
significa	dar	conselhos	ou	dizer	o	que	
precisa ser feito, mas sim escutar 
e entender o ponto de vista das 
pessoas e ajudá-las na tomada de 
decisão, dialogando sempre sobre os 
prós e contras de cada decisão. Essa 
maneira de atender contribui para o 
desenvolvimento do vínculo entre os 
cuidadores	e	o	profissional.
 SAIBA +
O aconselhamento é uma 
abordagem ou maneira de 
atuação	 do	 profissional,	 na	
qual se busca compreender a 
pessoa que está sendo atendi-
da, oferecendo ajuda na tomada 
de decisões e fortalecendo sua 
autoconfiança.	 Evidências	 cien-
tíficas	 comprovam	 que	 o	 acon-
selhamento é um instrumento 
efetivo em atendimentos de 
amamentação, sendo capaz de 
contribuir para a melhora dos in-
dicadores de aleitamento mater-
no. Leia mais sobre o tema em: 
<https://www.scielo.br/pdf/jped/
v80n5s0/v80n5s0a03.pdf>.
https://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5s0/v80n5s0a03.pdf
https://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5s0/v80n5s0a03.pdf
37
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
Habilidade Explicação Exemplos de diálogo
Fazer perguntas 
abertas
Perguntas abertas são mais úteis porque estimulam 
a pessoa a fornecer mais informações. Começam 
com: “Como...?”, “O quê...?”, “Quando...?”, “Onde...?”, 
“Por quê...?”. 
Profissional: “Bom dia, Laura. Eu sou Sandra, enfermeira. Como vai 
o Kauan (bebê)?”
Laura: “Ele está bem e anda com muita fome”.
Profissional: “Como a senhora está alimentando o bebê?”
Laura: “Eu estou dando o peito. Eu só dou uma mamadeira durante 
a noite”.
Usar respostas 
e gestos que 
demonstrem 
interesse
Acenar positivamente com a cabeça, sorrir e usar 
expressões como “sei”, “continue”.
Profissional: “Bom dia, Susana. Como vai a alimentação da Kátia 
(nome da criança) agora que ela iniciou os alimentos sólidos?”
Susana: “Bom dia. Eu acho que está muito bem.”
Profissional:“Mmm.”	(Balança	a	cabeça	afirmativamente	e	sorri.)
Devolver com 
suas palavras o 
que a mulher diz
Se você repetir ou ecoar o que ela está dizendo, 
mostra que está ouvindo e a estimula a falar mais. 
Mulher:	“Eu	acho	que	não	tenho	leite	suficiente.”
Profissional: “Você acha que tem pouco leite?”
 Usar a empatia 
A empatia ocorre quando demonstramos que 
estamos ouvindo o que a pessoa diz e tentando 
entender como ela se sente; quando observamos a 
situação do ponto de vista dela. 
Profissional: “Bom dia, Maria. Como estão você e o João (bebê)?”
Maria: “O João não está comendo bem, eu estou preocupada se ele 
está doente.”
Profissional: “A senhora está preocupada com ele?”
Maria: “Sim, algumas crianças do meu bairro estão doentes e eu 
tenho medo que ele esteja com a mesma doença.”
Profissional: “Isso deve dar muito medo na senhora.”
Evitar palavras 
que soam como 
julgamento
Exemplos: “certo”, “errado”, “bem”, “mal”, “bom”, 
“suficiente”,	“adequadamente”,	“apropriadamente”,	
“problema”.
Profissional: “O cocô dele estánormal?”
Profissional: “Ele está mamando bem?”
38
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
Habilidade Explicação Exemplos de diálogo
Aceitar o que a pessoa 
pensa ou sente
Podemos aceitar as ideias 
e sentimentos das pessoas 
sem discordar delas ou dizer 
que não há nada para se 
preocupar. Aceitar o que 
ela diz não é o mesmo que 
concordar. Você pode aceitar 
o que ela diz, por exemplo, 
devolvendo com as mesmas 
palavras, e posteriormente 
fornecer a informação correta. 
Aceitar o que uma pessoa diz 
aumenta	a	autoconfiança	dela.
Mulher: “Meu leite é ralo 
e fraco, por isso tenho 
que dar mamadeira.”
Profissional: “Eu 
entendo. Vejo que está 
preocupada com o seu 
leite.”
em si mesmas. As pressões familiares e 
sociais podem levá-la a achar que não 
tem	sido	boa	o	suficiente.	
Como	 profissional	 da	 saúde,	 é	
importante reconhecer esses aspectos 
e usar as habilidades para aumentar a 
autoconfiança	 da	mulher	 e	 dar	 apoio	
para ajudá-la a se sentir bem consigo 
mesma.
5.3 Habilidades para aumentar 
a confiança da mulher 
e oferecer apoio
Nos atendimentos de mulheres com 
bebês na primeira infância, você pode 
perceber que muitas delas podem se 
sentir culpadas em relação a algumas 
situações	 com	 seus	 filhos	 pequenos,	
ou	 apresentarem	 falta	 de	 confiança	
É	fundamental	que	o	profissional	se	
interesse pelo bem-estar, porque assim 
faz com que as mulheres, as famílias e/
ou os cuidadores se sintam apoiados 
e acolhidos. As habilidades de escutar 
e compreender se ampliam por meio 
do diálogo e ajudam na tomada de 
decisões.
 SAIBA +
A utilização do aconselha-
mento na rotina de trabalho 
da Estratégia Saúde da Família 
(ESF), como na visita domiciliar 
puerperal, por exemplo, é um 
importante mecanismo para de-
tecção	 precoce	 de	 dificuldades	
iniciais na amamentação e forta-
lecimento do aleitamento mater-
no. Este estudo mostrou que a 
abordagem do aconselhamento 
foi aceita pelos enfermeiros da 
ESF de Taubaté, e parcialmente 
introduzida durante as visitas do-
miciliares.	Confira:
<http://docs.bvsalud.org/
biblioref/2019/09/1007788/
pamela_dissertacao.pdf>.
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/09/1007788/pamela_dissertacao.pdf
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/09/1007788/pamela_dissertacao.pdf
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/09/1007788/pamela_dissertacao.pdf
39
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
Habilidade Explicação Exemplos de diálogo
Reconhecer e elogiar
Reconheça e elogie o que as mães, os pais e os 
cuidadores conseguem realizar. Por exemplo, diga à 
mãe que ela está de parabéns porque tem trazido o 
bebê às consultas.
Uma mãe amamenta seu bebê de 3 meses e dá 
suco de fruta. O bebê tem diarreia leve.
Profissional: “É bom que a senhora esteja 
amamentando; o seu leite vai ajudar o bebê a se 
recuperar.”
Oferecer ajuda prática
Quando as pessoas têm um problema prático para 
resolver, elas precisam de ajuda para conseguirem 
relaxar. Observe se ela não está com sede, com fome 
ou cansada e precisando descansar antes de ouvir as 
suas orientações. 
Ofereça-se para ajudá-la a encontrar um jeito de 
segurar o bebê de uma forma que não sinta dor.
------
Fornecer informações 
relevantes em linguagem 
adequada
Descubra o que as pessoas precisam saber naquele 
momento. 
• Use palavras adequadas e simples, que ela entenda. 
• Não exagere na quantidade de informações, 
selecione as prioritárias.
A informação é: amamentar depois dos 6 meses 
é bom porque o leite materno contém ferro 
absorvível, calorias e zinco.
Como usar a linguagem simples:
“Amamentar pelo menos até os 2 anos ajuda a 
criança a crescer forte e saudável.”
Oferecer sugestões 
e não ordens
Ofereça escolhas e deixe que a pessoa decida o que é 
melhor para ela. 
• Não diga o que ela deve ou não fazer. 
• Limite suas sugestões a uma ou duas que sejam 
relevantes à sua situação. 
“Você pode começar a dar alguns alimentos além 
do	leite	agora	que	seu	filho	tem	6	meses.”
40
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
Você	 irá	 se	 deparar,	 como	 profissional	 da	 saúde,	 com	
situações em que será necessário oferecer apoio para o 
empoderamento da mulher. É importante evitar dizer o que 
a mulher deve fazer e, sim, ajudá-la a decidir por si mesma o 
que	é	melhor	para	ela	e	seu	bebê.	Isso	aumenta	a	confiança	
materna	e	o	vínculo	com	profissional.
Para contextualizar, vamos agora ler a experiência de 
Maria	e	sua	filha	Janice.
Maria é mãe de Janice, que tem 15 dias de vida, e de 
Júnior, de 2 anos. Júnior mamou por 3 meses e depois 
disso Maria voltou ao trabalho e teve que interromper 
a amamentação, pois não teve apoio para continuar 
amamentando. Atualmente, Maria não está trabalhando 
e quer muito amamentar Janice por mais tempo. Janice 
nasceu	por	cesariana,	pesando	3.250	g	e	ficou	no	alojamento	
conjunto com a mãe. No primeiro dia, Maria teve um pouco 
de	 dificuldade	 para	 amamentar,	 mas	 na	 alta	 hospitalar	 a	
amamentação estava indo bem. O marido de Maria trabalha 
como vigilante em uma empresa de segurança e não tem 
horário	fixo	de	trabalho.	Maria	chega	na	UBS	com	o	bebê	no	
colo,	carregando	a	sua	bolsa	e	a	sacola	do	bebê,	que	ficam	
caindo do seu ombro o tempo todo.
Agora observe duas possibilidades de diálogo. 
Situação 1 
Profissional: Eu já ia cancelar a sua consulta, você 
chegou atrasada!
Profissional: Pronto! Agora está melhor! É assim 
que ele precisa ficar para mamar direito.
Profissional: Passe a pomada três vezes por dia e 
não se esquece de limpar o peito antes.
Maria: Desculpe, mas é que o Júnior anda devagar e 
eu não tinha com quem deixá-lo.
Profissional: O jeito é sair de casa mais cedo, se 
atrasar de novo eu não vou poder lhe atender, tem 
outras pessoas esperando pela consulta. O bebê 
está mamando bem?
Maria: É ela, o nome dela é Janice. Ela mama toda 
hora e eu tenho dor sempre que ela pega o peito!
Profissional: Não é normal sentir dor, provavel-
mente o bebê não está pegando direito o peito.
Maria: Eu sinto dor, tô com o peito todo machucado.
Profissional (olhando o relógio): Deixa eu ver, mas 
não posso demorar muito mais no seu atendimento.
Maria: Oi, doutora, eu vim trazer a minha filha. Eu 
estou com muita dificuldade para fazer ela mamar, e 
meus peitos estão doendo.
Maria entra no consultório para o 
atendimento de sua filha Janice.
41
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
Maria deixa a bolsa no chão e abre a blusa. Janice 
chora.	 A	 mama	 está	 com	 fissura.	 Ao	 colocar	 Janice	
para mamar, Maria a segura com apenas um braço, 
a	bebê	fica	com	a	barriga	virada	para	cima;	pela	dor,	
Maria não consegue aproximar muito mais Janice do 
peito. Maria tenta fazê-la mamar ao mesmo tempo 
em que se preocupa que Júnior não mexa em nada 
do	 consultório.	 A	 profissional	 percebe	 que	 a	 bebê	
está longe da mama, então se levanta e vai até Maria, 
segura a mama e empurra a cabeça da Janice contra o 
peito, e também vira mais o corpo dela em direção à 
mãe. Maria sente ainda mais dor.
Profissional	volta	a	sentar	na	sua	cadeira,	escreve	
uma receita de pomada e entrega para Maria.
Maria quis dizer que a bebê se chamava Janice, 
mas desiste. Janice continua chorando. Maria fecha a 
blusa, pega sua bolsa e a receita e sai do consultório 
com	os	filhos.
Situação 1 
Profissional: Eu já ia cancelar a sua consulta, você 
chegou atrasada!
Profissional: Pronto! Agora está melhor! É assim 
que ele precisa ficar para mamar direito.
Profissional: Passe a pomada três vezes por dia e 
não se esquece de limpar o peito antes.
Maria: Desculpe, mas é que o Júnior anda devagar e 
eu não tinha com quem deixá-lo.
Profissional: O jeito é sair de casa mais cedo, se 
atrasar de novo eu não vou poder lhe atender, tem 
outras pessoas esperando pela consulta. O bebê 
está mamando bem?
Maria: É ela, o nome dela é Janice. Ela mama toda 
hora e eu tenho dor sempre que ela pega o peito!
Profissional: Não é normal sentir dor, provavel-
mente o bebê não está pegando direito o peito.
Maria: Eu sinto dor, tô com o peito todo machucado.
Profissional (olhando o relógio):Deixa eu ver, mas 
não posso demorar muito mais no seu atendimento.
Maria: Oi, doutora, eu vim trazer a minha filha. Eu 
estou com muita dificuldade para fazer ela mamar, e 
meus peitos estão doendo.
Maria entra no consultório para o 
atendimento de sua filha Janice.
Situação 1 
Profissional: Eu já ia cancelar a sua consulta, você 
chegou atrasada!
Profissional: Pronto! Agora está melhor! É assim 
que ele precisa ficar para mamar direito.
Profissional: Passe a pomada três vezes por dia e 
não se esquece de limpar o peito antes.
Maria: Desculpe, mas é que o Júnior anda devagar e 
eu não tinha com quem deixá-lo.
Profissional: O jeito é sair de casa mais cedo, se 
atrasar de novo eu não vou poder lhe atender, tem 
outras pessoas esperando pela consulta. O bebê 
está mamando bem?
Maria: É ela, o nome dela é Janice. Ela mama toda 
hora e eu tenho dor sempre que ela pega o peito!
Profissional: Não é normal sentir dor, provavel-
mente o bebê não está pegando direito o peito.
Maria: Eu sinto dor, tô com o peito todo machucado.
Profissional (olhando o relógio): Deixa eu ver, mas 
não posso demorar muito mais no seu atendimento.
Maria: Oi, doutora, eu vim trazer a minha filha. Eu 
estou com muita dificuldade para fazer ela mamar, e 
meus peitos estão doendo.
Maria entra no consultório para o 
atendimento de sua filha Janice.
Maria: Ah, pode deixar! Que eu venho sim!
Maria: Não, por hoje era só isso mesmo, muito 
obrigada.
Maria: Tchau, até mais!
Profissional: Imagina, Maria. Vejo que você é uma 
mãe muito dedicada e cuidadosa com seus filhos. 
Você pode marcar a consulta para daqui a 15 dias 
para Janice ou, então, vir antes se precisar, está bem? 
E no próximo atendimento podemos falar sobre o 
desenvolvimento do Júnior também! Até logo!
Profissional: Maria, tem mais alguma coisa que você 
gostaria de me contar? Ficou com alguma dúvida?
Profissional: Como estão você e a bebê? Vi na 
Caderneta da Criança que ela está ganhando peso!
Maria: Ela tá ganhando peso bem? Porque eu ando 
tão cansada e dói tanto amamentar, que eu fico com 
medo de não ser bom pra ela...
Maria: À noite ela acorda umas três vezes para 
mamar e eu não estou conseguindo dormir direito. 
E de dia, eu sinto sono, mas tenho que cuidar da 
casa e do Júnior.
Profissional: Entendo como você se sente...Que tal 
descansar um pouco durante o dia? Será que alguém 
poderia te ajudar com as tarefas da casa e com o 
Júnior?
Profissional (olhando para Maria): Que bom que veio 
à consulta hoje! Assim podemos conversar e talvez eu 
possa lhe ajudar. O que tem te deixado tão cansada?
Maria: Pois é, acho que vou pedir para minha mãe 
olhar o Júnior durante o dia, assim eu poderia tentar 
descansar um pouco enquanto a Janice dorme. Ela 
costuma dormir bastante de dia.
Maria: Dói quando ela pega o peito, porque está bem 
machucado.
Profissional: É bem difícil de amamentar sentindo 
dor. Quem sabe se você me mostrar como você faz, 
eu posso ver como te ajudar. O que você acha de eu 
segurar a Janice enquanto você se ajeita?
Profissional: Ótima ideia! Agora me conte um pouco 
sobre a dor ao amamentar.
Maria: Olha! Ela pegou, eu sinto ela mamando e não 
está doendo como antes!
Profissional: Que bom, Maria! Dá pra ver que você 
está mais tranquila. Colocando a Janice assim como 
fizemos vai diminuir o machucado. E se continuar 
precisando de ajuda com a amamentação, alguém 
daqui da UBS pode ir até sua casa ou você pode vir 
até aqui também.
Maria: Viu, Doutora? Ela não mama, acho que não 
gosta do meu peito... 
Maria (chorando): Sim, podemos tentar… Eu quero 
muito amamentar!
Profissional: Maria, existe uma forma que 
pode ajudar. O que você acha de tentarmos?
Profissional: Com licença, eu vou ajeitar um pouco a 
Janice. Das próximas vezes você pode tentar colocá-
-la segurando com o corpo mais virado para você, 
assim ela consegue pegar seu peito.
Situação 2 
Maria está sentada com os filhos, aguardando ser 
chamada. A profissional está na sala de atendimento. 
Vai até a porta e chama por Janice. Ao perceber 
Maria com a bolsa e as duas crianças, vai até Maria e 
se oferece para segurar a bolsa enquanto a conduz 
até a sala. A profissional coloca a bolsa em uma 
cadeira e convida Maria e o filho Júnior a sentarem. A 
profissional entrega uma folha de papel e um lápis 
para Junior e pergunta se ele gosta de desenhar.
42
TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO UN5
Profissional	se	levanta	da	cadeira	e	se	dirige	à	Maria	
e Janice:
Janice abocanha o peito e começa a sugar.
Maria	entrega	o	bebê	para	a	profissional,	senta	e	se	
prepara	para	amamentar.	O	mamilo	está	com	fissura.	
Ao colocar a bebê para mamar, Maria segura Janice 
com	 um	 braço	 só.	 Janice	 fica	 distante	 do	 corpo	 da	
mãe, mas Maria não consegue aproximar porque dói 
mais	ainda.	Janice	fica	com	o	pescoço	torto	tentando	
abocanhar o peito, sem conseguir e chora. Quando 
Janice	finalmente	consegue	abocanhar,	Maria	morde	
os lábios de dor e chora. Janice solta o peito e também 
chora.
Maria: Ah, pode deixar! Que eu venho sim!
Maria: Não, por hoje era só isso mesmo, muito 
obrigada.
Maria: Tchau, até mais!
Profissional: Imagina, Maria. Vejo que você é uma 
mãe muito dedicada e cuidadosa com seus filhos. 
Você pode marcar a consulta para daqui a 15 dias 
para Janice ou, então, vir antes se precisar, está bem? 
E no próximo atendimento podemos falar sobre o 
desenvolvimento do Júnior também! Até logo!
Profissional: Maria, tem mais alguma coisa que você 
gostaria de me contar? Ficou com alguma dúvida?
Profissional: Como estão você e a bebê? Vi na 
Caderneta da Criança que ela está ganhando peso!
Maria: Ela tá ganhando peso bem? Porque eu ando 
tão cansada e dói tanto amamentar, que eu fico com 
medo de não ser bom pra ela...
Maria: À noite ela acorda umas três vezes para 
mamar e eu não estou conseguindo dormir direito. 
E de dia, eu sinto sono, mas tenho que cuidar da 
casa e do Júnior.
Profissional: Entendo como você se sente...Que tal 
descansar um pouco durante o dia? Será que alguém 
poderia te ajudar com as tarefas da casa e com o 
Júnior?
Profissional (olhando para Maria): Que bom que veio 
à consulta hoje! Assim podemos conversar e talvez eu 
possa lhe ajudar. O que tem te deixado tão cansada?
Maria: Pois é, acho que vou pedir para minha mãe 
olhar o Júnior durante o dia, assim eu poderia tentar 
descansar um pouco enquanto a Janice dorme. Ela 
costuma dormir bastante de dia.
Maria: Dói quando ela pega o peito, porque está bem 
machucado.
Profissional: É bem difícil de amamentar sentindo 
dor. Quem sabe se você me mostrar como você faz, 
eu posso ver como te ajudar. O que você acha de eu 
segurar a Janice enquanto você se ajeita?
Profissional: Ótima ideia! Agora me conte um pouco 
sobre a dor ao amamentar.
Maria: Olha! Ela pegou, eu sinto ela mamando e não 
está doendo como antes!
Profissional: Que bom, Maria! Dá pra ver que você 
está mais tranquila. Colocando a Janice assim como 
fizemos vai diminuir o machucado. E se continuar 
precisando de ajuda com a amamentação, alguém 
daqui da UBS pode ir até sua casa ou você pode vir 
até aqui também.
Maria: Viu, Doutora? Ela não mama, acho que não 
gosta do meu peito... 
Maria (chorando): Sim, podemos tentar… Eu quero 
muito amamentar!
Profissional: Maria, existe uma forma que 
pode ajudar. O que você acha de tentarmos?
Profissional: Com licença, eu vou ajeitar um pouco a 
Janice. Das próximas vezes você pode tentar colocá-
-la segurando com o corpo mais virado para você, 
assim ela consegue pegar seu peito.
Situação 2 
Maria está sentada com os filhos, aguardando ser 
chamada. A profissional está na sala de atendimento. 
Vai até a porta e chama por Janice. Ao perceber 
Maria com a bolsa e as duas crianças, vai até Maria e 
se oferece para segurar a bolsa enquanto a conduz 
até a sala. A profissional coloca a bolsa em uma 
cadeira e convida Maria e o filho Júnior a sentarem. A 
profissional entrega uma folha de papel e um lápis 
para Junior e pergunta se ele gosta de desenhar.
Maria: Ah, pode

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