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Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA
Guia do profissional em treinamento
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Nível 2
Gerenciamento de 
Resíduos da Construção 
Civil
Guia do profissional em treinamento
Gerenciamento de 
Resíduos da Construção 
Civil
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Nível 2
Promoção Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA
Realização Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - NUCASE
Instituições integrantes do Nucase Universidade Federal de Minas Gerais (líder) | Universidade Federal do Espírito Santo | 
Universidade Federal do Rio de Janeiro | Universidade Estadual de Campinas
Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia | Fundação Nacional de Saúde do Ministério 
da Saúde | Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades
Apoio organizacional Programa de Modernização do Setor Saneamento-PMSS
Patrocínio FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais
Comitê consultivo da ReCESA
 · Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva – ABCMAC 
 · Associação Brasileira de Engenharia Sanitária E Ambiental – ABES 
 · Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH 
 · Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP 
 · Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE 
 · Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE 
 · Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica – Concefet 
 · Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA 
 · Federação de Órgão para a Assistência Social e Educacional – FASE 
 · Federação Nacional dos Urbanitários – FNU
	 ·	 Fórum	Nacional	de	Comitês	de	Bacias	Hidrográficas	–	Fncbhs	
 · Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras 
– Forproex 
 · Fórum Nacional Lixo e Cidadania – L&C
 · Frente Nacional Pelo Saneamento Ambiental – FNSA 
 · Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM 
 · Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS
 · Programa Nacional de Conservação de Energia – Procel 
 · Rede Brasileira de Capacitação Em Recursos Hídricos – Cap-Net Brasil
Comitê gestor da ReCESA
 · Ministério das Cidades;
 · Ministério da Ciência e Tecnologia;
 · Ministério do Meio Ambiente
 · Ministério da Educação;
 · Ministério da Integração Nacional;
 · Ministério da Saúde;
 · Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico Social (BNDES);
 · Caixa Econômica Federal (CAIXA);
Parceiros do Nucase
 · Cedae/RJ - Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
 · Cesan/ES - A Companhia Espírito Santense de Saneamento
 · Comlurb/RJ - Companhia Municipal de Limpeza Urbana
 · Copasa – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
 · DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo
 · DLU/Campinas - Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas
 · Fundação Rio-Águas
 · Incaper/Es - O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
 · IPT/SP - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
 · PCJ - Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
 · SAAE/Itabira - Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Itabira – MG.
 · SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
 · SANASA/Campinas - Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.
 · SLU/PBH - Serviço de Limpeza Urbana da prefeitura de Belo Horizonte
 · Sudecap/PBH - Superintendência de desenvolvimento da capital da prefeitura de Belo Horizonte
 · UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
 · UFSCar - Universidade Federal de São Carlos
 · UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce
Gerenciamento de 
Resíduos da Construção 
Civil
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Nível 2Guia do profissional em treinamento
Conselho Editorial Temático
Liséte Celina Lange – UFMG
Álvaro Luiz Gonçalves Cantanhade - UFRJ
Eglé Novaes Teixeira - UNICAMP
Profissionais que participaram da elaboração deste guia
Consultores Carmen Lúcia Barbosa Teixeira (Pedagoga da SLU/PBH/conteudista) | Renata 
Luiza de Miranda Assunção (Estagiária de Letras da SLU/PBH) | Sandra Machado Fiuza 
(Arquiteta da SLU/PBH/conteudista) | Clarice Maia Scotti (colaboradora) | Wesley Schettino 
de Lima (colaborador) | Izabel Chiodi Freitas (validadora)
Créditos
Composição Final 
Cátedra da Unesco - Juliane Correa | Maria José Batista Pinto 
Larissa Pinto | Sara Shirley Belo Lança
Projeto Gráfico e Diagramação 
Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi
Impressão 
Artes	Gráficas	Formato	Ltda
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
R232 Resíduos sólidos : gerenciamento de resíduos da construção 
	 civil	:	guia	do	profissional	em	treinamento	:	nível	2	/	Ministério	das	
 Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org.). – 
 Belo Horizonte : ReCESA, 2008.68 p.
 Nota: Realização do NUCASE – Núcleo Sudeste de 
 Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental 
 (Coordenação de Carlos Augusto de Lemos Chernicharo, Emília 
 Wanda Rutkowski, Isaac Volschan Junior e Sérgio Túlio Alves Cassini). 
 1. Resíduos sólidos urbanos - tratamento. 2. Materiais de 
 construção. 3. Industria da construção civil. 4. Construção civil – 
 Aspectos ambientais. 5. Sustentabilidade. I. Brasil. Ministério das 
 Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. II. Núcleo 
 Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento 
 Ambiental.
 
 CDD – 628.4
Catalogação da Fonte : Ricardo Miranda – CRB/6-1598
Apresentação da ReCESA 
A criação do Ministério das Cidades no 
Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 
em	2003,	permitiu	que	os	imensos	desafios	
urbanos passassem a ser encarados como polí-
tica de Estado. Nesse contexto, a Secretaria 
Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) 
inaugurou um paradigma que inscreve o sane-
amento como política pública, com dimensão 
urbana e ambiental, promotora de desenvolvi-
mento e da redução das desigualdades sociais. 
Uma concepção de saneamento em que a técnica 
e a tecnologia são colocadas a favor da prestação 
de um serviço público e essencial.
A missão da SNSA ganhou maior relevância e 
efetividade com a agenda do saneamento para 
o quadriênio 2007-2010, haja vista a decisão 
do Governo Federal de destinar, dos recur-
sos reservados ao Programa de Aceleração do 
Crescimento – PAC, 40 bilhões de reais para 
investimentos em saneamento.
Nesse novo cenário, a SNSA conduz ações em 
capacitação como um dos instrumentos estra-
tégicos	para	a	modificação	de	paradigmas,	o	
alcance de melhorias de desempenho e da quali-
dade na prestação dos serviços e a integração 
de políticas setoriais. O projeto de estrutu-
ração da Rede de Capacitação e Extensão 
Tecnológica em Saneamento Ambiental 
– ReCESA constitui importante iniciativa 
nesta direção.
A ReCESA tem o propósito de reunir um conjunto 
de instituições e entidades com o objetivo de 
coordenar o desenvolvimento de propostas 
pedagógicas e de material didático, bem como 
promover ações de intercâmbio e de exten-
são tecnológica que levem em consideração as 
peculiaridades regionais e as diferentes políticas, 
técnicas	e	tecnologias	visando	capacitar	profis-
sionais para a operação, manutenção e gestão 
dos sistemas de saneamento. Para a estruturação 
da ReCESA foram formados Núcleos Regionais e 
um Comitê Gestor, em nível nacional.
Por	fim,	cabe	destacar	que	este	projeto	ReCESA	
tem	sido	bastante	desafiador	para	todos	nós.	
Um grupo, predominantemente formado por 
profissionais	da	engenharia,	mas,	que	compre-
endeu a necessidade de agregar outros olhares 
e saberes, ainda que para isso tenha sido neces-
sário “contornar todos os meandros do rio, antes 
de chegar ao seu curso principal”.
 ∙ Comitê gestor da ReCESA
O Núcleo Sudeste de Capacitação e ExtensãoTecnológica em Saneamento Ambiental – 
NUCASE tem por objetivo o desenvolvimento 
de	atividades	de	capacitação	de	profissionais	
da área de saneamento, nos quatro estados da 
região sudeste do Brasil.
O NUCASE é coordenado pela Universidade 
Federal de Minas Gerais – UFMG, tendo como 
instituições co-executoras a Universidade 
Federal do Espírito Santo – UFES, a Universidade 
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e a Universidade 
Estadual de Campinas – UNICAMP. Atendendo 
aos requisitos de abrangência temática e de 
capilaridade regional, as universidades que inte-
gram o NUCASE têm como parceiros, em seus 
estados, prestadores de serviços de saneamento 
e	entidades	específicas	do	setor.
Coordenadores institucionais do Nucase
Nucase Os guias
A coletânea de materiais didáticos produ-
zidos pelo Nucase é composta de 42 guias 
que	serão	utilizados	em	oficinas	de	capacita-
ção	para	profissionais	que	atuam	na	área	do	
saneamento. São seis guias que versam sobre 
o manejo de águas pluviais urbanas, doze 
relacionados aos sistemas de abastecimento 
de água, doze sobre sistemas de esgotamento 
sanitário, nove que contemplam os resíduos 
sólidos urbanos e três terão por objeto temas 
que perpassam todas as dimensões do sane-
amento, denominados temas transversais.
Dentre as diversas metas estabelecidas pelo 
NUCASE, merece destaque a produção dos 
Guias dos profissionais em treinamento, 
que	servirão	de	apoio	às	oficinas	de	capa-
citação de operadores em saneamento que 
possuem grau de escolaridade variando do 
semi-alfabetizado ao terceiro grau. Os guias 
têm uma identidade visual e uma abordagem 
pedagógica que visa estabelecer um diálogo 
e	a	troca	de	conhecimentos	entre	os	profis-
sionais em treinamento e os instrutores. Para 
isso, foram tomados cuidados especiais com 
a forma de abordagem dos conteúdos, tipos 
de linguagem e recursos de interatividade.
Equipe da central de produção de material didático - CPMD
A série de guias relacionada aos resíduos 
sólidos urbanos resultou do trabalho cole-
tivo que envolveu a participação de dezenas 
de	profissionais.	Os	temas	que	compõem	esta	
série	foram	definidos	por	meio	de	uma	consulta	
aos serviços de limpeza urbana dos municípios, 
prefeituras, instituições de ensino e pesquisa 
e	profissionais	da	área,	com	o	objetivo	de	se	
definir	os	temas	que	a	comunidade	técnica	
e	científica	da	região	Sudeste	considera,	no	
momento, os mais relevantes para o desenvol-
vimento do projeto pelo Nucase.
Os temas abordados nesta série dedicada aos 
resíduos sólidos urbanos incluem: Gestão 
integrada de resíduos sólidos urbanos; 
Processamento de resíduos sólidos orgânicos; 
Saúde e segurança do trabalho aplicada ao 
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos; 
Gerenciamento de resíduos da construção 
civil; Gerenciamento dos resíduos de serviços 
de saúde e perigosos; Projeto, operação e 
monitoramento de aterros sanitários. 
Certamente há muitos outros temas importantes 
a serem abordados, mas considera-se que este 
é um primeiro e importante passo para que se 
tenha material didático, produzido no Brasil, 
destinado	a	profissionais	da	área	de	saneamento	
que raramente têm oportunidade de receber 
treinamento	e	atualização	profissional.
Coordenadores da área temática de resíduos sólidos urbanos
Apresentação da 
área temática: 
Resíduos sólidos urbanos
Há tanto para conhecer,
há tanto para explorar!
Basta os olhos abrir,
e com o ouvido escutar.
Aprende-se o tempo todo,
dentro, fora, pelo avesso,
começando pelo fim,
terminando pelo começo!
(Pedro Bandeira)
Sumário
Introdução .................................................................................. 11
Degradação Ambiental Urbana .................................................... 12
Resíduos Sólidos de Construção e Demolição – RCD ....................23
 Legislação referente aos RCD. ............................................28
 Diagnósticos dos RCD ........................................................34
Plano Integrado de Gerenciamento de RCD .................................47
 Valoração dos RCD .............................................................55
Sustentabilidade na Indústria da Construção Civil .......................63
Referências	Bibliográficas ...........................................................67
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 11
Introdução
Caro	Profissional,
A produção crescente de resíduos provenientes 
da indústria da construção civil tem se consti-
tuído um grave problema para os municípios, 
tendo em vista o agravamento dos problemas 
ambientais urbanos e de saúde pública, decor-
rente do manejo inadequado desses resíduos. 
Você já deve ter observado em sua cidade 
que existem locais onde são depositados 
resíduos de construção civil tais como tijo-
los, concreto, madeiras, restos de tubulação, 
enfim	uma	diversidade	de	materiais	prove-
nientes de obras e reformas que estão em 
execução. É comum essas áreas transfor-
marem-se em verdadeiros lixões, pois os 
moradores do entorno acabam por jogar 
nesses locais lixo doméstico, pneus, podas 
de árvores e objetos volumosos, o que leva 
a um processo de degradação de toda a área 
e seu entorno imediato. 
O poder público, na maioria das vezes, age 
corretivamente, limpando o terreno quando 
a situação já está em um nível bem crítico. 
Contudo, essa medida tem efeito de pouca 
duração, pois basta sair a turma da limpeza 
urbana para que os depositores clandestinos 
iniciem novamente esse círculo vicioso. 
Esta publicação tem como objetivo discutir a 
temática relacionada ao “Gerenciamento de 
Resíduos de Construção Civil” adotando-se 
uma metodologia participativa que resgate a 
experiência	profissional	dos	participantes.	Para	
isso, serão utilizadas técnicas didáticas diver-
sificadas:	estudos	de	textos,	simulações,	jogos,	
dinâmicas de grupo, vídeos, dentre outras. 
A	oficina	foi	estruturada	em	quatro	conceitos	
chaves:
- Degradação Ambiental Urbana;
- Resíduos Sólidos de Construção e 
Demolição RCD;
- Plano de Gerenciamento Integrado de 
Resíduos de Construção e Demolição;
- Sustentabilidade Ambiental. 
O compartilhamento de sua experiência com 
o grupo é a condição fundamental para o 
sucesso	 desta	 oficina.	 Da	mesma	 forma,	
espera-se que os frutos colhidos sirvam para 
enriquecê-lo	profissionalmente.	
12 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Degradação Ambienta Urbana
Você,	Profissional	e,	acima	de	tudo,	cidadão,	já	deve	ter	notado	em	sua	cidade	a	
ocorrência de locais onde são depositados resíduos de construção civil: restos 
de telhas, tijolos e blocos quebrados, pedaços de concretos, de madeira etc. 
Onde havia só entulho, são lançados: lixo doméstico, animais mortos, pneus, 
restos de podas e capinas, transformando esses locais em áreas degradadas que 
geram vários problemas para a cidade e seus moradores. É inegável o impacto 
que as atividades da construção civil provocam tanto no meio ambiente natural 
quanto no construído. 
- Discutir os 
impactos das 
atividades da 
indústria da 
construção civil 
sobre o meio 
ambiente natural e 
construído;
- Construir um 
conceito de 
degradação 
ambiental.
OBJETIVOS:
Atividade
Antes de nos aprofundarmos mais nesse conceito chave, responda, 
discuta e guarde para posterior reavaliação as seguintes perguntas:
Quais são os principais impactos gerados pelas atividades da indústria 
da construção civil, sobre o meio ambiente natural e construído?
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 13
Qual o papel do poder público municipal na preservação da qualidade 
do meio ambiente urbano, considerando os impactos relacionados 
na questão anterior e sobre a saúde da população?
Para você, o que é degradação ambiental? 
Agora nós vamos dar seqüência aos nossos estudos assistindo um vídeo-foto que apresenta 
imagens	de	áreas	degradadas	para	reflexão	sobre	“Os	impactos	da	indústria	da	construção	
civil no meio ambiente”. Em seguida faremos algumas atividades relacionadas a estetema. 
E	ai	Profissional?	Dentre	as	situações	apresentadas	no	vídeo-foto,	várias	devem	ser	familia-
res a vocês, não é mesmo? Quais dessas cenas de degradação ocorrem em sua cidade? Por 
que surgem essas áreas no meio urbano? Quem são os responsáveis pelo aparecimento das 
disposições clandestinas? Quais as reais conseqüências dessa degradaçãopara a cidade e para 
seus	cidadãos?	Responderemos	essas	perguntas	ao	longo	do	desenvolvimento	da	oficina.	
Disposições 
clandestinas: 
locais onde a terra, 
o entulho e outros 
tipos de resíduos 
(podas e objetos 
volumosos) são 
lançados sem 
cuidados técnicos 
ou ambientais e 
sem a permissão 
dos proprietários 
(particulares ou 
poder público), 
comprometendo 
os sistemas de 
drenagem pluvial 
e de estabilização 
dos maciços.Tam-
bém conhecidos 
como bota-fora 
clandestinos.
Degradação Ambiental e os 
Resíduos de Construção e Demolição 
anos. Com o surgimento do homem na face 
da Terra e suas intervenções na natureza, o 
ritmo dessas mudanças acelerou-se a ponto 
de tornar-se, na atualidade, em um dos prin-
cipais problemas do planeta, tendo em vista 
as graves conseqüências decorrentes das 
mudanças climáticas, tais como, tufões, fura-
cões, grandes enchentes, ocorrência de tem-
peraturas extremas (muito calor ou muito frio) 
em várias regiões do planeta. Vários fatores 
contribuem para o agravamento desse qua-
dro. Analisemos alguns dos fatores:
A superfície da Terra está em constante pro-
cesso de transformação e, ao longo de seus 
4,5 bilhões de anos, o planeta registrou drás-
ticas alterações ambientais. As rupturas na 
crosta terrestre e a deriva dos continentes 
mudaram a posição destes ao longo de mi-
lênios. Em conseqüência, o clima do planeta 
passou por grandes transformações, como 
os quatro períodos de glaciações (ato ou 
efeito de congelar). Essas mudanças foram 
provocadas por fenômenos geológicos e cli-
máticos que duraram centenas de milhões de 
Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 214
Sem mais demora, vamos acompanhar a leitura do texto: “Degradação Ambiental 
e os Resíduos de Construção e Demolição”, que contextualiza os problemas 
decorrentes da exploração dos recursos naturais, bem como a disposição indis-
criminada de resíduos gerados pelas atividades que compõem a cadeia da 
construção civil. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 15
Desenvolvimento tecnológico sem a preo-
cupação ambiental
A escalada do progresso técnico humano pode 
ser medida pelas suas tentativas de controlar e 
transformar a natureza. Quanto mais rápido o de-
senvolvimento tecnológico, maior o ritmo de alte-
rações provocadas no meio ambiente. Cada nova 
fonte de energia dominada pelo homem produz 
determinado tipo de desequilíbrio ecológico e de 
poluição. A destilação do petróleo para produção 
de combustíveis, por exemplo, multiplica a emis-
são de gás carbônico e outros gases lançados 
na atmosfera que irão provocar o efeito estufa e o 
aquecimento climático. Com o desenvolvimento 
da petroquímica, surgiram novas matérias-primas 
e substâncias não-degradáveis, como alguns ti-
pos de plásticos, responsáveis pela contamina-
ção de lagos, rios e mares. 
Crescimento populacional
O aumento da população mundial exige áre-
as cada vez maiores para a produção de ali-
mentos e técnicas de cultivo que aumentem 
a produtividade da terra. Florestas cedem lu-
gar a lavouras e criações, espécies animais e 
vegetais são domesticadas, muitas extintas e 
outras, ao perderem seus predadores naturais, 
multiplicam-se aceleradamente. Produtos quí-
micos não-degradáveis, usados para aumentar 
a produtividade e evitar predadores nas lavou-
ras, matam microrganismos decompositores, 
insetos e aves; reduzem a fertilidade da terra; 
poluem os rios e águas subterrâneas; e conta-
minam os alimentos. A urbanização multiplica 
esses fatores de desequilíbrio. A metrópole usa 
os recursos naturais em escala concentrada, 
quebrando as cadeias naturais de reprodução 
desses recursos e reduzindo a capacidade 
da natureza de construir novas situações de 
equilíbrio. A construção civil, acompanhando o 
ritmo de crescimento das cidades, transforma 
montanhas em crateras visando à exploração 
de pedras, minério de ferro e outros minerais; 
florestas são erradicadas para o fornecimento 
de madeiras para telhados, móveis, celulose 
etc; rios assoreados em função de extração de 
areias e argilas. A abertura de novos parcela-
mentos, para atender à expansão da deman-
da por moradias, suprime a vegetação, gera 
movimentações de terra, enclausura os cursos 
d’água, alterando a paisagem, mudando o sis-
tema de drenagem natural das águas pluviais 
e os micro-climas locais. O confronto entre o 
meio urbano e o ambiente natural, em geral, 
dá origem a situações de precário equilíbrio 
ambiental, gerando situações de risco para a 
população e o meio ambiente. 
Geração descontrolada de resíduos
Paralela à intensificação do processo de urba-
nização verificado em todo o planeta, o estilo 
de desenvolvimento econômico, baseado no 
16 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
sistema capitalista, estimula o desperdício. Auto-
móveis, eletrodomésticos, roupas e, até mesmo 
as construções, são planejados para durar pou-
co. O apelo ao consumo multiplica a extração 
de recursos naturais: embalagens sofisticadas e 
produtos descartáveis, não recicláveis nem bio-
degradáveis, aumentam a quantidade de lixo no 
meio ambiente. Nos países em desenvolvimento, 
o ritmo de crescimento demográfico e de urba-
nização não é acompanhado pela expansão da 
infra-estrutura, principalmente da rede de sane-
amento básico. Uma boa parcela do lixo urba-
no e dos resíduos da construção civil é lançada 
sem tratamento nos cursos d’água ou no solo. As 
substâncias não-degradáveis estão presentes 
em plásticos, produtos de limpeza, tintas e sol-
ventes, pesticidas e componentes de produtos 
eletro-eletrônicos. Ao longo do tempo, os rios, 
mares, oceanos e manguezais vêm servindo 
de depósito para esses resíduos. 
recursos hídricos e da cobertura vegetal. A 
produção e manufatura de materiais de cons-
trução, seu transporte, aplicação nas obras 
e, finalmente, a demolição dessas estruturas 
provocam diversos impactos que resultam 
em poluição adicional como a atmosférica, 
visual e sonora, contribuindo para o aumento 
dos desequilíbrios ambientais e a redução da 
qualidade de vida nas cidades. Muitas etapas 
da cadeia da construção civil liberam para 
a atmosfera gases do efeito estufa, em es-
pecial, o dióxido de carbono que pode ser 
proveniente dos processos de fabricação do 
aço, de peças cerâmicas e do cimento ou ori-
ginado pela queima de combustíveis fósseis 
na etapa de transporte das matérias primas e 
produtos. Assim, também, o corte de árvores 
libera o dióxido de carbono armazenado nas 
florestas. Todos esses efeitos reunidos cons-
tituem impactos ambientais da cadeia da in-
dústria da construção civil. 
No Brasil, segundo JONH (2001), o “negócio da 
construção civil” corresponde à cerca de 14% 
de toda a economia e constitui-se em um dos 
maiores consumidores de matérias-primas na-
turais. Entre 20 a 50% do total de recursos na-
turais consumidos pela sociedade é destinado 
à construção civil e aproximadamente 80% da 
energia utilizada na produção de um edifício é 
consumida na produção e transporte dos mate-
riais empregados. Um bom exemplo, é o eleva-
do consumo de agregados (areia e britas) que, 
devido ao esgotamento das reservas situadas 
mais próximas aos grandes centros, demanda, 
cada vez mais, a exploração de jazidas mais dis-
tantes. No caso de São Paulo, as atuais reservas 
Resíduos da Construção Civil
O impacto das atividades da construção civil 
no meio ambiente tem início na fase de extra-
ção das matérias-primas como, por exemplo, o 
corte da madeira, a extraçãode areia, pedras, 
metais etc. A forma como esses recursos são 
extraídos e a quantidade retirada pode afetar de 
forma irremediável as condições do solo, dos 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 17
de areia natural situam-se a distâncias superio-
res a 100km, implicando em enorme consumo 
de energia e geração de poluição. 
A cadeia da indústria da construção civil é con-
siderada, também, a principal geradora de resí-
duos, sendo responsável por cerca de 40% do 
total dos resíduos gerados na economia. Em 
grande parte das cidades brasileiras, os resí-
duos da construção e demolição (RCD) corres-
pondem entre 40 a 70% da massa de resíduos 
coletada diariamente, sendo que a sua remo-
ção e destinação incorrem em altos custos para 
os cofres públicos. Estima-se que “... os valores 
típicos de geração de RCD encontram-se entre 
400 e 500 kg/hab. ano, valor igual ou superior 
à massa de lixo urbano.” (JOHN, 2001). Gran-
de parte desses resíduos é disposta de forma 
inadequada pela malha urbana dando origem 
a vários problemas como a obstrução dos sis-
temas de macro e micro drenagens (bocas-
de-lobo, galerias e canais de cursos d’água); 
ocorrência de enchentes e alagamentos; e a 
formação de ambientes propícios à proliferação 
de animais e insetos vetores de doenças. 
Em geral, as disposições clandestinas são 
encontradas em lotes vagos, às margens de 
cursos d’água e de grandes eixos viários, em 
vilas e favelas e nas periferias das cidades. O 
recrudescimento de doenças consideradas 
erradicadas nos grandes centros como, den-
gue, cólera, leptospirose, leshmaniose está 
associado ao aumento de habitats favoráveis 
à proliferação de seus vetores. Os montes de 
entulho e lixo constituem locais que oferecem 
abrigo e alimentação para ratos, escorpiões, 
moscas, mosquitos etc. Assim, a disposição 
inadequada dos resíduos de construção e 
demolição contribui para o agravamento dos 
processos de degradação ambiental urbana 
e das precárias condições de saúde da po-
pulação, em especial, aquelas de menor po-
der aquisitivo. 
Adaptado de: CONSTRUCTION and environment: fact and figures. Industry and environment. Paris, v. 29,n. 2, abr/jun. 1996:
JOHN, Vanderley M. Aproveitamento de Resíduos Sólidos como Materiais de Construção. In: Reciclagem de Entulho para produção de materiais de construção. Carneiro, A. P., BRUM, I. 
A. S. , CASSA, J. C. S. (organizadores). Salvador: EDUFBA; Caixa Econômica Federal. 2001. pp. 28-44;
www. geocitie. com/rainforest/wetlands
Como	síntese	de	tudo	que	foi	lido	por	nós,	vamos	assistir	ao	filme:	Ilha	das	Flores	de	Jorge	
Furtado, que retrata bem a degradação ambiental ao longo dos anos. 
E então? O que você achou do texto e do vídeo? Continuando nossos estudos e atividades, 
atualmente os resíduos gerados pelas atividades de exploração dos recursos naturais, fabri-
cação	de	materiais	de	construção	e	demolição	de	edificações	e	obras	de	infra-estrutura	são	
um grave problema para os administradores municipais, tendo em vista o grande volume 
desses	materiais	e	sua	disposição	final	inadequada.	Vamos	ler	o	texto	“Agentes	envolvidos	
na cadeia da construção civil” no qual se mostra uma panorâmica do problema causado 
pelos resíduos da construção civil. 
18 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Agentes envolvidos na cadeia da construção civil 
A geração dos resíduos de construção e de-
molição (RCD) nas cidades cresceu significati-
vamente a partir de meados da década de 90. 
São resíduos provenientes da construção da 
infra-estrutura urbana, de responsabilidade do 
poder público e, principalmente, da ação da 
iniciativa privada na construção de novas edi-
ficações (residenciais, comerciais, industriais 
etc. ), nas ampliações e reformas de edifica-
ções existentes e de sua demolição, de modo 
a propiciar novos usos para o local. 
Os agentes geradores podem ser mais facil-
mente identificados e caracterizados por meio 
de consulta àqueles que transportam seus re-
síduos. Os principais responsáveis pela gera-
ção de volumes significativos que devem ser 
considerados no diagnóstico são:
•	 Executores	 de	 reformas,	 ampliações	 e	 de-
molições que, no conjunto, consistem na 
fonte principal desses resíduos;
•	 Construtores	 de	 edificações	 novas,	 térreas	
ou de múltiplos pavimentos - com áreas de 
construção superiores a 300 m2, cujas ativi-
dades quase sempre são formalizadas;
•	 Construtores	 de	 novas	 residências,	 tanto	
aquelas de maior porte, em geral formali-
zadas, quanto as pequenas residências de 
periferia, quase sempre autoconstruídas e 
informais. 
O gráfico apresentado em seguida informa, se-
gundo essa classificação, a média de resíduos 
RCD gerada em alguns municípios brasileiros 
diagnosticados. 
Origem do RCD em algumas cidades brasi-
leiras (% da massa total)
Fonte: Texto extraído de: PINTO, Tarcísio e GONZÁLES, Juan Luis (coord. ). Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil. Brasília: Caixa Econômica Federal, 2005. 
59%21%
20%
Reformas, ampliações e domolições 
Edificações novas (acima de 300m2)
Residências novas 
59%21%
20%
Reformas, ampliações e domolições 
Edificações novas (acima de 300m2)
Residências novas 
Em meados dos anos 90, teve início o cresci-
mento das empresas e coletores autônomos 
prestando serviços de remoção dos resíduos. 
Em muitas cidades, houve forte presença das 
caçambas metálicas estacionárias removidas 
por caminhões equipados com poliguindaste, 
que, em alguns casos, respondem pela remo-
ção de 80% a 90% do total de resíduos gera-
dos. Em outros municípios, ocorre o predomí-
nio de caminhões com caçambas basculantes 
ou com carrocerias de madeira e, também, de 
carroças de tração animal, às vezes centenas, 
constituindo-se, nestes casos, em agentes de 
grande importância e que não podem ser des-
prezados na nova política de gestão. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 19
Você sabia?
Para a produção de uma tonelada de cal virgem são liberadas 785kg de CO2 na atmosfera;
Na cidade de São Paulo, 90% das 17. 200 toneladas de entulho gerados diariamente 
podem ser reciclados;
O custo da limpeza das áreas de bota fora clandestinos, onde são depositados os resí-
duos de construção e demolição, é de US$9,5 por m³ (aproximadamente 19 Reais por 
m3 atualmente). 
Como	você	pode	observar,	Profissional,	as	disposições	clandestinas	são	um	dos	principais	
fatores que desencadeiam processos de degradação ambiental no meio urbano. Além da 
questão ambiental essas disposições propiciam também a proliferação de vetores de doenças 
responsáveis por graves problemas de saúde pública. Para esclarecer esse aspecto, vamos 
ler o texto “Resíduos de Construção e Demolição (RCD) e a Proliferação de Doenças”. 
Fonte: JOHN, Vanderley M. Aproveitamento de Resíduos Sólidos como Materiais de Construção. In: Reciclagem de Entulho para produção de materiais de construção. 
Vetores: são todos 
aqueles seres vivos 
capazes de veicular 
agentes infecciosos 
para que o agente 
infectante continue 
seu ciclo de 
vida em outro(s) 
hospedeiro. 
Resíduos de Construção e Demolição 
(RCD) e a proliferação de doenças
Há muitas doenças que necessitam de vetores 
para sua transmissão, pois seu ciclo de vida en-
volve mais de um hospedeiro, sendo um deles 
o ser humano. Exemplos de alguns vetores são 
os mosquitos, roedores, aranhas e escorpiões. 
Existem várias espécies de mosquitos respon-
sáveis pela transmissão de doenças através de 
sua picada como: Culex que transmite a filariose; 
Aedes que transmite a dengue e a febre amare-
la; e o flebótomo que transmite a leishmaniose. 
Os roedores estão relacionados à transmissão 
de doenças como a leptospirose (transmitida 
pela urina dos ratos), salmonelose (transmitida 
pelas fezes), tifo, (fezes da pulga dos ratos), pes-
Culex
Aedes
Flebótomo
20 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
te bubônica,(transmitida de um rato ao outro pela 
pulga). Além dessas doenças, a mordedura de ra-
tos causa lesões ou feridas de difícil cicatrização. 
Esses vetores encontram nas cidades, nos lo-
cais onde as condições sanitárias são precá-
rias, as condições ideais para seu habitat. Áre-
as de disposições clandestinas de resíduos de 
construção civil, misturado ao lixo doméstico 
junto com recipientes que possibilitam armaze-
nagem da água de chuva, criam as condições 
propícias à proliferação desses vetores e, con-
sequentemente, o recrudescimento dessas 
doenças, sendo que muitas já eram considera-
das erradicadas de grande parte do país. 
Embora os escorpiões e aranhas-marrons não 
sejam vetores de doença, são, todavia, abor-
dados pelo saneamento porque o veneno ino-
culado por ocasião da picada pode ser extre-
mamente danoso. A aranha marrom Loxoceles 
mede entre 4 e 5 cm, a sua picada inicialmente 
é pouco percebida pela pessoa atingida por 
ser pouco dolorosa, porém de 12 a 24 horas 
após o acidente há formação de edema e equi-
mose, levando a uma posterior necrose. Muitas 
vezes evolui para anemia hemolítica e insufici-
ência renal aguda. 
Os escorpiões considerados venenosos são 
o Tityus serrulatus, ou amarelo, de hábito do-
miciliar, e o Tityus babiensis, que vivem mais 
nos campos, cerrados e matas pouco densas. 
O veneno dessas duas espécies apresenta 
elementos neurotóxicas, e os sintomas são; 
aumento da pressão arterial, insuficiência car-
díaca, vaso constrição periférica e edema pul-
monar agudo. 
Os escorpiões e aranhas têm, como esconde-
rijos naturais, lugares quentes e úmidos; porém 
se aproximam e entram nos domicílios, quando 
as condições de higiene são precárias, como 
em caso de acúmulo de lixo e entulhos e amon-
toados de pedras, madeiras, tijolos, telhas, etc. 
A presença de ratos em um ambiente indica a 
existência de condições sanitárias precárias, cau-
sadas na maioria das vezes pelo próprio homem 
(terrenos baldios com lixo, entulho de construção, 
mato, canaletas e reservatórios abertos ). 
O combate a essas doenças deve priorizar as 
medidas preventivas ou seja, tratar o ambiente 
urbano de modo a torná-lo desfavorável à proli-
feração desses insetos, roedores e aracnídeos. 
Para isso, os terrenos baldios devem ser man-
tidos limpos, sem deposições de restos de 
construção e demolições ou outros resíduos; 
controle da vegetação; eliminar, destes locais, 
latas, garrafas, pneus ou outros objetos que 
possam acumular água; e manter as condi-
ções de higiene e limpeza nos domicílios. 
Diversas Prefeituras realizam periodicamente 
mutirões de limpeza urbana visando à erradi-
cação desses vetores, mas está cada vez mais 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 21
evidente que o trabalho de conscientização da 
população é fundamental para se obter um re-
sultado positivo e duradouro. Depoimento de 
representante da Prefeitura de Londrina ilustra 
essa afirmação:
“Muitos moradores guardam objetos nos quin-
tais, que parecem ser úteis num primeiro mo-
mento. Estes objetos têm sido foco de mos-
quitos da dengue, ratos e vetores de doenças 
graves. Recentemente, devido a um grande 
número de escorpião amarelo (Tityus serrula-
tus) foi desencadeado um trabalho no Jardim 
Bandeirantes, com a retirada de muito entulho, 
incluindo madeira armazenada nos quintais. 
É importante que a população colabore de-
nunciando quem deposita lixo em terrenos e 
também não guarde “entulho” na própria casa”. 
(Entrevista no Informativo da Prefeitura Munici-
pal de Londrina, abr/mai –2002). 
Fonte: SLU-BH
A	seguir	Profissional,	são	apresentadas	as	mesmas	questões	que	abrem	esse	conceito	chave	
para que novamente sejam respondidas e discutidas coletivamente. Suas conclusões deverão ser 
anotadas para que, posteriormente, possam ser apresentadas a todos os demais colegas. 
Atividade
Quais são os principais impactos gerados pelas atividades da indústria 
da construção civil, sobre o meio ambiente natural e construído e sobre 
a saúde da população?
Qual o papel do poder público municipal na preservação da qualidade 
do meio ambiente urbano, considerando os impactos relacionados 
na questão anterior?
Para você, o que é degradação ambiental?
Como	você	pôde	observar,	Profissional,	os	efeitos	negativos	da	disposição	indiscriminada	
dos RCD pela malha urbana são muito abrangentes e complexos. A discussão iniciada, com 
certeza	não	se	encerra	aqui,	mas	após	essa	reflexão	sobre	a	inter-relação	entre	os	proces-
sos de degradação ambiental, as atividades de construção civil e a saúde pública, podemos 
compreender porque o gerenciamento dos RCD tornou-se um tema importante para as 
administrações municipais, responsáveis por prover as comunidades de boas condições de 
saúde e habitabilidade. 
Mas quando falamos em resíduos de construção e demolição estamos nos referindo a que 
tipo de material? Todos os tipos de materiais de construção civil causam problemas de 
degradação ambiental? Quais são os materiais considerados resíduos das atividades da 
construção	civil?	Eles	podem	ser	classificados	por	tipo?	Como	classificá-los?	A	resposta	a	
essas perguntas é o tema do próximo conceito chave. 
Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 222
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 23
Resíduos Sólidos de Construção e 
Demolição (RCD) Apresentar os 
vários tipos de 
resíduos gerados 
pela indústria da 
construção civil;
Classificar os resí-
duos de construção 
e demolição de 
acordo com suas 
características 
físicas e químicas;
Apresentar, 
trabalhar e discutir 
a Resolução CO-
NAMA 307;
Identificar os 
diversos geradores 
de RCD no meio 
urbano;
Apresentar método 
para estimar a 
quantidade de 
RCD gerados no 
município. 
OBJETIVOS:
No conceito chave anterior, vimos que todo processo construtivo gera resíduos 
sólidos, principalmente aqueles que envolvem demolições, como no caso das 
reformas	ou	substituições	de	antigas	edificações	por	novas	construções.	Têm-
se notícias que, já na Antiguidade, havia a prática da reutilização de materiais. 
Por exemplo, após o encerramento das atividades do Coliseu em Roma, várias 
obras	foram	construídas	reutilizando	as	pedras	que	compunham	essa	edifica-
ção.	A	dificuldade	de	transporte	era	um	limitador	dos	materiais	disponíveis	para	
construção, de forma que cada cultura construiu utilizando os recursos naturais 
disponíveis nas suas proximidades. O resultado foi o desenvolvimento de diver-
sas tecnologias construtivas em função do material mais abundante na região: 
pedra, adobe, madeira etc. 
Com o desenvolvimento tecnológico, vários materiais passaram a ser sintetizados, 
permitindo	maior	flexibilidade	nos	processos	construtivos	e,	consequentemente,	
maior diversidade de resíduos gerados. Foram introduzidos materiais de difícil 
degradação, como plásticos de alta densidade, amianto, aço, concreto, dentre 
outros.	Diante	dessa	diversidade	de	materiais,	como	podemos,	então,	definir	
quais são os Resíduos de Construção e Demolição, também conhecidos por RCD? 
Para relembramos o conceito de Resíduos da Construção Civil – RCD, comentado 
no	conceito	chave	anterior,	vamos	ler	a	definição	a	seguir.	
Adobe: tijolo grande de argila, seco ou cozido ao sol, às vezes 
acrescido de palha ou capim, para torná-lo mais resistente;
24 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Como podemos perceber existe uma gama enorme de diferentes materiais que constituem os 
resíduos da construção civil. E alguns desses materiais são potencialmente recicláveis, outros 
são considerados não recicláveis, alguns são perigosos, etc. Mas qual é qual? No caso do tijolo, 
por	exemplo,	ele	é	reciclável	ou	não?	E	o	gesso,	o	papelão	etc?	Para	identificar	os	resíduos	
de acordo com as suas características, vamos realizar uma atividade coletivamente. 
Resíduos de Construção e Demolição (RCD) são os resíduos provenientes de constru-
ções,reformas, reparos e demolições de obras da construção civil e, também, aqueles 
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: blocos cerâmicos, 
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensa-
dos, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, 
fiação	elétrica	e	outros,	conhecidos	como	entulho	de	obras.	
Atividade
A atividade tem por objetivo classificar os resíduos da constru-
ção civil. Para isso, utilize o quadro a seguir. Na primeira coluna 
da esquerda, estão os diferentes tipos de resíduos e, na primeira 
linha,	está	a	possível	classificação	desses	resíduos.	Marque com 
um “x” a classificação que você considera correta para cada 
resíduo.	Não	se	preocupe	em	acertar	a	classificação	de	todos,	pois,	
com	certeza,	ao	final	desse	conceito-chave,	você,	Profissional,	saberá	
classificar	corretamente	os	resíduos	da	construção	civil.	
Entulho Limpo Entulho Misturado
Fo
nt
e:
 S
LU
-B
H
Fo
nt
e:
 S
LU
-B
H
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 25
Pregos
Ferragem
Madeira
Tubos de PVC
Gesso
Tinta
Brita
Tijolos
Fios Elétricos
Telhas de Aminato
Solvente
Saco de Cimento
Reciclável 
como agregados
(classe A)
Reciclável para 
outras distinções 
(classe B)
Não reciclável 
(classe C)
Perigoso 
 (classe D)
26 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Essa	mesma	atividade	se	encontra	no	software	“Bacia	Hidrográfica	Virtual”.	
E	aí,	Profissional,	como	você	avalia	o	seu	desempenho	na	atividade	de	classificação	dos	resí-
duos?	Com	o	objetivo	de	esclarecer	dúvidas	sobre	a	classificação	de	resíduos	da	construção	
civil, vamos ler o texto “Resíduos da Construção Civil”. 
A heterogeneidade (muito misturado) da massa 
de resíduos sólidos gerada numa obra de cons-
trução ou reforma é um fator que dificulta o manejo 
desses resíduos, pois a cada grupo corresponde 
um modo adequado de separação, acondiciona-
mento, transporte, tratamento e disposição final. 
As municipalidades, em sua maioria, não cole-
tam esse tipo de resíduo quando ele é disposto 
junto com o resíduo doméstico e também não 
disponibilizam alternativas corretas para sua dis-
posição final. Não obstante que a responsabilida-
de pelos RCD é do gerador, o poder público muni-
cipal tem um papel importante na normalização 
dos agentes geradores e transportadores e na 
viabilização de áreas que possam receber esses 
materiais, triá-los e encaminhá-los para o benefi-
ciamento ou para uma correta destinação. 
Considera-se correta destinação aquela que 
propicia a reutilização ou reciclagem dos mate-
riais descartados. No caso dos resíduos perigo-
sos eles devem, antes de qualquer coisa, pas-
sar por um processo de inertização para depois 
serem destinados para um local adequado ou a 
um incinerador. 
Os locais ambientalmente e sanitariamente 
adequados para receberem os rejeitos dos 
processos de reciclagem ou de inertização 
são: aterros sanitários ou de inertes dependen-
do do rejeito. Em casos especiais, eles podem 
ser dispostos em aterros industriais (resíduos 
perigosos que não foram inertizados). 
Visando classificar os resíduos gerados pelas 
atividades de construção e demolição, segun-
Concreto
Papel
Terra
Reciclável 
como agregados
(classe A)
Reciclável para 
outras distinções 
(classe B)
Não reciclável 
(classe C)
Perigoso 
 (classe D)
Resíduos da Construção Civil
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 27
do suas características físicas e químicas, o 
Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONA-
MA, estabeleceu através da Resolução nº 307 (ver 
a Resolução no subitem a seguir), quatro classes 
para esses resíduos:
Classe A: são resíduos reutilizáveis ou recicláveis 
como agregados, tais como: restos de pavimenta-
ção, tijolos, blocos, telhas, argamassas, concretos, 
solos, de terraplanagem, etc. 
Classe B: são resíduos recicláveis para outras desti-
nações, tais como: plásticos, papel, metais, vidros 
e outros;
Classe C: são resíduos para os quais não foram de-
senvolvidas tecnologias ou aplicações economi-
camente viáveis, que permitam a sua reciclagem, 
tais como o gesso;
Classe D: são resíduos perigosos, oriundos do pro-
cesso de construção, tais como: tintas, solventes, 
óleo, amianto ou aqueles contaminados provenien-
tes de demolições, reformas e reparos em clínicas 
radiológicas, instalações industriais e outros. 
 Você, Profissional, deve estar se perguntando 
quais são os critérios que foram utilizados para 
classificação desses resíduos, não é mesmo?
Bem, a Associação Brasileira de Normas Técni-
cas – ABNT é o Fórum Nacional de Normaliza-
ção que congrega os Comitês Brasileiros dos 
Organismos de Normalização Setorial. Essa 
instituição, através da sua Comissão de Estu-
do Especial Temporária de Resíduos Sólidos 
elaborou a NBR-10004/2004, que classifica os 
resíduos sólidos em:
	 •	 Resíduos	classe	I	–	Perigosos
	 •	 Resíduos	classe	II	–	Não	perigosos
 - resíduos classe II A – Não inertes
 - resíduos classe II B – Inertes
Resíduos Perigosos: são os 
que apresentam riscos ao 
meio ambiente, se maneja-
dos ou dispostos de forma 
inadequada, ou que apre-
sentam riscos à saúde pú-
blica, provocando ou contri-
buindo para um aumento no índice de morta-
lidade ou incidência de enfermidade devido a 
sua inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade ou patogenicidade. 
Resíduos não perigosos e não 
inertes: aqueles que não se 
enquadram nas classifica-
ções de resíduos perigosos 
(classe I) ou de resíduos não 
perigosos e inertes (classe 
II B). Esses resíduos podem 
ter propriedades, tais como: biodegradabilida-
de, combustibilidade ou solubilidade em água. 
Resíduos não perigosos e 
inertes: aqueles que quan-
do amostrados de forma 
representativa e subme-
tidos a um contato dinâ-
mico e estático com água 
destilada ou desionizada, à 
temperatura ambiente, não tenha nenhum de 
seus constituintes solubilizados a concentra-
ções superiores aos padrões de potabilidade 
da água, excetuando-se aspecto, cor, turbi-
dez, dureza e sabor. 
Fonte: Adaptado da Resolução CONAMA nº 307/2002. 
28 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
E	agora,	Profissional?	Ficou	claro	de	onde	surgiu	a	classificação	dos	RCD?	Vamos,	então,	
voltar	ao	exercício	inicial	e	classificá-los	novamente	para	que	não	restem	dúvidas.	
Por	que	é	importante	classificar	os	resíduos?	Por	que	isso	é	importante?	Essa	classificação	
foi pensada com o objetivo de melhorar o gerenciamento dos resíduos da construção civil, 
possibilitando	seu	manejo	adequado	de	acordo	com	as	classes	definidas.	Como	já	dissemos,	
essa	classificação	foi	estabelecida	pela	Resolução	do	CONAMA	307,	de	5	de	Julho	de	2002,	que	
definiu,	também,	as	diretrizes	e	os	procedimentos	para	a	gestão	dos	resíduos	de	construção	
civil em todo o território nacional, deixando à critério dos municípios e do Distrito Federal 
a sua regulamentação. Esse é o tema que vamos discutir no próximo assunto: legislação 
pertinente aos RCD. 
Legislação Referente aos Resíduos de Construção e Demolição 
A grande maioria dos municípios brasileiros não possui um sistema de manejo e tratamento 
diferenciado dos RCD, que são dispostos de modo aleatório nos lotes vagos, margens de 
cursos d´água, encostas, ao longo de eixos viários etc. A análise da composição dos resí-
duos gerados em diversos municípios tem demonstrado que os RCD podem alcançar altos 
quantitativos, principalmente nas cidades em processos mais dinâmicos de expansão ou 
renovação urbana. A ausência de tratamento adequado para tais resíduos está na origem 
de	graves	problemas	ambientais,	 justificando	a	necessidade	de	implantação	de	políticas	
públicas	especificamente	voltadas	para	seu	gerenciamento.	
Nesse contexto é que foi elaborada e aprovada a Resolução CONAMA No 307, de 05/07/2002, 
que	estabelece	diretrizes	nacionais	para	gestão	dos	resíduosde	construção	e	demolição,	define	
responsabilidades e deveres e torna obrigatória, para todos os municípios e para o Distrito 
Federal, a implantação, pelo poder público local, dos Planos Integrados de Gerenciamento 
dos Resíduos de Construção Civil. 
Segundo essa política, cabe aos municípios, a solução para os pequenos volumes, geral-
mente, mal dispostos e o ordenamento da ação dos agentes envolvidos com o manejo dos 
grandes	volumes	de	resíduos.	A	determinação	é	a	de	que,	em	nível	local,	sejam	definidas	e	
licenciadas áreas para o manejo dos resíduos em conformidade com a Resolução, cadastrando 
e formalizando a presença dos transportadores de resíduos e cobrando responsabilidades 
dos geradores. Para compreender o que essa resolução propõe, façamos sua leitura coletiva, 
com muita atenção, pois em seguida, faremos uma atividade sobre o tema. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 29
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307, DE 5 DE JULHO DE 2002
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 
reparos e demolições de estruturas 
e estradas, bem como por aqueles 
resultantes da remoção de vegeta-
ção e escavação de solos;
Considerando a viabilidade técnica 
e econômica de produção e uso de 
materiais provenientes da reciclagem 
de resíduos da construção civil; e
Considerando que a gestão integra-
da de resíduos da construção civil 
deverá proporcionar benefícios de 
ordem social, econômica e ambien-
tal, resolve:
Art. 1º Estabelecer diretrizes, critérios 
e procedimentos para a gestão dos 
resíduos da construção civil, disci-
plinando as ações necessárias de 
forma a minimizar os impactos am-
bientais. 
Art. 2º Para efeito desta Resolução, são 
adotadas as seguintes definições:
I - Resíduos da construção civil: são 
os provenientes de construções, 
reformas, reparos e demolições de 
obras de construção civil, e os re-
sultantes da preparação e da esca-
vação de terrenos, tais como: tijolos, 
blocos cerâmicos, concreto em ge-
ral, solos, rochas, metais, resinas, 
colas, tintas, madeiras e compen-
sados, forros, argamassa, gesso, 
telhas, pavimento asfáltico, vidros, 
plásticos, tubulações, fiação elétrica 
etc. , comumente chamados de en-
tulhos de obras, caliça ou metralha;
II - Geradores: são pessoas, físicas 
ou jurídicas, públicas ou privadas, 
responsáveis por atividades ou em-
preendimentos que gerem os resídu-
os definidos nesta Resolução;
III - Transportadores: são as pesso-
as, físicas ou jurídicas, encarregadas 
da coleta e do transporte dos resí-
duos entre as fontes geradoras e as 
áreas de destinação;
IV - Agregado reciclado: é o material 
granular proveniente do beneficia-
mento de resíduos de construção 
que apresentem características téc-
nicas para a aplicação em obras de 
edificação, de infra-estrutura, em 
aterros sanitários ou outras obras de 
engenharia;
V - Gerenciamento de resíduos: é o 
sistema de gestão que visa reduzir, 
reutilizar ou reciclar resíduos, incluin-
do planejamento, responsabilidades, 
práticas, procedimentos e recursos 
para desenvolver e implementar as 
ações necessárias ao cumprimento 
das etapas previstas em programas 
e planos;
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE-CONAMA, no uso das 
competências que lhe foram conferidas 
pela Lei nº 6. 938, de 31 de agosto de 
1981, regulamentada pelo Decreto nº 
99. 274, de 6 de julho de 1990, e tendo 
em vista o disposto em seu Regimento 
Interno, Anexo à Portaria nº 326, de 15 
de dezembro de 1994, e
Considerando a política urbana de 
pleno desenvolvimento da função 
social da cidade e da propriedade 
urbana, conforme disposto na Lei nº 
10. 257, de 10 de julho de 2001;
Considerando a necessidade de im-
plementação de diretrizes para a efe-
tiva redução dos impactos ambien-
tais gerados pelos resíduos oriundos 
da construção civil;
Considerando que a disposição de 
resíduos da construção civil em lo-
cais inadequados contribui para a 
degradação da qualidade ambiental;
Considerando que os resíduos da 
construção civil representam um signi-
ficativo percentual dos resíduos sólidos 
produzidos nas áreas urbanas;
Considerando que os geradores de 
resíduos da construção civil devem 
ser responsáveis pelos resíduos das 
atividades de construção, reforma, 
30 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
VI - Reutilização: é o processo de re-
aplicação de um resíduo, sem trans-
formação do mesmo;
VII - Reciclagem: é o processo de re-
aproveitamento de um resíduo, após 
ter sido submetido à transformação;
VIII - Beneficiamento: é o ato de sub-
meter um resíduo à operações e/ou 
processos que tenham por objetivo 
dotá-los de condições que permitam 
que sejam utilizados como matéria-
prima ou produto;
IX - Aterro de resíduos da construção 
civil: é a área onde serão empregadas 
técnicas de disposição de resíduos 
da construção civil Classe “A” no solo, 
visando a reservação de materiais 
segregados de forma a possibilitar 
seu uso futuro e/ou futura utilização 
da área, utilizando princípios de en-
genharia para confiná-los ao menor 
volume possível, sem causar danos à 
saúde pública e ao meio ambiente;
X - Áreas de destinação de resídu-
os: são áreas destinadas ao bene-
ficiamento ou à disposição final de 
resíduos. 
Art. 3º Os resíduos da construção civil 
deverão ser classificados, para efeito 
desta Resolução, da seguinte forma:
I - Classe A - são os resíduos reu-
tilizáveis ou recicláveis como os de 
construção, demolição, reformas e 
reparos de pavimentação e de outras 
obras de infra-estrutura, inclusive so-
los provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, refor-
mas e reparos de edificações: com-
ponentes cerâmicos (tijolos, blocos, 
telhas, placas de revestimento etc. ), 
argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou 
demolição de peças pré-moldadas 
em concreto (blocos, tubos, meios-
fios etc.) produzidas nos canteiros de 
obras;
camente viáveis que permitam a sua 
reciclagem/recuperação, tais como 
os produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigo-
sos oriundos do processo de constru-
ção, tais como: tintas, solventes, óleos 
e outros, ou aqueles contaminados 
oriundos de demolições, reformas e 
reparos de clínicas radiológicas, insta-
lações industriais e outros. 
Art. 4º Os geradores deverão ter 
como objetivo prioritário a não gera-
ção de resíduos e, secundariamen-
te, a redução, a reutilização, a reci-
clagem e a destinação final. 
 
§ 1º Os resíduos da construção civil 
não poderão ser dispostos em ater-
ros de resíduos domiciliares, em áre-
as de “bota fora”, em encostas, cor-
pos d`água, lotes vagos e em áreas 
protegidas por Lei, obedecidos os 
prazos definidos no art. 13 desta Re-
solução. 
§ 2º Os resíduos deverão ser desti-
nados de acordo com o disposto no 
art. 10 desta Resolução. 
Art. 5º É instrumento para a imple-
mentação da gestão dos resíduos 
da construção civil o Plano Integra-
do de Gerenciamento de Resíduos 
da Construção Civil, a ser elaborado 
pelos Municípios e pelo Distrito Fe-
deral, o qual deverá incorporar:
Fonte: SLU-BH
II - Classe B - são os resíduos recicláveis 
para outras destinações, tais como: 
plásticos, papel/papelão, metais, vi-
dros, madeiras e outros;
Fonte: SLU-BH
III - Classe C - são os resíduos para 
os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economi-
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 31
I - Programa Municipal de Gerencia-
mento de Resíduos da Construção 
Civil; e
II - Projetos de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil. 
Art 6º Deverão constar do Plano Inte-
grado de Gerenciamento de Resídu-
os da Construção Civil:
I - as diretrizes técnicas e procedi-
mentos para o Programa Municipal 
de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil e para os Projetos 
de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil a serem elaboradospelos grandes geradores, possibili-
tando o exercício das responsabili-
dades de todos os geradores. 
II - o cadastramento de áreas, públi-
cas ou privadas, aptas para recebi-
mento, triagem e armazenamento 
temporário de pequenos volumes, 
em conformidade com o porte da 
área urbana municipal, possibilitando 
a destinação posterior dos resíduos 
oriundos de pequenos geradores às 
áreas de beneficiamento;
III - o estabelecimento de processos 
de licenciamento para as áreas de 
beneficiamento e de disposição final 
de resíduos;
IV - a proibição da disposição dos re-
síduos de construção em áreas não 
licenciadas;
V - o incentivo à reinserção dos re-
síduos reutilizáveis ou reciclados no 
ciclo produtivo;
VI - a definição de critérios para o ca-
dastramento de transportadores;
VII - as ações de orientação, de fis-
calização e de controle dos agentes 
envolvidos;
VIII - as ações educativas visando 
reduzir a geração de resíduos e pos-
sibilitar a sua segregação. 
Art 7º O Programa Municipal de Ge-
renciamento de Resíduos da Cons-
trução Civil será elaborado, imple-
mentado e coordenado pelos muni-
cípios e pelo Distrito Federal, e de-
verá estabelecer diretrizes técnicas e 
procedimentos para o exercício das 
responsabilidades dos pequenos 
geradores, em conformidade com 
os critérios técnicos do sistema de 
limpeza urbana local. 
Art. 8º Os Projetos de Gerenciamento 
de Resíduos da Construção Civil serão 
elaborados e implementados pelos 
geradores não enquadrados no artigo 
anterior e terão como objetivo estabe-
lecer os procedimentos necessários 
para o manejo e destinação ambien-
talmente adequados dos resíduos. 
§ 1º O Projeto de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil, de 
empreendimentos e atividades não 
enquadrados na legislação como 
objeto de licenciamento ambiental, 
deverá ser apresentado juntamente 
com o projeto do empreendimento 
para análise pelo órgão competente 
do poder público municipal, em con-
formidade com o Programa Munici-
pal de Gerenciamento de Resíduos 
da Construção Civil. 
§ 2º O Projeto de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil de ati-
vidades e empreendimentos sujeitos 
ao licenciamento ambiental, deverá 
ser analisado dentro do processo de 
licenciamento, junto ao órgão am-
biental competente. 
Art. 9º Os Projetos de Gerenciamento 
de Resíduos da Construção Civil deve-
rão contemplar as seguintes etapas:
I - caracterização: nesta etapa o ge-
rador deverá identificar e quantificar 
os resíduos;
II - triagem: deverá ser realizada, 
preferencialmente, pelo gerador na 
origem, ou ser realizada nas áreas 
de destinação licenciadas para essa 
finalidade, respeitadas as classes 
de resíduos estabelecidas no art. 3º 
desta Resolução;
III - acondicionamento: o gerador 
deve garantir o confinamento dos re-
síduos após a geração até a etapa 
de transporte, assegurando em to-
dos os casos em que seja possível, 
32 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
as condições de reutilização e de 
reciclagem;
IV - transporte: deverá ser realizado 
em conformidade com as etapas an-
teriores e de acordo com as normas 
técnicas vigentes para o transporte 
de resíduos;
V - destinação: deverá ser prevista 
de acordo com o estabelecido nesta 
Resolução. 
Art. 10. Os resíduos da construção 
civil deverão ser destinados das se-
guintes formas:
I - Classe A: deverão ser reutilizados 
ou reciclados na forma de agrega-
dos, ou encaminhados a áreas de 
aterro de resíduos da construção 
civil, sendo dispostos de modo a 
permitir a sua utilização ou recicla-
gem futura;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, 
reciclados ou encaminhados a áreas 
de armazenamento temporário, sen-
do dispostos de modo a permitir a 
sua utilização ou reciclagem futura;
III - Classe C: deverão ser armazena-
dos, transportados e destinados em 
conformidade com as normas técni-
cas especificas;
IV - Classe D: deverão ser armaze-
nados, transportados, reutilizados e 
destinados em conformidade com 
as normas técnicas especificas. 
Art. 11. Fica estabelecido o prazo má-
ximo de doze meses para que os mu-
nicípios e o Distrito Federal elaborem 
seus Planos Integrados de Gerencia-
mento de Resíduos de Construção 
Civil, contemplando os Programas 
Municipais de Gerenciamento de Re-
síduos de Construção Civil oriundos 
de geradores de pequenos volumes, 
e o prazo máximo de dezoito meses 
para sua implementação. 
Art. 12. Fica estabelecido o prazo 
máximo de vinte e quatro meses 
para que os geradores, não enqua-
drados no art. 7º, incluam os Proje-
tos de Gerenciamento de Resíduos 
da Construção Civil nos projetos de 
obras a serem submetidos à aprova-
ção ou ao licenciamento dos órgãos 
competentes, conforme §§ 1º e 2º 
do art. 8º. 
Art. 13. No prazo máximo de dezoi-
to meses os Municípios e o Distrito 
Federal deverão cessar a disposição 
de resíduos de construção civil em 
aterros de resíduos domiciliares e 
em áreas de “bota fora”. 
Art. 14. Esta Resolução entra em vi-
gor em 2 de janeiro de 2003. 
JOSÉ CARLOS CARVALHO
Presidente do Conselho
Adaptado da Publicação no Diário Oficial da União em 17/07/2002
E	agora	Profissional,	conhecida	a	Lei	Federal,	o	que	você	proporia	para	o	seu	município?	Para	refletir	
sobre a regulamentação da resolução CONAMA 307 em sua cidade, desenvolva a atividade proposta 
a seguir, de preferência junto com um colega que também seja da sua cidade, de forma que possam 
discutir sobre a realidade local. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 33
Atividade
Preencha os campos em branco de acordo com o que se pede, levando 
em consideração as diretrizes estabelecidas pela Resolução CONAMA 
307 e a realidade de seu município. 
Depois de preenchidos os espaços em branco, registre as principais 
ações que o poder público municipal deve implementar para viabilizar 
o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil 
em seu município. 
Plano Integrado de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil
Composto por:
Responsável pela elaboração
Etapas constituintes:
Definção do gerador:
pequeno gerador: grande gerador:
Responsável pela elaboração
34 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Surgiram dúvidas durante a realização da atividade? Como se elabora um Plano Municipal 
de Gerenciamento Integrado de RCD? E como se implementa esse Plano em municípios que 
têm realidades tão diferenciadas? Você deve estar se perguntando por onde começar, não é 
mesmo? O primeiro passo para iniciar qualquer tipo de planejamento é fazer um diagnóstico 
preciso sobre o problema que se pretende resolver. É isso que estudaremos a seguir: como 
elaborar um diagnóstico da geração de resíduos de construção e demolição. 
Diagnóstico dos RCD
Uns	dos	primeiros	passos	para	 se	 elaborar,	de	 forma	eficaz,	um	Plano	 Integrado	de	
Gerenciamento dos Resíduos de Construção Civil, nos moldes da Resolução 307 do CONAMA, 
é realizar um diagnóstico com o levantamento das características locais, que indique a 
quantidade	(em	massa	e	volume)	de	resíduos	gerados	localmente,	identifique	os	agentes	
envolvidos com a geração, coleta e transporte dos resíduos e inventarie as condições de 
operação dos diversos agentes públicos e privados que atuam nesse segmento. 
A grande quantidade de resíduos da indústria da construção civil é proveniente da perda 
de materiais de construção nos canteiros de obras, resultante dos materiais desperdiçados 
durante o processo de execução de um serviço, bem como as demolições e as reformas, que 
promovem a eliminação de diversos componentes durante a utilização ou após o término do 
serviço. Contribuem também para a geração desses resíduos as obras públicas ou privadas 
de infra-estrutura. 
Na	fase	de	construção,	o	entulho	gerado	numa	edificação	é	constituído	pelas	sobras	dos	
materiais	adquiridos	e	danificados	ao	longo	do	processo	produtivo,tais	como	restos	de	
concretos	e	argamassa	produzidos	e	não	utilizados,	ao	final	do	dia	de	trabalho,	alvenaria	
demolida, argamassa que cai durante a aplicação e não é reaproveitada, sobras de tubos, 
aço, eletrodutos, entre outros. 
Dentre os vários fatores que contribuem para a geração do entulho, vale citar:
 ∙ Definição	e	detalhamento	insuficientes,	em	projetos	de	arquitetura,	estrutura,	formas,	
instalações, entre outros;
 ∙ Qualidade inferior dos componentes de construção disponíveis no mercado;
 ∙ Mão-de-obra	não	qualificada;
 ∙ Ausência de procedimentos operacionais e mecanismos de controle de execução e 
inspeção. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 35
A maior parte desse resíduo é gerada pelo setor informal da construção (pequenas reformas, 
autoconstrução, “construtor formiguinha”, ampliações etc. ). Estima-se que apenas 1:3 do 
entulho seja gerado pelo setor formal, ou seja, pela indústria da construção civil (Lima & 
Tamai, 1998 apud BIDONE, 2001). 
O diagnóstico da situação dos resíduos de construção, na escala local, deve conter informações 
sobre	os	quantitativos	gerados;	a	identificação	e	caracterização	dos	agentes	envolvidos	nas	
etapas	de	geração,	remoção,	recebimento	e	destinação	final;	e	os	diversos	impactos	que	
efetivamente	resultam	de	tais	atividades,	de	modo	a	subsidiar	a	definição	e	priorização	das	
soluções adequadas para cada caso. 
A seguir, transcrevemos o método sugerido por PINTO e GONZÁLES (2005), no Manual de. Manejo 
e Gestão de Resíduos da Construção Civil, para estimar a geração de RCD de um município. 
Método para estimar a geração de RCD
“Esse método se constitui na somatória de três indicadores:
1.	a	quantidade	de	resíduos	provenientes	de	novas	edificações	construídas	na	cidade,	num	
determinado período de tempo (1 ou 2 anos);
2. a quantidade de resíduos gerados pelas reformas, ampliações e demolições regularmente 
removidas no mesmo período de tempo;
3. a quantidade de resíduos removidos de deposições irregulares pela municipalidade, no 
mesmo período de tempo. 
1. Resíduos provenientes de novas edificações 
Para a obtenção deste indicador, utilizam-se os registros da prefeitura municipal relacionados à apro-
vação	de	projetos	de	edificação	(alvarás	de	construção),	com	a	área	construída	correspondente.	
O levantamento dos dados deve abranger um período de tempo necessário para que as 
variações conjunturais da atividade construtiva decorrente de desequilíbrios da economia, 
bem	como	das	ocorrências	sazonais	que	influem	no	ritmo	construtivo	(período	de	chuvas	
mais intenso, por exemplo), sejam diluídas na amostragem. 
Esse levantamento fornece o dado inicial para o cálculo do primeiro indicador. Ele deverá, 
porém, ser expurgado dos dados relacionados às reformas, ampliações e demolições, uma 
vez	que	a	fonte	mais	confiável	para	a	quantificação	desses	dados	se	concentra	nos	coletores	
(caminhões, caçambas, carroças, etc). 
36 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
A grande maioria dos projetos aprovados pelo poder público, em geral, se refere à execução 
de	novas	edificações.	Informações	coletadas	em	alguns	municípios,	como	referência,	estão	
expostas no quadro seguinte. 
Participação das edificações novas, reformas e demolições no total de projetos 
aprovados em diversos municípios (% dos projetos)
Município / período Edificações Novas Reformas e 
Ampliações
Demolições
Santo André (93/96) 76,2 19,0 4,8
Jundiaí (95/97) 90,9 2,2 6,9
Vitória da Conquista (95/97) 88,0 7,0 5,0
Uberlândia (96/00) 98,2 1,3 0,5
Fonte: I&T Informações e Técnicas
Conhecida	a	média	de	área	anual	relativa	às	edificações	novas	no	período	anali-
sado, a estimativa da quantidade de resíduos gerada pela atividade construtiva 
é feita com base em indicadores de perdas pesquisados em diversas regiões 
brasileiras. A quantidade de resíduos a ser removida durante as construções 
pode ser estimada em 150 kg/m2 construído. 
As	pequenas	edificações	novas	em	bairros	de	baixa	renda	na	periferia	da	zona	
urbana (autoconstrução e outros eventos) muito provavelmente não estarão 
consideradas na área de construção detectada. Os resíduos gerados nessas 
atividades acabam descartados em deposições irregulares. Dessa forma estarão 
contemplados e analisados no item correspondente. 
A estimativa de 150 
kg/m2 construído 
significa que: em 
uma construção 
de 100 m2, serão 
gerados em torno 
de 15. 000 kg de 
resíduos da cons-
trução civil. 
Indicador 1- Estimativa da quantidade de resíduos gerada em novas edificações
Período 
analisado
(anos)
Número de anos Área total
Aprovada (m2)
Média anual 
(m2)
Total de
Resíduos
(t/ano)
Indicador dos
Resíduos em
Novas Edificações
A B C D= C/B E=D x 0,150 F=E/(12x26)
(1) Para a definição desse indicador, considerar 26 dias ao mês. 
Fonte: I&T Informações e Técnicas
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 37
2 - Resíduos gerados pelas reformas, ampliações e demolições 
As reformas, ampliações e demolições, nas raras ocasiões em que são levadas à aprovação 
dos órgãos municipais, surgem como atividades com pequena área construída, que não 
traduzem a elevada geração de resíduos ocorrida. 
Informações obtidas dos agentes coletores, principalmente aqueles organizados na forma 
de empresas que atuam na cidade, revelarão o percentual do movimento referente às ativi-
dades de reformas, ampliações e demolições. Em várias localidades diagnosticadas, esse 
percentual é sempre muito elevado, conforme demonstrado no quadro a seguir:
Participação das reformas, ampliações e demolições no total de 
viagens realizadas, em vários municípios (%)
Viagens nos municípios Reformas, 
ampliações e 
demolições
Construção de 
residências novas
Construção de 
prédios e edifi-
cações acima de 
300 m2
Limpeza de terre-
no e coleta em 
indústrias
e serviços
Santo André 
(base 97)
44 26 15 15
Jundiaí 
(base 97)
54 22 9 15
Vitória da Conquista 
(base 97)
80 10 2 8
Uberlândia 
(base 2000)
42 20 12 25
Fonte: I&T Informações e Técnicas
A pesquisa de informações junto aos coletores deve reconhecer, como no quadro ante-
rior, a origem dos resíduos coletados, o tipo de equipamento de transporte utilizado e o 
destino dado ao material. Pode ser necessário realizar a pesquisa em apenas alguns cole-
tores, compondo uma amostra segura das condições de operação do total dos coletores 
estimado para o município. 
Estimado o número total de viagens e a massa de resíduos transportada pelos agentes cole-
tores, o indicador da geração de resíduos na atividade é calculado considerando-se apenas 
o percentual coletado das reformas, ampliações e demolições. 
38 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Indicador 2 - Estimativa da quantidade de resíduos gerada 
em reformas, ampliações e demolições. 
Número de 
Viagens mensais
Massa total trans-
portada (t/mês)
Viagens em reformas, 
ampliações/demolições (%)
Indicador dos resíduos em 
reformas, ampliações e demolições 
(t/dia) (1)
A B C D=(BxC)/26
(1) Para a defi nição desse indicador considerar 26 dias ao mês. 
Fonte: I&T Informações e Técnicas
3 - Resíduos removidos de deposições irregulares
Este indicador deve ser obtido no setor responsável pelos serviços de limpeza urbana. Os 
resíduos de disposições irregulares são removidos por caminhões com caçambas basculantes, 
para os quais podem ser adotadas capacidades de carga conforme quadro a seguir. 
Características gerais dos agentes coletores no município
Equipamentos mais utilizados Capacidade volumétrica
(m3/viagem)
Carga típica (t/viagem)
Caminhões com caçambas 
estacionárias (1)
4,00 4,80
Caminhões com caçamba basculante 
ou de madeira (1)
4,00 4,80
Caminhonetes (2) 2,00 1,00
Carroças de tração animal (2) 0,52 0,25
(1) Os caminhões têm capacidades diversas; os números indicados podem ser tomados como referência para os cálculos. 
(2) As caminhonetes e carroças costumam transportar os materiais mais leves; os números indicados referem-seaos limites de capacidade e podem ser tomados como referência. 
Fonte: I&T Informações e Técnicas
Por ser comum nesses serviços incluir a remoção de outros resíduos, como os volumosos e 
podas, os dados devem contabilizar apenas o percentual referente aos resíduos da construção 
e demolição. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 39
Indicador 3 - Estimativa da quantidade de resíduos recolhida 
em deposições irregulares
No de veículos
envolvidos
No de viagens
mensais
Viagens exclusivas
com resíduos de
construção (%)
Massa de resíduos de 
construção trans-portada 
(1) (t/mês)
Indicador dos 
resí-duos em 
disposições
irregulares (t/dia) (2)
A B C D= BxCxcarga típica E=D/26
(1) A massa dos resíduos pode ser obtida dos levantamentos feitos no quadro de Características dos Agentes Coletores
(2) Para a definição desse indicador, considerar 26 dias trabalhados ao mês. 
Fonte: I&T Informações e Técnicas
4 - Estimativa do total de RCD gerado no município
Após	o	levantamento	de	informações	e	a	definição	dos	três	indicadores	necessários,	é	possível	
estimar o quantitativo total de resíduos de construção e demolição (RCD) gerado na cidade. 
Um	cuidado	especial	deve	ser	tomado	para	que	aspectos	específicos	não	sejam	duplamente	
considerados em sobreposição. 
O método desenvolvido expurga os eventos de reformas, ampliações e demolições no cálculo 
do	primeiro	indicador	e,	na	junção	final	das	informações,	deve	ser	decidido	se	o	indicador	
referente às disposições irregulares será incluído. As disposições irregulares ao longo dos 
cursos d’água e das vias públicas, muitas vezes, são o resultado do descarte inadequado 
dos	coletores	que	atuam	com	pequenos	veículos.	Para	o	cômputo	final,	o	indicador	refe-
rente à limpeza das deposições irregulares não deve ser considerado, caso o registro do 
movimento dos pequenos coletores se mostre consistente e esteja agregado aos dados dos 
outros coletores. 
Estimativa do total de resíduos gerados no município
Indicador de 
resíduos em novas 
edifi-cações (t/dia)
Indicador dos
resíduos em 
reformas/amplia-
ções demolições 
(t/dia)
Indicador de 
resíduos em 
disposições 
ir-regulares 
(t/d)
Estimativa 
geração de 
RCD (t/dia)
População
atual
Taxa
(t/ano x hab. )
A B C D-A+B+C E F=(Dx26x12)/E
Obs.: os indicadores devem estar referenciados no mesmo período de anos e em 26 dias trabalhados ao mês. 
Fonte: I&T Informações e Técnicas
Vamos	colocar	esse	método	em	prática,	caro	Profissional?	A	próxima	atividade	é	um	Estudo	
de	Caso	que	simula	a	situação	de	municípios	fictícios	para	o	qual	você	coletivamente	deverá	
realizar o diagnóstico da geração dos resíduos de construção e demolição. 
40 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Atividade 
Estudo de Caso
Uma típica região metropolitana brasileira é composta por três 
municípios:
 Município A – sede da região metropolitana sofreu intenso processo 
de urbanização nas décadas de 70 e 80 e, atual-
mente, apresenta baixa taxa de crescimento – 1% a. 
a. Contudo encontra-se em processo de renovação 
urbana, principalmente em sua área central, com alto 
índice de verticalização (prédios) e adensamento. 
 Município B – atravessa um processo de industrialização com franco 
crescimento de sua economia e apresenta altas taxas 
de crescimento populacional, com média de 3,5%a. a. 
Como conseqüência dessa industrialização a cidade se 
expandiu, com surgimento de novos bairros e intensa 
atividade da indústria da construção civil. 
 Município C – é o menos desenvolvido economicamente, embora 
apresente taxa de crescimento vegetativo de 3%a. a, 
funcionando como cidade dormitório dos outros dois 
municípios. Extremamente carente de infra-estrutura 
urbana, possui muitos loteamentos irregulares, sendo 
a maior parte de sua população considerada de baixa 
renda, com rendimento médio familiar até 3 salários 
mínimos por mês. A expansão da cidade ocorre basi-
camente através de processos de auto-construção. 
Município A:
No Censo 2. 000, a população deste município era de 2. 200. 000 
habitantes, sendo que nos últimos dois anos (2005 e 2006), foram 
emitidos	5.	200	alvarás	de	início	de	obra,	com	área	média	das	edifi-
cações de 250m2. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 41
Pesquisa realizada junto ao Sindicato de Transportadores de Entulho 
apontou que, para esse mesmo período (2005/06), foram realizadas 
4. 992 viagens de caminhão (caçamba e basculante) transportando 
entulho de construção. Desse total, 70% eram provenientes de obras 
de reformas, ampliações e demolições. 
A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana não coleta os resíduos de 
construção civil, mas possui uma equipe para limpeza de áreas de dispo-
sições clandestinas, tendo em vista a necessidade de controlar o surto 
de dengue que atinge a cidade já há dois anos. Nesse período foram 
identificados	250	pontos	de	descartes	clandestinos,	com	portes	variados.	
Segundo infromações foram realizadas, no ano de 2006, 1. 560 viagens 
de caminhão basculante para retirada do material depositado nessas 
áreas clandestinas e estima-se que, desse total, aproximadamente 40% 
se constituía de poda de áreas verdes e objetos volumosos. 
Dengue: doença 
infecciosa, de 
origem viral, 
transmitida ao 
homem pela picada 
de mosquitos 
da espécie. 
Aedes aegypti, 
caracterizada 
por febre alta, 
cefaléia, dor no 
corpo, fadiga; febre 
dengue. 
Município B:
Em 2000, a cidade contava com 871. 000 habitantes e, no ano de 
2006, foram emitidos Alvarás de Início de Obras que correspondem 
a 400. 000 m2 construídos, sendo que 45% dessa área correspondem 
a novas construções. 
Quanto às obras de reformas, ampliações e demolições, tem-se pouco 
conhecimento sobre a geração de resíduos, mas a principal empresa 
de	transporte	de	caçambas	que	atua	na	cidade	afirma	ter	realizado	no	
último ano 1. 872 viagens de caminhão brook (com caçamba estacio-
nária) carregadas de entulho de construção civil e 50% desse material 
foi retirado de obras de reformas, ampliações e demolições. 
Esse município terceiriza os serviços de coleta e a empresa contratada 
não está autorizada a coletar entulho de construção civil. Regularmente, 
2 caminhões da própria Prefeitura realizam a limpeza de córregos e 
pontos de disposições clandestinas. Embora esses trabalhos não sejam 
criteriosamente	acompanhados	para	a	apuração	de	sua	eficiência,	
sabe-se que em média, cada caminhão realiza 24 viagens semanais 
para dispor adequadamente os resíduos retirados das disposições 
clandestinas, sendo que aproximadamente 35% desses resíduos são 
provenientes das atividades de construção civil. 
42 Resíduos Sólidos - Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil - Nível 2
Município C
Em contagem populacional realizada em 2005, essa cidade possuía 
252. 200 habitantes e a Prefeitura local não possui nenhum controle 
sobre	as	novas	edificações	construídas	no	município.	
A cidade possui um bota-fora particular que recebe resíduos de 
construção civil visando regularizar o terreno para futura utilização. 
O proprietário dessa área informou que, nos anos de 2005 e 2006 
recebeu 1. 248 viagens de diversos caminhões carregando entulho 
de construção civil. 
Além	dessa	informação,	foi	possível	identificar	9	disposições	clandes-
tinas que são regularmente limpas pela Prefeitura. A maioria delas é 
utilizada por pequenos transportadores (carroceiros, em geral), que 
sobrevivem dos serviços de retirada e transporte do entulho gerado 
nas obras de reformas. Em média, as 9 áreas, juntas, recebem 2. 340 
viagens de carroceiros, por mês, sendo 80% constituído por resíduos 
de construção civil. 
Considerando as informações apresentadas sobre os 3 municípios 
e aplicando o Método de Estimativa de Geração de RCD, estime a 
quantidade de RCD gerada por habitante/ano, em cada município. 
Utilize as tabelas abaixo. 
Guia do profissional em treinamento - ReCESA 43
Município A
Indicador 1- Quantidade de resíduos gerada em novas edificações. 
Período 
analisado

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